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Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - Sebrae

Como
definir preço
de venda?

Brasília
2018
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Presidente do Conselho Deliberativo Autor


Nacional Adalberto de Sousa Luiz
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Metodologia Educacional
Diretor-Presidente
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Revisão Ortográfica
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e Cultura Empreendedora
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iComunicação
Mirela Malvestiti
Gerente Adjunta Adaptação de Projeto Gráfico e
Olívia Mara Ribeiro Castro Diagramação
Editorar Multimídia
Equipe Técnica
Roseley Silva de Oliveira

L952c

Luiz, Adalberto de Sousa.


Como definir preço de venda? / Adalberto de Sousa Luiz; Thelmy Arruda de
Rezende (colaboradora). – Brasília : Sebrae, 2018.
43 p. il., color.

Bibliografia.

ISBN

1. Definição de preço. 2. Estratégia de preço. 3. Gestão empresarial. I. SEBRAE II.


Rezende, Thelmy Arruda de (col.) III. Título

CDU – 658.8
Sumário
1 Como definir preço de venda?......................................................... 7

2 Saber formar preço............................................................................... 9

3 Conhecendo os gastos do seu negócio..................................... 11

4 Administrar de forma sustentável................................................ 12

5 Cinemercado - Parte 1.......................................................................16

6 Cinemercado - Parte 2.......................................................................20

7 Margem de contribuição..................................................................23

8 Cinemercado - Parte 3.......................................................................25

9 Preço de venda.....................................................................................27

10 Ponto de equilíbrio operacional....................................................31

11 Glossário..................................................................................................42

12 Referências..............................................................................................43
O grande sábio e filósofo grego Sócrates, dizia
“Só sei que nada sei”.

Essa é uma forma para lembrar que o saber não


tem limites. Que sempre é possível aprender algo,
saber um pouco mais.

Por isso, as informações que aqui trazemos


vêm somar ao conhecimento que você já possui,
ao saber que você vem assimilando ao longo da
vida.

O empreendedorismo não é uma ciência exata,


mas tem a sua ciência, a sua arte, o seu saber.

E não existe uma receita pronta para


alcançar o sucesso, mas você pode aprimorar as
suas habilidades, comportamentos e atitudes
para chegar aos seus objetivos.

Assim, você poderá transformar o seu aprendizado


na arte de empreender!
1 Como definir preço
de venda?
Alcançar sucesso é o objetivo de todas as pessoas que empreendem.
Mas transformar em realidade o sonho de ter um negócio próprio
requer dedicação, informação, planejamento, organização, recursos
e uma boa administração

A série de Cartilhas MEI traz para o dia a dia do empreendedor


conceitos gerenciais e ferramentas de gestão, com o objetivo de
orientar desde os primeiros passos.

A cartilha Como definir preço de venda? reúne informações que


podem contribuir para a condução empresarial de forma planejada
e estratégica, apresentando orientações e instrumentos para uma
gestão empreendedora.

Como o saber não tem limites, buscar formas de aprimorar os conhe-


cimentos é sempre uma boa decisão. Isso possibilita ampliar a visão,
alcançar novas percepções e impulsionar mudanças significativas na
própria realidade.

Por isso, além desse tema sobre como definir preço de venda?,
conheça toda as outras temáticas da série:

1. Como planejar o meu negócio?


SEBRAE | MICRO EMPREENDEDOR INDIVIDUAL

2. Como administrar um pequeno negócio?


3. Como aumentar suas vendas?
4. Como encontrar bons fornecedores?
5. Como controlar o fluxo de caixa?
6. Como expandir os seus negócios?

7
7. Como agir de maneira empreendedora?
8. Como unir forçar para crescer?
9. Como vender pela internet?
10. Como selecionar e contratar pessoas?

A intenção é contribuir para que você aprimore as suas habilidades


empreendedoras, faça uma boa administração e simplifique a gestão
para fortalecer a sua atividade e crescer.

Por isso, aproveite bem as informações que estão agora ao seu al-
cance e conte sempre com o Sebrae para empreender confiante
e bem informado.
COMO DEFINIR PREÇO DE VENDA?

8
2 Saber formar preço
Desejamos sucesso nos seus negócios!

A prática do comércio é tão antiga que no período entre 8000 e


3000 anos antes de Cristo (a.C.) já se faziam registros contábeis de
transações de compra e venda.

