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Cinesiologia

Material Teórico
Cinesiologia Aplicada ao Membro Inferior

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Me. Simone Aparecida Penimpedo Calamita

Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Cinesiologia Aplicada
ao Membro Inferior

• Articulação do Quadril;
• Articulação do Joelho;
• Análise Cinesiológica das Articulações do Pé e Tornozelo.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Identificar músculos, movimentos e testes manuais para as articulações que compõem o
membro inferior.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Cinesiologia Aplicada ao Membro Inferior

Articulação do Quadril
Esta articulação é a base do membro inferior, a articulação mais proximal, for-
mada pela cabeça do fêmur e a fossa do acetábulo. A cabeça do fêmur grande e
redonda se conecta perfeitamente na fossa acetabular. Isso não é por acaso, uma
vez que a função primária do membro inferior é sustentação do peso corporal, logo
a articulação deve ser estável.

É uma articulação do tipo sinovial, possui uma cápsula forte e densa. É classifi-
cada morfologicamente como esferoide (bola e soquete) e funcionalmente é classi-
ficada como tri-axial (3 eixos e 3 planos).

Essa articulação tem como principais funções:


• Transmissão de forças da cabeça, braços e troncos às extremidade inferiores;
• Suporte de peso;
• Deambulação.

Apesar da quantidade que essa articulação é capaz de fazer, é importante ressal-


tar que o acetábulo proporciona um encaixe bastante profundo fazendo com que a
articulação do quadril seja mais estável e menos propensa a luxações.

Figura 1
Fonte: udc.edu.br

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Dessa forma, apresentaremos os estabilizadores estáticos do quadril:

Há 4 ligamentos importantes que estabilizam a articulação do quadril: liga-


mento redondo, ligamento ílio femoral ou em Y, ligamento pubofemoral e liga-
mento isquiofemoral.
• Ligamento Redondo:
» Pequeno;
» Intracapsular, fixado no acetábulo e na fóvea da cabeça do fêmur;
» Função: integra o suprimento vascular da cabeça do fêmur;
» Encontra-se tensionado nas posições extremas de adução com flexão e rota-
ção externa ou adução, extensão e rotação interna.
• Ligamento Ílio femoral ou em Y:
» Função: reforçar a cápsula, pois é o mais resistente dos ligamentos do quadril;
» Fixado na espinal ilíaca ântero-inferior até a linha intertrocantérica;
» Tensiona-se (estabiliza ou freia o movimento) na extensão e adução do quadril;
» Na deficiência desse ligamento, os estabilizadores dinâmicos (músculos antago-
nistas ao movimento estabilizado) irão ajudar para e/ou assumir a estabilização;
» Estabiliza: extensão e adução;
» Atuam como estabilizadores dinâmicos: flexores e adutores.
• Ligamento Pubofemoral:
» Localização: ântero-medial e inferior na articulação do quadril;
» Estabiliza: extensão, abdução e rotação externa;
» Atuam como estabilizadores dinâmicos: flexores, adutores e rotação interna.
• Ligamento Ísquio femoral:
» Recobre a cápsula posteriormente;
» Fixado na porção isquiática do acetábulo até a linha intertrocantérica;
» Estabiliza: hiperextensão, abdução e rotação interna.
» Atuam como estabilizadores dinâmicos: flexores, adutores e rotadores
externos.

Em Síntese Importante!

A abdução do quadril é limitada pela tensão dos ligamentos pubofemoral, isquiofemoral e


ísquio femoral. Todos os ligamentos estão tensos na extensão ou hiperextensão. Todos
os ligamentos estão frouxos na flexão do quadril.

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Figura 2
Fonte: udc.edu.br

Veja a seguir uma tabela com os movimentos da articulação coxofemoral e os


músculos que executam o movimento:

Tabela 1
Movimentos Músculos
·· Glúteo Médio;
Rotação Interna ou Medial ·· Glúteo Mínimo;
·· Tensor da Fáscia Lata.

