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Ricardo Elias Elnour

Análise de Crédito,
Financiamento e
Investimento
Análise de Crédito,
Financiamento e
Investimento
Ricardo Elias Elnour

Análise de Crédito,
Financiamento e
Investimento

Natal/RN
2016
presidente
PROF. PAULO DE PAULA

diretor geral
PROF. EDUARDO BENEVIDES

diretora acadêmica
PROFA. LEIDEANA BACURAU

diretora de produção de projeto


PROFA. JUREMA DANTAS

FICHA TÉCNICA

gestão de produção de materiais didáticos


PROFA. LEIDEANA BACURAU

coordenação de design instrucional


PROFA. ANDRÉA CÉSAR PEDROSA

projeto gráfico
ADAUTO HARLEY SILVA

diagramação
MAURIFRAN GALVÃO

designer instrucional
ITSUO MACÊDO OKASHITA

revisão de língua portuguesa


RAFAEL AGUIAR MOURA

revisão das normas da ABNT


LUÍS CAVALCANTE FONSECA JÚNIOR

ilustração
RAFAEL EUFRÁSIO DE OLIVEIRA
Catalogação da Publicação na Fonte (CIP).
Ficha Catalográfica elaborada por Luís Cavalcante Fonseca Júnior - CRB 15/726.

E37a Elnour, Ricardo Elias.


Análise de crédito, financiamento e investimento /
Ricardo Elias Elnour ; edição e revisão do Instituto
Tecnológico Brasileiro (ITB). – Natal, RN : 2016.
159 p. : il.

ISBN 978-85-68100-76-9
Inclui referências

1. Análise de crédito. 2. Análise de financiamento. 3.


Análise de investimento. I. Instituto Tecnológico Brasileiro.
II.Título.

RN/ITB/LCFJ CDU 657


“Para salvar o crédito é preciso ocultar a perda.”
(Jean de La Fontaine).
Índice iconográfico

Atividade Vocabulário Importante

Mídias Curiosidade Querendo mais

Você conhece? Internet Diálogos

O material didático do Sistema de Aprendizado itb propõe ao aluno uma linguagem objetiva, sim-
ples e interativa. Deseja “conversar” diretamente, dialogar e interagir, garantir o suporte para o es-
tudante percorrer os passos necessários a sua aprendizagem. Os ícones são disponibilizados como
ferramentas de apoio que direcionam o foco, identificando o tipo de atividade ou material de estudo.
Observe-os na descrição a seguir:

Curiosidade – Texto para além da aula, explorando um assunto abordado. São pitadas de conheci-
mento a mais que o professor pode proporcionar ao aluno.

Importante! – Destaque dado a uma parte do conteúdo ou a um conceito estudado, que seja con-
siderado muito relevante.

Querendo mais – Indicação de uma leitura fora do material de estudo. Vem ao final da competência,
antes do resumo.

Vocabulário – Texto explicativo, normalmente curto, sobre novos termos que são apresentados no
decorrer do estudo.

Você conhece? – Foto e biografia de uma personalidade conhecida pelas suas obras relacionadas
ao objeto de estudo.

Atividade – Resumo do conteúdo praticado na competência em forma de exercício. Pode ser apre-
sentado ao final ou ao longo do texto.

Mídias – Contém material de estudo auxiliar e sugestões de filmes, entrevistas, artigos, podcast e
outros, podendo ser de diversas mídias: vídeo, áudio, texto, nuvem.

Internet – Citação de conteúdo exibido na Internet: sites, blogs, redes sociais.

Diálogos – Convite para discussão de assunto pelo chat do ambiente virtual ou redes sociais.
Sumário
Apresentação institucional....................................................................................................................11
Palavra do professor autor.....................................................................................................................13
Apresentação das competências.......................................................................................................15

Competência 01
Definir o significado de crédito .............................................................................................................19
O crédito no Brasil....................................................................................................................................19
Os cinco C’s do crédito...........................................................................................................................20
Os limites de crédito...............................................................................................................................23
Resumo........................................................................................................................................................27
Autoavaliação............................................................................................................................................28

Competência 02
Definir comitês de crédito ........................................................................................................................33
O que fazem os comitês de crédito...................................................................................................33
Composição dos comitês de crédito.................................................................................................34
As garantias nas operações de crédito.............................................................................................34
Tipos de garantias nas operações de crédito.................................................................................35
Processos de aprovação de crédito...................................................................................................39
Resumo........................................................................................................................................................40
Autoavaliação............................................................................................................................................40
Competência 03
Definir os mecanismos de aprovação de crédito..........................................................................45
Políticas de crédito..................................................................................................................................45
Comitês de crédito..................................................................................................................................46
Alçadas de limites de crédito...............................................................................................................47
Resumo........................................................................................................................................................51
Autoavaliação............................................................................................................................................51

Competência 04
Definir financiamentos................................................................................................................................55
Os elementos do financiamento........................................................................................................55
Financiamentos no Brasil......................................................................................................................62
Sistema Financeiro Nacional................................................................................................................63
Estrutura do Sistema Financeiro Nacional......................................................................................63
Principais fontes de financiamentos.................................................................................................64
Resumo........................................................................................................................................................69
Autoavaliação............................................................................................................................................70

Competência 05
Identificar os critérios de análise de investimentos.....................................................................73
Investimentos empresariais.................................................................................................................73
Critérios de investimentos....................................................................................................................74
Análise de riscos de investimento......................................................................................................82
Retorno sobre Investimento (ROI).....................................................................................................83
Viabilidade econômica de investimentos.......................................................................................85
Resumo........................................................................................................................................................87
Autoavaliação............................................................................................................................................87

Competência 06
Definir os tipos de financiamentos.......................................................................................................91
Financiamentos empresariais..............................................................................................................91
Tipos de financiamentos.......................................................................................................................92
Linhas de crédito......................................................................................................................................97
Endividamento empresarial.............................................................................................................. 100
Resumo..................................................................................................................................................... 104
Autoavaliação......................................................................................................................................... 104
Competência 07
Definir análise de investimentos empresariais............................................................................ 109
Investimentos empresariais X taxa de juros................................................................................ 109
Planejamento de investimentos empresariais........................................................................... 110
Como são formadas as taxas de juros............................................................................................ 114
A relação entre juros altos e investimentos................................................................................. 114
Resumo..................................................................................................................................................... 116
Autoavaliação......................................................................................................................................... 116

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


Competência 08
Definir o fluxo de caixa............................................................................................................................. 121
Relevância do fluxo de caixa para investimentos...................................................................... 121
Fluxo de caixa realizado X projetado............................................................................................. 122
Importância do fluxo de caixa e sua abrangência.................................................................... 123
Implantação do fluxo de caixa......................................................................................................... 124
Resumo..................................................................................................................................................... 128
Autoavaliação......................................................................................................................................... 128

Competência 09
Definir riscos.................................................................................................................................................. 133
Administração financeira e gestão de riscos............................................................................... 134
9
Planejamento financeiro empresarial............................................................................................ 135
Classificação de riscos empresariais............................................................................................... 140
Resumo..................................................................................................................................................... 141
Autoavaliação......................................................................................................................................... 142

Competência 10
Definir decisões de investimentos sob restrições de capital............................................... 147
Fluxo de caixa – Instrumento de análise...................................................................................... 148
Demonstrações do fluxo de caixa................................................................................................... 148
Orçamento de capital e decisão de investimentos................................................................... 149
Tipos de investimentos....................................................................................................................... 150
Resumo..................................................................................................................................................... 153
Autoavaliação......................................................................................................................................... 154

Referências.................................................................................................................................................... 156
Gabarito.......................................................................................................................................................... 158
Conheça o autor........................................................................................................................................ 159
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Apresentação institucional
O Instituto Tecnológico Brasileiro (itb) foi construído a partir do sonho de educadores e
empreendedores reconhecidos no cenário educacional pelas suas contribuições no desen-
volvimento econômico e social dos Estados em que atuaram, em prol de uma educação de
qualidade nos níveis básico e superior, nas modalidades presencial e a distância.
Esta experiência volta-se para a educação profissional, sensível ao cenário de desen-
volvimento econômico nacional, que necessita de pessoas devidamente qualificadas para 11
ocuparem vagas de trabalho e garantirem suporte ao contínuo crescimento do setor pro-
dutivo da nação.
O Sistema itb de Aprendizado Profissional privilegia o desenvolvimento do estudante a
partir de competências profissionais requeridas pelo mundo do trabalho. Está direcionado
a você, interessado na construção de uma formação técnica que lhe proporcione rapida-
mente concorrer aos crescentes postos de trabalho.
No Sistema itb de Aprendizado Profissional o estudante encontra uma linguagem clara
e objetiva, presente no livro didático, nos slides de aula, no Ambiente Virtual de Aprendiza-
gem e nas videoaulas. Neste material didático, um verdadeiro diálogo estimula a leitura, o
projeto gráfico permite um estudo com leveza e a iconografia utilizada lembra as modernas
comunicações das redes sociais, tão acessadas nos dias atuais.
O itb pretende estar com você neste novo percurso de qualificação profissional, con-
tribuindo decisivamente para a ampliação de sua empregabilidade. Por fim, navegue no
Sistema itb: um estudo prazeroso, prático, interativo e eficiente o conduzirá a um posicio-
namento profissional diferenciado, permitindo-lhe uma atuação cidadã que contribua para
o seu desenvolvimento pessoal e do seu país.
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Palavra do professor autor
Seja bem-vindo ao componente curricular análise de crédito, financiamento e investimento!
O estudo referente a essa disciplina é de fundamental importância, pois trata dos
critérios que são adotados para que as empresas consigam a concessão de crédito no
mercado e também da utilização eficiente de recursos que são liberados através dos
agentes financeiros para fins específicos, levando-se em consideração a necessidade
das empresas, como esses recursos deverão ser aplicados, os riscos inerentes às opera- 13
ções de crédito e o retorno das empresas por intermédio desses investimentos.
É dirigido a estudantes e profissionais que atuam na área financeira, no departamen-
to de cobrança, análise e concessão de crédito, financiamento e investimento.
Tem por objetivo analisar o mercado de crédito, a forma como as empresas devem se
proteger para a tomada e concessão de créditos, a melhor maneira de evitar perdas, assim
como a aplicação positiva de recursos para uma performance ideal no mercado global.
Os nossos estudos farão com que você tenha uma visão mais abrangente da análise
de crédito, suas principais funções e aplicações no dia a dia. Dessa forma, irá compreen-
der melhor como devem ser realizadas as operações de crédito, os financiamentos e os
investimentos com o objetivo de maximizar o retorno das empresas.
Ao longo deste livro, você encontrará várias oportunidades de avaliar seus conheci-
mentos por meio das atividades propostas. Irá se deparar com as situações de mercado,
aplicando seus conhecimentos na prática de tudo o que aprender aqui. No entanto, para
que possa ter êxito nos estudos, é preciso sua dedicação, determinação e comprometi-
mento para poder atuar com excelência no campo profissional.
Agora, vamos lá!
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Apresentação das competências
Nossa primeira competência será para você definir o que significa crédito, a importância
dos cinco C’s do crédito, a quem se destina e como são estabelecidos os limites de crédito.
A segunda competência irá tratar dos comitês de crédito, das garantias em operações
de crédito e dos processos de aprovação de crédito.
Na terceira competência, vamos compreender como funciona todo o mecanismo dos
processos de aprovação de crédito. 15
A quarta competência será dedicada à análise de financiamentos e às principais fontes
de financiamento.
A quinta competência será para identificarmos os critérios de análise de financiamento,
ou seja, os métodos mais utilizados no mercado para a tomada de decisão de investimen-
tos empresariais.
Na sexta competência, iremos abordar os principais tipos de financiamento, tanto de
curto quanto de médio e longo prazo.
Na sétima competência, vamos entender como funciona, na prática, os investimentos
dentro das organizações e como são formadas as taxas de juros.
A oitava competência será para tratarmos da relevância dos fluxos de caixa para as
decisões de investimentos.
Na nona competência, vamos tratar dos riscos associados aos investimentos empresa-
riais no que tange à administração financeira.
Para finalizar nossas competências, o décimo momento será para tratar das decisões
de investimentos sob restrições de capital.
Competência
01
Definir
o significado de crédito
Definir
o significado de crédito

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


Vou iniciar nossa competência com a seguinte pergunta: você conhece alguma pessoa
ou empresa que tem algum tipo de empréstimo ou financiamento? Provavelmente, sua
resposta seja: SIM.

Por que isso acontece? Porque buscar crédito no mercado já faz parte da cultura finan-
ceira da maioria das pessoas e empresas no Brasil.

Muitas pessoas e empresas buscam o crédito para satisfazer suas necessidades de


consumo, seus desejos e até para pagar contas quando ficam endividadas.

Nosso foco será voltado para empresas, no entanto, funciona igualmente no caso da
pessoa física. As empresas buscam o crédito para honrar seus compromissos, estimular
a produção (no caso de indústrias), melhorar a infraestrutura, capacitar, treinar e desen- Tomador: é aquele
volver pessoas em âmbito profissional, investir em marketing e propaganda, dentre outras que contrai um 19
empréstimo atra-
necessidades específicas de cada organização. vés de um agente
financeiro.
Não há nada de errado em buscar crédito. O fato é que infelizmente muitas empresas
canalizam esses recursos de maneira errada e, ao invés de solucionar seus problemas,
acabam arranjando outros.

Afinal, o que é crédito sob o ponto de vista financeiro?

Sob o ponto de vista financeiro, crédito significa dispor recursos financeiros a um tomador,
por intermédio de um agente financeiro, para que ele possa utilizá-los na compra de bens,
na realização de despesas, financiamentos ou investimentos que se fizerem necessários. Agente financeiro:
trata-se da insti-
tuição financeira
ou bancária que
O crédito no Brasil disponibiliza linhas
e modalidades
No Brasil, há muitas facilidades para que as empresas consigam crédito. No entanto, de crédito para
pessoas físicas ou
temos algumas exigências a serem cumpridas, junto às instituições concedentes desses empresas.
recursos. As garantias facilitam muito a tomada de crédito, principalmente quando as em-
presas pleiteiam recursos via agente financeiro.
Não vamos aqui entrar em detalhe, pois depende muito do tipo de crédito que a em-
presa irá buscar no mercado e também de qual será a destinação dos recursos a serem
aportados.

O mais importante é saber que há uma grande viabilidade de recursos a serem inves-
tidos junto às organizações, desde que elas consigam comprovar ao agente financeiro as
peculiaridades exigidas em cada modalidade de empréstimo.

Como medida de proteção aos agentes financeiros, surgiu o processo de análise de


crédito, no qual uma equipe de profissionais trabalha com o objetivo de diminuir as perdas,
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

estabelecendo políticas para a concessão de crédito junto às empresas. Esse processo


vem sendo aperfeiçoado ao longo dos anos e, hoje, há inclusive alguns softwares que fa-
zem determinadas automatizações, dependendo da natureza do crédito a ser concedido.

Você conhece?
Uma em cada três pessoas economicamente ativas no Brasil tem algum
tipo de empréstimo ou financiamento a partir de R$ 1.000,00 (mil reais).
Essa estatística se aplica também às empresas, que quase em sua totali-
20 dade têm algum tipo de financiamento ou empréstimo vigente.

Os cinco C’s do crédito


Antes de ocorrer a concessão de crédito propriamente dita, é bastante comum as institui-
ções financeiras realizarem uma análise de crédito das empresas proponentes ao crédito.

Uma das metodologias mais conhecidas e aplicadas no mercado é a análise dos cinco
C’s do crédito: Caráter, Capacidade, Capital, Colateral e Condições.

O primeiro C do crédito é: CARÁTER

O caráter está diretamente ligado à índole do tomador de crédito, assim como a sua
predisposição em honrar com o compromisso do empréstimo. Alguns aspectos analisados
pelas instituições financeiras são: identificação da empresa, atuação no mercado, compor-
tamento de negócios, pontualidade no cumprimento de obrigações, restrições financeiras,
dentre outras.
O segundo C do crédito é: CAPACIDADE

A capacidade, como o próprio nome diz, trata da capacidade de o tomador pagar os


compromissos assumidos. Neste ínterim, são analisados: a organização da empresa, seu
funcionamento, a forma como é administrada por seus gestores, o tempo de mercado, o
Liquidez: refere-se
faturamento, a liquidez da empresa, a capacidade de endividamento e o fluxo de caixa. à velocidade e
facilidade com
a qual um ativo
(bem) pode ser
O terceiro C do crédito é: CAPITAL convertido em
caixa (dinheiro).

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


De acordo com Tsuru e Centa (2007, p. 35), “Capital é o patrimônio econômico
financeiro que dá suporte ao crédito solicitado por pessoas físicas ou jurídicas”. De manei-
ra simples, trata-se do potencial financeiro do tomador de crédito, ou seja, das condições
econômicas da empresa que está pleiteando o empréstimo.

São analisados, principalmente, o Balanço Patrimonial,(pág. 22) o Imposto de Renda Fluxo de caixao:
são as entradas e
da Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).(pág. 23) Tam- saídas de recursos
bém são importantes o índice de liquidez e a lucratividade da empresa. financeiros ou
dinheiro em um de-
terminado período
de tempo, em uma
O quarto C do crédito é: COLATERAL empresa. Ou seja,
é uma ferramenta
O colateral refere-se às garantias do proponente ao crédito junto ao agente financeiro, empresarial que
serve para contro-
caso o tomador não honre os compromissos de pagamento. Em operações envolvendo em- lar a movimenta-
21
presas, além de avalistas, as instituições financeiras pedem como garantia de pagamento ção financeira de
uma organização.
bens patrimoniais, que podem ser imóveis, terrenos, prédios, equipamentos etc.

Algo importante a ser destacado é que quanto melhor a garantia oferecida pelo propo-
nente, maiores as possibilidades de aprovação dos recursos, pois fortalecem o conjunto de
informações para a análise e concessão do crédito.

Lucratividade: é o
resultado positivo
O quinto C do crédito é: CONDIÇÕES após deduzir os
custos e despesas.
O quinto C do crédito refere-se às condições econômicas da empresa proponente ao
crédito em relação ao ambiente externo, tendo como base o mercado em que a empresa
atua. É avaliado o momento atual da empresa, ou seja, as condições da mesma junto ao
mercado externo no momento da tomada de crédito.

Muitas vezes, as empresas buscam crédito por estarem em fase de crescimento e por
seus produtos e serviços estarem em alta, mesmo diante de um cenário econômico volátil
e competitivo.

Por outro lado, são levadas em conta na análise de crédito as condições da empresa
diante do cenário econômico. Caso haja uma crise, qual é a dependência dessa organiza-
ção em relação ao governo? Como se comportam suas vendas no mercado, em períodos
de sazonalidade? A empresa consegue sobreviver bem mesmo em tempos difíceis?

Balanço Patrimonial: Em alguns casos, dependendo do tipo de empréstimo e dos valores a serem li-
é uma demonstração
berados, as instituições financeiras chegam a visitar as empresas proponentes para bus-
contábil que tem por
finalidade apresentar car informações mais precisas a fim de compor o corpo da análise de crédito, juntamen-
a posição financeira
te com a documentação apresentada. Caso seja comprovado que a empresa tem mais
e econômica de uma
entidade (em geral, recebíveis(pág. 23) do que endividamentos, a análise de crédito tende a ser mais favorável e,
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

uma empresa) em
consequentemente, as chances para a liberação do crédito aumentam.
determinada data,
representando uma
posição estática
(posição ou situação
do patrimônio em
determinada data).
Fonte: <http://
www.21tradingcoach.
Atividade 01
com/br/ Você consegue identificar a importância do crédito para as empresas em
formaci%C3%B3n-gra-
fase de crescimento?
tuita/an%C3%A1lisis-
-fundamental/124-
-balanco-geral-de-
-uma-empresa>.
Acesso em: 01 de fev.
de 2016.
22
Curiosidade

Mercosul: o
Mercado Comum
do Sul é uma área
de livre comércio e
política comercial
comum de países
da América do Sul
(Brasil, Paraguai, Figura 1 – Prestação de serviço via celular.
Uruguai, Venezuela, Fonte: <http://experienceclub.com.br/site/wp-content/uploads/2015/12/pay_interno.jpg>.
Argentina e Bolívia). Acesso em: 01 de fev. de 2016.

Os bancos estão dando atenção à grande população de dispositivos mó-


veis e enxergam nisso uma excelente oportunidade para reduzir o número
de pessoas nas agências bancárias pelos serviços prestados de emprésti-
mos via celular. Trata-se de uma grande facilidade que mostra o avanço da
tecnologia com a liberação de crédito pelo canal mobile.
Os bancos estão dando atenção à grande população de dispositivos móveis e enxer-
gam nisso uma excelente oportunidade para reduzir o número de pessoas nas agências
bancárias pelos serviços prestados de empréstimos via celular. Trata-se de uma grande
facilidade que mostra o avanço da tecnologia com a liberação de crédito pelo canal mobile.
Demonstração
do Resultado do
Exercício (DRE): é

Os limites de crédito uma demonstração


contábil que se
destina a eviden-
ciar a formação do

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


resultado líquido
Limite de crédito é o valor que uma pessoa física ou jurídica tem disponível para em um exercício
(período), através
sua utilização após a avaliação da instituição financeira.
do confronto das
receitas, custos
e despesas apu-
radas segundo o
Existem vários tipos de limites de crédito. Os principais são o limite de crédito de con- princípio contábil
do regime de com-
tas correntes em instituições financeiras, os limites de crédito para cartões de crédito, os petência. Fonte:
limites de crédito para empréstimos e os limites de crédito para financiamentos, tais como: <https://www.bus-
soladoinvestidor.
veículos, imóveis etc. Vamos compreender melhor cada um dos limites citados acima? com.br/abc_do_in-
vestidor/
demonstracao_
de_resultados_no_
Limites de conta corrente exercicio_dre.asp>.
Acesso em: 01 de 23
fev. de 2016.

Recebíveis: é a
transformação de
duplicatas de ven-
da a prazo, vendas
parceladas no car-
tão de crédito ou
mesmo os cheques
pré-datados de
clientes em capital
para saldar as
Figura 2 – Limite de conta corrente. contas atuais
Fonte: <http://www.sofisa.com.br/images/antecipacao.jpg>. Acesso em: 01 de fev. de 2016.

Após a análise cadastral e do perfil de renda do cliente, a instituição financeira poderá


liberar tanto ao cliente pessoa física quanto ao cliente pessoa jurídica um limite de crédito
de conta corrente, conhecido no mercado e na linguagem bancária como cheque especial.

Esse recurso fica disponível para a utilização na conta corrente do cliente. No entanto, é
importante destacar que esse crédito custa bem caro por ter uma das taxas de juros mais
altas do mercado, em se tratando de empréstimos. Deve-se também tomar cuidado para
não confundir esse limite de conta corrente com o seu saldo, pois algumas instituições
financeiras somam os valores de saldo em conta com os do cheque especial.

Limites de cartões de crédito


Análise de crédito, Financiamento e Investimento

24

Figura 3 – Cartões de crédito.


Fonte: <http://pt.wallpapersma.com/wp-content/uploads/2013/06/dinheiro-de-pl%C3%A1stico-728x546.jpg>.
Acesso em: 01 de fev. de 2016.

Outro tipo de limite é o de cartões de crédito, seja para pessoa física ou jurídica (empresas).

O limite dos cartões de crédito é calculado pelo banco ou administradora de cartões, le-
vando em conta diversas variáveis, dentre elas a renda pessoal ou o faturamento, no caso
de empresa. Assim, é identificada a capacidade de pagamento de um determinado valor
ou então é especificado um percentual-limite de comprometimento da renda mensal para
ser gasto com o cartão. A partir disso, o cartão recebe um valor de limite de gastos que não
poderão ser ultrapassados.

Vamos imaginar que o cartão possua um limite de R$ 1.000,00 (mil reais). Caso você
compre algo no valor de R$ 100,00 (Cem reais), o seu cartão ainda terá R$ 900,00 (No-
vecentos reais) disponíveis para novos gastos, até que essa compra seja paga na próxima
fatura. A cada despesa paga com o cartão, o limite diminui; a cada pagamento da fatura, o
limite volta ao seu valor inicial, caso a fatura seja integralmente quitada.
Um fator que compromete o limite do cartão de crédito é não pagar o total da fatura.
Quando se paga apenas o valor mínimo, a incidência de juros e multas é bastante alta e a
soma deles será lançada na próxima fatura. Com o tempo, esses custos transformam-se
em uma “bola de neve”, aumentando o valor da fatura. Dessa forma, o valor do pagamento
mínimo vai dificultando bastante a quitação da dívida. Além disso, o lançamento de despe-
sas com juros e multas também diminui o limite disponível para novas compras.

