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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA

6ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE NITERÓI – RJ.

Processo: 0041301-81.2021.8.19.0002

JOSÉ MARCOS COELHO LACERDA, já devidamente qualificado nos autos


da ação em epígrafe, que move em face da BANCO C6 CONSIGNADO S.A., vem por
meio de seus advogados constituídos, a presença de Vossa Excelência, apresentar
CONTRARRAZÕES A APELAÇÃO de fls. 394. Com a posterior juntada, sendo
remetidos os autos a Egrégia Câmara do TJRJ.

Inicialmente requer sejam mantidas as intimações da parte autora referente aos


atos processuais em nome do patrono MATHEUS HENRIQUE DE OLIVEIRA
LOPES, inscrito na OAB/RJ sob o nº 226.895, de endereço eletrônico
oliveiralopes.adv@outlook.com e profissional ao rodapé desta, sob pena de nulidade do
ato. Bem como requerer a juntada de procuração e contrato em anexo.

Termos em que,
Pede-se deferimento.
Niterói, Rio de Janeiro, 20 de março de 2023.

MATHEUS HENRIQUE DE OLIVEIRA LOPES


OAB/RJ 226.895

Rua São João, 205, Centro, Niterói – RJ. | whatsapp (21) 99586-5894
EGRÉGIA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE
JANEIRO. – NOBRES DESEMBARGADORES.

PROCESSO: 0041301-81.2021.8.19.0002

ORIGEM: 6ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE NITERÓI

RECORRIDO: JOSÉ MARCOS COELHO LACERDA

RECORRENTE: BANCO C6 CONSIGNADO S.A

Colenda Câmara,
Eminentes e nobres julgadores.

CONTRARRAZÕES AO RECURSO DE APELAÇÃO.

Assiste em razão o ilustre julgador “a quo”, quando, ao sentenciar, satisfez em


parte a pretensão da parte RECORRIDA, com a seguinte fundamentação:

“...Cuida-se de Ação Declaratória c/c Indenizatória na qual o


autor pretende a declaração de nulidade do contrato de emprés-
timo, a repetição dobrada dos valores descontados e o recebi-
mento de indenização por dano moral.

A demanda versa sobre relação de consumo, subsumindo-se a


parte autora e ré nas figuras descritas nos artigos 2º e 3º do
Código de Proteção e Defesa do Consumidor, aplicando-se as
normas e princípios protetivos previstos naquele Diploma Le-
gal.

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A responsabilidade da parte ré é objetiva pelos danos causados
ao consumidor, nos termos do artigo 14 do C.D.C., dispensan-
do, assim, a demonstração de culpa, sendo exigida a prova da
conduta, do dano e do nexo de causalidade e somente sendo
elid da pela demonstração de que a falha/defeito não existe ou
de que este decorre de conduta exclusiva da vítima ou de ter-
ceiros.

O autor afirma que foi surpreendido com um crédito de R$


3.035,00 (três mil e trinta e cico reais) em sua conta corrente
referente a empréstimo consignado da ré, e que sustenta não ter
firmado.

Destaca que entrou em contato com o Serviço de Atendimento


ao Cliente da ré, sendo direcionado ao Whatsaap e que, ante as
limitações da sua conta corrente, que permite apenas transa-
ções entre contas do Itaú, foi orientado a efetivar a restituição
do valor através de transferência bancária, o que o fez.

Sustenta, entretanto, que mesmo tendo devolvido o dinheiro,


os descontos continuaram a ser feitos em seu benefício.

Em que pese a restituição ter se dado através de transferência


bancária em conta de terceiros, fl.88, da leitura das tratativas
pelo Whatsaap do S.A.C. da ré, vê-se que tal método foi orien-
tado por seus prepostos.

E, ainda que a ré impugne o procedimento, da visualização de


seu próprio site, cuja imagem se encontra às fl. 118, vê-se que
o atendimento também se dá por meio de Whatsaap.

Ademais, as cópias de tela de Whatsaap mostram a logomarca


da ré, sendo conta comercial, sendo a autenticidade do atendi-
mento ratificada inclusive pelo Boleto de fl. 89, primeira tenta-
tiva do autor de proceder à restituição do valor.

