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Sumário
1. Introdução ............................................................................................. 2
2. Comissões de Conciliação Prévia ............................................................... 2
3. Direito coletivo do trabalho ..................................................................... 10
3.1. Princípios do direito coletivo do trabalho ............................................. 10
3.2. Negociação coletiva de trabalho ......................................................... 15
3.3. Características da CCT e ACT ............................................................. 18
3.4. Hierarquia entre CCT e ACT ............................................................... 30
3.5. Limites à negociação coletiva ............................................................. 32
4. Lista das questões comentadas ............................................................... 36
5. Gabaritos ............................................................................................. 38
6. Conclusão ............................................................................................ 38
7. Lista de legislação, Súmulas e OJ do TST relacionados ao tema ................... 39
1. Introdução
Oi amigos (s),
Vamos ao trabalho!
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Quando uma demanda é submetida à CCP, deve ser reduzida a termo e os
interessados receberão cópia datada e assinada:
CLT, art. 625-D, § 1º A demanda será formulada por escrito ou reduzida a
termo por qualquer dos membros da Comissão, sendo entregue cópia datada
e assinada pelo membro aos interessados.
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Exemplo: Submissão
Exemplo: Menores de demanda Exemplo: Propositura de
de 18 (dezoito) anos trabalhista à Comissão ação judicial trabalhista
de Conciliação Prévia
Sim Não
Interrupção Suspensão
contratual contratual
da rescisão do contrato.
Gabarito (B)
1 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho. 27 ed. São Paulo: Atlas, 2011, p. 714.
definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área
de um Município;
(...)
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria
profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da
representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;
normas jurídicas.
Assim, temos:
Negociação coletiva
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Feitas as considerações, precisamos saber o seguinte: quais são então as
principais diferenças entre CCT e ACT?
Basicamente duas: os sujeitos envolvidos na negociação e a abrangências
das normas produzidas.
Esquematicamente, temos:
Legitimação
Como comentamos acima, são legitimados para celebrar as negociações
coletivas os sindicatos obreiro e patronal. No caso dos ACT, os empregadores,
diretamente, também possuem legitimação para celebrá-los.
Quando uma categoria profissional não é organizada em sindicato, é possível
que figure no polo subjetivo da negociação a federação ou confederação que
represente a categoria:
CLT, art. 611, § 2º As Federações e, na falta desta, as Confederações
representativas de categorias econômicas ou profissionais poderão celebrar
convenções coletivas de trabalho para reger as relações das categorias a elas
vinculadas, inorganizadas em Sindicatos, no âmbito de suas representações.
TST:
OJ-SDC-5 DISSÍDIO COLETIVO CONTRA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO
PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA
Conteúdo
As CCT e ACT possuem, como conteúdo, regras jurídicas e cláusulas
contratuais.
Utilizando a conceituação do Ministro Godinho5, temos:
Cláusulas contratuais
5 Idem, p. 1420.
de texto legal.
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Gabarito (D)
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Forma
Os CCT e ACT são, necessariamente, escritos (ou seja, não podem ser
verbais):
CLT, art. 613, parágrafo único. As convenções e os Acordos serão celebrados
por escrito, sem emendas nem rasuras, em tantas vias quantos forem os
Sindicatos convenentes ou as empresas acordantes, além de uma destinada
a registro.
Vigência
Duração
A duração máxima dos CCT e ACT foi definido pela Consolidação das Leis do
Trabalho como sendo de 2 anos:
CLT, art. 614, § 3º Não será permitido estipular duração de Convenção ou
Acordo superior a 2 (dois) anos.
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7 CLT, art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das
respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta
ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta
garantia.
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A teoria da aderência irrestrita não tem sido prestigiada atualmente, e,
como mencionado no quadro acima, fundamenta-se no art. 468 da CLT:
CLT, art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração
das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde
que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob
pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.
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A teoria da aderência limitada pelo prazo possuía prestígio na doutrina e
jurisprudência, e se relaciona à antiga redação da Súmula 277 do TST:
SUM-277 SENTENÇA NORMATIVA. CONVENÇÃO OU ACORDO COLETIVOS.