·· Gêmeo Superior;
·· Gêmeo Inferior;
·· Obturador Interno;
Rotação Lateral ou Externa ·· Obturador Externo;
·· Piriforme;
·· Quadrado femoral;
·· Sartório.

·· Adutor Magno;
·· Adutor Longo;
Adução de Quadril ·· Adutor Curto;
·· Grácil;
·· Pectíneo.

·· Tensor da Fáscia Lata;


·· Glúteo Médio;
·· Glúteo Mínimo;
·· Extensão do Quadril;
Abdução de Quadril ·· Glúteo Máximo;
·· Semitendíneo;
·· Semimembranáceo;
·· Bíceps Femoral.

·· liopsoas (psoas maior + ilíaco);


·· Reto femoral;
·· Tensor da Fáscia Lata;
Flexão do Quadril ·· Grácil;
·· Sartório;
·· Pectíneo.

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Provas de Função do Quadril
Flexão de Quadril
Para G3, G4 e G5: paciente sentado. O terapeuta solicita que ele realize a fle-
xão de quadril com o joelho flexionado = G3.

Para G4, G5: o terapeuta coloca uma pequena ou grande resistência na região
distal do fêmur.

Para G2, G1 e G0: o paciente em decúbito lateral. O terapeuta solicita que ele
realize a flexão do quadril com flexão de joelho = G2.

Figura 3
Fonte: HAMILTON, 2013

Extensão do quadril
Para G3, G4 e G5: paciente em decúbito ventral. O terapeuta solicita ao pa-
ciente que realize a extensão do quadril com o joelho estendido.

Para G4 e G5: o terapeuta coloca uma pequena ou grande resistência na região


distal da tíbia e fíbula.

Para G2, G1 e G0: o paciente em decúbito lateral. O terapeuta solicita que o


paciente realize extensão de quadril com extensão de joelho = G2.

Figura 4
Fonte: HAMILTON, 2013

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Abdução do Quadril
Para G3, G4 e G5: o paciente em decúbito lateral. O terapeuta solicita a ele que
realize a abdução do quadril = G3.

Para G4 e G5: o terapeuta coloca uma pequena ou grande resistência na região


distal da tíbia e da fíbula.

Para G2, G1 e G0: o paciente em decúbito dorsal. O terapeuta solicita que


realize o movimento de abdução do quadril = G2.

Figura 5
Fonte: HAMILTON, 2013

Adução do quadril
Para G3, G4 e G5: o paciente em decúbito lateral, o teste será realizado com
o MMII que se encontra em contato com a maca. O terapeuta solicita ao paciente
que flexione o membro que não será testado e apoie o pé sobre a maca e solicita
adução do membro que está em contato com a maca = G3.

Para G3, G4 e G5: o terapeuta coloca uma pequena ou grande resistência na


região distal da tíbia e fíbula.

Para G2, G1 e G0: o paciente em decúbito dorsal. O terapeuta posiciona o mem-


bro a ser testado em abdução e solicita que o paciente realize adução de quadril = G2.

Figura 6
Fonte: HAMILTON, 2013

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Rotação medial e lateral do quadril
Para G3, G4 e G5: paciente sentado. O terapeuta solicita que o paciente leve
a tíbia e a fíbula para a lateral (rotação medial de quadril) ou leve a tíbia e a fíbula
para a medial (rotação lateral de quadril) = G3.

Para G4 e G5: o terapeuta coloca uma resistência quando testar rotação medial
no maléolo lateral, e quando, o terapeuta estiver testando a rotação lateral, o tera-
peuta coloca uma resistência no maléolo medial.

Para G2, G1 e G0: o paciente em decúbito dorsal. O terapeuta solicita que o


paciente rode o membro para a lateral (está testando a rotação lateral) ou rode o
membro para medial (está testando a rotação medial).

Figura 7
Fonte: HAMILTON, 2013

Articulação do Joelho
A articulação do joelho é bastante estudada na cinesiologia. Apesar de ser sim-
ples com relação à anatomia e quantidade de músculos, é foco de frequentes lesões,
relacionadas ao mal uso da articulação ou as lesões em práticas esportivas.

