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E PROCEDIMENTOS
ESPECIAIS
ÍNDICE
1. DISSÍDIOS COLETIVOS.....................................................................................................3
Definição................................................................................................................................................................................... 3
Fundamentos do Dissídio Coletivo................................................................................................................................ 3
Fundamentos para a Instauração de um Dissídio Coletivo................................................................................4
Classificação dos Dissídios Coletivos........................................................................................................................... 5
Fundamentos da Sentença Normativa....................................................................................................................... 5
De forma breve, temos que a autodefesa nada mais é do que a resolução do conflito por
meio de greves e lockouts, sendo que este último é proibido por lei. A autocomposição as
partes realizam a solução do conflito por meio da negociação e da conciliação, sendo que
o produto final de tal resolução e a formação de uma convenção ou acordo coletivo. Já a
heterocomposição, por sua vez, é a resolução do conflito por meio da intermediação de um
terceiro que propões soluções para se chegar a um resultado final, também podendo ser
feita através de arbitragem, que é quando as partes elegem um terceiro de confiança que
irá propor meios para a solução do conflito, ou, no caso de não haver consenso entre as
partes, há a resolução do conflito por meio de decisão judicial. Importante salientar que todos
esse meios de resolução explicados se aplicam aos dissídios coletivos pelo simples fato de
a legislação trabalhista vigorante não proibir expressamente a utilização de nenhum, logo,
todos configuram-se como meios possíveis e eficazes de solução.
De forma geral, constata-se que a legislação vigente somente admite que se instaure
determinado dissídio coletivo quando há uma negociação prévia, sendo que a ausência
desta resulta no fato de o Tribunal sequer analisar o mérito da questão. Temos por obrigatória
uma tentativa prévia de conciliação, sendo que quando tal etapa vier a tona, o presidente do
Tribunal deve elaborar hipóteses de resolução pacífica, para que as partes possam ou não
aceitá-las.
Importante também ressaltar as diferenças entre o que se entende por dissídio individual
e dissídio coletivo. No primeiro caso, vemos que o configura-se como um conflito que se
da eminentemente entre o empregado e o empregador. Já no caso do dissídio coletivo as
partes constituem-se por sindicatos representantes de determinada categoria profissional
e econômica. Uma outra diferença que deve ser ressaltada se da com relação aos efeitos da
sentença, sendo que a sentença no dissídio individual, a partir do momento que transita em
julgado e se torna irrecorrível, se torna lei apenas entre as partes litigantes. Por outro lado, no
dissídio coletivo a sentença é vinculante tanto para as empresas como para os trabalhadores
que estão sendo representados por seus respectivos sindicatos na ação.
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Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-
lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
§1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis
da comunidade.
Dessa forma, o que se nota é que a greve, que em períodos anteriores já foi tida como ilegal e
configurada como um ilícito penal, passa a ser legitimada como um direito dos trabalhadores
pela Constituição Federal de 1988. Contudo, alguns limites foram impostos, já que o artigo
114 da mesma Constituição trouxe que a Justiça Trabalhista configura-se como competente
para conciliar, bem como julgar tais greves, sendo que a greve deve chegar ao fim a partir do
momento que os Tribunais do Trabalho determinam. Com isso, extraímos como conclusão que
os sindicatos, que representam tanto empregados como empregadores, são os protagonistas
da ação coletiva, cabendo a estas entidade a possibilidade de levar ou não a ação coletiva
perante aos tribunais.
Ressaltemos também, que a sentença normativa que derivará da ação coletiva sempre
constitui-se como uma decisão de cunho colegiado, sendo que é necessário a maioria absoluta
dos votos no Tribunal para que a decisão se torne vinculante perante aos trabalhadores e
empresas de determinada base territorial.
O pedido, dessa forma, deve conter os seguintes requisitos para se configurar como
procedente:
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Como dito, a petição inicial da ação coletiva é direcionada ao Presidente do Tribunal, que ira
constatar se todos os requisitos anteriormente descritos encontram-se em ordem, sendo
que se caso verificada irregularidades na ação, o Presidente irá conceder prazo de 10 dias
para haja o saneamento de tais vícios.