É importante aproveitar todas as facilidades do cartão de crédito, mas sem abrir mão
da responsabilidade, promovendo o consumo consciente e evitando o endividamento no

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


futuro, seja como pessoa física ou jurídica.

Limites de empréstimos

25

Figura 4 – Empréstimo.
Fonte: <http://www.beliefnet.com/~/media/274B0385B0F14022B55A49C2503E92D8.ashx>.
Acesso em: 01 de fev. de 2016.

O limite de empréstimos segue a mesma lógica dos limites preestabelecidos pela


instituição financeira, independente da natureza do crédito. No entanto, aqui temos algu-
mas peculiaridades, pois existem limites que são concedidos para créditos consignados,
ou seja, os valores do empréstimo são descontados na folha dos clientes tomadores
desses recursos. Esses empréstimos visam às pessoas aposentadas, pensionistas e fun-
cionários públicos.

No caso de empréstimos para pessoa jurídica, são analisados o perfil da empresa e a


capacidade de pagamento da mesma, além de outras exigências já comentadas acima
através dos C’s do crédito. Mais adiante, iremos tratar, detalhadamente, das modalidades
de empréstimos para pessoa jurídica. O importante aqui é compreendermos que após a
análise da instituição financeira, é pré-aprovado um valor que pode ser utilizado pelos to-
madores desses recursos.

Limites de financiamentos
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

Figura 5 – Casas Habitacionais.


26 Fonte: <http://s21.photobucket.com/user/campogrande/media/campogrande2/2278.jpg.html>.
Acesso em: 01 de fev. de 2016.

Os limites de financiamentos são estabelecidos de acordo com a modalidade escolhida.


Temos vários tipos de financiamentos. Os mais conhecidos para pessoa física são os finan-
ciamentos para compra de imóveis e para a aquisição de veículos.

As regras são estabelecidas de acordo com cada instituição financeira. No caso de


financiamento imobiliário, normalmente são seguidas as regras do Sistema Financeiro de
Habitação (SFH) para imóveis usados. Para imóveis novos, são seguidas as regras do Sis-
tema Financeiro Imobiliário (SFI), no qual as taxas de juros variam entre 9,15% a 10,61%
ao ano, dependendo do agente financeiro.

No caso de financiamento de veículos, as taxas oscilam entre 1,8% a 2,7% para veículos
usados e 1,2% a 2,1% para veículos novos, dependendo em ambos os casos do tipo de par-
celamento escolhido, seja pessoa física ou jurídica. Vamos tratar mais adiante de alguns
tipos de financiamentos específicos para empresas.
Curiosidade
Você sabe qual é a diferença entre empréstimo e financiamento? Emprés-
timo é uma modalidade de contrato realizada entre o cliente e uma insti-
tuição financeira, na qual se recebe uma determinada quantia em dinheiro
sem destinação específica, ou seja, o recurso poderá ser usado para qual-

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


quer finalidade.
O financiamento também é um contrato realizado entre um cliente e uma
instituição financeira, porém os recursos têm uma destinação específica,
como por exemplo: a aquisição de um imóvel, a aquisição de veículos etc.

Querendo mais
Para uma compreensão melhor acerca de como conseguir créditos para
sua empresa, assista ao vídeo no link relacionado abaixo. Esse vídeo é 27
apresentado por um consultor do SEBRAE/PR. Ele mostra as peculiarida-
des que são essenciais para conseguir os recursos solicitados nos finan-
ciamentos e empréstimos. São passadas 10 dicas muito importantes a
serem seguidas antes de escolher a modalidade de crédito pretendida.
Acesse o link: <https://www.youtube.com/watch?v=OQM51qBQhaQ>.

Resumo
Caro aluno, nesta competência você identificou o que significa crédito sob o ponto de
vista financeiro. Você estudou uma das metodologias mais conhecidas e aplicadas no mer-
cado para a análise e concessão de crédito. Teve condições de perceber a importância da
análise de crédito como medida de proteção aos agentes financeiros, quanto à tomada
de recursos. Conseguiu compreender como ocorre o processo de tomada e concessão de
créditos, tanto para pessoa física quanto para pessoa jurídica. Aprendeu como são estabe-
lecidos os limites de crédito. Teve a oportunidade de conhecer os tipos de limites de crédito
mais utilizados no mercado, assim como as peculiaridades de cada um deles. Enfim, a
partir de agora, você tem condições de definir o crédito e de analisar as possibilidades e
meios de concessão, tendo uma visão clara e apropriada para aplicar seus conhecimentos
na sua prática profissional do dia a dia, podendo contribuir na empresa onde trabalha ou
em sua própria empresa, se for o caso.

Autoavaliação
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

01. Sob o ponto de vista financeiro, podemos afirmar que o crédito:

a) Significa a forma de conseguir fundos e reservas financeiras.

b) Significa a forma como uma empresa busca dinheiro nos meios de produção.

c) Significa dispor recursos financeiros a um tomador, por intermédio de um agente finan-


ceiro.

d) Significa os meios de conseguir aportar recursos de terceiros.

02. Uma das metodologias mais utilizadas para a análise e concessão de crédito é conhe-
cida como:

28 a) “Os cinco C’s do crédito”.

b) “As 10 regras de ouro do crédito”.

c) “Os números mágicos do crédito”.

d) “Os 8 C’s do crédito”.

03. O “TOMADOR” é aquele que:

a) Não paga um empréstimo contratado.

b) Contrai um empréstimo através de um agente financeiro.

c) Contrai uma dívida no mercado consumidor.

d) Empresta dinheiro a juros.

04. Limite de crédito é o valor que uma pessoa física ou jurídica tem disponível para sua
utilização:

a) Após a avaliação da instituição financeira.


b) Antes da avaliação da instituição financeira.

c) Durante o período de análise da instituição financeira.

d) Até decidir usar o recurso financeiro.

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


29
02
Definir
comitês de crédito
Competência

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


31
Definir
comitês de crédito

Caro aluno, imagine agora que você seja um banqueiro. Nessa condição, eu te faço o

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


seguinte questionamento: você arriscaria entregar o dinheiro de sua instituição financeira
para empresas ou para pessoas físicas sem qualquer critério e sem saber se eles poderão
arcar com essas obrigações?

Sua resposta certamente será: Não!

A origem da palavra “crédito” significa “confiar”. Dessa forma, o crédito baseia-se na


confiança, ou seja, na esperança de que o proponente (tomador ou devedor) pague, no
futuro, o recurso que foi adquirido no presente.

Quando decidimos tomar um empréstimo ou mesmo uma empresa resolve buscar


recursos junto a uma instituição financeira, todos se encontram sujeitos a uma análise
de crédito.
33
Para se conceder determinado crédito, as instituições financeiras realizam um estudo
sobre os proponentes (tomadores ou devedores) antes de haver a concessão dos recursos.

Caso seja identificado que as empresas ou pessoas físicas não têm condições de pagar
os empréstimos, com certeza os créditos não serão liberados. Mas quem são os responsá-
veis pela análise de crédito dentro das instituições financeiras? A resposta é: os comitês
de crédito.

O que fazem os comitês de crédito


Os comitês de crédito analisam as operações de crédito que são colocadas para a apro-
vação e emitem um parecer de decisão sobre a concessão ou não dos recursos solicitados.

Os comitês de crédito se reúnem nas instituições financeiras para discutir a con-


cessão de créditos, guiados por suas políticas internas. Analisam o rating das empresas,
a qualidade da carteira de clientes, os índices de perdas esperadas, dentre outras regras Rating: trata-se da
classificação do
estabelecidas especificamente por cada um dos agentes financeiros. risco de crédito de
uma empresa.
Os comitês de crédito também definem os riscos para as operações de crédito
através de um exame detalhado em suas carteiras de clientes, podendo até criar novas
políticas de concessão, pois são responsáveis pela aprovação do crédito.

Composição dos comitês de crédito


Os comitês de crédito são formados dentro da instituição financeira, havendo também o
comitê da superintendência para uma alçada maior ou mesmo da diretoria executiva para
casos mais complexos, em que haja a necessidade de aprovação em instâncias superiores.
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

Normalmente, o comitê de crédito é composto por:

• Gerente de contas ou gerente de negócios;

• Diretor executivo;

• Superintendente de crédito;

• Diretor superintendente.

São exatamente essas pessoas que decidem qual é o crédito que será liberado dentro
da instituição financeira, a favor do proponente ao recurso a ser emprestado.
Inadimplência: é a
falta de pagamento A avaliação do crédito coloca em jogo uma decisão tomada no presente que poderá
34 de uma obrigação
financeira assumida
trazer sérias consequências futuras. Daí a importância do comitê de crédito dentro das
e não cumprida no instituições financeiras, nas decisões de crédito envolvendo empresas.
prazo determinado.

As garantias nas operações de crédito


Para assegurar o pagamento integral ou recuperar parcialmente as perdas no caso de
inadimplência, geralmente as instituições financeiras solicitam às empresas tomadoras
de financiamento ou empréstimos por parte de pessoas físicas garantias cujo valor atinja
Empréstimo
consignado: é um entre 100% a 200% do valor solicitado. As garantias servem para dar segurança e reforçar
empréstimo com as operações de crédito.
pagamento indireto
cujas parcelas As garantias oferecidas de forma concreta, por parte dos proponentes, facilitam o acesso
são deduzidas
diretamente da ao crédito. Quando não há garantias nas operações de crédito, dificilmente ocorrerá a conces-
folha de pagamento são. Em casos muito raros, as instituições podem não exigir uma garantia real para assegurar
da pessoa física.
Fonte: <http://www. o pagamento da operação de crédito, como por exemplo, em empréstimos consignados, nos
procon.rj.gov.br/ quais os juros são subsidiados pela empresa ou pelo governo.
index.php/publica-
cao/detalhar/430>. No entanto, em outras situações dois fatores poderão ocorrer: o primeiro é o crédito
Acesso em: 01 de
fev. de 2016. não ser aprovado; o segundo é a aprovação em alguns casos, porém com o valor do crédito
muito menor do que se houvesse a garantia e com taxas de juros muito altas, tornando a
operação mais cara, pois o custo relacionado ao empréstimo varia de acordo com as garan-
tias apresentadas. Se não houver garantias sólidas, as instituições financeiras precisam se
resguardar quanto ao risco da operação.

O melhor caminho, ao recorrer a um empréstimo ou financiamento, é ter algumas ga-


rantias, pois irá ajudar os proponentes a receber as melhores ofertas de crédito e aumen-
tará consideravelmente as chances de aprovação.

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


Tipos de garantias nas operações de crédito

35

Fonte: <http://www.alorondonia.com.br/imagens/biblioteca/
800/21092015093342_1442838822.jpg>. Acesso em: 01 de fev. de 2016.

Atualmente, no que diz respeito às operações de crédito, há dois tipos de garantias: as


garantias pessoais ou fidejussórias e as garantias reais.

As garantias pessoais ou fidejussórias podem ser concedidas por pessoas físicas ou


jurídicas (empresas) que assumem o papel de avalistas ou fiadores e têm a obrigação de
honrar os compromissos que venham a assumir com o cliente na operação de crédito.

Os avalistas e os fiadores submetem-se à mesma análise de crédito que o cliente, seja


pessoa física ou jurídica, pois em caso de atraso ou não pagamento pelo titular do emprés-
timo, eles terão que substituí-lo. Por essa razão, faz-se necessária a verificação de suas
condições financeiras e econômicas.

As instituições financeiras buscam, a fundo, a confirmação das informações prestadas


em relação às garantias envolvidas nas operações de crédito, em especial quando conce-
didas às pessoas jurídicas. Deve-se verificar se elas estão autorizadas em seus atos socie-
tários. Caso não estejam, a operação de crédito será nula. Entra também como garantia
pessoal ou fidejussória a fiança.

As garantias reais são bens ou direitos de recebimentos dados em garantia de obriga-


ções relativas às operações de crédito. A escolha dessa garantia está vinculada ao tipo de
operação, valores envolvidos e prazo para a liquidação do empréstimo. Dentre as garantias
reais, destacam-se: a hipoteca, o penhor ou caução e a alienação fiduciária.
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

Agora, vamos entender cada uma das garantias apresentadas.

Aval

O aval ou avalista (como é conhecido no mercado) é um tipo de garantia dada por uma
pessoa física ou jurídica que toma como sua responsabilidade o pagamento de uma dívida,
no caso de a pessoa que solicitou o crédito não honrar com seu compromisso.

Torna-se necessário, no entanto, que o avalista consiga comprovar que pode arcar com
esse compromisso. Para isso, ele precisa provar a existência de algum patrimônio, compro-
vando a inexistência de restrições financeiras, além de outras exigências relativas a sua
capacidade econômica.
36

Fiança

A fiança é uma obrigação por escrito ou um contrato no qual o fiador garante que cum-
prirá com a obrigação do devedor, se este não cumpri-la ou, ainda, garante o pagamento
de uma indenização ou multa pelo não cumprimento da obrigação do afiançado, que é o
proponente ao crédito.

Ela pode ser concedida à pessoa física ou jurídica. O proponente ao crédito poderá
contratar também a fiança bancária. Neste caso, contrata uma instituição financeira para
ser a fiadora de uma obrigação. Funciona como uma espécie de seguro para a operação
de crédito. Esse tipo de fiança é bastante usado atualmente, pois apesar de ser mais caro,
é mais prático e imediato.

Hipoteca

A hipoteca é uma operação cujo pagamento da dívida é garantido com um bem imóvel.
Mesmo estando conservada a posse do bem, a empresa só readquire a propriedade plena
após quitar integralmente a dívida.

A hipoteca é formalizada através de escritura pública ou por meio de cédula de crédito.


Para ter valor legal, a hipoteca deverá obrigatoriamente ser registrada no cartório de regis-
tro de imóveis.
Escritura pública:
documento elabo-
Se a dívida não for paga ou se for paga parcialmente, ao fim do prazo contratado, a ins-
rado em cartório,
tituição pode assumir a propriedade do bem que foi dado como garantia. por agente que
detém a função
pública. Esse
documento é apto

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


Penhor ou caução a ser registrado no
cartório de imó-
Nesta modalidade de garantia, a empresa entrega um bem móvelpág 38 à instituição veis, transmitindo
a propriedade de
financeira para assegurar o pagamento da dívida, mas também mantém sua propriedade.
determinado bem
imóvel. Fonte:
Caso a dívida não seja quitada no prazo, a instituição financeira recebe a posse definiti-
<http://www.car-
va e a propriedade do bem que foi penhorado na garantia do empréstimo. toriomaia.com.br/
conteudo/258>.
Acesso em: 01 de
fev. de 2016.
Alienação fiduciária

Neste tipo de garantia, o proponente, seja pessoa física ou jurídica, transfere a proprie-
dade de um bem móvel para a instituição financeira, mantendo apenas a sua posse. Isso
possibilita que ele continue utilizando o bem mesmo estando alienado. É muito comum em
financiamento de veículos. A propriedade do bem só retorna ao proponente com a posse
37
Cédula de crédito:
definitiva, depois que a dívida for paga integralmente. título de crédito
emitido por pessoa
Você aprendeu que a utilização das garantias é de suma importância para proteger o física ou jurídica
que favorece a
capital das instituições financeiras, trazendo maior liquidez às operações de crédito, assim
instituição finan-
como a efetiva recuperação de crédito em casos nos quais não haja o cumprimento das ceira ou entidade
a esta equiparada,
obrigações por parte dos proponentes.
representando
a promessa de
pagamento em
dinheiro decorren-
te de operação de
crédito de qualquer

Curiosidade modalidade. Fonte:


<http://www.
planalto.gov.br/cci-
Você sabia que na Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/00), existe um vil_03/MPV/1925-
artigo específico destinado às operações de crédito? Trata-se do art. 29, 15.htm>. Acesso
em: 01 de fev. de
III, c/c § 1º e diz que a operação de crédito é todo compromisso financeiro 2016.
assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de
título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores
provenientes da venda em termo de bens e serviços, arrendamento mer-
cantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de deriva-
tivos financeiros, bem como a assunção, o reconhecimento ou a confis-
Bem móvel: é o são de dívidas pelo ente da Federação, sem prejuízo do cumprimento das
bem que pode
ser transportado exigências dos arts. 15 e 16. Acesse o link: <http://www.planalto.gov.br/
ou movimentado, ccivil_03/leis/LCP/Lcp101.htm>. Acesso em: 01 de fev. de 2016.
como por exemplo:
automóveis e
produtos eletroele-
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

trônicos.

Querendo mais
Para obter mais informações sobre a importância das garantias de crédi-
to e sobre os principais problemas encontrados por pequenas empresas
quanto à concessão de crédito, acesse o artigo no link a seguir. Nesse
artigo, você vai identificar a melhor maneira de uma pequena empresa
conseguir os recursos com a aprovação de crédito, utilizando uma das
modalidades de garantias oferecidas no mercado. Acesse o link: <http://
38
www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/Alternativas-para-que-pe-
quenos-neg%C3%B3cios-obtenham-garantia-de-cr%C3%A9dito>. Acesso
em: 01 de fev. de 2016.

Atividade 01
Você consegue identificar qual é a garantia de crédito na qual o pagamento
da dívida é assegurado com um bem imóvel formalizado em cartório atra-
vés de escritura pública? Recomendo a leitura do artigo no link que segue
para uma maior compreensão a respeito da atividade proposta: <http://
www.jusbrasil.com.br/topicos/26413308/hipoteca/artigos>.
Curiosidade

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


Você sabia que existe uma entidade privada, sem fins lucrativos, que ad-
ministra um mecanismo de proteção aos correntistas, poupadores e inves-
tidores e que permite recuperar os depósitos ou créditos mantidos em ins-
tituição financeira, no valor de até R$ 250.000,00 (Duzentos e cinquenta
mil reais) em caso de intervenção, de liquidação ou de falência? Trata-se 39
do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

Processos de aprovação de crédito


Os processos de aprovação de crédito buscam minimizar o risco das operações para a
concessão de crédito dentro das instituições financeiras.

Os processos de aprovação de crédito se iniciam com a formalização de propostas das


operações de crédito elaboradas pelos gerentes de contas das instituições financeiras ou
gerentes comerciais, dependendo do agente financeiro. Alçada: limite da
ação ou da influ-
Após o preenchimento do cadastro, reúne-se a documentação exigida para cada mo- ência de alguém,
competência,
dalidade de empréstimo. Tendo sido realizada essa primeira etapa, surge então o que jurisdição. Fonte:
chamamos de esteira de crédito, ou seja, as propostas são submetidas à análise dentro de <http://www.
editoramagister.
um sistema de alçadas. com/Dicionarios.
aspx?pagina=31>.
Dependendo do valor do crédito a ser concedido, os próprios diretores já têm autono-
Acesso em: 01 de
mia para aprovar os recursos solicitados. No entanto, há uma análise criteriosa seguindo fev. de 2016.
as regras e procedimentos de cada instituição financeira antes da aprovação. Quanto aos
limites de valores, as regras variam de acordo com cada instituição financeira.

Nos processos de aprovação de crédito, nos quais as propostas de valores são


mais expressivas e requerem uma garantia real, essas são levadas aos comitês de crédito
da instituição financeira. Cada uma tem seus limites de alçadas preestabelecidos.

Resumo
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

Caro aluno, nesta competência, você identificou os comitês de crédito e entendeu que
antes da concessão de um empréstimo, tanto as pessoas físicas como as jurídicas (empre-
sas) passam por uma análise de crédito, estando sujeitas à aprovação. Você teve a oportu-
nidade de aprender que os comitês de crédito são responsáveis por analisar as operações
de crédito que são colocadas para a aprovação e emitem um parecer sobre a decisão
em relação à concessão dos recursos solicitados. Você compreendeu que os comitês de
crédito também definem os riscos para as operações de crédito, através de um exame de-
talhado em suas carteiras de clientes, podendo até criar novas políticas de concessão por
serem responsáveis pela aprovação do crédito. Entendeu como são compostos os comitês
de crédito e os tipos de garantias de crédito, seguidos de sua importância para a proteção
dos agentes financeiros. Conseguiu entender a importância dos processos de aprovação
40 de crédito dentro das instituições financeiras. Enfim, a partir de agora, você tem condições
de definir os comitês de crédito, a importância quanto a sua análise e os tipos de garantias
oferecidas, dando-lhe uma visão mais abrangente sobre as principais peculiaridades que
envolvem a tomada e concessão de crédito no mercado.

Autoavaliação
01. São responsáveis pela análise de crédito:

a) Os comitês de crédito das instituições financeiras.

b) A diretoria colegiada dos bancos.

c) Apenas o gerente comercial da instituição financeira.

d) O comitê de auditoria da instituição financeira.

02. Os comitês de crédito definem também os riscos para as operações de crédito, através
de um exame detalhado em suas carteiras de clientes, podendo até:
a) Identificar clientes potenciais.

b) Estabelecer créditos rotativos.

c) Criar novas políticas de concessão de crédito.

d) Segmentar clientes de baixa renda.

03. Para assegurar o pagamento integral ou recuperar parcialmente as perdas no caso de


inadimplência, foram criadas as:

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


a) Agências bancárias.

b) Garantias nas operações de crédito.

c) Superintendências do mercado financeiro.

d) Agências de fomento mercantil.

04. Tipo de garantia dada por uma pessoa física ou jurídica que se responsabiliza pelo pa-
gamento da dívida, caso o tomador de crédito não honre com seu compromisso:

a) Aval.

b) Penhor.
41
c) Hipoteca.

d) Fiança.
Competência
03
Definir os mecanismos
de aprovação de crédito
Definir os mecanismos
de aprovação de crédito

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


ocê já percebeu que ao buscar crédito na praça, na maioria das vezes, pagamos altas
taxas de juros?

Você sabe por que isso acontece?

Porque ao buscar recursos por meio de empréstimos ou financiamentos, os agentes


concedentes de crédito, no caso de bancos ou financeiras, classificam-nos como futuros
devedores, antes mesmo de liberar os recursos.

Isso ocorre como medida de proteção dos agentes financeiros, pois na análise de risco,
a operação não pode causar prejuízo aos mesmos.

Por essa razão, pagamos altas taxas de juros como forma de compensar uma possível
inadimplência devido à falta de pagamento por parte dos tomadores de crédito, seja uma
pessoa física ou jurídica. 45
Há outro fator a se levar em consideração também – é o custo relacionado ao emprésti-
mo, pois varia de acordo com as garantias apresentadas. Se não houver garantias sólidas,
as instituições financeiras precisam se resguardar quanto ao risco da operação.

O melhor caminho, ao recorrer a um empréstimo ou financiamento, é ter algumas ga-


rantias, pois isso irá ajudar os proponentes a receber as melhores ofertas de crédito e
aumentará consideravelmente as chances de aprovação.

Precisamos ficar atentos também para que nosso comportamento no mercado de crédi-
to seja positivo, pois, dessa forma, poderemos pleitear menores taxas.

Políticas de crédito
As políticas de crédito são um conjunto de normas ou critérios preestabelecidos que
cada empresa utiliza para financiar ou emprestar recursos a seus clientes.

Visa equilibrar os objetivos de lucro com as necessidades do cliente, ajustando os riscos


ao mesmo tempo em que se mantém um sólido portfólio de crédito.
As políticas de crédito são estabelecidas dentro das instituições financeiras baseadas
em sua experiência, gestão e com base em fatores internos e externos de cada organiza-
ção, levando-se em consideração o ambiente econômico no Brasil e no exterior.

A regulamentação vigente em cada instituição financeira pode ser ainda mais rígida, se
forem identificados os indícios de deterioração da qualidade do crédito.

Normalmente, as políticas de crédito são revisadas anualmente ou quando há necessi-


dade, dependendo da decisão de cada instituição financeira.
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

Comitês de crédito
Os comitês de crédito se tratam de um grupo de profissionais responsáveis pela análi-
se de crédito. Eles definem os riscos para as operações de crédito, através de um exame
detalhado em suas carteiras de clientes, podendo até criar novas políticas de concessão,
pois são responsáveis pela aprovação do crédito.

A expressão “crédito” significa “confiar”. Dessa maneira, a base do crédito é a confian-


ça, ou seja, a confiança que é depositada no devedor, que no futuro pague o que lhe foi
cedido no presente.

O comitê de crédito é composto, em sua maioria, pelos seguintes profissionais:


46 – Gerente de negócios;

– Diretor executivo;

– Superintendente de crédito;

– Diretor superintendente;

– Diretor presidente.

São exatamente essas pessoas quem decidem qual será o crédito disponível que de-
terminada empresa ou pessoa física terá no momento em que ela solicitar um empréstimo
ou financiamento.