Desde aquela época, a característica principal dos comerciantes era


saber comprar bem seus produtos ou insumos para vender e obter
lucro.

Para vender bem produtos ou serviços com o lucro desejado, não


basta oferecer qualidade, bom atendimento e pontualidade na
entrega.

É preciso saber comprar bem e conhecer detalhadamente os gastos


exatos com cada produto.

SEBRAE | MICRO EMPREENDEDOR INDIVIDUAL

9
Você também precisa estimar o quanto quer ganhar na negociação
de venda e, principalmente, por quanto é que terá que vender para
poder obter o lucro desejado.

Não é novidade para ninguém que quem dita o preço dos produtos
é o mercado. Deste modo, é importante saber exatamente o quanto
se ganha em cada venda, de preferência antes que ela seja realizada.

Nesta cartilha você vai encontrar informações e indicações de


ferramentas que podem ajudá-lo a formar seus preços de venda,
entender a estrutura dos gastos do seu negócio e obter dicas para
tornar o seu negócio rentável.
COMO DEFINIR PREÇO DE VENDA?

10
3 Conhecendo os gastos do
seu negócio

Muitos empreendedores iniciam uma atividade empresarial fazendo


alguma coisa que gosta e que conhece bem. Às vezes procuram
atuar em ramos que fazia no emprego que tinha, como cozinhar,
construir casas, costurar etc., ou algo que tenha criado.

Se por um lado, a qualidade o produto ou do serviço é importante


para o sucesso do negócio, por outro lado controlar o dinheiro é
SEBRAE | MICRO EMPREENDEDOR INDIVIDUAL

igualmente imprescindível.

Apesar disso, é comum o dono do negócio misturar contas pessoais


(da casa e da família) com as da empresa.

Nem precisa dizer que o resultado dessa prática é muito ruim e po-
de comprometer o equilíbrio do negócio. Se a confusão de contas
persiste ao longo do tempo, em algum momento você percebe que
o dinheiro vai faltar e será obrigado a desistir do seu projeto.
11
4
Administrar de forma
sustentável
É preciso saber administrar o seu empreendimento de forma res-
ponsável e sustentável.

O primeiro passo é organizar as contas, separando o que é gasto


particular daquilo que é gasto do negócio.

Contudo, às vezes isso não é tão simples porque em algumas situa-


ções as coisas se confundem de tal maneira que realmente fica difícil
fazer a separação, até porque, em certos casos isso requer mudança
de atitude do empresário e de membros da sua família.

Isso fica mais claro quando você nota, por exemplo, a rotina de um
empresário que usa o carro da empresa para levar os filhos na es-
cola. Nesse caso, a despesa é familiar (particular), mas o gasto com
o combustível geralmente entra na conta da empresa.

Outro exemplo de atitude corriqueira que evidencia essa mistura de


contas é quando o proprietário repõe estoque de mantimentos de
casa com parte das compras de suprimentos do restaurante.

É importante que o empresário perceba que o dinheiro da empresa é


da empresa. A sua remuneração é o pró-labore, cujo valor é limitado
ao salário que seria pago a alguém contratado para fazer o que ele
faz. Fora isso, o dono do negócio é remunerado por uma parte do
COMO DEFINIR PREÇO DE VENDA?

lucro, a partir do momento em que a empresa já esteja em condições


de repartir o lucro.

Até que a empresa esteja forte o suficiente, o negócio precisa receber


o aporte de recursos para ganhar força e se consolidar.

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Participe da oficina Controlar Meu Dinheiro.
Lá você aprenderá sobre como separar os seus
gastos com os da empresa e também a dedicar-se
ao fluxo de caixa.

A minha oficina funciona


na garagem da minha casa.
Como separo o valor do
aluguel?

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Nesse caso, o gasto com o pagamento do aluguel deve ser considerado:

( ) Gasto pessoal ( ) Gasto do empreendimento

13
atento!
Se o dinheiro do aluguel sair inteiramente da sua em-
presa, poderá ser entendido como um gasto efetuado
com o negócio, pois é de lá que sairá o dinheiro para
seu pagamento.

Se o dinheiro para o aluguel sair parcialmente da em-


presa, então a parte que sair do negócio pode ser
entendida como gasto do negócio.

Para exercitar, anote na tabela a seguir os seus gastos pessoais e os


gastos com o seu negócio.

Assim, você poderá identificar com mais facilidade os tipos de gastos


e a sua finalidade.

