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DIREITO DO TRABALHO

18. Estabilidade no emprego

Introdução
Estabilidade no emprego é o direito do empregado de permanecer no emprego mesmo contra a
vontade do empregador.
Pode ser definitiva (produzindo efeitos para toda a relação de emprego) ou provisória (enquanto
persistir uma causa especial que a motiva).
A estabilidade definitiva era prevista no art. 492 da CLT aos empregados que atingissem mais
de 10 anos de serviço na empresa. Em 1966 foi criado o sistema do Fundo de Garantia por
Histórico

Tempo de Serviço (FGTS), como alternativa. Assim, o empregado deveria, ao ser contratado,
optar pela estabilidade definitiva ou pelo FGTS.
A CF/1988, prevendo o regime do FGTS como direito de todos os empregados, revogou a
estabilidade definitiva adquirida após dez anos de serviço.
Protege o empregado contra dispensa arbitrária ou sem justa causa e veda a
rescisão do contrato de trabalho por ato do empregador.
Terminada a situação que dava causa à estabilidade provisória, cessa a
Estabilidade provisória garantia de emprego, e o empregado pode ser dispensado sem justa causa.

Hipóteses Podem decorrer de previsão legal, de previsão em normas


coletivas ou de previsão no contrato de trabalho.

18.1. Gestante

Art. 10, II, “b”, Fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa da empregada gestante,
ADCT desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
A confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de
Art. 391-A, CLT trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou
indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória.
Conhecimento da Contrato de
Reintegração Licença-maternidade
gravidez experiência
O desconhecimento da A reintegração da A empregada gestante Direito de afastamento
gravidez pelo empregada gestante tem direito à do trabalho durante 120
empregador não afasta dispensada sem justa estabilidade provisória dias, sem prejuízo do
o direito à estabilidade causa só é autorizada mesmo na hipótese de emprego e do salário,
e ao consequente durante o período da admissão mediante por ocasião do parto. A
pagamento da estabilidade (Súmula contrato por tempo Lei n. 11.770/2008
indenização 244, II, TST). determinado (Súmula instituiu o Programa
correspondente ao 244, III, TST). Empresa Cidadã,
período (Súmula 244, prorrogando, a critério
I, TST). do empregador, por 60
dias a duração da
licença-maternidade,
mediante concessão de
incentivo fiscal.

18.2. Dirigente sindical Abrange os diretores titulares e os suplentes.

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É vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a

VIII,
Art.

CF
8º,
cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um
ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.

Não têm direito à estabilidade provisória Membro de conselho fiscal de sindicato;


Delegado sindical.
Dispensa por justa causa O dirigente sindical somente poderá ser dispensado por
justa causa se esta for apurada em inquérito judicial para
apuração de falta grave (Súmula 379, TST).
O dirigente sindical dispensado sem justa causa tem
direito à reintegração imediata ao emprego.
Número de dirigentes sindicais No máximo 7 titulares, com 7 suplentes.
detentores de estabilidade
Registro da candidatura no curso do Ainda que indenizado, não assegura ao empregado o
aviso-prévio direito à estabilidade (Súmula 369, V, TST).
Extinção da atividade empresarial A extinção da atividade da empresa no âmbito da base
territorial do sindicato implica o fim da estabilidade
(Súmula 369, IV, TST).
Categoria diferenciada O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente
sindical só goza de estabilidade se exercer na empresa
atividade pertinente à categoria profissional do sindicato
para o qual foi eleito (Súmula 369, III, TST).

18.3. Membro da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes)

Composição (art. 164, CLT) Mandato (art. 164, § 3º, CLT)


Representantes da empresa e dos empregados. 1 ano, permitida uma reeleição.
É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para
Art. 10, II, “a”,
cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidentes, desde o
ADCT
registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato.
A estabilidade é assegurada somente aos representantes dos empregados (eleitos), os representantes
do empregador (indicados) não têm direito à estabilidade.
A estabilidade também é garantida ao empregado eleito como suplente da CIPA (Súmula 339, I,
TST).
A estabilidade do membro da CIPA somente tem razão de ser quando em atividade a empresa
(Súmula 339, II, TST).

18.4. Empregado acidentado no trabalho

O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo


Art. 118, Lei n. 8.213/91 máximo de 12 meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na
empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário.
Pressupostos Afastamento superior a 15 dias;
Percepção do auxílio-doença acidentário.
Exceção Esses pressupostos não são exigidos para o reconhecimento do direito à
estabilidade no caso de ser constatada, após a dispensa do empregado,

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doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução
do contrato de trabalho.

18.5. Diretores de sociedades cooperativas

A estabilidade começa com o registro da candidatura, se estendendo até 1 ano após o término do
mandato. Essa estabilidade não se estende aos suplentes.

18.6. Membro da comissão de representantes dos empregados

Nas empresas com mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de uma comissão para
representá-los (art. 510-A, caput, CLT).
Empresas com +200 e até 3.000 Empresas com +3.000 e até Empresas com mais de 5.000
empregados – 3 membros; 5.000 empregados – 5 empregados – 7 membros.
membros;
Desde o registro da candidatura até 1 ano após o fim do mandato de 1 ano, o membro da comissão
de representantes dos empregados não poderá sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a
que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro.

18.7. Estabilidade provisória – disposições gerais

A estabilidade contratual ou a derivada de regulamento de empresa são compatíveis com o regime


do FGTS (Súmula 98, II, TST).
Exaurido o período de estabilidade, são devidos ao empregado apenas os salários do período
compreendido entre a data da dispensa e o final do período de estabilidade, não lhe sendo assegurada
a reintegração no emprego (Súmula 396, I, TST).

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