Alocação de
Responsabilidades dos comitês de crédito
capitais: rata-se
da forma como As principais responsabilidades dos comitês de crédito são exatamente estabelecer as
os recursos diretrizes e estratégias gerais para a gestão do risco de crédito, limites de carteiras, produ-
serão distribuídos
e disponibilizados, tos, garantias, concentração e alocação de capitais para risco, observadas as determina-
levando-se em con- ções do Banco Central do Brasil e as melhores práticas de gestão de riscos.
sideração o risco da
operação.
Cabe também aos comitês de crédito analisar a necessidade de melhoria, fortaleci-
mento ou evolução da política da gestão de risco do crédito; definir políticas institucionais
sobre limites para a concessão de crédito; coordenar normas internas e externas para a
fixação de limites de crédito e aprovação de operações; definir alçadas para a concessão
de crédito e liberação de operações; analisar casos de exceção quanto à concessão de Alçada: trata-se do
limite, competên-
limites e liberação de operações de crédito; analisar e aprovar limites, garantias e opera- cia ou influência
ções propostas; analisar a qualidade da carteira de créditos e as expectativas de perdas e de alguém para
decidir a respeito
ganhos nas operações; monitorar operações em curso normal; definir ações de cobrança de algo.

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


e recuperação de créditos; verificar o grau de suficiência e liquidez das garantias apresen-
tadas pelos clientes e, por fim, avaliar previamente as novas modalidades de operações,
produtos e serviços.

Liquidez: é a
velocidade de
transformar um

Atividade 01 bem em dinheiro


com o menor risco
Você consegue identificar quais são as principais responsabilidades dos possível e sem
perda significativa
comitês de crédito? Pesquise mais informações no link: <http://www.scie- de valor.
lo.br/scielo.php?pid=S1415-65551997000100006&script=sci_arttext>.

47
Alçadas de limites de crédito
As operações serão aprovadas dentro das alçadas determinadas em cada instituição
financeira ou agente de crédito, que fornecerá o recurso.

Apenas para você ter uma ideia do que se pratica normalmente nessas instituições, vou
passar algumas regras que normalmente são seguidas em linhas gerais, mas lembre-se de
que são apenas para você ter a noção do que é feito em termos de alçadas de limites de
crédito. Vamos lá!

LIMITE DE VALORES ALÇADA

Até 300 mil. Diretor Presidente ou Diretor Superintendente.


Acima de 300 mil até 1 milhão. Diretor Presidente ou Diretor Superintendente mais dois
Diretores.
Acima de 1 milhão até 2 milhões. Diretor Presidente mais o Diretor Superintendente e dois
Diretores.
Acima de 2 milhões. Comitê de crédito.

Fonte: autoria própria (2016).


Negociação e formas de cobrança

A cobrança tem por objetivo promover o retorno do dinheiro que foi emprestado através
de um agente financeiro, assim como reaver o capital investido numa operação de crédito.
Sua gestão envolve todas as etapas de recebimento dos valores cedidos aos clientes, as
várias formas de recebimento das parcelas, os contratos com os clientes, até a última ação
efetiva para tentar recuperar o prejuízo que a empresa obteve na operação de crédito.
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

Importante
A negociação da cobrança é um processo delicado que exige muito tato, pre-
paração e flexibilidade.

Os profissionais da área de cobrança precisam desenvolver habilidades de negociação,


Agente financeiro: assim como manter um excelente relacionamento com os clientes.
trata-se de uma
instituição pública Existem duas características básicas para as ações de cobrança por parte da empresa
ou privada que faz que necessita reaver o crédito:
48 parte do Sistema
Financeiro Nacio-
nal. Sua função é
coletar, intermediar I - COBRANÇA SIMPLES OU AMIGÁVEL
e aplicar recursos
financeiros seus
ou de outros, com
a autorização do
Banco Central.
Fonte: <http://
www.apsa.com.
br/category/
glossario/agente-fi-
nanceiro>. Acesso
em: 24 de fev. de
2016.

Figura 6 – Call Center.


Fonte: <http://4.bp.blogspot.com/-Qw54ReUUk3E/Uo2ou-DcaJI/AAAAAAAAAPY/1uMDlDYYS0c/
s1600/call-center-reps.jpg>. Acesso em: 24 de fev. de 2016.
Nesta modalidade de cobrança, existe a divisão em quatro fases:

Fase 1: Identificação da cobrança e acionamento do devedor

A fase 1 se inicia com a chegada do borderô, após a apreciação do relatório de con-


tas a receber e identificação da forma de cobrança realizada pelo setor de cobrança. Na Borderô: é o
sequência, o devedor e/ou avalista são acionados através de cobrança por telefone. Caso mesmo que lista
de pagamentos a
não haja êxito durante o período de 10 dias, passa-se à fase seguinte; fazer, trata-se do
documento no qual
são relacionados
Fase 2: Envio de carta de cobrança os cheques pré-da-

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


tados e/ou duplica-
Na fase 2, ocorre o envio da primeira carta de cobrança. Caso em 5 dias não se obtenha tas negociadas,
além de todas as
resposta, será realizado novamente o contato por telefone. Não conseguindo resultado,
demais condições
passa-se então à terceira fase; da operação.

Fase 3: Acionamento por carta de cobrança

Na fase 3, é indicado realizar novamente o procedimento de segundo envio da carta de


cobrança, visto que por motivos diversos o devedor pode não ter recebido a primeira carta
e, dessa forma, não conseguiu se comunicar com o setor de cobrança;

Fase 4: Nova tentativa ou registro de cobrança

Na quarta fase, antes de proceder o envio da carta-cobrança, decorridos 15 dias após 49


o segundo acionamento de cobrança, é preciso realizar mais uma tentativa por telefone.
Não obtendo êxito e decorridos os 15 dias, uma nova carta deve ser enviada. Não tendo
resultado, a empresa já deve fazer o registro do devedor da ação de notificação nos órgãos
competentes, como SPC e SERASA EXPERIAN, e/ou o envio de seu título para protesto.

II - COBRANÇA JUDICIAL

Fonte: <http://www.adweek.com/socialtimes/files/2012/03/shutterstock_95926816-300x199.jpg>.
Acesso em: 24 de fev. de 2016.
A cobrança judicial é a segunda característica básica utilizada pela empresa para se
reaver o crédito.

Ocorre quando os contratos não são solucionados na cobrança simples e passam, por-
tanto, para o departamento jurídico, que pode ser da empresa ou através de um escritório
especializado por meio da terceirização dos serviços.

A desvantagem desse tipo de cobrança são as custas processuais, que são muito dis-
pendiosas, além do tempo que leva dentro dos tribunais para ser julgado.

Antes de optar por essa modalidade de cobrança, é necessário realizar uma análise
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

prévia do custo-benefício para ver se vale a pena.

Curiosidade
Você sabia que a primeira manifestação de microcrédito da qual se tem
notícia no mundo ocorreu no Sul da Alemanha, em 1846, denominada
de associação do pão? Ela foi criada pelo pastor Raiffeinsen, que após
um rigoroso inverno, deixou os fazendeiros locais endividados e na depen-
50 dência de agiotas. O pastor cedeu-lhes a farinha de trigo para que, com
a fabricação e comercialização do pão, pudessem obter o capital de giro.
Com o passar do tempo, a associação cresceu e se transformou numa
cooperativa de crédito para a população pobre.

Querendo mais
Para obter mais informações sobre a importância do crédito e cobrança,
acesse o link: <http://www.creditoecobranca.com.br>.
Resumo
Caro aluno, nesta competência, você identificou os principais mecanismos utiliza-
dos para a concessão de crédito. Você estudou sobre as políticas de crédito que são
estabelecidas dentro das instituições financeiras como forma de diminuir o risco das ope-
rações de crédito e conheceu como são aplicadas no mercado. Teve condições de perceber
a importância dos comitês de crédito, que são responsáveis pela análise do crédito a ser
fornecido para as empresas ou para você, pessoa física. Conseguiu compreender como as
instituições financeiras ou agentes de crédito decidem os limites a serem disponibilizados

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


dentro do sistema de alçadas. Teve a oportunidade de conhecer como funcionam as nego-
ciações dentro do processo de cobrança para se reaver o crédito, os tipos de cobrança e
seus estágios até a recuperação do crédito. Enfim, a partir de agora, você tem condições
de definir, de forma clara, como ocorre todo o processo para a aprovação de crédito. Poderá
aplicar, de forma adequada, seus conhecimentos em sua carreira profissional ou mesmo
ajudar outras pessoas em seu círculo de amizade, para que tenham uma visão mais abran-
gente em relação às políticas de crédito. ]] FIM

Autoavaliação
01. Podemos afirmar que as políticas de crédito são:
51
a) Os meios de aportar recursos de terceiros para serem utilizados e conseguirem fundos
e reservas financeiras.

b) Uma forma de a empresa ou pessoa física buscar recursos para suprir suas necessi-
dades.

c) As regras impostas ao tomador de crédito para que este possa intermediar as opera-
ções através de um agente financeiro.

d) Um conjunto de normas ou critérios preestabelecidos que cada empresa utiliza para


financiar ou emprestar recursos a seus clientes.

02. Os comitês de crédito são de suma importância, pois definem:

a) Os créditos dos devedores.

b) Os riscos para as operações de crédito.

c) A quantidade de parcelas a serem saldadas numa operação de crédito.

d) As empresas que serão beneficiadas na tomada de crédito.


03. A cobrança tem por objetivo:

a) Promover o retorno do dinheiro que foi emprestado através de um agente financeiro ou


reaver o capital investido numa operação de crédito.

b) Oferecer uma garantia ao agente financeiro para que ele cumpra com suas funções
creditícias.

c) Promover o sistema de alçadas para fazer cumprir os limites preestabelecidos numa


operação de crédito.
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

d) Verificar a disponibilidade para a concessão de crédito e as regras para a efetivação dos


mesmos.

04. A cobrança judicial ocorre:

a) Na primeira tentativa de cobrança do devedor.

b) No primeiro momento em que o contrato é inadimplido.

c) Quando os contratos não são solucionados na cobrança simples.

d) Na quarta fase do processo de cobrança.

52
04
Definir
financiamentos
Competência

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


53
Definir
financiamentos

Caro aluno, não deve ser novidade para você que no Brasil a nossa cultura é de finan-

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


ciamentos. Mesmo quando o brasileiro tem dinheiro no bolso, a tendência é sempre partir
para o financiamento.

Mas afinal, o que é financiamento?

Financiamento é uma modalidade de operação financeira em que uma instituição, seja


ela financeira ou não, fornece recursos a uma pessoa física ou jurídica com uma finalidade
específica, que é a de adquirir um bem.

Nas operações de financiamento, deve ser determinado previamente qual é o bem que
se deseja adquirir.

Quando o financiamento é contraído, ocorre a cobrança de juros que varia, dependendo


de sua duração (prazo). Normalmente, as taxas oscilam entre 1,5% a 4,5% ao mês.
55
Os tipos de financiamento mais comuns no Brasil são os de imóveis e de veículos.

Agora, vamos dar continuidade aos nossos estudos!

Os elementos do financiamento

Prestação
É o valor a ser pago periodicamente que normalmente é feito através de pagamento
mensal, trimestral ou anual, podendo a empresa negociar com o cliente outro período,
dependendo do tipo de operação (mensal, trimestral, anual), que contém os juros, assim
Amortizar: sig-
como o valor amortizado. nifica reduzir o
tamanho da dívida
É importante sempre manter as prestações em dia, para se evitar problemas com a pagando periodica-
inadimplência. No entanto, caso o devedor não consiga manter em dia as prestações, é mente as parcelas,
abatendo-se de
importante renegociar imediatamente os seus compromissos o mais rápido possível com o seu valor total
seu credor ou com a instituição financeira. até a extinção da
mesma.
Se houver dúvidas em relação ao cálculo das prestações e caso venha a atrasar, o de-
vedor poderá consultar o seu credor para esclarecimentos e confirmar essas informações
com um advogado que atue nessa área, para que fique bem orientado, a fim de evitar juros
abusivos e cobranças indevidas.

Juros
Trata-se do valor cobrado em termos percentuais, em função da remuneração do di-
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

Remuneração: no nheiro que foi disponibilizado.


caso específico
de nosso estudo, Tratamos também o outro lado da moeda, em que juros se referem aos rendimentos
significa o paga-
que se obtém quando se faz aplicações financeiras nos bancos por um determinado perí-
mento ou outras
vantagens atribuí- odo de tempo.
das ao contrato de
financiamento. Nos financiamentos, mais especificamente no nosso caso em estudo, o devedor recebe um
crédito a título de “empréstimo” e deve pagá-lo com um acréscimo pela utilização desse crédito
(dinheiro), por meio de um parcelamento da totalidade do valor em questão. O acréscimo que o
devedor paga ao longo desse período são os juros relacionados a esse tipo de operação.

As taxas de juros que são cobradas são determinadas pelo credor, de maneira que este
tomará, como base para o cálculo, o risco, a inflação, a modalidade de operação etc.

56
IOF
O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) trata-se de um imposto federal e incide so-
bre quaisquer tipos de operações de crédito, seguros, câmbio e também sobre as demais
operações relacionadas a títulos e valores mobiliários.

As taxas do IOF podem ser progressivas, regressivas, fixas, variáveis ou proporcionais.


Para obter o cálculo exato do imposto, vai depender da modalidade da operação que está
sendo realizada: se for de crédito, é o mesmo valor da obrigação contratada; no caso de
contratação de seguros, é o valor do prêmio segurado; em operações de câmbio, é o valor
em reais que incidirá no imposto; já no caso de valores mobiliários, é o valor cotado na
bolsa de valores ou o preço nominal da operação.

Quando se trata de aplicações financeiras, a taxa de IOF ocorre a partir do primeiro dia
de aplicação e vai diminuindo progressivamente até que seja zerada no 30º dia.

É importante ressaltar que de acordo com a Receita Federal, o imposto sobre as opera-
ções de crédito somente poderá atingir uma taxa máxima de até 1,5%. No caso específico
dos seguros e operações de câmbio, a taxa máxima é de 25%.
Capital
O capital representa o valor do bem a ser financiado. No nosso caso, que é o financia-
mento, trata-se do valor estipulado para o financiamento do bem a ser adquirido.

Para se captar o recurso destinado ao financiamento, o agente financeiro que poderá


ser um banco ou financeira irá disponibilizar o crédito mediante exigências específicas, de
acordo com a finalidade da empresa contratante ao realizar essa operação.

Na prática, o agente financeiro pretende se certificar de que ao liberar o recurso, a

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


empresa contratante tenha condições de pagar o montante proveniente do financiamento.

Mutuário ou devedor
Mutuário ou devedor é aquele que recebe, por empréstimo, os recursos para a obten-
ção do bem financiado.

A quantia referente aos recursos disponibilizados deverá ser devolvida por meio de pa-
gamentos em parcelas mensais, durante um período predeterminado no contrato, acresci-
das de juros e correção monetária.
Correção
O mutuário recebe os recursos fornecidos por um agente financeiro, que pode ser um monetária: é a
banco público ou privado, onde se cumpre o que foi determinado pelo Sistema Financeiro atualização dos
valores referentes 57
de Habitação (SFH). à recuperação do
poder de compra
da quantia que foi
emprestada.
Apenas a título de informação, o valor da correção monetária deverá ser in-
formado no contrato de financiamento assim como o seu substituto, caso este
seja extinto.

Cédula de crédito bancário


A cédula de crédito bancário é um título de crédito emitido pelo agente financiador, de
maneira que este se configura como credor ou aquele que empresta dinheiro a uma pes-
soa física ou a uma empresa (pessoa jurídica).

De forma mais simples, trata-se do documento que representa a promessa de paga-


mento do valor total da operação (capital + despesas e encargos) pelo mutuário.

A cédula de crédito bancário é muito comum quando alguém contrata, por exemplo,
um empréstimo com o banco. Logo que é realizado o crédito para o cliente, a instituição
financeira emite a cédula de crédito bancário.

Esse documento representa uma dívida em dinheiro, sendo um título executivo extraju-
dicial, ou seja, não precisa do aval do juiz para ser cobrado, caso não seja pago.

Segue um modelo de cédula de crédito bancário para melhor compreensão.


Análise de crédito, Financiamento e Investimento

Figura 7 – Modelo de cédula de crédito bancário.


Fonte: <http://www.caixa.gov.br/Paginas/home-caixa.aspx>. Acesso em: 24 de fev. de 2016.

58

Importante
Os títulos de crédito são papéis representativos de uma obrigação financei-
ra, sendo emitidos em conformidade com a legislação específica de cada
tipo ou espécie de contrato. Fonte: <https://centraldefavoritos.wordpress.
com/2012/05/30/titulos-de-credito/>. Acesso em: 24 de fev. de 2016.

Alienação fiduciária
Alienação fiduciária refere-se à transferência de posse de algum bem móvel ou imóvel
daquele a quem é concedido o bem – o devedor – àquele que oferece o crédito para o bem
a ser adquirido – o credor –, no intuito de garantir o cumprimento de uma obrigação.

Quando um comprador adquire um bem a crédito, seja um veículo ou imóvel, a garan-


tia, para o credor, é o próprio bem. Dessa forma, o comprador fica impedido de vender ou
negociar esse bem com terceiros, ele tem o direito apenas de usufruir do bem, mas só até
que este seja quitado.
Para que você possa entender na prática como funciona a alienação fiduciária, vou citar
um exemplo. É o seguinte:

Suponha que a empresa onde você trabalha deseja comprar um veículo para ser utiliza-
do no transporte de mercadorias. O proprietário vai a uma concessionária de veículos para
adquiri-lo, no entanto, tem apenas uma parte do valor do carro como entrada.

Nesse caso, não tendo o valor total da compra, a própria concessionária oferece algu-
mas opções para que o veículo seja adquirido. Uma delas é financiar o veículo através de
um banco, ou seja, o banco paga o valor da diferença do financiamento, após a análise

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


prévia do proprietário da empresa, como: confirmação de dados cadastrais, documentos
que comprovem a capacidade de pagamento, além de consulta aos órgãos de proteção
ao crédito. Ao ser aprovado após a análise de crédito, o proprietário da empresa passa a
utilizar o bem financiado.

Ao quitar o valor do financiamento do veículo em questão, o banco passa a propriedade


deste ao proprietário da empresa.

Custo Efetivo Total (CET)


O custo efetivo total se refere a uma taxa correspondente a todos os encargos e despe-
sas que estão inseridos nas operações de crédito.
59
Especificamente, trata-se do total de encargos a serem pagos pelo cliente na operação de
financiamento, seja este constituído por pessoa física ou por uma empresa (pessoa jurídica).

A taxa do CET representa percentualmente todos os custos da operação que podem ser
expressos em meses ou ano, incluindo juros, capital, seguros, tarifas e tributos.

Importante
O custo efetivo total das operações é obrigatório por lei. O Banco Central obri-
ga que o CET seja informado em todas as operações de crédito para pesso-
as físicas (Resolução nº 3517) e também para microempresas e empresas
de pequeno porte (Resolução nº 3909). A taxa de CET deve ser informada
previamente à contratação das operações. É importante que você tenha co-
nhecimento do que realmente estará pagando. Não deixe de exercer os seus
direitos de consumidor.
Sistema de Amortização Constante (SAC)
O sistema de amortização constante, também conhecido no mercado como tabela
SAC, é um sistema de pagamento em que o valor das prestações decresce com o pas-
sar do tempo.

A tabela SAC é comumente utilizada em financiamentos de imóveis. Nela, a parcela


de cada mês corresponde à amortização acrescida de juros que são aplicados ao saldo
devedor. Neste caso, a parcela é igual à amortização mais os juros sobre o saldo devedor.
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

Um exemplo prático para calcular o valor da amortização é dividir o valor finan-


ciado pelo número de meses.

Vamos supor que você tenha um financiamento de R$ 200.000,00 em 360


meses, a 0,83% de juros ao mês:

Primeira parcela: R$ 555,55 + 0,83% X 200.000 = R$ 2.215.55.

Segunda parcela: R$ 555,55 + 0,83% (200.000 – 1 X 555,55) = R$ 2.215,54.

Trata-se de uma forma vantajosa de pagar o financiamento, pois vai amortizando o valor
60 do capital da operação.

Sistema price
O sistema price (sistema francês de amortização) – também conhecido no mercado
como tabela price – é o sistema de pagamentos em que o valor das parcelas permanece
inalterado até o final do financiamento.

É um método utilizado para apresentar ao cliente uma forma de pagamentos iguais, ou


seja, paga-se o mesmo valor das prestações do início ao fim do financiamento.

Importante
A tabela price e a tabela SAC não vêm prontas. Elas são montadas de acordo
com o tipo de financiamento que o cliente escolher. O financiamento vai de-
pender do prazo, do valor, da taxa de juros etc.
A tabela price é normalmente utilizada para empréstimos e financiamento de veículos,
tendo como característica as prestações de valores iguais.

Seguro prestamista
É um seguro que tem por objetivo a quitação da dívida em casos de morte, invalidez ou
perda de renda por desemprego. Caso ocorra uma dessas situações, o agente financiador,
que é o credor, torna-se beneficiário desse seguro.

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


Importante
O seguro prestamista é obrigatório para o financiamento imobiliário, caso a
cobertura seja indicada nos casos de morte, invalidez permanente e DFI (Da-
nos Físicos ao Imóvel).

Veja a seguir vantagens e desvantagens do seguro prestamista, retiradas da palestra sobre


gestão de crédito e cobrança, promovida pelo SEBRAE na Feira do Empreendedor, em 2014.
61
Vantagens do seguro prestamista:

• Opção por parcelas fixas;

• Opção de antecipação total ou parcial com amortização de encargos financeiros;

• Disponibilidade imediata do bem;

• Em alguns casos, não há necessidade de um valor de entrada.

Desvantagens do seguro prestamista:

• Juros mais caros que as demais modalidades (consórcio, automóveis);

• Dificuldade de aprovação de cadastro;

• Obrigatoriedade de contratação de seguro no caso de financiamento imobiliário;

• Prazo alongado que faz com que o bem fique obsoleto, quando terminado o pa-
gamento.

Fonte: <http://nfinancas.blogspot.com.br/2011/05/o-que-e-financiamento-e-co-
mo-funciona.html>. Acesso em: 25 de fev. de 2016.
Financiamentos no Brasil
Caro aluno, obviamente não vou fazer aqui juízo de valor, nem opinar em relação aos
financiamentos que são oferecidos no Brasil. Não é esse o meu propósito.

No entanto, não posso deixar de informá-lo que em linhas gerais, tendo como exem-
plo apenas o financiamento imobiliário, as taxas cobradas em nosso país, comparadas
àquelas que são praticadas no exterior, tornam o dinheiro que tomamos emprestado
aqui muito caro.
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

Veja, por exemplo, que a taxa básica cobrada nos Estados Unidos é de 0,25% ao ano;
já na zona do Euro é de 0,5% ao ano; e no Brasil, é de em média 8,5% ao ano, fora os ín-
dices de taxas que são acoplados aos contratos de financiamentos, como você observou
anteriormente.

Mas no geral, não é ruim o financiamento. Veja o caso das empresas que buscam finan-
ciamento para investir em equipamentos ou mesmo para expandir e ampliar sua infraes-
trutura, trazendo maior crescimento e lucratividade.

Temos também o financiamento das atividades produtivas, por exemplo, no caso da agri-
cultura na qual os produtores rurais fazem o financiamento como forma de cobrir as despe-
sas do início de um novo ciclo de produção ou até mesmo para expandir seus negócios.

62 Porém, para esta modalidade de financiamento, há um subsídio do governo através


Subsídio do gover- dos programas específicos voltados para esse setor da economia.
no: trata-se da con-
cessão de dinheiro Temos ainda diversas formas de financiamentos voltados para a pesquisa científica. Um
feita pelo governo
exemplo disso é o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ),
a determinadas
atividades, como a que é um órgão público que tem o objetivo de incentivar a pesquisa no Brasil.
indústria e agricul-
tura, por exemplo, Normalmente, as pessoas físicas utilizam mais os financiamentos voltados para adqui-
com a finalidade de
rir bens de valor elevado, como a compra de imóveis e veículos.
manter acessíveis
os preços de
seus produtos ou
gêneros.

Atividade 01
Você consegue identificar quais são os principais tipos de financiamentos
existentes no mercado? Pesquise mais informações no link: <http://www.
financiamento.net/>.
Sistema Financeiro Nacional
Sempre que vamos tratar de assuntos ligados à parte financeira, não podemos deixar
de falar sobre o sistema financeiro nacional.

O dinheiro envolvido nas operações de financiamento movimenta a economia. Compra-


mos carros e imóveis, tudo através de um sistema preparado e organizado que contribui
para a geração de riquezas.

Estamos nos referindo ao órgão que é formador da estratégia econômica do país, isto é,

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


o Sistema Financeiro Nacional. Sua função é controlar todas as instituições que são ligadas
às atividades econômicas dentro do país.

