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MERCADOS E PRODUTOS
FINANCEIROS
MERCADO DE CAPITAIS GIOVANNI PELIGANGA
GIOVANNI PELIGANGA

MERCADO DE CAPITAIS 1 1

ÍNDICE

1. Aspectos Conceptuais
1) Conceitos
2) Instituições ligadas ao mercado de capitais
3) Tipologia de instrumentos
4) Conceito de valor mobiliário
5) Registo de emissões. Documentação
2. Obrigações
3. Acções
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MERCADO MONETÁRIO

CONCEITOS 3 1
Mercado de Capitais
• segmento do mercado financeiro caracterizado pela procura e oferta de fundos de médio e longo prazo, onde são
transaccionados valores mobiliários (obrigações, acções e unidades de participação) e instrumentos derivados. O referido
mercado está segmentado em:
• Mercado Prímário – espaço onde ocorre a primeira emissão e são transaccionados pela primeira vez de qualquer
instrumento titulado;
• Mercado Secundário – espaço onde são transaccionados os instrumentos previamente emitidos no mercado primário.
Normalmente, o mercado secundário acontece num ambiente multilateral (em Bolsa) ou mercado de balcão organizado.

Instituições
• Bancos Comerciais e/ou de Investimentos,
• Sociedades Correctoras e Distribuidoras de Valores Mobiliários;
• Fundos de Investimento Mobiliário,
• Sociedades de Capital de Risco,
• Bolsa de Valores
• Camaras de Compensação e liquidação (em Angola denomina-se Central de Valores Mobiliários de Angola –CEVAMA)

Objectivos
• Captação de fundos/liquidez – para aplicação em fins variados, tais como concessão de crédito, aplicação no mercado de
capitais, gestão do risco de liquidez;
• Cedência de fundos excedentários – provenientes de fontes diversas com maior realce sobre os depósitos captados junto
. de Clientes e ainda venda de títulos no mercado de capitais;
• Arbitragem relativamente a prazos e/ou instrumentos financeiros, assim como a gestão de risco de taxa de juro e de taxa
de câmbio.
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MERCADO MONETÁRIO

CONCEITOS 4 1
Tipologias de Instrumentos
•Obrigações – Instrumentos representativos de dívida que conferem ao seu detento o direito de receber uma certa quantia de juros e
o respectivo reembolso do capital. Podem ser públicas e privadas.
•Acções -
•Unidades de Participação - corresponde à fracção mínima de um fundo de investimento, ou seja, é a divisão do montante total dos
activos do fundo (valores mobiliários, depósitos, entre outros.) pelo número de unidades de participação em circulação.
•Instrumentos derivados – instrumentos utilizados para a cobertura de riscos (hedging) no âmbito das operações financeiras.

Valores Mobiliários

• Instrumentos de natureza financeira que resultam em direitos e obrigações. No ordenamento jurídico angolano são
considerados valores mobiliários:
• As acções
• As obrigações
• Unidades de participação
• Direitos de subscrição
Registos e Documentação

•Código dos Valores Mobiliários;


•Guia dos Emitentes – Comissão do Mercado de Capitais
•Gui
. dos Emitentes – Bolsa de Dívida e Valores de Angola;
•Roteiro de uma Oferta Pública Inicial ou IPO – Bolsa de Dívida e Valores de Angola.
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MERCADO DE CAPITAIS

OBRIGAÇÕES 5 1

Uma Obrigação é um título de crédito que proporciona ao seu titular o direito de receber juros e
o reembolso de capital numa determinada data.

De igual modo, uma obrigação é um título de dívida (representativo de uma fracção de um


empréstimo), negociável, pelo qual a entidade emitente se compromete, de acordo com as
condições definidas na data de emissão, a pagar ao seu detentor (o obrigacionista) um
determinado rendimento periódico (o juro/cupão) e a reembolsar o capital emprestado, numa
data previamente definida.

As obrigações clássicas (“plain vanilla”) têm as seguintes características:


• Tipo de emitente
• O preço de emissão
• O valor nominal
• A taxa de juro (cupão)
• Método de reembolso
• A Maturidade (data do (último ) reembolso do capital)
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MERCADO DE CAPITAIS

TIPOS DE OBRIGAÇÕES 6 1
Quanto ao emitente
 Obrigações públicas (Treasury Bonds) – comumente conhecidas como obrigações do tesouro, são emitidos
pelo Estado.
 Obrigações de empresas (corporate bonds).

Quanto à modalidade
Obrigações clássicas - São tipicamente empréstimos obrigacionistas cujas condições de reembolso e
remuneração, que se pode realizar a uma taxa fixa ou variável, são fixadas à partida pela entidade emitente.

Obrigações convertíveis - Conferem aos seus titulares o direito de as converter num número pré-definido
(rácio de conversão) de acções da entidade emitente, em condições pré-determinadas, durante um
determinado período. Quando o direito de conversão é exercido, a obrigação desaparece e o obrigacionista
passa a ser accionista da emitente.