A empresa ré acostou, às fls. 234/238, cópia do contrato, no


qual, à fl. 237 consta uma assinatura, destaque-se, de aparência
diversa da do autor.

Relevante, ainda, destacar que foi deferida a inversão do ônus


da prova e que, instada a se manifestar em provas, a ré reque-
reu apenas a prova oral, consistente no depoimento pessoal da

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parte autora e documental suplementar, tendo, posteriormente,
informado não ter mais provas a produzir.

Destaque-se que na decisão que deferiu a inversão, foi ainda


destacado o entendimento firmado no Tema 1061 do STJ,
permanecendo o réu silente no tocante à realização de perícia
grafotécnica.

Vale, ainda, ressaltar que o fato de ter sido o valor creditado


em conta da parte autora não afasta a veracidade do argumento
de que não firmou o aludido contrato, cabendo destaque que
dois dias após o crédito este procedeu a sua restituição.

Nessa toada, o que se constata é que a parte ré não se desin-


cumbiu do seu ônus de comprovar que o autor efetivamente
firmou o empréstimo impugnado.

Destaque-se, ainda, que o chamado fato de terceiro só rompe o


nexo causal se o fortuito foi externo, ou seja, se não decorrer
da atividade normalmente desenvolvida pelo prestador de ser-
viço, hipótese em que os riscos divergem do suportado, o que
não se deu no caso concreto.

E, dessa forma, resta imperiosa a procedência do pleito autoral


de ser ressarcido das parcelas descontadas em seu contrache-
que, na forma dobrada, o que será apurado em sede de liquida-
ção de sentença.

(GRIFOS NOSSOS).

I. DA MANUTENÇÃO DA SENTENÇA.

Cumpre ressaltar inicialmente que o recurso interposto pela Ré possui argumentos


e documentos novos aos autos, com o objetivo de confundir o eminente julgador e infrin-
gir o duplo grau de jurisdição. Visto que conforme brilhantemente narrado em fundamen-
tação de sentença, o douto magistrado a quo ressaltou:

“Relevante, ainda, destacar que foi deferida a inversão do


ônus da prova e que, instada a se manifestar em provas, a ré
requereu apenas a prova oral, consistente no depoimento

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pessoal da parte autora e documental suplementar, tendo,
posteriormente, informado não ter mais provas a produzir.
Destaque-se que na decisão que deferiu a inversão, foi ainda
destacado o entendimento firmado no Tema 1061 do STJ,
permanecendo o réu silente no tocante à realização de perí-
cia grafotécnica.

Neste pique, o próprio magistrado visualizou a grosseira falsificação de assinatu-


ra, sendo notório o motivo pelo qual a Ré, ora recorrente, não requereu a perícia, pois
seria de notório saber se tratar de uma fraude a assinatura, conforme ressaltou na senten-
ça:
“...A empresa ré acostou, às fls. 234/238, cópia do contrato,
no qual, à fl. 237 consta uma assinatura, destaque-se, de
aparência diversa da do autor...”

Dito isto, vem agora em sede recursal, tentar desviar o foco do eminente julgador
quanto aos detalhes da fraude realizada, tentando tirar do foco a responsabilidade que a
Ré possui na segurança financeira.

Evidenciada a fraude, quando ao tentar efetuar o estorno para a Ré, prepostos ma-
nipulam e de forma passível de investigação criminal, conduzem o autor aposentado hi-
possuficiente para efetuar a devolução em uma conta de pessoa física. Ou seja, existe
uma prática suspeita sendo realizada de forma interna pela Ré e seus prepostos, passível
de investigação das evidentes ilegalidades aqui apresentadas. Nada impedindo a Ré pro-
mova ação de regresso para com os seus prepostos responsáveis pela fraude, ou pelo va-
zamento das informações do autor, ora recorrido.

Neste pique, a Súmula 479 – STJ afirma que:

“As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por

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fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de opera-
ções bancárias.”