Relacionado ao Sistema Financeiro Nacional, iremos entender de que forma as organi-


zações concedentes dos recursos provenientes de financiamentos estão ligadas à estrutu-
ra do sistema financeiro.

Estrutura do Sistema Financeiro Nacional


Vou abordar apenas a parte da estrutura do sistema financeiro que se refere ao
nosso objeto de estudo, ou seja, o subsistema normativo e o subsistema de inter-
mediação.
63
O subsistema normativo é o órgão regulador do mercado financeiro e tem, como prin-
cipais órgãos: o Conselho Monetário Nacional (CNM), o Banco Central e a comissão de
valores.

O CNM tem a função de controlar, supervisionar e fiscalizar o mercado financeiro. Já


o Banco Central tem a função de supervisionar e fiscalizar as instituições financeiras. A
comissão de valores mobiliários tem a função de disciplinar, fiscalizar e desenvolver o
mercado de valores mobiliários.
Mercado de valo-
O subsistema de intermediação se refere aos intermediários financeiros, ou seja, às ins- res mobiliários: é
tituições financeiras que são os agentes de financiamentos, tanto de pessoa física quanto onde são emitidos
os títulos em
de empresas (pessoa jurídica). papéis ou registros
informatizados
Eles funcionam como um elo entre aqueles que têm recursos financeiros disponíveis por empresas ou
para a aplicação e investem nos chamados poupadores e também naqueles que buscam outras entida-
des públicas ou
esse mesmo recurso através de empréstimos e financiamentos, conhecidos no mercado privadas.
financeiro como tomadores.
O subsistema de intermediação se refere aos intermediários financeiros, ou seja, às ins-
tituições financeiras que são os agentes de financiamentos, tanto de pessoa física quanto
de empresas (pessoa jurídica).

Eles funcionam como um elo entre aqueles que têm recursos financeiros disponíveis
para a aplicação e investem nos chamados poupadores e também naqueles que buscam
esse mesmo recurso através de empréstimos e financiamentos, conhecidos no mercado
financeiro como tomadores.
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

Curiosidade
Você sabe qual é a diferença entre empréstimo e financiamento? Emprés-
timo trata-se de um contrato celebrado entre uma pessoa física ou jurídica
junto a uma instituição financeira, onde não há uma destinação específica,
ou seja, o cliente pode utilizar o dinheiro da maneira que quiser. O financia-
mento também é um contrato celebrado junto a uma instituição financeira
ou não, por uma pessoa física ou empresa (pessoa jurídica), mas com uma
destinação específica para se adquirir um bem.
64

Principais fontes de financiamentos


Apresentarei a você, aqui, as principais fontes de financiamentos e seus respectivos
agentes financeiros. Vamos conhecê-las?

Bancos públicos
Os bancos públicos são instituições financeiras que têm a função de captar recursos e
de emprestá-los a seus clientes, seja por meio de financiamentos ou de outras modalida-
des que compõem o portfólio de serviços oferecidos pelos mesmos.

Essas mesmas características são encontradas em bancos privados, no entan-


to, os bancos públicos são controlados pelo governo.
Os bancos públicos, chamados também de bancos de varejo, são o Banco do Brasil e a
Caixa Econômica Federal.

Tanto o Banco do Brasil quanto a Caixa Econômica Federal são bancos múltiplos, po-
rém têm perfis diferentes. O Banco do Brasil atua mais fortemente em financiamentos para Bancos múltiplos:
são instituições fi-
micro e pequenas empresas. Já a Caixa Econômica Federal atua mais concentrada em nanceiras públicas
financiamentos voltados à pessoa física e projetos sociais do governo para a população de ou privadas que
atuam com mais
baixa renda. de um tipo de car-
teira de clientes,
Outros exemplos de bancos públicos são: Banco Central do Brasil, Banco da Amazônia,

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


sendo obrigatório
Banco do Nordeste do Brasil, Banco de Brasília, Banco do Estado de Sergipe, Banco do que uma seja
comercial e a outra
Estado do Rio Grande do Sul, dentre outros. de investimentos.

O sistema bancário multiplica a quantidade de dinheiro em circulação na economia. Por


essa razão, tem grande importância no cenário financeiro.

Bancos privados
Os bancos privados são outra fonte de financiamentos, são instituições comerciais
constituídas por empresas com sócios e não dependem do capital do governo, pois os
recursos são provenientes de seus próprios acionistas ou mesmo de investidores externos.
Os bancos privados estão presentes ao redor do país, em praticamente todos os estados
65
brasileiros.

Têm também a característica de bancos múltiplos. Alguns exemplos de bancos privados


são: Itaú, Unibanco, Bradesco, Banco Santander, Banco Alfa, Banco Safra, Banco Votoran-
tim, Banco Citibank, Banco Daycoval etc.

Bancos públicos de investimentos


BNDES

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi fundado no ano


de 1952 e é um dos maiores bancos em sua categoria. Financia e investe em todos os
segmentos da economia brasileira e é considerado o principal instrumento do Governo
Federal nesses segmentos.

De acordo com o site do BNDES, é possível verificar que:


[...] seus financiamentos são destinados à implantação, expansão e consolida-
ção de projetos e programas de investimentos sociais realizados por empresas,
associações ou fundações, isoladamente ou em parceria com instituições pú-
blicas ou associações de fins não econômicos, que objetivem a elevação do
grau de responsabilidade social empresarial e que sejam voltadas para a arti-
culação e o fortalecimento de políticas públicas desenvolvidas nos diferentes
níveis federativos (BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO, c2016, extraído
da internet).

Por se tratar de uma empresa pública, o BNDES realiza concessões de apoio com foco
no impacto socioambiental e econômico no Brasil. Incentiva a inovação e o desenvolvimen-
to regional, avaliando mais atentamente esses pontos.

Caso haja situações de crise, o Banco atua fundamentalmente no auxílio e na formula-


ção de soluções para a retomada do crescimento econômico.
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

Fonte: <http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/O_BNDES/A_
Empresa/>. Acesso em: 25 de fev. de 2016.

Banco do Nordeste

O Banco do Nordeste do Brasil S/A (BNB) é a maior instituição da América Latina volta-
da ao desenvolvimento regional. Ele atua como órgão executor de políticas públicas, ope-
rando em programas como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
(PRONAF) e a administração do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE),
que é a principal fonte de recursos operacionalizada pela empresa.

O banco acessa outras fontes de financiamento interno e externo, além dos recursos
66
federais, por meio de parcerias e alianças com instituições nacionais e internacionais, in-
cluindo instituições multilaterais, como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de De-
senvolvimento (BID).

É responsável pelo Crediamigo, maior programa de microcrédito da América do Sul e o


segundo da América Latina, e opera o Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nor-
deste (PRODETUR/NE).

Podem compor a carta de clientes do banco os agentes econômicos, que são as mi-
cro, pequenas, médias e grandes empresas, as associações e cooperativas; os agentes
institucionais, que são o Governo Federal, Estadual e Municipal e as Organizações Não
Governamentais (ONGs); e as pessoas físicas, que são os produtores rurais e o empre-
endedor informal.

O BNB funciona para atrair investimentos e apoiar a realização de estudos e pesquisas


de projetos de grande impacto, prestando atendimento integrado aos investidores em sua
área de atuação.
Fundos de investimentos
Mais uma importante fonte de financiamentos são os fundos de investimentos.

Importante
O fundo de investimento é um tipo de aplicação financeira que reúne recursos

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


através dos cotistas, que são os investidores, tendo como objetivo o lucro. Es-
ses investimentos são a aquisição de títulos e valores mobiliários, a aquisição
de cotas de outros fundos ou de bens imobiliários.

Quando se investe em um fundo de investimento, significa dizer que estou convertendo


o dinheiro aplicado em cotas. Cada fração do patrimônio corresponde a uma cota do fundo
de investimento, portanto, entende-se que a soma de todos os recursos aplicados pelos
diferentes investidores corresponde ao patrimônio de um fundo de investimento.

Cada cotista ou investidor adquire uma quantidade de cotas, que é proporcional ao


valor total investido. Quanto maior o valor investido, maior será a quantidade de cotas
67
do investidor.

Alguns exemplos de fundos de investimentos são: JPM Income Class FI Renda Fixa, Bo-
zano Top Crédito Privado Renda Fixa, FI LP, Legan Low Vol FIM, FIC de FI Votorantim Inflation
Renda Fixa, Saga Tático FIC FIM, dentre outros.

Agências de fomento à pesquisa e desenvolvimento – CNPq


Outra fonte de financiamentos voltados à área de pesquisas que tem forte atuação no país
é o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que é uma agência
do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Suas principais atribuições são o incen-
tivo à pesquisa científica e tecnológica e à formação de novos pesquisadores brasileiros.

O CNPq foi criado em 1951 e desempenha um papel fundamental na formulação e con-


dução das políticas de ciência, tecnologia e inovação.

Sua atuação contribui para o desenvolvimento nacional e reconhecimento das institui-


ções de pesquisa, assim como para a propagação de pesquisadores brasileiros dentro da
comunidade científica internacional.
Agências de fomento à pesquisa e desenvolvimento – FINEP
A Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) é outra fonte de financiamento. Concede
financiamentos reembolsáveis e não reembolsáveis às instituições de pesquisa e empre-
sas brasileiras.

É uma empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e estru-


turada para realizar um atendimento eficiente, dispondo de mecanismos de incentivo aos
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

estudos, pesquisas, projetos e programas que tenham como objetivo o desenvolvimento


socioeconômico, científico e tecnológico do país.

O apoio da FINEP abrange todas as etapas e dimensões do ciclo de desenvolvimento


científico e tecnológico: pesquisa básica, pesquisa aplicada, inovações e desenvolvimento
de produtos, serviços e processos.

Banco do Povo Paulista (BPP)


O Fundo de Investimento de Crédito Produtivo Popular do Estado de São Paulo, conhe-
cido como Banco do Povo Paulista (BPP), é um programa de microcrédito implantado pelo
Governo do estado de São Paulo em 1998.
68 Trata-se do maior programa estadual de microcrédito do Brasil. Ele foi criado com
o objetivo de promover a geração de emprego e renda, por meio da concessão de
microcrédito para o desenvolvimento de pequenos empreendimentos. Sua adminis-
tração é feita pela Secretaria de Emprego e Relações do Trabalho (SERT), em parceria
com as prefeituras.

O financiamento do Banco do Povo Paulista é destinado aos empreendedores formais


ou informais, cooperativas ou associações de produção ou trabalho.

Seu financiamento corresponde a valores entre R$ 200,00 e R$ 15.000,00 para pes-


soa física e tem excelente custo benefício para quem precisa do apoio do programa de mi-
crocrédito que financia. No caso de pessoa jurídica (incluindo MEI), financia valores entre
MEI: sigla de Mi- R$ 200,00 e R$ 20.000,00.
croempreendedor
Individual, é a pes- A carência gira em torno de até 90 dias. A taxa de juros é de 0,35% ao mês. Quem con-
soa que trabalha
trair o empréstimo no Banco do Povo pode fazer o pagamento em até 24 parcelas mensais
por conta própria
e que se legaliza e a pessoa jurídica (incluindo MEI), em até 36 parcelas mensais.
como pequeno
empresário
Curiosidade
Você sabia que junto ao seu financiamento imobiliário você contrata um
seguro habitacional? A maioria dos consumidores, ao assinar o contrato
de financiamento, nem sabe que junto a ele está comprando um seguro
habitacional. Todas as pessoas que financiam um imóvel são obrigadas

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


a contratar um seguro dessa modalidade, já que o bem é a garantia do
empréstimo para o banco.

Querendo mais
Para obter mais informações sobre maneiras distintas de financiamen-
tos, acesse o link: <http://www.portaleducacao.com.br/educacao/arti-
gos/35615/fontes-de-financiamentos>.
69

Resumo
Caro aluno, nesta competência, você definiu financiamentos. Compreendeu os princi-
pais elementos dos financiamentos e suas peculiaridades. Você estudou sobre os tipos
de financiamentos mais comuns no Brasil. Teve condições de perceber a importância do
Sistema Financeiro Nacional, sua principal estrutura no cenário de financiamentos, espe-
cialmente quanto ao desenvolvimento econômico e à movimentação financeira no país.
Conseguiu compreender as principais fontes de financiamentos, assim como a descrição
detalhada de cada uma delas. Teve a oportunidade de conhecer melhor como funcionam
as instituições financeiras (bancos públicos e privados), os fundos de investimentos de
maior destaque, assim como as agências de fomento à pesquisa e desenvolvimento que
incentivam os financiamentos no Brasil. Enfim, a partir de agora, você tem informações
mais precisas a respeito das fontes de financiamentos, podendo aplicar no seu dia a dia,
de forma adequada, todos os conhecimentos adquiridos.
Autoavaliação
01. Podemos definir financiamentos como:

a) Meios de aportar recursos de terceiros para serem utilizados, conseguindo apurar fun-
dos e reservas financeiras, assim como aporte de capital para construção.

b) Uma modalidade de operação financeira em que uma instituição, seja ela financeira ou
não, fornece recursos a uma pessoa física ou jurídica com uma finalidade específica de
adquirir um bem.
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

c) Um critério preestabelecido para trazer recursos das agências de fomento, emprestan-


do dinheiro aos clientes, sejam estes cadastrados ou não.

d) Operações financeiras impostas ao tomador de crédito, para que ele possa angariar
recursos através de um agente financeiro.

02. Os tipos de financiamentos mais comuns no Brasil são:

a) Imóveis e veículos.

b) Eletrodomésticos e aviões.

c) Helicópteros e navios.

d) Caminhões e retroescavadeiras.
70

03. Podemos afirmar que dentro dos elementos do financiamento, o CET se refere à (ao):

a) Retorno do dinheiro que foi emprestado através das operações de crédito.

b) Garantia para a instituição financeira que faz o projeto.

c) Sistema brasileiro de pagamentos que estabelece o limite de financiamento.

d) Taxa que corresponde a todos os encargos e despesas incidentes nas operações de crédito.

04. Dentro da estrutura do Sistema Financeiro Nacional, o subsistema de intermediação


atua como:

a) Intermediários evolutivos, pois cuida do devedor.

b) Instituições acessórias, pois lida com a obrigação de fazer cumprir as exigências da justiça.

c) Intermediários financeiros, ou seja, as instituições financeiras que são os agentes de


financiamentos, tanto de pessoa física quanto de empresas (pessoa jurídica).

d) Agente financiador do sistema de investimentos para pesquisas.


Competência
05
Identificar os critérios
de análise de investimentos
Identificar os critérios
de análise de investimentos

Caro aluno, quando você escuta a palavra “investimentos”, o que vem a sua mente?

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


Provavelmente aparece uma cifra, não é mesmo?

Ganhar dinheiro, ter rendimentos e obter lucros. Todas essas linhas de pensamento
remetem, de fato, ao significado de investimentos.

De maneira bem simples, o investimento se trata da aplicação de recursos financeiros


com a expectativa de receber, no futuro, um retorno superior ao que foi aplicado durante
um determinado período.

Existem diversos tipos de investimentos no mercado voltados à pessoa física e às em-


presas (pessoa jurídica), no entanto, o objetivo nesta competência é tratar de investimen-
tos financeiros empresariais, para que você tenha condições de analisar os critérios a se-
rem utilizados nas decisões de investimentos.
73

Investimentos empresariais
Os investimentos empresariais estão muito associados à aplicação de recursos finan-
ceiros para o aumento da lucratividade dentro das organizações.

Esses investimentos podem estar ligados ao crescimento de sua capacidade produtiva,


como: infraestrutura, instalações, equipamentos, máquinas, insumos etc. Também podem
investir na aquisição de ativos financeiros, como por exemplo: ações, letras de câmbio,
fundos de investimento etc.

Importante
Vou mencionar aqui alguns conceitos importantes para você:
Ações: também conhecidas como títulos nominativos, são papéis que re-
presentam uma parte do capital social de uma empresa. Ao investir em
ações, o investidor se torna sócio da empresa que emitiu essa ação, pas-
sando a correr os riscos dos negócios junto à empresa e tendo participa-
Fomentar: apoiar,
ção nos lucros e prejuízos da mesma;
sustentar, incenti-
var. No sentido fi- Letras de câmbio: é uma ordem de pagamento à vista ou a prazo, sendo
gurado, é estimular
criada através de um ato chamado de saque;
algo adotando os
meios e cuidados Fundos de investimento: é a comunhão de recursos captados de pessoas
necessários para
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

físicas ou jurídicas com o objetivo de obter ganhos financeiros, a partir da


promover o desen-
volvimento e con- aplicação em títulos e valores mobiliários.
quistar resultados
positivos. Fonte:
<http://florestal.
revistaopinioes.
com.br/revista/ É uma tendência que as empresas realizem investimentos com frequência, pois além
detalhes/1-fomen-
to-do-futuro/>. de manter o seu funcionamento de forma progressiva, permitirá que elas obtenham lucros
Acesso em: 02 de no futuro.
mar. de 2016.
Os investimentos empresariais produzem um efeito positivo na economia do país. No
campo profissional, gera emprego e renda através de novos postos de trabalho. Na esfera
social, diminui a desigualdade e ajuda a melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Os donos das empresas exercem suas atividades colocando em prática suas ideias para
74
promover o fortalecimento de sua marca, produtos e serviços no mercado, fomentando des-
sa maneira a rentabilidade no futuro.
Rentabilidade: é
o retorno esperado
de um investimen-
to, descontando
Critérios de investimentos
custos, tarifas e
inflação. Fonte:
Partindo do princípio de que os investimentos representam a aplicação de recursos
<https://www. financeiros no presente para se obter um retorno no futuro, torna-se indispensável às em-
trabalhosgratuitos.
com/Humanas/
presas que o gestor financeiro saiba como tomar decisões que irão proporcionar à organi-
Marketing/ zação lucratividade em determinado período de tempo.
Sal%C3%A1rio-
-E-Rentabilida- Para selecionar o tipo de investimento mais adequado a cada empresa, torna-se neces-
de-159529.html>.
Acesso em: 02 de
sário avaliar o fator tempo. O tempo a que me refiro se trata do tempo médio de retorno
mar. de 2016. sobre os investimentos.

Existem atualmente várias ferramentas matemáticas que auxiliam os administra-


dores financeiros na tomada de decisão em investimentos. Vou abordar os métodos
mais conhecidos: Período de Payback, Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de
Retorno (TIR).
Período de payback
O período de payback é uma técnica bastante utilizada dentro das empresas para a
análise do prazo de retorno do investimento em um projeto.

Importante

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


De forma simples, podemos dizer que o payback é o tempo de retorno do
investimento inicial até o momento no qual o ganho acumulado se iguala ao
valor desse investimento. Esse período é medido normalmente em meses ou
anos. Fonte: <http://www.industriahoje.com.br/como-calcular-o-payback>.
Acesso em: 03 de mar. de 2016.

Esse método, no entanto, não pode ser analisado isoladamente, pois quanto menos
dados se tem numa tomada de decisão, menos precisa esta se torna, especialmente na
área de investimentos.

Quando uma empresa realiza um investimento, espera-se que o dinheiro possa ser res-
75
gatado com margem de ganho e num tempo razoável. É por esta razão que os investidores
desejam saber em quanto tempo o investimento inicial será recuperado. Para facilitar o
entendimento desse método, vou expor para você um exemplo prático que foi retirado da
internet e mostra como se calcula o payback.

Investimento Inicial
Fórmula do Payback simples: payback =
Ganho no Período

Agora, vamos ao exemplo:

O departamento de engenharia de uma montadora de carros está em busca da redução


de custo na fabricação do capô de um de seus modelos. Após muita pesquisa, o depar-
tamento de engenharia encontrou no mercado uma prensa de alto desempenho que irá
reduzir em 10% o custo da fabricação do capô.

Sabendo que cada capô tem um custo de R$ 300,00 cada, que são produzidas 20 mil pe-
ças/mês e que o investimento para a aquisição da nova prensa vai custar R$ 2,5 milhões,
qual seria o payback (retorno do investimento)?

Analisando os dados:

Custo atual do capô = R$ 300,00;

Redução de custo (nova prensa) = 300,00 – 10% = 270;

Economia por peça = 300 – 270 = R$ 30,00;

Investimento nova prensa = R$ 2.500.000,00;

Quantidade média produzida ao mês = 20.000 unidades;


Análise de crédito, Financiamento e Investimento

Quantidade média produzida ao ano = 240.000 unidades.

2.500.000 (Investimento)
Payback = = 83.333 Peças
30 (Economia por peça)

Se quisermos calcular o payback em meses ou em anos, basta dividir o número de


peças necessárias para pagar o investimento pelo número estimado de peças a produzir
no período.

Veja a seguir:

1 – Quantidade média de produção/Mês = 20.000 unidades.


76
Payback mês = 83.333 / 20.000 = 4,16 meses para o retorno do investimento.

2 – Quantidade média de produção/Ano = 240.000 unidades.

Payback ano = 83.333 / 240.000 = 0,347 ano (4,16 meses) para o retorno do investimento.

Fonte: <http://www.industriahoje.com.br/como-calcular-o-payback>. Acesso em: 03 de


mar. de 2016.

Quais são as principais vantagens desse método?

 Ele apresenta, de forma bem simples, um cálculo e também é possível compreender


com facilidade;

 Com ele, você consegue ter uma ideia do grau de liquidez e do risco do projeto;

 Ele consegue proporcionar um aumento na segurança dos negócios da empresa em


tempos de instabilidade;

 É um método ideal para avaliar os riscos elevados em projetos.


Valor Presente Líquido (VPL)
O Valor Presente Líquido (VPL) é uma fórmula da matemática financeira que realiza o
cálculo do valor presente de pagamentos futuros a uma taxa de juros apropriada e subtrai
o custo do investimento feito inicialmente.

É um dos métodos mais eficientes para definir se um investimento vale a pena ou não.
Trata-se de uma das ferramentas mais úteis e disponíveis para a tomada de decisões finan-
ceiras no mundo dos negócios.

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


O cálculo do VPL leva em consideração o valor do dinheiro no tempo. Portanto, todas as
entradas e saídas de caixa da empresa são tratadas no tempo presente. Sendo assim, uma
vez calculado, o Valor Presente Líquido (VPL) nos permite saber, exatamente, qual é o valor
atual de um investimento pela diferença entre o valor presente das entradas de dinheiro e
o valor presente das saídas de dinheiro.

n FCt
A fórmula para se calcular o VPL é: VLP = ∑
t=0 (1+i)t
Onde:

∑ = Representa a somatória;

FC = Fluxo de caixa no período; 77


t = Período de tempo em que o dinheiro será investido no projeto;

n = Número de períodos;

i = Taxa de juros compatível com o investimento (taxa de desconto).

Fonte: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Valor_presente_l%C3%ADquido>. Acesso em:


03 de mar. de 2016.

Da mesma forma, exemplifico aqui através de um site que expôs um exemplo prático,
comparando dois tipos distintos de investimentos.

Vamos imaginar o investimento A e B:

A. Um título do governo que custa R$ 10.000 e rende 12% ao ano, pagando juros semes-
trais durante 2 anos e devolvendo R$ 10.000 ao final do período.

B. Uma cota de fundo imobiliário que paga 0,7% ao mês durante 2 anos e custa R$ 15.000.
Primeiro passo: definir os fluxos (entradas e saídas) de dinheiro.

Investimento A

• Mês 0: – R$ 10.000;

• Mês 6: + R$ 600 = {10000 x [(1+12%)/12]*6};

• Mês 12: + R$ 600 = {10000 x [(1+12%)/12]*6};

• Mês 18: + R$ 600 = {10000 x [(1+12%)/12]*6};

• Mês 24: + R$ 10.600 = {10000 x [(1+12%)/12]*6} + 1.0000.


Análise de crédito, Financiamento e Investimento

Investimento B:

• Mês 0: – R$ 15.000;

• Mês 1: + R$ 105 = (15.000*0,7%);

• Mês 2: + R$ 105 = (15.000*0,7%);

• …

• Mês 23: + R$ 105 = (15.000*0,7%);

• Mês 24: + R$ 5.105 = (15.000*0,7%) + 15.000.


78
Segundo passo: definir as taxas de desconto de cada investimento.

Investimento A:

• Como se trata de um título do governo, podemos adotar uma taxa igual à taxa Selic, que repre-
sentaria a taxa livre de risco da economia. Vamos supor que a Selic seja de 11% ao ano.

Investimento B:

• Como se trata de um fundo imobiliário, que oferece mais risco que o título do governo,
devemos exigir um retorno mais alto. Neste exemplo, usaremos uma taxa 10% mais alta
que a taxa Selic: 12,1% ao ano.

Terceiro passo: calcular o valor presente de cada um dos fluxos.