Gastos da minha
Meus gastos pessoais Valor (R$) Valor (R$)
empresa
COMO DEFINIR PREÇO DE VENDA?

Você percebeu que alguns gastos são feitos o tempo todo e que
outros acontecem com menor frequência?

14
Afinal, o que são gastos?

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5
Cinemercado - Parte 1

João e Aline

João e Aline trabalham juntos.

Aline é Microempreendedora Individual, uma costureira de “mão


cheia”, e João, seu empregado, vende as roupas que Aline produz
em uma pequena loja que ela aluga. Todo mês ela precisa guardar
dinheiro para comprar linha, botão, zíper e outros aviamentos para
COMO DEFINIR PREÇO DE VENDA?

produzir as roupas. Esses produtos têm um custo.

Todo mês ela também precisa guardar dinheiro para pagar o aluguel
e as obrigações de MEI, assim como os encargos e o pagamento de
seu empregado. Além disso, ela se preocupa em ter uma reserva para

16
custear o conserto dos equipamentos que usa para a produção das
roupas. Aline tem, portanto, algumas despesas para fazer a gestão
do seu negócio.

Os gastos são considerados custos quando os recursos são utili-


zados para a produção de um bem ou um serviço. Por exemplo,
confeccionar um vestido.

Os gastos são considerados despesas quando os recursos são uti-


lizados para a gestão do empreendimento. Por exemplo, pagar a
conta de luz da loja.

Os gastos são, portanto, os recursos consumidos no empreendi-


mento para comprar algum produto ou serviço para a produção e
a gestão do negócio.

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Gastos

Ao fazer o levantamento dos gastos do seu negócio, Aline constatou


que alguns gastos repetem-se todos os meses, como o aluguel, a
conta de luz, o condomínio etc. Outros só acontecem quando ela
precisa repor o estoque ou para comercialização, como, por exem-
plo, comprar papel de presente para embrulhar as roupas, comprar
cabides, tecidos etc.

Esses gastos têm nomes diferentes:

• Gastos fixos: são os gastos que existem mesmo que nenhum


produto ou serviço seja comercializado em um determinado
período. Ex.: aluguel, água, luz, telefone;
• Gastos variáveis: são gastos que só existirão caso ocorra pro-
dução e/ou comercialização de algum produto ou serviço. Ex.:
embalagens, tecidos, aviamentos.

Você percebeu que os gastos fixos são do empreendimento, e não


dos produtos e serviços?

Por isso você precisa ter um cuidado especial com a gestão do seu
empreendimento, para que os gastos fixos não fiquem tão altos a
ponto de inviabilizar o seu negócio.
COMO DEFINIR PREÇO DE VENDA?

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É necessário fazer a previsão dos gastos, ou seja, é preciso planejar.

Mas, como fazer isso?

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6 Cinemercado - Parte 2

O dia a dia de uma manicure MEI

Imagine o dia a dia de uma manicure.

Todas as vezes que ela fizer as unhas de um(a) cliente, terá que
usar os produtos necessários para realizar esse trabalho: palito, lixa,
esmalte, óleo secante, acetona etc. Esses produtos têm um custo.
Mas como medir o quanto é gasto de esmalte, de óleo secante, de
COMO DEFINIR PREÇO DE VENDA?

acetona, por exemplo?

Fácil! A partir de anotações e da experiência, ela saberá “quantas


unhas” conseguirá fazer com um vidro de esmalte. Claro que sem-
pre será uma média, podendo variar um pouquinho para cima, um

20
pouquinho para baixo, pois nem todo mundo tem as unhas do
mesmo tamanho.

Tendo esse cuidado de anotar e observar, durante um mês, quantos


dias duram um vidro de acetona, um pacote de algodão ou um vi-
dro de esmalte é possível saber quais produtos e quais quantidades
devem ser comprados a cada 30 dias.

Fazendo essa estimativa de custo fica mais fácil definir o quanto


precisará reservar todo mês para repor os produtos que utilizará para
fazer o seu trabalho.

Essa estimativa deve ser feita, também, em relação aos seus gastos
pessoais.

Para você se organizar melhor, é importante planejar


uma retirada fixa mensal para ser o seu salário. Ou seja,
seu pró-labore. É com esse dinheiro que você deve
custear as suas despesas pessoais. Mas não se esqueça
de considerar o seu salário, seu pró-labore, como um
custo fixo do seu negócio!
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prática!
Para exercitar

Na primeira tabela você separou os seus gastos pessoais dos gastos


com o seu empreendimento.