Necessário ter em vista que o TRT tem o dever de decidir com igualdade as ações de dissídio
coletivo, isto é, a exemplo das sentenças normativas que estabelecem novos valores salariais,
estes devem ser estabelecidos de tal modo que tanto garanta uma condição de vida digna
aos trabalhadores que serão vinculados a tal decisão, como também tem de garantir um justo
equilíbrio dentro do balanço patrimonial das empresas que serão afetadas diretamente pela
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decisão em questão, de forma a garantir um justo equilíbrio na ordem econômica da base
territorial afetada.
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2. Ação Rescisória no Processo do Trabalho
Introdução
Vemos que após o advento do Novo Código de Processo Civil, em 2015, muito se discutiu
do que seria ou não aplicável na Justiça Trabalhista a partir de então, sendo que para isso o
Tribunal Superior do Trabalho editou a Instrução Normativa nº 39 em 2016, em veio a regrar
especificamente o que se aplicaria ou não. Em se tratando da ação rescisória, objeto maior
desta aula, o artigo 3º, XXVI da Instrução Normativa postulou que aplicar-se-iam os artigos
966 e 975 do NCPC ao processo trabalhista, posto que a CLT possui uma evidente falta de
abordagem em relação a temática. Através de tais artigos, temos que:
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou
colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada
na própria ação rescisória;
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não
pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável;
§1o Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando considerar inexistente fato
efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que o fato não represente ponto controvertido
sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado.
§2o Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora
não seja de mérito, impeça:
§3o A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão.
§4o Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do processo e
homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à
anulação, nos termos da lei.
§5º Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput deste artigo, contra decisão baseada em
enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos que não tenha considerado a
existência de distinção entre a questão discutida no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento.
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§6º Quando a ação rescisória fundar-se na hipótese do § 5º deste artigo, caberá ao autor, sob pena de inépcia,
demonstrar, fundamentadamente, tratar-se de situação particularizada por hipótese fática distinta ou de
questão jurídica não examinada, a impor outra solução jurídica.
Art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do trânsito em julgado da última decisão
proferida no processo.
§1o Prorroga-se até o primeiro dia útil imediatamente subsequente o prazo a que se refere o caput, quando
expirar durante férias forenses, recesso, feriados ou em dia em que não houver expediente forense.
§2o Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o termo inicial do prazo será a data de descoberta da prova nova,
observado o prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado dotrânsito em julgado da última decisão proferida no processo.
§3o Nas hipóteses de simulação ou de colusão das partes, o prazo começa a contar, para o terceiro prejudicado
e para o Ministério Público, que não interveio no processo, a partir do momento em que têm ciência da simulação
ou da colusão.
Vemos através da leitura dos artigos supracitados que a ação rescisória não se constitui e
jamais deve ser confundida como um recurso, haja vista que esta traz o advento de uma
relação processual nova, sendo que sua classificação processual se dá como uma ação
de cunho autônomo de impugnação, sendo que seu objetivo maior nada mais é do que a
desconstituição de determinada decisão que outrora fora transitada em julgado.
O fundamento maior da ação rescisória, que permite sua existência, encontra-se no artigo 5º,
XXXVI da Constituição Federal que posterga que “a lei não prejudicará o direito adquirido, o
ato jurídico perfeito e a coisa julgada”. Dessa forma, a conclusão mais imediata que podemos
chegar é de que havendo previsão constitucional da coisa julgada, nada mais justo do
que concluir que também há previsão para sua desconstituição, mesmo que esta esteja
regulamentada a nível de lei ordinária.
Com relação ao objeto da ação rescisória, temos que o caput do artigo 966 afirma
expressamente que a decisão de mérito que for transitada em julgada, pode ser rescindida,
além de que em seu §2º há a previsão de duas hipóteses para a ocorrência de ação rescisória. O
que se nota é que o objeto maior da ação rescisória é não somente a desconstituição da coisa
julgada como também a eficácia no impedimento de que haja qualquer nova propositura da
mesma demanda ou que haja qualquer admissibilidade de qualquer recurso correspondente.