Investimento A:

• Mês 0: – R$ 10.000;
• Mês 6: R$ 569,49 = +R$ 600/[(1+11%)^(6/12)];

• Mês 12: R$ 540,54 = +R$ 600/[(1+11%)^(12/12)];

• Mês 18: R$ 513,06 = +R$ 600/[(1+11%)^(18/12)];

• Mês 24: R$ 8.603,20 = +R$ 10.060/[(1+11%)^(24/12)].

Investimento B:

• Mês 0: – R$ 15.000;

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


• Mês 1: + R$ 104,01 = R$ 105/[(1+12,1%)^(1/12)];

• Mês 2: + R$ 103,02 = R$ 105/[(1+12,1%)^(2/12)];

• …

• Mês 23: + R$ 84,36 = R$ 105/[(1+12,1%)^(23/12)];

• Mês 24: + R$ 12.020,14 = R$ 105/[(1+12,1%)^(24/12)].

Quarto passo (e último): somar os valores.

Investimento A:

• Valor Presente Líquido = R$ 226,29. 79

Investimento B:

• Valor Presente Líquido = – R$ 821,24.

Como saber agora se o investimento vale a pena?

Com o cálculo do Valor Presente Líquido, isso é bem mais fácil:

g Caso o VPL seja positivo: o investimento vale a pena.

g Caso o VPL seja negativo: o investimento não vale a pena.

No exemplo ilustrado, você conseguiu ver nitidamente que o investimento A vale a pena
e o investimento B não vale a pena.

Observe que o investimento A rende 12% ao ano, enquanto que a taxa de desconto
adequada para ele é de 11% ao ano.
Já o investimento B rende 8,7% ao ano, o que é bem menos do que a taxa de desconto
apropriada a ele, no caso de 12,1% ao ano.

Perceba também que se os dois investimentos tivessem dado um Valor Presente Líqui-
do positivo, poderíamos saber qual vale mais a pena, pois teria o maior VPL.

Taxa Interna de Retorno (TIR)


Taxa Interna de Retorno (TIR) – também conhecida como Taxa Média de Retorno ou
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

Orçamentos de ca- Taxa Simples de Retorno – representa o lucro esperado de um investimento e, portanto, é
pital: é um proces-
usada em orçamentos de capital para determinar os valores potenciais de investimentos.
so que envolve a
seleção de projetos
É utilizada normalmente para calcular a taxa de desconto que teria um determinado
de investimento e
a quantificação dos fluxo de caixa para igualar a zero seu Valor Presente Líquido, ou seja, é a taxa de retorno
recursos a serem
do investimento em questão.
empregados.

Importante
A TIR é um dos indicadores essenciais para a análise de retorno de proje-
80 tos e a viabilidade econômica dos mesmos. Além disso, a TIR pode ser útil
também se você estiver tentando avaliar um projeto de redução de custos.

Um aspecto que deve ser considerado é que a utilização exclusiva da TIR como
ferramenta de análise pode levar ao equívoco de se aceitar projetos que não remu-
neram adequadamente o capital investido. Por isso, deve ser uma ferramenta com-
plementar à análise.

Vejamos a fórmula para se encontrar a TIR:


N Ft
VPL = 0 = Investimento Inicial + ∑
t=1 (1+TRI)t

Agora, segue mais um exemplo prático retirado da internet:


Imagine que você pretende comprar uma franquia cujo investimento inicial é
de R$ 103.000,00. Segundo o franqueador, esse investimento deve gerar receitas
líquidas anuais estimadas em R$ 30.000,00, R$ 35.000,00, R$ 32.000,00, R$
28.000,00 e R$ 37.000,00. Observe a planilha abaixo:

COMPRA DE UMA FRANQUIA


INVESTIMENTO E FLUXOS DE CAIXA

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


Investimento (R$ 103.000,00)
Ano 01 R$ 30.000,00
Ano 02 R$ 35.000,00
Ano 03 R$ 32.000,00
Ano 04 R$ 28.000,00
Ano 05 R$ 37.000,00
TIR

Fonte: autoria própria (2016).

Qual é a TIR deste projeto?

Qual é a taxa que traz todos os fluxos de caixa ao valor presente, de forma que
a soma destes valores seja zero?
81
Os fluxos de caixa estão no intervalo G5:G10. Calcularemos a TIR deste projeto
na célula G11.

Use a fórmula = TIR (G5:G10). Caso deseje, você pode fornecer um chute inicial
para que o Excel realize o cálculo da TIR, mas ele não é necessário:

COMPRA DE UMA FRANQUIA


INVESTIMENTO E FLUXOS DE CAIXA
Investimento (R$ 103.000,00)
Ano 01 R$ 30.000,00
Ano 02 R$ 35.000,00
Ano 03 R$ 32.000,00
Ano 04 R$ 28.000,00
Ano 05 R$ 37.000,00
TIR = TIR (G5:G10)

Fonte: autoria própria (2016).


Veja o resultado:

COMPRA DE UMA FRANQUIA


INVESTIMENTO E FLUXOS DE CAIXA
Investimento (R$ 103.000,00)
Ano 01 R$ 30.000,00
Ano 02 R$ 35.000,00
Ano 03 R$ 32.000,00
Ano 04 R$ 28.000,00
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

Ano 05 R$ 37.000,00
TIR 17%
Fonte: autoria própria (2016).

A TIR de 17% é a taxa de desconto que torna o VPL deste investimento nulo.
Pode ser interpretada também como o retorno esperado deste investimento.

Fonte: <http://franquiasnatalrn.blogspot.com.br/2012/08/analise-de-retorno-
-do-investimento-taxa.html>. Acesso em: 03 de mar. de 2016.

A conclusão a que podemos chegar é que os critérios para a seleção de investimentos a


serem realizados pelas empresas ou investidores dependerão em grande parte da nature-
82 za da atividade da empresa, do seu público-alvo, das tendências de mercado etc.

O que procurei fazer aqui foi apresentar, de forma bem explicativa, as ideias centrais
dos métodos mais conhecidos e utilizados para a análise de investimentos, especialmente
para se identificar a viabilidade dos mesmos.

Análise de riscos de investimento

Fonte: <http://www.fxmarketleaders.com/portals/0/Images/Articles/Risk%20
Mgmt%20pt.%202/the-lower-the-risk-better-chan%20just%2070.jpg>. Acesso em: 03 de mar. de 2016.
A análise de investimentos nos últimos tempos nos mostra que existem riscos em decor-
rência de vários fatores, sendo um deles a crise econômica.

Além de as empresas precisarem de cautela, torna-se necessário que seus gestores


financeiros tenham conhecimento dos métodos que apresentamos aqui para a análise dos
investimentos mais apropriados para cada tipo de organização.

A análise de riscos surge a fim de proporcionar uma visão mais assertiva e abrangente
para a tomada de decisões em investimentos que trarão resultados positivos para a empresa.

Outro aspecto importante a ser destacado é analisar os riscos no mercado financeiro

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


com o intuito de evitar perdas expressivas para a empresa no tocante à aplicação de recur-
sos e ao retorno esperado em determinado período de tempo.

As empresas não podem simplesmente se expor abertamente ao risco sem se preocu-


par com o futuro de seus projetos de investimentos.

Retorno sobre Investimento (ROI)

83

Fonte: <http://m.c.lnkd.licdn.com/mpr/mpr/AAEAAQAAAAAAAAIlAA
AAJDE0Y2QzNjM4LWRmODgtNDYzYS04YzE3LTU3NmMyNjdmZTllNQ.jpg>. Acesso em: 03 de mar. de 2016.

O Retorno sobre Investimento (ROI), do inglês Return On Investment, também conhecido


como taxa de lucro ou de retorno, trata-se da quantidade de dinheiro ganho ou perdido
como resultado de um investimento. Em termos mais genéricos, podemos dizer que é uma
métrica usada para medir os rendimentos obtidos a partir de uma determinada quantia de
recursos investidos.
Na prática, mostra quanto a empresa ganhou ou perdeu em relação ao que investiu,
para que possa assim administrar os futuros investimentos.

A taxa do ROI é hoje muito utilizada para avaliar os investimentos ligados ao


marketing e publicidade dentro das empresas.

Os resultados que são obtidos por meio do cálculo servem para a empresa avaliar e
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

identificar o prazo do retorno financeiro em investimentos.

Serve também para que a organização motive a equipe comercial tanto para o aumento
das vendas ou mesmo para um ajuste de metas mais condizentes com a realidade, se
necessário.

A empresa utiliza também a taxa ROI com maior regularidade para cortar despesas des-
necessárias e para aumentar a lucratividade. O cálculo é feito da seguinte forma: subtrai-se
o ganho obtido a partir do investimento pelo investimento inicial e, em seguida, divide-se
esse resultado pelo investimento inicial.

A fórmula fica da seguinte maneira:


84

ROI = (Ganho obtido – Investimento inicial) / Investimento inicial.

Veja um exemplo retirado da internet para te ajudar a entender como realizar o


cálculo:

Se o ganho obtido foi de R$ 500.000 e o investimento inicial foi de R$ 100.000,


teremos:

(500.000 – 100.000) / 100.000 = 4

Isso significa que o retorno foi de quatro vezes o investimento inicial.

Para estabelecer a ROI em termos de porcentagem, você multiplica o resultado do cál-


culo por 100. No exemplo que usei, o retorno sobre investimento foi de 400%.

Algo importante a ser observado é que o valor do investimento inicial deve incluir o di-
nheiro gasto em todo o processo e o tempo despendido. Dessa maneira, toda e qualquer
despesa que apareça deve ser incluída para que se tenha um resultado preciso.

Esse é um cálculo muito simples, mas é preciso se lembrar de que o valor do ROI não
está estabelecido como positivo ou negativo. Quem faz o cálculo, nesse caso a empresa
que realizou a ação, é quem determina qual é o valor que deseja alcançar e as margens
dos seus resultados.

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


Atividade 01
Você consegue identificar na prática o que é a taxa ROI? Pesquise mais in-
formações no link: <http://www.significados.com.br/roi/>.

Viabilidade econômica de investimentos

85

Fonte: <http://cs629116.vk.me/v629116633/1a167/8qGCE1g8D6k.jpg>.
Acesso em: 03 de mar. de 2016.

O estudo da viabilidade econômica de investimentos é extremamente importante para


ajudar a empresa a desenvolver um planejamento com a finalidade de verificar se deter-
minado projeto é ou não viável. Podem ser projetos de investimentos em infraestrutura ou
mesmo para a expansão do negócio.

O que se espera nesse tipo de análise na verdade é conseguir visualizar, por meio de
projeções financeiras, as possibilidades reais de retorno sobre os possíveis investimentos.
Importante
Existem alguns aspectos que são de suma importância para que a em-
presa possa avaliar se um projeto é viável ou não de ser executado.
Cito-os a seguir:
1- Analisar se a atividade da empresa é rentável ou não;
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

2- Fazer um estudo de mercado para conhecer os concorrentes;

3- Verificar quanto tempo é necessário para se recuperar o capital investido;

4- Relacionar todos os gastos do projeto numa planilha

Deve-se levar em conta que para cada tipo de negócio, há uma expectativa de retorno.
Cada organização tem sua peculiaridade de acordo com a natureza de sua atividade ou
ramo de atuação. No entanto, é necessário prever uma projeção de receitas que cubram os
custos operacionais da empresa, até que esta possa colher os resultados do investimento
que foi realizado, caso seja decidido assim fazê-lo.
86 É preciso se lembrar também dos custos fixos, tais como: aluguel, salários, energia e
outros. Além disso, há ainda os custos variáveis: comissões de vendas, taxas, impostos etc.

Para fecharmos o entendimento sobre o assunto em questão, é pertinente observar os


métodos relacionados aos critérios para os investimentos que você estudou anteriormente,
a fim de realizar uma análise mais apropriada a cada tipo de empresa.

Querendo mais
Para obter mais informações sobre a importância dos critérios de inves-
timentos, pesquise no link: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/
rbe/article/viewFile/75/2900>.
Resumo
Caro aluno, nesta competência você definiu investimentos, principalmente os inves-
timentos realizados por empresas. Você estudou sobre as tendências das empresas no
cenário de investimentos e como os gestores financeiros devem realizar as análises an-
tes de investir em projetos dentro das organizações. Teve condições de perceber a impor-
tância dos critérios para a tomada de decisões em investimentos. Conheceu os métodos
mais utilizados para medir o risco e o retorno das operações de investimentos. Conseguiu
compreender, na prática, como ocorre o retorno sobre investimentos. Teve a oportunidade

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


de conhecer como analisar a viabilidade econômica de investimentos, seus principais as-
pectos e como validar os projetos para a expansão de negócios. Enfim, a partir de agora,
você tem condições de definir, de forma clara, os principais processos para a tomada de
decisões sobre investimentos empresariais, podendo aplicar em seu próprio negócio ou
empresa onde trabalha.

Autoavaliação
01. De forma simples, o que significa investimentos:

A) Conseguir recursos para a avaliação de capital financeiro.

B) A aplicação de recursos financeiros com a expectativa de receber no futuro um retorno 87


superior ao que foi aplicado durante um determinado período.

C) Intermediar as operações financeiras por meio de cotistas e bancos.

D) Emprestar dinheiro para financiar projetos de cunho estritamente social.

02. Os métodos mais conhecidos e utilizados quanto aos critérios de investimentos são:

A) Período de Payback, Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR).

B) Valuation, Riscos Operacionais e Valor Presente e Futuro (VPF).

C) Período de Operação, Período de Análise e Valor Presente Líquido (VPL).

D) Valor Presente Líquido (VPL), Valor Passado e Valor Presumido.

03. A Taxa Interna de Retorno (TIR) também é conhecida como:

A) Taxa média de retorno.

B) Taxa livre de investimentos.


C) Taxa proporcional de limites.

D) Taxa interna bruta.

04. O Retorno sobre Investimento (ROI), do inglês Return On Investment, trata-se:

A) Do retorno financeiro em um projeto de infraestrutura técnica.

B) Da validade bilateral de um projeto financeiro.

C) Da quantidade de dinheiro ganho ou perdido como resultado de um investimento.


Análise de crédito, Financiamento e Investimento

D) Da extensão econômica de um projeto de investimento.

88
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Competência
06 89

Definir os tipos
de financiamentos
Definir os tipos
de financiamentos

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


Caro aluno, como já disse na competência anterior, nossos estudos estão direcionados
à análise de empresas. Sendo assim, vamos abordar os tipos de financiamentos no âmbito
empresarial.

Nos financiamentos, as empresas celebram um contrato junto às instituições financei-


ras, de forma que ocorre uma destinação específica dos recursos para a aquisição de bens
ou para custear projetos para o desenvolvimento das atividades empresariais.

Na maioria dos financiamentos, são exigidas garantias por parte dos credores (institui-
ções financeiras) para que a conta seja paga de alguma forma.

Nesta competência, você será capaz de compreender os tipos de financiamentos


pelos quais as empresas podem optar no mercado, suas características e as principais
91
modalidades existentes. Sendo assim, ao finalizar os estudos, saberá como definir a
melhor estratégia para a escolha adequada do tipo de financiamento a ser utilizado ou
não por uma organização, assim como terá condições de analisar a viabilidade ou não
desse tipo de operação.

Financiamentos empresariais
O financiamento empresarial é uma maneira de obter crédito (dinheiro) para investi-
mentos em produção ou para modernização das organizações.

Toda atividade empresarial depende de recursos para financiar suas atividades, seja
por meio de recursos próprios ou de terceiros. Neste caso, de financiamentos provenientes
de instituições financeiras.

A questão que deve ser ponderada é: qual é a finalidade de fazer financiamentos


empresariais?
Importante
Antes de buscar o financiamento, as empresas necessitam avaliar os
motivos que as levam a essa decisão.
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

É muito comum no Brasil que as empresas não saibam exatamente quais são os valores
de investimentos para o capital de giro e investimentos fixos, antes de contraírem uma
Capital de giro: responsabilidade de financiamento.
é o valor que a
empresa precisa O empresário deve definir, de maneira efetiva e correta, qual é o montante de recursos
para operar, para
que a empresa de fato necessita. Caso não haja uma boa razão ou motivos que justifiquem
realizar a sua ati-
vidade econômica. o financiamento, o melhor mesmo é não contrair obrigações financeiras para a empresa,
Fonte: <http://
pois poderá acarretar sérios problemas no futuro.
capitalsocial.cnt.
br/capital-de-giro-
A melhor forma de analisar essa situação é saber se o financiamento estará visando o
-o-que-e-e-como-
-calcular/>. Acesso crescimento e a ampliação da empresa, assim como o incremento em sua lucratividade.
em: 03 de mar. de
Neste caso, torna-se necessário verificar se a empresa tem condições de assumir o com-
2016.
92 promisso quanto ao pagamento das parcelas do financiamento, para que não comprometa
o seu caixa.

Deve se lembrar também de que ocorrerão períodos de sazonalidadepág.93 em que a


empresa vai precisar de uma reserva financeira para enfrentar os altos e baixos da ativida-
Investimentos de empresarial. O ideal é analisar o custo da dívida, comparando com a rentabilidadepág.93
fixos: são todos os
esperada pela empresa no período do financiamento.
bens que devem
ser adquiridos
para que o negócio
possa funcionar,
como máquinas,
Tipos de financiamentos
equipamentos,
móveis, utensílios
As instituições financeiras colocam à disposição das empresas vários tipos de créditos
e veículos. Fonte: para financiamentos. Existem financiamentos de curto, médio e longo prazo.
<https://www.
passeidireto.com/
arquivo/5574960/
como-um-plano- Financiamentos de curto prazo
-de-negocios/5>.
Acesso em: 03 de Financiamentos de curto prazo são aqueles em que a quitação dos débitos ocorre em
mar. de 2016.
até um ano (12 meses).

São exemplos dessa modalidade os seguintes:


Crédito bancário

O crédito bancário acontece quando uma instituição bancária coloca à disposição do


cliente (a empresa solicitante) um valor de crédito. A empresa que solicitou esse crédito
se compromete a reembolsar a instituição na data antecipadamente fixada, acrescido dos
Sazonalidade: no
juros que foram acordados. caso dos negócios,
significa os meses
Quando a instituição bancária proporciona à empresa um desconto de título, capital de em que venderá
mais e os meses
giro, contas garantidas,pág.94 cheques especiais e/ou outras vantagens em forma de fun-
em que venderá
dos. O crédito bancário toma a forma de crédito direto. menos. Fonte:

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


<http://www.
konkero.com.br/
financas-pessoais/
organizar-gastos/
O Crédito Direto é uma espécie de financiamento direto disponível para os clien- sazonalidade-o-
tes, de maneira que os recursos provenientes dessa operação destinam-se à aqui- -que-e-e-o-que-
-significa>. Acesso
sição de bens e/ou serviços. Essa modalidade de financiamento é comumente em: 03 de mar. de
conhecida no mercado como CDC (Crédito Direto ao Consumidor). 2016.

Empréstimos em conta corrente

Na modalidade de empréstimo em conta corrente, é colocado um limite de crédito con- Rentabilidade: é o

tratado à disposição da empresa. Esse limite é disponibilizado pela instituição financeira. retorno de determi-
93
nado investimento
É válido por um período de 180 dias, geralmente, e pode ser renovado. A empresa contra- esperado pelas
empresas, des-
ente paga juros e uma garantia.
contando tarifas,
custos e inflação.
Fonte: <http://
www.dicionario-
Capital de Giro
informal.com.br/
rentabilidade/>.
É muito utilizado pelas novas empresas que são constituídas e que necessitam de um
Acesso em: 03 de
capital (dinheiro) para custear suas operações. mar. de 2016.

Em alguns casos, esta modalidade de financiamento serve para superar as dificuldades


momentâneas de fluxo de caixa.

Os recursos provenientes do capital de giro servem para dar suporte às empresas em


suas operações diárias. A aplicação desse dinheiro é utilizada especialmente para:

– Investir em compra de produtos (mercadorias) para estoque, no caso de empresa ou


matéria-prima, no caso de uma indústria. Esse recurso é necessário para que a em-
presa possa ter um tempo para fabricar, se precisar escoar a produção ou vender para
captar o recurso investido;
– Investir em infraestrutura e qualificação profissional, tais como: capacitação, cursos,
treinamento e desenvolvimento de equipes;

– Financiar suas próprias operações junto a seus clientes, no caso da empresa vender a
prazo;
Contas garanti-
das: são aquelas
– Pagamento de fornecedores e demais despesas relacionadas às atividades da em-
operações de
empréstimo presa, como por exemplo: impostos, salários, contas, energia, telefone dentre ou-
vinculadas a um
tras despesas.
determinado con-
trato de abertura
Em suma, o capital de giro é de fundamental importância para dar continuidade às
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

de crédito em que
o banco concede operações administrativas e comerciais da empresa até que esta possa se tornar autos-
um limite ao clien-
sustentável.
te para que este
possa utilizá-lo,
podendo ser pago
em uma ou mais
Crédito por assinatura
parcelas.

Trata-se de um crédito a ser utilizado pela empresa em que a instituição bancária as-
sume a responsabilidade pela obrigação financeira da empresa, caso esta não consiga
cumpri-la (exemplo: aval, fiança bancária). É cobrado de uma mesma comissão de garan-
tia por um período de três meses.
Aval: conhecido
no mercado como
94 avalista, ou seja, Crédito documentário
aquele que se com-
promete a pagar Nesta modalidade, sob a ordem de uma empresa (o fornecedor), fica sob a respon-
uma dívida ou tí-
tulo de crédito nas
sabilidade de uma instituição bancária colocar à disposição do beneficiário (vendedor) o
mesmas condições montante determinado. Essa transação normalmente é realizada por intermédio de outra
do devedor, caso
este não pague.
instituição bancária – o correspondente.

Dessa maneira, o vendedor tem a vantagem de garantir o recebimento do montante da


venda.

É comum este tipo de financiamento em operações de exportação / importação.

Fiança bancária:
é um instrumento Factoring
contratual em que
o banco garante de Trata-se de um contrato pelo qual um comerciante ou industrial cede, total ou parcial-
forma total ou par-
cial as obrigações
mente, a uma instituição financeira créditos de vendas feitas a terceiros em troca do pa-
assumidas pela gamento de certa comissão. Quem assume o risco do não recebimento dos créditos é a
empresa, que é
seu cliente perante
instituição financeira.
terceiros.
Sociedades financeiras para a aquisição de crédito

É uma modalidade que envolve as relações entre os bancos. Elas exercem as ativida-
des de financiamento quando adquiridos créditos de bens e serviços, concedendo crédito
direto ao fornecedor e prestando garantias e descontos. A prestação dos serviços se dá de
forma diretamente relacionada aos referidos financiamentos.

Papel comercial

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


Trata-se de títulos de dívida emitidos por empresas e instituições não governamentais
no prazo máximo de dois anos para cada emissão, constituindo assim uma alternativa aos
tradicionais títulos de renda fixa, em termos de aplicação de fundos.

Emissão de títulos de dívida é quando as empresas ou governos captam re-


cursos por meio de empréstimos de dinheiro, a partir de acionistas. A empresa
ou o governo que tomou o dinheiro emprestado (emitindo a dívida) se compro-
mete a pagar ao credor (o acionista) uma taxa de juros determinada, durante
um período definido.

95
Financiamentos a médio e longo prazo
São exemplos de financiamentos de médio e longo prazo aqueles em que a quitação
dos débitos poderá ocorrer a partir de um ano, ou seja, acima de 12 meses. Dentre os mais
conhecidos, destacamos:

Autofinanciamento

Trata-se de todo o dinheiro que a empresa gera em termos de lucratividade. Tal dinheiro
não é distribuído aos sócios, sendo utilizado para financiar as suas próprias atividades e
investimentos futuros. Nesse caso, a empresa garante seu crescimento, faz provisões e
reservas financeiras através da aplicação desses recursos.

Cessões de ativos

É uma forma de financiamento segundo a qual a empresa procede à alienação de ativos


para o funcionamento da sua atividade.
Alienação de ativos é o mesmo que alienação de bens, em que ocorre a
transferência de domínio de bens de um indivíduo ou empresa para terceiros, a
fim de que esses bens sejam convertidos em dinheiro.

Capital de risco

Trata-se de uma modalidade de financiamento utilizada para dar apoio a negócios que
estão iniciando ou em fase de expansão.
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

Nesse caso, ocorre a compra de uma participação acionária, que é quando uma em-
presa dá ao colaborador uma fatia de seu negócio, permitindo assim que ele receba uma
parte de seus lucros. Essa participação acionária é geralmente minoritária e temporária,
permitindo a partilha de risco do negócio.

Normalmente, são investidores e empresas que fazem esse tipo de investimento.