Agora você vai relacionar os gastos que são fixos e os que são va-
riáveis do seu negócio.

Gastos do negócio Valor fixo (R$) Valor variável (R$)


COMO DEFINIR PREÇO DE VENDA?

22
7
Margem de contribuição

Margem de contribuição?

A maior preocupação dos empresários é fechar o mês sem dever


ninguém. Para isso, eles precisam ter dinheiro para cobrir os seus
custos fixos e variáveis.
SEBRAE | MICRO EMPREENDEDOR INDIVIDUAL

Esse dinheiro não aparece como resultado de uma mágica, mas


de como o empresário administra o seu negócio, de modo que
a cada mês você tenha uma margem de contribuição, que é
obtida com a venda do seu produto ou serviço.

23
Mas, por que esse nome “margem de
contribuição”?
Isso tem um sentido:

• Margem – porque é a diferença entre o valor da venda (preço


de venda) e os valores das despesas e dos custos específicos
destas vendas, ou seja, valores também conhecidos por custos
variáveis e despesas variáveis da venda;
• Contribuição – porque representa em quanto o valor das ven-
das contribui para o pagamento das despesas fixas e também
para gerar lucro.

O termo margem de contribuição tem um significado igual ao


termo ganho bruto sobre as vendas. Isso indica o quanto sobra
das vendas para que a sua empresa possa pagar suas despesas fixas
e gerar lucro.

Para encontrar a margem de contribuição, é preciso realizar a se-


guinte conta:

Margem de contribuição = valor das vendas – (custos variáveis


+ despesas variáveis)

Para isso, você precisa saber por quanto comprou a matéria-prima


para fazer o seu produto ou oferecer o seu serviço. Também precisa
saber por quanto seus concorrentes estão vendendo este mesmo
produto ou serviço.
COMO DEFINIR PREÇO DE VENDA?

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8
Cinemercado - Parte 3
Custos e Preço de Venda
Como Microempreendedora Individual, a costureira Aline precisa
adquirir tecidos e acessórios para executar o seu trabalho.

Para fazer um vestido, ela comprou alguns produtos (matéria-prima)


– tecido, botões, zíper, carretel de linha – e gastou R$ 30,00. Esse é o
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gasto unitário do seu produto. Aline pesquisou nas lojas próximas


à sua quanto estava sendo cobrado em um vestido bem parecido
com o que ela produziu e constatou que o valor era R$ 150,00.

Para calcular a margem de contribuição aplicada neste caso, teremos:

Margem de contribuição = 150,00 – 30,00 = R$ 120,00

25
Se ela vender o seu vestido pelo mesmo valor, depois de retirar
o que gastou com a compra da matéria-prima, terá de sobra R$
120,00, que correspondem à margem de contribuição. Esta mar-
gem corresponde a 80% do valor da venda.

Isso significa que a cada vestido vendido ela poderá contar


com R$ 120,00 para cobrir os seus gastos fixos.

Entretanto, talvez os clientes da loja de Aline não achem o preço de


R$ 150,00 atrativo. Neste caso, ela terá que calcular o preço do vestido
com uma margem de contribuição menor, por exemplo, 60%. Então,
como calcular o preço de venda do produto?

É o que você verá a seguir.


COMO DEFINIR PREÇO DE VENDA?

26
9
Preço de venda
Formação do preço de venda

PREÇO Gastos variáveis unitários (em R$)


DE = X 100
VENDA (100% - Margem desejada*) (em%)

Aplicando essa fórmula e substituindo os valores, considerando


a margem de 60%, teremos:

Preço de venda: 30 : (100 – 60) x 100


Preço de venda = 30 : 40 x 100
Preço de venda = 0,75 x 100
Preço de venda = 75

Veja esse outro exemplo:

José vende doces.


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Ele pagou R$ 2,00 por cada doce.

A embalagem custa R$ 0,20.

Ele gastou por cada doce embalado R$ 2,20.

Se ele quiser uma margem de 30% sobre a venda, quanto deverá


cobrar por cada doce?

27
Preço de venda = R$ 2 ,20 : 100 – 30 x 100
Preço de venda = R$ 2,20 : 70 x 100
Preço de venda = 0,031429 x 100
Preço de venda = R$ 3,14

Cada doce deverá ser vendido por R$ 3,14.

