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Análise de Crédito,
Financiamento e
Investimento
Análise de Crédito,
Financiamento e
Investimento
Ricardo Elias Elnour
Análise de Crédito,
Financiamento e
Investimento
Natal/RN
2016
presidente
PROF. PAULO DE PAULA
diretor geral
PROF. EDUARDO BENEVIDES
diretora acadêmica
PROFA. LEIDEANA BACURAU
FICHA TÉCNICA
projeto gráfico
ADAUTO HARLEY SILVA
diagramação
MAURIFRAN GALVÃO
designer instrucional
ITSUO MACÊDO OKASHITA
ilustração
RAFAEL EUFRÁSIO DE OLIVEIRA
Catalogação da Publicação na Fonte (CIP).
Ficha Catalográfica elaborada por Luís Cavalcante Fonseca Júnior - CRB 15/726.
ISBN 978-85-68100-76-9
Inclui referências
O material didático do Sistema de Aprendizado itb propõe ao aluno uma linguagem objetiva, sim-
ples e interativa. Deseja “conversar” diretamente, dialogar e interagir, garantir o suporte para o es-
tudante percorrer os passos necessários a sua aprendizagem. Os ícones são disponibilizados como
ferramentas de apoio que direcionam o foco, identificando o tipo de atividade ou material de estudo.
Observe-os na descrição a seguir:
Curiosidade – Texto para além da aula, explorando um assunto abordado. São pitadas de conheci-
mento a mais que o professor pode proporcionar ao aluno.
Importante! – Destaque dado a uma parte do conteúdo ou a um conceito estudado, que seja con-
siderado muito relevante.
Querendo mais – Indicação de uma leitura fora do material de estudo. Vem ao final da competência,
antes do resumo.
Vocabulário – Texto explicativo, normalmente curto, sobre novos termos que são apresentados no
decorrer do estudo.
Você conhece? – Foto e biografia de uma personalidade conhecida pelas suas obras relacionadas
ao objeto de estudo.
Atividade – Resumo do conteúdo praticado na competência em forma de exercício. Pode ser apre-
sentado ao final ou ao longo do texto.
Mídias – Contém material de estudo auxiliar e sugestões de filmes, entrevistas, artigos, podcast e
outros, podendo ser de diversas mídias: vídeo, áudio, texto, nuvem.
Diálogos – Convite para discussão de assunto pelo chat do ambiente virtual ou redes sociais.
Sumário
Apresentação institucional....................................................................................................................11
Palavra do professor autor.....................................................................................................................13
Apresentação das competências.......................................................................................................15
Competência 01
Definir o significado de crédito .............................................................................................................19
O crédito no Brasil....................................................................................................................................19
Os cinco C’s do crédito...........................................................................................................................20
Os limites de crédito...............................................................................................................................23
Resumo........................................................................................................................................................27
Autoavaliação............................................................................................................................................28
Competência 02
Definir comitês de crédito ........................................................................................................................33
O que fazem os comitês de crédito...................................................................................................33
Composição dos comitês de crédito.................................................................................................34
As garantias nas operações de crédito.............................................................................................34
Tipos de garantias nas operações de crédito.................................................................................35
Processos de aprovação de crédito...................................................................................................39
Resumo........................................................................................................................................................40
Autoavaliação............................................................................................................................................40
Competência 03
Definir os mecanismos de aprovação de crédito..........................................................................45
Políticas de crédito..................................................................................................................................45
Comitês de crédito..................................................................................................................................46
Alçadas de limites de crédito...............................................................................................................47
Resumo........................................................................................................................................................51
Autoavaliação............................................................................................................................................51
Competência 04
Definir financiamentos................................................................................................................................55
Os elementos do financiamento........................................................................................................55
Financiamentos no Brasil......................................................................................................................62
Sistema Financeiro Nacional................................................................................................................63
Estrutura do Sistema Financeiro Nacional......................................................................................63
Principais fontes de financiamentos.................................................................................................64
Resumo........................................................................................................................................................69
Autoavaliação............................................................................................................................................70
Competência 05
Identificar os critérios de análise de investimentos.....................................................................73
Investimentos empresariais.................................................................................................................73
Critérios de investimentos....................................................................................................................74
Análise de riscos de investimento......................................................................................................82
Retorno sobre Investimento (ROI).....................................................................................................83
Viabilidade econômica de investimentos.......................................................................................85
Resumo........................................................................................................................................................87
Autoavaliação............................................................................................................................................87
Competência 06
Definir os tipos de financiamentos.......................................................................................................91
Financiamentos empresariais..............................................................................................................91
Tipos de financiamentos.......................................................................................................................92
Linhas de crédito......................................................................................................................................97
Endividamento empresarial.............................................................................................................. 100
Resumo..................................................................................................................................................... 104
Autoavaliação......................................................................................................................................... 104
Competência 07
Definir análise de investimentos empresariais............................................................................ 109
Investimentos empresariais X taxa de juros................................................................................ 109
Planejamento de investimentos empresariais........................................................................... 110
Como são formadas as taxas de juros............................................................................................ 114
A relação entre juros altos e investimentos................................................................................. 114
Resumo..................................................................................................................................................... 116
Autoavaliação......................................................................................................................................... 116
Competência 09
Definir riscos.................................................................................................................................................. 133
Administração financeira e gestão de riscos............................................................................... 134
9
Planejamento financeiro empresarial............................................................................................ 135
Classificação de riscos empresariais............................................................................................... 140
Resumo..................................................................................................................................................... 141
Autoavaliação......................................................................................................................................... 142
Competência 10
Definir decisões de investimentos sob restrições de capital............................................... 147
Fluxo de caixa – Instrumento de análise...................................................................................... 148
Demonstrações do fluxo de caixa................................................................................................... 148
Orçamento de capital e decisão de investimentos................................................................... 149
Tipos de investimentos....................................................................................................................... 150
Resumo..................................................................................................................................................... 153
Autoavaliação......................................................................................................................................... 154
Referências.................................................................................................................................................... 156
Gabarito.......................................................................................................................................................... 158
Conheça o autor........................................................................................................................................ 159
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Apresentação institucional
O Instituto Tecnológico Brasileiro (itb) foi construído a partir do sonho de educadores e
empreendedores reconhecidos no cenário educacional pelas suas contribuições no desen-
volvimento econômico e social dos Estados em que atuaram, em prol de uma educação de
qualidade nos níveis básico e superior, nas modalidades presencial e a distância.
Esta experiência volta-se para a educação profissional, sensível ao cenário de desen-
volvimento econômico nacional, que necessita de pessoas devidamente qualificadas para 11
ocuparem vagas de trabalho e garantirem suporte ao contínuo crescimento do setor pro-
dutivo da nação.
O Sistema itb de Aprendizado Profissional privilegia o desenvolvimento do estudante a
partir de competências profissionais requeridas pelo mundo do trabalho. Está direcionado
a você, interessado na construção de uma formação técnica que lhe proporcione rapida-
mente concorrer aos crescentes postos de trabalho.
No Sistema itb de Aprendizado Profissional o estudante encontra uma linguagem clara
e objetiva, presente no livro didático, nos slides de aula, no Ambiente Virtual de Aprendiza-
gem e nas videoaulas. Neste material didático, um verdadeiro diálogo estimula a leitura, o
projeto gráfico permite um estudo com leveza e a iconografia utilizada lembra as modernas
comunicações das redes sociais, tão acessadas nos dias atuais.
O itb pretende estar com você neste novo percurso de qualificação profissional, con-
tribuindo decisivamente para a ampliação de sua empregabilidade. Por fim, navegue no
Sistema itb: um estudo prazeroso, prático, interativo e eficiente o conduzirá a um posicio-
namento profissional diferenciado, permitindo-lhe uma atuação cidadã que contribua para
o seu desenvolvimento pessoal e do seu país.
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Palavra do professor autor
Seja bem-vindo ao componente curricular análise de crédito, financiamento e investimento!
O estudo referente a essa disciplina é de fundamental importância, pois trata dos
critérios que são adotados para que as empresas consigam a concessão de crédito no
mercado e também da utilização eficiente de recursos que são liberados através dos
agentes financeiros para fins específicos, levando-se em consideração a necessidade
das empresas, como esses recursos deverão ser aplicados, os riscos inerentes às opera- 13
ções de crédito e o retorno das empresas por intermédio desses investimentos.
É dirigido a estudantes e profissionais que atuam na área financeira, no departamen-
to de cobrança, análise e concessão de crédito, financiamento e investimento.
Tem por objetivo analisar o mercado de crédito, a forma como as empresas devem se
proteger para a tomada e concessão de créditos, a melhor maneira de evitar perdas, assim
como a aplicação positiva de recursos para uma performance ideal no mercado global.
Os nossos estudos farão com que você tenha uma visão mais abrangente da análise
de crédito, suas principais funções e aplicações no dia a dia. Dessa forma, irá compreen-
der melhor como devem ser realizadas as operações de crédito, os financiamentos e os
investimentos com o objetivo de maximizar o retorno das empresas.
Ao longo deste livro, você encontrará várias oportunidades de avaliar seus conheci-
mentos por meio das atividades propostas. Irá se deparar com as situações de mercado,
aplicando seus conhecimentos na prática de tudo o que aprender aqui. No entanto, para
que possa ter êxito nos estudos, é preciso sua dedicação, determinação e comprometi-
mento para poder atuar com excelência no campo profissional.
Agora, vamos lá!
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Apresentação das competências
Nossa primeira competência será para você definir o que significa crédito, a importância
dos cinco C’s do crédito, a quem se destina e como são estabelecidos os limites de crédito.
A segunda competência irá tratar dos comitês de crédito, das garantias em operações
de crédito e dos processos de aprovação de crédito.
Na terceira competência, vamos compreender como funciona todo o mecanismo dos
processos de aprovação de crédito. 15
A quarta competência será dedicada à análise de financiamentos e às principais fontes
de financiamento.
A quinta competência será para identificarmos os critérios de análise de financiamento,
ou seja, os métodos mais utilizados no mercado para a tomada de decisão de investimen-
tos empresariais.
Na sexta competência, iremos abordar os principais tipos de financiamento, tanto de
curto quanto de médio e longo prazo.
Na sétima competência, vamos entender como funciona, na prática, os investimentos
dentro das organizações e como são formadas as taxas de juros.
A oitava competência será para tratarmos da relevância dos fluxos de caixa para as
decisões de investimentos.
Na nona competência, vamos tratar dos riscos associados aos investimentos empresa-
riais no que tange à administração financeira.
Para finalizar nossas competências, o décimo momento será para tratar das decisões
de investimentos sob restrições de capital.
Competência
01
Definir
o significado de crédito
Definir
o significado de crédito
Por que isso acontece? Porque buscar crédito no mercado já faz parte da cultura finan-
ceira da maioria das pessoas e empresas no Brasil.
Nosso foco será voltado para empresas, no entanto, funciona igualmente no caso da
pessoa física. As empresas buscam o crédito para honrar seus compromissos, estimular
a produção (no caso de indústrias), melhorar a infraestrutura, capacitar, treinar e desen- Tomador: é aquele
volver pessoas em âmbito profissional, investir em marketing e propaganda, dentre outras que contrai um 19
empréstimo atra-
necessidades específicas de cada organização. vés de um agente
financeiro.
Não há nada de errado em buscar crédito. O fato é que infelizmente muitas empresas
canalizam esses recursos de maneira errada e, ao invés de solucionar seus problemas,
acabam arranjando outros.
Sob o ponto de vista financeiro, crédito significa dispor recursos financeiros a um tomador,
por intermédio de um agente financeiro, para que ele possa utilizá-los na compra de bens,
na realização de despesas, financiamentos ou investimentos que se fizerem necessários. Agente financeiro:
trata-se da insti-
tuição financeira
ou bancária que
O crédito no Brasil disponibiliza linhas
e modalidades
No Brasil, há muitas facilidades para que as empresas consigam crédito. No entanto, de crédito para
pessoas físicas ou
temos algumas exigências a serem cumpridas, junto às instituições concedentes desses empresas.
recursos. As garantias facilitam muito a tomada de crédito, principalmente quando as em-
presas pleiteiam recursos via agente financeiro.
Não vamos aqui entrar em detalhe, pois depende muito do tipo de crédito que a em-
presa irá buscar no mercado e também de qual será a destinação dos recursos a serem
aportados.
O mais importante é saber que há uma grande viabilidade de recursos a serem inves-
tidos junto às organizações, desde que elas consigam comprovar ao agente financeiro as
peculiaridades exigidas em cada modalidade de empréstimo.
Você conhece?
Uma em cada três pessoas economicamente ativas no Brasil tem algum
tipo de empréstimo ou financiamento a partir de R$ 1.000,00 (mil reais).
Essa estatística se aplica também às empresas, que quase em sua totali-
20 dade têm algum tipo de financiamento ou empréstimo vigente.
Uma das metodologias mais conhecidas e aplicadas no mercado é a análise dos cinco
C’s do crédito: Caráter, Capacidade, Capital, Colateral e Condições.
O caráter está diretamente ligado à índole do tomador de crédito, assim como a sua
predisposição em honrar com o compromisso do empréstimo. Alguns aspectos analisados
pelas instituições financeiras são: identificação da empresa, atuação no mercado, compor-
tamento de negócios, pontualidade no cumprimento de obrigações, restrições financeiras,
dentre outras.