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HIPÓTESES DE APLICAÇÃO DA AÇÃO RESCISÓRIA
Vemos que a ação rescisória pode ser proposta nas seguintes hipóteses:
Perante as decisões transitadas em julgado – o artigo 495 do CPC prevê de forma expressa
a possibilidade de se rescindir decisões transitadas em julgado. Temos que nesses casos a
decisão proferida pelo juiz possui natureza de mérito. Pode ser direcionada devida error in
procedendo ou em caso de error in judicando, sendo primeiro caso relacionado a erros em
termos do mérito da questão na sentença, e a segunda hipótese quanto a erros formais
relacionados às regras processuais.
Perante a termos de conciliação – o artigo 831 da CLT traz a expressa previsão de que termos
de conciliação lavrados em termo possuem característica de irrecorribilidade, sendo que
o TST veio a postular através de sua Súmula nº 259 que tais termos somente podem ser
contestado mediante ações rescisórias.
• Decisões Terminativas – por previsão do artigo 267 do NCPC, sendo que essas são as decisões
que não realizam análise de mérito
• Decisões Homologatórias
• Decisões Interlocutórias – são as decisões proferidas, por exemplo, por meio de despachos
• Sentenças Arbitrais
• Decisões Cautelares
• Decisões de Controle de Constitucionalidade
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3. Mandado de Segurança no Processo do Trabalho
Temos que o mandado de segurança é um procedimento que possui sua previsão na
Constituição Federal expressa através do artigo 5º, LXIX, sendo especificado e regulado de
forma detalhada através da Lei 12.016/2009. O fundamento maior que rege tal mecanismo
é o zelo de direitos que são definidos como líquidos, que não podem ser protegidos através
de habeas corpus e habeas data, sendo que é utilizado quando tais direitos são violados por
agentes públicos ou pessoas jurídicas que possuam atribuições advindas do poder público.
Art. 5º, LXIX. conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado
por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
Por direito líquido e certo, a ampla maioria da doutrina entende que se trata daquele que
efetivamente pode ser comprovado imediatamente após a propositura do mandado de
segurança, não necessitando, por exemplo, ser comprovado em outro momento processual.
Além disso, acerca das características gerais do mandado de segurança, cabe salientar que
este pode ser repressivo ou preventivo. O mandado repressivo constitui-se quando o ato
ilícito já ocorreu, e a finalidade do mandado é remediar um dano que já foi causado. Já o
preventivo tem por finalidade prevenir determinadas ilegalidades que podem vir a ocorrer,
sendo que a partir do momento em que há sua comprovação, um pedido de liminar pode
ser deferido. Do mais, cabe ressaltar que o mandado deve ser impetrado dentro do prazo
delimitado de 120 dias a partir do momento em que o ofendido tem a ciência do fato ilícito e
afrontoso a seus direitos líquidos e certos.
IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria
sujeita à sua jurisdição
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HIPÓTESES DE CABIMENTO
Na justiça trabalhista, constatamos as seguintes hipóteses de cabimento para o ajuizamento
de mandado de segurança:
Necessário ressaltarmos que tendo em vista o artigo 14, IV da Constituição Federal, vemos
que irá ser de competência da justiça trabalhista, o processamento de todos mandados de
segurança que fizerem jus a matérias relacionadas a jurisdição trabalhista, sendo que um
exemplo prático de tal tese seria a competência dos tribunais trabalhistas em realizarem o
julgamento de mandados de segurança direcionados a delegados regionais do trabalho.
3) os mandados de segurança;
Dessa forma, há por conclusão que a competência material efetiva da justiça do trabalho
em relação ao julgamento de mandados de segurança se da contra os atos advindos dos
próprios órgãos trabalhistas. Sobre tal temática Teixeira Filho postula que:
As razões pelas quais a lei não atribui competência aos órgãos do primeiro grau a Justiça
do Trabalho para julgar ações assecuratórias são lógicas, e de certa forma, evidentes: se
for coatora algumas autoridades vinculadas a administração, à legislatura, ou organização
judiciária que não seja a do trabalho, a incompetência dessa justiça especializada chega a ser
ofuscante
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Com isso, a competência para o julgamento dos mandados de segurança será:
• Do TRT – em se tratando de autoridades coatoras quais sejam os Magistrados Titulares das Varas
do Trabalho, Juizes Substitutos ou Auxiliares, presidente do TRT, juízes do TRT, servidores do TRT,
servidores de cartórios de juízos de direito em exercício de atividades jurisdicionais trabalhistas.
