Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
JURÍDICO
1ª Edição
Indaial - 2023
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
C397
Martins, Matheus
ISBN Digital
1. Empreendedorismo. - Brasil. 2. Jurídico. - Brasil. II. Centro
Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 658,9
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
PLANO DE NEGÓCIOS.................................................................... 7
CAPÍTULO 2
MARKETING JURÍDICO................................................................. 51
CAPÍTULO 3
VISÃO E PENSAMENTO DO EMPREENDEDOR JURÍDICO........ 97
APRESENTAÇÃO
“Ser empreendedor significa ser um realizador, que produz novas ideias atra-
vés da congruência entre criatividade e imaginação” (SEBRAE, 2019, s. p.). O
Empreendedor é aquele que toma a iniciativa de empreender, de ter um negócio
próprio. É aquele que sabe identificar as oportunidades e transformá-las em lucro.
Criativo, inovador, arrojado, que estabelece estratégias que vão delinear seu futuro.
Pivotar:
O termo é derivado do inglês to pivot (“mudar” ou “girar”) e designa
uma mudança radical no rumo do negócio.
FONTE: https://www.facebook.com/piresegoncalvesadvogados/
photos/pivotar-derivado-do-ingl%C3%AAs-to-pivot-significa-
mudar-ou-girar-termo-utilizado-par/2596299187297953/.
C APÍTULO 1
PLANO DE NEGÓCIOS
Organizar Ações.
Determinar responsáveis.
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
8
Capítulo 1 PLANO DE NEGÓCIOS
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Ao iniciar um novo empreendimento jurídico, o advogado deve criar um plano
de negócios, onde deve organizar as informações coletadas sobre o escritório de
advocacia que deseja criar. O planejamento proporciona uma visão mais clara e
consistente sobre o desenvolvimento do negócio em metas alcançáveis.
Por muitas vezes ao longo dos nossos estudos sobre empreendedorismo ju-
rídico, serão colocadas as palavras empresa ou empreendimento, ao invés de
escritório, pois a visão que devemos ter de um escritório de advocacia é a mesma
que devemos ter para formação de uma empresa.
FONTE: <https://agerpnewton.files.wordpress.com/2015/10/12171852_9
55165537892229_1752761960_o.jpg>. Acesso em: 12 abr. 2022.
10
Capítulo 1 PLANO DE NEGÓCIOS
2 MODELO SOCIETÁRIO/
SOCIEDADE DE ADVOGADOS: TIPO
E CLASSIFICAÇÃO
Para entender o que é uma sociedade de advogados, devemos analisar
o Estatuto da Advocacia e o que a OAB dispõem sobre o tema.
11
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
Art. 16. Não são admitidas a registro nem podem funcionar to-
das as espécies de sociedades de advogados que apresentem
forma ou características de sociedade empresária, que adotem
denominação de fantasia, que realizem atividades estranhas
à advocacia, que incluam como sócio ou titular de sociedade
unipessoal de advocacia pessoa não inscrita como advogado
ou totalmente proibida de advogar (BRASIL, 1994).
12
Capítulo 1 PLANO DE NEGÓCIOS
A sociedade de advogados, por ser uma pessoa jurídica, age na vida civil
em busca de seu objetivo. Vale citar que seus atos são totalmente independentes
daqueles praticados por seus sócios. Portanto, a partir do momento que assu-
me obrigações resultantes do exercício de suas atividades, esta responderá pelos
danos que poderá ocasionar – como qualquer outra espécie de sociedade –, de
forma direta e ilimitada. É interessante mencionar na ocasião que, a sociedade
13
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
não possuindo patrimônio o suficiente para quitar suas obrigações, esta cairá em
insolvência e estará ainda sujeita a processo respectivo – trata-se, portanto, do
processo de execução por quantia certa contra devedor insolvente – previsto no
Artigo 748 do Código de Processo Civil: “Art.748 – Dá-se a insolvência toda vez
que as dívidas excederem à importância dos bens do devedor” (BRASIL, 1973)
“Art. 185 – Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios
jurídicos, aplicam-se, no que couber, as disposições do Título
anterior. (cite-se: “Livro III: Dos Fatos Jurídicos – Título I: Do
Negócio Jurídico”)”
“Art. 389 – Não cumprida a obrigação, responde o devedor por
perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo
índices oficiais regulamente estabelecidos, e honorários de ad-
vogados” (BRASIL, 1994).
14
Capítulo 1 PLANO DE NEGÓCIOS
2.3 SÓCIOS
Estabelece-se que somente poderá integrar a sociedade de advogados
aqueles regularmente inscritos na OAB, porém sendo vedada a participação de
advogados estrangeiros (nesta hipótese, deverá o advogado estrangeiro se reunir
em sociedade própria – ou de consultores estrangeiros – perante inscrição, fiscali-
zação e controle dos Conselhos Seccionais). Outra vedação dentro da sociedade
de advogados é o profissional “totalmente proibido de advogar”, ou seja, o advo-
gado inscrito assume caráter permanente e/ou temporário de exercer sua ativida-
de profissional, conforme previsão legal no Artigo 28 do Estatuto da Advocacia e
15
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
16
Capítulo 1 PLANO DE NEGÓCIOS
De acordo com o Código Civil, Artigos 1.002 e 1.003, temos que “o sócio
não pode ser substituído no exercício das suas funções, sem o consentimento
dos demais sócios, expresso em modificação do contrato social” e “a cessão total
ou parcial de quota, sem a correspondente modificação do contrato social com o
consentimento dos demais sócios, não terá eficácia quanto a estes e à sociedade”
(BRASIL, 2002).
Esta destituição pode ocorrer caso o sócio administrador não cumpra com
os seus deveres, ou o faça de forma incorreta ou contra os melhores interesses
da sociedade. Ainda cabe, contra ele, ação indenizatória, caso fique provado que
houve dolo em suas ações.
17
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
É claro que, caso o sócio fraude credores por conta da limitação patrimonial,
ele será responsável ilimitadamente pela obrigação da sociedade, com a descon-
sideração da personalidade jurídica. Toda essa responsabilidade é aplicável ao
sócio administrador.
18
Capítulo 1 PLANO DE NEGÓCIOS
Algumas questões que podem ser tratadas no acordo de sócios e que, possi-
velmente, não há razão para colocá-las no contrato social (já que este vai obriga-
toriamente a registro na Junta Comercial, ou seja, torna-se público) são: definição
das responsabilidades e obrigações de cada sócio; a forma de convocação e rea-
lização das reuniões; mecanismos de ingresso e retirada de sócios (Cláusulas de
Vesting e Cliff são comuns a documentos desta natureza); os quóruns de aprova-
ção de atos administrativos; a política de governança decisória; a forma e condi-
ções para distribuição dos lucros; as formas e condições de alienação de quotas;
e dentre outras matérias de relevância interna.
Quanto à validade legal, ele será um contrato válido caso preencha os requi-
sitos para sua licitude, quais sejam: Deve seguir os requisitos para a validade de
um negócio jurídico (Artigo 104 do Código Civil): agente capaz; objeto lícito, pos-
sível, determinado ou determinável; forma determinada ou não proibida por lei;
não pode afrontar nenhuma determinação legal; não pode desrespeitar nenhuma
determinação do contrato social (é vinculado a este); e o acordo obriga as partes
ao seu cumprimento.
19
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
2.6 TRIBUTAÇÃO
Há uma grande dúvida quanto à existência de tributação sobre a sociedade
de advogados e quais os limites que deverão ser respeitados. É certo que, a tribu-
tação incidente na sociedade de advogados é reduzida, comparada à tributação
que incide sobre a advocacia, se praticada individualmente.
Imposto de Renda de Pessoa Física ou Jurídica, ISS, INSS, CSLL, PIS e Co-
fins. A sopa de letras dos tributos também atormenta a vida dos escritórios de
advocacia pequenos, médios e grandes.