O segundo C do crédito é: CAPACIDADE
São analisados, principalmente, o Balanço Patrimonial,(pág. 22) o Imposto de Renda Fluxo de caixao:
são as entradas e
da Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).(pág. 23) Tam- saídas de recursos
bém são importantes o índice de liquidez e a lucratividade da empresa. financeiros ou
dinheiro em um de-
terminado período
de tempo, em uma
O quarto C do crédito é: COLATERAL empresa. Ou seja,
é uma ferramenta
O colateral refere-se às garantias do proponente ao crédito junto ao agente financeiro, empresarial que
serve para contro-
caso o tomador não honre os compromissos de pagamento. Em operações envolvendo em- lar a movimenta-
21
presas, além de avalistas, as instituições financeiras pedem como garantia de pagamento ção financeira de
uma organização.
bens patrimoniais, que podem ser imóveis, terrenos, prédios, equipamentos etc.
Algo importante a ser destacado é que quanto melhor a garantia oferecida pelo propo-
nente, maiores as possibilidades de aprovação dos recursos, pois fortalecem o conjunto de
informações para a análise e concessão do crédito.
Lucratividade: é o
resultado positivo
O quinto C do crédito é: CONDIÇÕES após deduzir os
custos e despesas.
O quinto C do crédito refere-se às condições econômicas da empresa proponente ao
crédito em relação ao ambiente externo, tendo como base o mercado em que a empresa
atua. É avaliado o momento atual da empresa, ou seja, as condições da mesma junto ao
mercado externo no momento da tomada de crédito.
Muitas vezes, as empresas buscam crédito por estarem em fase de crescimento e por
seus produtos e serviços estarem em alta, mesmo diante de um cenário econômico volátil
e competitivo.
Por outro lado, são levadas em conta na análise de crédito as condições da empresa
diante do cenário econômico. Caso haja uma crise, qual é a dependência dessa organiza-
ção em relação ao governo? Como se comportam suas vendas no mercado, em períodos
de sazonalidade? A empresa consegue sobreviver bem mesmo em tempos difíceis?
Balanço Patrimonial: Em alguns casos, dependendo do tipo de empréstimo e dos valores a serem li-
é uma demonstração
berados, as instituições financeiras chegam a visitar as empresas proponentes para bus-
contábil que tem por
finalidade apresentar car informações mais precisas a fim de compor o corpo da análise de crédito, juntamen-
a posição financeira
te com a documentação apresentada. Caso seja comprovado que a empresa tem mais
e econômica de uma
entidade (em geral, recebíveis(pág. 23) do que endividamentos, a análise de crédito tende a ser mais favorável e,
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
uma empresa) em
consequentemente, as chances para a liberação do crédito aumentam.
determinada data,
representando uma
posição estática
(posição ou situação
do patrimônio em
determinada data).
Fonte: <http://
www.21tradingcoach.
Atividade 01
com/br/ Você consegue identificar a importância do crédito para as empresas em
formaci%C3%B3n-gra-
fase de crescimento?
tuita/an%C3%A1lisis-
-fundamental/124-
-balanco-geral-de-
-uma-empresa>.
Acesso em: 01 de fev.
de 2016.
22
Curiosidade
Mercosul: o
Mercado Comum
do Sul é uma área
de livre comércio e
política comercial
comum de países
da América do Sul
(Brasil, Paraguai, Figura 1 – Prestação de serviço via celular.
Uruguai, Venezuela, Fonte: <http://experienceclub.com.br/site/wp-content/uploads/2015/12/pay_interno.jpg>.
Argentina e Bolívia). Acesso em: 01 de fev. de 2016.
Recebíveis: é a
transformação de
duplicatas de ven-
da a prazo, vendas
parceladas no car-
tão de crédito ou
mesmo os cheques
pré-datados de
clientes em capital
para saldar as
Figura 2 – Limite de conta corrente. contas atuais
Fonte: <http://www.sofisa.com.br/images/antecipacao.jpg>. Acesso em: 01 de fev. de 2016.
Esse recurso fica disponível para a utilização na conta corrente do cliente. No entanto, é
importante destacar que esse crédito custa bem caro por ter uma das taxas de juros mais
altas do mercado, em se tratando de empréstimos. Deve-se também tomar cuidado para
não confundir esse limite de conta corrente com o seu saldo, pois algumas instituições
financeiras somam os valores de saldo em conta com os do cheque especial.
24
Outro tipo de limite é o de cartões de crédito, seja para pessoa física ou jurídica (empresas).
O limite dos cartões de crédito é calculado pelo banco ou administradora de cartões, le-
vando em conta diversas variáveis, dentre elas a renda pessoal ou o faturamento, no caso
de empresa. Assim, é identificada a capacidade de pagamento de um determinado valor
ou então é especificado um percentual-limite de comprometimento da renda mensal para
ser gasto com o cartão. A partir disso, o cartão recebe um valor de limite de gastos que não
poderão ser ultrapassados.
Vamos imaginar que o cartão possua um limite de R$ 1.000,00 (mil reais). Caso você
compre algo no valor de R$ 100,00 (Cem reais), o seu cartão ainda terá R$ 900,00 (No-
vecentos reais) disponíveis para novos gastos, até que essa compra seja paga na próxima
fatura. A cada despesa paga com o cartão, o limite diminui; a cada pagamento da fatura, o
limite volta ao seu valor inicial, caso a fatura seja integralmente quitada.
Um fator que compromete o limite do cartão de crédito é não pagar o total da fatura.
Quando se paga apenas o valor mínimo, a incidência de juros e multas é bastante alta e a
soma deles será lançada na próxima fatura. Com o tempo, esses custos transformam-se
em uma “bola de neve”, aumentando o valor da fatura. Dessa forma, o valor do pagamento
mínimo vai dificultando bastante a quitação da dívida. Além disso, o lançamento de despe-
sas com juros e multas também diminui o limite disponível para novas compras.
É importante aproveitar todas as facilidades do cartão de crédito, mas sem abrir mão
da responsabilidade, promovendo o consumo consciente e evitando o endividamento no
Limites de empréstimos
25
Figura 4 – Empréstimo.
Fonte: <http://www.beliefnet.com/~/media/274B0385B0F14022B55A49C2503E92D8.ashx>.
Acesso em: 01 de fev. de 2016.
Limites de financiamentos
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
No caso de financiamento de veículos, as taxas oscilam entre 1,8% a 2,7% para veículos
usados e 1,2% a 2,1% para veículos novos, dependendo em ambos os casos do tipo de par-
celamento escolhido, seja pessoa física ou jurídica. Vamos tratar mais adiante de alguns
tipos de financiamentos específicos para empresas.
Curiosidade
Você sabe qual é a diferença entre empréstimo e financiamento? Emprés-
timo é uma modalidade de contrato realizada entre o cliente e uma insti-
tuição financeira, na qual se recebe uma determinada quantia em dinheiro
sem destinação específica, ou seja, o recurso poderá ser usado para qual-
Querendo mais
Para uma compreensão melhor acerca de como conseguir créditos para
sua empresa, assista ao vídeo no link relacionado abaixo. Esse vídeo é 27
apresentado por um consultor do SEBRAE/PR. Ele mostra as peculiarida-
des que são essenciais para conseguir os recursos solicitados nos finan-
ciamentos e empréstimos. São passadas 10 dicas muito importantes a
serem seguidas antes de escolher a modalidade de crédito pretendida.
Acesse o link: <https://www.youtube.com/watch?v=OQM51qBQhaQ>.
Resumo
Caro aluno, nesta competência você identificou o que significa crédito sob o ponto de
vista financeiro. Você estudou uma das metodologias mais conhecidas e aplicadas no mer-
cado para a análise e concessão de crédito. Teve condições de perceber a importância da
análise de crédito como medida de proteção aos agentes financeiros, quanto à tomada
de recursos. Conseguiu compreender como ocorre o processo de tomada e concessão de
créditos, tanto para pessoa física quanto para pessoa jurídica. Aprendeu como são estabe-
lecidos os limites de crédito. Teve a oportunidade de conhecer os tipos de limites de crédito
mais utilizados no mercado, assim como as peculiaridades de cada um deles. Enfim, a
partir de agora, você tem condições de definir o crédito e de analisar as possibilidades e
meios de concessão, tendo uma visão clara e apropriada para aplicar seus conhecimentos
na sua prática profissional do dia a dia, podendo contribuir na empresa onde trabalha ou
em sua própria empresa, se for o caso.
Autoavaliação
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
b) Significa a forma como uma empresa busca dinheiro nos meios de produção.
02. Uma das metodologias mais utilizadas para a análise e concessão de crédito é conhe-
cida como:
04. Limite de crédito é o valor que uma pessoa física ou jurídica tem disponível para sua
utilização:
Caro aluno, imagine agora que você seja um banqueiro. Nessa condição, eu te faço o
Caso seja identificado que as empresas ou pessoas físicas não têm condições de pagar
os empréstimos, com certeza os créditos não serão liberados. Mas quem são os responsá-
veis pela análise de crédito dentro das instituições financeiras? A resposta é: os comitês
de crédito.
• Diretor executivo;
• Superintendente de crédito;
• Diretor superintendente.
São exatamente essas pessoas que decidem qual é o crédito que será liberado dentro
da instituição financeira, a favor do proponente ao recurso a ser emprestado.
Inadimplência: é a
falta de pagamento A avaliação do crédito coloca em jogo uma decisão tomada no presente que poderá
34 de uma obrigação
financeira assumida
trazer sérias consequências futuras. Daí a importância do comitê de crédito dentro das
e não cumprida no instituições financeiras, nas decisões de crédito envolvendo empresas.
prazo determinado.
35
Fonte: <http://www.alorondonia.com.br/imagens/biblioteca/
800/21092015093342_1442838822.jpg>. Acesso em: 01 de fev. de 2016.
Aval
O aval ou avalista (como é conhecido no mercado) é um tipo de garantia dada por uma
pessoa física ou jurídica que toma como sua responsabilidade o pagamento de uma dívida,
no caso de a pessoa que solicitou o crédito não honrar com seu compromisso.
Torna-se necessário, no entanto, que o avalista consiga comprovar que pode arcar com
esse compromisso. Para isso, ele precisa provar a existência de algum patrimônio, compro-
vando a inexistência de restrições financeiras, além de outras exigências relativas a sua
capacidade econômica.
36
Fiança
A fiança é uma obrigação por escrito ou um contrato no qual o fiador garante que cum-
prirá com a obrigação do devedor, se este não cumpri-la ou, ainda, garante o pagamento
de uma indenização ou multa pelo não cumprimento da obrigação do afiançado, que é o
proponente ao crédito.
Ela pode ser concedida à pessoa física ou jurídica. O proponente ao crédito poderá
contratar também a fiança bancária. Neste caso, contrata uma instituição financeira para
ser a fiadora de uma obrigação. Funciona como uma espécie de seguro para a operação
de crédito. Esse tipo de fiança é bastante usado atualmente, pois apesar de ser mais caro,
é mais prático e imediato.
Hipoteca
A hipoteca é uma operação cujo pagamento da dívida é garantido com um bem imóvel.
Mesmo estando conservada a posse do bem, a empresa só readquire a propriedade plena
após quitar integralmente a dívida.
Neste tipo de garantia, o proponente, seja pessoa física ou jurídica, transfere a proprie-
dade de um bem móvel para a instituição financeira, mantendo apenas a sua posse. Isso
possibilita que ele continue utilizando o bem mesmo estando alienado. É muito comum em
financiamento de veículos. A propriedade do bem só retorna ao proponente com a posse
37
Cédula de crédito:
definitiva, depois que a dívida for paga integralmente. título de crédito
emitido por pessoa
Você aprendeu que a utilização das garantias é de suma importância para proteger o física ou jurídica
que favorece a
capital das instituições financeiras, trazendo maior liquidez às operações de crédito, assim
instituição finan-
como a efetiva recuperação de crédito em casos nos quais não haja o cumprimento das ceira ou entidade
a esta equiparada,
obrigações por parte dos proponentes.
representando
a promessa de
pagamento em
dinheiro decorren-
te de operação de
crédito de qualquer
trônicos.
Querendo mais
Para obter mais informações sobre a importância das garantias de crédi-
to e sobre os principais problemas encontrados por pequenas empresas
quanto à concessão de crédito, acesse o artigo no link a seguir. Nesse
artigo, você vai identificar a melhor maneira de uma pequena empresa
conseguir os recursos com a aprovação de crédito, utilizando uma das
modalidades de garantias oferecidas no mercado. Acesse o link: <http://
38
www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/Alternativas-para-que-pe-
quenos-neg%C3%B3cios-obtenham-garantia-de-cr%C3%A9dito>. Acesso
em: 01 de fev. de 2016.
Atividade 01
Você consegue identificar qual é a garantia de crédito na qual o pagamento
da dívida é assegurado com um bem imóvel formalizado em cartório atra-
vés de escritura pública? Recomendo a leitura do artigo no link que segue
para uma maior compreensão a respeito da atividade proposta: <http://
www.jusbrasil.com.br/topicos/26413308/hipoteca/artigos>.
Curiosidade
Resumo
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Caro aluno, nesta competência, você identificou os comitês de crédito e entendeu que
antes da concessão de um empréstimo, tanto as pessoas físicas como as jurídicas (empre-
sas) passam por uma análise de crédito, estando sujeitas à aprovação. Você teve a oportu-
nidade de aprender que os comitês de crédito são responsáveis por analisar as operações
de crédito que são colocadas para a aprovação e emitem um parecer sobre a decisão
em relação à concessão dos recursos solicitados. Você compreendeu que os comitês de
crédito também definem os riscos para as operações de crédito, através de um exame de-
talhado em suas carteiras de clientes, podendo até criar novas políticas de concessão por
serem responsáveis pela aprovação do crédito. Entendeu como são compostos os comitês
de crédito e os tipos de garantias de crédito, seguidos de sua importância para a proteção
dos agentes financeiros. Conseguiu entender a importância dos processos de aprovação
40 de crédito dentro das instituições financeiras. Enfim, a partir de agora, você tem condições
de definir os comitês de crédito, a importância quanto a sua análise e os tipos de garantias
oferecidas, dando-lhe uma visão mais abrangente sobre as principais peculiaridades que
envolvem a tomada e concessão de crédito no mercado.
