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DIREITO

CONTRATUAL
PROF: THAMIRIS CERES
CONTRA
TO DE
EMPRÉS
TIMO
CONTRATO DE EMPRÉSTIMO
 O contrato de empréstimo pode ser conceituado como o negócio
jurídico pelo qual uma pessoa entrega uma coisa a outra, de forma
gratuita, obrigando-se esta a devolver a coisa emprestada ou outra
de mesma espécie e quantidade.
ESPÉCIES
 Comodato – empréstimo de bem infungível e inconsumível, em que a coisa
emprestada deverá ser restituída findo o contrato (empréstimo de uso).

 Mútuo – empréstimo de bem fungível e consumível, em que a coisa é


consumida e desaparece, devendo ser devolvida outra de mesma espécie e
quantidade (empréstimo de consumo).
DO COMODATO OU
EMPRÉSTIMO DE USO
 alguém entrega a outra pessoa uma coisa infungível, para ser
utilizada por um determinado tempo e devolvida findo o contrato.
Por razões óbvias, o contrato pode ter como objeto bens móveis ou
imóveis, pois ambos podem ser infungíveis (insubstituíveis).
PARTES - COMODATO
 Comodante
 Comodatário
 Coisa infungível
COMODATO
 Personalíssimo
 Gratuito
 Art. 584. O comodatário não poderá jamais recobrar do
comodante as despesas feitas com o uso e gozo da coisa
emprestada.
 o comodatário pagará as despesas ordinárias (p. ex., taxa de luz, água e lixo,
IPTU, abastecimento de veículo, lubrificação de máquinas, conserto de
fechadura, troca, de vidro trincado) feitas com o uso e gozo do bem dado em
comodato, não podendo recobrá-las do comodante (RT 481/177), mas poderá
cobrar os dispêndios não relacionados com a fruição daquele bem (p. ex.,
multa por edificação irregular da casa emprestada) e as despesas
extraordinárias e necessárias feitas em caso de urgência, podendo reter a coisa
emprestada até receber o pagamento dessas despesas, por ser possuidor de boa-

COMODATO
 Personalíssimo
 Gratuito
 Não solene
 Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não
fungíveis. Perfaz-se com a tradição do objeto.
LIMITAÇÕES AO
COMODATO
 Art. 580. Os tutores, curadores e em geral todos os
administradores de bens alheios não poderão dar em
comodato, sem autorização especial, os bens confiados à
sua guarda.
PRAZO DE USO
 Art. 581. Se o comodato não tiver
prazo convencional, presumir-se-
lhe-á o necessário para o uso
concedido; não podendo o
comodante, salvo necessidade
imprevista e urgente, reconhecida
pelo juiz, suspender o uso e gozo
da coisa emprestada, antes de
findo o prazo convencional, ou o
que se determine pelo uso
outorgado.
 Art. 582. O comodatário é obrigado a conservar, como se sua própria
fora, a coisa emprestada, não podendo usá-la senão de acordo com o
contrato ou a natureza dela, sob pena de responder por perdas e danos.
O comodatário constituído em mora, além de por ela responder, pagará,
até restituí-la, o aluguel da coisa que for arbitrado pelo comodante.

 obrigação de fazer – guardar e conservar a coisa;