O mais simples é o cálculo pelo lucro presumido. Para isso, o fisco entende
que o lucro no caso de escritórios de advocacia é de 32% da receita total da so-
ciedade, calculada a cada três meses. Em cima desse valor é calculado o IRPJ. A
alíquota é de 15%. Caso a média mensal da receita ultrapasse R$ 20 mil, é cobra-
do 10%, além dos 15%, ou seja, 25% sobre o excedente.
20
Capítulo 1 PLANO DE NEGÓCIOS
Suponhamos que a receita total, ou seja, todo o valor que entrou na socieda-
de, tenha somado R$ 60 mil nos três meses média mensal de R$ 20 mil. O fisco
presume que o lucro seja de 32%, ou seja, R$ 19,2 mil (pelos três meses). Neste
caso, aplica-se a alíquota de 15%. O valor a pagar será de R$ 2.880.
Caso a receita total seja superior a R$ 60 mil, por exemplo, de R$ 100 mil
nos três meses, a média mensal fica acima de R$ 20 mil. Neste caso, a tributação
é diferente. Sobre os R$ 60 mil, incidirá a alíquota de 15%. Entretanto, sobre o
valor restante, de R$ 40 mil, deverão ser aplicados 25%. Assim, o escritório que
faturou R$ 100 mil nos três meses vai pagar R$ 19 mil.
O ISS (imposto sobre serviço), por ser um imposto municipal, o modo como
ele será cobrado mensalmente vai depender de cada prefeitura. A Lei Comple-
mentar 116/03 serve de referência nacional. No município do Rio, por exemplo, a
Lei 3.720/04 é quem dita as regras. Para as sociedades profissionais, a base de
cálculo é de 2% sobre um valor fixo, estabelecido pela lei.
Outro tributo é o INSS, pois o profissional autônomo terá que recolher, e que
corresponde a 20% de sua remuneração. De acordo com portaria do INSS, a con-
tribuição não podem passar de R$ 3 mil.
21
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
3 ESTRUTURA ADMINISTRATIVA /
CAPITAL HUMANO
O capital humano como os ativos intangíveis inerente às pessoas no exercí-
cio de suas funções, o que as tornam valiosas para as empresas (DAVENPORT,
2001). “A intangibilidade atribuída ao capital intelectual deve-se ao facto de este
ser também composto por capital humano que, dizendo respeito às pessoas e
ao conhecimento por elas detido, incorpora elementos sobretudo tácitos e conse-
quentemente intangíveis” (CABRITA, 2009, s.p.).
22
Capítulo 1 PLANO DE NEGÓCIOS
Por ser uma característica intrínseca dos trabalhadores, o capital humano não
pode ser armazenado e por esta razão as empresas devem procurar maneiras in-
ternas de retê-los e alavancá-los, investindo no conhecimento para que novos ta-
lentos sejam formados e consequentemente o capital humano seja ampliado.
23
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
ços e clientes, “definir a missão, a visão e os valores é uma das atividades mais
importantes do planejamento estratégico e o que mais orienta a organização para
o pleno exercício da liderança compartilhada” (CRUZ, 2017, s.p.).
24
Capítulo 1 PLANO DE NEGÓCIOS
25
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
• Missão
Toda e qualquer organização tem uma missão a cumprir, sendo que essa
missão representa a razão de existir de uma organização.
26
Capítulo 1 PLANO DE NEGÓCIOS
• Visão
A visão geralmente está voltada para aquilo que a organização pretende ser,
portanto, muitas empresas colocam a visão como um projeto que elas gostariam
de ser dentro de certo prazo de tempo e qual o caminho futuro e compreensão
das ações necessárias para torná-lo rapidamente um sucesso (ROCHA, 2009).
• Valores
Valores são princípios ou crenças que servem de guia ou critérios para com-
portamentos, atitudes e decisões de todas e quaisquer pessoas que, no exercício
das suas responsabilidades e na busca dos seus objetivos, estejam executando a
Missão, em direção à Visão.
27
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
4 FERRAMENTAS DE GESTÃO
No mundo cada vez mais competitivo, a necessidade de desenvolvimento de
uma organização torna a elaboração de projetos fundamental, já que as organiza-
ções estão em constantes processos de mudança, procurando um contínuo aper-
feiçoamento, o que pode implicar em uma transformação. Assim, para uma organi-
zação privada o não aprimoramento de sua empresa pode representar a seu fim.
A maioria das pessoas almejam ter seu próprio negócio, e mais, colocar em
prática a criatividade e construir algo que dure, seja através de ferramentas de
Gestão Empresarial, metodologias de Marketing ou, até mesmo, através de ideo-
logias capazes de potencializar a inovação e conduzir a empresa ao sucesso.
28
Capítulo 1 PLANO DE NEGÓCIOS
Segundo o IBGE (apud MACHADO, 2022, s.p.), “de cada dez empresas, seis
fecham antes de completar 5 anos”. Baseado nesta declaração, ratifica-se a sig-
nificativa relevância desta, pois no mundo atual é quase impossível empreender
sem desenvolver estratégias empresariais, como ferramentas de gestão, softwa-
res, marketing, além dos valores que a empresa deve conquistar, que auxiliem as
etapas de projetos e execução.
29
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
30
Capítulo 1 PLANO DE NEGÓCIOS
4.1.1 Kanban
4.2 SCRUM
O Scrum é um modelo ágil de processo foi desenvolvido por Jeff Sutherland
e por sua equipe no início da década de 1990 (TOMÁS, 2009). Nele há um padrão
de processo em que ocorrem as tarefas de trabalho, sendo esta, uma abordagem
iterativa e incremental, a qual reage bem às mudanças e é indicado para projetos
a serem desenvolvidos em curtíssimos prazos.
31
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
4.3 CANVAS
O Modelo de Negócio Canvas tem como principal ponto forte a simplicidade.
Por meio de um quadro, o empreendedor pode enxergar as nove principais variá-
veis de seu negócio: Clientes, Proposta de Valor, Canais, Relacionamento, Receita,
Recursos Principais, Atividades-chave, Parcerias Principais, Estrutura de Custo.
32
Capítulo 1 PLANO DE NEGÓCIOS
FONTE: <https://fluxoconsultoria.poli.ufrj.br/wp-content/uploads/2016/05/
modelo-canvas.jpg>. Acesso em: 12 abr. 2022.
Entender como funciona o Canvas é bem fácil. A ideia é que o quadro seja
impresso ou exposto em um mural para que os gestores analisem as principais
áreas que permitem a atividade da empresa, preenchendo os espaços disponí-
veis para visualizar o seu negócio como um todo. Ele pode ser utilizado por um
empreendedor individual, por uma pequena organização ou pela equipe de uma
grande empresa – o propósito é sempre o mesmo: alinhar os principais setores da
empresa e gerar uma compreensão mais ampla do seu funcionamento.
33
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
FONTE: <https://gestaodesegurancaprivada.com.br/governanca-
corporativa-nas-empresas/>. Acesso em: 12 abr. 2022.
34
Capítulo 1 PLANO DE NEGÓCIOS
35
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
Um pouco mais adiante, na década de 1970 foi criada uma teoria chama-
da de “Teoria do Agente”, desenvolvida pelos economistas Michael C. Jensen e
William H. Meckling, que focaram seus estudos em empresas britânicas e norte-
-americanas, analisando a relação entre propriedade e controle, e conflitos das
partes interessadas.
36
Capítulo 1 PLANO DE NEGÓCIOS
37
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
A lógica por trás desse mecanismo é de que, quanto maiores forem os incen-
tivos (remuneração + demais vantagens) menor seria a probabilidade de o gestor
ter atitudes que implicassem na perda de seu cargo (OKIMURA, 2003).
38
Capítulo 1 PLANO DE NEGÓCIOS
• Transparência
A transparência se refere a um relacionamento transparente entre
todos os envolvidos naquele negócio; seus stakeholders, gestão,
sócios, colaboradores, fornecedores etc.