Autoavaliação
01. São responsáveis pela análise de crédito:
02. Os comitês de crédito definem também os riscos para as operações de crédito, através
de um exame detalhado em suas carteiras de clientes, podendo até:
a) Identificar clientes potenciais.
04. Tipo de garantia dada por uma pessoa física ou jurídica que se responsabiliza pelo pa-
gamento da dívida, caso o tomador de crédito não honre com seu compromisso:
a) Aval.
b) Penhor.
41
c) Hipoteca.
d) Fiança.
Competência
03
Definir os mecanismos
de aprovação de crédito
Definir os mecanismos
de aprovação de crédito
Isso ocorre como medida de proteção dos agentes financeiros, pois na análise de risco,
a operação não pode causar prejuízo aos mesmos.
Por essa razão, pagamos altas taxas de juros como forma de compensar uma possível
inadimplência devido à falta de pagamento por parte dos tomadores de crédito, seja uma
pessoa física ou jurídica. 45
Há outro fator a se levar em consideração também – é o custo relacionado ao emprésti-
mo, pois varia de acordo com as garantias apresentadas. Se não houver garantias sólidas,
as instituições financeiras precisam se resguardar quanto ao risco da operação.
Precisamos ficar atentos também para que nosso comportamento no mercado de crédi-
to seja positivo, pois, dessa forma, poderemos pleitear menores taxas.
Políticas de crédito
As políticas de crédito são um conjunto de normas ou critérios preestabelecidos que
cada empresa utiliza para financiar ou emprestar recursos a seus clientes.
A regulamentação vigente em cada instituição financeira pode ser ainda mais rígida, se
forem identificados os indícios de deterioração da qualidade do crédito.
Comitês de crédito
Os comitês de crédito se tratam de um grupo de profissionais responsáveis pela análi-
se de crédito. Eles definem os riscos para as operações de crédito, através de um exame
detalhado em suas carteiras de clientes, podendo até criar novas políticas de concessão,
pois são responsáveis pela aprovação do crédito.
– Diretor executivo;
– Superintendente de crédito;
– Diretor superintendente;
– Diretor presidente.
São exatamente essas pessoas quem decidem qual será o crédito disponível que de-
terminada empresa ou pessoa física terá no momento em que ela solicitar um empréstimo
ou financiamento.
Alocação de
Responsabilidades dos comitês de crédito
capitais: rata-se
da forma como As principais responsabilidades dos comitês de crédito são exatamente estabelecer as
os recursos diretrizes e estratégias gerais para a gestão do risco de crédito, limites de carteiras, produ-
serão distribuídos
e disponibilizados, tos, garantias, concentração e alocação de capitais para risco, observadas as determina-
levando-se em con- ções do Banco Central do Brasil e as melhores práticas de gestão de riscos.
sideração o risco da
operação.
Cabe também aos comitês de crédito analisar a necessidade de melhoria, fortaleci-
mento ou evolução da política da gestão de risco do crédito; definir políticas institucionais
sobre limites para a concessão de crédito; coordenar normas internas e externas para a
fixação de limites de crédito e aprovação de operações; definir alçadas para a concessão
de crédito e liberação de operações; analisar casos de exceção quanto à concessão de Alçada: trata-se do
limite, competên-
limites e liberação de operações de crédito; analisar e aprovar limites, garantias e opera- cia ou influência
ções propostas; analisar a qualidade da carteira de créditos e as expectativas de perdas e de alguém para
decidir a respeito
ganhos nas operações; monitorar operações em curso normal; definir ações de cobrança de algo.
Liquidez: é a
velocidade de
transformar um
47
Alçadas de limites de crédito
As operações serão aprovadas dentro das alçadas determinadas em cada instituição
financeira ou agente de crédito, que fornecerá o recurso.
Apenas para você ter uma ideia do que se pratica normalmente nessas instituições, vou
passar algumas regras que normalmente são seguidas em linhas gerais, mas lembre-se de
que são apenas para você ter a noção do que é feito em termos de alçadas de limites de
crédito. Vamos lá!
A cobrança tem por objetivo promover o retorno do dinheiro que foi emprestado através
de um agente financeiro, assim como reaver o capital investido numa operação de crédito.
Sua gestão envolve todas as etapas de recebimento dos valores cedidos aos clientes, as
várias formas de recebimento das parcelas, os contratos com os clientes, até a última ação
efetiva para tentar recuperar o prejuízo que a empresa obteve na operação de crédito.
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Importante
A negociação da cobrança é um processo delicado que exige muito tato, pre-
paração e flexibilidade.
II - COBRANÇA JUDICIAL
Fonte: <http://www.adweek.com/socialtimes/files/2012/03/shutterstock_95926816-300x199.jpg>.
Acesso em: 24 de fev. de 2016.
A cobrança judicial é a segunda característica básica utilizada pela empresa para se
reaver o crédito.
Ocorre quando os contratos não são solucionados na cobrança simples e passam, por-
tanto, para o departamento jurídico, que pode ser da empresa ou através de um escritório
especializado por meio da terceirização dos serviços.
A desvantagem desse tipo de cobrança são as custas processuais, que são muito dis-
pendiosas, além do tempo que leva dentro dos tribunais para ser julgado.
Antes de optar por essa modalidade de cobrança, é necessário realizar uma análise
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Curiosidade
Você sabia que a primeira manifestação de microcrédito da qual se tem
notícia no mundo ocorreu no Sul da Alemanha, em 1846, denominada
de associação do pão? Ela foi criada pelo pastor Raiffeinsen, que após
um rigoroso inverno, deixou os fazendeiros locais endividados e na depen-
50 dência de agiotas. O pastor cedeu-lhes a farinha de trigo para que, com
a fabricação e comercialização do pão, pudessem obter o capital de giro.
Com o passar do tempo, a associação cresceu e se transformou numa
cooperativa de crédito para a população pobre.
Querendo mais
Para obter mais informações sobre a importância do crédito e cobrança,
acesse o link: <http://www.creditoecobranca.com.br>.
Resumo
Caro aluno, nesta competência, você identificou os principais mecanismos utiliza-
dos para a concessão de crédito. Você estudou sobre as políticas de crédito que são
estabelecidas dentro das instituições financeiras como forma de diminuir o risco das ope-
rações de crédito e conheceu como são aplicadas no mercado. Teve condições de perceber
a importância dos comitês de crédito, que são responsáveis pela análise do crédito a ser
fornecido para as empresas ou para você, pessoa física. Conseguiu compreender como as
instituições financeiras ou agentes de crédito decidem os limites a serem disponibilizados
Autoavaliação
01. Podemos afirmar que as políticas de crédito são:
51
a) Os meios de aportar recursos de terceiros para serem utilizados e conseguirem fundos
e reservas financeiras.
b) Uma forma de a empresa ou pessoa física buscar recursos para suprir suas necessi-
dades.
c) As regras impostas ao tomador de crédito para que este possa intermediar as opera-
ções através de um agente financeiro.
b) Oferecer uma garantia ao agente financeiro para que ele cumpra com suas funções
creditícias.
52
04
Definir
financiamentos
Competência
Caro aluno, não deve ser novidade para você que no Brasil a nossa cultura é de finan-
Nas operações de financiamento, deve ser determinado previamente qual é o bem que
se deseja adquirir.
Os elementos do financiamento
Prestação
É o valor a ser pago periodicamente que normalmente é feito através de pagamento
mensal, trimestral ou anual, podendo a empresa negociar com o cliente outro período,
dependendo do tipo de operação (mensal, trimestral, anual), que contém os juros, assim
Amortizar: sig-
como o valor amortizado. nifica reduzir o
tamanho da dívida
É importante sempre manter as prestações em dia, para se evitar problemas com a pagando periodica-
inadimplência. No entanto, caso o devedor não consiga manter em dia as prestações, é mente as parcelas,
abatendo-se de
importante renegociar imediatamente os seus compromissos o mais rápido possível com o seu valor total
seu credor ou com a instituição financeira. até a extinção da
mesma.
Se houver dúvidas em relação ao cálculo das prestações e caso venha a atrasar, o de-
vedor poderá consultar o seu credor para esclarecimentos e confirmar essas informações
com um advogado que atue nessa área, para que fique bem orientado, a fim de evitar juros
abusivos e cobranças indevidas.
Juros
Trata-se do valor cobrado em termos percentuais, em função da remuneração do di-
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
As taxas de juros que são cobradas são determinadas pelo credor, de maneira que este
tomará, como base para o cálculo, o risco, a inflação, a modalidade de operação etc.
56
IOF
O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) trata-se de um imposto federal e incide so-
bre quaisquer tipos de operações de crédito, seguros, câmbio e também sobre as demais
operações relacionadas a títulos e valores mobiliários.
Quando se trata de aplicações financeiras, a taxa de IOF ocorre a partir do primeiro dia
de aplicação e vai diminuindo progressivamente até que seja zerada no 30º dia.
É importante ressaltar que de acordo com a Receita Federal, o imposto sobre as opera-
ções de crédito somente poderá atingir uma taxa máxima de até 1,5%. No caso específico
dos seguros e operações de câmbio, a taxa máxima é de 25%.
Capital
O capital representa o valor do bem a ser financiado. No nosso caso, que é o financia-
mento, trata-se do valor estipulado para o financiamento do bem a ser adquirido.
Mutuário ou devedor
Mutuário ou devedor é aquele que recebe, por empréstimo, os recursos para a obten-
ção do bem financiado.
A quantia referente aos recursos disponibilizados deverá ser devolvida por meio de pa-
gamentos em parcelas mensais, durante um período predeterminado no contrato, acresci-
das de juros e correção monetária.
Correção
O mutuário recebe os recursos fornecidos por um agente financeiro, que pode ser um monetária: é a
banco público ou privado, onde se cumpre o que foi determinado pelo Sistema Financeiro atualização dos
valores referentes 57
de Habitação (SFH). à recuperação do
poder de compra
da quantia que foi
emprestada.
Apenas a título de informação, o valor da correção monetária deverá ser in-
formado no contrato de financiamento assim como o seu substituto, caso este
seja extinto.
A cédula de crédito bancário é muito comum quando alguém contrata, por exemplo,
um empréstimo com o banco. Logo que é realizado o crédito para o cliente, a instituição
financeira emite a cédula de crédito bancário.
Esse documento representa uma dívida em dinheiro, sendo um título executivo extraju-
dicial, ou seja, não precisa do aval do juiz para ser cobrado, caso não seja pago.
58
Importante
Os títulos de crédito são papéis representativos de uma obrigação financei-
ra, sendo emitidos em conformidade com a legislação específica de cada
tipo ou espécie de contrato. Fonte: <https://centraldefavoritos.wordpress.
com/2012/05/30/titulos-de-credito/>. Acesso em: 24 de fev. de 2016.
Alienação fiduciária
Alienação fiduciária refere-se à transferência de posse de algum bem móvel ou imóvel
daquele a quem é concedido o bem – o devedor – àquele que oferece o crédito para o bem
a ser adquirido – o credor –, no intuito de garantir o cumprimento de uma obrigação.
Suponha que a empresa onde você trabalha deseja comprar um veículo para ser utiliza-
do no transporte de mercadorias. O proprietário vai a uma concessionária de veículos para
adquiri-lo, no entanto, tem apenas uma parte do valor do carro como entrada.
Nesse caso, não tendo o valor total da compra, a própria concessionária oferece algu-
mas opções para que o veículo seja adquirido. Uma delas é financiar o veículo através de
um banco, ou seja, o banco paga o valor da diferença do financiamento, após a análise
A taxa do CET representa percentualmente todos os custos da operação que podem ser
expressos em meses ou ano, incluindo juros, capital, seguros, tarifas e tributos.
Importante
O custo efetivo total das operações é obrigatório por lei. O Banco Central obri-
ga que o CET seja informado em todas as operações de crédito para pesso-
as físicas (Resolução nº 3517) e também para microempresas e empresas
de pequeno porte (Resolução nº 3909). A taxa de CET deve ser informada
previamente à contratação das operações. É importante que você tenha co-
nhecimento do que realmente estará pagando. Não deixe de exercer os seus
direitos de consumidor.
Sistema de Amortização Constante (SAC)
O sistema de amortização constante, também conhecido no mercado como tabela
SAC, é um sistema de pagamento em que o valor das prestações decresce com o pas-
sar do tempo.
Trata-se de uma forma vantajosa de pagar o financiamento, pois vai amortizando o valor
60 do capital da operação.
Sistema price
O sistema price (sistema francês de amortização) – também conhecido no mercado
como tabela price – é o sistema de pagamentos em que o valor das parcelas permanece
inalterado até o final do financiamento.
Importante
A tabela price e a tabela SAC não vêm prontas. Elas são montadas de acordo
com o tipo de financiamento que o cliente escolher. O financiamento vai de-
pender do prazo, do valor, da taxa de juros etc.
A tabela price é normalmente utilizada para empréstimos e financiamento de veículos,
tendo como característica as prestações de valores iguais.
Seguro prestamista
É um seguro que tem por objetivo a quitação da dívida em casos de morte, invalidez ou
perda de renda por desemprego. Caso ocorra uma dessas situações, o agente financiador,
que é o credor, torna-se beneficiário desse seguro.
• Prazo alongado que faz com que o bem fique obsoleto, quando terminado o pa-
gamento.
Fonte: <http://nfinancas.blogspot.com.br/2011/05/o-que-e-financiamento-e-co-
mo-funciona.html>. Acesso em: 25 de fev. de 2016.
