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CORRETAGEM

Temos como partes:

COMITENTE - CORRETOR

CONCEITO: O contrato de corretagem é o negócio jurídico por meio do qual uma pessoa, não
vinculada a outra em decorrência de mandato, de prestação de serviços ou por qualquer outra
relação de dependência, se obriga a obter para a segunda um ou mais negócios, conforme as
instruções recebidas.
É como se o corretor, em linguagem simples e direta, tivesse a precípua tarefa de aproximar duas
outras partes com o propósito de que as mesmas celebrem determinado contrato.1
Os exemplos mais comuns são os corretor de imóveis, de automóveis, de seguros, de obras de
arte, etc.

A corretagem não se confunde com o contrato de mandato ou prestação de serviço, tendo em vista
que tem como objeto uma obrigação de resultado, que só se aperfeiçoa com a realização do
negócio, tanto é que sua remuneração (comumente chamada de comissão) só é devida se o
negócio se concretizar.

Também não se confunde com o contrato de comissão, pois o corretor não age em nome do
comitente, tendo apenas a função de aproximar as partes para celebração do negócio, portanto,
não há representação nem poder decisório.

Trata-se de um contrato bilateral, oneroso, típico, aleatório, paritário/adesão, consensual,


informal, não solene, personalíssimo ou impessoal, acessório e definitivo.

Existem DUAS MODALIDADES conhecidas pelo Direito Brasileiro. São elas:


A) OFICIAL: A corretagem oficial é aquela praticada por corretores investidos de ofício
público, gozando de prerrogativas inerentes ao exercício de tal munus, como, por
exemplo, a fé pública. Exigem-se requisitos especiais para exercê-la, estabelecidos em
normas específicas de diversas naturezas;
B) LIVRE: pode ser praticada por qualquer pessoa capaz, que exerce o ofício de
intermediador continuadamente, não dependendo de designação oficial.

1
Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona Filho, Manual de Direito Civil.
Vale dizer que além do Código Civil, existem leis especiais regulando a corretagem como a de
imóveis (Lei n° 6.530/78), e de seguros (Lei n° 4.594/64).

Em relação aos direitos e deveres das partes envolvidas no contrato, pode-se destacar:
A) OBRIGAÇÃO DO CORRETOR:
Art. 723 do CC/02: O corretor é obrigado a executar a mediação com
diligência e prudência, e a prestar ao cliente, espontaneamente, todas as
informações sobre o andamento do negócio.
Parágrafo único. Sob pena de responder por perdas e danos, o corretor
prestará ao cliente todos os esclarecimentos acerca da segurança ou do risco
do negócio, das alterações de valores e de outros fatores que possam influir
nos resultados da incumbência.
B) REMUNERAÇÃO DO CORRETOR:
Art. 724 do CC/02: A remuneração do corretor, se não estiver fixada em lei,
nem ajustada entre as partes, será arbitrada segundo a natureza do negócio e
os usos locais.
Art. 725 do CC/02: A remuneração é devida ao corretor uma vez que tenha
conseguido o resultado previsto no contrato de mediação, ou ainda que este
não se efetive em virtude de arrependimento das partes.
Art. 726 do CC/02: Iniciado e concluído o negócio diretamente entre as
partes, nenhuma remuneração será devida ao corretor; mas se, por escrito, for
ajustada a corretagem com exclusividade, terá o corretor direito à
remuneração integral, ainda que realizado o negócio sem a sua mediação,
salvo se comprovada sua inércia ou ociosidade.
Art. 727 do CC/02: Se, por não haver prazo determinado, o dono do negócio
dispensar o corretor, e o negócio se realizar posteriormente, como fruto da sua
mediação, a corretagem lhe será devida; igual solução se adotará se o negócio
se realizar após a decorrência do prazo contratual, mas por efeito dos trabalhos
do corretor.
Art. 728. Se o negócio se concluir com a intermediação de mais de um
corretor, a remuneração será paga a todos em partes iguais, salvo ajuste em
contrário.

A EXTINÇÃO DO CONTRATO poderá ser realizada face a extinção natural do contrato, pela
vontade da partes ou por inadimplemento contratual, em regra, como se trata de um contrato
personalíssimo é extinto com a morte de um dos contratantes.

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