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Processo nº 0130063-04.2017.8.19.0038
Em breve síntese, foi ajuizada a presente ação na qual a Apelante informa que no
dia 19 de setembro de 2014, firmou com a Riobarra, Compromisso de Compra e
Venda por meio do qual se obrigou a adquirir a propriedade de 1/1000 (um milésimo) de
empreendimento hoteleiro a ser construído pela RIOBARRA (fls. 26 e ss).
Por meio do referido instrumento particular foi acordado que (i) a Riobarra se
encarregaria da incorporação e construção do empreendimento (doravante
denominado “Hotel”); (ii) a exploração e operação do serviço de hotelaria ficariam a
cargo de empresa especializada (“Operadora Hoteleira”); e que (iii) a promitente
compradora teria direito de recolher valores pagos a título de locação da sua fração
ideal, ou seja, os lucros do empreendimento seriam todos divididos entre seus
“proprietários”.
Ocorre que a Apelante, não teve condições financeiras para manter o negócio
tratado. Certa da impossibilidade, tentou por vezes rescindir o contrato
amigavelmente, porém, a resposta da requerida era sempre a mesma, que o negócio pode
ser desfeito, ante a retenção de mais de 50% (cinquenta por cento) do capital investido,
tendo inclusive a Apelante tentado realizar sessão de mediação extrajudicial, conforme
faz prova com ata de sessão de mediação, na qual a ré jamais compareceu, além disso a
Apelante notificou extra judicialmente a empresa ré, sem nunca obter qualquer
resposta.
Ainda, salientamos que nas reuniões agendadas pela ré, sempre foi solicitado
por parte da Autora e demais consumidores, explicações acerca da metodologia que iria
reger a prestação de contas – já que se tratava de uma obrigação contratual da
Riobarra – e o subsequente pagamento dos lucros referentes ao mês de julho de 2016
e demais.
A questão debatida nos autos diz respeito a matéria de direito civil, não
versando sobre direito empresarial, eis que não há divergência entre os sócios
demandantes e a sócia ostensiva demandada, mas sim o descumprimento de obrigação
contratual em relação de consumo.
[...]
§ 2º Nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se
o aderente tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar,
expressamente, com a sua instituição, desde que por escrito em documento
anexo ou em negrito, com a assinatura ou visto especialmente para essa
cláusula."
Nestes termos,
Thaísa Melo
OAB/RJ 153.313