Obrigações subordinadas – são obrigações abrangidas por uma cláusula de subordinação, isto é, no caso de
falência ou liquidação da entidade emitente, apenas são reembolsadas após os demais credores por dívida
não subordinada, tendo todavia prioridade sobre os accionistas.

Obrigações participantes - Conferem aos seus titulares o direito a um juro fixo e a um juro suplementar e/ou
um prémio de reembolso, cuja existência e montante dependem dos lucros da entidade emitente.
Obrigações perpétuas – São obrigações que não têm um momento previsto para o seu reembolso, pelo que
vencem juros eternamente.
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MERCADO DE CAPITAIS

FISCALIDADE DAS OBRIGAÇÕES 7 1


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MERCADO DE CAPITAIS

CARACTERÍSTICAS DO MERCADO PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO


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Mercado Primário de Obrigações Corporativas

Tal como abordado, o Código de Valores Mobiliários angolano estabelece dois tipos de mercados regulamentados:
 Mercado de Bolsa – onde os requisitos são mais exigentes;
 Mercado de Balcão Organizado – onde os requisitos são menos exigentes.

Para uma emissão via Mercado de Bolsa devemos ter em conta os seguintes aspectos:
 O tempo de actividade do emitente;
 O histórico exigido de prestação de contas;
 O grau de dispersão do capital pelo público;
 A capitalização bolsista;
 Aos montantes de obrigações a serem emitidas.

Nota: por exemplo, as entidades que pretendam emitir obrigações via mercado de bolsa devem ter no
mínimo 3 anos de actividade, sendo que para o mercado de balcão não há um período definido.
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MERCADO DE CAPITAIS

CARACTERÍSTICAS DO MERCADO PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO


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•Refere-se a todo o processo para obtenção de informação necessária para a preparação dos documentos exigidos pela entidade supervisora do mercado de
capitais e, consequentemente, para admissão a negociação nos mercados regulamentados.
•Necessidade de intermediação obrigatória.
•É desenvolvida pelo emitente e os denominados Joint Lead Manager (normalmente, Grandes Bancos de Investimento), sem, no entanto excluir o contacto
directo com investidores, auditores e/ou peritos contabilistas. Cabe aos JLM garantir que toda a informação sobre a empresa esteja correcta.
•Podemos igualmente incluir a necessidade de emissão de um rating – representa uma avaliação sintética sobre o grau de solidez e fiabilidade da sociedade que
Due Diligence pretende emitir as obrigações
•Elaboração do Prospecto

•As Ofertas Públicas carecem de um registo prévio na Comissão do Mercado de Capitais. Uma vez completado o registo na CMC, o emitente poderá então proceder à publicidade
relativa à oferta.
• Entretanto, será imperioso a aprovação do Prospecto, documento que deverá ser aprovado pela CMC antes da sua divulgação ao público.
Registo na CMC •Uma vez completado o registo na CMC, o emitente poderá então proceder à publicidade relativa à oferta
e Publicidade

•. No sentido de materializar a oferta, o emitente, com a assessoria do agente de intermediação, deverá então anunciar o lançamento da oferta, descrevendo os elementos
necessários para a formação dos contractos.
•A admissão de valores mobiliários à negociação pode ser feita através de diferentes modalidades
Anúncio de
•de oferta pública, dependendo dos objectivos a serem alcançados pela empresa. Assim, a admissão à negociação ocorre por via de uma Oferta Pública de Subscrição ou uma
Lançamento e as Oferta Pública de Venda.
respectivas ofertas
de distribuição
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MERCADO DE CAPITAIS

REGISTOS E DOCUMENTAÇÃO 10 1

Trabalho em Grupo:

Formar grupos de 4 elementos (no máximo)

Recorrendo aos Guias de Emitente disponibilizados pela BODIVA e CMC, bem como ao
roteiro de uma oferta Pública Inicial (em inglês IPO), também disponibilizado pela BODIVA,
apresente em 4 páginas (incluindo a introdução e conclusão) os passos para emissão de
Acções e Obrigações em Angola.
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MERCADO DE CAPITAIS

CUSTO DE UM EMPRÉSTIMO OBRIGACIONISTA 11 1


Antes de procedermos à análise do custo de um empréstimo obrigacionista, é importante aprendermos sobre
a valorização ou avaliação de uma obrigação.

O valor de uma obrigação depende, essencialmente, dos cash-flows prometidos pela obrigação. O valor da
obrigação no momento corrente é igual ao valor actualizado dos cash-flows esperados da obrigação. Daqui
resulta que:
 Uma obrigação pode ser vendida ao par, ou seja, preço emissão igual ao valor nominal;
 Uma obrigação pode ser vendida a desconto, preço emissão inferior ao valor nominal;
 Uma obrigação pode ser vendida a prémio, preço de emissão superior ao valor nominal.