VIGÊNCIA. REPERCUSSÃO NOS CONTRATOS DE TRABALHO
I - As condições de trabalho alcançadas por força de sentença normativa,
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Já a teoria da aderência limitada por revogação, que é posição
intermediária em relação às outras duas, é a tecnicamente mais adequada,
segundo o posicionamento de Mauricio Godinho Delgado 8.
Esta teoria foi sedimentada na nova redação da Súmula 277, alterada em
setembro de 2012:
SUM-277 CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO OU ACORDO COLETIVO DE
TRABALHO. EFICÁCIA. ULTRATIVIDADE.
As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas
integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser
modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho.
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Sobre a duração das disposições de CCT e ACT, a par de todas estas teorias
acima expostas, a doutrina reconhece que o piso salarial estabelecido em
instrumento coletivo adere, de forma permanente, aos contratos de trabalho, em
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10 CLT, art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das
respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta
ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta
garantia.
Outra situação correlata diz respeito aos casos em que existia disposição
sobre garantia de emprego na CCT ou ACT (em período superior ao estabelecido
em lei11, claro), que já perdeu a vigência; se, durante sua vigência, o empregado
se acidentou, ele continuará fazendo jus à estabilidade provisória mais vantajosa
mesmo depois que o diploma autônomo já não mais está vigendo?
11 Lei 8.213/91, art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida,
pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa,
após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-
acidente.
Gabarito (A)
Nestes casos, que diploma coletivo será aplicável aos trabalhadores da (s)
empresa (s) citada (s) acima, que estarão abrangidos pela CCT e também pelo
ACT?
Para responder a esta pergunta é preciso saber que, no Direito do Trabalho,
não se aplicam integralmente a pirâmide hierárquica rígida das normas como no
Direito Comum, e, também, a regra segundo a qual lei específica prevalece sobre
lei geral.
No Direito Comum, como estudamos nas matérias Direito Constitucional e
Direito Administrativo, existe nítida hierarquia das normas, estando no ápice da
pirâmide normativa a Constituição, e abaixo dela as emendas constitucionais, leis,
medidas provisórias, decretos, etc.
No Direito do Trabalho não se obedece exatamente a esta regra, até porque,
no ramo justrabalhista, existem também as normas autônomas (elaboradas pelos
seus próprios destinatários, como é o caso das CCT e ACT).
Sobre a relação entre lei específica e lei geral, no Direito Comum a primeira
prevalece sobre a segunda. No Direito do Trabalho, especialmente entre CCT e ACT,
não se pode utilizar de modo inflexível a mesma regra (mesmo imaginando que a
CCT, abrangendo toda a categoria profissional, seria “geral” e a ACT, por se aplicar
a apenas uma – ou mais – empresa, seria “específica”).
A questão é a seguinte: no Direito do Trabalho deve-se observar o princípio
da norma mais favorável e, com, isto, é possível que a CCT prevaleça sobre o
ACT. Nesta linha o art. 620 da CLT:
CLT, art. 620. As condições estabelecidas em Convenção quando mais
favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em Acordo.
Teoria da acumulação
Teoria do conglobamento
A teoria do conglobamento, dominante na doutrina, propõe que as
disposições sobre a matéria em questão devem ser analisadas globalmente dentro
de cada texto normativo e será aplicável ao caso o conjunto mais benéfico ao
empregado.
Assim, aqui não há fracionamento de dispositivos sobre o mesmo assunto,
sendo cabível a aplicação das disposições integrais do texto normativo mais
favorável sobre a matéria.
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Outra limitação que se pode citar é a autorização, mediante negociação
coletiva, para prorrogar jornada de trabalho em atividades insalubres.
Tal limitação se deve á previsão constante do artigo 60 da CLT, que exige a
inspeção prévia do MTE:
CLT, art. 60 - Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes
dos quadros mencionados no capítulo "Da Segurança e da Medicina do
Trabalho", ou que neles venham a ser incluídas por ato do Ministro do
Trabalho, Industria e Comercio, quaisquer prorrogações só poderão ser
acordadas mediante licença prévia das autoridades competentes em matéria
de higiene do trabalho, as quais, para esse efeito, procederão aos necessários
exames locais e à verificação dos métodos e processos de trabalho, quer
diretamente, quer por intermédio de autoridades sanitárias federais,
estaduais e municipais, com quem entrarão em entendimento para tal fim.