Não cabendo a recorrente, em tentar colocar a culpa de sua insegurança na hipos-


suficiência técnica do recorrido, visto que o mesmo não é obrigado a ser perito em golpes
e fraudes, sendo pessoa aposentada, hipossuficiente. Fato brilhantemente reconhecido
pelo juízo a quo. Não tendo dado causa no empréstimo não solicitado.

Ou seja, ainda que tendo a Ré tentado desviar a atenção do eminente julgador


apenas para o modus operandi dos fraudadores após a realização indevida do empréstimo,
obviamente pessoas ligadas diretamente ao bando Réu, sendo prepostos. Não trouxe aos
autos o que de fato trata-se o objeto da lide, que o autor não efetuou o referido em-
préstimo.

Neste pique, a grosseira falsificação de assinatura apresentada, não foi requerida


pela Ré a perícia grafotécnica, tendo sido invertido o ônus da prova, em respeito as mais
pacíficas decisões desta comarca, dando oportunidade a Ré para que pudesse produzir tal
argumento.

Não arcando a Ré com o ônus probatório mínimo quanto à realização do emprés-


timo, nitidamente falsificado, já que tanto a Ré se prende em afirmar de fraude e golpes.
Atendo-se apenas ao modus operandi para devolução, e se quer se atentando ou verifi-
cando sobre a falsificação da assinatura do autor quanto ao contrato fraudulento.

Ou seja, a Recorrente, preocupada com a devolução de dinheiro para os gol-


pistas, se quer se importa em desvendar como seus prepostos falsificaram a assina-
tura do autor, ora recorrido.

Agora, em via recursal, vem a Recorrente afirmar que compete ao juízo determi-
nar perícia, algo completamente estranho, visto que quando foi oportunizado a mesma

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requerer tais provas, não se manifestou neste sentido, requerendo apenas o depoimento
pessoal, tendo o magistrado que adivinhar que a Ré desejaria uma perícia!!!! Afirmando
ser dever de agir do magistrado, ou seja, requerendo que o magistrado atue em causa do
recorrente.

Destacados os pontos novos trazidos a baila pela recorrente , restou por notório o
fato de que tende a Ré na tentativa de confundir o eminente julgador quanto ao modus
operandi dos golpistas, e não se atentar para o objeto da lide de fato, qual seja a NÃO
CONTRATAÇÃO DO EMPRÉSTIMO, bem como o ônus da Ré de produzir tal prova, o
que não foi realizado.

Ficou nítido que o autor, ora recorrido sofreu um golpe de pessoas ligadas ao ban-
co recorrente, e que se a justiça agir diferente do que o juízo singular constatou, restará
por duas vezes lesado o autor, quando do empréstimo não solicitado de fato, e quando de
uma eventual insegurança jurídica sofrida.

Ressalta-se que o dever de comprovar o empréstimo segue sendo do banco Réu,


ora recorrente, que em via recursal não trás o ponto onde comprova tal empréstimo, re-
querendo uma reforma sobre fato que não constituiu, ou seja, a contratação fraudulenta
restou evidenciada, independente da forma a qual foi feita a devolução gerenciada pelos
golpistas, de forma grosseira ou não, sendo que para o autor, hipossuficiente, não resta o
mesmo ponto de vista, tratando-se de um empréstimo não solicitado pelo mesmo. Por
fim, não arcou com o ônus que incumbia a recorrente, conforme pacífica jurisprudência e
súmulas.

V. DO PEDIDO.

Ante o exposto, requer:

A) Que esta Egrégia Turma, no mérito, julgue pelo DESPROVIMENTO TOTAL

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DO PRESENTE RECURSO combatido, mantendo a sentença do juízo a quo., em todos
os seus termos;

B) A condenação da parte RECORRENTE ao pagamento das custas e honorários


advocatícios de sucumbência na monta de 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa.

Termos em que,
Pede-se deferimento.
Niterói, Rio de Janeiro, 27 de março de 2023.

(Assinado digitalmente)
MATHEUS HENRIQUE DE OLIVEIRA LOPES
OAB/RJ 226.895

CARLOS JOSE DE OLIVEIRA


OAB/RJ 68.466

HUGO MOREIRA DE OLIVEIRA


OAB/RJ 227.023

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