Financiamentos no Brasil
Caro aluno, obviamente não vou fazer aqui juízo de valor, nem opinar em relação aos
financiamentos que são oferecidos no Brasil. Não é esse o meu propósito.
No entanto, não posso deixar de informá-lo que em linhas gerais, tendo como exem-
plo apenas o financiamento imobiliário, as taxas cobradas em nosso país, comparadas
àquelas que são praticadas no exterior, tornam o dinheiro que tomamos emprestado
aqui muito caro.
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Veja, por exemplo, que a taxa básica cobrada nos Estados Unidos é de 0,25% ao ano;
já na zona do Euro é de 0,5% ao ano; e no Brasil, é de em média 8,5% ao ano, fora os ín-
dices de taxas que são acoplados aos contratos de financiamentos, como você observou
anteriormente.
Mas no geral, não é ruim o financiamento. Veja o caso das empresas que buscam finan-
ciamento para investir em equipamentos ou mesmo para expandir e ampliar sua infraes-
trutura, trazendo maior crescimento e lucratividade.
Temos também o financiamento das atividades produtivas, por exemplo, no caso da agri-
cultura na qual os produtores rurais fazem o financiamento como forma de cobrir as despe-
sas do início de um novo ciclo de produção ou até mesmo para expandir seus negócios.
Atividade 01
Você consegue identificar quais são os principais tipos de financiamentos
existentes no mercado? Pesquise mais informações no link: <http://www.
financiamento.net/>.
Sistema Financeiro Nacional
Sempre que vamos tratar de assuntos ligados à parte financeira, não podemos deixar
de falar sobre o sistema financeiro nacional.
Estamos nos referindo ao órgão que é formador da estratégia econômica do país, isto é,
Eles funcionam como um elo entre aqueles que têm recursos financeiros disponíveis
para a aplicação e investem nos chamados poupadores e também naqueles que buscam
esse mesmo recurso através de empréstimos e financiamentos, conhecidos no mercado
financeiro como tomadores.
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Curiosidade
Você sabe qual é a diferença entre empréstimo e financiamento? Emprés-
timo trata-se de um contrato celebrado entre uma pessoa física ou jurídica
junto a uma instituição financeira, onde não há uma destinação específica,
ou seja, o cliente pode utilizar o dinheiro da maneira que quiser. O financia-
mento também é um contrato celebrado junto a uma instituição financeira
ou não, por uma pessoa física ou empresa (pessoa jurídica), mas com uma
destinação específica para se adquirir um bem.
64
Bancos públicos
Os bancos públicos são instituições financeiras que têm a função de captar recursos e
de emprestá-los a seus clientes, seja por meio de financiamentos ou de outras modalida-
des que compõem o portfólio de serviços oferecidos pelos mesmos.
Tanto o Banco do Brasil quanto a Caixa Econômica Federal são bancos múltiplos, po-
rém têm perfis diferentes. O Banco do Brasil atua mais fortemente em financiamentos para Bancos múltiplos:
são instituições fi-
micro e pequenas empresas. Já a Caixa Econômica Federal atua mais concentrada em nanceiras públicas
financiamentos voltados à pessoa física e projetos sociais do governo para a população de ou privadas que
atuam com mais
baixa renda. de um tipo de car-
teira de clientes,
Outros exemplos de bancos públicos são: Banco Central do Brasil, Banco da Amazônia,
Bancos privados
Os bancos privados são outra fonte de financiamentos, são instituições comerciais
constituídas por empresas com sócios e não dependem do capital do governo, pois os
recursos são provenientes de seus próprios acionistas ou mesmo de investidores externos.
Os bancos privados estão presentes ao redor do país, em praticamente todos os estados
65
brasileiros.
Por se tratar de uma empresa pública, o BNDES realiza concessões de apoio com foco
no impacto socioambiental e econômico no Brasil. Incentiva a inovação e o desenvolvimen-
to regional, avaliando mais atentamente esses pontos.
Fonte: <http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/O_BNDES/A_
Empresa/>. Acesso em: 25 de fev. de 2016.
Banco do Nordeste
O Banco do Nordeste do Brasil S/A (BNB) é a maior instituição da América Latina volta-
da ao desenvolvimento regional. Ele atua como órgão executor de políticas públicas, ope-
rando em programas como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
(PRONAF) e a administração do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE),
que é a principal fonte de recursos operacionalizada pela empresa.
O banco acessa outras fontes de financiamento interno e externo, além dos recursos
66
federais, por meio de parcerias e alianças com instituições nacionais e internacionais, in-
cluindo instituições multilaterais, como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de De-
senvolvimento (BID).
Podem compor a carta de clientes do banco os agentes econômicos, que são as mi-
cro, pequenas, médias e grandes empresas, as associações e cooperativas; os agentes
institucionais, que são o Governo Federal, Estadual e Municipal e as Organizações Não
Governamentais (ONGs); e as pessoas físicas, que são os produtores rurais e o empre-
endedor informal.
Importante
O fundo de investimento é um tipo de aplicação financeira que reúne recursos
Alguns exemplos de fundos de investimentos são: JPM Income Class FI Renda Fixa, Bo-
zano Top Crédito Privado Renda Fixa, FI LP, Legan Low Vol FIM, FIC de FI Votorantim Inflation
Renda Fixa, Saga Tático FIC FIM, dentre outros.
Querendo mais
Para obter mais informações sobre maneiras distintas de financiamen-
tos, acesse o link: <http://www.portaleducacao.com.br/educacao/arti-
gos/35615/fontes-de-financiamentos>.
69
Resumo
Caro aluno, nesta competência, você definiu financiamentos. Compreendeu os princi-
pais elementos dos financiamentos e suas peculiaridades. Você estudou sobre os tipos
de financiamentos mais comuns no Brasil. Teve condições de perceber a importância do
Sistema Financeiro Nacional, sua principal estrutura no cenário de financiamentos, espe-
cialmente quanto ao desenvolvimento econômico e à movimentação financeira no país.
Conseguiu compreender as principais fontes de financiamentos, assim como a descrição
detalhada de cada uma delas. Teve a oportunidade de conhecer melhor como funcionam
as instituições financeiras (bancos públicos e privados), os fundos de investimentos de
maior destaque, assim como as agências de fomento à pesquisa e desenvolvimento que
incentivam os financiamentos no Brasil. Enfim, a partir de agora, você tem informações
mais precisas a respeito das fontes de financiamentos, podendo aplicar no seu dia a dia,
de forma adequada, todos os conhecimentos adquiridos.
Autoavaliação
01. Podemos definir financiamentos como:
a) Meios de aportar recursos de terceiros para serem utilizados, conseguindo apurar fun-
dos e reservas financeiras, assim como aporte de capital para construção.
b) Uma modalidade de operação financeira em que uma instituição, seja ela financeira ou
não, fornece recursos a uma pessoa física ou jurídica com uma finalidade específica de
adquirir um bem.
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
d) Operações financeiras impostas ao tomador de crédito, para que ele possa angariar
recursos através de um agente financeiro.
a) Imóveis e veículos.
b) Eletrodomésticos e aviões.
c) Helicópteros e navios.
d) Caminhões e retroescavadeiras.
70
03. Podemos afirmar que dentro dos elementos do financiamento, o CET se refere à (ao):
d) Taxa que corresponde a todos os encargos e despesas incidentes nas operações de crédito.
b) Instituições acessórias, pois lida com a obrigação de fazer cumprir as exigências da justiça.
Caro aluno, quando você escuta a palavra “investimentos”, o que vem a sua mente?
Ganhar dinheiro, ter rendimentos e obter lucros. Todas essas linhas de pensamento
remetem, de fato, ao significado de investimentos.
Investimentos empresariais
Os investimentos empresariais estão muito associados à aplicação de recursos finan-
ceiros para o aumento da lucratividade dentro das organizações.
Importante
Vou mencionar aqui alguns conceitos importantes para você:
Ações: também conhecidas como títulos nominativos, são papéis que re-
presentam uma parte do capital social de uma empresa. Ao investir em
ações, o investidor se torna sócio da empresa que emitiu essa ação, pas-
sando a correr os riscos dos negócios junto à empresa e tendo participa-
Fomentar: apoiar,
ção nos lucros e prejuízos da mesma;
sustentar, incenti-
var. No sentido fi- Letras de câmbio: é uma ordem de pagamento à vista ou a prazo, sendo
gurado, é estimular
criada através de um ato chamado de saque;
algo adotando os
meios e cuidados Fundos de investimento: é a comunhão de recursos captados de pessoas
necessários para
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Os donos das empresas exercem suas atividades colocando em prática suas ideias para
74
promover o fortalecimento de sua marca, produtos e serviços no mercado, fomentando des-
sa maneira a rentabilidade no futuro.
Rentabilidade: é
o retorno esperado
de um investimen-
to, descontando
Critérios de investimentos
custos, tarifas e
inflação. Fonte:
Partindo do princípio de que os investimentos representam a aplicação de recursos
<https://www. financeiros no presente para se obter um retorno no futuro, torna-se indispensável às em-
trabalhosgratuitos.
com/Humanas/
presas que o gestor financeiro saiba como tomar decisões que irão proporcionar à organi-
Marketing/ zação lucratividade em determinado período de tempo.
Sal%C3%A1rio-
-E-Rentabilida- Para selecionar o tipo de investimento mais adequado a cada empresa, torna-se neces-
de-159529.html>.
Acesso em: 02 de
sário avaliar o fator tempo. O tempo a que me refiro se trata do tempo médio de retorno
mar. de 2016. sobre os investimentos.
Importante
Esse método, no entanto, não pode ser analisado isoladamente, pois quanto menos
dados se tem numa tomada de decisão, menos precisa esta se torna, especialmente na
área de investimentos.
Quando uma empresa realiza um investimento, espera-se que o dinheiro possa ser res-
75
gatado com margem de ganho e num tempo razoável. É por esta razão que os investidores
desejam saber em quanto tempo o investimento inicial será recuperado. Para facilitar o
entendimento desse método, vou expor para você um exemplo prático que foi retirado da
internet e mostra como se calcula o payback.
Investimento Inicial
Fórmula do Payback simples: payback =
Ganho no Período
Sabendo que cada capô tem um custo de R$ 300,00 cada, que são produzidas 20 mil pe-
ças/mês e que o investimento para a aquisição da nova prensa vai custar R$ 2,5 milhões,
qual seria o payback (retorno do investimento)?
Analisando os dados:
2.500.000 (Investimento)
Payback = = 83.333 Peças
30 (Economia por peça)
Veja a seguir:
Payback ano = 83.333 / 240.000 = 0,347 ano (4,16 meses) para o retorno do investimento.
Com ele, você consegue ter uma ideia do grau de liquidez e do risco do projeto;
É um dos métodos mais eficientes para definir se um investimento vale a pena ou não.
Trata-se de uma das ferramentas mais úteis e disponíveis para a tomada de decisões finan-
ceiras no mundo dos negócios.
n FCt
A fórmula para se calcular o VPL é: VLP = ∑
t=0 (1+i)t
Onde:
∑ = Representa a somatória;
n = Número de períodos;
Da mesma forma, exemplifico aqui através de um site que expôs um exemplo prático,
comparando dois tipos distintos de investimentos.
A. Um título do governo que custa R$ 10.000 e rende 12% ao ano, pagando juros semes-
trais durante 2 anos e devolvendo R$ 10.000 ao final do período.
B. Uma cota de fundo imobiliário que paga 0,7% ao mês durante 2 anos e custa R$ 15.000.
Primeiro passo: definir os fluxos (entradas e saídas) de dinheiro.
Investimento A
• Mês 0: – R$ 10.000;
Investimento B:
• Mês 0: – R$ 15.000;
• …
Investimento A:
• Como se trata de um título do governo, podemos adotar uma taxa igual à taxa Selic, que repre-
sentaria a taxa livre de risco da economia. Vamos supor que a Selic seja de 11% ao ano.
Investimento B:
• Como se trata de um fundo imobiliário, que oferece mais risco que o título do governo,
devemos exigir um retorno mais alto. Neste exemplo, usaremos uma taxa 10% mais alta
que a taxa Selic: 12,1% ao ano.
Investimento A:
• Mês 0: – R$ 10.000;
• Mês 6: R$ 569,49 = +R$ 600/[(1+11%)^(6/12)];
Investimento B:
• Mês 0: – R$ 15.000;
• …
Investimento A:
Investimento B:
No exemplo ilustrado, você conseguiu ver nitidamente que o investimento A vale a pena
e o investimento B não vale a pena.
Observe que o investimento A rende 12% ao ano, enquanto que a taxa de desconto
adequada para ele é de 11% ao ano.
Já o investimento B rende 8,7% ao ano, o que é bem menos do que a taxa de desconto
apropriada a ele, no caso de 12,1% ao ano.
Perceba também que se os dois investimentos tivessem dado um Valor Presente Líqui-
do positivo, poderíamos saber qual vale mais a pena, pois teria o maior VPL.
Orçamentos de ca- Taxa Simples de Retorno – representa o lucro esperado de um investimento e, portanto, é
pital: é um proces-
usada em orçamentos de capital para determinar os valores potenciais de investimentos.
so que envolve a
seleção de projetos
É utilizada normalmente para calcular a taxa de desconto que teria um determinado
de investimento e
a quantificação dos fluxo de caixa para igualar a zero seu Valor Presente Líquido, ou seja, é a taxa de retorno
recursos a serem
do investimento em questão.
empregados.
Importante
A TIR é um dos indicadores essenciais para a análise de retorno de proje-
80 tos e a viabilidade econômica dos mesmos. Além disso, a TIR pode ser útil
também se você estiver tentando avaliar um projeto de redução de custos.