Tirando a prova para verificar:


Preço da venda ............................... R$ 3,14

Menos:

Gasto com o doce...............................R$ 2,00


Gasto com a embalagem.................... R$ 0,20
Sobram ............................................... R$ 0,94

A margem é de R$ 0,94, que corresponde


a 30% do preço da venda.

Para formar o preço de venda, utilizamos somente os gastos variá-


veis para cada produto ou serviço e uma margem desejada sobre
essa mesma venda. Para isso, é preciso “determinar” a margem a ser
aplicada na formação do preço de venda que você deseja.

atento!
COMO DEFINIR PREÇO DE VENDA?

Nem sempre a margem que você quer é a que


se pode praticar, pois dependendo do quanto de
margem você definir, o seu produto pode enca-
recer demais, afugentando os clientes.

28
Existe uma outra ferramenta que você pode usar para calcular o
preço de venda de produtos que têm seus preços uniformes, ou
seja, iguais. É o conceito de markup.

Trata-se de um método de precificação com base no custo, que


acaba sendo muito utilizado pela praticidade do cálculo na hora da
venda. Desta forma, você pode trabalhar com mais de um markup
por produto, dependendo do lucro a ser estimado.

Para calcular o markup você pode usar a seguinte fórmula:

Preço de venda = markup


Valor do produto

Então, se o preço de venda do doce comercializado pelo José é R$


3,14 e o valor de aquisição com produto foi R$ 2,20, teremos:

Markup = 3,14 = 1,43


2,20

De uma forma simplificada, se você multiplicar o quanto gastou


para comprar ou produzir por 1,43, chegará no preço de venda: R$
SEBRAE | MICRO EMPREENDEDOR INDIVIDUAL

2,20 x 1,43 = R$ 3,14.

Pronto!

Agora que você já aprendeu a calcular o preço de venda, pode


refletir se ele está adequado ou não à realidade de mercado, se ele
está acima, igual ou abaixo de seus concorrentes.

29
atento!
Se o seu preço de venda estiver muito diferente do
preço dos concorrentes existem algumas explicações:

a) Os valores pagos aos fornecedores (maiores ou


menores);

b) A margem que estabeleceu para o produto pode


estar muito alta ou muito baixa;

c) A qualidade do produto ou serviço (um produto


com qualidade maior geralmente custa mais caro
porque os gastos com a sua produção são maiores);

d) A quantidade vendida a determinados clientes em


negociações específicas;

e) Os valores das embalagens;

f) A percepção que o cliente tem pelos seus produtos


ou serviços. Se são diferenciados, a margem sem-
pre poderá ser maior que a da concorrência, e os
clientes pagarão.
COMO DEFINIR PREÇO DE VENDA?

Você já sabe como se calcula a margem de contribuição e markup.

Que tal agora se concentrar para entender o ponto de equilíbrio


operacional?

Mãos à obra!
30
10 Ponto de equilíbrio
operacional
Calculando o ponto de equilíbrio operacional

A partir do momento em que você calcula o preço de venda do


seu produto, conhece a sua margem média praticada e tem total
consciência de seus gastos fixos, poderá, então, estimar, aproximada-
mente, quanto tem que vender no período para não ficar no prejuízo.

Você tem que gerar em suas vendas a margem de contribuição


SEBRAE | MICRO EMPREENDEDOR INDIVIDUAL

suficiente para cobrir os gastos fixos do seu negócio.

Essa margem de contribuição deve permitir a cobertura de suas


despesas, de modo que haja um empate. Quando isso acontece,
você encontrou o ponto de equilíbrio operacional para operar o
seu negócio sem prejuízos.

31
Calcular o ponto de equilíbrio operacional é muito importante e
vai lhe ajudar a ser vigilante sobre qual margem praticar e também
para que você possa rever seus gastos fixos.

atento!

• Quanto maior os gastos fixos, maior o volume de ven-


das necessário para que o negócio empate.
• Quanto maior a margem, menos volume de vendas
para que se chegue ao equilíbrio.

CALCULANDO:

PONTO Gastos fixos (em R$)


DE = X 100
EQUILÍBRIO Margem média (em %)

Voltando ao exemplo do negócio de doces do José:

Supondo que José tenha R$ 1.000,00 de gastos fixos no mês, quanto ele
precisaria vender dos seus produtos se a sua margem média é de 30%?
COMO DEFINIR PREÇO DE VENDA?