Leasing

O leasing é como um aluguel que tem a opção de compra. É o que chamamos de um


sistema de arrendamento mercantil. Nesse tipo de financiamento, ocorre a alienação do
bem adquirido. A propriedade deste fica como garantia ao cedente (aquele que cedeu o
96 bem) até que o bem seja quitado.

Existem algumas vantagens em optar pelo leasing e não por outras opções de financia-
mento. Ele oferece menores taxas de juros e existe também a isenção do Imposto sobre
Operações Financeiras (IOF).

Alguns exemplos de leasing para empresas: financiamento de máquinas, equipamentos e


veículos. Quando a empresa contratante optar pela modalidade de leasing, o banco ou insti-
tuição financeira é proprietária do bem, tendo este como garantia até a quitação do mesmo.

Atividade 01
Você consegue identificar o melhor tipo de financiamento para sua empresa
ou aquela em que você trabalha? Pesquise mais informações no link abai-
xo: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/Qual-o-melhor-
-financiamento-para-o-seu-neg%C3%B3cio%3F>.
Linhas de crédito
Existem no mercado inúmeras linhas de crédito para empresas, cada uma atendendo
uma necessidade específica. Vamos citar algumas:

Microcrédito
Trata-se de um sistema de financiamento de pequenos valores. Normalmente entre R$
3.000 a R$ 5.000, sem garantia real.

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


A garantia real é uma forma de proteção em que o próprio devedor ou alguém por ele
indicado destina todo ou parte do seu patrimônio para assegurar o cumprimento de uma
obrigação contraída.

Desconto de duplicatas
Trata-se de uma linha de crédito em que o credor antecipa para o devedor valores que
tenha a receber de terceiros, conhecido também no mercado como antecipação de rece-
bíveis.

Crowdfunding 97

É uma nova forma de financiamento usada normalmente para lançar produtos. Nessa
modalidade, o proponente apresenta um projeto ao público, que o adquire antecipadamen-
te ou faz doações para a viabilização do mesmo.

Trata-se de uma nova alternativa para empreendedores brasileiros que buscam captar
recursos para a realização de seus projetos. É algo inovador e já é utilizado com bastante
frequência em países estrangeiros, como nos Estados Unidos, por exemplo.

Querendo mais
No site da Revista Exame, há uma matéria que explica detalhadamente o
Crowdfunding. Acesse: http://exame.abril.com.br/pme/noticias/fenome-
no-do-crowdfunding-ganha-forca-no-brasil>.
Finame
Trata-se de uma modalidade de linha de crédito utilizada por intermédio de instituições
financeiras que são credenciadas junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social).

Essa modalidade é comumente usada para financiar a aquisição de máquinas, equipa-


mentos e bens de informática.
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

Financiamento de projetos
Esta linha de crédito é destinada a grandes projetos, como a criação de novas fábricas,
realização de grandes obras, estabelecimento de usinas e também se destina a apoiar o
desenvolvimento de empresas no tocante a sua expansão ou modernização.

Algumas instituições financeiras dão suporte a esse tipo de financiamento, especial-


mente aquelas ligadas ao desenvolvimento econômico e sustentável do país, como por
exemplo: o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco do
Nordeste do Brasil (BNB) etc.

Debêntures
98
Trata-se de uma modalidade de financiamento entre empresas.

Nesse tipo de operação, são emitidos títulos de dívida por grandes empresas, compra-
dos por investidores que recebem uma remuneração (juros) pelo valor investido.

As debêntures podem ser emitidas por empresas de Sociedade por Ações (S.A.) de ca-
Escritura de emis- pital aberto ou fechado.
são: é o documen-
to em que estão
descritas todas as
condições sob as A emissão de títulos de dívida acontece quando as empresas ou governos
quais a debênture captam recursos por meio de empréstimos de dinheiro, a partir de acionistas.
será emitida, tais
como: direitos A empresa ou o governo que tomou o dinheiro emprestado (emitindo a dívida)
conferidos pelos se compromete a pagar ao credor (o acionista) uma taxa de juros determinada,
títulos, deveres da
emissora, mon- durante um período definido.
tante da emissão,
quantidade de títu-
los, datas de emis-
são e vencimento, As debêntures podem ser dos tipos conversíveis. Existe a possibilidade de serem con-
condições para a vertidas em participação na empresa, mas há condições preestabelecidas para tal. As
amortização, juros
e remuneração. condições são preestabelecidas de acordo com sua escritura de emissão.
Investimento direto
Trata-se de um financiamento em que é realizado um investimento em empresas, tendo
como troca sua participação na sociedade.

Pode ser feito por pessoas físicas ou por qualquer pessoa jurídica e organizações es-
pecializadas, como as empresas de participações e fundos de investimento. No caso de
pessoa física, o financiamento direto pode ser para adquirir imóveis, carros etc.

É uma modalidade de financiamento bastante utilizada por empresas inovadoras que

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


desejam colocar em prática seus projetos.

Cheque especial
É uma linha de crédito que fica disponível para as empresas em casos de situações
emergenciais e quando o empresário sabe que poderá cobrir os valores utilizados em curto
espaço de tempo.

Os juros são mais altos. Por essa razão, o cheque especial precisa ser liquidado no
menor prazo possível.

Conta garantida 99
Esta linha de crédito é bem parecida com o cheque especial, porém os juros são mais
baixos. Trata-se de uma linha de crédito rotativa que pode ser utilizada pela empresa para
qualquer finalidade.

Essa linha de crédito rotativa é fornecida à empresa com um limite de crédito preesta-
belecido, permitindo que ela gaste até o valor máximo desse limite. Ao realizar o pagamen-
to, o valor pago pela empresa volta a incorporar o limite de crédito novamente.

Nessa modalidade de operação, os juros são pagos sobre o limite que foi pedido pelo
usuário da conta, no caso a empresa.

Empréstimo
Esta linha de crédito é bastante conhecida pelas empresas. Pode ser utilizada para
quaisquer finalidades, pois não há uma destinação específica.

A empresa faz um contrato com a instituição financeira e recebe uma quantia em di-
nheiro que deverá ser devolvida à mesma num prazo determinado, acrescido de juros.
Seja para ampliar as instalações da empresa, investir em modernização ou mesmo para
qualificar os profissionais, esse recurso, sempre que for utilizado com sabedoria, pode tra-
zer benefícios à organização, dando-lhe um novo oxigênio.

Endividamento empresarial
Atualmente, o endividamento é uma realidade presente na grande maioria das empre-
sas brasileiras.
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

Qualquer tipo de descuido pode acarretar o fim da companhia. Para não deixar que as
dívidas acabem com o sonho dos empresários, é necessário tomar algumas medidas pre-
ventivas ou mesmo acionar os mecanismos existentes no mercado para que a organização
permaneça viva.

Todos os empresários têm ciência de que a saúde financeira é um fator fundamental


para a sustentabilidade e crescimento da empresa. Quando as finanças não estão indo
bem, a tendência é que ocorra uma série de problemas, dentre eles estão a falta de dinhei-
ro para investimentos e o atraso no pagamento das contas.

Existem diversas formas de se contornar esse tipo de situação, evitando assim que
a empresa entre num caos financeiro.

100 Veja a seguir 4 sugestões que podem ajudar bastante as empresas:

1 – Negociar prazos

Fonte: <http://gestaoenegocios.digisa.com.br/upload/imagens
_upload/COMO_NEGOCIAR_PRAZOS_8.jpg>. Acesso em: 03 de mar. de 2016.
Ficar alerta e de olho nos prazos é um dever do gestor para que a empresa atue com
segurança e cumpra com responsabilidade suas obrigações financeiras e empresariais.

Muitos negócios fecham as portas através de endividamentos gerados por falta de cum-
primento dos prazos. Administrar bem o tempo é um fator preponderante em qualquer tipo
de atividade empresarial.

Sempre que houver a necessidade de pagamentos e a empresa não dispuser de recur-


sos suficientes para honrar seus compromissos, entra em campo a figura do bom gestor,
que buscará a renegociação dos prazos junto a seus clientes e fornecedores.

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


No entanto, o melhor caminho para evitar o endividamento é organizar a empresa para
que possa ser autossustentável e não atrair uma nova dívida, tendo que pagar juros às
instituições financeiras por meio de empréstimos.

2 – Negociar as dívidas

101

Fonte: <http://intrometendo.com/wp-content/uploads/2013/04/valor-das-d%C3%ADvidas.jpg>.
Acesso em: 03 de mar. de 2016.

Um ponto bem importante, quando a empresa já entrou no caminho das dívidas, é


negociá-las. Em alguns casos, é inevitável que se faça a negociação das dívidas em virtude
do montante a ser pago.

Ao negociar, é preciso conciliar com o fluxo de caixa da empresa e conquistar o máximo


de desconto possível. Infelizmente, a maioria das empresas que chegam a esse ponto não
conseguem boas margens de descontos, pois estão em atraso com seus compromissos.
Porém, não custa tentar, pois as melhores oportunidades surgem quando os credores de-
sejam recuperar as suas perdas.

3 – Ouvir o mercado e os clientes


Análise de crédito, Financiamento e Investimento

Fonte: <http://vocemaisrico.com/wp-content/uploads/2014/07/ouvir.jpg>.
Acesso em: 03 de mar. de 2016.

102
Ouvir o mercado e os clientes tem sido hoje uma das estratégias mais poderosas para
promover o crescimento das empresas e evitar o seu endividamento.

Os clientes é quem levam informações às empresas. O mercado dita as regras. Muitas


vezes, é necessário que as empresas invistam em novas tecnologias, reexaminem a sua
margem de lucros e mudem os preços para acompanhar o mercado.

Muitas empresas ainda não ouvem os seus clientes, não sabem da importância dessa
ação, não conhecem as expectativas que os clientes têm em relação a seus produtos e
serviços. Se não mudar de atitude, as empresas vão perder mercado para os concorrentes,
levando a empresa a ter dificuldades, daí surgem os problemas financeiros que iniciam o
ciclo do endividamento.

4 – Buscar ajuda especializada


Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Fonte: <http://bluecollar.com/wp-content/uploads/2015/07/coaching-1-e1437774326107.jpg>.
Acesso em: 03 de mar. de 2016.

Muitas vezes, os donos de empresas acabam se perdendo. Seja por falta de ge-
renciamento do tempo ou por descuido, as empresas terminam não atualizando os
métodos de gestão. Talvez a busca por empresas de consultoria especializadas pos-
sa representar uma boa oportunidade para salvar essas organizações em seus em-
preendimentos.

As consultorias servem como uma boa base de apoio quanto ao planejamento estra-
103
tégico da empresa e também podem orientar o empresário na condução do negócio de
maneira sustentável, colocando a empresa no caminho certo para o crescimento.

Curiosidade
Você sabia que a maioria dos contratos de financiamento possui erros no
cálculo dos juros, beneficiando somente os bancos e as financeiras e fa-
zendo com que o consumidor pague mais do que deveria?
Existe o método da Tabela Price, que realiza a aplicação de juros com-
postos, ou seja, juros sobre juros. As financeiras e os bancos usam esse
método, mas de acordo com os especialistas em direito bancário, isso é
uma forma ilegal de cobrança. Isso contraria a Súmula 121, do Supremo
Tribunal Federal, que proíbe expressamente a capitalização de juros
É cabível que seja feita uma revisão judicial do contrato de financiamento para verificar
se existe a possibilidade de redução da parcela. Se isso acontecer, pode-se observar que
essa redução é bem considerável. Isso também irá impedir a busca e a apreensão de um
veículo que por acaso tenha tido seu financiamento pela empresa, por exemplo.

Quando se realiza a Revisão de Cláusulas, é anexada uma planilha de cálculos. Esse


anexo mostra o correto valor das parcelas, que é menor do que o valor cobrado no contrato.
Visualiza-se também o quanto se pagou ou o quanto será pago a mais.

Quem analisa essa situação e responde se a aplicação dos juros foi abusiva é um perito
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

contábil, que é nomeado por um juiz.

Querendo mais
Para obter mais informações sobre o mercado de financiamentos relacio-
nados às empresas, acesse o link: <http://www.portaleducacao.com.br/
contabilidade/artigos/43140/economia-empresarial-financiamento-
-da-empresa>. Acesso em: 03 de mar. de 2016.
104

Resumo
Caro aluno, nesta competência você definiu os financiamentos e a importância dos
mesmos ao serem realizados como investimento para o desenvolvimento empresarial.
Você conheceu a maneira mais prudente de uma empresa aplicar os recursos finan-
ceiros de forma produtiva, diminuindo os riscos. Você estudou os principais tipos de
financiamentos existentes no mercado e a aplicação dos mesmos, de acordo com a
necessidade de cada empresa. Teve condições de perceber que nem sempre o finan-
ciamento é uma boa saída para o desenvolvimento sustentável das organizações, pois
pode acarretar sérios problemas no futuro, quando a falta de recursos compromete o
funcionamento da empresa. Você conheceu as principais linhas de crédito que estão
disponíveis no mercado e teve uma visão mais ampla da finalidade de cada recurso
que é colocado à disposição das empresas. Conseguiu compreender a importância de
a empresa não entrar em endividamento, pois poderá destruir o sonho dos empresá-
rios, transformando-o em pesadelo ao assumir compromissos que não poderão ser sal-
dados e afundando a organização no caos financeiro. Teve a oportunidade de conhecer
os mecanismos de mercado que as empresas devem utilizar para ter saúde financeira
e investir em projetos que visem a sua lucratividade. Enfim, a partir de agora, você
tem condições de tomar decisões mais assertivas no que se refere a financiamentos
empresariais. Poderá aplicar seus conhecimentos de forma efetiva, seja na sua própria
empresa ou na organização onde trabalha.

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


Autoavaliação
01. O financiamento empresarial serve principalmente para:

a) Aportar os recursos de terceiros para serem utilizados em fundos de investimentos.

b) A empresa buscar investidores no mercado onde deseja a participação acionária.

c) Aquisição de bens ou para custear projetos para o desenvolvimento das atividades em-
presariais.

d) A empresa emprestar recursos a seus clientes e fornecedores.

02. Os financiamentos de médio e longo prazo ocorrem:


105
a) No período de até um ano (12 meses).

b) Acima de um ano (12 meses).

c) Entre 6 meses a um ano (12 meses).

d) Sem data definida.

03. O tipo de financiamento mais comum em operações de exportações/importações é:

a) Crédito bancário.

b) Crédito documentário.

c) Capital de risco.

d) Crédito por assinatura.

04. Trata-se de uma modalidade de financiamento entre empresas, sendo conversíveis:

a) Debêntures.
b) Papel comercial.

c) Crédito consignado.

d) Cheque especial.
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

106
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Competência
07 107

Definir análise
de investimentos empresariais
Definir análise
de investimentos empresariais

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


Caro aluno, em competências anteriores, estudamos bastante a respeito de investimen-
tos. Conhecemos os principais métodos que devem ser utilizados pelas empresas para a
análise desses investimentos. Uma boa análise de investimentos inicia com um excelente
planejamento, sem o qual não há como atingir bons resultados.

Chegou a hora de entrarmos na parte mais prática, ou seja, irei demonstrar, no passo-a-
-passo, como elaborar um roteiro de planejamento para os investimentos e de que maneira
podemos identificar o melhor momento para investir, de acordo com o objetivo de cada
empresa. Você vai saber também sobre como são formadas as taxas de juros.

E aí, preparado? Vamos lá!

Investimentos empresariais X taxa de juros 109


Sempre que uma empresa toma a decisão de investir, é preciso olhar para dentro da or-
ganização e verificar, em termos produtivos, quais são as suas projeções de crescimento e
lucratividade, assim como observar no cenário externo as oportunidades de investimentos
seguidos do retorno financeiro.

Reflita por um instante: uma empresa ganha mais dinheiro investindo em produ-
ção ou aplicando no mercado financeiro? Se a sua resposta foi “depende”, você acertou!
Mas depende de quê?

Perceba o seguinte: quando a taxa de juros cai, é melhor a empresa investir em


produção; mas quando a taxa de juros está alta, é melhor a empresa aplicar no mercado
financeiro. Mas você perguntaria por quê? Vou te dar um exemplo prático para ficar claro: Taxa de juros: é o
rendimento obtido
Suponha que a taxa de juros hoje seja de 1% ao mês e que para uma empresa a partir de um de-
terminado capital
investir em produção a taxa de retorno seja de 0,8%, então a empresa que decidir aplicar
(dinheiro) que é
seu capital de R$ 500.000,00 no mercado financeiro vai ganhar R$ 5.000,00; enquanto aplicado durante
certo período de
que se investisse em produção, ganharia R$ 4.000,00.
tempo.

Nesse caso, é mais interessante deixar o dinheiro rendendo num banco do que
investir na produção da empresa.

Façamos um paralelo agora. Vamos imaginar um cenário em que a taxa de juros seja
de 0,6% ao mês e que a taxa de retorno para um investimento seja dos mesmos 0,8% do
exemplo citado anteriormente.

Ao realizar os cálculos, observamos que se a empresa optasse por aplicar os mesmos


R$ 500.000,00 no mercado financeiro, teria um retorno de R$ 3.000,00; enquanto que se
tivesse decidido investir esse mesmo capital em produção, teria um ganho de R$ 4.000,00.
Neste caso, passa a ser mais vantajoso que o capital da empresa seja direcionado à produ-
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

ção e não ao mercado financeiro.

Planejamento de investimentos empresariais


Todo empreendimento de sucesso é precedido por um bom planejamento, a fim de que
as organizações atinjam resultados positivos. Vamos sugerir um roteiro básico em 3 passos
para que a empresa possa realizar um planejamento de investimentos:

110

Fonte: autoria própria (2016).

1- Objetivo do investimento da empresa


Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Fonte: <http://1.bp.blogspot.com/-q-7LDyYXVM4/VV8P1EgKGLI/AAAAAAAAen8/WrdddoWk4mg/s1600/
A%2BA%2BAA%2BAA%2BAALVO%2B01.png>. Acesso em: 04 de mar. de 2016.

Todo projeto de investimento dentro de uma empresa deve ser pautado por seus objeti-
vos. “Se você não sabe aonde quer chegar, qualquer caminho serve”. Como já dizia Lewis
Carroll – autor do clássico Alice no país das maravilhas –, essa frase aplica-se perfeitamen-
te a qualquer tipo de organização, independente de seu porte. 111
Antes de realizar um investimento, é preciso saber exatamente qual é o objetivo da em-
presa. Ou seja, o investimento que a empresa fará destina-se a quê?

Trata-se de expandir suas atividades, modernizar a empresa, realizar um projeto para


a inovação tecnológica, investir em qualificação profissional. Enfim, saber a finalidade do
investimento é primordial para traçar os rumos da organização.

Se a empresa não souber o objetivo do investimento, como poderá direcionar a aplica-


ção de recursos para a obtenção dos resultados desejados? Portanto, antes de investir, é
imprescindível que a empresa decida o seu objetivo empresarial.

2- Quantia para investir


Custos operacio-
nais: são todos os
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

gastos necessários
para a manuten-
ção das atividades
da empresa, tais
como: salários
dos funcionários,
matéria-prima,
energia aplicada
na produção de
Fonte: <http://www.wrp.pl/sites/default/files/lokata.jpg>. Acesso em: 04 de mar. de 2016.
bens e serviços.

Outro aspecto relevante para um investimento empresarial é que os gestores saibam


exatamente quanto a empresa tem de recursos para investir, levando em consideração
seus custos operacionais e suas receitas.
112
Em outras palavras, é necessário saber quanto que a empresa ganha e quanto que ela
Receitas: são gasta para a manutenção de suas atividades e, dessa forma, poder decidir em relação a
todos os recursos
financeiros que investimentos.
entram na empre-
sa provenientes Se a empresa não tem essa informação de forma segura, é provável que alguma surpre-
da venda de sa possa acontecer no meio do caminho, podendo acarretar um problema financeiro que
mercadorias ou de
uma prestação de não justificará tal investimento.
serviços.
No entanto, para se precaver, é preciso que a empresa tenha sempre uma reserva finan-
ceira para situações de emergência, garantindo assim uma maior tranquilidade em casos
de eventuais imprevistos.

3- Qual é a melhor opção para investir


Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Fonte: <https://bestmobileapplicationdevelopmentcompany.files.wordpress.com
/2014/10/mobile-solutions-for-financial-sectors.jpg>. Acesso em: 03 de mar. de 2016

Em momentos de crise, atitudes precipitadas ou impensadas podem comprometer a


situação econômica da empresa. É aconselhável que a empresa invista seus recursos de
forma moderada, especialmente considerando os riscos inerentes às modalidades de in-
vestimentos disponíveis no mercado. 113
É de suma importância que os gestores tomem as decisões de investimentos com o
máximo de cautela possível, para não incorrer em riscos que possam desencaminhar o
rumo financeiro da empresa. Em caso de dúvidas, o melhor mesmo é buscar por especia-
listas na área de investimentos para que a empresa não perca o foco de seus objetivos
organizacionais.

Os investimentos realizados de forma correta trazem benefícios para a empresa, geram


lucro e fazem crescer seu patrimônio.

Atividade 01
Você consegue identificar a importância dos investimentos empresa-
riais? Pesquise mais informações no link: <http://www.becocomsaida.
blog.br/2008/12/a-importancia-de-investir-para-crescer/>.
Como são formadas as taxas de juros
A taxa de juros trata-se do custo do dinheiro que é cobrado pelas instituições financeiras
quando emprestam dinheiro às empresas ou quando fazem um financiamento.

Cito um exemplo para que você entenda a composição dos juros cobrados por uma
instituição financeira. A cada R$ 100,00 emprestados pelo banco, há um risco de 2%, em
média, de inadimplência, ou seja, R$ 2,00 é o risco que a instituição tem de não receber
a quantia emprestada. Nesse caso, o banco irá incluir no empréstimo ou financiamento
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

esses 2%.

Obviamente que não há uma regra geral, pois cada tipo de operação financeira tem
características próprias. Dessa maneira, os processos para a definição da taxa de juros
são distintos.

Normalmente, os juros cobrados são proporcionais ao risco da operação. Quanto maior


o risco para conceder o crédito, maior a taxa de juros cobrada pelos bancos ou quaisquer
outras instituições financeiras.

É dessa maneira que as instituições financeiras compensam uma possível falta de pa-
gamento, ou seja, aumentam os juros como forma de proteção à inadimplência.

Outro parâmetro usado pelas instituições financeiras para a cobrança de juros é a


114 taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) – que é utilizada como referên-
Taxa SELIC: é cia de juros para empréstimos e financiamentos. Mas por que a taxa SELIC serve também
uma ferramenta da
como referência das instituições financeiras para a composição da taxa de juros?
política monetária
utilizada pelo Ban-
A resposta é simples: a taxa SELIC é um importante instrumento usado pelo Banco Cen-
co Central do Brasil
para atingir a meta tral para controlar a inflação. Quando a taxa SELIC está alta, favorece a queda da inflação,
das taxas de juros
desestimulando o consumo, já que os juros cobrados nos financiamentos, empréstimos e
estabelecidas
pelo Comitê de cartões de crédito ficam mais altos. Com os juros altos, as parcelas do empréstimo e dos
Política Monetária
financiamentos ficam também maiores, restringindo as empresas de tomarem esse recur-
(COPOM).
so emprestado.

Por outro lado, quando a taxa SELIC está baixa, favorece a tomada de crédito pelas
empresas, pois ao tomarem dinheiro emprestado ou fazerem financiamentos, fica mais
barato, já que os juros cobrados nessas operações ficam menores.

A relação entre juros altos e investimentos


Inflação: é o au- Como já vimos, a taxa de juros é um instrumento utilizado pelo Banco Central para man-
mento generaliza-
ter a inflação sob controle.
do de preços.
No entanto, é bom se lembrar de que há um aspecto positivo quando os juros estão
altos, porque eles pagam melhor as aplicações financeiras, sendo assim, favorecem as
empresas quando realizam investimentos.

É por essa razão que os donos de empresas pedem ao governo o corte nas taxas a fim
de viabilizar os investimentos no mercado financeiro ou para investir dentro da própria
organização.

Um exemplo de bons rendimentos quando os juros estão mais altos é o caso das empre-
sas que investem em fundos de investimento ou em títulos públicos, pois estes recebem

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


um rendimento maior. Fundo de inves-
timento: é um
tipo de aplicação
financeira que
reúne recursos
de um conjunto

Curiosidade
de investidores
(cotistas).

Você sabia que em 1993, após uma sucessão de planos econômicos fra-
cassados nos governos Sarney e Collor, o Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) chegou ao patamar absurdo de 2.477% ao ano?
Naquele tempo, quando o salário do trabalhador caía na conta, começava
Títulos públicos:
uma corrida louca contra o tempo. Era preciso comprar tudo o que fosse são ativos de
possível para estocar em casa antes que o dinheiro perdesse o valor. renda fixa que pos-
115
suem a finalidade
Com o Plano Real, que entrou em vigor no ano seguinte, a alta dos preços de captar recursos
foi gradualmente contida e desde 2005, o IPCA não ultrapassa o teto da para o financia-
mento da dívida
meta em um único ano. pública e de finan-
A política ortodoxa conduzida pela equipe da Presidente Dilma, no entan- ciar atividades do
Governo Federal,
to, tem sido vista no mercado como descuidada com a inflação. como por exemplo:
educação, saúde e
infraestrutura.