• Do TST – em se tratando de autoridades coatoras quais sejam o Presidente do TST, Ministros do
TST, servidores que atuem em atividades jurisdicionais do TST.
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Necessário salientar que os prazos são contados em dobro quando se trata de União, Estados,
Municípios, Distrito federal, autarquias e fundações públicas.
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4. Inquérito de Apuração de Falta Grave e Ação
Monitória no Processo do Trabalho
Inquérito de Apuração de Falta Grave
O inquérito de apuração de falta grave é um procedimento especial da seara trabalhista que
objetiva a rescisão por justa causa do contrato de trabalho do empregado estável.
Caso o empregador queira demitir o empregado, em uma situação normal, ele pode faze-lo
sem nem mesmo justificar seu motivo, apenas devendo pagar as verbas rescisórios previstas
no ordenamento jurídico para a rescisão sem justa causa. Contudo, essa mesma liberalidade
não existe quando o empregado possui estabilidade sindical ou decenal. Nesses dois
casos, portanto, para que o empregador possa demitir esse empregado estável ele terá que
comprovar que houve o cometimento de uma falta grave através do inquérito de apuração
de falta grave.
O dirigente sindical possui estabilidade garantida pelo art. 543, §3º da CLT como forma de
possuir tranquilidade e imparcialidade para defender os direitos e interesses dos trabalhadores
da categoria do sindicato o qual representa:
Art. 543 - O empregado eleito para cargo de administração sindical ou representação profissional, inclusive
junto a órgão de deliberação coletiva, não poderá ser impedido do exercício de suas funções, nem transferido
para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne impossível o desempenho das suas atribuições sindicais.
Diante da importância dessa função, a súmula 379 do TST prevê que o dirigente sindical
somente poderá ser despedido caso haja a comprovação o exercício de uma falta grave
por meio do inquérito em comento. Esse é o único caso incontroverso na jurisprudência e
doutrina para a utilização desse procedimento.
Por sua vez, o art. 492 da CLT prevê a estabilidade do “empregado que contar mais de 10 (dez)
anos de serviço na mesma empresa”, não podendo este ser despedido senão por motivo de
falta grave ou circunstância de força maior, “devidamente comprovadas”.
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Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:
a) ato de improbidade;
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de
concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço;
d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da
pena;
i) abandono de emprego;
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas
mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos,
salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
m) perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profissão, em decorrência de
conduta dolosa do empregado.
Parágrafo único - Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado a prática, devidamente
comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios à segurança nacional.
Importante frisar que o parágrafo único foi revogado pela Lei 8630/1993 e a letra “m” foi
adicionada pela reforma trabalhista (Lei 13.467/2017).
Ademais, o empregador pode optar por suspender o empregado desde o cometimento da falta
grave para que se discuta a rescisão contratual por meio do inquérito. Trata-se de uma opção,
não uma obrigação trazida pela lei. Contudo, caso o empregador escolha por suspender o
empregado, deve-se seguir algumas regras:
• A contar da suspensão, o empregador tem o prazo decadencial de 30 dias para entrar com o
inquérito (Súmula 403, STF);
• Se não entrar com o inquérito no prazo de 30 dias contados da suspensão, ocorre o perdão tácito,
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não podendo mais instaurá-lo;
• A suspensão perdurará até a decisão final do processo (art. 494,§ único, CLT).
Por fim, se a decisão judicial do inquérito entender que ocorreu a falta grave, a despedida
se tornará efetiva (art. 494, CLT). Entretanto, se a decisão determinar a inexistência de falta
grave praticada pelo empregado, o empregador ficará obrigado a readmiti-lo no serviço e a
pagar-lhe os salários a que teria direito no período da suspensão (art. 495, CLT).