Até 2011 estava vigente Súmula que dispensava a licença prévia do MTE caso
houvesse autorização para a prorrogação da jornada na negociação coletiva da
categoria.
Entretanto, em 2011 esta Súmula foi cancelada:
SUM-349 ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE HORÁRIO EM ATIVIDADE
INSALUBRE, CELEBRADO POR ACORDO COLETIVO. VALIDADE
A validade de acordo coletivo ou convenção coletiva de compensação de
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contrato.
B) não se cogita de prescrição no caso apresentado, pois com o ajuizamento da
demanda perante a comissão de conciliação prévia, o prazo prescricional foi
suspenso.
C) está prescrito porque o período do aviso prévio não é computado para a
contagem de prescrição, pois foi indenizado, e a apresentação de demanda na
5. Gabaritos
1. B
2. D
3. A
6. Conclusão
Bom pessoal,
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II - Prazo de vigência;
III - Categorias ou classes de trabalhadores abrangidas pelos respectivos dispositivos;
IV - Condições ajustadas para reger as relações individuais de trabalho durante sua vigência;
V - Normas para a conciliação das divergências sugeridas entre os convenentes por motivos da
aplicação de seus dispositivos;
VI - Disposições sobre o processo de sua prorrogação e de revisão total ou parcial de seus
dispositivos;
VII - Direitos e deveres dos empregados e empresas;
VIII - Penalidades para os Sindicatos convenentes, os empregados e as empresas em caso de
violação de seus dispositivos.
Parágrafo único. As convenções e os Acordos serão celebrados por escrito, sem emendas nem
rasuras, em tantas vias quantos forem os Sindicatos convenentes ou as empresas acordantes,
além de uma destinada a registro.
Art. 614 - Os Sindicatos convenentes ou as empresas acordantes promoverão, conjunta ou
separadamente, dentro de 8 (oito) dias da assinatura da Convenção ou Acordo, o depósito de
uma via do mesmo, para fins de registro e arquivo, no Departamento Nacional do Trabalho,
em se tratando de instrumento de caráter nacional ou interestadual, ou nos órgãos regionais
do Ministério do Trabalho e Previdência Social, nos demais casos.
§ 1º As Convenções e os Acordos entrarão em vigor 3 (três) dias após a data da entrega dos
mesmos no órgão referido neste artigo.
§ 3º Não será permitido estipular duração de Convenção ou Acôrdo superior a 2 (dois) anos.
Art. 615 - O processo de prorrogação, revisão, denúncia ou revogação total ou parcial de
Convenção ou Acordo ficará subordinado, em qualquer caso, à aprovação de Assembleia Geral
dos Sindicatos convenentes ou partes acordantes, com observância do disposto no art. 612.
§ 1º O instrumento de prorrogação, revisão, denúncia ou revogação de Convenção ou Acordo
será depositado para fins de registro e arquivamento, na repartição em que o mesmo
originariamente foi depositado observado o disposto no art. 614.
§ 2º As modificações introduzidos em Convenção ou Acordo, por força de revisão ou de
revogação parcial de suas cláusulas passarão a vigorar 3 (três) dias após a realização de
depósito previsto no § 1º.
Art. 620. As condições estabelecidas em Convenção quando mais favoráveis, prevalecerão
sobre as estipuladas em Acordo.
Art. 625-A. As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões de Conciliação Prévia, de
composição paritária, com representante dos empregados e dos empregadores, com a
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I - a metade de seus membros será indicada pelo empregador e outra metade eleita pelos
empregados, em escrutínio, secreto, fiscalizado pelo sindicato de categoria profissional;
II - haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem os representantes títulares;
III - o mandato dos seus membros, titulares e suplentes, é de um ano, permitida uma
recondução.
Art. 625-C. A Comissão instituída no âmbito do sindicato terá sua constituição e normas de
funcionamento definidas em convenção ou acordo coletivo.
Art. 625-D. Qualquer demanda de natureza trabalhista será submetida à Comissão de
Conciliação Prévia se, na localidade da prestação de serviços, houver sido instituída a Comissão
no âmbito da empresa ou do sindicato da categoria.