É comum ouvirmos falar de lesões dos ligamentos cruzados do joelho, assim


como lesões de menisco.

Vamos estudar melhor essa articulação para entender o papel dessas estruturas.

O joelho é formado por três ossos importantes: tíbia, fêmur e patela; tem como
função sustentar o peso do corpo (de 4 á 6 vezes). É indispensável nas atividades
de abaixar, levantar, sentar, subir escadas. Colaborar com a rotação do corpo e é
muito importante na deambulação (marcha), pois diminui o gasto energético devido
à diminuição das oscilações verticais e laterais.

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UNIDADE Cinesiologia Aplicada ao Membro Inferior

Realiza apenas a flexão e extensão e apresenta um falso movimento rotação


interna e externa da tíbia, relacionado à ausência de coaptação entre fêmur e tíbia,
ou seja, não existe encaixe ósseo.

Por isso é classificada como um falso gínglimo, porque apresenta um compo-


nente rotacional devido a uma diferença anatômica entre os côndilos femorais
(côndilo femoral medial é mais longo do que o lateral). Dessa forma, a rotação
não é um movimento livre, mas um movimento acessório que acompanha fle-
xão e extensão.

Articulação
Há 3 importantes articulações no complexo joelho, tibiofemoral medial, patelo-
femoral, tibiofemoral lateral.

Figura 8
Fonte: Wikimedia Commons

Ligamentos – Estabilizadores Estáticos


Importantíssimos no joelho, devido à ausência de encaixe ósseo, existem 6 liga-
mentos importantes que estabilizam o joelho, sendo dois intracapsulares: ligamento
cruzado anterior (LCA) e ligamento cruzado posterior (LCP). E quatro extracapsula-
res: ligamento colateral tibial (medial), ligamento colateral fibular (lateral), ligamento
patelar e ligamento transverso.

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Ligamento Cruzado Anterior (LCA)
Localização: entre os côndilos medial e lateral, na área intercondilar, também se
fixa na face anterior da tíbia, medial ao menisco medial.

Alonga-se na flexão a partir da extensão.

Impede a tíbia de se deslocar anteriormente em relação ao fêmur, ou impede do


fêmur se deslocar posteriormente em relação à tíbia.

Ligamento Cruzado Posterior (LCP)


Localização: face posterior da articulação do joelho, na área intercondilar, fi-
xando-se no côndilo medial.

Os ligamentos cruzados oferecem estabilidade no plano sagital.

Ligamento Colateral Tibial (medial)


É grande e plano, está fixado entre os côndilos do fêmur e da tíbia.

O menisco medial está fixado neste ligamento, e por esse motivo contribui para
o cisalhamento frequente de menisco medial quando há estresse no ligamento co-
lateral medial.

Ligamento Colateral Fibular (lateral)


É arredondado e está fixado entre o côndilo lateral do fêmur e cabeça da fíbula.
É muito forte e não é lesado com frequência.

Os ligamentos colaterais fornecem estabilidade no plano frontal.

Figura 9
Fonte: Wikimedia Commons

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Menisco
São discos fibrocartilaginosos, cuneiformes, semilunares, não vascularizados, lo-
calizados na face superior da tíbia e projetados para absorver choques. São mais
espessos lateralmente, sendo o menisco medial inserido no ligamento colateral me-
dial. Por esse motivo, o menisco medial é mais fixo, apresentando maior incidência
de lesão.

Função: aumentar estabilidade, aprofundar a superfície de contato, absorve a


carga, protege a cartilagem, melhora a propriocepção articular, melhora lubrifica-
ção, nutrição da articulação e limita os movimentos entre a tíbia e o fêmur.

Obs.: A retirada do menisco lateral aumenta em 230% o pico de pressão de


contato articular.

Figura 10
Fonte: Wikimedia Commons

Bolsas ou Bursas
São muitas e estão localizadas dentro e ao redor da cápsula articular com a fina-
lidade de reduzir o atrito durante os movimentos do joelho, são elas:
• suprapatelar maior;
• sub poplítea;
• pré-patelar;
• infrapatelar superficial;
• infrapatelar profunda.