Ação Monitória
A ação monitória configura-se como nada mais do que um instrumento que visa obter-se
um título executivo judicial por meio de determinado procedimento de cognição sumária
e relativamente superficial, onde anteriormente apenas havia um título não executivo
obrigacional. Constitui-se como uma forma de possibilitar a execução processual contra um
devedor. Cândido Rangel Dinamarco define a ação monitória como:
Um meio rapidíssimo para obtenção de título executivo em via judicial, sem as complicações
ordinariamente suportadas nos diversos procedimentos. Por ele, o titular de crédito documental
obtém liminarmente um mandado de entrega ou pagamento, que se tornará definitivo se o
réu não lhe opuser embargos ou se não procederem. Esse mandado terá eficácia executiva
imediata, que só será suspensa pelos eventuais embargos.
Após receber a petição inicial, esta deverá ser levada ao presidente do tribunal, que irá levá-la
a despacho sem a necessidade de designação de audiência. Sérgio Pinto Martins afirma que:
Entendo que o juiz pode não determinar ao autor que emende a petição inicial para juntar o
documento escrito. Argumenta-se que seria a hipótese de aplicação do En. 299 do TST em
que o relator da ação rescisória deve conceder prazo de dez dias para o interessado juntar
o documento comprobatório do trânsito em julgado da decisão, sob pena de indeferimento
da inicial. (...) Nota-se que a petição inicial é que deve ser emendada e não para a juntada de
documentos, que dizem respeito a prova dos fatos. Assim, não juntada a prova escrita pelo
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autor da dívida, entendo que a petição inicial deveria ser indeferida extinguindo o processo
sem julgamento de mérito.
Havendo o convencimento do Magistrado pela demanda feita na petição inicial, bem como
da prova escrita indispensável na ação monitória, haverá a expedição de mandado que vise
a citação do réu para o pagamento do débito ou da entrega da coisa dentro do prazo de 15
dias. O réu, por sua vez, pode vir a adimplir o débito pecuniariamente ou através da entrega da
coisa, ou pode opor embargos monitórios, sendo que o prazo para este é de 15 dias.
Os embargos monitórios, pela regra estabelecida no artigo 847 da CLT, devem ser apresentados
em audiência, tendo em vista uma possível solução do conflito por meio de conciliação. Ainda,
a CLT, pelo artigo 841 estabelece que o prazo para a audiência ser marcada é de 5 dias. Por
regra do CPC, há isenção do réu frente a custas e honorários advocatícios na hipótese de
vier a adimplir a obrigação requisitada, sendo que se caso persistir o inadimplemento, terá de
pagar honorários de sucumbência.
Com a Lei 9958/2000, ficou evidente a possibilidade da utilização das ações monitórias na
justiça do trabalho, posto que a partir de então a justiça trabalhista passa a ter a competência
de executar, sendo que a única exigência é que a matéria deve decorrer de uma relação de
trabalho, ou seja, a ação monitória é possível em praticamente todas as ocasiões.
É possível ver que boa parte da doutrina considera a ação monitória como incompatível e
sem finalidades práticas na justiça trabalhista. Sérgio Novais Dias entende que:
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A ação monitória só teria alguma utilidade prática se o processo trabalhista fosse muito mais oneroso para o
empregador, que neste caso optaria pelo pagamento ao autor se não tivesse convicção de ter chances de êxito
na sua defesa, preferindo livrar-se do risco de pagamento de custas elevadas, de honorário advocatícios ou
de eventuais multas que viessem a ser criadas em acréscimo às verbas objeto de condenação na Justiça do
Trabalho.
Podemos ver que de fato quando um procedimento dotado da simplicidade que se tem nas
ações monitórias é colocado frente a uma justiça especializada e complexa como a trabalhista,
há uma certa dificuldade de ser ver reais benefícios dentro do campo processual e da resolução
do conflito em si. Contudo, o que se nota é que a finalidade maior da ação monitória na seara
trabalhista nada mais é do que colaborar para o alcance de um dos princípios basilares da justiça
trabalhista que é o princípio da celeridade, haja vista que a simplicidade da ação monitória
ajuda de forma efetiva no alcance da resolução dos conflitos presentes nas reclamações
trabalhistas e do adimplemento das obrigações adquiridas. A ação monitória, apesar de não
ser um procedimento comum na justiça trabalhista, é completamente aceita sua aplicação
subsidiaria nesta seara, e como vimos, muito tem a colaborar apara a efetividade processual.
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