Fórmula geral do cálculo do preço de uma obrigação:

𝐶𝐹1 𝐶𝐹2 𝐶𝐹3 𝐶𝐹𝑛


Po = + + +…+
(1+𝑖) (1+𝑖)2 (1+𝑖)3 (1+𝑖)𝑛

Onde:
Po – preço de emissão/aquisição
id – taxa de desconto ou taxa exigida pelo investidor
i – taxa de juro ou de cupão
CF – Cash-Flows ( Juros + Reembolso do capital)
n – período até a maturidade
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CUSTO DE UM EMPRÉSTIMO OBRIGACIONISTA 12 1

Para além da modalidade de colocação ou emissão, a obrigação também pode ser vendida sem cupão, ou seja,
existem obrigações que não pagam juros periódicos as denominadas zero cupon bonds (obrigações de cupão
zero)

Fórmula geral do cálculo do preço de uma obrigação de cupão zero:

Considerando que apenas é reembolsado o capital, este tipo de obrigação é vendida a desconto, logo teremos:

𝑅𝑛
Po =
(1+𝑖𝑑 )𝑛

Onde:
Po – preço de emissão/aquisição
id – taxa de desconto
i – taxa de juro
R – Reembolso do capital
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MERCADO DE CAPITAIS

CUSTO DE UM EMPRÉSTIMO OBRIGACIONISTA 13 1

Se a obrigação apresentar risco de crédito, há dois aspectos novos a ter em conta.

 Primeiro, os cash-flows esperados diferem dos cash-flows prometidos, e quanto maior for a probabilidade
de o emitente não cumprir os seus pagamentos, maior é a diferença entre estes valores.

 Segundo, a taxa de desconto deve ser mais elevada que numa obrigação sem risco de crédito, uma vez
que os investidores só estarão dispostos a aceitar o risco adicional se a taxa de rentabilidade esperada for
superior à taxa de rendibilidade de uma obrigação sem risco de crédito

Assim, é importante ter atenção os seguintes elementos:


1. A taxa de juro nominal e a taxa de juro real.
2. Yield To Maturity (YTM) – taxa de rendimento até a maturidade.
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CUSTO DE UM EMPRÉSTIMO OBRIGACIONISTA 14 1

Taxa de juro nominal vs. taxa de juro real

Taxa de juro nominal representa o preço de utilizar uma unidade monetária durante um período de tempo.
Entretanto, em períodos de inflação a taxa de juro nominal não é um bom indicador da rentabilidade real
obtida pelo investidor. Por exemplo se a taxa de juro nominal for de 12% e na generalidade os preços também
aumentarem em 12% durante o ano, em termos reais o investidor não recebe qualquer compensação, ou seja,
não ficou mais rico «, contudo, não ficou mais pobre, apenas manteve o seu poder de compra, pois que poderá
comprar as mesmas quantidades que adquiria há um ano. Daí ser necessário e importante distinguir entre a
taxa de juro real e a taxa de juro nominal.

A taxa de juro real indica-nos quanto é que o investidor pode consumir a mais no futuro se adiar de 1 a
unidade monetária o consumo presente.
(1+𝑖) (1+𝑖)
1+r = ↔r= -1
(1+𝜋) (1+𝜋)

Onde:
r – taxa de juro real
i – taxa de juro nominal
π – taxa de inflação
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CUSTO DE UM EMPRÉSTIMO OBRIGACIONISTA 15 1


Yield To Maturity

Um outro conceito é o de taxa de rendimento até a maturidade (Yield to Maturity – YTM). É a taxa interna de
rentabilidade da obrigação, ou seja, é a taxa tal que o valor actualizado dos cash-flows futuros da obrigação é
igual ao preço da obrigação. Por exemplo, se uma obrigação com valor nominal de Kz 100 000,00 e maturidade
de três anos custar agora Kz 90 000,00 euros, pagar juros anualmente de Kz 10 000,00 e reembolsar o capital
no final de dos três anos, a sua yield to maturity é a taxa y, tal que:

10 000 10 000 10 000+100 000


90 000 = + +
1+𝑦 (1+𝑦)2 (1+𝑦)3
Y = 14,331%

A yield pode ser obtida:


• Via calculadora financeira;
• Através da função TIR no Excel
𝑦2 −𝑦1 (𝑃1 −𝑃0 )
• Via interpolação linear, seguindo a fórmula: y = 𝑦1 + . Onde 𝑦1 <y<𝑦2 e 𝑃1 > 𝑃2
(𝑃1 −𝑃2 )
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MERCADO DE CAPITAIS

CUSTO DE UM EMPRÉSTIMO OBRIGACIONISTA 16 1

As empresas ou instituições que se propõe emitir obrigações e colocá-las em mercado devem efectuar uma
avaliação criteriosa e rigorosa dos custos inerentes a operação, assim como a taxa efectiva do custo do
empréstimo:

O Custo do empréstimo
 A emissão de uma obrigação consubstancia-se num empréstimo cujo emitente assume o compromisso de
pagar a todos aqueles (investidores) que adquirirem uma determinada quantidade das respectivas
obrigações, sendo os detentores das obrigações denominados obrigacionistas. A emissão de obrigações dá
origem a um passivo (empréstimo) para o emitente e um activo (investimento financeiro) para o
comprador ou investidor.