Um aspecto que deve ser considerado é que a utilização exclusiva da TIR como
ferramenta de análise pode levar ao equívoco de se aceitar projetos que não remu-
neram adequadamente o capital investido. Por isso, deve ser uma ferramenta com-
plementar à análise.
Qual é a taxa que traz todos os fluxos de caixa ao valor presente, de forma que
a soma destes valores seja zero?
81
Os fluxos de caixa estão no intervalo G5:G10. Calcularemos a TIR deste projeto
na célula G11.
Use a fórmula = TIR (G5:G10). Caso deseje, você pode fornecer um chute inicial
para que o Excel realize o cálculo da TIR, mas ele não é necessário:
Ano 05 R$ 37.000,00
TIR 17%
Fonte: autoria própria (2016).
A TIR de 17% é a taxa de desconto que torna o VPL deste investimento nulo.
Pode ser interpretada também como o retorno esperado deste investimento.
Fonte: <http://franquiasnatalrn.blogspot.com.br/2012/08/analise-de-retorno-
-do-investimento-taxa.html>. Acesso em: 03 de mar. de 2016.
O que procurei fazer aqui foi apresentar, de forma bem explicativa, as ideias centrais
dos métodos mais conhecidos e utilizados para a análise de investimentos, especialmente
para se identificar a viabilidade dos mesmos.
Fonte: <http://www.fxmarketleaders.com/portals/0/Images/Articles/Risk%20
Mgmt%20pt.%202/the-lower-the-risk-better-chan%20just%2070.jpg>. Acesso em: 03 de mar. de 2016.
A análise de investimentos nos últimos tempos nos mostra que existem riscos em decor-
rência de vários fatores, sendo um deles a crise econômica.
A análise de riscos surge a fim de proporcionar uma visão mais assertiva e abrangente
para a tomada de decisões em investimentos que trarão resultados positivos para a empresa.
83
Fonte: <http://m.c.lnkd.licdn.com/mpr/mpr/AAEAAQAAAAAAAAIlAA
AAJDE0Y2QzNjM4LWRmODgtNDYzYS04YzE3LTU3NmMyNjdmZTllNQ.jpg>. Acesso em: 03 de mar. de 2016.
Os resultados que são obtidos por meio do cálculo servem para a empresa avaliar e
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Serve também para que a organização motive a equipe comercial tanto para o aumento
das vendas ou mesmo para um ajuste de metas mais condizentes com a realidade, se
necessário.
A empresa utiliza também a taxa ROI com maior regularidade para cortar despesas des-
necessárias e para aumentar a lucratividade. O cálculo é feito da seguinte forma: subtrai-se
o ganho obtido a partir do investimento pelo investimento inicial e, em seguida, divide-se
esse resultado pelo investimento inicial.
Algo importante a ser observado é que o valor do investimento inicial deve incluir o di-
nheiro gasto em todo o processo e o tempo despendido. Dessa maneira, toda e qualquer
despesa que apareça deve ser incluída para que se tenha um resultado preciso.
Esse é um cálculo muito simples, mas é preciso se lembrar de que o valor do ROI não
está estabelecido como positivo ou negativo. Quem faz o cálculo, nesse caso a empresa
que realizou a ação, é quem determina qual é o valor que deseja alcançar e as margens
dos seus resultados.
85
Fonte: <http://cs629116.vk.me/v629116633/1a167/8qGCE1g8D6k.jpg>.
Acesso em: 03 de mar. de 2016.
O que se espera nesse tipo de análise na verdade é conseguir visualizar, por meio de
projeções financeiras, as possibilidades reais de retorno sobre os possíveis investimentos.
Importante
Existem alguns aspectos que são de suma importância para que a em-
presa possa avaliar se um projeto é viável ou não de ser executado.
Cito-os a seguir:
1- Analisar se a atividade da empresa é rentável ou não;
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Deve-se levar em conta que para cada tipo de negócio, há uma expectativa de retorno.
Cada organização tem sua peculiaridade de acordo com a natureza de sua atividade ou
ramo de atuação. No entanto, é necessário prever uma projeção de receitas que cubram os
custos operacionais da empresa, até que esta possa colher os resultados do investimento
que foi realizado, caso seja decidido assim fazê-lo.
86 É preciso se lembrar também dos custos fixos, tais como: aluguel, salários, energia e
outros. Além disso, há ainda os custos variáveis: comissões de vendas, taxas, impostos etc.
Querendo mais
Para obter mais informações sobre a importância dos critérios de inves-
timentos, pesquise no link: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/
rbe/article/viewFile/75/2900>.
Resumo
Caro aluno, nesta competência você definiu investimentos, principalmente os inves-
timentos realizados por empresas. Você estudou sobre as tendências das empresas no
cenário de investimentos e como os gestores financeiros devem realizar as análises an-
tes de investir em projetos dentro das organizações. Teve condições de perceber a impor-
tância dos critérios para a tomada de decisões em investimentos. Conheceu os métodos
mais utilizados para medir o risco e o retorno das operações de investimentos. Conseguiu
compreender, na prática, como ocorre o retorno sobre investimentos. Teve a oportunidade
Autoavaliação
01. De forma simples, o que significa investimentos:
02. Os métodos mais conhecidos e utilizados quanto aos critérios de investimentos são:
A) Período de Payback, Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR).
88
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Competência
06 89
Definir os tipos
de financiamentos
Definir os tipos
de financiamentos
Na maioria dos financiamentos, são exigidas garantias por parte dos credores (institui-
ções financeiras) para que a conta seja paga de alguma forma.
Financiamentos empresariais
O financiamento empresarial é uma maneira de obter crédito (dinheiro) para investi-
mentos em produção ou para modernização das organizações.
Toda atividade empresarial depende de recursos para financiar suas atividades, seja
por meio de recursos próprios ou de terceiros. Neste caso, de financiamentos provenientes
de instituições financeiras.
É muito comum no Brasil que as empresas não saibam exatamente quais são os valores
de investimentos para o capital de giro e investimentos fixos, antes de contraírem uma
Capital de giro: responsabilidade de financiamento.
é o valor que a
empresa precisa O empresário deve definir, de maneira efetiva e correta, qual é o montante de recursos
para operar, para
que a empresa de fato necessita. Caso não haja uma boa razão ou motivos que justifiquem
realizar a sua ati-
vidade econômica. o financiamento, o melhor mesmo é não contrair obrigações financeiras para a empresa,
Fonte: <http://
pois poderá acarretar sérios problemas no futuro.
capitalsocial.cnt.
br/capital-de-giro-
A melhor forma de analisar essa situação é saber se o financiamento estará visando o
-o-que-e-e-como-
-calcular/>. Acesso crescimento e a ampliação da empresa, assim como o incremento em sua lucratividade.
em: 03 de mar. de
Neste caso, torna-se necessário verificar se a empresa tem condições de assumir o com-
2016.
92 promisso quanto ao pagamento das parcelas do financiamento, para que não comprometa
o seu caixa.
tratado à disposição da empresa. Esse limite é disponibilizado pela instituição financeira. retorno de determi-
93
nado investimento
É válido por um período de 180 dias, geralmente, e pode ser renovado. A empresa contra- esperado pelas
empresas, des-
ente paga juros e uma garantia.
contando tarifas,
custos e inflação.
Fonte: <http://
www.dicionario-
Capital de Giro
informal.com.br/
rentabilidade/>.
É muito utilizado pelas novas empresas que são constituídas e que necessitam de um
Acesso em: 03 de
capital (dinheiro) para custear suas operações. mar. de 2016.
– Financiar suas próprias operações junto a seus clientes, no caso da empresa vender a
prazo;
Contas garanti-
das: são aquelas
– Pagamento de fornecedores e demais despesas relacionadas às atividades da em-
operações de
empréstimo presa, como por exemplo: impostos, salários, contas, energia, telefone dentre ou-
vinculadas a um
tras despesas.
determinado con-
trato de abertura
Em suma, o capital de giro é de fundamental importância para dar continuidade às
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
de crédito em que
o banco concede operações administrativas e comerciais da empresa até que esta possa se tornar autos-
um limite ao clien-
sustentável.
te para que este
possa utilizá-lo,
podendo ser pago
em uma ou mais
Crédito por assinatura
parcelas.
Trata-se de um crédito a ser utilizado pela empresa em que a instituição bancária as-
sume a responsabilidade pela obrigação financeira da empresa, caso esta não consiga
cumpri-la (exemplo: aval, fiança bancária). É cobrado de uma mesma comissão de garan-
tia por um período de três meses.
Aval: conhecido
no mercado como
94 avalista, ou seja, Crédito documentário
aquele que se com-
promete a pagar Nesta modalidade, sob a ordem de uma empresa (o fornecedor), fica sob a respon-
uma dívida ou tí-
tulo de crédito nas
sabilidade de uma instituição bancária colocar à disposição do beneficiário (vendedor) o
mesmas condições montante determinado. Essa transação normalmente é realizada por intermédio de outra
do devedor, caso
este não pague.
instituição bancária – o correspondente.
Fiança bancária:
é um instrumento Factoring
contratual em que
o banco garante de Trata-se de um contrato pelo qual um comerciante ou industrial cede, total ou parcial-
forma total ou par-
cial as obrigações
mente, a uma instituição financeira créditos de vendas feitas a terceiros em troca do pa-
assumidas pela gamento de certa comissão. Quem assume o risco do não recebimento dos créditos é a
empresa, que é
seu cliente perante
instituição financeira.
terceiros.
Sociedades financeiras para a aquisição de crédito
É uma modalidade que envolve as relações entre os bancos. Elas exercem as ativida-
des de financiamento quando adquiridos créditos de bens e serviços, concedendo crédito
direto ao fornecedor e prestando garantias e descontos. A prestação dos serviços se dá de
forma diretamente relacionada aos referidos financiamentos.
Papel comercial
95
Financiamentos a médio e longo prazo
São exemplos de financiamentos de médio e longo prazo aqueles em que a quitação
dos débitos poderá ocorrer a partir de um ano, ou seja, acima de 12 meses. Dentre os mais
conhecidos, destacamos:
Autofinanciamento
Trata-se de todo o dinheiro que a empresa gera em termos de lucratividade. Tal dinheiro
não é distribuído aos sócios, sendo utilizado para financiar as suas próprias atividades e
investimentos futuros. Nesse caso, a empresa garante seu crescimento, faz provisões e
reservas financeiras através da aplicação desses recursos.
Cessões de ativos
Capital de risco
Trata-se de uma modalidade de financiamento utilizada para dar apoio a negócios que
estão iniciando ou em fase de expansão.
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Nesse caso, ocorre a compra de uma participação acionária, que é quando uma em-
presa dá ao colaborador uma fatia de seu negócio, permitindo assim que ele receba uma
parte de seus lucros. Essa participação acionária é geralmente minoritária e temporária,
permitindo a partilha de risco do negócio.
Leasing
Existem algumas vantagens em optar pelo leasing e não por outras opções de financia-
mento. Ele oferece menores taxas de juros e existe também a isenção do Imposto sobre
Operações Financeiras (IOF).
Atividade 01
Você consegue identificar o melhor tipo de financiamento para sua empresa
ou aquela em que você trabalha? Pesquise mais informações no link abai-
xo: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/Qual-o-melhor-
-financiamento-para-o-seu-neg%C3%B3cio%3F>.
Linhas de crédito
Existem no mercado inúmeras linhas de crédito para empresas, cada uma atendendo
uma necessidade específica. Vamos citar algumas:
Microcrédito
Trata-se de um sistema de financiamento de pequenos valores. Normalmente entre R$
3.000 a R$ 5.000, sem garantia real.
Desconto de duplicatas
Trata-se de uma linha de crédito em que o credor antecipa para o devedor valores que
tenha a receber de terceiros, conhecido também no mercado como antecipação de rece-
bíveis.
Crowdfunding 97
É uma nova forma de financiamento usada normalmente para lançar produtos. Nessa
modalidade, o proponente apresenta um projeto ao público, que o adquire antecipadamen-
te ou faz doações para a viabilização do mesmo.
Trata-se de uma nova alternativa para empreendedores brasileiros que buscam captar
recursos para a realização de seus projetos. É algo inovador e já é utilizado com bastante
frequência em países estrangeiros, como nos Estados Unidos, por exemplo.
Querendo mais
No site da Revista Exame, há uma matéria que explica detalhadamente o
Crowdfunding. Acesse: http://exame.abril.com.br/pme/noticias/fenome-
no-do-crowdfunding-ganha-forca-no-brasil>.
Finame
Trata-se de uma modalidade de linha de crédito utilizada por intermédio de instituições
financeiras que são credenciadas junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social).
Financiamento de projetos
Esta linha de crédito é destinada a grandes projetos, como a criação de novas fábricas,
realização de grandes obras, estabelecimento de usinas e também se destina a apoiar o
desenvolvimento de empresas no tocante a sua expansão ou modernização.
Debêntures
98
Trata-se de uma modalidade de financiamento entre empresas.
Nesse tipo de operação, são emitidos títulos de dívida por grandes empresas, compra-
dos por investidores que recebem uma remuneração (juros) pelo valor investido.
As debêntures podem ser emitidas por empresas de Sociedade por Ações (S.A.) de ca-
Escritura de emis- pital aberto ou fechado.
são: é o documen-
to em que estão
descritas todas as
condições sob as A emissão de títulos de dívida acontece quando as empresas ou governos
quais a debênture captam recursos por meio de empréstimos de dinheiro, a partir de acionistas.
será emitida, tais
como: direitos A empresa ou o governo que tomou o dinheiro emprestado (emitindo a dívida)
conferidos pelos se compromete a pagar ao credor (o acionista) uma taxa de juros determinada,
títulos, deveres da
emissora, mon- durante um período definido.
tante da emissão,
quantidade de títu-
los, datas de emis-
são e vencimento, As debêntures podem ser dos tipos conversíveis. Existe a possibilidade de serem con-
condições para a vertidas em participação na empresa, mas há condições preestabelecidas para tal. As
amortização, juros
e remuneração. condições são preestabelecidas de acordo com sua escritura de emissão.
