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 CONTRATO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Os honorários advocatícios contratuais, também conhecidos como honorários


convencionais, são aqueles que são estabelecidos entre o advogado e seu cliente de comum
acordo, seja antes do início do processo ou em razão de serviços de consultoria prestados. É
ideal que os honorários convencionais sejam sempre pactuados previamente e por escrito,
por meio de um contrato. O estabelecimento prévio e formal dos honorários advocatícios
contratuais traz segurança tanto para o advogado quanto para o cliente.
Além disso, os honorários advocatícios contratuais podem ser fixos ou variáveis, ou seja,
podem ser estabelecidos um valor fixo para o serviço prestado ou um percentual sobre o
valor da causa. A escolha do tipo de honorário depende do caso concreto e das negociações
entre o advogado e seu cliente.
Segundo o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil, o advogado que
recebeu um substabelecimento com reserva de poderes não pode cobrar honorários sem a
intervenção daquele que lhe concedeu o substabelecimento.
Ademais, o Código de Ética e Disciplina da Advocacia não estabelece uma forma especial
para os contratos de prestação de serviços de advocacia, devendo estes apenas evidenciar
de maneira clara e precisa o seu objeto, os honorários ajustados, a forma de pagamento, a
extensão do patrocínio, esclarecendo se este abrangerá todos os atos do processo ou
limitar-se-á a determinado grau de jurisdição, além de dispor sobre a hipótese de a causa
encerrar-se mediante transação ou acordo.

 CLÁUSULA QUOTA LITIS


A cláusula quota litis é uma cláusula contratual que estabelece a fixação dos honorários
advocatícios com base no resultado financeiro obtido pelo cliente na causa. Ou seja, o
advogado será remunerado somente em caso de sucesso no processo, não recebendo nada
em caso de derrota. Embora seja comum em áreas específicas do direito, deve ser tratada
como exceção à regra.
Os advogados que optarem por essa modalidade de contratação devem tomar cuidado e
seguir o disposto no Art.50 do Código de Ética e Disciplina da Advocacia:
Na hipótese da adoção de cláusula quota litis, os honorários devem ser necessariamente
representados por pecúnia e, quando acrescidos dos honorários de sucumbência, não
podem ser superiores às vantagens advindas a favor do cliente.
§ 1º A participação do advogado em bens particulares do cliente só é admitida em caráter
excepcional, quando esse, comprovadamente, não tiver condições pecuniárias de
satisfazer o débito de honorários e ajustar com o seu patrono, em instrumento contratual,
tal forma de pagamento.
§ 2º Quando o objeto do serviço jurídico versar sobre prestações vencidas e vincendas, os
honorários advocatícios poderão incidir sobre o valor de umas e outras, atendidos os
requisitos da moderação e da razoabilidade.
Importante destacar que em contratos com essa cláusula a legislação veda que o advogado
receba mais do que o cliente, limitando assim o valor máximo que pode ser previsto em um
contrato de honorários com cláusula quota litis em 50% do êxito.
Entretanto, na prática, tribunais têm entendido que percentuais próximos a 50% são
abusivos e têm reduzido a remuneração para cerca de 30%. Além disso, é importante
ressaltar que a participação do advogado em bens do cliente só pode ocorrer em casos
excepcionais, comprovando a impossibilidade de o cliente arcar com os gastos e
estabelecendo termos por escrito no contrato.

 REPARTIÇÃO DE HONORÁRIOS

Em casos de substabelecimento, a verba referente aos honorários de sucumbência é


dividida entre o advogado que substabeleceu e o que foi substabelecido, levando em conta
a participação de cada um no processo ou de acordo com o que foi acordado entre eles
previamente.

 PAGAMENTO POR CARTÃO

O Código de Ética e Disciplina da Advocacia estabelece que é permitido o pagamento de honorários


pelo cartão de crédito.

 GRATUIDADE DE JUSTIÇA

O Artigo 3º, V da Lei n° 1.060/1950. Esse artigo isenta pessoas necessitadas de pagar honorários
advocatícios em caso de sucumbência, ou seja, quando perdem a causa e são condenadas a pagar os
honorários do advogado da parte contrária. No entanto, essa isenção não se aplica aos honorários
contratados com seu próprio advogado.

A súmula 450 do STF estabelece que são devidos honorários de advogado sempre que vencedor o
beneficiário de justiça gratuita

 ADVOCACIA PRO BONO

A advocacia pro bono, que é uma atividade voluntária oferecida por advogados para pessoas
físicas ou jurídicas que estão em situação de hipossuficiência econômica. Isso significa que o
advogado presta serviços jurídicos gratuitos para ajudar pessoas que não têm condições
financeiras de arcar com os custos de um advogado.
Essa atividade é importante para garantir o acesso à justiça e a proteção dos direitos
daqueles que não têm recursos para pagar por serviços jurídicos.
O atual Código de Ética e Disciplina da OAB, regulamentado pela Resolução nº 02/2015,
estabelece no artigo 30 as normas para a advocacia pro bono no Brasil.
Essas normas são aplicáveis a todos os advogados que atuam em território nacional. Dessa
forma, a advocacia pro bono é regulamentada por meio de um conjunto de regras éticas e
disciplinares estabelecidas pela OAB.
Vedações ao exercício da advocacia pro bono
De acordo com a legislação, a advocacia pro bono não pode ser utilizada para fins político-
partidários ou eleitorais, nem para atuar em prol de instituições com tais objetivos. Além
disso, é proibido exercer esse serviço como forma de publicidade para captação de clientela.
É importante ressaltar que a atuação pro bono deve ser eventual, sem caráter de constância
no atendimento.
A lei também proíbe o exercício da advocacia pro bono com o objetivo de captar clientes,
como quando o advogado anuncia que presta serviços gratuitos, mas cobra pelos serviços
prestados.
Portanto, advogados e estagiários que pretendem exercer a advocacia pro bono devem
estar atentos às normas estabelecidas pela OAB.

Advocacia pro bono e honorários de sucumbência


Os honorários de sucumbência, são fixados pelo juiz ao advogado da parte vencedora da
causa, e são pagos pela parte vencida.
Como resultado, é possível que o advogado que atue pro bono receba os honorários de
sucumbência, já que não serão pagos pelo cliente hipossuficiente. O artigo 23 do Estatuto
da Advocacia estabelece que esses honorários pertencem ao advogado e não podem ser
utilizados para pagamento ao cliente hipossuficiente.
É importante que o contrato de atuação pro bono inclua todas as disposições comuns de um
contrato de honorários, exceto a remuneração, já que a atuação é gratuita.

 PRESCRIÇÃO
O prazo de prescrição para o recebimento de seus honorários, após a conclusão dos serviços
prestados ou a cessação dos contratos ou mandatos é de 5 anos. Vide Art.25 do Código de
Ética e Disciplina da Advocacia:
Prescreve em cinco anos a ação de cobrança de honorários de advogado, contado o prazo:
I - do vencimento do contrato, se houver;
II - do trânsito em julgado da decisão que os fixar;
III - da ultimação do serviço extrajudicial;
IV - da desistência ou transação;
V - da renúncia ou revogação do mandato

 TABELA DE HONORÁRIOS DA OAB


A Ordem dos Advogados do Brasil possui uma tabela de honorários que serve como
referência para a cobrança da remuneração dos advogados e ajuda a garantir a
razoabilidade dos valores cobrados pelos serviços prestados.
Cada estado do país possui sua própria tabela, que leva em conta as particularidades locais
e as diferentes áreas de atuação da advocacia, essa tabela tem atualização mensal.

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