Se promovendo a transparência, as decisões e os objetivos são
claros, o que traz mais segurança e solidez para a empresa.
• Equidade
Este princípio garante que todos tenham um tratamento justo na-
quela organização, olhando para todos com suas particularida-
des, necessidades e expectativas.
• Prestação de contas
Este é o maior dever de quem está à frente da empresa, pois
existe alguém que se responsabiliza por tudo e deixa claro as de-
cisões tomadas, as omissões e suas responsabilidades.
39
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
• Responsabilidade corporativa
Este pilar é o que zela pela sustentabilidade e longevidade da
empresa, de acordo com seus propósitos e objetivos (FERNA-
DES, 2021).
40
Capítulo 1 PLANO DE NEGÓCIOS
5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
O Plano de Negócio apresenta-se como um instrumento extremamente rele-
vante para um futuro empreendedor e investidor, pois com ele é possível ter uma
visão global do negócio. Isso somente é possível porque o Plano de Negócio pos-
sui elementos estruturantes, nos quais são levantados dados como: qual o produ-
to/serviço que será oferecido; se existe diferencial neste produto/serviço; quais os
concorrentes diretos e indiretos no mercado; qual será o público alvo; como será
a estratégia de marketing; qual a estrutura jurídica da empresa; quem serão os
sócios e investidores; qual a formação acadêmica dos sócios e suas experiências
profissionais; como será o processo produtivo; qual o valor das vendas mensais e
anuais; qual investimento com maquinário será necessário; quais os custos fixos
da empresa; em quanto tempo será possível equilibrar as contas; quanto tempo
será possível ter o retorno do investimento; dentre outras.
Portanto, o Plano de Negócio é uma ferramenta que deve ser utilizada pelo
empreendedor que queira iniciar ou mesmo ampliar seus negócios, a fim de que
consiga ter uma visão mais abrangente de onde está no presente momento o seu
negócio, e aonde pode chegar com sua ideia e recursos.
41
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
42
Capítulo 1 PLANO DE NEGÓCIOS
REFERÊNCIAS
ANDRADE, A.; ROSSETTI, J. P. Governança corporativa: funda-
mentos, desenvolvimento e tendências. São Paulo: Atlas, 2004.
ÁVILA, R. Como Usar Análise SWOT Quando For Expandir Sua Empresa. blog.
luz, 2017. Disponível, em: https://jornadadogestor.com.br/como-fazer/como-u-
sar-analise-swot-quando-for-expandir-sua-empresa/. Acesso em: 15 ago. 2022.
43
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
44
Capítulo 1 PLANO DE NEGÓCIOS
45
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
46
Capítulo 1 PLANO DE NEGÓCIOS
47
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
REQUIÃO, R. Curso de Direito Comercial. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
48
Capítulo 1 PLANO DE NEGÓCIOS
49
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
50
C APÍTULO 2
MARKETING JURÍDICO
Criar relacionamentos.
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
52
Capítulo 2 MARKETING JURÍDICO
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
“As invenções são, sobretudo, o resul-
tado de um trabalho teimoso.”
Santos Dumont (1873-1932)
53
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
2 MARKETING JURÍDICO
Marketing é a comercialização de um produto ou serviço a partir de um proces-
so de troca, tendo como principal característica a orientação total para o consumidor
que se quer atingir, buscando atender plenamente as suas necessidades e desejos,
e tendo como recompensa a sua fidelização (KOTLER; AMSTRONG, 2004).
Seguindo essa linha, então o marketing deixa de ser mais do que um de-
partamento dentro de uma empresa e passa a ser visto como a “espinha dor-
sal” de um negócio, analisando que esse negócio tem como foco a satisfação
dos clientes e como consequência obtenção de lucro. Dentro desse composto de
Marketing, estão inseridos os 4 P´s, que são terminologias criadas para facilitar os
entendimentos dos pontos chave que são trabalhados durante a definição de uma
estratégia de uma empresa.
Segundo o autor Marcos Cobra (1997), o primeiro “P” significa “Produto” ou,
se for o caso, “Serviço” que é o resultado de uma ação. Este “P” é o principal,
pois ele é a entrega de valor da empresa para o cliente. Este ponto chave tem
que estar alinhado com o mercado em que está atuando, para poder satisfazer as
necessidades dos clientes e ter valor percebido, ser desejado e comercializado.
54
Capítulo 2 MARKETING JURÍDICO
O terceiro P significa “Preço”, que nesse caso é quanto vai custar esse pro-
duto/serviço ou quanto os clientes irão pagar para obter aquele produto, ou satis-
fazer aquela necessidade. O fator relevante nesse ponto é que o preço pode ser
determinado por diversos fatores que vão desde a estratégia de mercado até o
valor percebido pelo cliente.
O último, mas não menos importante P é a “Promoção”, que nesse caso pode
ser considerada como comunicação também. É onde e como os clientes vão ficar
sabendo da existência desse produto ou serviço, ou buscar informações sobre
ele. Esse último “P” acabou sendo a ferramenta mais utilizada, é percebido pelo
mercado em geral como o próprio marketing. O que é um equívoco grande, pois
marketing não é uma coisa só e sim um composto de processos e ferramentas
que visam um objetivo.
Para efetuar uma boa estratégia de marketing o escritório necessita ter uma
visão bem clara dos seus objetivos no mercado. Segundo Kotler (2003),
55
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
56
Capítulo 2 MARKETING JURÍDICO
O crescimento fomentado por novas ideias, umas geniais e outras nem tan-
to, acabaram por saturar o mercado de produtos e serviços, que por sua vez já
não trazem mais a originalidade que traziam décadas atrás, mas a cada ano que
passa vem apenas melhorando a sua utilidade, a qualidade do material que é
fabricado, dentre outros atributos. A prestação de serviço surgiu nesse contexto,
como um bem de consumo, por meio da própria demanda de produtos que existia.
A prestação de serviço passou, em alguns casos, até a ser um diferencial para os
clientes, como por exemplo, ao comprar um ar-condicionado ganha a instalação
ou a manutenção grátis.
Mas afinal o que é um serviço? Segundo Philip Kotler (KOTLER, 2003, s.p.),
o serviço pode ser definido como “toda atividade ou benefício, essencialmente
intangível, que uma parte pode oferecer à outra e que não resulte na posse de
algum bem.” Nesse caso o autor de diversos livros da área de marketing e admi-
nistração, quis dizer que o serviço é o resultado de uma ação que não tenha re-
sultados tangíveis. A principal diferença entre produtos e serviços é a tangibilidade
ou intangibilidade. O serviço pode ser percebido, mas não existe como mensurar
fisicamente o que está sendo praticado. Diferente de um relógio, por exemplo,
que possui sua estrutura metálica, com detalhes de ouro branco, facilmente visí-
vel aos olhos do comprador.
Nas últimas décadas os serviços estão ficando cada vez mais relevantes.
Algumas práticas em organizações relacionadas aos serviços têm sido implemen-
tadas e explicam a sua importância na economia contemporânea. Como foram
citados anteriormente, os serviços intangíveis aliados a produtos ou bens de con-
sumo são utilizados como forma de diferenciar a oferta em relação aos concor-
rentes. Agregar mais serviços a bens de consumo tangíveis tem sido uma prática
bem comum para atrair novos clientes e destacar-se da concorrência, criando no-
57
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
vos mercados. O serviço nesse caso, faz parte da estratégia de marketing uma
vez que ele seja concebido e agregado ao produto. Um serviço tangível como de
eletricidade, por exemplo, pode muitas vezes ser classificado como produto para
facilitar o entendimento (COBRA, 1997).