Patela
É um osso sesamoide triangular que se encontra dentro do tendão do qua-
dríceps. Tem como função centralizar forças proteger a superfície anterior
do fêmur, aumentar a eficiência da extensão nos últimos 30°, diminuir o atrito,

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controlar a tensão capsular do joelho, servir como um escudo ósseo para a car-
tilagem dos côndilos, melhorar o aspecto estético e o mais importante, aumen-
tar a vantagem mecânica (a patela serve para aumentar o braço de alavanca
do tendão patelar, assim diminui a sobrecarga e o esforço do quadríceps durante
o movimento).

Se o joelho não tivesse uma patela, a sobrecarga articular seria muito maior.

Espaço Poplíteo
Encontra-se atrás do joelho e contém nervos importantes, tais como tibial e
fibular comum e vasos sanguíneos também importantes como a artéria poplítea.

Essa fossa é limitada pelos músculos: semitendíneo, semimembranáceo, gas-


trocnêmio e bíceps femoral. Músculos esses que pertencem ao que chamamos de
Pata de Ganso. São eles: sartório, grácil e semitendíneo. Eles se unem em uma
única inserção na face ântero-medial da porção proximal da tíbia.

Provas de Função de Joelho


Extensão de Joelho
Para G3, G4 e G5: o paciente deverá estar sentado. O terapeuta solicita que o
paciente realize a extensão de joelho = G3.

Para G4 e G5: o terapeuta colocará uma pequena ou grande resistência na


região distal da tíbia e solicita a extensão.

Para G2, G1 e G0: o paciente deverá estar em decúbito lateral. O terapeuta


solicita que o paciente realize a extensão de joelho = G2.

Figura 11
Fonte: HAMILTON, 2013

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UNIDADE Cinesiologia Aplicada ao Membro Inferior

Flexão de Joelho
Para G3, G4 e G5: o paciente em decúbito ventral. O terapeuta solicita que o
paciente realize a flexão de joelho = G3.

Para G4 e G5: o terapeuta coloca uma pequena ou grande resistência na região


distal da tíbia e solicita que realize o movimento.

Para G2, G1 e G0: o paciente em decúbito lateral. O terapeuta solicita que o


paciente realize a flexão de joelho = G2.

A articulação do joelho é bastante estudada na cinesiologia por causa das le-


sões frequentes.

Figura 12
Fonte: HAMILTON, 2013

Análise Cinesiológica das


Articulações do Pé e Tornozelo
O tornozelo e o pé são estruturas anatômicas muito complexas devido à quanti-
dade de ossos que se articulam e às funções de equilibrar a base de sustentação do
corpo e movimentos da marcha.

No complexo tornozelo e pé, há três articulações importantes:


• Articulação Talocrural (art. do tornozelo), formada pelos Talus, Tíbia e Fíbula,
do tipo dobradiça com 1 grau de liberdade;
• Articulação Subtalar ou Talo calcâneo, formada pelo Talus e pelo calcâneo;

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Fíbula
Tendão
de Aquiles Tíbia
Ligamento tibiofibular
anterior inferior
Ligamento
tibial inferior Ligamento
posterior talofibular
anterior
Talos

Ligamento
talofibular
posterior
Ligamento
calcaneofibular
Figura 13
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons

• Articulação Mediotársica, formada pelos ossos do tarso.

Vale ressaltar que, na articulação Talocrural, acontecem os movimentos de Dor-


siflexão e Flexão Plantar, sendo que os músculos que realizam a Dorsiflexão são:
Tibial Anterior e Fibular Anterior ou terceiro.

Os músculos que realizam a Flexão plantar


são: Tibial posterior e Fibular Longo e Curto, Gas-
trocnêmico e Sóleo.

Na articulação Subtalar, os movimentos que


ocorrem nessa articulação são:
• Inversão: (Tibial Anterior e Tibial Posterior);
• Eversão: (Fibular Anterior, longo e Curto).

