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AULA 9
A CLT inicialmente previa o pagamento de uma indenização ao empregado sempre que este fosse
despedido sem justa causa, sendo que após dez anos de serviço a empresa, adquiria o empregado a
estabilidade no emprego, prevista no art. 492, caso em que, sua despedida imotivada era vedada pela lei.
Era admitido, no entanto, a despedida por justa causa, caso em que o empregado, mesmo estável, nada
receberia a título de indenização. Caso houvesse extinção da empresa, sem força maior, ou caso houvesse
despedida de empregado estável, sem reconhecimento judicial de falta grave, e sendo desaconselhável a
reintegração, estabelecia a Consolidação, para ambos os casos, a obrigação do empregador de pagar a
indenização de forma dobrada (arts. 495, 496 e 497 da CLT).
Ocorre que a partir de 1966, ano do surgimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, o
instituto da indenização com base na maior remuneração e da estabilidade decenal, foram paulatinamente,
perdendo espaço para o novo sistema. Do seu advento, até a promulgação da Constituição Federal de
1988, o sistema do FGTS conservou seu caráter optativo, vale dizer, no ato da admissão, deveria o
empregado optar pelo sistema da indenização e da estabilidade previsto na CLT, ou pelo novo sistema do
FGTS.
O sistema do FGTS passou praticamente a imperar, sendo que a partir de 05 de Outubro de 1988,
substituiu definitivamente o sistema da CLT (art. 7º, inciso I da CRFB).
Todavia, a indenização prevista no art. 478 da CLT e mencionada no caput do art. 477 da CLT
ainda continua a ser devida àqueles empregados admitidos antes da Carta de 1988, que não sejam estáveis
nem optantes do FGTS. Estes empregados continuam a ter direito a referida indenização, em face do
direito adquirido. Na hipótese pois de serem dispensados sem justa causa, fazem jus a uma indenização
híbrida: o tempo de serviço anterior a 05 de Outubro de 1988 será indenizado em conformidade com o
disposto no art. 478 - uma remuneração para cada ano de serviço, ou fração igual ou superior a seis
meses; e o tempo posterior àquela data, será indenizado na forma prevista na Lei do FGTS, vale dizer
com os depósitos feitos na conta vinculada do trabalhador, acrescidos dos 40% previstos no art. 10, I do
ADCT e no art. 18 da Lei nº 8.036/90.
A doutrina diferencia a estabilidade (absoluta) da mera garantia de emprego (estabilidade relativa).
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Art. 165 da CLT - Os titulares da representação dos empregados nas CIPAs não poderão sofrer
despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo
disciplinar, técnico, econômico ou financeiro.
Parágrafo único - Ocorrendo a despedida, caberá ao empregador, em caso de reclamação à
Justiça do Trabalho, comprovar a existência de qualquer dos motivos
mencionados neste artigo, sob pena de ser condenado a reintegrar o empregado.
O contrato de trabalho do empregado estável só se resolve ope iudicis, vale dizer, por sentença
judicial prolatada em ação de inquérito para apuração de falta grave, ajuizada pelo empregador. Sentença
esta, de natureza constitutiva negativa, pois põe fim à relação de emprego.
Já no caso de mera garantia de emprego, desnecessário é o ajuizamento de inquérito, pois é lícito
ao empregador dispensar o empregado alegando algum dos motivos elencados no art. 165 da CLT
sujeitando-se, no entanto, a suportar a reintegração do empregado, caso o motivo não seja reconhecido
numa possível reclamação trabalhista interposta pelo empregado.
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de
lei complementar que preverá indenização compensatória, dentre outros
direitos.
A proteção contra a despedida arbitrária referida no inciso depende de regulamentação, a ser feita
por lei complementar, ainda não editada. Contudo, há no art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias – ADCT disposição a ser aplicada, enquanto não se fizer a edição da lei complementar
prevista.
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Art. 10 do ADCT - Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7, I, da
Constituição:
I - fica limitada a proteção nele referida ao aumento, para quatro vezes, da porcentagem prevista
no art. 6º, caput e § 1º da Lei 5.107, de 13 de setembro de 1966;
Há necessidade do ajuizamento do Inquérito Judicial para apurar a falta grave cometida pelo
empregado estável.
E se o dirigente sindical renuncia ao cargo antes do fim? Ele perde automaticamente o direito à
estabilidade.
Comunicação: o empregado se inscreve, faz o registro no sindicato: o sindicato (Súmula 369, I do
TST) tem o prazo de 24h para comunicar ao patrão. Note que se o empregado já está no aviso prévio e se
inscreve e faz o registro: é inválido, pois o empregado já está ciente do rompimento do contrato.
Veja que a estabilidade é apenas para os que possuem o poder de negociação do sindicato, assim
como seus respectivos suplentes.
Æ Artigo 543, parágrafo 3º. c/c Súmula 379 do TST – necessidade de Inquérito para apurar a falta grave
do empregado estável.