§ 1º A demanda será formulada por escrito ou reduzida a tempo por qualquer dos membros
da Comissão, sendo entregue cópia datada e assinada pelo membro aos interessados.
§ 2º Não prosperando a conciliação, será fornecida ao empregado e ao empregador declaração
da tentativa conciliatória frustada com a descrição de seu objeto, firmada pelos membros da
Comissão, que devera ser juntada à eventual reclamação trabalhista.
§ 3º Em caso de motivo relevante que impossibilite a observância do procedimento previsto no
caput deste artigo, será a circunstância declarada na petição da ação intentada perante a
Justiça do Trabalho.
§ 4º Caso exista, na mesma localidade e para a mesma categoria, Comissão de empresa e
Comissão sindical, o interessado optará por uma delas submeter a sua demanda, sendo
competente aquela que primeiro conhecer do pedido.
Art. 625-E. Aceita a conciliação, será lavrado termo assinado pelo empregado, pelo empregador
ou seu proposto e pelos membros da Comissão, fornecendo-se cópia às partes.
Parágrafo único. O termo de conciliação é título executivo extrajudicial e terá eficácia liberatória
geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas.
Art. 625-F. As Comissões de Conciliação Prévia têm prazo de dez dias para a realização da
sessão de tentativa de conciliação a partir da provocação do interessado.
Parágrafo único. Esgotado o prazo sem a realização da sessão, será fornecida, no último dia
do prazo, a declaração a que se refere o § 2º do art. 625-D.
Art. 625-G. O prazo prescricional será suspenso a partir da provocação da Comissão de
Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo que lhe resta, a partir da tentativa frustada de
conciliação ou do esgotamento do prazo previsto no art. 625-F.
Art. 625-H. Aplicam-se aos Núcleos Intersindicais de Conciliação Trabalhista em funcionamento
ou que vierem a ser criados, no que couber, as disposições previstas neste Título, desde que
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SUM-277
As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas integram os contratos
individuais de trabalho e somente poderão ser modificadas ou suprimidas mediante negociação
coletiva de trabalho.
SUM-374 NORMA COLETIVA. CATEGORIA DIFERENCIADA. ABRANGÊNCIA Empregado
integrante de categoria profissional diferenciada não tem o direito de haver de seu empregador
vantagens previstas em instrumento coletivo no qual a empresa não foi representada por órgão
de classe de sua categoria.
SUM-384 MULTA CONVENCIONAL. COBRANÇA
I - O descumprimento de qualquer cláusula constante de instrumentos normativos diversos
não submete o empregado a ajuizar várias ações, pleiteando em cada uma o pagamento da
multa referente ao descumprimento de obrigações previstas nas cláusulas respectivas.
II - É aplicável multa prevista em instrumento normativo (sentença normativa, convenção ou
acordo coletivo) em caso de descumprimento de obrigação prevista em lei, mesmo que a norma
coletiva seja mera repetição de texto legal.
SUM-449.
A partir da vigência da Lei nº 10.243, de 19.06.2001, que acrescentou o § 1º ao art. 58 da
CLT, não mais prevalece cláusula prevista em convenção ou acordo coletivo que elastece o
limite de 5 minutos que antecedem e sucedem a jornada de trabalho para fins de apuração das
horas extras.
OJ-SDC-36
É por lei e não por decisão judicial, que as categorias diferenciadas são reconhecidas como
tais. De outra parte, no que tange aos profissionais da informática, o trabalho que
desempenham sofre alterações, de acordo com a atividade econômica exercida pelo
empregador.
OJ-SDI1-41 ESTABILIDADE. INSTRUMENTO NORMATIVO. VIGÊNCIA. EFICÁCIA
Preenchidos todos os pressupostos para a aquisição de estabilidade decorrente de acidente ou
doença profissional, ainda durante a vigência do instrumento normativo, goza o empregado de
estabilidade mesmo após o término da vigência deste.
OJ-SDI1-322 Nos termos do art. 614, § 3º, da CLT, é de 2 anos o prazo máximo de vigência
dos acordos e das convenções coletivas. Assim sendo, é inválida, naquilo que ultrapassa o
prazo total de 2 anos, a cláusula de termo aditivo que prorroga a vigência do instrumento
coletivo originário por prazo indeterminado.
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