 A operação de colocação de dívida, ou seja, emissão de obrigações envolve um conjunto de agentes


(bancos, consultores legais e/ou financeiros, agências de rating, Peritos Contabilistas, Fiscalistas ou
consultores fiscais, auditores ou Revisores de contas). A presença destas entidades pressupõe custos para
o emitente. Normalmente as fees (comissões) são cobradas em função do valor total de emissão,
correspondendo a uma percentagem deste último.

 De igual modo, o emitente incorre a outros custos sempre que a emissão ocorra num mercado
regulamentado, neste caso o emitente está sujeito a custos com a Bolsa, ou seja, no caso de Angola seria
com a Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA), assim como com a Central Valores Mobiliários
(CEVAMA).
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MERCADO DE CAPITAIS

EMPRÉSTIMO OBRIGACIONISTA NA ÓPTICA DO EMITENTE 17 1


Despesas/Encargos para o Emitente

Gestão dos Mercados Regulamentados (Emitentes)

Admissão inicial de instrumentos financeiros (pagos no primeiro dia de negociação)


VM representativos de dívida 0,05%
Limite mínimo 500000
Manutenção em negociação
VM representativos de dívida 0,04%
Limite mínimo 500000

Gestão dos Sistemas de Compensação, Liquidação e Custódia (Emitentes)

Taxa de Filiação (pago no momento de integração) 350 000,00


Manutenção da conta de controlo da emissão 0,0075% a.s
Registo e cancelamento da emissão
Registo 20 000,00
Cancelamento 35 000,00
Eventos societários
Pagamento de juros 80 000,00
Amortizações de capital 80 000,00

A conjugação destas componentes com o montante emitido permite aferir a taxa efectiva do custo do
empréstimo. Esta taxa pode ser obtida através da aplicação do conceito de Taxa Interna de Rendibilidade (TIR) do
financiamento, cujo o resultado obtido representará a taxa anual efectiva do empréstimo obrigacionista.
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MERCADO DE CAPITAIS

EMPRÉSTIMO OBRIGACIONISTA NA ÓPTICA DO EMITENTE 18 1


Exercício

Vn 100 000,00 Descrição 0 1º ano 2º ano


Q 2 000,00 Inflow 200 000 000,00 - -
Pe 100 000,00 Emissão 200 000 000,00
n 2 anos Out-flow 1 550 000,00 16 000 000,00 216 000 000,00
Juros 16 000 000,00 16 000 000,00
i 8%a,a
Reembolso 200 000 000,00
Reembolso na maturidade na maturidade
Taxa de admissão 100 000,00
Taxa de Admissão 0,05% s/montante emitido Taxa de afliação 350 000,00
Taxa de filiação 350 000,00 Comissão de estruturação 1 000 000,00
Comissão de estruturação paga aos bancos 0,5% s/montante emitido Despesas com consutoria 100 000,00
Despesas com consultoria legal 100 000,00 Cash-flow 198 450 000,00 - 16 000 000,00 - 216 000 000,00

 A TIR do financiamento é de 8,4372%. Logo, a taxa anual efectiva deste empréstimo será de 8,4372% . A
operação matemática que permite encontrar o resultado apresentado resume-se na seguinte expressão:

16 000 000 216 000 000


198 450 000 = +
(1+𝑖) (1+𝑖)2

 Tal problema pode ser resolvido por interpolação linear ou simplesmente isolando a incógnita (i).
Entretanto, recomenda-se o uso de uma calculadora financeira ou Excel, pois que o cálculo torna-se
complexo a medida em que o número de períodos aumenta.

Nota: “i” representa a TIR e consequentemente a Taxa Anual Efectiva do empréstimo obrigacionista.

.
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MERCADO DE CAPITAIS

EMPRÉSTIMO OBRIGACIONISTA NA ÓPTICA DO INVESTIDOR 19 1


Rendibilidade e risco
Se por um lado o emitente procura minimizar o seus custos, por outro, o investidor busca a maximização do
seu investimento. Daí resulta o conceito de rendibilidade para o investidor, pois que, como qualquer agente
racional, este pensa na margem (rendimento) associada à aplicação do seu capital.

O rendimento principal resultante da compra de obrigações são juros. Contudo podem ser maior ou menor em
função da modalidade de colocação (ao par, a desconto ou a prémio), bem como de acordo ao regime fiscal.