Investimento direto
Trata-se de um financiamento em que é realizado um investimento em empresas, tendo
como troca sua participação na sociedade.
Pode ser feito por pessoas físicas ou por qualquer pessoa jurídica e organizações es-
pecializadas, como as empresas de participações e fundos de investimento. No caso de
pessoa física, o financiamento direto pode ser para adquirir imóveis, carros etc.
Cheque especial
É uma linha de crédito que fica disponível para as empresas em casos de situações
emergenciais e quando o empresário sabe que poderá cobrir os valores utilizados em curto
espaço de tempo.
Os juros são mais altos. Por essa razão, o cheque especial precisa ser liquidado no
menor prazo possível.
Conta garantida 99
Esta linha de crédito é bem parecida com o cheque especial, porém os juros são mais
baixos. Trata-se de uma linha de crédito rotativa que pode ser utilizada pela empresa para
qualquer finalidade.
Essa linha de crédito rotativa é fornecida à empresa com um limite de crédito preesta-
belecido, permitindo que ela gaste até o valor máximo desse limite. Ao realizar o pagamen-
to, o valor pago pela empresa volta a incorporar o limite de crédito novamente.
Nessa modalidade de operação, os juros são pagos sobre o limite que foi pedido pelo
usuário da conta, no caso a empresa.
Empréstimo
Esta linha de crédito é bastante conhecida pelas empresas. Pode ser utilizada para
quaisquer finalidades, pois não há uma destinação específica.
A empresa faz um contrato com a instituição financeira e recebe uma quantia em di-
nheiro que deverá ser devolvida à mesma num prazo determinado, acrescido de juros.
Seja para ampliar as instalações da empresa, investir em modernização ou mesmo para
qualificar os profissionais, esse recurso, sempre que for utilizado com sabedoria, pode tra-
zer benefícios à organização, dando-lhe um novo oxigênio.
Endividamento empresarial
Atualmente, o endividamento é uma realidade presente na grande maioria das empre-
sas brasileiras.
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Qualquer tipo de descuido pode acarretar o fim da companhia. Para não deixar que as
dívidas acabem com o sonho dos empresários, é necessário tomar algumas medidas pre-
ventivas ou mesmo acionar os mecanismos existentes no mercado para que a organização
permaneça viva.
Existem diversas formas de se contornar esse tipo de situação, evitando assim que
a empresa entre num caos financeiro.
1 – Negociar prazos
Fonte: <http://gestaoenegocios.digisa.com.br/upload/imagens
_upload/COMO_NEGOCIAR_PRAZOS_8.jpg>. Acesso em: 03 de mar. de 2016.
Ficar alerta e de olho nos prazos é um dever do gestor para que a empresa atue com
segurança e cumpra com responsabilidade suas obrigações financeiras e empresariais.
Muitos negócios fecham as portas através de endividamentos gerados por falta de cum-
primento dos prazos. Administrar bem o tempo é um fator preponderante em qualquer tipo
de atividade empresarial.
2 – Negociar as dívidas
101
Fonte: <http://intrometendo.com/wp-content/uploads/2013/04/valor-das-d%C3%ADvidas.jpg>.
Acesso em: 03 de mar. de 2016.
Fonte: <http://vocemaisrico.com/wp-content/uploads/2014/07/ouvir.jpg>.
Acesso em: 03 de mar. de 2016.
102
Ouvir o mercado e os clientes tem sido hoje uma das estratégias mais poderosas para
promover o crescimento das empresas e evitar o seu endividamento.
Muitas empresas ainda não ouvem os seus clientes, não sabem da importância dessa
ação, não conhecem as expectativas que os clientes têm em relação a seus produtos e
serviços. Se não mudar de atitude, as empresas vão perder mercado para os concorrentes,
levando a empresa a ter dificuldades, daí surgem os problemas financeiros que iniciam o
ciclo do endividamento.
Muitas vezes, os donos de empresas acabam se perdendo. Seja por falta de ge-
renciamento do tempo ou por descuido, as empresas terminam não atualizando os
métodos de gestão. Talvez a busca por empresas de consultoria especializadas pos-
sa representar uma boa oportunidade para salvar essas organizações em seus em-
preendimentos.
As consultorias servem como uma boa base de apoio quanto ao planejamento estra-
103
tégico da empresa e também podem orientar o empresário na condução do negócio de
maneira sustentável, colocando a empresa no caminho certo para o crescimento.
Curiosidade
Você sabia que a maioria dos contratos de financiamento possui erros no
cálculo dos juros, beneficiando somente os bancos e as financeiras e fa-
zendo com que o consumidor pague mais do que deveria?
Existe o método da Tabela Price, que realiza a aplicação de juros com-
postos, ou seja, juros sobre juros. As financeiras e os bancos usam esse
método, mas de acordo com os especialistas em direito bancário, isso é
uma forma ilegal de cobrança. Isso contraria a Súmula 121, do Supremo
Tribunal Federal, que proíbe expressamente a capitalização de juros
É cabível que seja feita uma revisão judicial do contrato de financiamento para verificar
se existe a possibilidade de redução da parcela. Se isso acontecer, pode-se observar que
essa redução é bem considerável. Isso também irá impedir a busca e a apreensão de um
veículo que por acaso tenha tido seu financiamento pela empresa, por exemplo.
Quem analisa essa situação e responde se a aplicação dos juros foi abusiva é um perito
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Querendo mais
Para obter mais informações sobre o mercado de financiamentos relacio-
nados às empresas, acesse o link: <http://www.portaleducacao.com.br/
contabilidade/artigos/43140/economia-empresarial-financiamento-
-da-empresa>. Acesso em: 03 de mar. de 2016.
104
Resumo
Caro aluno, nesta competência você definiu os financiamentos e a importância dos
mesmos ao serem realizados como investimento para o desenvolvimento empresarial.
Você conheceu a maneira mais prudente de uma empresa aplicar os recursos finan-
ceiros de forma produtiva, diminuindo os riscos. Você estudou os principais tipos de
financiamentos existentes no mercado e a aplicação dos mesmos, de acordo com a
necessidade de cada empresa. Teve condições de perceber que nem sempre o finan-
ciamento é uma boa saída para o desenvolvimento sustentável das organizações, pois
pode acarretar sérios problemas no futuro, quando a falta de recursos compromete o
funcionamento da empresa. Você conheceu as principais linhas de crédito que estão
disponíveis no mercado e teve uma visão mais ampla da finalidade de cada recurso
que é colocado à disposição das empresas. Conseguiu compreender a importância de
a empresa não entrar em endividamento, pois poderá destruir o sonho dos empresá-
rios, transformando-o em pesadelo ao assumir compromissos que não poderão ser sal-
dados e afundando a organização no caos financeiro. Teve a oportunidade de conhecer
os mecanismos de mercado que as empresas devem utilizar para ter saúde financeira
e investir em projetos que visem a sua lucratividade. Enfim, a partir de agora, você
tem condições de tomar decisões mais assertivas no que se refere a financiamentos
empresariais. Poderá aplicar seus conhecimentos de forma efetiva, seja na sua própria
empresa ou na organização onde trabalha.
c) Aquisição de bens ou para custear projetos para o desenvolvimento das atividades em-
presariais.
a) Crédito bancário.
b) Crédito documentário.
c) Capital de risco.
a) Debêntures.
b) Papel comercial.
c) Crédito consignado.
d) Cheque especial.
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
106
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Competência
07 107
Definir análise
de investimentos empresariais
Definir análise
de investimentos empresariais
Chegou a hora de entrarmos na parte mais prática, ou seja, irei demonstrar, no passo-a-
-passo, como elaborar um roteiro de planejamento para os investimentos e de que maneira
podemos identificar o melhor momento para investir, de acordo com o objetivo de cada
empresa. Você vai saber também sobre como são formadas as taxas de juros.
Reflita por um instante: uma empresa ganha mais dinheiro investindo em produ-
ção ou aplicando no mercado financeiro? Se a sua resposta foi “depende”, você acertou!
Mas depende de quê?
Nesse caso, é mais interessante deixar o dinheiro rendendo num banco do que
investir na produção da empresa.
Façamos um paralelo agora. Vamos imaginar um cenário em que a taxa de juros seja
de 0,6% ao mês e que a taxa de retorno para um investimento seja dos mesmos 0,8% do
exemplo citado anteriormente.
110
Todo projeto de investimento dentro de uma empresa deve ser pautado por seus objeti-
vos. “Se você não sabe aonde quer chegar, qualquer caminho serve”. Como já dizia Lewis
Carroll – autor do clássico Alice no país das maravilhas –, essa frase aplica-se perfeitamen-
te a qualquer tipo de organização, independente de seu porte. 111
Antes de realizar um investimento, é preciso saber exatamente qual é o objetivo da em-
presa. Ou seja, o investimento que a empresa fará destina-se a quê?
gastos necessários
para a manuten-
ção das atividades
da empresa, tais
como: salários
dos funcionários,
matéria-prima,
energia aplicada
na produção de
Fonte: <http://www.wrp.pl/sites/default/files/lokata.jpg>. Acesso em: 04 de mar. de 2016.
bens e serviços.
Atividade 01
Você consegue identificar a importância dos investimentos empresa-
riais? Pesquise mais informações no link: <http://www.becocomsaida.
blog.br/2008/12/a-importancia-de-investir-para-crescer/>.
Como são formadas as taxas de juros
A taxa de juros trata-se do custo do dinheiro que é cobrado pelas instituições financeiras
quando emprestam dinheiro às empresas ou quando fazem um financiamento.
Cito um exemplo para que você entenda a composição dos juros cobrados por uma
instituição financeira. A cada R$ 100,00 emprestados pelo banco, há um risco de 2%, em
média, de inadimplência, ou seja, R$ 2,00 é o risco que a instituição tem de não receber
a quantia emprestada. Nesse caso, o banco irá incluir no empréstimo ou financiamento
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
esses 2%.
Obviamente que não há uma regra geral, pois cada tipo de operação financeira tem
características próprias. Dessa maneira, os processos para a definição da taxa de juros
são distintos.
É dessa maneira que as instituições financeiras compensam uma possível falta de pa-
gamento, ou seja, aumentam os juros como forma de proteção à inadimplência.
Por outro lado, quando a taxa SELIC está baixa, favorece a tomada de crédito pelas
empresas, pois ao tomarem dinheiro emprestado ou fazerem financiamentos, fica mais
barato, já que os juros cobrados nessas operações ficam menores.
É por essa razão que os donos de empresas pedem ao governo o corte nas taxas a fim
de viabilizar os investimentos no mercado financeiro ou para investir dentro da própria
organização.
Um exemplo de bons rendimentos quando os juros estão mais altos é o caso das empre-
sas que investem em fundos de investimento ou em títulos públicos, pois estes recebem
Curiosidade
de investidores
(cotistas).
Você sabia que em 1993, após uma sucessão de planos econômicos fra-
cassados nos governos Sarney e Collor, o Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) chegou ao patamar absurdo de 2.477% ao ano?
Naquele tempo, quando o salário do trabalhador caía na conta, começava
Títulos públicos:
uma corrida louca contra o tempo. Era preciso comprar tudo o que fosse são ativos de
possível para estocar em casa antes que o dinheiro perdesse o valor. renda fixa que pos-
115
suem a finalidade
Com o Plano Real, que entrou em vigor no ano seguinte, a alta dos preços de captar recursos
foi gradualmente contida e desde 2005, o IPCA não ultrapassa o teto da para o financia-
mento da dívida
meta em um único ano. pública e de finan-
A política ortodoxa conduzida pela equipe da Presidente Dilma, no entan- ciar atividades do
Governo Federal,
to, tem sido vista no mercado como descuidada com a inflação. como por exemplo:
educação, saúde e
infraestrutura.
116 Autoavaliação
01. Todo empreendimento de sucesso é precedido por um (uma):
c) Bom planejamento.
a) Objetivo do investimento da empresa, quantia para investir e a melhor opção para inves-
tir.
d) Taxa de juros.
117
08
Definir
o fluxo de caixa
Competência
Com certeza, essa empresa teria muitas dificuldades para administrar suas finanças,
concorda? Mas temos um instrumento fantástico, denominado fluxo de caixa, para aju-
dar as empresas em seu planejamento financeiro.
Dessa maneira, será possível apurar o saldo disponível da empresa para que não falte
capital de giro para a movimentação de suas atividades, assim como para a aplicação de
recursos e eventuais gastos que se façam necessários.
Ao elaborar o fluxo de caixa, o empresário terá uma visão de futuro mais apropriada e
conseguirá enxergar claramente a situação financeira da empresa de forma pontual.
Relevânciadofluxodecaixaparainvestimentos
O fluxo de caixa é de grande relevância para qualquer tipo de organização, sejam em-
presas de pequeno, médio ou grande porte.
É uma ferramenta eficaz para o gerenciamento financeiro, pois ajuda a tornar mais
consistente a tomada de decisões para investimentos. Além disso, pode contribuir para
a alocação de recursos sem comprometer a lucratividade da empresa, antecipando
dessa maneira uma possível redução de despesas ao serem analisadas as entradas e
saídas de caixa.
A gestão eficiente de recursos deve fazer parte da cultura organizacional da empresa,
pois é através dela que as medidas preventivas são tomadas para a manutenção de suas
atividades, assim como para se evitar futuros prejuízos ou dificuldades financeiras.