58
Capítulo 2 MARKETING JURÍDICO
59
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
60
Capítulo 2 MARKETING JURÍDICO
O estudo foi produzido pela agência We Are Social, em parceria com a pla-
taforma de mídia Hootsuite, e coletou dados de 22 milhões de usuários em 45
países. O Brasil tem 140 milhões de usuários ativos nas redes, o que corresponde
a 66% da população. O relatório também indica que 61% dos internautas do país
acessam redes sociais via dispositivo móvel (celular ou tablet) (AMPER ENER-
GIA HUMANA, 2022, s. p.).
Pode até parecer, num primeiro momento, que a citação desse princípio seja
um despropósito, mas não é, pois normalmente, um conteúdo é postado em todas
as redes sociais, sem qualquer filtro ou critério. Essa não é a atitude mais correta.
Isso porque o mesmo conteúdo deve ser “traduzido” (adaptado, tratado) para
se adequar ao perfil de cada rede social, já que cada uma delas tem regras, con-
ceitos e premissas próprios. Cada rede social tem um comportamento de consu-
mo único que deve ser identificado e considerado em uma publicação.
Quando tratamos dos assuntos indistintamente nas redes sociais, como ocorre
em inúmeros casos, não priorizando critérios de comportamento do usuário e seu
perfil de consumo, acabamos subaproveitando suas possibilidades e potencialidades.
61
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
62
Capítulo 2 MARKETING JURÍDICO
63
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
Por certo, quando convidado para manifestação pública, por qualquer modo
e forma, objetivando o esclarecimento de tema jurídico de interesse geral, deve o
advogado evitar insinuações com o sentido de promoção pessoal ou profissional,
bem como o debate de caráter sensacionalista.
A publicidade pode ser veiculada pela internet ou por outros meios eletrôni-
cos, tais como a telefonia, inclusive utilizadas como veículo de publicidade, para o
envio de mensagens a destinatários certos, desde que elas não impliquem ofere-
cimento de serviços ou representem forma de captação de clientela, devendo-se
observar as diretrizes estabelecidas no Código de Ética e Disciplina.
64
Capítulo 2 MARKETING JURÍDICO
Ainda, nos termos do Art. 4º, não são permitidos ao advogado em qualquer
publicidade relativa à advocacia:
65
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
Por outro lado, o Art. 6º determina que não são admitidos como veículos de
publicidade da advocacia:
a) rádio e televisão;
b) painéis de propaganda, anúncios luminosos e quaisquer
outros meios de publicidade em vias públicas;
c) cartas circulares e panfletos distribuídos ao público;
d) oferta de serviços mediante intermediários.
66
Capítulo 2 MARKETING JURÍDICO
E-5.390/2020
Página pessoal de advogado – Internet – Redes sociais – Caráter infor-
mativo – Limites éticos – Observância das normas pertinentes à publici-
dade e propaganda.
É lícita a publicidade do advogado em sites ou redes sociais desde que se-
jam observados os limites éticos impostos pelo Código de Ética e Disciplina e
pelo Provimento nº 94/2000 do Conselho Federal da OAB, dentre os quais se
destacam a discrição, moderação e o caráter meramente informativo, sendo
67
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
E-5.382/2020
Patrocínio de artigo ou post de conteúdo no google ou em outros sites de
busca ou em redes sociais – Subscrição de artigos ou posts jurídicos –
Publicidade mediante impulsionamento na internet – Possibilidade, des-
de que cumpridos todos os preceitos éticos e disciplinares.
O advogado deve contribuir para o aprimoramento das instituições, do Di-
reito e das leis, mediante produção de conteúdo científico e informativo. A
técnica do impulsionamento voltado a divulgar trabalho jurídico realizado por
advogados, a priori, não fere a ética profissional. Possibilidade de advogados
patrocinarem artigos ou posts de conteúdo no Google ou em sites de buscas
equivalentes ou em redes sociais, desde que obedecidos todos os preceitos
ético-disciplinares, seja esse patrocínio referente (i) à mera possibilidade de
advogados subscreverem artigos ou posts de conteúdo jurídico ou (ii) ao pa-
gamento para publicidade mediante impulsionamento de conteúdo jurídico
na internet. Proc. E-5.382/2020 – v. u., em 21/07/2020, do parecer e ementa
do Rel. Dr. Felipe Galea, Rev. Dra. Renata Mangueira de Souza – Presidente
Dr. Guilherme Martins Malufe.
68
Capítulo 2 MARKETING JURÍDICO
E-5.304/2019
Exercício profissional – Publicidade e propaganda na advocacia – Divul-
gação de áreas de atuação e expertises – Divulgação de cursos e pales-
tras – Cautela no uso do vernáculo popular – Observação do regulamen-
to ético para publicidade.
Desse modo, respeitados os deveres de discrição e moderação, mormente os
contidos no Artigo 39 e seguintes do CED, bem como o Provimento 94/2000 do
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, não há qualquer inade-
quação quanto ao uso e divulgação das qualidades acadêmicas do advogado,
seja ministrando aulas ou cursos e, assim, que se junte ao seu rol de atua-
ção na advocacia. A cautela deve ser observada exatamente na medida da lei,
evitando-se abusos, citações inadequadas em mídias e popularizando termos
que devem seguir estritamente o que foi definido pela construção técnica do di-
reito, os esclarecimentos quanto ao tipo de trabalho e ação cabível, será dado
ao advogado, sempre, delineado pelo seu poder argumentativo e que deve
chegar ao público, mais culto ou não, da mesma forma, utilizando-se sempre
de transparência e de dignidade para qualquer camada social, reforçando
princípios implícitos no exercício da advocacia. Proc. E-5.304/2019 – v. u., em
23/06/2020, do parecer e ementa do Rel. Dr. ClaudineI Fernando Machado,
com declaração de voto da Dra. Ana Lélis de Oliveira Garbim, Rev. Dra. Camila
Kuhl Pintarelli – Presidente Dr. Guilherme Martins Malufe.
E-5.343/2019
Marketing Jurídico utilização de aplicativos de plataforma digital – Possi-
bilidade – Necessidade de respeitar limites éticos.
Ao advogado não é proibido fazer marketing ou anunciar os seus serviços pro-
fissionais, desde que o faça com discrição e moderação. O que lhe é vedado é
sair da área discreta e moderada da publicidade, se envolvendo em métodos
ou táticas que buscam a captação desleal de clientes, denigrindo o serviço pú-
blico e a função social do ministério do advogado e configurando clara hipóte-
se de mercantilização. Essas diretrizes se aplicam à informes e publicidade em
sítios eletrônicos e locais/eventos físicos. Uso de aplicativos – Possibilidade
para divulgação e publicidade, observadas as regras éticas aplicáveis a
qualquer outro meio de divulgação e publicidade – Possibilidade de uso
para facilitar a comunicação e/ou melhorar a prestação de serviços jurí-
dicos. Não é admitido o uso de aplicativos de forma indiscriminada para res-
ponder consultas jurídicas a não clientes – inadmissível mercantilização da
advocacia. Há infração ética por parte do advogado que se associa a uma
69
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
TED-DF
Processos nºs 42384/2019 e 43697/2019
Consulta. Publicidade redes sociais. Advogados e escritórios de advoca-
cia. Permissão restrita a determinados veículos de comunicação desde
que respeitados os parâmetros delimitativos impostos. Proibição à expo-
sição sem limites, generalizados e posts patrocinados em geral. posição
em alinhamento com o cfoab.
Processos nºs 42384/2019 e 43697/2019, em 10/09/2019, Rel. Dr. Sérgio
Bomfim Peres – Presidente Dr. Antonio Alberto do Vale Cerqueira.
TED-SC
Processo de Representação nº 239/2017.
Processo ético-disciplinar. Prática irregular de divulgação da atividade
profissional. nulidade na intimação. inocorrência. Utilização de outdo-
or. infração caracterizada (Art. 36, ii, da Lei nº 8.906/1994). Pena de
censura. Circunstância atenuante. Conversão em advertência. Repre-
sentação procedente.
