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COMODATO

Temos como partes:

COMODANTE - COMODATÁRIO
Dono da coisa Beneficiário do empréstimo

CONCEITO: Trata-se de empréstimo gratuito de coisas infungíveis (insubstituíveis), que se


perfaz com a tradição da coisa. Como exemplos, podemos citar o empréstimo de seu apartamento
gratuitamente para alguém ou o modem para utilização de TV a cabo.

Trata-se de um contrato unilateral, gratuito, típico, paritário/adesão, real, informal, não solene e
personalíssimo, principal e definitivo.

Pode ser estipulado com encargo, também conhecido como COMODATO MODAL, a exemplo
de fabricantes que emprestam prateleiras, refrigeradores e dispositivos de divulgação a fim de que
o comerciante exponha e venda os produtos de sua fabricação ou exigindo-lhe que comercialize
apenas sua marca.

Em relação ao TEMPO, o contrato de comodato é por tempo determinado. Contudo, não sendo
assinalado prazo, presume-se que o tempo corresponde ao quanto necessário para uso.
Art. 581 do CC/02: Se o comodato não tiver prazo convencional, presumir-se-
lhe-á o necessário para o uso concedido; não podendo o comodante, salvo
necessidade imprevista e urgente, reconhecida pelo juiz, suspender o uso e
gozo da coisa emprestada, antes de findo o prazo convencional, ou o que se
determine pelo uso outorgado.

A lei prevê a necessidade de autorização especial


Art. 580 do CC/02: Os tutores, curadores e em geral todos os administradores
de bens alheios não poderão dar em comodato, sem autorização especial, os
bens confiados à sua guarda.

Em relação aos direitos e obrigações das partes, é possível citar:


Art. 582 do CC/02: O comodatário é obrigado a conservar, como se sua
própria fora, a coisa emprestada, não podendo usá-la senão de acordo com o
contrato ou a natureza dela, sob pena de responder por perdas e danos. O
comodatário constituído em mora, além de por ela responder, pagará, até
restituí-la, o aluguel da coisa que for arbitrado pelo comodante.
Art. 583 do CC/02: Se, correndo risco o objeto do comodato juntamente com
outros do comodatário, antepuser este a salvação dos seus abandonando o do
comodante, responderá pelo dano ocorrido, ainda que se possa atribuir a caso
fortuito, ou força maior.
Art. 584 do CC/02: O comodatário não poderá jamais recobrar do comodante
as despesas feitas com o uso e gozo da coisa emprestada.
Art. 585 do CC/02: Se duas ou mais pessoas forem simultaneamente
comodatárias de uma coisa, ficarão solidariamente responsáveis para com o
comodante.

A EXTINÇÃO DO CONTRATO DE COMODATO poderá ser realizada face a extinção


natural do contrato, pela vontade da partes ou por inadimplemento contratual, como se trata de
um contrato personalíssimo, se extingue com a morte de um dos contratantes.
MÚTUO

Temos como partes:

MUTUANTE - MUTUÁRIO
Cedente da coisa Beneficiário do empréstimo

CONCEITO: O mútuo consiste em um “empréstimo de consumo”, ou seja, trata-se de um


negócio jurídico unilateral, por meio do qual o mutuante transfere a propriedade de um objeto
móvel fungível ao mutuário, que se obriga à devolução, em coisa do mesmo gênero, qualidade e
quantidade.
É importante, pois, que fixemos este ponto: enquanto comodato tem por objeto coisas infungíveis
(empréstimo de uso); o mútuo tem por objeto coisas fungíveis (empréstimo de consumo).1

Trata-se de um contrato unilateral, gratuito ou oneroso (quando se cobra juros moratórios), típico,
paritário/adesão, real, informal, não solene e personalíssimo, principal e definitivo.
A hipótese do mútuo oneroso está autorizada pelo art. 591 do Código Civil. Vejamos:
Art. 591 do CC/02: Destinando-se o mútuo a fins econômicos, presumem-se
devidos juros, os quais, sob pena de redução, não poderão exceder a taxa a
que se refere o art. 406 , permitida a capitalização anual.

Em relação aos RISCOS DA COISA EMPRESTADA, tem-se que:


Art. 587. Do CC/02: Este empréstimo transfere o domínio da coisa emprestada
ao mutuário, por cuja conta correm todos os riscos dela desde a tradição.

Em relação ao TEMPO, o contrato de mútuo é por tempo determinado. Contudo, não sendo
assinalado prazo, presume-se que:
Art. 592 do CC/02: Não se tendo convencionado expressamente, o prazo do
mútuo será:
I - até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos agrícolas, assim para o
consumo, como para semeadura;
II - de trinta dias, pelo menos, se for de dinheiro;
III - do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de qualquer outra
coisa fungível.

1
Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona Filho, Manual de direito Civil.
Em relação ao MÚTUO FEITO À INCAPAZ, a lei prevê algumas medidas excepcionais em
atenção a princípios como a boa-fé objetiva. Vejamos:
Art. 588. O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização daquele sob
cuja guarda estiver, não pode ser reavido nem do mutuário, nem de seus
fiadores.
Art. 589. Cessa a disposição do artigo antecedente:
I - se a pessoa, de cuja autorização necessitava o mutuário para contrair o
empréstimo, o ratificar posteriormente;
II - se o menor, estando ausente essa pessoa, se viu obrigado a contrair o
empréstimo para os seus alimentos habituais;
III - se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho. Mas, em tal caso, a
execução do credor não lhes poderá ultrapassar as forças;
IV - se o empréstimo reverteu em benefício do menor;
V - se o menor obteve o empréstimo maliciosamente.

Por fim, a lei autoriza o mutuante a exigir garantia da restituição, nos termos do art. 590 do Código
Civil, sendo prudente também invocar a exceção do contrato não cumprido, insculpido no art. 477
do mesmo Diploma Legal:
Art. 590 do CC/02: O mutuante pode exigir garantia da restituição, se antes
do vencimento o mutuário sofrer notória mudança em sua situação econômica.
Art. 477 do CC/02: Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das
partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou
tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à
prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê
garantia bastante de satisfazê-la.

A EXTINÇÃO DO CONTRATO DE MÚTUO poderá ser realizada face a extinção natural do


contrato, pela vontade da partes ou por inadimplemento contratual, como se trata de um contrato
personalíssimo, se extingue com a morte de um dos contratantes.

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