Ponto de equilíbrio = R$ 1.000,00 : 30% x 100

Calculando o ponto de equilíbrio operacional, teremos:

Ponto de equilíbrio = 33,33 x 100

32
O ponto de equilíbrio do negócio do José é de R$ 3.333,00!

E você? Já consegue calcular o ponto de equilíbrio operacional


do seu negócio?

Preencha o quadro a seguir com as informações do seu negócio:

Gastos fixos do empreendimento (R$) R$


Divida o valor dos gastos fixos pela margem de contribuição
%
média do empreendimento (%)
Qual foi o resultado?
Agora multiplique o valor encontrado por 100
O resultado é igual ao ponto de equilíbrio operacional R$

Conhecendo seus gastos fixos e variáveis e estipu-


lando a margem que deseja, você conseguirá formar
o preço de venda e poderá:

• Buscar a negociação com seus fornecedores para com-


prar por menos (baixarem o preço); SEBRAE | MICRO EMPREENDEDOR INDIVIDUAL

• Procurar outros fornecedores com preços mais atrativos;

• Diminuir sua margem quando o cliente quiser comprar


uma quantidade maior (sem ter prejuízo);

• Calcular quanto irá precisar faturar por mês para


“empatar”, sabendo sua margem média.

A partir daí, toda margem gerada será seu lucro!

33
Para conhecer o seu lucro, é só fazer o seguinte cálculo: vendas
totais (VT) menos gastos variáveis totais (GVT) é igual à margem
(sobra) total (MT) menos gastos fixos (GF), que é igual ao seu lucro.

Resumindo:

VT – GVT = MT
MT – GF = LUCRO

mais!
Participe da oficina Planejar. Lá você aprenderá como
planejar seu negócio.

Nesta cartilha, você aprendeu:


• Que o sucesso do seu negócio depende de um bom
planejamento dos custos, começando pela identifi-
cação e pela separação entre gastos pessoais e gastos
do seu empreendimento;
COMO DEFINIR PREÇO DE VENDA?

• Que é importante classificar os gastos fixos e os gastos


variáveis do seu negócio;
• Que é necessário definir a margem de contribuição
para a formação do preço de venda;

34
• Como se forma o preço de venda de um produto e
conheceu como os gastos variáveis e a margem de
contribuição são usados para a formação do preço
de venda;
• Que o ponto de equilíbrio operacional indica se o
seu negócio pode ser lucrativo ou não;
• Que sem saber qual o seu ponto de equilíbrio não
conseguirá saber a partir de qual faturamento a sua
empresa passará a ter lucro.

do
O quanto você aprendeu?

Preencha as lacunas conforme as perguntas a seguir.

1 S
2 E
3 I

4 F
5 O
6 R
SEBRAE | MICRO EMPREENDEDOR INDIVIDUAL

7 M
8 A
9 R

10 P
11 R
12 E
13 Ç
14 O

35
1 – Recursos consumidos em um empreendimento.

2 – Recurso utilizado para fazer a gestão do empreendimento.

3 – Uma boa gestão começa com a separação dos gastos pessoais


e dos gastos do .

4 – Gastos que existem mesmo que nenhum produto seja comer-


cializado.

5 – Recursos utilizados para a produção de um bem ou de um serviço.

6 – Fazer a previsão dos gastos evita .

7 – Nome dado à taxa ou ao valor que indica o quanto o preço de


venda do produto está acima do seu custo de produção.

8 – Gastos para adquirir matéria-prima para a produção são classifi-


cados como custo .

9 – Índice (margem) definido pelo empresário para cobrir os seus


custos fixos e variáveis.

10 – Gastos feitos para custear as despesas do proprietário do negócio.

11 – Gasto que é gerado quando há produção e/ou comercialização


de algum produto ou serviço.

12 – A margem de contribuição deve com os


gastos fixos, para que ocorra o ponto de equilíbrio operacional.
COMO DEFINIR PREÇO DE VENDA?

13 – Valor atribuído ao produto para ser comercializado.

14 – Despesas com impostos são classificadas como custos


.

36
Após a leitura desta cartilha, você considera que recebeu informações
relevantes que ajudam a compreender mais como definir o preço
de venda dos seus produtos ou serviços?