1. As notificações encaminhadas para o endereço profissional constante no ca-
dastro do advogado presumem-se entregues, nos termos do § 1º, do Art. 137-
D, do Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB. 2. O advogado
que emprega meios impróprios de publicidade para divulgação de sua ativida-
de profissional, utilizando outdoor colocado no imóvel onde funciona seu es-
critório, infringe as normas contidas nos Artigos 39 e 40, inciso II, do Código
de Ética e Disciplina da OAB. Ausência de discrição e sobriedade que impõe
a aplicação da pena de censura, nos termos do Art. 36, inciso II, da Lei nº
8.906/94, convertida em advertência em ofício reservado, sem registro nos as-
sentamentos do advogado representado, conforme parágrafo único, do mes-
mo dispositivo legal, tendo em vista a existência de circunstâncias atenuantes.
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, ACORDAM os Membros da
70
Capítulo 2 MARKETING JURÍDICO
71
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
72
Capítulo 2 MARKETING JURÍDICO
Com as aplicações, a marca vai muito além de aspectos físicos, são sim im-
portantes para o conceito, mas marca é “[...] a percepção íntima, o sentimento vis-
ceral de uma pessoa em relação a um produto, serviço ou empresa” (NEUMEIER,
2008, s. p.). Assim, o conceito é influenciado pela empresa, mas uma marca será
constituída a partir do que os consumidores apreendem nesse processo.
73
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
Por isso, é importante que uma organização construa sua imagem de marca
através de todas as suas ações no mercado. Dessa forma, é possível afirmar que
“construir uma marca é sinônimo de longo prazo” (AAKER, s. p.). É preciso que
todos os processos de uma organização estejam alinhados com a tática de bran-
ding escolhida para a construção de uma marca forte.
Branding é hoje uma filosofia fundamental para qualquer empresa que almeje
sucesso e longa vida. Para entendermos melhor este conceito, devemos analisar,
primeiramente, suas atribuições para, posteriormente, analisarmos a importância
de sua utilização na diferenciação de organizações no mercado (HILLER , 2012).
O termo branding, pode ser definido como conjunto de atividades que visa oti-
mizar a gestão de marcas de uma organização como diferencial competitivo. Para o
autor, envolve atividades como design, naming, proteção legal, pesquisa de mercado,
avaliação financeira, posicionamento e comunicação (KELLER; MACHADO, 2006).
74
Capítulo 2 MARKETING JURÍDICO
Brand equity é o valor agregado atribuído a bens e serviços. Este valor pode
ser refletido no modo como os consumidores pensam, sentem e agem em relação
à marca e, também, nos preços que uma organização pratica, a sua participação
no mercado e a lucratividade gerada por ela (KOTLER ; KELLER, 2000).
Por isso é de vital importância que as empresas tenham uma gestão de bran-
ding para alavancar seu valor no mercado.
75
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
76
Capítulo 2 MARKETING JURÍDICO
Outro atributo que pode tornar uma marca única é o seu propósito. As me-
lhores marcas lutam por algum propósito: uma grande ideia, um conjunto definido
de valores, criando uma voz única de destaque. “O propósito maior é um objetivo
organizacional superior que vale a pena ser concretizado porque melhora a vida
de algumas pessoas” (AAKER, 2011, s. p.). O cliente pode se ligar a uma organi-
zação devido a seu respeito e admiração pelo propósito maior dela.
77
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
A indagação inicial que deve ser feita é: qual é a imagem que eu quero pas-
sar do meu escritório? Qual é o público que me interessa? Quais são os meus
valores e OBJETIVOS profissionais?
3 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
O planejamento é, geralmente, considerado a função principal dentro do pro-
cesso de administração de uma empresa. A sua necessidade não é limitada ao
atendimento dos objetivos organizacionais. Ele é também necessário para deter-
minar os métodos e tipos de controle necessários, bem como que tipo de adminis-
tração a empresa/escritório deve adotar.
78
Capítulo 2 MARKETING JURÍDICO
Para criar o seu plano de ação deve-se levar em consideração três passos:
1° Passo: escreva a meta a alcançar e quebre-a em objetivos menores; 2° Passo:
liste as ações necessárias para cada um dos objetivos; e 3° Passo: aponte prazos
para que cada uma das ações, objetivos e meta estejam completos.
79
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
3.2 SWOT
Atualmente, o mercado está passando por grandes mudanças, econômicas
e culturais, com a recessão econômica em que o Brasil se encontra, as empresas
estão voltando, cada vez mais, os olhos para os seus clientes, para não os perder,
tentando se aproximar, entender melhor suas necessidades e a visão que eles
têm da empresa como um todo.
80
Capítulo 2 MARKETING JURÍDICO
biente interno e externo da organização para poder formular estratégias, nela po-
demos identificar as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças da organização.
SWOT serve para posicionar ou verificar a situação e a posição estratégica da
empresa no ambiente em que atua.
A matriz SWOT traça uma análise da situação atual do negócio e deve ser
feita regularmente, dependendo da velocidade com que seu ambiente, seu setor e
sua própria empresa mudam (DORNELAS, 2001).
A análise SWOT é uma das práticas mais comuns nas empresas voltadas
para o pensamento estratégico e marketing, é algo relativamente trabalhoso de
produzir, contudo a prática constante pode trazer ao profissional uma melhor vi-
são de negócios, pois possibilita que a empresa se posicione de maneira vanta-
josa em relação a determinadas oportunidades do ambiente e evite ou minimi-
ze ameaças, enquanto enfatiza seus pontos fortes e modera o impacto dos seus
pontos fracos (KOTLER; KELLER, 2012).
A análise SWOT é uma ferramenta útil para se obter uma visão geral da si-
tuação estratégica de uma empresa e enfatizar o princípio básico de que a estra-
tégia deve produzir um bom ajuste entre a capacidade interna da empresa (seus
pontos fortes e fracos) e as circunstâncias externas (refletidas em partes por suas
ameaças e oportunidades).
81
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
82
Capítulo 2 MARKETING JURÍDICO
83
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
84
Capítulo 2 MARKETING JURÍDICO
Fonte: https://www.treasy.com.br/blog/planejamento-de-curto-medio-e-longo-prazo/.
Acesso em: 8 out. 2022.
85
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
Tal modelo se estendeu, principalmente dos anos 1960 até o ano 2000 e
envolveu grandes demandas de massa e aumento da quantidade de serviços jurí-
dicos, em virtude da volta da democracia, do neoliberalismo, das privatizações, da
expansão territorial das grandes empresas e da relevante utilização da tecnologia
no dia a dia dos escritórios.
Nos anos 2000, a globalização levou à advocacia 3.0, que encurtou ainda
mais as distâncias entre os países, permitindo o acesso de forma fácil à maioria
das regiões do planeta. Nesse cenário, os indivíduos podem competir e colaborar,
independentemente, das distâncias geográficas, visto que facilmente, podem es-
tar presentes em todos os lugares onde haja internet.
86
Capítulo 2 MARKETING JURÍDICO
Uma das mudanças mais importantes adotadas pela advocacia 3.0 foi a im-
plantação de um modelo voltado para a gestão. As atividades que antes eram cen-
tradas passaram, neste momento, a serem integradas aos departamentos e fun-
cionários, e os escritórios apostavam em um sistema com menos camadas, mais
colaborativo e voltado à experiência do cliente (RODRIGUES; NOLASCO, 2020).
Por fim, houve a evolução para a advocacia 4.0, na qual, de fato, há uma
utilização considerável de conceitos como big data, robôs, inteligência artificial
e computação na nuvem. Na dinâmica da sociedade contemporânea, se espe-
ra do advogado um espírito empreendedor e uma visão crítica como aproveita-
mento, não apenas das oportunidades da advocacia tradicional, mas também de
seu pensamento crítico. Ele também deve se integrar totalmente às mudanças do
mercado e do seu ramo profissional a partir de diversas perspectivas.