Æ Orientação Jurisprudencial 365 da SDI-1 do TST – membro do conselho fiscal não é detentor de
estabilidade.
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Cipeiro : art. 10, II, a do ADCT, art. 165 da CLT e Súmula 339 do TST.
Possuem a garantia de emprego: membros da CIPA que representam os empregados, bem como o
Vice-Presidente.
O cipeiro tem a garantia de emprego do registro de sua candidatura até 1 ano após o término do
mandato. A principal diferença entre o cipeiro e o dirigente sindical é que no caso do cipeiro não precisa
haver Inquérito Judicial para a apuração da falta grave.
Æ Súmula 676 do STF e Súmula 339 do TST – a garantia de emprego também se aplica aos suplentes
dos representantes dos empregados.
A estabilidade é para o acidentado, e não para doente. A não ser que o acidente de trabalho seja
uma doença, como a antiga LER (lesão por esforço repetitivo), atualmente chamada DORT (doenças
osteomusculares relacionadas ao trabalho).
Pode haver readaptação. É uma garantia de emprego.
Veja: o empregado com 20 anos de empresa é demitido sem justa causa. Assim, retorna
transtornado para casa e é atropelado durante o percurso. Nesse caso, configura-se o acidente de trabalho.
Como ele estava em aviso prévio, o prazo do aviso se suspende. O que acontece? Suponhamos que ele
fique 3 anos recebendo o benefício previdenciário, até que os motivos se esgotem. Nesse caso, ele ainda
terá 29 dias de aviso prévio garantidos! Como o acidente de trabalho, conforme preceitua o art. 28, III do
Dec. 99.684/90, gera a interrupção do contrato de trabalho, ele teve depositado o FGTS durante todo esse
tempo.
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Art. 625-B da CLT – A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de, no
mínimo, dois e, no máximo, dez membros, e observará as seguintes normas:
...
§ 3º - É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros da Comissão de
Conciliação Prévia, titulares e suplentes, até um ano após o final do mandato,
salvo se cometerem falta grave, nos termos da lei.
- Previsão legal:
Art. 7º., III da CRFB.
Lei 8036/90: art. 15 (depósito mensal), art. 18 (40%), art. 20 (hipóteses de saque).
Dec. 99684/90: art. 28 (interrupção do contrato).
Ler Complementar nº 110/01.
Art. 3º. A, da Lei 5.859/72 (facultativo para os domésticos).
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O FGTS foi instituído em 1966 como substituto, nesta época ainda de natureza optativa, ao regime
da estabilidade decenal previsto na CLT; ambos destinam-se a proteger o trabalhador da ruptura
imotivada do contrato de trabalho. Embora optativo, o que se observou após sua criação foi quase uma
imposição dos empregadores pelo regime do Fundo no momento da admissão do novo empregado.
Após a promulgação da Constituição Federal de 1988, o FGTS é direito impostergável de todos os
trabalhadores, traduzindo-se na proteção genérica contra a despedida arbitrária, tendo, por conseguinte,
revogado tacitamente o art. 492 e seguintes da CLT, que só são aplicáveis àqueles que por força de direito
adquirido, tenham completado dez anos de serviço na empresa até 05 de Outubro de 1988.
O Regime do FGTS, segundo dispõe a Lei nº 8.036/90, é custeado com contribuições
compulsórias dos empregadores, depositados em contas vinculadas, cujo saldo poderá ser sacado na
ocorrência de algumas hipóteses previstas na legislação específica, ou quando do advento da
aposentadoria do empregado. O Fundo possui um Conselho Curador, formado por representantes de
trabalhadores, empregadores e órgãos e entidades governamentais – art. 3º da Lei nº 8.036/90. O gestor
do FGTS é a Caixa Econômica Federal.
Pelo sistema do FGTS, a empresa deposita, numa conta centralizada da CEF e denominada conta
vinculada, até o dia 07 de cada mês, 8% da remuneração paga ou devida ao empregado no mês anterior.
Para o aprendiz o recolhimento é de 2%.
A porcentagem do valor a ser depositado mensalmente era de 8,5% (0,5% era para a contribuição
social), mas voltou a ser de 8% (e 2% para o aprendiz), pois a Lei Complementar nº 110/01 já não está
mais em vigor, no que tange a este ponto.
O empregado não sofre qualquer desconto relativo ao FGTS, trata-se de um encargo da empresa,
sem qualquer ônus ao empregado.
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Portanto, quando o empregado for dispensado sem justa causa, o empregador deverá depositar
40% sobre o montante dos depósitos realizados na conta do FGTS, devidamente corrigidos. Note que os
40% também devem ser depositados.
O saque do FGTS só pode ser feito nos termos da lei: exceto nos casos de pedido de demissão
voluntária e demissão por justa causa.
Para o trabalhador doméstico, o FGTS é facultativo, segundo o art. 3º-A, da Lei nº 5.859/72.
Entretanto, se o patrão recolher a primeira vez, passa a ser obrigatório!
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