( ) Sim ( ) Não

mais!
Conheça outros temas importantes para o Empreendedor:

SEI
Público-alvo: Microempreendedores Individuais.
Objetivo: capacitar os Microempreendedores Individuais por meio de um
conjunto de produtos e serviços específicos para melhorar a gestão de seus
negócios e promover sua consolidação no mercado.

Produto/ Objetivo Modalidade/formato


serviço
SEBRAE | MICRO EMPREENDEDOR INDIVIDUAL

• Oficina presencial: 4 horas;


Para quem quer comprar bem, adquirir
o que necessita com qualidade, pre- • Capacitação a distância via
ços e prazos de pagamento favorá- internet: 15 dias;
Comprar veis às necessidades de seus clientes • Capacitação via celular (SMS):
e aumentar a lucratividade. Tudo isso 30 dias;
mantendo uma boa relação com seus • Audiolivro;
fornecedores.
• Cartilha impressa.

37
Produto/ Objetivo Modalidade/formato
serviço
• Oficina presencial: 6 horas:
1º encontro – 4 horas;
Aprenda sobre finanças e como con- 2° encontro – 2 horas.
trolar o dinheiro da empresa e o fluxo
Controlar • Capacitação a distância via
de caixa. Entenda a diferença entre o
Meu internet: 15 dias;
seu dinheiro e o da empresa e saiba
Dinheiro • Capacitação via celular (SMS):
elaborar o controle diário de entradas
e saídas do seu negócio. 30 dias;
• Audiolivro;
• Cartilha impressa.
• Oficina presencial: 4 horas;
Descubra mais sobre o seu potencial • Capacitação a distância via
empreendedor e aprenda a agir de internet: 15 dias;
Empreender forma consciente e responsável na • Capacitação via celular (SMS):
tomada de decisões do seu próprio 30 dias;
negócio. • Audiolivro;
• Cartilha impressa.
• Oficina presencial: 4 horas;
Aprenda a planejar o seu negócio. Sai- • Capacitação a distância via
ba quando fazer mudanças para se internet: 15 dias;
adaptar às necessidades do mercado, • Capacitação via celular (SMS):
Planejar dispor de produtos e serviços com 30 dias;
qualidade e ampliar as possibilidades
de crescimento sustentável. •  Audiolivro;
• Cartilha impressa.
• Oficina presencial: 4 horas;
Quando você trabalha com outras pes-
soas que exercem as mesmas ativida- • Capacitação a distância via
Unir For- des que a sua, fica mais fácil superar internet: 15 dias;
ças para problemas, desafios e necessidades • Capacitação via celular (SMS):
Competir comuns. Descubra as vantagens de 30 dias;
empreender coletivamente no seu • Audiolivro;
setor.
• Cartilha impressa.
COMO DEFINIR PREÇO DE VENDA?

38
Produto/ Objetivo Modalidade/formato
serviço
• Oficina presencial: 4 horas;
• Capacitação a distância via
internet: 15 dias;
Para você pensar o seu negócio, • Capacitação via celular (SMS):
entender o mercado, se adequar às 30 dias;
Vender necessidades de seus clientes e, com • Audiolivro;
isso, ampliar as possibilidades de cres- • Cartilha impressa;
cimento.
• Kit educativo (telessala): 24
horas;
• Boas Vendas! Como Vender
Mais e Melhor no Varejo.
Aprenda a gerir o seu negócio, ter total • Oficina presencial: 8 horas;
controle e visão para alcançar bons re- • Kit educativo (telessala): 24
sultados. Trabalhar de forma integrada horas;
Administrar a gestão, as finanças, o mercado e tudo
o que envolve a sua empresa. Saiba • Aprender a Empreender;
como traçar o caminho em direção • Aprender a Empreender –
ao sucesso. Serviços.
Auxilia o Microempreendedor Indivi-
dual em tomadas de decisões acerca
Crescer de permanecer no patamar do negó- • Oficina presencial: 4 horas.
cio em que está ou passar para um
patamar de Microempresa.
Possibilita uma visão clara dos efeitos
de uma correta formulação do preço
Formar de venda, bem como sua influência • Oficina presencial: 4 horas.
Preço direta na obtenção do equilíbrio do
negócio e, posteriormente, na geração
do lucro.
Capaz de subsidiar o Microempreen-
dedor Individual que tem necessidade • Oficina presencial: 4 horas.
Clicar de utilizar informações em gestão de
negócios constantes na web.
SEBRAE | MICRO EMPREENDEDOR INDIVIDUAL

Sensibilizar e estimular o Microem-


Inovar preendedor Individual para inovar • Oficina presencial: 4 horas.
em seu negócio.