Por outro lado, a rendibilidade de um investimento está directamente ligada ao risco do mesmo investimento.
Normalmente, activos com maior grau de risco tendem a oferecer maior rendibilidade, o inverso também é
válido. Ainda sobre os riscos que os investidores enfrentam, importa relembrar os principais ou mais prováveis
na aquisição de uma obrigação privada:
 Risco de liquidez;
 Risco de crédito;
 Risco Sistémico.
O processo de determinação da rendibilidade associada à aquisição de obrigações assemelha-se àquele usado
para a determinação do custo de financiamento para o emitente, ou seja, por via da TIR. Entretanto, importa
referir que o investidor está sujeito a custos diferentes do emitente, nomeadamente:
 Comissões de intermediação e/ou corretagem;
 Comissão de custódia e/ou manutenção;
 Impostos;
 Outras despesas.
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MERCADO DE CAPITAIS

EMPRÉSTIMO OBRIGACIONISTA NA ÓPTICA DO INVESTIDOR 20 1


Exemplo

Vn 100 000,00 Descrição 0 1º ano 2º ano


Q 2 000,00 Inflow - 16 000 000,00 216 000 000,00
Pe 100 000,00 Juros - 16 000 000,00 16 000 000,00
n 2 anos Resgate/capital - 200 000 000,00
Out-flow 200 055 000,00 - -
i 8%a.a
Investimento/aplicação 200 000 000,00 - -
Reembolso na maturidade na maturidade
IAC - 1 600 000,00 1 600 000,00
Abertura da Conta de Custódia 25 000,00 Comissão de intermediação 30 000,00
Comissão de intermediação 0,015% s/montante emitido Comissão de custódia (a.a) - 2 400,000 2 400,000
Comissão de custódia (a.a) 0,015% s/ os rendimentos Abertura da Conta de Custódia 25 000,00
Taxa de IAC 10,00% Cash-flow - 200 055 000,00 16 000 000,00 216 000 000,00

 A TIR do investimento é de 7,9846%. Logo, a taxa anual efectiva do rendimento obtido pelo investidor é de
7,9846% . A operação matemática que permite encontrar o resultado apresentado resume-se na seguinte
expressão:

16 000 000 216 000 000


 200 055 000 = +
(1+𝑖) (1+𝑖)2

Nota: “i”, para este exemplo, representa a TIR e consequentemente a Taxa Anual Efectiva para o investidor ou,
simplesmente, taxa de rendibilidade.
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MERCADO DE CRÉDITO

OPERAÇÕES ACTIVAS/OPERAÇÕES PASSIVAS 21 1


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MERCADO DE CAPITAIS

DÍVIDA PÚBLICA - CONCEITOS 22 1

É comum, em vários pontos do globo, os Governos elaborarem Orçamentos, vulgos Orçamento Geral do Estado
(OGE). Este documento, de modo resumido, é o guia das políticas públicas que define as receitas a serem obtidas e
despesas a serem realizadas, numa base anual. Em Angola, compete ao Ministério das Finanças a elaboração do
referido documento assim como a sua execução, captando os recursos necessário e alocando-os conforme previsto
no OGE.

A principal fonte de receita dos estados são impostos – prestação pecuniária exigida, por lei, às pessoas colectivas e
individuais que obtenha os seus rendimentos e/ou que realizem actos de consumo em território nacional. Contudo,
em períodos de baixa actividade económica e/ou recessão ou ainda quando se pretende investir altos montantes, tal
como aconteceu em Angola após período da guerra civil, a fonte primária (impostos) revela-se insuficiente,
fundamentalmente, para suprir necessidades de investimento público ou despesas de capital, daí os estado recorrer
ao endividamento (denominado endividamento público) para responder a tais necessidades.
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MERCADO DE CAPITAIS

DÍVIDA PÚBLICA - CONCEITOS 23 1

Portanto, por definição, um país recorre ao endividamento público para solucionar questões de liquidez (quando em
um determinado período as receitas estão abaixo das despesas planeadas) ou para financiar projectos a médio ou a
longo prazo;

A Unidade de Gestão da Dívida Pública (UGD) tem como missão fundamental a negociação e contratação de créditos
necessários ao financiamento do Estado, no âmbito do Orçamento Geral do Estado, a gestão das disponibilidades de
crédito e do endividamento, bem como a concepção da estratégia da dívida pública e sua gestão. Esta captação de
fundos pode surgir de duas grandes fontes: Internas e Externas;

 Fontes de Financiamento Internas: Títulos do Tesouro e Contratos de Mútuos;


 Fontes de Financiamento Externas: Linhas de Financiamentos, acordos bilaterais, empréstimos
concessionais e Emissão de Eurobonds.
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MERCADO DE CAPITAIS

DÍVIDA PÚBLICA – TÍTULOS PÚBLICOS 24 1

Os títulos públicos são, legalmente, admitidos à negociação em mercados regulamentados.

Os mercados regulamentados é um espaço ou sistema bilateral ou multilateral que permite o encontro de


modo organizado entre os emitentes de valores mobiliários e os investidores. Conforme o Código de Valores
Mobiliários, divide-se em:

 Mercado de balcão organizado – espaço onde são negociados de instrumentos financeiros que não
cumpram todos os requisitos para admissão e negociação em Bolsa
 Mercado de Bolsa – ambiente multilateral onde são transaccionados valores mobiliários, com requisitos
mais exigentes relativamente ao mercado de balcão. Importa referir que o Mercado de Bolsa de Títulos do
Tesouro (MBTT)

A transacção de TT pode ser feita via mercados regulamentados, recorrendo a um ou pelo Portal do Investidor
(https://portaldoinvestidor.minfin.gov.ao/PortalInvestidor/#!/)
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MERCADO DE CAPITAIS

DÍVIDA PÚBLICA – TÍTULOS PÚBLICOS 25 1


Características dos Títulos do Tesouro.