Ao elaborar o fluxo de caixa, deve-se levar em consideração que ele esteja alinhado às
necessidades da empresa, assim como ajustado à realidade da mesma.
É importante ressaltar que o saldo de caixa não indica necessariamente se uma deter-
minada empresa está apurando o lucro ou prejuízo, pois se deve buscar uma confirmação
do saldo final através de conferência do extrato bancário da conta corrente da empresa,
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Não há como medir os resultados da empresa sem antes ter a autenticidade dos dados
financeiros informados.
De acordo com Azevedo (2008), o fluxo de caixa projetado tem como propósito a veri-
ficação da capacidade da empresa de gerar recursos necessários para o custeio de suas
operações. Outro propósito é a determinação do capital de giro do período, bem como de-
terminar o Índice de Eficiência Financeira, que mede os resultados da empresa. Esse fluxo
projetado pode ser de curto ou longo prazo.
No fluxo de curto prazo, as sobras e faltas da empresa são verificadas com informações
que já aconteceram. No de longo prazo, a verificação consiste na capacidade que a empre-
sa tem no autofinanciamento, no controle da movimentação do capital de giro, que é ne-
cessário para determinado período, e também para mostrar o quanto a empresa depende
do capital de terceiros.
Marion (2008, p. 26) diz que "sem o fluxo de caixa fica quase impossível projetar e
planejar-se financeiramente. Sem orçamento (planejamento financeiro) é impossível ter
uma administração sadia". Ele, Marion (2008), salienta que o fluxo de caixa não deve ser
uma preocupação exclusiva da área financeira, mas sim um comprometimento de todos os
setores empresariais.
Havendo alteração nos prazos de fabricação dos produtos por parte da área de produ-
123
ção, haverá também novas alterações nas necessidades de caixa, da mesma forma que os
custos de produção têm reflexos significativos sobre o caixa. Por isso, as decisões de com-
pras devem ser feitas conforme a disponibilidade de caixa, devendo haver uma sincronia
em relação aos fluxos de caixa. Avaliar os prazos concedidos pelos vendedores também é
muito importante para essa administração.
As empresas devem estar atentas às políticas de cobrança, para que elas sejam
mais ágeis e eficientes e permitam colocar recursos financeiros mais rapidamente a
sua disposição.
Outro ponto importante para ser acompanhado é o setor de vendas, que deve manter
um controle das metas de crescimento junto com um controle dos prazos e pagamentos
dos clientes, de forma que não influencie negativamente o fluxo de caixa e que as decisões
que envolvam vendas sejam tomadas após ser feita uma prévia avaliação das implicações
sobre os resultados de caixa, como por exemplo, a verificação do prazo de cobrança, as
despesas com publicidade e propaganda etc.
Deve ser avaliado com cautela e criteriosamente o perfil do endividamento, de forma que
os desembolsos necessários ocorram em conjunto com a geração de caixa da empresa.
Ressalto que é muito importante manter o controle das informações, além de prever
e acompanhar. Atualizar essas informações no processo de gerenciamento das tomadas
de decisão para que, no momento oportuno, a empresa possa fazer uso do fluxo de caixa
como uma ferramenta financeira que auxilie em sua manutenção e crescimento.
Importante
Um detalhe muito importante a ser destacado quanto à implantação do
fluxo de caixa é que não é necessário um investimento em tecnologia
de última geração, nem em softwares de alto custo para aparelhar a
empresa. No entanto, é preciso investir em profissionais habilitados e ca-
pacitados para que a empresa possa ter tranquilidade, obter resultados
satisfatórios e gerar lucro.
124
125
2- Relacionar as despesas estimadas no “contas a pagar”
Fonte: <http://www.porthocontabil.com.br/wp-content/uploads/2013/12/dividas_13_salario_portho_contabil.jpg>.
Acesso em: 04 de mar. de 2016.
O segundo passo é relacionar no campo de “contas a pagar” uma estimativa de despe-
sas que ainda não foram lançadas, tais como: contas de energia, contas de água, impos-
tos, folhas de pagamentos etc.
Fonte: <http://www.aprenderexcel.com.br/imagens/noticia/161/1283-capa.png>.
Acesso em: 04 de mar. de 2016.
126 Todos os valores de recebimentos devem constar no “contas a receber”, tipo: vendas
à vista, vendas a prazo, rendimentos de aplicações financeiras, duplicatas, cheques etc.
Fonte: <http://www.tfhconsulting.com.au/images/iStock_000005745636LowRes.jpg>.
Acesso em: 04 de mar. de 2016.
É importante fazer uma estimativa de vendas à vista, tomando como base a média de vendas
realizadas diariamente. Ter o controle de receitas e despesas irá facilitar bastante essas estimativas.
Não confeccionei uma planilha, pois de acordo com cada tipo de empresa, as informa-
ções diferem umas das outras.
Atividade 01
Você consegue identificar os principais erros ao se implantar um fluxo de
caixa? Pesquise mais informações no link: <http://exame.abril.com.br/
pme/noticias/4-erros-imperdoaveis-no-fluxo-de-caixa-do-seu-negocio>.
127
Acesso em: 04 de mar. de 2016.
Como vimos, o fluxo de caixa é indispensável para o gerenciamento e controle das ativi-
dades financeiras da empresa, pois sinaliza os rumos da organização no tocante às proje-
ções de investimentos do negócio.
Organizar as finanças da empresa é o primeiro passo para que ela possa crescer. Im-
plantar a planilha do fluxo de caixa é o caminho inicial para se atingir esse objetivo.
Querendo mais
Para obter mais informações sobre a importância do fluxo de caixa nas
empresas, acesse o link: <http://www.administradores.com.br/arti-
gos/economia-e-financas/a-importancia-do-fluxo-de-caixa-nas-empre-
sas/58595/>.
Resumo
Caro aluno, nesta competência, você definiu o fluxo de caixa. Notou que se trata de um
instrumento imprescindível para administrar a parte financeira da organização. Estudou
sobre a relevância do fluxo de caixa para a tomada de decisões de investimentos inde-
pendente do porte da empresa. Teve conhecimento dos principais mecanismos para fazer
uma gestão eficiente de recursos a fim de atingir resultados positivos para a organização,
aumentando a lucratividade e evitando prejuízos futuros. Percebeu como é importante a
empresa controlar a movimentação de seu capital de giro por intermédio do fluxo de caixa
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
realizado e projetado, dando-lhe uma visão da entrada e saída de recursos, seja de curto
ou de longo prazo. Conseguiu compreender a importância e abrangência do fluxo de caixa,
sendo utilizado como ferramenta para a manutenção e crescimento da empresa por meio
do gerenciamento financeiro. Conheceu os passos para se implantar um fluxo de caixa
organizado, com as principais informações relacionadas às receitas (recebimentos) e des-
pesas (pagamentos) para sinalizar a empresa em relação às projeções do negócio. Enfim,
você adquiriu uma base para lidar com a parte financeira de qualquer organização. Poderá
utilizar o seu conhecimento em seu próprio negócio ou empresa onde trabalha. Com cer-
teza, você irá contribuir bastante quanto à organização, gestão e desempenho num setor
considerado como o coração da empresa – a área financeira]] FIM
128
Autoavaliação
01. O objetivo do fluxo de caixa é:
129
riscos
09
Definir
Competência
Nesta competência, vamos estudar algo que nos remete diretamente à sobrevivência
Imagine que você sofra de hipertensão, comumente conhecida como pressão alta. É
evidente que você vai precisar tomar alguns cuidados especiais para manter o controle de
sua pressão arterial, concorda?
Veja! A pressão alta ataca o coração, o cérebro e os rins, podendo colocar sua vida em
risco. Se você não tomar cuidado, poderá ser acometido por doenças graves.
Perceba então que para que essas doenças graves não venham a surgir, são necessá-
rias medidas de prevenção à saúde.
Obviamente, não vamos tratar de riscos inerentes a nossa saúde física. Porém, apenas
a título de comparação, quando os cuidados necessários não são tomados antecipada-
mente, a saúde física é afetada, podendo levar à morte.
Nosso objetivo é estudar o tipo de risco que é crucial dentro das organizações: o risco
financeiro.
Administração financeira e gestão de riscos
Não restam dúvidas de que no ambiente empresarial o grande objetivo da administra-
ção financeira é exatamente o de aumentar, o máximo possível, a rentabilidade sobre o
investimento efetuado pelos sócios ou acionistas da empresa.
Isso vai depender de cada tipo de organização, pois os custos que são mapeados serão
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Porém, não basta apenas reduzir despesas ou baixar os custos. É necessário que os
gestores da empresa façam um planejamento capaz de trazer mais dinheiro para a or-
ganização, como por exemplo, aumentando o volume das negociações, realizando uma
melhor gestão de seus recursos, além de outras iniciativas que possibilitem a geração de
lucratividade.
É por essa razão que dizemos que o fator principal para trazer maior rentabilidade para
a empresa é o planejamento e a gestão de riscos.
Mas afinal, o que é gestão de riscos? A gestão de riscos significa tomar medidas de
proteção que tragam o equilíbrio entre custos e riscos.
As decisões tomadas por uma empresa poderão afetar diretamente sua sobrevivência
no mercado. Um bom gestor financeiro precisa acompanhar todos os processos de plane-
jamento e controle dos riscos financeiros.
Mitigar:
Mitigar: diminuir
diminuir
as
as consequências,
consequências, Uma empresa só garante a sua continuidade no mercado se conseguir gerar lucrativida-
reduzir
reduzir o
o impacto,
impacto,
suavizar de, diminuindo perdas e mitigando os riscos.
suavizar um
um dano.
dano.
Fonte:
Fonte: <http://
<http://
www.dicionario- Para que possamos gerir recursos em detrimento dos riscos, é essencial avaliar, contro-
www.dicionario-
informal.com.
informal.com. lar e acompanhar o desempenho financeiro da empresa, assim como identificar os princi-
br/significado/
br/significado/
mitigar/1875/>. pais problemas que afetam o seu crescimento no presente, visando o futuro.
mitigar/1875/>.
Acesso
Acesso em:
em: 04
04 de
de
mar. A maneira mais simples de fazer isso é verificando o fluxo de caixa (entradas e saídas
mar. de 2016.
de 2016.
de dinheiro). Se necessário, deve-se implementar medidas corretivas para que a empresa
tenha condições de aplicar seus recursos para aumentar sua rentabilidade ou mesmo para
reduzir custos, diminuindo os riscos financeiros.
Um dos grandes problemas das empresas de pequeno porte no Brasil é a falta de pla-
nejamento. De acordo com os dados do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas
Empresas (SEBRAE), mais de 70% das micro e pequenas empresas fecham as portas antes
de completarem 05 anos de vida (SEBRAE, 2003).
Sem esse planejamento, não será possível identificar a situação econômica da empre-
sa, projetar novos investimentos nem aproveitar as oportunidades de mercado para cana-
lizar recursos, direcionando-os em prol do crescimento da organização.
135
Atualmente, com a concorrência cada vez mais acirrada no mercado, para que uma
empresa se torne competitiva, não basta simplesmente vender bem escoando sua produ-
ção. É preciso utilizar-se de mecanismos para controlar as finanças, de modo a proteger e
controlar com segurança seus recursos, não expondo tanto ao risco.
Fonte: <https://pp.vk.me/c621424/v621424720/46b1/jZlN_jc6U4c.jpg>.
Acesso em: 03 de fev. de 2015.
Deve-se fazer também uma estimativa de quanto vai entrar de dinheiro para a empresa
e de seus custos fixos e variáveis durante o ano. É sempre bom considerar um cenário
mais pessimista, contando com as incertezas do mercado para não ser surpreendido com
mudanças repentinas na economia do país que possam trazer riscos à organização.
Pronto! Tendo como base todas as informações, é preciso agora lançar na planilha to-
dos os dados, para que se tenha o controle financeiro da empresa.
137
Para que a empresa tenha sucesso financeiro, deve-se manter o equilíbrio entre os gas-
tos e as receitas (dinheiro) que entram.
Os gastos de uma empresa podem ser um custo, uma despesa ou uma perda.
1- Custos
Custo é o dinheiro que determinada empresa gasta para produzir os produtos ou servi-
ços que serão oferecidos aos seus clientes.
Uma empresa que desenvolve softwares (sistemas computacionais), por exemplo, pode
considerar o salário pago aos funcionários que desenvolvem essa atividade como um
custo, pois eles produzem o que será vendido.
Outro exemplo: numa pizzaria, o proprietário precisa comprar produtos dos fornecedo-
res para a fabricação da pizza. A compra desses ingredientes e todos os gastos relacio-
nados ao seu preparo são custos.
2- Despesas
Despesa é o dinheiro que determinada empresa gasta para vender um produto ou ser-
viço para gerar receitas (dinheiro).
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Diferentemente dos custos, as despesas não são gastos utilizados para produzir o que
será oferecido aos clientes.
3- Perdas
As perdas são gastos imprevistos que ocorrem na empresa e que não trazem retorno
algum para a organização.
Alguns exemplos comuns que acontecem com esses tipos de gastos são os seguintes:
138
incêndios, acidentes de trabalho, problemas nos computadores (reparos de emergên-
cia), produtos vencidos no estoque, ou seja, sempre que há desperdício de dinheiro,
ocorre uma perda.
Com essas definições expostas de forma mais clara, agora é possível fazer o controle
de gastos dentro da empresa e também as projeções de entradas e saídas de recursos
com maior precisão, podendo acompanhar as finanças regularmente.
Agora, o momento é de colocar em prática tudo o que foi planejado, ou seja, criar um cro-
nograma em que todas as ações necessárias sejam mapeadas, dividindo-se as tarefas e as 139
responsabilidades de acordo com as competências de cada um dos colaboradores da empresa
que exerçam funções na área financeira, para que se faça conforme o que foi estipulado.
