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DOUTO JUÍZO DA 5ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CANTOS DISTANTE DO RIO DE

JANEIRO

Processo de origem: 0019273-33.2015.8.18.0140

Requerente: Luiz José Machado Sampaio

Requerido: Ricardo Marinho Ferrão

LUIZ JOSÉ MACHADO SAMPAIO, já qualificado nos autos da Ação


indenizatória, processo em epígrafe, que move em face de RICARDO MARINHO FERRÃO, também
já qualificado nos autos, vem, por via de seu procurador que esta subscreve, não se conformando com a
sentença proferida no ID 10621358, interpor o presente:

RECURSO DE APELAÇÃO

Com base nos arts. 1.009 a 1.014, ambos do CPC, requerendo, na oportunidade, que
o recorrido seja intimado para, querendo, ofereça as contrarrazões e, ato contínuo, sejam os autos, com as
razões anexas, remetidos ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro para os fins de
mister.

Termos em que,
Pede o deferimento.

Rio de Janeiro, 19 de Maio de 2023.

Maria Clara Pereira França de Sousa


OAB/RJ 21.190
RAZÕES RECURSAIS

Processo de origem: 0019273-33.2015.8.18.0140

Apelante: LUIZ JOSÉ MACHADO SAMPAIO

Apelado: RICARDO MARINHO FERRÃO

EGRÉGIO TRIBUNAL

EMÉRITOS DESEMBARGADORES

1. SÍNTESE DOS FATOS

Prefacialmente cabe ressaltar que, tratam-se os autos, de ação indenizatória em que o


autor, ora apelante, requer impugner especificamente os fundamentos da sentença e que haja reforma
integral da sentença, tendo em vista que, o apelado errou em não tomar outro meio de transporte para
chegar ao seu destino.

Em sede de contestação, o requerido, ora apelado, alegou perdas e danos pelo


inadimplemento do contrato de transporte e indenização pela perda de uma chance de participar do
concurso, conforme ID 10655049.

Intimado, o autor apresentou réplica, a manifestação de ID 10548640, apontando e


reiterando os termos da exordial.

Sem êxito a tentativa de acordo, passou-se a instrução, onde foram ouvidas as


testemunhas do autor e do réu e findos os debates orais, o nobre magistrado prolatou a sentença, julgando
total procedência do pleito autoral.

No entanto, como será demonstrado a seguir, a sentença não merece prosperar,


devendo ser reformada.

2. RAZÕES DA REFORMA

A r. Sentença proferida pelo juiz a quo na Ação lndenizatória a apelante em face do


apelado, julgando o seu pedido improcedente, deve ser modificada in totum, uma vez que a importância
reivindicada na inicial traduz-se em uma obrigação de única e inteira responsabilidade do comprador do
serviço, conforme previsão contratual.

A afirmação acima evidenciada, nos termos dos documentos acostados aos autos,
encontra respaldo no fato de que vigoram no direito brasileiro, como vigas mestras de sustentação das
relações jurídicas, os princípios da liberdade de contratar e do efeito vinculante dos contratos,
entendimento este corroborado pela jurisprudência pátria, in verbis:

“Em havendo estipulação contratual obrigando o


comprador, não cabe declaração de indébito, uma vez que
deve prevalecer o brocardo latino pacta sunt servanda”.

Impende destacar que, a hipótese é de responsabilidade contratual, isto é, oriunda do


inadimplemento do negócio firmado entre as partes, segundo inteligência do art. 475 do CC:
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir
a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o
cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos,
indenização por perdas e danos.

No entanto, essa indenização depende da demonstração de algum prejuízo


efetivamente sofrido pelo credor, não decorrendo do simples fato resolução. Não se justice, assim, o
arbitramento realizado pelo juízo sentenciante, desamparado por qualquer elemento probatório, até
porque o apelado aceitou espontaneamente o preço pago como forma de resolução do contrato.

Nos moldes de seu desenvolvimento doutrinário e jurisprudencial, a figura da perda


de uma chance exige, para sua configuração, que exista a probabilidade séria e real de obtenção de um
benefício, o que não restou demonstrado no presente caso, tendo em vista que não havia certeza mínima
sequer quanto à participação ao concurso televisivo.

Ainda, no mesmo sentido, são lícitas, em geral, todas as condições que a lei não
vedar expressamente, daí não havendo outro entendimento para o caso em questão, deve a sentença
atacada ser REFORMADA nos termos do pedido contido na inicial.

3. DOS PEDIDOS

Ex positis, Requer:

a) Requerer que o presente recurso de apelação seja CONHECIDO e,


quando de seu julgamento, seja totalmente PROVIDO para reformar a
sentença recorrida.

Termos em que,
Pede o deferimento.

Rio de Janeiro, 19 de Maio de 2023.

Maria Clara Pereira França de Sousa


OAB/RJ 21.190

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