Obrigações do Tesouro não Obrigações do Tesouro em Moeda Obrigações do Tesouro indexadas à


Bilhetes do Tesouro (BT)
reajustáveis (OT-NR) Externa (OT-ME) taxa de câmbio (OT-TXC)

Título emitido em Dólares


Título emitido em Kwanza Título emitido em Kwanza Títulos emitido em Kwanzas
Norte Americano
Taxas de juros fixas entre
Taxas de juro fixas entre Taxas de juro fixas entre 5% a Taxas de juros variável,
15,75% a 16,50%, conforme
3,70%, 4,50%, 5,20% e 5,90% 5,50%, conforme maturidade conforme leilão
maturidade
Maturidades de 91 dias, 182
Maturidades entre 1,5 a 4 anos Maturidades entre 2 a 5 anos Maturidades entre 5 a 7 anos
dias e 364 dias
Emissão com reajuste do valor
Emissão sem reajuste do valor Emissão sem reajuste do valor
nominal conforme alteração da
nominal nominal
taxa de câmbio
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MERCADO DE CAPITAIS

DÍVIDA PÚBLICA – TÍTULOS PÚBLICOS 26 1


Nas Obrigações do Tesouro, os cupões (juros) são pagos semestralmente. Os juros semestrais são calculados pelo
regime de capitalização simples, utilizando a seguinte expressão:
is = [(i/100) X (1/2)]
is: taxa semestral simples, a ser aplicada sobre o valor nominal;
i: taxa anual da emissão.
Exemplo: Imaginemos que adquiriu 5 Obrigações do Tesouro Não Reajustáveis (OT NR) de maturidade 2 anos,
emitida a taxa de 16% ao ano, Calcule a taxa de juro semestral e o respectivo juro. Se a mesma fosse vendida a
desconto, a yield de 22%, qual seria o preço?

Importa dar nota que a metodologia de cálculo de juros (cupão) é igual para todas Obrigações do Tesouro, porém
com algumas particularidades importantes nas OT INBT (taxa de Juro variável) e OT TXC (reajuste do valor nominal,
pela fórmula: Vna = Vne X Tca/Tce).
 Onde:
Vna – valor nominal actualizado;
Vne – Valor nominal de emissão
Tca – Taxa de Câmbio da compra do dólar (referência BNA)
Tce – Taxa de Câmbio da Venda do dólar (referência BNA)

O preço de uma obrigação indexada é dado pela seguinte expressão

P = Tca x Coeficiente. Onde coeficiente é igual 1254,02118


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MERCADO DE CAPITAIS

EMISSÃO DE DÍVIDA PÚBLICA 27 1

O Processo de emissão/colocação de títulos públicos é um exercício anual e obedece,


previamente, as seguintes fases:
 Aprovação e publicação do Orçamento Geral do Estado (OGE);
 Aprovação e Publicação do Plano Anual de Endividamento (PAE), acompanhado
dos diplomas que autorizam a emissão de Títulos do Tesouro:
 Decretos Presidenciais;
 Decretos Executivos;
 Despachos.
 Programação e acompanhamento.

Como é realizada a emissão de títulos do tesouro efectivamente?


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MERCADO DE CRÉDITO

OPERAÇÕES ACTIVAS/OPERAÇÕES PASSIVAS 28 1


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MERCADO DE CAPITAIS

ACÇÕES 29 1
Ações são instrumentos representativos de uma fracção do capital social de uma sociedade anónima ou de
empresa constituída por acções. As empresas que se propõe vender acções são consideradas empresas de
capital aberto, enquanto o comprador ou investidor torna-se proprietário da mesma instituição, portanto,
torna-se sócio e fica sujeito ao risco de negócio.

Tipos de acções:

As acções ordinárias – são papéis que garantem poder de voto nas assembleias da empresa e direitos
especiais no caso de venda da companhia. Costumam dar menos dividendos do que as preferenciais.

As acções preferenciais – conferem ao seu detentor a preferência na distribuição de dividendos, mas não
oferecem direito a voto.