Não podemos deixar o controle efetivo das finanças para depois. Organizar a parte fi-
nanceira é de suma importância para o desenvolvimento empresarial.
Atividade 01
Você consegue identificar o significado de planejamento financeiro no am-
biente organizacional? Pesquise mais informações no link: <http://cascavel.
ufsm.br/revistas/ojs-2.2.2/index.php/contabilidade/article/view/107>.
Classificação de riscos empresariais
Para tratar sobre a classificação de riscos empresariais, existem diversas linhas de pen-
samentos voltados para a gestão de riscos que podem atingir uma organização.
Vamos tomar como base a ideia de Francesco de Cicco, que é um especialista em ge-
renciamento de riscos. Podemos agrupar basicamente a classificação de riscos em riscos
especulativos ou dinâmicos e riscos puros ou estáticos.
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Importante
A diferença principal entre essas duas categorias de risco reside no fato
de que os riscos especulativos envolvem uma possibilidade de ganho ou
uma chance de perda; já os riscos puros envolvem somente uma chance
de perda, não existindo qualquer possibilidade de ganho ou de lucro.
Querendo mais
Para obter mais informações sobre a importância do planejamento e da
gestão de riscos, pesquise no link: <https://endeavor.org.br/3-etapas-pa-
ra-uma-gestao-de-riscos-efetiva/>
Resumo
Caro aluno, nesta competência, você definiu os riscos e suas principais funções no
cenário empresarial. Estudou sobre as medidas de precaução que devem ser tomadas no
que se refere à parte financeira dentro das organizações. Percebeu que no ambiente em-
presarial o grande objetivo da administração financeira é aumentar, o máximo possível, a
rentabilidade sobre o investimento efetuado pelos sócios ou acionistas da empresa. Para
que isso aconteça, é preciso reduzir os custos por intermédio de um planejamento eficiente
e da gestão de riscos. Você observou também que uma boa gestão financeira empresarial
possibilita acompanhar as despesas, controlar receitas e organizar um orçamento, preven-
do cenários futuros para a tomada de decisões inteligentes. Conseguiu compreender os
principais passos para se definir um planejamento financeiro e como colocá-lo em prática.
Conheceu a classificação de riscos empresariais e sua importância na tomada de decisões
estratégicas. Enfim, você tem condições de analisar com maior clareza o desempenho de
uma organização no ambiente de finanças. Tem capacidade para tomar medidas corretivas
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Autoavaliação
01. Em linhas gerais, o risco significa:
143
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Competência
10 145
Definir decisões
de investimentos sob restrições de capital
Definir decisões
de investimentos sob restrições de capital
Imagine que você tenha uma empresa com grandes projetos que, ao serem implanta-
dos, poderão levar sua organização a um patamar de crescimento bem elevado, trazendo
lucratividade e desenvolvimento organizacional.
No entanto, apesar de seus projetos agregarem muito valor a sua companhia, você não
terá como investir em todos eles. Dessa maneira, terá que decidir, por ordem de prioridade
e importância, qual é o projeto que executará no primeiro momento.
147
Isto porque nem sempre há a possibilidade de se investir em todos os projetos e ideias
de uma só vez devido à restrição de capital, seja capital próprio ou de terceiros. Essa limi-
tação de recursos, que é a restrição de dinheiro para ancorar todos os projetos, é o que
chamamos de investimentos sob restrição de capital.
Por essa razão, deve-se priorizar os investimentos que trarão maior rentabilidade aos
sócios e acionistas. É preciso fazer uma avaliação econômica da empresa antes de se de-
finir os tipos de investimentos a serem adotados.
Todas as empresas ativas no mercado visam o lucro, mas é primordial saber como
tomar decisões financeiras com o objetivo de atrair rentabilidade por meio dos inves-
timentos.
Fluxo de caixa – Instrumento de análise
Podemos dizer que o fluxo de caixa é o principal instrumento para a análise de uma
empresa quanto aos aspectos financeiros.
Ele demonstra exatamente o dinheiro que entra (receitas) e o que sai (gastos) do caixa
da empresa.
Aqui é onde temos uma grande observação a fazer, pois nem sempre o fato de ter mui-
to dinheiro entrando no caixa da empresa no momento presente significa que ela esteja
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
sendo lucrativa.
Você não pode dizer que uma empresa que tem um fluxo de recebimento com muitas
vendas a crédito (prazo) está menos rentável que outra com muito dinheiro entrando com
as vendas à vista, pois dependendo do fluxo de recebimentos e dos compromissos assumi-
dos, essa empresa que está recebendo a prazo está mais rentável. Nesse momento, você
deve avaliar os pagamentos e recebimentos em geral, avaliar a origem e onde está sendo
aplicado o dinheiro que transitou pela empresa.
148 O fluxo de caixa poderá ser feito pelo caixa passado, ou seja, pelo que já foi realizado e
pela previsão do caixa, isto é, referindo-se a um período futuro ou considerando o passado.
Nesse caso, serão realizados os ajustes dos recursos a serem utilizados no futuro, por-
tanto, lucro ou prejuízo. Isso vai depender do período a ser considerado nos lançamentos,
assim como os compromissos já assumidos pela empresa.
É possível, portanto, projetar para períodos futuros todas as entradas e saídas de di-
nheiro, indicando inclusive o saldo de caixa final para o período projetado.
Este instrumento facilita a vida da empresa, pois é possível saber exatamente quais
são os valores a pagar, as obrigações assumidas, os valores a receber e qual é a diferença
entre recebimentos e pagamentos, ou seja, permite saber o saldo e o valor disponível que
ela possui.
Quando analisamos o fluxo de caixa, caso o saldo seja negativo, significa que a empresa
tem mais gastos que recebimentos. Nesse caso, o gestor terá que rever esses gastos para
conseguir aumentar a entrada de recursos financeiros (dinheiro) na empresa. Agora, se a
empresa possuir um saldo positivo, indica que está conseguindo honrar com suas obriga-
Visão analítica:
ções, pagando seus compromissos e ainda tendo disponibilidade financeira.
é algo que se
Consegue perceber que o fluxo de caixa é um recurso fundamental para os gestores? realiza por meio
de análise, exame:
É através dele que se consegue saber com exatidão a real situação financeira da empre- método analítico.
Diz-se de quem
sa e, com base nesse resultado, decidir o melhor caminho a trilhar. age por análise;
Para realizar a análise, você encontra os dados nos registros contábeis, que demons-
tram várias informações que serão o suporte para suas avaliações. Nesses registros, você
encontrará os principais pagamentos e recebimentos da empresa, as mudanças no es-
Variação de
toque, as contas a receber e a pagar, os ajustes que foram feitos em algumas vendas,
caixa: trata-se da
os custos empresariais e outros pontos importantes. (Fonte: <http://ynvestimentos.com. inconstância ou 149
oscilação de caixa
br/2014/01/fluxo-de-caixa/>. Acesso em: 03 de fev. de 2016).
da empresa.
Método indireto
No método indireto, você consegue chegar à variação de caixa, mas com menos rique-
za de detalhes e informações. Ele é determinado quando se faz o ajuste do lucro líquido
ou prejuízo, no que diz respeito aos efeitos de mudanças que ocorreram no período dos
estoques e das contas a pagar e a receber, bem como nos impostos deferidos, variações
ou flutuações cambiais e provisões, ou seja, nos itens que não afetam o caixa. Impostos defe-
ridos: são os
valores de imposto
sobre a renda a
Orçamento de capital e decisão de pagar em períodos
Por essa razão, o orçamento de capital torna-se uma ferramenta de suma importância
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
150
Atividade 01
Você consegue identificar a importância das decisões de investimentos?
Pesquise mais informações no link: <http://www.convibra.com.br/uplo-
ad/paper/adm/adm_1271.pdf>
Tipos de investimentos
Os tipos de investimentos a serem adotados por uma empresa dependerão do projeto
que será executado e do momento pelo qual a organização está passando.
Fonte: <http://investsmart.com.br/wp-content/uploads/2015/03/Cursos1.jpg>.
Acesso em: 03 de fev. de 2016.
Os investimentos com restrição orçamentária são aqueles que acontecem devido à re-
jeição de outro, pois a aceitação de um projeto causa a rejeição do outro, ou seja, eles
acontecem em detrimento das restrições orçamentárias, porque os recursos orçamentá-
rios demandados estão acima do alcance da empresa.
152
Fonte: <https://lh3.googleusercontent.com/eRqVDywbALUKl14qN7YDLMUuAa-z6mItt
HHEOIX3bFXRXlx3Yfy4sO2Gt18qwyy6RIiB=s170>. Acesso em: 03 de fev. de 2016.
3- Quando a execução de uma proposta só pode ser feita com a execução simultânea
de outra.
Investimentos mutuamente excludentes
Querendo mais
Para obter mais informações sobre os projetos de investimentos na em-
presa, pesquise no link: <http://www.administradores.com.br/shopping/
livros/projetos-de-investimento-na-empresa/3088/>.
Resumo
Caro aluno, chegamos ao término desta competência e você definiu as decisões de in-
vestimentos sob restrições de capital. Aprendeu a importância de fazer uma análise prévia
do fluxo de caixa antes da tomada de decisão em investimentos. Estudou que o grande
objetivo da empresa é a maximização da riqueza dos sócios e seus acionistas, devendo-se
dar prioridade aos investimentos que trarão maior rentabilidade. Percebeu que os projetos
a serem desenvolvidos dentro de uma organização deverão estar numa escala orçamen-
tária, na qual os recursos a serem destinados para executá-los possam ser utilizados de
forma coerente, com o menor grau de risco possível. Você consolidou seus conhecimentos
a respeito do fluxo de caixa e sua primordial função, que é ser uma ferramenta de gestão
financeira utilizada dentro da empresa para controlar a movimentação de entrada e saída
de dinheiro num determinado período de tempo. Entendeu que a decisão de investimentos
e o orçamento de capital estão diretamente ligados à saúde financeira da empresa, sendo
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
estratégicos para a organização. Uma falha nesse processo pode trazer um grande prejuízo
para a empresa, chegando até mesmo a ser irreversível. Conseguiu compreender que tipos
de investimentos a serem adotados por uma empresa dependerão do projeto a ser execu-
tado, adequando-os às necessidades de cada organização. Enfim, você tornou-se capaz de
tomar decisões mais assertivas em relação aos investimentos empresariais. Você conse-
guiu analisar o cenário econômico de forma mais ampla e indicar o melhor caminho que
sua empresa ou a empresa onde trabalha deverá seguir, contribuindo significativamente
para o seu crescimento e progresso através de sua competência profissional.
Autoavaliação
01. O fluxo de caixa é o principal instrumento que a empresa tem para:
154
a) Investir, a longo prazo, no passivo da empresa através de capital estrangeiro.
c) Verificar apenas quanto a empresa gasta mensalmente nas suas operações corpo-
rativas.
155
Referências
AZEVEDO, O. R. Demonstração dos fluxos de caixa e do valor adicionado. São Paulo:
IOB, 2008.
FARACHE, Arthur. Comitê de crédito o que é? Como funciona sua análise? Intoo blog
[online], [S.l.], 04 nov. 2014. Disponível em: <intoo.com.br/blog/comite-credito-o-que-e-
-como-funciona/>. Acesso em: 07 de mar. de 2016.
MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 8ª. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
RIBEIRO, José Adriano Candido; BATHKE, Poliana Aranha; SANTOS, Aparecida da Penha
dos. O orçamento de capital na decisão de investimento das empresas de Campo Mou-
rão. In: CONGRESSO CIENTÍFICO DA REGIÃO CENTRO-OCIDENTAL DO PARANÁ, 4ª., 2016,
Campo Mourão, PR. Anais... Campo Mourão, PR: Faculdade Integrado de Campo Mourão,
2011. Disponível em: <http://www.grupointegrado.br/conccepar2011/?action=anais_
resumo&id=509>. Acesso em: 03 de fev. de 2016.
ROSA, Everton Carsten da. O fluxo de caixa nas micros e pequenas empresas. ECR
consultoria [online], [S.l.], 2012[?]. Disponível em: <http://www.ecrconsultoria.com.br/
biblioteca/artigos/gestao-financeira/o-fluxo-de-caixa-nas-micros-e-pequenas-empresas>.
Acesso em: 07 de mar. de 2016.
157
Gabarito
Autoavaliação
Competência 01 Competência 06
1. c 1. c
2. a 2. b
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
3. b 3. b
4. a 4. a
Competência 02 Competência 07
1. a 1. c
2. c 2. a
3. b 3. d
4. a 4. c
Competência 03 Competência 08
1. d 1. a
2. b 2. b
3. a 3. d
158 4. c 4. c
Competência 04 Competência 09
1. b 1. d
2. a 2. a
3. d 3. c
4. c 4. b
Competência 05 Competência 10
1. b 1. b
2. a 2. c
3. a 3. d
4. c 4. a
Análise de crédito, Financiamento e Investimento
Conheça o autor
Ricardo Elias Elnour
Assistente Graduado DC Training System USA; Especialista em Administração e Plane-
jamento de Recursos Humanos; Coordenador do MBA Executivo em Mercado Financeiro
na Universidade Potiguar - UNP; Prof. de Pós-graduação na área Financeira e Comercial;
Docente no curso de Ciências Contábeis, Gestão Comercial, MKT e Administração, em que
ministra as disciplinas de Economia, Finanças Empresariais, Gestão Financeira, Mercado de 159
Capitais e Derivativos, e Análise de Investimentos. Atua como consultor na área de planeja-
mento financeiro e estratégia empresarial, palestrante e autor dos e-books: 100 Pequenos
negócios pra você escolher e começar já! e Treinamento de liderança para gestores.