39
Produto/ Objetivo Modalidade/formato
serviço
Identificar as dimensões da sustentabi-
lidade possíveis de serem aplicadas na
empresa, acreditar na importância de
aplicar na empresa práticas sustentá-
veis e elaborar as práticas sustentáveis
Ser possíveis de serem aplicadas em cada • Oficina presencial: 4 horas.
Sustentável empresa, visando aos ganhos finan-
ceiros e à melhoria do desempenho
socioambiental. Esse texto não deve
ser alterado, trata-se de referência des-
crita por outro autor.
A SEI Produzir Alimento Seguro
tem 13 horas.
Orientar Microempreendedores Indi- Carga horária total: 13 horas:
viduais do setor de alimentação que a) Oficina presencial 1 (4 h) – en-
desejam implantar procedimentos que contro sala de aula –Boas Prá-
garantam a qualidade higiênico-sani- ticas (grupo);
Produzir tária e a conformidade dos alimentos
Alimento b) Orientação individual 1 (1h) –
e das embalagens para alimentos, de
Seguro Empresa (individual);
acordo com a legislação existente para
o setor, com destaque para a RDC nº c) Oficina presencial 2 – (4h) –
49 da Agência Nacional de Vigilância encontro sala de aula – Boas
Sanitária (Anvisa). Práticas (grupo);
d) Orientação individual 2 (3h) –
Empresa (individual);
Contribuir com informações especí-
ficas e necessárias que permitam ao
Microempreendedor Individual ter
acesso às vantagens competitivas que
o design proporciona. Fazendo uso de
princípios de eficiência e de produti- • Oficina presencial: 4 horas.
Design vidade, o design permite melhorar o
desempenho de qualquer atividade
econômica, de todos os portes. A ofi-
cina pretende facilitar o entendimento
da ferramenta design, como ter acesso
e o que esperar do design.

Acesse o Portal Sebrae, disponível em: <www.sebrae.com.br>, ou


COMO DEFINIR PREÇO DE VENDA?

entre em contato por meio do telefone 0800 570 0800.

40
Gabarito das palavras cruzadas
Aqui as palavras devem ser mantidas em realce por ser gabarito.

1 S
2 E
3 I

4 F
5 O
6 R
7 M
8 A
9 R

10 P
11 R
12 E
13 Ç
14 O
SEBRAE | MICRO EMPREENDEDOR INDIVIDUAL

41
11
Glossário
Custos: gastos efetuados exclusivamente na produção de um
bem ou de um serviço.

Despesas: gastos efetuados nas gestões de vendas administrativas


e financeiras de alguma entidade.

Gastos: evento em que há transação de compra de algum bem


ou serviço. Pode ser uma aquisição de um bem ou de um serviço.

Lucro: resultado das vendas efetuadas no período obtido após a


subtração dos gastos variáveis e dos gastos fixos.

Margem de contribuição: valor resultante da subtração do preço


de venda praticado pelos gastos variáveis, compreendendo custos
e despesas variáveis.

Margem de lucro: margem de contribuição depois de serem co-


bertos todos os gastos fixos do empreendimento, compreendendo
despesas e custos fixos.

Markup: número-índice utilizado para formar o preço de venda de


forma simplificada, bastando que se multiplique, por exemplo, o
gasto com a compra de um produto por esse fator.

Ponto de equilíbrio operacional: momento em que as vendas to-


COMO DEFINIR PREÇO DE VENDA?

tais resultantes das operações igualam-se aos gastos fixos e variáveis


totais, compreendendo custos e despesas. Equação com resultado
zero, em que não há lucro nem prejuízo.

Preço de venda: valor pelo qual se transaciona a venda de algum


produto ou serviço.

42
12
Referências
ASSEF, Roberto. Guia prático de formação de preços: aspectos
mercadológicos, tributários e financeiros para Pequenas e Médias
Empresas. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 10. ed. São Paulo: Atlas,


2010.

PAIVA, Paulo Roberto de. Contabilidade ambiental: evidenciação


dos gastos com transparência e focada na prevenção. São Paulo:
Atlas, 2003.

SEBRAE | MICRO EMPREENDEDOR INDIVIDUAL

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