Importa referir que o processo de emissão de acções é similar ao processo de emissão de emissão de
obrigações , isto em Angola. Porém, é necessário que a empresa seja uma sociedade de capital aberto ou
sociedade anónima, tal como estipula o Código de Valores Mobiliários angolano.
GIOVANNI PELIGANGA

MERCADO DE CAPITAIS

ACÇÕES 30 1

Podemos, de modo resumido, elencar as principais vantagens inerentes a abertura de capital e consequente
alienação de acções em mercados regulamentados:

 Exposição a um conjunto de investidores nacionais e estrangeiros, capaz de financiar os projectos


de expansão da sua empresa, sem recurso a emissão de dívida;
 A abertura de capital coloca à disposição da empresa o acesso a uma fonte de recursos
potencialmente infindável. Isto é, desde que a empresa tenha perspectivas de crescimento
exequíveis e, também, rentáveis, ou desde que os investidores tenham interesse em tornar-se
sócios, haverá meios para captação de fundos;
 Diferente do que acontece aquando da contracção de um crédito bancário, o retorno dos fundos
captados está directamente ligado ao desenvolvimento da empresa, ou seja, não há resgate
(reembolso) nem obrigação contratual certa por parte do emitente;
 A inexistência de um prazo de amortização/termo de crédito, constituiu portanto uma alternativa
de financiamento para as empresas em crescimento, levando a redução do risco de crédito das
mesmas, que por sua vez resulta na redução do custo de capital;
 Uma outra vantagem cinge-se na atenuada susceptibilidade a volatilidade económica. A abertura de
capital confere também a empresa uma constante avaliação com base nas cotações, bem como
maior visibilidade e uma melhor imagem institucional;
 Aumento da visibilidade e reconhecimento da sua empresa por parte dos stakeholders e pelo
público em geral, resultando num reforço da imagem da empresa – tanto externa como interna.
GIOVANNI PELIGANGA

MERCADO DE CAPITAIS

ACÇÕES 31 1

O valor de uma acção, denominado valor intrínseco, é igual ao valor actualizado dos cash-flows que o seu
detentor espera receber, ou seja, em muitas situações corresponde ao valor actualizado dos dividendos
esperados futuros.
𝐸 (𝐷𝑡+1) 𝐸 (𝑃𝑡+1)
𝑃𝑡 = +
1+𝑟 1+𝑟
Onde:
Pt – Preço esperado da acção no momento zero
r é a taxa de rentabilidade esperada exigida pelos investidores tendo em conta o risco da acção
E (𝐷𝑡+1 ) – divendo esperado
E (𝑃𝑡+1 ) – Preço esperado da acção no período t+1

Contudo, para valorizarmos a acção temos de prever o preço da acção no período t+1. Usando o mesmo
método de valorização savemos que:
𝐸 (𝐷𝑡+2) 𝐸 (𝑃𝑡+2)
E (Pt+1) = +
1+𝑟 1+𝑟
𝐸 (𝐷𝑡+1) 𝐸 (𝐷𝑡+2) 𝐸 (𝐷𝑡+3) 𝐸 (𝐷𝑡+𝑛) 𝐸 (𝑃𝑡+𝑛 )
Pt = + + +…+ +
1+𝑟 (1+𝑟)2 (1+𝑟)3 (1+𝑟)𝑛 (1+𝑟)𝑛
Assim sendi, o valor da acção no período t é igual ao valor actualizado de todos os dividendos esperados
futuros.
GIOVANNI PELIGANGA

MERCADO DE CAPITAIS

ACÇÕES 32 1
O valor intrínseco de uma acção depende:

1. Fluxo de dividendos futuros – para usar o modelo é necessário prever o fluxo de todos os dividendos
esperados futuros. Dada a complexidade de se proceder a tal estimativa, coloca-se a hipótese de
crescimento dos dividendos ao longo do tempo, pelo que teremos três modelos:
1. Modelo de crescimento constante, também conhecido por modelo de Gordon-Shapiro. Neste modelo admite-se que
os dividendos crescem a uma taxa constante
2. Modelo de crescimento múltiplo, neste modelo até a um determinado tempo (T), os dividendos não têm nenhum
comportamento especifico, mas a partir daquele período os dividendos crescem a uma taxa constante. É um caso
particular do modelo 1.
3. Os modelos de crescimentos com duas ou três fases são também casos particulares do modelo de crescimento
múltiplo. No modelo de crescimento com duas fases assume-se que a taxa de crescimento é g1 até uma
determinada data T e que a partir dai a taxa de crescimento dos dividendos passa a ser g2, para sempre. O modelo a
três fases é semelhante mas existe uma fase de transição em que a taxa de crescimento passa gradualmente de g1
para g2.

2. Taxa de rendibilidade exigida - é a taxa de actualização dos dividendos, ou seja, representa a taxa exigida
pelos investidores tendo em conta o risco da acção. A referida taxa deve incorporar o valor temporal do
dinheiro, tradeoff no mercado financeiro, bem como o binómio risco e rendibilidade, ou seja, é necessário
estimar o risco da acção e saber qual é a relação entre a rentabilidade esperada e o risco sistemático no
mercado financeiro, ou seja, temos de recorrer ao modelo de equilíbrio dos mercados financeiros, neste
caso o CAPM. Assim, a taxa de rendibilidade esperada e o risco da acção serão dados pelo Security Market
Line : r = 𝑟𝑓 + β𝑖 𝐸(𝑟𝑚 − 𝑟𝑓 )
GIOVANNI PELIGANGA

MERCADO DE CAPITAIS

ACÇÕES – DETERMINAÇÃO DO VALOR INTRÍNSECO 33 1


Para a determinação do valor intrínseco de uma Acção vai ser usado o Modelo dos Dividendos Descontados
(DDM), que representa o valor actual dos dividendos futuros da empresa.