87
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
4 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Com o processo da Quarta Revolução Industrial, o mundo como é conheci-
do atualmente, está passando por uma enorme transformação ocasionada pela
inserção de novas tecnologias na sociedade. Nesse cenário, têm deparado com
possibilidades até então não experimentadas. Novas formas de consumo, extin-
ção e surgimento de novos empregos, além de profundas mudanças sociais fa-
zem parte do que está surgindo.
Percebemos que vem ganhando força, ultimamente, nos debates sobre a in-
fluência das tecnologias na atividade do profissional jurídico, o surgimento de uma
nova advocacia, chamada de advocacia 4.0.
88
Capítulo 2 MARKETING JURÍDICO
A nova era da advocacia 4.0, exige do advogado, além de uma nova postura,
uma transformação na sua forma de pensar a sociedade e a tecnologia. A tec-
nologia no direito e, consequentemente, na advocacia, apresenta-se como uma
realidade sem volta. E, por mais medo que possa oferecer, o advogado continuará
sendo a principal inteligência e a mais importante peça da advocacia.
89
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
90
Capítulo 2 MARKETING JURÍDICO
rão valor. Uma marca pode afirmar-se por atributo, por benefício, por
adequação ao perfil do segmento a que se relaciona e, ainda, por con-
tradição a um concorrente.
a) ( ) Certo.
b) ( ) Errado.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. I. R. de. Manual de planejamen-
to estratégico. São Paulo: Atlas, 2001.
91
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
COLLINS, T.; RAPP, S. A Grande Virada do Marketing. São Paulo: Futura, 1999.
92
Capítulo 2 MARKETING JURÍDICO
KOTLER, P.; HESSEKIEL, D.; LEE, N. Boas ações: uma nova abordagem
empresarial: como integrar o marketing a ações corporativas que geram divi-
dendos sociais e retorno financeiro sustentável. Rio de Janeiro: Campus, 2012.
93
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
NERY JÚNIOR, N. Teoria geral dos recursos. 7. ed., São Paulo: RT, 2014.
94
Capítulo 2 MARKETING JURÍDICO
95
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
96
C APÍTULO 3
VISÃO E PENSAMENTO DO
EMPREENDEDOR JURÍDICO
98
Capítulo 3 VISÃO E PENSAMENTO DO EMPREENDEDOR
JURÍDICO
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
O Mindset de crescimento é uma atitude voltada para o desenvolvimento
contínuo, que pode ser potencializada em indivíduos buscando um maior desem-
penho, engajamento e qualidade de vida. O conceito vem sendo aplicado rela-
cionado a variáveis que remetem à academia, como desempenho acadêmico e
criatividade, mas é necessário relacioná-lo a variáveis organizacionais.
99
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
para a falência de uma empresa foram: a falta de capital, falta de clientes, proble-
mas no planejamento/administração, problemas pessoais ou com sócios, buro-
cracia e/ou impostos, forte concorrência, perda do único cliente e a questão de o
empreendedor ter descoberto outra atividade (SEBRAE, 2022).
100
Capítulo 3 VISÃO E PENSAMENTO DO EMPREENDEDOR
JURÍDICO
2 JORNADA DO ADVOGADO
EMPREENDEDOR
“A criatividade é pensar coisas novas. A ino-
vação é fazer coisas novas.”
Theodore Levitt
2.1 MINDSET
Uma pesquisa realizada em um grupo de grandes empresas, integrantes da
lista de empresas Fortune 500 (https://fortune.com/fortune500/) e Fortune 1000
(https://fortune.com/rankings/) analisou o impacto do mindset na cultura como um
todo das organizações. A confiança dos funcionários, sentimento de empodera-
mento para com as atividades exercidas, comprometimento e nível de colabora-
ção, inovação e comportamento ético são características variáveis de acordo com
a adoção do mindset fixo ou de crescimento. Como resultado, foi observado que
pessoas que trabalham em organizações com mindset de crescimento expressa-
ram mais concordância e comprometimento para com a empresa. Em contraste,
aqueles que trabalham em culturas com mindset fixo expressaram grande tendên-
cia de mudar de emprego.
101
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
te criada pela incerteza do momento. Esse novo mindset deve ser a ponte para
transpor as dificuldades de adaptação para o modelo digital, simbolizando a fixa-
ção da cultura da inovação e reformulação de seu modelo de negócio. Os colabo-
radores são o ponto culminante desse mindset e devem tomar plena consciência
da importância da transformação digital na organização. Para isso, são utilizados
métodos de gestão da mudança para implementação da transformação digital
através do mindset digital.
Possuir um Mindset fixo não significa que o indivíduo não será bem sucedido
no que se propõe a fazer, afinal, uma pessoa que entende e trabalha com progra-
mação não necessariamente precisa estar direcionado ao aprendizado contínuo
para ser bem sucedido (SCOTT; GHINEA, 2014). No entanto, se este alguém atua
em um ambiente competitivo, inovador, sujeito a mudanças estratégicas, buscan-
do indivíduos com ambição e ansiosos por se desenvolver, o Mindset fixo pode
representar um desestímulo tanto para o indivíduo que o possui quando para a
organização de que faz parte (BOWER; KONWERSKI, 2017).
102
Capítulo 3 VISÃO E PENSAMENTO DO EMPREENDEDOR
JURÍDICO
2.2 INOVAÇÃO
O mercado consumidor de serviços jurídicos no Brasil está sendo gradati-
vamente desconstruído, pois a lentidão, linguagem hermética, vaidade excessiva
e atraso tecnológico devem banidos das práticas jurídicas, para melhor atender
seus consumidores.
Não se trata de reinventar o saber jurídico, nem a retórica, o que está mu-
dando é a advocacia e não o Direito. A forma pela qual o advogado administra seu
escritório (seu negócio) e sua vida profissional, que está passando por profundas
transformações, não a prática jurídica.
103
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
Fonte: o autor
Se você não mudar o que cria e oferece ao mercado (serviços), corre o risco de
ficar atrás de escritórios que já fazem isso. Para crescer, também não existe outro
caminho a não ser a oferta de produtos e serviços novos. A ideia da sobrevivência
pode ser óbvia em um ambiente competitivo, mas vale também para a advocacia.
104
Capítulo 3 VISÃO E PENSAMENTO DO EMPREENDEDOR
JURÍDICO
A disruptura vem com total força para interromper, mudar padrões existentes
que não mais se adequam à sociedade atual e futura, propondo soluções dife-
rentes e inovadoras, trazendo parao mercado o surgimento de novos produtos e
serviços e causando ruptura dos padrões preexistentes, tanto no presente quanto
no futuro não tão distante. A velocidade na qual essa disruptura ocorre está cada
vez maior em quase todo o mundo, pois com o passar dos dias, surgem novas
tecnologias revolucionárias.
A inovação se tornou cada dia mais comum, visto que, sair do estado sólido e
buscar liquidez é a semente do empreendedor, que deve se portar como fluídos, “os
fluidos não se atêm muito a qualquer forma e estão constantemente prontos (e pro-
pensos) a mudá-la” (BAUMANN, 2001). Independentemente de cada segmento
de negócio, seja ele vinculado à produção de bens, ou circulação de serviços ino-
vadores, o indivíduo é considerado empreendedor por conseguir romper ou causar
uma disrupção na ordem econômica existente, dando, assim, um caráter inovador,
implantando novas ideias, novos modelos de negócios e formas de organização.
Vamos, agora, praticar um pouco de projeção futura nos baseando nas fortes
tendências já existentes na nossa realidade atual:
106
Capítulo 3 VISÃO E PENSAMENTO DO EMPREENDEDOR
JURÍDICO
107
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
108
Capítulo 3 VISÃO E PENSAMENTO DO EMPREENDEDOR
JURÍDICO
Outros dois fatores importantes também pressionam cada vez mais a profis-
são da advocacia: o primeiro é a pressão exercida por parte dos clientes para que
suas soluções sejam cada vez mais rápidas e obviamente corretas, e o segundo é
a pressão exercida pela concorrência, forçando os profissionais a gerirem melhor
seus custos e oferecerem preços mais competitivos sempre mantendo a qualidade.