Querendo mais Política ortodoxa:


é aquela em que
Para obter mais informações sobre como são formados os juros, assista ao se defende a não
vídeo que se encontra no link: <http://veja.abril.com.br/multimidia/video/ intervenção do
Estado na política
como-os-juros-sao-formados/>. econômica do país.
Resumo
Caro aluno, nesta competência, você definiu de forma mais prática a importância
da análise de investimentos. Você estudou a relação entre os investimentos empresariais
e as taxas de juros. Observou as projeções de crescimento quando as empresas tomam
a decisão de investir da forma correta. Aprendeu que todo empreendimento de sucesso
é precedido por um bom planejamento, tendo como base um roteiro que irá nortear os
passos para se executar investimentos que trarão resultados positivos para a organização.
Percebeu os aspectos mais relevantes para a empresa investir com maior segurança e
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

menos riscos. Conheceu a importância de a empresa estabelecer objetivos com critérios


claros para alcançar os resultados esperados ao realizar investimentos, seja no mercado
financeiro ou em produção. Conseguiu compreender como são formadas as taxas de juros,
assim como os parâmetros utilizados pelas instituições financeiras para compensar a falta
de pagamento (inadimplência). Teve a oportunidade de conhecer como os juros altos be-
neficiam as empresas que investem em fundos e títulos públicos. Enfim, a partir de agora,
você tem uma visão bem maior sobre os mecanismos que envolvem os investimentos em-
presariais, além de ter o conhecimento sobre como tomar decisões acerca de investimen-
tos empresariais, podendo aplicar em sua vida profissional.

116 Autoavaliação
01. Todo empreendimento de sucesso é precedido por um (uma):

a) Interface de recursos de capital financeiro.

b) Quantia de dinheiro em determinado período.

c) Bom planejamento.

d) Projeto de cunho social.

02. O roteiro básico para o planejamento de investimentos empresariais é pautado em 3


passos:

a) Objetivo do investimento da empresa, quantia para investir e a melhor opção para inves-
tir.

b) Objetivo operacional, receita líquida e análise de investimento.

c) Objetivo empresarial, realidade socioeconômica e risco.

d) Análise de investimento, lucratividade e risco.


03. O custo do dinheiro que é cobrado pelas instituições financeiras quando realizam em-
préstimos ou financiamentos para as empresas é chamado de:

a) Taxa média de investimentos.

b) Taxa de investimentos mútuos.

c) Taxa proporcional de crédito.

d) Taxa de juros.

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


04. O aspecto positivo quando os juros estão altos ocorre no momento em que as empre-
sas realizam:

a) Financiamentos, pois a taxa é pouco condizente com a operação.

b) Investimentos multimercados, pois a taxa de retorno é mais volátil.

c) Investimentos, pois recebem maiores rendimentos.

d) Financiamentos, pois a taxa é superior à média aritmética.

117
08
Definir
o fluxo de caixa
Competência

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


119
Definir
o fluxo de caixa

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


Caro aluno, você já imaginou uma empresa que não tem registro de seus pagamentos
nem de seus recebimentos?

Com certeza, essa empresa teria muitas dificuldades para administrar suas finanças,
concorda? Mas temos um instrumento fantástico, denominado fluxo de caixa, para aju-
dar as empresas em seu planejamento financeiro.

O objetivo do fluxo de caixa é planejar as disponibilidades financeiras da empresa,


produzindo informações necessárias à programação de recursos para o gerenciamen-
to de todas as despesas (contas a pagar), assim como de todos os recebimentos
(vendas à vista, duplicatas).
121

Dessa maneira, será possível apurar o saldo disponível da empresa para que não falte
capital de giro para a movimentação de suas atividades, assim como para a aplicação de
recursos e eventuais gastos que se façam necessários.

Ao elaborar o fluxo de caixa, o empresário terá uma visão de futuro mais apropriada e
conseguirá enxergar claramente a situação financeira da empresa de forma pontual.

Relevânciadofluxodecaixaparainvestimentos
O fluxo de caixa é de grande relevância para qualquer tipo de organização, sejam em-
presas de pequeno, médio ou grande porte.

É uma ferramenta eficaz para o gerenciamento financeiro, pois ajuda a tornar mais
consistente a tomada de decisões para investimentos. Além disso, pode contribuir para
a alocação de recursos sem comprometer a lucratividade da empresa, antecipando
dessa maneira uma possível redução de despesas ao serem analisadas as entradas e
saídas de caixa.
A gestão eficiente de recursos deve fazer parte da cultura organizacional da empresa,
pois é através dela que as medidas preventivas são tomadas para a manutenção de suas
atividades, assim como para se evitar futuros prejuízos ou dificuldades financeiras.

Ao elaborar o fluxo de caixa, deve-se levar em consideração que ele esteja alinhado às
necessidades da empresa, assim como ajustado à realidade da mesma.

É importante ressaltar que o saldo de caixa não indica necessariamente se uma deter-
minada empresa está apurando o lucro ou prejuízo, pois se deve buscar uma confirmação
do saldo final através de conferência do extrato bancário da conta corrente da empresa,
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

fazendo um batimento dos valores disponíveis frente aos compromissos da organização.

Não há como medir os resultados da empresa sem antes ter a autenticidade dos dados
financeiros informados.

Segundo Groppelli (2009), o fluxo de caixa deve focalizar os recebimentos e pagamen-


tos ocorridos. Os recebimentos são determinados pelos padrões de crédito da companhia.
Se esses padrões forem rigorosos, poucos clientes estarão qualificados para o crédito, as
vendas irão declinar e, como resultado, as contas a receber diminuirão.

Em relação ao “contas a pagar”, os gestores baseiam-se na opção de não pagar qual-


quer conta antes do vencimento, só se o pagamento da conta trouxer algum tipo de bene-
fício para a empresa, como por exemplo, um desconto na própria duplicata. Quem faz uma
122 compra bem feita consegue vender por um preço melhor e assim conquista o mercado,
atraindo mais clientes.

Fluxo de caixa realizado X projetado


O principal objetivo do fluxo de caixa realizado é a informação do fluxo de entradas e de
saídas dos recursos financeiros de um determinado período. É uma tendência usar o fluxo
de caixa realizado para a construção do projetado.

De acordo com Azevedo (2008), o fluxo de caixa projetado tem como propósito a veri-
ficação da capacidade da empresa de gerar recursos necessários para o custeio de suas
operações. Outro propósito é a determinação do capital de giro do período, bem como de-
terminar o Índice de Eficiência Financeira, que mede os resultados da empresa. Esse fluxo
projetado pode ser de curto ou longo prazo.

No fluxo de curto prazo, as sobras e faltas da empresa são verificadas com informações
que já aconteceram. No de longo prazo, a verificação consiste na capacidade que a empre-
sa tem no autofinanciamento, no controle da movimentação do capital de giro, que é ne-
cessário para determinado período, e também para mostrar o quanto a empresa depende
do capital de terceiros.

O fluxo de caixa projetado, por se tratar de informações de tendências, tem um agravan-


te com o fluxo de longo prazo, pois a empresa fica exposta a possíveis acontecimentos que
poderão comprometer sua projeção.

Importância do fluxo de caixa e sua


abrangência

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


É importante para um administrador ter como ferramenta para auxiliá-lo nas tomadas
de decisões. É através deste fluxo de caixa que são apresentados os custos fixos e variá-
veis, permitindo, dessa forma, um controle efetivo sobre determinadas questões empresa-
riais dos valores em dinheiro, cheques e outros meios de pagamento que demonstrem a
disponibilidade de recursos.

Marion (2008, p. 26) diz que "sem o fluxo de caixa fica quase impossível projetar e
planejar-se financeiramente. Sem orçamento (planejamento financeiro) é impossível ter
uma administração sadia". Ele, Marion (2008), salienta que o fluxo de caixa não deve ser
uma preocupação exclusiva da área financeira, mas sim um comprometimento de todos os
setores empresariais.

Havendo alteração nos prazos de fabricação dos produtos por parte da área de produ-
123
ção, haverá também novas alterações nas necessidades de caixa, da mesma forma que os
custos de produção têm reflexos significativos sobre o caixa. Por isso, as decisões de com-
pras devem ser feitas conforme a disponibilidade de caixa, devendo haver uma sincronia
em relação aos fluxos de caixa. Avaliar os prazos concedidos pelos vendedores também é
muito importante para essa administração.

As empresas devem estar atentas às políticas de cobrança, para que elas sejam
mais ágeis e eficientes e permitam colocar recursos financeiros mais rapidamente a
sua disposição.

Outro ponto importante para ser acompanhado é o setor de vendas, que deve manter
um controle das metas de crescimento junto com um controle dos prazos e pagamentos
dos clientes, de forma que não influencie negativamente o fluxo de caixa e que as decisões
que envolvam vendas sejam tomadas após ser feita uma prévia avaliação das implicações
sobre os resultados de caixa, como por exemplo, a verificação do prazo de cobrança, as
despesas com publicidade e propaganda etc.

Deve ser avaliado com cautela e criteriosamente o perfil do endividamento, de forma que
os desembolsos necessários ocorram em conjunto com a geração de caixa da empresa.
Ressalto que é muito importante manter o controle das informações, além de prever
e acompanhar. Atualizar essas informações no processo de gerenciamento das tomadas
de decisão para que, no momento oportuno, a empresa possa fazer uso do fluxo de caixa
como uma ferramenta financeira que auxilie em sua manutenção e crescimento.

Implantação do fluxo de caixa


De nada adiantaria ter o conhecimento desta ferramenta, se as empresas não a implan-
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

tarem em seus processos operacionais.

Importante
Um detalhe muito importante a ser destacado quanto à implantação do
fluxo de caixa é que não é necessário um investimento em tecnologia
de última geração, nem em softwares de alto custo para aparelhar a
empresa. No entanto, é preciso investir em profissionais habilitados e ca-
pacitados para que a empresa possa ter tranquilidade, obter resultados
satisfatórios e gerar lucro.
124

A estrutura de um fluxo de caixa dependerá da natureza da atividade da empresa. No


entanto, em linhas gerais apresentarei alguns passos para sua implantação, lembrando
que deverá ser adaptado às necessidades de cada organização em seus respectivos seg-
mentos.

Para implantar um fluxo de caixa bem organizado, siga os seguintes passos:

1- Relacionar o valor de todos os recebimentos, pagamentos e saldo de caixa


Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Fonte: <http://www.loko.nl/wp-content/uploads/Digitale-factuur.jpg>.
Acesso em: 04 de mar. de 2016.

Ao elaborar o fluxo de caixa realizado, deve-se considerar o fechamento de caixa e os


lançamentos previstos, que são as projeções de caixa. Lembrando-se sempre de lançar no
“contas a pagar” os compromissos que já foram assumidos.

125
2- Relacionar as despesas estimadas no “contas a pagar”

Fonte: <http://www.porthocontabil.com.br/wp-content/uploads/2013/12/dividas_13_salario_portho_contabil.jpg>.
Acesso em: 04 de mar. de 2016.
O segundo passo é relacionar no campo de “contas a pagar” uma estimativa de despe-
sas que ainda não foram lançadas, tais como: contas de energia, contas de água, impos-
tos, folhas de pagamentos etc.

3- Relacionar os valores de recebimentos no “contas a receber


Análise de crédito, Financiamento e Investimento

Fonte: <http://www.aprenderexcel.com.br/imagens/noticia/161/1283-capa.png>.
Acesso em: 04 de mar. de 2016.

126 Todos os valores de recebimentos devem constar no “contas a receber”, tipo: vendas
à vista, vendas a prazo, rendimentos de aplicações financeiras, duplicatas, cheques etc.

4- Fazer uma estimativa de vendas à vista

Fonte: <http://www.tfhconsulting.com.au/images/iStock_000005745636LowRes.jpg>.
Acesso em: 04 de mar. de 2016.
É importante fazer uma estimativa de vendas à vista, tomando como base a média de vendas
realizadas diariamente. Ter o controle de receitas e despesas irá facilitar bastante essas estimativas.

Não confeccionei uma planilha, pois de acordo com cada tipo de empresa, as informa-
ções diferem umas das outras.

Como disse, não há a necessidade de se realizar grandes investimentos em softwares


caros. Hoje, existem até programas de computador (softwares) gratuitos para as empresas
confeccionarem um fluxo de caixa. No entanto, como já disse, precisamos ter profissionais
competentes e credenciados para atuar nas empresas.

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


O fluxo de caixa poderá ser elaborado manualmente num caderno ou numa agenda,
portanto, dará um pouco mais de trabalho. O melhor mesmo é utilizar uma planilha eletrô-
nica ou um software com o programa para controle da gestão financeira da empresa, como
já mencionado anteriormente.

Atividade 01
Você consegue identificar os principais erros ao se implantar um fluxo de
caixa? Pesquise mais informações no link: <http://exame.abril.com.br/
pme/noticias/4-erros-imperdoaveis-no-fluxo-de-caixa-do-seu-negocio>.
127
Acesso em: 04 de mar. de 2016.

Como vimos, o fluxo de caixa é indispensável para o gerenciamento e controle das ativi-
dades financeiras da empresa, pois sinaliza os rumos da organização no tocante às proje-
ções de investimentos do negócio.

Organizar as finanças da empresa é o primeiro passo para que ela possa crescer. Im-
plantar a planilha do fluxo de caixa é o caminho inicial para se atingir esse objetivo.

Querendo mais
Para obter mais informações sobre a importância do fluxo de caixa nas
empresas, acesse o link: <http://www.administradores.com.br/arti-
gos/economia-e-financas/a-importancia-do-fluxo-de-caixa-nas-empre-
sas/58595/>.
Resumo
Caro aluno, nesta competência, você definiu o fluxo de caixa. Notou que se trata de um
instrumento imprescindível para administrar a parte financeira da organização. Estudou
sobre a relevância do fluxo de caixa para a tomada de decisões de investimentos inde-
pendente do porte da empresa. Teve conhecimento dos principais mecanismos para fazer
uma gestão eficiente de recursos a fim de atingir resultados positivos para a organização,
aumentando a lucratividade e evitando prejuízos futuros. Percebeu como é importante a
empresa controlar a movimentação de seu capital de giro por intermédio do fluxo de caixa
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

realizado e projetado, dando-lhe uma visão da entrada e saída de recursos, seja de curto
ou de longo prazo. Conseguiu compreender a importância e abrangência do fluxo de caixa,
sendo utilizado como ferramenta para a manutenção e crescimento da empresa por meio
do gerenciamento financeiro. Conheceu os passos para se implantar um fluxo de caixa
organizado, com as principais informações relacionadas às receitas (recebimentos) e des-
pesas (pagamentos) para sinalizar a empresa em relação às projeções do negócio. Enfim,
você adquiriu uma base para lidar com a parte financeira de qualquer organização. Poderá
utilizar o seu conhecimento em seu próprio negócio ou empresa onde trabalha. Com cer-
teza, você irá contribuir bastante quanto à organização, gestão e desempenho num setor
considerado como o coração da empresa – a área financeira]] FIM

128
Autoavaliação
01. O objetivo do fluxo de caixa é:

a) Planejar as disponibilidades financeiras da empresa.

b) Apenas buscar recursos de terceiros para suprir suas necessidades.

c) Comunicar as operações administrativas ao financeiro.

d) Financiar os projetos da empresa num curto prazo.

02. Em se tratando da importância e abrangência do fluxo de caixa, podemos afirmar que:

a) É importante e decisivo para a gestão administrativa.

b) É uma ferramenta eficaz para o gerenciamento financeiro.

c) A quantidade de parcelas a serem saldadas numa operação de crédito.

d) As empresas que serão beneficiadas na tomada de crédito.


03. O fluxo de caixa realizado tem como principal objetivo:

a) Promover o retorno dos investimentos da empresa.

b) Oferecer condições para a empresa liquidar as dívidas.

c) Verificar as operações de recuperação de crédito.

d) Informar o fluxo de entradas e de saídas dos recursos financeiros de um determinado


período.

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


04. O fluxo de caixa é indispensável para o gerenciamento e controle das atividades finan-
ceiras da empresa, por quê?

a) Dá a oportunidade de o gestor construir um patrimônio líquido sem perdas.

b) Permite que a empresa se utilize de mecanismos para angariar recursos de terceiros.

c) Sinaliza os rumos da organização no tocante às projeções de investimentos do negócio.

d) Favorece a tomada de crédito no mercado para o pagamento exclusivo de fornecedores.

129
riscos
09
Definir
Competência

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


131
Definir
riscos

Nesta competência, vamos estudar algo que nos remete diretamente à sobrevivência

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


de qualquer empresa no mercado, que é o fator de risco. Ações tomadas por impulso, por
falta de cuidado, impensadas ou mal planejadas poderão colocar a empresa em situação
complicada e fazê-la declinar. Para compreendermos melhor a questão dos riscos, vamos
dar um exemplo referente a nossa saúde:

Imagine que você sofra de hipertensão, comumente conhecida como pressão alta. É
evidente que você vai precisar tomar alguns cuidados especiais para manter o controle de
sua pressão arterial, concorda?

Veja! A pressão alta ataca o coração, o cérebro e os rins, podendo colocar sua vida em
risco. Se você não tomar cuidado, poderá ser acometido por doenças graves.

Aqui neste exemplo, o entupimento de um vaso no coração pode ocasionar um infarto.


Já quando há o rompimento ou entupimento de um vaso no cérebro, acontece o chamado
133
derrame cerebral, conhecido também como AVC (Acidente Vascular Cerebral). Nos rins,
podem ocorrer problemas de alteração na filtração até a paralização dos órgãos.

Perceba então que para que essas doenças graves não venham a surgir, são necessá-
rias medidas de prevenção à saúde.

Obviamente, não vamos tratar de riscos inerentes a nossa saúde física. Porém, apenas
a título de comparação, quando os cuidados necessários não são tomados antecipada-
mente, a saúde física é afetada, podendo levar à morte.

Assim acontece também na empresa, ou seja, se as medidas de precaução não forem


tomadas no que tange à parte financeira, podemos colocar a organização em risco e até
mesmo levá-la ao óbito.

A palavra “risco”, dependendo do contexto, pode ter diversos significados. No entanto,


em linhas gerais, o risco é a possibilidade de que algo inesperado possa vir a acontecer e
acarretar algum tipo de consequência.

Nosso objetivo é estudar o tipo de risco que é crucial dentro das organizações: o risco
financeiro.
Administração financeira e gestão de riscos
Não restam dúvidas de que no ambiente empresarial o grande objetivo da administra-
ção financeira é exatamente o de aumentar, o máximo possível, a rentabilidade sobre o
investimento efetuado pelos sócios ou acionistas da empresa.

Uma das maneiras de aumentar a lucratividade da empresa é através da redução de


custos.

Isso vai depender de cada tipo de organização, pois os custos que são mapeados serão
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

diferentes dependendo da natureza da atividade da empresa. Um ponto em comum em


todas elas é a necessidade de identificar os principais custos e depois tomar ações para
reduzir ou eliminar gastos desnecessários.

Porém, não basta apenas reduzir despesas ou baixar os custos. É necessário que os
gestores da empresa façam um planejamento capaz de trazer mais dinheiro para a or-
ganização, como por exemplo, aumentando o volume das negociações, realizando uma
melhor gestão de seus recursos, além de outras iniciativas que possibilitem a geração de
lucratividade.

Em tempos de crise, a competição entre as empresas aumenta e a possibilidade de di-


minuir a margem de lucro é tamanha. Sendo assim, o planejamento é de suma importância
e deve ser feito para amenizar os impactos que poderão sobrevir à organização em tempos
134
mais difíceis.

É por essa razão que dizemos que o fator principal para trazer maior rentabilidade para
a empresa é o planejamento e a gestão de riscos.

Mas afinal, o que é gestão de riscos? A gestão de riscos significa tomar medidas de
proteção que tragam o equilíbrio entre custos e riscos.

Por que ela é tão importante?

As decisões tomadas por uma empresa poderão afetar diretamente sua sobrevivência
no mercado. Um bom gestor financeiro precisa acompanhar todos os processos de plane-
jamento e controle dos riscos financeiros.
Mitigar:
Mitigar: diminuir
diminuir
as
as consequências,
consequências, Uma empresa só garante a sua continuidade no mercado se conseguir gerar lucrativida-
reduzir
reduzir o
o impacto,
impacto,
suavizar de, diminuindo perdas e mitigando os riscos.
suavizar um
um dano.
dano.
Fonte:
Fonte: <http://
<http://
www.dicionario- Para que possamos gerir recursos em detrimento dos riscos, é essencial avaliar, contro-
www.dicionario-
informal.com.
informal.com. lar e acompanhar o desempenho financeiro da empresa, assim como identificar os princi-
br/significado/
br/significado/
mitigar/1875/>. pais problemas que afetam o seu crescimento no presente, visando o futuro.
mitigar/1875/>.
Acesso
Acesso em:
em: 04
04 de
de
mar. A maneira mais simples de fazer isso é verificando o fluxo de caixa (entradas e saídas
mar. de 2016.
de 2016.
de dinheiro). Se necessário, deve-se implementar medidas corretivas para que a empresa
tenha condições de aplicar seus recursos para aumentar sua rentabilidade ou mesmo para
reduzir custos, diminuindo os riscos financeiros.

Planejamento financeiro empresarial


Planejamento financeiro significa estabelecer um plano, seguir determinada es-
tratégia para atingir objetivos, sejam de curto, médio ou longo prazo. Toda empresa

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


precisa ter uma meta a ser alcançada. Deve programar-se para fazer brotar novas
conquistas.

Um dos grandes problemas das empresas de pequeno porte no Brasil é a falta de pla-
nejamento. De acordo com os dados do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas
Empresas (SEBRAE), mais de 70% das micro e pequenas empresas fecham as portas antes
de completarem 05 anos de vida (SEBRAE, 2003).

O planejamento financeiro possibilita acompanhar as despesas, controlar receitas, or-


ganizar um orçamento e prever cenários futuros para a tomada de decisões.

Sem esse planejamento, não será possível identificar a situação econômica da empre-
sa, projetar novos investimentos nem aproveitar as oportunidades de mercado para cana-
lizar recursos, direcionando-os em prol do crescimento da organização.
135
Atualmente, com a concorrência cada vez mais acirrada no mercado, para que uma
empresa se torne competitiva, não basta simplesmente vender bem escoando sua produ-
ção. É preciso utilizar-se de mecanismos para controlar as finanças, de modo a proteger e
controlar com segurança seus recursos, não expondo tanto ao risco.

Muitas empresas encontram dificuldades para realizar um planejamento. Para dar o


pontapé inicial, vamos sugerir 03 passos para se definir um planejamento financeiro:

1- Elaborar uma planilha de orçamento;

2- Cortar gastos desnecessários;

3- Estabelecer um plano de ação.

Agora, vou detalhar melhor cada passo. Vamos lá?

1- Elaborar uma planilha de orçamento


Análise de crédito, Financiamento e Investimento

Fonte: <https://pp.vk.me/c621424/v621424720/46b1/jZlN_jc6U4c.jpg>.
Acesso em: 03 de fev. de 2015.

O primeiro passo para se definir um planejamento financeiro é elaborar


136 uma planilha de orçamento.

Faça projeções baseadas no histórico atual da empresa, no tempo de mercado, nos


pontos positivos e oportunidades de melhoria, no tipo de serviço prestado, seu público-
-alvo, assim como em todas as características que estão ligadas ao perfil da organização.

Deve-se fazer também uma estimativa de quanto vai entrar de dinheiro para a empresa
e de seus custos fixos e variáveis durante o ano. É sempre bom considerar um cenário
mais pessimista, contando com as incertezas do mercado para não ser surpreendido com
mudanças repentinas na economia do país que possam trazer riscos à organização.

Pronto! Tendo como base todas as informações, é preciso agora lançar na planilha to-
dos os dados, para que se tenha o controle financeiro da empresa.

Hoje, já existem softwares especializados contendo modelos de planilhas do orçamento


anual para organizar as finanças da empresa. Os gestores têm a opção de buscá-las no
mercado ou mesmo de elaborar uma planilha conforme a necessidade da empresa. O
importante é ter um planejamento financeiro eficiente, acompanhando regularmente os
resultados para que a organização possa crescer.
2- Cortar gastos desnecessários

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


Outro aspecto fundamental para se definir um bom planejamento financeiro
é cortar gastos desnecessários

137

Para que a empresa tenha sucesso financeiro, deve-se manter o equilíbrio entre os gas-
tos e as receitas (dinheiro) que entram.

