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FACULDADE DE ECONOMIA
CURSO DE CONTABILIDADE E FINANÇAS
Testo de Apoio
MERCADO DE CAPITAIS
(i) Conceito
(ii) Mercado primário
Processo de emissão e colocação de títulos
(iii)Mercado secundário
Mercado de balcão e Bolsa de Valores
(iv) Bolsa de Valores
Intervenientes e formas de intervenção
Condições para admissão na Bolsa
(v) Divida publica
Enquadramento
Classificação da Divida Publica
Forma de amortização da Divida Publica.
I – Conceito
Mercado de capitais é onde os investidores obtém fundos para financiar os seus projectos,
pagáveis a médio e longo prazos, isto é, neste segmento de mercado financeiro são transacionados
instrumentos de médio e longo prazos, que pode ser o mercado de crédito e de valores
mobiliários.
O mercado de crédito foi objecto de estudo em capítulos anteriores, sendo que, o mercado de
valores mobiliários constitui o objecto de estudo deste tópico.
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Quanto aos direitos conferidos pelos pela entidade emitente, existem os seguintes: (i) os direitos
de propriedades subjacentes às acções; e (ii) e os de crédito subjacentes aos valores mobiliários
representativos de títulos de dívida. Em função disso, o mercado de valores mobiliários pode-se
dividir em mercados de acções e mercado de instrumentos de dívida (ou obrigações).
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Processo de emissão e colocação de títulos
Este processo segue o seguinte esqueleto:
Notas:
Emissão - é o acto de nascimento de valores mobiliários. Este acto, de ponto de vista dos
superavitários que os adquirem, é um acto de subscrição, que consiste no acto em que os
superavitários compram os valores mobiliários em mercados primários. Do ponto de vista do
emitente, a emissão consiste na colocação de títulos, que é a venda dos dos valores mobiliários.
Assim, a subscrição e colocação de títulos corresponde a acto de emissão.
A subscrição pode ser pública ou privada. A subscrição é publica quando a oferta é feita ao
público anônimo, isto é, a um número indeterminado de pessoas, não identificada previamente.
Enquanto que, a subscrição privada ocorre quando os títulos se destinam exclusivamente a ser
adquiridos por um número pré-determinado de pessoas singulares ou celectivas.
A subscrição é directa quando a oferta de valores mobiliários aos superavitários é feita
diretamente pela própria empresa emitente, isto é, quando a subscrição da emissão ocorre na
própria emissão de valores mobiliários.
A subscrição é indirecta quando é tomado por um ou mais intermediários financeiros com a
obrigação de ulteriormente a oferecer aos investidores nas condições acordados com a entidade
emitente.
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investidores que pretendem reaver as poupanças anteriormente aplicados em valores mobiliários
(altura em que devem proceder a venda dos valores mobiliários detidos).
ii) Bolsa de Valores - São locais ou espaço onde se transaccionam activos financeiros
normalmente títulos representativos de capital social de empresas e de dívidas
(pública e privada). São por isso mercados organizados, estruturados e dotados de
instrumentos jurídicos que permitem que as transacções sejam feitas com maior
segurança e transparência possíveis. Funcionam também como sinalizadoras da saúde
financeira dos emitentes dos títulos cotados.
O Governo – tem a competência específica de definir as linhas gerais pelas quais se organiza o
mercado de valores mobiliários moçambicano, e em particular o Ministro de Plano e Finanças,
tutela a BVM;
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O Banco de Moçambique – é a entidade a quem compete a supervisão e fiscalização tanto do
mercado primário como dos mercados secundários de valores mobiliários, e dos seus
intervenientes;
II - Dívida pública
O orçamento é a Conta do Estado onde são registadas as suas Receitas e Despesas. A conta como
em qualquer balanço de uma empresa precisa de estar equilibrada, ou seja, as Receitas devem ser
iguais as Despesas. Este equilíbrio é desejável, mas nem sempre é possível porque o
desenvolvimento de infra-estruturas precisa de fundos que o Estado não os tem, daí a necessidade
de recorrer ao crédito interno e/ou externo, a origem da chamada DIVIDA PUBLICA
A dívida pública segundo a fonte de financiamento pode ser Interna e Externa. A dívida
interna resulta de financiamento mobilizado internamente, isto é, os credores são residentes do
país devedor. Tem vantagens porque sendo credores nacionais, usa-se moeda nacional e por isso
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fica afastado o risco cambial, o Estado exerce soberania sobre os credores e pode negociar as
melhores formas de financiamento.