Como se tudo isso não bastasse, ainda existe a pressão exercida pela própria
mudança no comportamento da sociedade, cada vez mais conectada com tudo e
todos ao mesmo tempo, gerando mais e mais a sensação de urgência e expectativa
por resultados imediatos por todos aqueles que compõem essa nova sociedade.
Por conta de todas essas pressões e também das limitações humanas, a pro-
fissão de advocacia precisou encontrar um aliado para poder enfrentar todos esses
desafios e evoluir, e isso se chama tecnologia! Apesar de não parecer (aos olhos
de um “não advogado”), a profissão da advocacia é uma das que mais necessita e
depende da tecnologia para uma prestação de serviços eficiente e responsiva.
109
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
110
Capítulo 3 VISÃO E PENSAMENTO DO EMPREENDEDOR
JURÍDICO
Fonte: o autor
111
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
112
Capítulo 3 VISÃO E PENSAMENTO DO EMPREENDEDOR
JURÍDICO
2.5.1 Benchmarking
Saber o que os concorrentes fazem e comparar com a própria empresa pode
dar insights de novos rumos para inovar o produto, processo ou serviço. Essa
abordagem é conhecida como benchmarking e ajuda a criar padrões por meio da
comparação. Pode-se estabelecer processos de benchmarking entre atividades
semelhantes dentro da mesma organização, entre atividades similares em dife-
rentes setores de uma grande empresa, entre outras atividades similares em em-
presas diferentes de um mesmo setor e entre atividades semelhantes em distintas
empresas e setores.
Benchmarking não é uma simples cópia, pois exige criatividade para adaptar
as boas práticas identificadas para que funcionem adequadamente e isso pode
gerar, inclusive, inovações importantes na organização. O benchmarking também
é usado para avaliar a competitividade da organização em relação a outras orga-
nizações de referência, em indicadores importantes para o sucesso do negócio.
113
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
A técnica do benchmarking pode ser aplicada sob, pelo menos, quatro enfo-
ques diferentes. Cada um traz benefícios e deficiências e, dependendo do caso,
um pode ser mais adequado do que outro.
114
Capítulo 3 VISÃO E PENSAMENTO DO EMPREENDEDOR
JURÍDICO
115
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
O mesmo Falconi aponta que para que essa estratégia traçada possa ser tra-
duzida em ações concretas, gerando resultados, que são classificadas em objeti-
vos, políticas ou ações. As ações podem ser implementadas com sucesso através
das técnicas de gerenciamento de projetos.
116
Capítulo 3 VISÃO E PENSAMENTO DO EMPREENDEDOR
JURÍDICO
Entretanto, essa é uma tarefa complexa, com dimensões críticas que giram
em torno de custo, prazo e desempenho técnico, que pode ser afetada de forma
significativa pela falta de um padrão nos procedimentos adotados, conhecimento
e recursos necessários.
117
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
Se a cada novo projeto ou desafio enfrentado por uma empresa seu corpo
técnico e gerencial utilizar parte de seu tempo na definição de como conduzi-lo,
em vez de se concentrar exclusivamente nas melhores soluções, terá poucas
oportunidades de aperfeiçoar seus procedimentos e, principalmente, estará ce-
dendo um espaço precioso para a atuação de seu concorrente.
Dessa forma, surge a aplicação dos sistemas de gestão que normatizam ati-
vidades específicas e incluem estrutura organizacional, o planejamento das ativi-
dades, as responsabilidades, as práticas, os procedimentos, os processos e os
recursos para desenvolver, implantar, efetuar, revisar e manter em dia as políti-
cas da organização, e visam a auxiliar na identificação e avaliação de ameaças e
oportunidades; melhoria contínua de produtos e processos; otimização de recur-
sos utilizados; aumento de produtividade; aprendizado contínuo; uniformização e
compartilhamento da informação; e processo decisório mais bem embasado.
2.5.4 O Pdca
O método PDCA (Paln-Do-Check-Act), desenvolvido na década de 1930 pelo
americano Shewart e mais tarde divulgado por Deming (Balanced Scored Institu-
te), trata-se de um modelo dinâmico que tem como propósito estabelecer um ciclo
de melhoria contínua em processos e sistemas de gestão. O método é composto
por quatro estágios:
118
Capítulo 3 VISÃO E PENSAMENTO DO EMPREENDEDOR
JURÍDICO
O ciclo do PDCA pode ser igualmente útil no universo dos escritórios de ad-
vocacia, devendo ser ajustado de acordo com as necessidades de cada tipo de
atividade, segundo as suas peculiaridades.
119
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
120
Capítulo 3 VISÃO E PENSAMENTO DO EMPREENDEDOR
JURÍDICO
beças das pessoas, por exemplo, é sempre melhor transferido diretamente entre
as pessoas. Nesta situação, o Sistema de Gestão do Conhecimento poderia facili-
tar colocando as pessoas umas em contato com as outras.
2.5.6 Benefícios
Uma boa parte dos escritórios já reconheceu que os benefícios do Gerencia-
mento do conhecimento são o aumento da eficiência e qualidade.
121
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
122
Capítulo 3 VISÃO E PENSAMENTO DO EMPREENDEDOR
JURÍDICO
123
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
124
Capítulo 3 VISÃO E PENSAMENTO DO EMPREENDEDOR
JURÍDICO
Cada vez mais, há uma cobrança por profissionais com a mente mais aberta
ao empreendedorismo, com ideias, projetos e visões, pois a evolução é constante.
As transformações no mundo fazem com que a vida seja cheia de desafios, me-
lhor dizendo, nunca para, visto que o mundo está sempre em constante mutação.
Viver riscos, ser flexível ao que a vida propõe faz com que as dificuldades
possam ser vistas de outra forma. O ramo do empreendedorismo requer muito
mais. Traz indivíduos que saibam garantir os resultados, como também estejam
aptos a mudar e se estruturar com essa nova relação de mercado.
125
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
126
Capítulo 3 VISÃO E PENSAMENTO DO EMPREENDEDOR
JURÍDICO
Lógico que as mídias sociais devem ser bem desenvolvidas, claro, pois tudo
deve depor favoravelmente para o escritório, com bom gosto e senso estético,
privilegiando a informação.
A verdade é que nos dias de hoje não se pode ofertar um serviço de qualida-
de sem utilizar as ferramentas que a Internet proporciona para o relacionamento
com os clientes e, principalmente, o fornecimento de informações. Nada mais ir-
rita um cliente do que a falta de informações na prestação de um serviço jurídico
ou, o que é pior, a necessidade de sempre ter de ir atrás do advogado para saber
como as coisas estão se encaminhando. Assim, fazendo o correto uso da internet
e mídias socais, poupa-se tempo, reduzem-se as ligações telefônicas e aumenta-
-se a satisfação do cliente.
O empreendedor nato passa a ser aquele que está apto a saber ouvir, captar
informações de forma precisa, ser tomador de decisões. Dessa forma, esse meio
permite às pessoas buscarem capacitação, trabalho em equipe e terem paixão
pelo que fazem. Ser visionário do que está sendo investido é uma das principais
formas de fazer com que o negócio possa dar um passo à frente e se destacar
(SCHUMPETER, 1984).
O ramo do direito precisa ser entendido pelos estudantes como uma forma
mais acirrada do que está apenas na teoria. A conquista pelo diploma se tornou
uma das chaves para o sucesso, mesmo visto que não apresenta garantia de
127
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
nada, requerendo muito mais que isso. Portanto, o mercado exige profissionais
que tenham olhares mais amplos dos novos modelos de adaptação. Assim, cada
vez mais as profissões ficam difíceis, uma vez que o retorno nem sempre é da
forma que se espera. Por isso, é necessário correr os riscos e investir de forma
correta no que realmente poderá prosperar. Ter visão de futuro se faz importante
em uma ampla competitividade que se vivencia.