Os gastos de uma empresa podem ser um custo, uma despesa ou uma perda.

Vamos entender agora a diferença entre esses três tipos de gastos:

1- Custos

Custo é o dinheiro que determinada empresa gasta para produzir os produtos ou servi-
ços que serão oferecidos aos seus clientes.

Uma empresa que desenvolve softwares (sistemas computacionais), por exemplo, pode
considerar o salário pago aos funcionários que desenvolvem essa atividade como um
custo, pois eles produzem o que será vendido.

Outro exemplo: numa pizzaria, o proprietário precisa comprar produtos dos fornecedo-
res para a fabricação da pizza. A compra desses ingredientes e todos os gastos relacio-
nados ao seu preparo são custos.

É importante ressaltar que identificar corretamente os custos de produtos ou serviços


ajuda a empresa a definir quanto irá cobrar para vendê-los.

2- Despesas

Despesa é o dinheiro que determinada empresa gasta para vender um produto ou ser-
viço para gerar receitas (dinheiro).
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

Diferentemente dos custos, as despesas não são gastos utilizados para produzir o que
será oferecido aos clientes.

As despesas mais comuns de uma empresa são: pagamento de aluguéis, impostos,


comissões de vendedores, pagamento de fretes, investimento em publicidade e pro-
paganda.

3- Perdas

As perdas são gastos imprevistos que ocorrem na empresa e que não trazem retorno
algum para a organização.

Alguns exemplos comuns que acontecem com esses tipos de gastos são os seguintes:
138
incêndios, acidentes de trabalho, problemas nos computadores (reparos de emergên-
cia), produtos vencidos no estoque, ou seja, sempre que há desperdício de dinheiro,
ocorre uma perda.

Com essas definições expostas de forma mais clara, agora é possível fazer o controle
de gastos dentro da empresa e também as projeções de entradas e saídas de recursos
com maior precisão, podendo acompanhar as finanças regularmente.

3- Estabelecer um plano de ação


Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Fazer um orçamento anual e cortar gastos desnecessários são fundamen-
tais, mas não podemos apenas traçar esses objetivos sem colocá-los em práti-
ca no dia a dia, tornando realidade o que foi planejado.

Agora, o momento é de colocar em prática tudo o que foi planejado, ou seja, criar um cro-
nograma em que todas as ações necessárias sejam mapeadas, dividindo-se as tarefas e as 139
responsabilidades de acordo com as competências de cada um dos colaboradores da empresa
que exerçam funções na área financeira, para que se faça conforme o que foi estipulado.

Não podemos deixar o controle efetivo das finanças para depois. Organizar a parte fi-
nanceira é de suma importância para o desenvolvimento empresarial.

No campo das finanças, toda a atenção é primordial para a sobrevivência e crescimento


da empresa. Os resultados são construídos passo a passo na medida em que é executado
o que foi estabelecido.

Atividade 01
Você consegue identificar o significado de planejamento financeiro no am-
biente organizacional? Pesquise mais informações no link: <http://cascavel.
ufsm.br/revistas/ojs-2.2.2/index.php/contabilidade/article/view/107>.
Classificação de riscos empresariais
Para tratar sobre a classificação de riscos empresariais, existem diversas linhas de pen-
samentos voltados para a gestão de riscos que podem atingir uma organização.

Vamos tomar como base a ideia de Francesco de Cicco, que é um especialista em ge-
renciamento de riscos. Podemos agrupar basicamente a classificação de riscos em riscos
especulativos ou dinâmicos e riscos puros ou estáticos.
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

Importante
A diferença principal entre essas duas categorias de risco reside no fato
de que os riscos especulativos envolvem uma possibilidade de ganho ou
uma chance de perda; já os riscos puros envolvem somente uma chance
de perda, não existindo qualquer possibilidade de ganho ou de lucro.

Riscos puros ou estáticos


140
Os riscos puros podem ser definidos como aqueles cuja efetivação do evento pressupõe
uma perda, seja ela de cunho material da empresa ou de patrimônio humano.

Um exemplo de risco puro é o caso do proprietário de um veículo cujo risco associado


é o da perda potencial por colisão. Se ocorrer eventualmente uma colisão, o proprietário
Colisão: é o cho- sofrerá, no mínimo, uma perda financeira, nesse caso, uma perda material. Se não ocorrer
que de dois corpos,
colisão, o proprietário não terá evidentemente qualquer ganho.
batida, trombada.
Exemplo: colisão
de automóveis.
Fonte: <http://
www.dicionario-
Riscos especulativos ou dinâmicos
informal.com.br/
colis%C3%A3o/>.
Além da perda, outra característica do risco especulativo é a do ganho. Esse risco é
Acesso em: 04 de diferenciado por possuir o componente adicional do ganho, que é inexistente nos demais.
mar. de 2016.
Os riscos especulativos se dividem em três tipos: riscos administrativos, riscos políticos
e riscos de inovação.

Os riscos administrativos estão diretamente relacionados ao processo de tomada


de decisões dentro de uma empresa. Decisões erradas podem gerar perdas consideráveis
à organização, ao passo que decisões corretas podem trazer lucros.
A questão aqui se trata da dificuldade de prever com exatidão o resultado que poderá
advir da decisão a ser adotada. É essa incerteza que chamamos de risco.

Apenas para complementar, os riscos administrativos ainda se subdividem em três gru-


pos distintos:

1- Riscos de mercado: tratam-se de certos fatores que tornam incertas as vendas de um


determinado produto ou serviço a um preço que seja suficiente para trazer resultados
satisfatórios em relação ao recurso financeiro investido;

2- Riscos financeiros: tratam-se das incertezas em relação à tomada de decisões sobre a

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


política econômico-financeira de determinada empresa;

3- Riscos de produção: os riscos de produção envolvem questões e incertezas quanto ao


uso de equipamentos, materiais, mão de obra e tecnologias utilizadas na fabricação de
um produto ou na prestação de serviços.

Os riscos políticos estão relacionados às leis, regulamentos, decretos, resoluções e


portarias de origem do Governo Federal, Estadual ou Municipal, que podem ameaçar os
interesses e objetivos da organização.

Os riscos de inovação referem-se às incertezas no que tange à entrada (oferta) de


novos produtos ou serviços no mercado, assim como sua respectiva aceitação (demanda)
pelos consumidores no mercado.
141

Querendo mais
Para obter mais informações sobre a importância do planejamento e da
gestão de riscos, pesquise no link: <https://endeavor.org.br/3-etapas-pa-
ra-uma-gestao-de-riscos-efetiva/>

Resumo
Caro aluno, nesta competência, você definiu os riscos e suas principais funções no
cenário empresarial. Estudou sobre as medidas de precaução que devem ser tomadas no
que se refere à parte financeira dentro das organizações. Percebeu que no ambiente em-
presarial o grande objetivo da administração financeira é aumentar, o máximo possível, a
rentabilidade sobre o investimento efetuado pelos sócios ou acionistas da empresa. Para
que isso aconteça, é preciso reduzir os custos por intermédio de um planejamento eficiente
e da gestão de riscos. Você observou também que uma boa gestão financeira empresarial
possibilita acompanhar as despesas, controlar receitas e organizar um orçamento, preven-
do cenários futuros para a tomada de decisões inteligentes. Conseguiu compreender os
principais passos para se definir um planejamento financeiro e como colocá-lo em prática.
Conheceu a classificação de riscos empresariais e sua importância na tomada de decisões
estratégicas. Enfim, você tem condições de analisar com maior clareza o desempenho de
uma organização no ambiente de finanças. Tem capacidade para tomar medidas corretivas
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

ou de prevenção no que tange à gestão empresarial, quando o assunto é administração


financeira e riscos. Agora, você encontra-se apto a aplicar seus conhecimentos no seu pró-
prio negócio ou na empresa onde trabalha

Autoavaliação
01. Em linhas gerais, o risco significa:

a) A avaliação do mercado no que se refere ao capital financeiro investido pelas pessoas.

b) A expectativa de receber no presente o retorno do valor que foi aplicado no desenvolvi-


mento empresarial.

c) O período compreendido entre a data de aplicação de recursos e a data de retorno.


142
d) A possibilidade de que algo inesperado possa vir a acontecer e acarretar algum tipo de
consequência.

02. O grande objetivo da administração financeira empresarial é:

a) Aumentar, o máximo possível, a rentabilidade sobre o investimento efetuado pelos só-


cios ou acionistas da empresa.

b) Permear o ambiente empresarial com operações financeiras no futuro.

c) Diminuir o fluxo de caixa para as situações de emergência.

d) Aumentar o investimento de capital, observando o valor presumido.

03. Há, respectivamente, três tipos de gastos numa empresa:

a) Taxas, impostos e custos.

b) Investimentos, despesas e perdas.


c) Custos, despesas e perdas.

d) Taxas, emolumentos e receitas.

04. Os riscos administrativos estão diretamente relacionados aos processos de:

a) Retorno financeiro em um projeto de infraestrutura produtiva.

b) Tomada de decisões dentro de uma empresa.

c) Investimentos com perspectivas do resultado do exercício.

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


d) Curva ascendente de origem financeira.

143
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Competência
10 145

Definir decisões
de investimentos sob restrições de capital
Definir decisões
de investimentos sob restrições de capital

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


Caro aluno, nesta última competência, estudaremos a maneira pela qual as empresas
devem pautar suas decisões de investimentos sob restrições de capital. Mas afinal, o que
significa decisões de investimentos sob restrições de capital?

Para você compreender de forma mais clara, vou te dar um exemplo:

Imagine que você tenha uma empresa com grandes projetos que, ao serem implanta-
dos, poderão levar sua organização a um patamar de crescimento bem elevado, trazendo
lucratividade e desenvolvimento organizacional.

No entanto, apesar de seus projetos agregarem muito valor a sua companhia, você não
terá como investir em todos eles. Dessa maneira, terá que decidir, por ordem de prioridade
e importância, qual é o projeto que executará no primeiro momento.
147
Isto porque nem sempre há a possibilidade de se investir em todos os projetos e ideias
de uma só vez devido à restrição de capital, seja capital próprio ou de terceiros. Essa limi-
tação de recursos, que é a restrição de dinheiro para ancorar todos os projetos, é o que
chamamos de investimentos sob restrição de capital.

Os gestores precisam escolher um tipo de investimento em detrimento de outro por


uma questão estritamente financeira e de planejamento. Quando os recursos são coloca-
dos numa escala orçamentária, precisam ser destinados de forma coerente, de modo a
trazer o máximo de retorno possível com o mínimo grau de risco.

Por essa razão, deve-se priorizar os investimentos que trarão maior rentabilidade aos
sócios e acionistas. É preciso fazer uma avaliação econômica da empresa antes de se de-
finir os tipos de investimentos a serem adotados.

Todas as empresas ativas no mercado visam o lucro, mas é primordial saber como
tomar decisões financeiras com o objetivo de atrair rentabilidade por meio dos inves-
timentos.
Fluxo de caixa – Instrumento de análise
Podemos dizer que o fluxo de caixa é o principal instrumento para a análise de uma
empresa quanto aos aspectos financeiros.

Ele demonstra exatamente o dinheiro que entra (receitas) e o que sai (gastos) do caixa
da empresa.

Aqui é onde temos uma grande observação a fazer, pois nem sempre o fato de ter mui-
to dinheiro entrando no caixa da empresa no momento presente significa que ela esteja
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

sendo lucrativa.

Por que isso acontece?

O fato é o seguinte: precisamos identificar o processo de circulação de dinheiro dentro


da empresa através dos lançamentos e variações de caixa.

Você não pode dizer que uma empresa que tem um fluxo de recebimento com muitas
vendas a crédito (prazo) está menos rentável que outra com muito dinheiro entrando com
as vendas à vista, pois dependendo do fluxo de recebimentos e dos compromissos assumi-
dos, essa empresa que está recebendo a prazo está mais rentável. Nesse momento, você
deve avaliar os pagamentos e recebimentos em geral, avaliar a origem e onde está sendo
aplicado o dinheiro que transitou pela empresa.
148 O fluxo de caixa poderá ser feito pelo caixa passado, ou seja, pelo que já foi realizado e
pela previsão do caixa, isto é, referindo-se a um período futuro ou considerando o passado.
Nesse caso, serão realizados os ajustes dos recursos a serem utilizados no futuro, por-
tanto, lucro ou prejuízo. Isso vai depender do período a ser considerado nos lançamentos,
assim como os compromissos já assumidos pela empresa.

Demonstrações do fluxo de caixa


Como você viu, o fluxo de caixa é uma ferramenta de gestão financeira utilizada dentro
de uma empresa para controlar a movimentação de entrada e saída de dinheiro num de-
terminado período de tempo.

É possível, portanto, projetar para períodos futuros todas as entradas e saídas de di-
nheiro, indicando inclusive o saldo de caixa final para o período projetado.

Este instrumento facilita a vida da empresa, pois é possível saber exatamente quais
são os valores a pagar, as obrigações assumidas, os valores a receber e qual é a diferença
entre recebimentos e pagamentos, ou seja, permite saber o saldo e o valor disponível que
ela possui.
Quando analisamos o fluxo de caixa, caso o saldo seja negativo, significa que a empresa
tem mais gastos que recebimentos. Nesse caso, o gestor terá que rever esses gastos para
conseguir aumentar a entrada de recursos financeiros (dinheiro) na empresa. Agora, se a
empresa possuir um saldo positivo, indica que está conseguindo honrar com suas obriga-
Visão analítica:
ções, pagando seus compromissos e ainda tendo disponibilidade financeira.
é algo que se
Consegue perceber que o fluxo de caixa é um recurso fundamental para os gestores? realiza por meio
de análise, exame:
É através dele que se consegue saber com exatidão a real situação financeira da empre- método analítico.
Diz-se de quem
sa e, com base nesse resultado, decidir o melhor caminho a trilhar. age por análise;

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


que tem por hábito
Existem duas formas de demonstrar o fluxo de caixa: desenvolver ou
conduzir análises.
Fonte: <http://
www.dicio.com.br/
Método direto analitico/>. Acesso
em: 04 de mar. de
É no método direto que você realiza uma visão analítica das entradas e saídas do di- 2016.
nheiro empresarial.

Para realizar a análise, você encontra os dados nos registros contábeis, que demons-
tram várias informações que serão o suporte para suas avaliações. Nesses registros, você
encontrará os principais pagamentos e recebimentos da empresa, as mudanças no es-
Variação de
toque, as contas a receber e a pagar, os ajustes que foram feitos em algumas vendas,
caixa: trata-se da
os custos empresariais e outros pontos importantes. (Fonte: <http://ynvestimentos.com. inconstância ou 149
oscilação de caixa
br/2014/01/fluxo-de-caixa/>. Acesso em: 03 de fev. de 2016).
da empresa.

Método indireto

No método indireto, você consegue chegar à variação de caixa, mas com menos rique-
za de detalhes e informações. Ele é determinado quando se faz o ajuste do lucro líquido
ou prejuízo, no que diz respeito aos efeitos de mudanças que ocorreram no período dos
estoques e das contas a pagar e a receber, bem como nos impostos deferidos, variações
ou flutuações cambiais e provisões, ou seja, nos itens que não afetam o caixa. Impostos defe-
ridos: são os
valores de imposto
sobre a renda a
Orçamento de capital e decisão de pagar em períodos

investimentos futuros. Fonte:


<http://www.por-
taldecontabilidade.
O orçamento de capital é um processo que envolve a seleção de projetos de investimen- com.br/ibracon/
tos, assim como a quantidade de recursos a serem empregados para viabilizá-los. npc25.htm>. Aces-
so em: 04 de mar.
O orçamento de capital e a decisão de investimentos estão diretamente relaciona- de 2016.
dos à saúde financeira da empresa, pois são estratégicos dentro da organização. Quando
falham, podem acarretar prejuízos praticamente irreversíveis.

A maior responsabilidade está no processo decisório da empresa, pois demanda uma


análise criteriosa para se aprovar ou rejeitar determinado projeto, porque é exatamente
nessa etapa que deve ser analisado qual é a taxa de retorno do investimento do orçamento
de capital, levando-se em conta as incertezas do cenário econômico e político em longo
prazo.

Por essa razão, o orçamento de capital torna-se uma ferramenta de suma importância
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

quanto à tomada de decisão para investimentos, porque responde questões fundamentais


como:

1. O projeto vai aumentar ou diminuir a riqueza dos acionistas?

2. Os recursos aplicados ao projeto se pagam?

3. Esta será a melhor alternativa de investimentos?

Perceba que a análise de investimentos envolve decisões de aplicação de recursos com


o objetivo de maximizar a riqueza dos proprietários ou acionistas desse capital financeiro
em longo prazo.

150

Atividade 01
Você consegue identificar a importância das decisões de investimentos?
Pesquise mais informações no link: <http://www.convibra.com.br/uplo-
ad/paper/adm/adm_1271.pdf>

Tipos de investimentos
Os tipos de investimentos a serem adotados por uma empresa dependerão do projeto
que será executado e do momento pelo qual a organização está passando.

Os tipos mais comuns de investimentos são os investimentos economicamente inde-


pendentes, os investimentos com restrição orçamentária, os investimentos economica-
mente dependentes e os investimentos mutuamente excludentes.

Vamos descrever cada um deles a seguir:


Investimentos economicamente independentes

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


Fonte: <https://lh3.googleusercontent.com/_7p-zJ4DlXyyHuVtInFbKQo53STzo6eGJtcQNvv2mY2A-
BUK3ZZfV3SlZ6gZppOkdhf6G=s114>. Acesso em: 03 de fev. de 2016.

Os investimentos economicamente independentes só acontecem quando ocorrem, si-


multaneamente, duas situações: quando a possível implementação física e os benefícios
gerados não influenciam os demais projetos. Ou seja, esses investimentos são aqueles
cuja aceitação não provoca, de qualquer maneira, uma influência nos custos e receitas
de outras propostas ou a desconsideração de outros projetos. (Fonte: <http://interte-
151
mas.unitoledo.br/revista/index.php/ETIC/article/viewFile/2515/2039>. Acesso em: 03
de fev. de 2016.)

Investimentos com restrição orçamentária

Fonte: <http://investsmart.com.br/wp-content/uploads/2015/03/Cursos1.jpg>.
Acesso em: 03 de fev. de 2016.
Os investimentos com restrição orçamentária são aqueles que acontecem devido à re-
jeição de outro, pois a aceitação de um projeto causa a rejeição do outro, ou seja, eles
acontecem em detrimento das restrições orçamentárias, porque os recursos orçamentá-
rios demandados estão acima do alcance da empresa.

Investimentos com restrição orçamentária ocorrem normalmente quando a empresa


possui várias propostas. Porém, em virtude da escassez de recursos financeiros, ela não
poderá executar todos os projetos de uma só vez, limitando-se apenas a um ou a alguns
dos projetos.
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

Investimentos economicamente dependentes

152

Fonte: <https://lh3.googleusercontent.com/eRqVDywbALUKl14qN7YDLMUuAa-z6mItt
HHEOIX3bFXRXlx3Yfy4sO2Gt18qwyy6RIiB=s170>. Acesso em: 03 de fev. de 2016.

Os investimentos podem ser considerados economicamente dependentes em três situ-


ações essencialmente diferentes:

1- Quando a execução de uma proposta influencia negativamente os resultados das ou-


tras propostas;

2- Quando a execução de uma proposta influencia positivamente os resultados das outras


propostas;

3- Quando a execução de uma proposta só pode ser feita com a execução simultânea
de outra.
Investimentos mutuamente excludentes

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


Fonte: <https://lh3.googleusercontent.com/ORmsf0CYw4NeDXtzQRzLbZA30XOiQy
7FDaAPAL7u2XabYIrnj0HFEtts-akPOm9RLjUlxQ=s142>. Acesso em: 03 de fev. de 2016.

Os investimentos mutuamente excludentes ocorrem quando a aceitação de uma pro-


posta elimina totalmente a possibilidade de aceitar a outra.

Isso acontece porque as propostas em questão desenvolvem a mesma função ou são


semelhantes. Dessa forma, a empresa aceita apenas uma proposta, excluindo a outra.
153

Querendo mais
Para obter mais informações sobre os projetos de investimentos na em-
presa, pesquise no link: <http://www.administradores.com.br/shopping/
livros/projetos-de-investimento-na-empresa/3088/>.

Resumo
Caro aluno, chegamos ao término desta competência e você definiu as decisões de in-
vestimentos sob restrições de capital. Aprendeu a importância de fazer uma análise prévia
do fluxo de caixa antes da tomada de decisão em investimentos. Estudou que o grande
objetivo da empresa é a maximização da riqueza dos sócios e seus acionistas, devendo-se
dar prioridade aos investimentos que trarão maior rentabilidade. Percebeu que os projetos
a serem desenvolvidos dentro de uma organização deverão estar numa escala orçamen-
tária, na qual os recursos a serem destinados para executá-los possam ser utilizados de
forma coerente, com o menor grau de risco possível. Você consolidou seus conhecimentos
a respeito do fluxo de caixa e sua primordial função, que é ser uma ferramenta de gestão
financeira utilizada dentro da empresa para controlar a movimentação de entrada e saída
de dinheiro num determinado período de tempo. Entendeu que a decisão de investimentos
e o orçamento de capital estão diretamente ligados à saúde financeira da empresa, sendo
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

estratégicos para a organização. Uma falha nesse processo pode trazer um grande prejuízo
para a empresa, chegando até mesmo a ser irreversível. Conseguiu compreender que tipos
de investimentos a serem adotados por uma empresa dependerão do projeto a ser execu-
tado, adequando-os às necessidades de cada organização. Enfim, você tornou-se capaz de
tomar decisões mais assertivas em relação aos investimentos empresariais. Você conse-
guiu analisar o cenário econômico de forma mais ampla e indicar o melhor caminho que
sua empresa ou a empresa onde trabalha deverá seguir, contribuindo significativamente
para o seu crescimento e progresso através de sua competência profissional.

Autoavaliação
01. O fluxo de caixa é o principal instrumento que a empresa tem para:
154
a) Investir, a longo prazo, no passivo da empresa através de capital estrangeiro.

b) Controlar a movimentação de entrada e saída de dinheiro num determinado período de


tempo.

c) Verificar apenas quanto a empresa gasta mensalmente nas suas operações corpo-
rativas.

d) Desenvolver uma metodologia de administração contábil, visando o consumidor final.

02. Existem dois métodos de demonstração do fluxo de caixa, que são:

a) Método financeiro e direto.

b) Método Objetivo e indireto.

c) Método direto e indireto.

d) Método administrativo e financeiro.


03. O orçamento de capital e a decisão de investimentos estão diretamente relacionados a:

a) Débitos e tributos do passado.

b) Perdas do capital próprio.

c) Validação de dados não quantificáveis.

d) Saúde financeira da empresa.

04. Investimentos mutuamente excludentes ocorrem quando:

Análise de crédito, Financiamento e Investimento


a) A aceitação de uma proposta elimina totalmente a possibilidade de aceitar a outra.

b) A sua aceitação se limita em detrimento de restrições orçamentárias estruturadas.

c) A sua aceitação não provoca, de qualquer maneira, a desconsideração dos outros.

d) A variação de caixa oscila dentro da planilha orçamentária global.

155
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157
Gabarito
Autoavaliação
Competência 01 Competência 06
1. c 1. c
2. a 2. b
Análise de crédito, Financiamento e Investimento

3. b 3. b
4. a 4. a

Competência 02 Competência 07
1. a 1. c
2. c 2. a
3. b 3. d
4. a 4. c

Competência 03 Competência 08
1. d 1. a
2. b 2. b
3. a 3. d
158 4. c 4. c

Competência 04 Competência 09
1. b 1. d
2. a 2. a
3. d 3. c
4. c 4. b

Competência 05 Competência 10
1. b 1. b
2. a 2. c
3. a 3. d
4. c 4. a
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Conheça o autor
Ricardo Elias Elnour
Assistente Graduado DC Training System USA; Especialista em Administração e Plane-
jamento de Recursos Humanos; Coordenador do MBA Executivo em Mercado Financeiro
na Universidade Potiguar - UNP; Prof. de Pós-graduação na área Financeira e Comercial;
Docente no curso de Ciências Contábeis, Gestão Comercial, MKT e Administração, em que
ministra as disciplinas de Economia, Finanças Empresariais, Gestão Financeira, Mercado de 159
Capitais e Derivativos, e Análise de Investimentos. Atua como consultor na área de planeja-
mento financeiro e estratégia empresarial, palestrante e autor dos e-books: 100 Pequenos
negócios pra você escolher e começar já! e Treinamento de liderança para gestores.

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