As vantagens da dívida pública interna é que se tratando de credores nacionais e sabendo-se que o
serviço da dívida é pago usando as receitas provenientes dos impostos cobrados de residentes
resulta que o fardo desta dívida seja assumido pela mesma geração, não havendo passagem do
fardo para gerações vindouras. É verdade que há excepções nos casos de pleno emprego em que a
dívida pode ter efeitos inflacionários e aí sim afectar os contribuintes mais desfavorecidos, mas
mesmo nestas condições não há passagem do legado pesado (fardo da dívida) para outras
gerações é a mesma geração que sofre. Outro aspecto que garante a não passagem é o facto de em
países como Moçambique não existir pleno emprego, o que quer dizer que o Estado pode contrair
dívida sem efeitos inflacionistas.
A Dívida pública quanto ao prazo de reembolso (duração) do crédito pode ser Fundada e
Flutuante. Por sua vez a fundada pode ser remível e irremível, i.e., amortizável e não amortizável.
Quando a irremível passa a remível e se junta a amortização do empréstimo temporário passamos
a ter dívida consolidada. No geral a dívida fundada resulta de empréstimos de médio e longo
prazo originados pelo défice de orçamento e titulada por Obrigações de Tesouro (OT).
A dívida flutuante – resulta de empréstimos de curto prazo geralmente para fazer face ao déficit
de tesouraria e pode ser representa por Bilhete de Tesouro (BT), conta corrente, suprimentos,
entre outros. Também pode ser classificada como dívida normal quando é amortizada nos prazos
acordados. Por exemplo, adiantamento feito anualmente pelo Banco Central ao abrigo da lei e que
no fim do ano é regularizado o respectivo saldo. Quando isto não acontece e os saldos em dívidas
passam para sucessivos exercícios fiscais temos a chamada dívida patológica que pode terminar
em dívida fundada.
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Quanto á forma de amortização pode ser obrigatória ou caixa de amortização. No primeiro caso
há uma obrigação de amortizar a dívida e o Governo inscreve o respectivo serviço da dívida no
Orçamento (dívida normal e consolidada remível) ou então cria uma Caixa de amortização para
actuar como agente do Estado na gestão da dívida. Há dois tipos de Caixa, a que compra os títulos
e guarda-os para receber juros e com os juros ir comprando outros títulos e assim sucessivamente.
Quer dizer o Estado atribui uma dotação financeira para a aquisição da dívida pública (títulos) e
amortizá-la. Este tipo de Caixa amortização é também conhecido por Caixa Prime em
homenagem ao seu mentor Príncipe inglês, Prime, no Sec.XVIII. Na segunda modalidade o
Estado dota um fundo que a Caixa usa para comprar os títulos da dívida e destrui-los (retirá-los
da circulação). Este último tipo de caixa é a mais recomendável para os Governos que decidem
usar esta modalidade de amortização da dívida.
Outra forma de amortização da dívida foi elaborada pelo financista italiano De Viti de Marco
segundo ele não há motivo para o Estado se preocupar com a amortização da dívida porque basta
democratiza-la para o Estado não se preocupar com a sua amortização. Dá o seguinte exemplo: se
o Estado emite a dívida pública interna no valor de 1000 unidades de moeda quem compra esta
dívida são os que têm dinheiro, os capitalistas. Para pagar a dívida o Estado lança imposto e de
novo quem paga imposto são os capitalistas, os proprietários de imobilizações e os trabalhadores,
mas quem recebe os juros nesta fase são os capitalistas. Quer dizer esta classe recebe juros do
Estado e paga imposto enquanto as duas últimas só pagam impostos e não recebem nada em
troca. Como os capitalistas vão comprando títulos e as restantes classes vão aumentado o seu
rendimento disponível, começam a comprar títulos dos capitalistas no mercado secundário e estas
passam também a receber juros dos capitalistas e neste circuito todos ganham com a dívida e por
isso o Estado não devia se preocupar porque a amortização é automática.
Todas estas formas de amortização servem para enriquecer o nosso conhecimento não são teorias
acabadas por que em cada uma destas modalidades de amortização há mais perguntas do que
respostas.
Conversão – de uma maneira geral a dívida só se extingue com a sua amortização. No entanto
pode se reduzir o seu encargo convertendo-a, isto é, convertendo a actual numa nova dívida com
menor taxa de juro.
A conversão pode ser por i) redução do juro ou ii) voluntária e facultativa. Diz-se por redução da
taxa de juro quando a mesma pode ser transformada ou substituída. A transformação dá-se
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quando a dívida, por exemplo, contraída a uma taxa de 10% o Estado amortiza-a e contrai uma
nova a taxa de juro em vigor no mercado, por exemplo, de 5%. Outra forma é substituir a dívida
actual por outra incorporando esta nova taxa de juro. Neste caso exige uma negociação com os
credores e tem de haver estímulos suficientes e aliciantes para convence-los a aceitar a
substituição.