 obrigação de não fazer – não desviar o uso da coisa do convencionado ou da


natureza da coisa.
 Apelação cível. Direito privado não especificado. Ação ordinária de
cobrança. Contrato de comodato. Freezer. Perda da coisa sob a
guarda do comodatário. Dever de ressarcir reconhecido. Exegese do
art. 582 do Código Civil. Nos termos do art. 582 do Código Civil, o
comodatário é obrigado a conservar, como se sua própria fora, a
coisa emprestada, pena de responder por perdas e danos.
Responsabilidade reconhecida no caso, diante do fato de o
comodatário ter fechado seu estabelecimento comercial sem
proceder à devolução do freezer dado em comodato, tornando-o
suscetível de ser objeto de furto. Recurso de apelação ao qual se
nega provimento” (TJRS, Apelação Cível 70033049800, 18.ª
Câmara Cível, Capão da Canoa, Rel. Des. Pedro Celso Dal Pra, j.
26.11.2009, DJERS 02.12.2009, p. 83)
 Art. 583. Se, correndo risco o objeto do comodato
juntamente com outros do comodatário, antepuser este a
salvação dos seus abandonando o do comodante,
responderá pelo dano ocorrido, ainda que se possa atribuir a
caso fortuito, ou força maior.
RESPONSABILIDADE
SOLIDÁRIA
 Art. 585. Se duas ou mais pessoas forem simultaneamente
comodatárias de uma coisa, ficarão solidariamente
responsáveis para com o comodante.
DO MÚTUO OU EMPRÉSTIMO
DE CONSUMO
 Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O
mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele
recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade.
PARTES
 Mutuante
 Mutuário
 Bens móveis fungíveis
MÚTUO
 Unilateral
 Gratuito (salvo o mutuo oneroso)
 Temporário
 Informal ou não solene
TRADIÇÃO
 Art. 587. Este empréstimo
transfere o domínio da coisa
emprestada ao mutuário,
por cuja conta correm todos
os riscos dela desde a
tradição.
MÚTUO A
MENOR DE
IDADE
 Art. 588. O mútuo feito
a pessoa menor, sem
prévia autorização
daquele sob cuja
guarda estiver, não
pode ser reavido nem
do mutuário, nem de
seus fiadores.
MÚTUO A MENOR DE IDADE
 Art. 589. Cessa a disposição do artigo antecedente:
 I - se a pessoa, de cuja autorização necessitava o mutuário para
contrair o empréstimo, o ratificar posteriormente;
 II - se o menor, estando ausente essa pessoa, se viu obrigado a
contrair o empréstimo para os seus alimentos habituais;
 III - se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho. Mas, em tal
caso, a execução do credor não lhes poderá ultrapassar as forças;
 IV - se o empréstimo reverteu em benefício do menor;
 V - se o menor obteve o empréstimo maliciosamente.
 Anulatória de negócio jurídico c.c. reparação de danos morais.
Cerceamento de defesa. Inocorrência. Dilação probatória desnecessária.
Menor relativamente incapaz que contratou empréstimo automático em
terminal eletrônico. Contrato de abertura de conta-corrente assinado
por seu genitor, com cláusula validando o empréstimo contratado nessa
modalidade. Validade do negócio jurídico. Mútuo que beneficiou o
Apelante (artigos 588 e 589, inc. IV, do Código Civil). Negativação em
razão da inadimplência da obrigação. Exercício regular de direito.
Inocorrência de danos morais. Litigância de má-fé. Alteração da
verdade dos fatos e busca de objetivo ilegal (enriquecimento sem
causa). Hipóteses do art. 17 do CPC caracterizadas. Prejudicada a
questão da justiça gratuita. Sentença mantida na íntegra. Recurso não
provido” (TJSP, Apelação 9141927-20.2008.8.26.0000, Acórdão
5983089, 12.ª Câmara de Direito Privado, Presidente Prudente, Rel.
Des. Tasso Duarte de Melo, j. 13.06.2012, DJESP 02.07.2012).
MÚTUO DE DINHEIRO OU
FENERATÍCIO
MÚTUO DE
DINHEIRO
 Art. 591. Destinando-se o
mútuo a fins econômicos,
presumem-se devidos juros,
os quais, sob pena de
redução, não poderão exceder
a taxa a que se refere o art.
406, permitida a capitalização
anual.
 Art. 406. Quando os juros moratórios não forem
convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando
provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a
taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de
impostos devidos à Fazenda Nacional.
STJ
 Súmula 382 STJ - A estipulação de juros remuneratórios superiores a 12%
ao ano, por si só, não indica abusividade.
 Súmula 379 do STJ - Limitação dos juros moratórios: Os juros de mora,
quando previamente pactuados, podem ser convencionados à taxa de 1%
ao mês. Neste sentido: Os juros moratórios podem alcançar até 12% ao
ano, quando pactuados.
 Súmula 530 STJ - Nos contratos bancários, na impossibilidade de
comprovar a taxa de juros efetivamente contratada - por ausência de
pactuação ou pela falta de juntada do instrumento aos autos -, aplica-se a
taxa média de mercado, divulgada pelo Bacen, praticada nas operações da
mesma espécie, salvo se a taxa cobrada for mais vantajosa para o devedor.
MÚTUO DE DINHEIRO
 Art. 590. O mutuante pode exigir garantia da restituição, se
antes do vencimento o mutuário sofrer notória mudança em
sua situação econômica.
PRAZO
 Art. 592. Não se tendo convencionado expressamente, o
prazo do mútuo será:
 I - até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos
agrícolas, assim para o consumo, como para semeadura;
 II - de trinta dias, pelo menos, se for de dinheiro;
 III - do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de
qualquer outra coisa fungível.

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