A satisfação do seu cliente deve ser sempre avaliada para que os resultados
possam beneficiar tanto seu negócio como as pessoas que fazem parte dele. Líder
é um profissional que faz com que a gestão esteja apta a enfrentar diversos obs-
táculos independentemente da sua área de atuação. Busca sempre se relacionar
com as pessoas certas e faz com que os resultados cheguem de forma mais rápida.
128
Capítulo 3 VISÃO E PENSAMENTO DO EMPREENDEDOR
JURÍDICO
O somatório desses itens colabora para que o cliente possa formular seu
juízo de valor e consolidar uma opinião firme sobre o profissional ou escritório
que pretende contratar. A compreensão do comportamento dos clientes constitui a
base de sustentação dos programas de marketing jurídico bem sucedidos. A com-
preensão das necessidades, dos desejos e do comportamento de compra dos
clientes-alvo permite a formulação de programas de comunicação mais eficazes.
Dessa forma, se deseja ter sucesso dentro da sua carreira, deve ter um perfil
empreendedor, ter uma análise do seu negócio e ir em busca de inovação dentro
do seu departamento, para que os resultados aconteçam de forma satisfatória.
Com isso, além de ser um empreendedor jurídico deve ser uma pessoa proativa,
curiosa para que os processos possam dar certo, como também ter uma análise
detalhada de todo investimento feito dentro do seu negócio. É necessárioque
se tenham metas a serem traçadas para o empreendimento continuar a progredir.
2.8 OS DESAFIOS DO
EMPREENDEDORISMO JURÍDICO
Visar somente o lucro financeiro não traz desenvolvimento de nenhuma orga-
nização, é preciso saber como gerir os processos e ter um planejamento concreto
do que vai ser realizado. As ideias de crescimento devem ser vistas por pessoas
que estejam aptas a medir e correr atrás dos objetivos desejados.
129
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
Em qualquer outra área se faz necessário ser inovador a cada segundo para
que, assim, a carreira alavanque. Dessa forma, a inovação traz a relação de algo
novo, a fim de trazer um desenvolvimento para o meio que se atua, além de ir em
busca de novas ideias.
As estratégias bem definidas fazem com que os resultados possam dar cer-
to, se tiver decisões assertivas para poder beneficiar os clientes que irão fazer
parte do escritório, como também, a perspectiva em assumir futuros clientes. A
estratégia faz com que os resultados possam melhorar e determinem aonde quer
chegar e qual caminho seguir, além de definir os objetivos, através das oportuni-
dades previstas. Não basta somente investir nelas, é necessário que as decisões
cheguem de forma rápida e que tragam os resultados precisos (OLIVEIRA, 2010).
130
Capítulo 3 VISÃO E PENSAMENTO DO EMPREENDEDOR
JURÍDICO
Outro fator de grande importância para esse meio, está ligado às empresas
que confiam no seu trabalho, dentro dos escritórios de advocacia, que se inse-
rem dentro das demandas jurídicas. Assim, são formadoras de novos startups
131
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
que trazem para o ramo, uma melhoria no desenvolvimento dos seus processos,
como também de forma enxuta, altas oportunidades por adotarem um modelo
de negócio de forma escalável e rápida.
Investir dentro da carreira de advocacia, a qual está cada vez mais detalha-
da, exige que esses profissionais possuam uma visão estratégica e saibam lidar
com o mercado. As transformações precisam de indivíduos que saibam manusear
as ferramentas disponíveis para que os resultados possam chegar. Consequente-
mente, é necessário talentos que estejam aptos a progredir (LOPES, 2016).
2.9 TECNOLOGIA
A história da evolução dos escritórios de advocacia nos remete às décadas
de 1970/1980, quando existiam apenas uns poucos escritórios com qualidade
e formação internacional, aliado ao fato de estarmos vivendo uma reserva de
mercado. Naquela época praticamente não existia concorrência, e, logo após,
com a abertura do mercado brasileiro, o setor viveu um boom de crescimento e
o mercado jurídico passou a viver uma situação cômoda de “sellers pricing”. Atu-
almente a situação é exatamente oposta, com muita concorrência, pressão por
preços e, principalmente, por eficiência e excelência na prestação de serviços.
O mercado é definido hoje como “buyers pricing” e a adoção de tudo o que trou-
xer eficácia e competitividade (incluindo nisso a tecnologia) não é mais opção e
sim fator de sobrevivência.
132
Capítulo 3 VISÃO E PENSAMENTO DO EMPREENDEDOR
JURÍDICO
133
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
3 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
O Brasil possui milhões de profissionais do mundo jurídico, e isso faz muita
gente acreditar que a área jurídica está saturada no país. O fato é que existem,
sim, muitos operadores do direito, porém muitos não possuem uma boa expe-
riência e não sabem lidar com as demandas do mercado e suas exigências, e
acabam não tendo o destaque de forma precisa. É importante saber lidar com
as cobranças do mercado, além do conhecimento sobre direito. A advocacia em
grande escala faz com que os profissionais busquem novas estratégias, sejam
empreendedores, e invistam em marketing e outros conhecimentos relacionados
a sua área.
134
Capítulo 3 VISÃO E PENSAMENTO DO EMPREENDEDOR
JURÍDICO
Com isso, o advogado empreendedor deve ser aquele que está apto a as-
sumir riscos, ser inovador e trazer os resultados que os seus clientes esperam.
Conudo, não basta apenas investir no empreendedorismo, é preciso que se
tenha uma análise de mercado concreta, conquistar clientes e fidelizar os que já
fazem parte do seu empreendimento. Dessa forma, é importante ter visibilidade
dentro do seu negócio e investir em pessoas capacitadas para fazer parte de sua
equipe. Logo, o marketing é um fator importante que deve ser investido dentro do
escritório de advocacia, do seu trabalho e sua marca, os quais devem ser vistos
por milhares de pessoas para que, assim, possa chegar aos resultados precisos.
Destarte, observa-se que foram citados alguns dos mais importantes pontos
que criam e fazem de muitos advogados grandes empreendedores, mostrando as
possibilidades imensas trazidas pelo empreendedorismo na aplicação, apren-
dizado e aperfeiçoamento para a transformação da advocacia. Assim, estudar e
aprender técnicas do empreendedorismo jurídico se torna um grande diferencial
na presente e futura carreira de advocacia, pois, ser advogado empreendedor é
buscar melhorias, soluções, resultados excelentes, para assim desenvolver cada
vez mais sua área profissional de atuação.
Nota-se que a tecnologia está cada vez mais avançada levando os profis-
sionais a buscarem novas capacitações e qualificações para se manter dentro do
mercado. As empresas estão cada vez mais seletivas e isso faz com que dificulte
as contratações e preenchimento de vagas. Para se inserir dentro do mercado em
grande competição, o profissional deve investir na sua carreira, se aperfeiçoar e
buscar sempre a inovação para conseguir se sobressair em sua área de atuação.
135
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
136
Capítulo 3 VISÃO E PENSAMENTO DO EMPREENDEDOR
JURÍDICO
I- Benchmarking competitivo.
II- Benchmarking genérico.
III- Benchmarking funcional.
IV- Benchmarking interno.
137
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LAWTECHS E LEGALTE-
CHS. Ab2l, c2018. Manifesto. Disponível em: https://ab2l.org.
br/ecossistema/manifesto/. Acesso em: 26 maio 2018.
138
Capítulo 3 VISÃO E PENSAMENTO DO EMPREENDEDOR
JURÍDICO
NHANDS. LegalTech, 2018. Afinal, o que são e o que fazem? Disponível em:
https://inhands.jusbrasil.com.br/artigos/478221697/legaltech-afi-
nal-o-que-sao-e-o-que-fazem. Acesso em: 10 out. 2022.
139
EmPrEENDEDoriSmo JurÍDiCo
140