Exemplo: Qual é o preço de uma acção hoje que pagará dividendos de Kz 15 000,00 dentro de um ano e
apresentará um preço esperado, para o mesmo período, de Kz 81 580,00? Considere que a remuneração
exigida (r) pelo investidor é de 10%.

𝐸 (𝐷𝑡+1) 𝐸 (𝑃𝑡+1)
𝑃𝑡 = +
1+𝑟 1+𝑟

𝐸 (𝐷1 ) 𝐸 (𝑃1 )
𝑃0 = +
1+𝑟 1+𝑟

8000+88580
Po = = 87 800,00
1+10%

8000
Dividend yield = = 9,1116%
87800

(88580−87800)
Taxa da mais-valia = = 0,8884%
87800

𝑷𝟏 −𝑷𝟎 +𝑫𝟏
𝒓𝒕 = - Taxa de rendibilidade
𝑷𝟎
GIOVANNI PELIGANGA

MERCADO DE CAPITAIS

ACÇÕES – DETERMINAÇÃO DO VALOR INTRÍNSECO 34 1


Situações de avaliação

 Se o Valor Intrínseco > Cotação – Subavaliada e deve-se comprar


 Se o Valor Intrínseco < Cotação – Sobreavaliada e deve-se vender ( short-selling nos mercados
financeiros que permitirem este tipo de operações)
 Se o Valor Intrínseco = Cotação – está em equilíbrio e correctamente avaliada

Imaginemos que o a acção do exemplo anterior esteja cotada a Kz 90 000,00, qual seria a situação de
avaliação?

Significa que 𝑃′0 = 90 000 e 𝑃0 = 87 800. onde 𝑃′0 (representa a cotação) e 𝑃0 (valor intrínseco).

𝑷𝟏 −𝑷′𝟎 +𝑫𝟏
𝒓𝒕 =
𝑷′𝟎

𝟖𝟖𝟓𝟖𝟎−𝟗𝟎𝟎𝟎𝟎 +𝟖𝟎𝟎𝟎
𝒓𝒕 = = 7,3111%
𝟗𝟎𝟎𝟎𝟎

Compraria a acção?
GIOVANNI PELIGANGA

MERCADO DE CAPITAIS

ACÇÕES – DETERMINAÇÃO DO VALOR INTRÍNSECO 35 1

DDM – Modelo de Crescimento Gordon


Assumindo uma taxa de crescimento constante dos dividendos g
D0 (1  g ) D0 (1  g ) 2 D0 (1  g ) 3 D0 (1  g ) t D1
P0     ...  P0 
(1  r ) (1  r ) 2 (1  r ) 3 (1  r ) t rg
• DDM com a taxa de crescimento g:

D1
r g
p0
Pressupostos do Modelo
• O período é infinito
• g tem uma taxa constante de crescimento
• g < r, a taxa de crescimento dos dividendos a longo prazo terá de ser menor
GIOVANNI PELIGANGA

MERCADO DE CAPITAIS

ACÇÕES – DETERMINAÇÃO DO VALOR INTRÍNSECO 36 1

Exemplo:
Admita a Empresa C&F, S.A paga actualmente um Dividendo de Kz 100 por acção. Os
investidores esperam que a taxa de crescimento dos dividendos seja de 7% ao ano. Taxa de
remuneração exigida pelos accionistas é de15% ao ano.

• A solução: D1 100(1.07)
P0    1337,5
r  g 0.15  0.07

• Admita agora que a cotação na bolsa desta acção é de USD 1500, aconselha comprar?

100(1.07)
r  0.07  14,13%
1500
GIOVANNI PELIGANGA

MERCADO DE CRÉDITO

OPERAÇÕES ACTIVAS/OPERAÇÕES PASSIVAS 37 1


GIOVANNI PELIGANGA

RESUMO 38 1
Finalizado o presente capítulo, o estudante deverá estar em condições de:
 Explicar os aspectos inerentes ao mercado de capitais;
 Diferenciar os diferentes instrumentos do mercado de capitais;
 Avaliar os principais instrumentos (acções e obrigações) do mercado de crédito, em
termos de risco e rendibilidade para o investidor (mutuante) e custo para o emitente
(devedor);
 Explicar basicamente o mercado de dívida pública;
 Explicar claramente a importância dos instrumentos para o financiamento da actividade
económica crédito para a economia.

Complementarmente recomenda-se:
 Visitar os websites do Ministério das Finanças (MINFIN), Comissão do Mercado de
Capitais (CMC), Unidade de gestão da Dívida Pública (UGD) e Bolsa de Dívida e Valores
de Angola (BODIVA), para inteirar-se sobre o funcionamento do mercado de capitais em
Angola, dívida pública, bem como sobre os instrumentos disponíveis no nosso mercado;
 Investigar e resumir os passos para emissão de Eurobonds.

Nota bem: todos os pontos elencados serão parte da avaliação.


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