A articulação Mediotársica apresenta apenas


movimentos artrocinemáticos entre os ossículos
do Tarso (Navicular, Cubóide, Cuneiforme Medial,
Cuneiforme lateral e Cuneiforme intermédio).

O pé humano tem como função sustentar o peso


do corpo em pé e durante a marcha, além de ab-
sorver choques e amenizar forças de reação ao solo,
também se adapta a superfícies irregulares, eleva o
Figura 14
corpo e também opera como máquinas.
Fonte: Wikimedia Commons

O pé é dividido em três partes: Pé posterior (talos e calcâneo), Pé médio (navicular


e cuboide) e Pé anterior (os 03 cuneiformes, os cinco metatarsos e todas as falanges).

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Estabilizadores Estáticos
Na Articulação Talo Crural, o principal estabilizador é a cápsula, ela fica ante-
riormente e posteriormente sendo reforçada lateralmente pelos ligamentos colate-
rais laterais.

Na Articulação Subtalar, temos como estabilizadores 4 ligamentos.

Na região medial, encontra-se o Ligamento Colateral Medial chamado Deltoide,


apresenta uma forma triangular e é o mais forte dos ligamentos e estabiliza a ever-
são subtalar.

Na região lateral, temos três ligamentos que estabilizam a inversão subtalar, são
eles: Ligamento Calcâneo Fibular, Ligamento Talofibular Anterior e Ligamento Ta-
lofibular Posterior.

Esses ligamentos são menos resistentes quando comparados ao ligamento Deltoide.

O movimento de inversão apresenta maior amplitude de movimento (ADM), pois há diferen-


Explor

ça no comprimento dos maléolos Tibial e Fibular, sendo que o maléolo Tibial é mais proxi-
mal, possibilitando uma maior ADM no movimento de inversão quando comparado com o
movimento de eversão.
O movimento mais comum de torcer o tornozelo é de inversão, pois há dois motivos que jus-
tificam essa resposta. Na região do tornozelo, há uma pinça Bimaleolar, sendo que o maléolo
medial é mais proximal do que o maléolo lateral proporcionando assim uma ADM maior
em inversão. E o outro motivo é que os ligamentos (Calcâneo Fibular, Talofibular Anterior
e Talofibular Posterior) são menos resistentes que o ligamento deltoide que se encontra na
região medial.

Arco Longitudinal e Arco transverso


São as principais estruturas para absorção e amortecimento do complexo pé e
tornozelo durante a marcha. Eles aumentam a estabilidade do médio pé.

Com a diminuição ou perda desses arcos, a carga distribuída nos pés aumenta,
aumentando a instabilidade durante a marcha.

Arcos Plantares
• Longitudinal Medial: é formado pelos ossos Calcâneo, Talus, Navicular e
Cuneiformes sendo que o Talus se encontra no topo do arco podendo ser cha-
mado de Pedra Angular;
• Longitudinal Lateral: é formado pelo Calcâneo, Cuboide, Quarto e Quinto
metatarso, normalmente toca o solo durante a subtenção do peso corporal;

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• Transversos: é um arco látero-medial formado pelos três cuneiformes até
o cuboide, sendo que o cuneiforme intermédio está no topo desse arco (é a
pedra angular).
Os arcos plantares são estabilizados pelos Ligamentos Aponeurose e Músculos;
• Ligamento Calcâneonavicular Plantar: é como se fosse uma mola, é curto e
largo, muito importante na estabilidade do arco longitudinal medial;
• Ligamento Plantar Longo: é o mais longo dos ligamentos, é superficial e
estabiliza o arco longitudinal lateral;
• Ligamento Plantar Curto: auxilia o ligamento plantar longo na estabilização
do arco longitudinal lateral;
• Aponeurose Plantar: apoia os arcos longitudinais aumentando a estabilidade
nesses arcos.
Obs.: Os músculos inversores e eversores dão apenas de 15 a 20% de estabi-
lidade aos arcos plantares (na fase Dinâmica).

Provas de Função do Tornozelo e Pé


Flexão Plantar
Para G3, G4 e G5: o paciente em decúbito ventral com 90º de flexão de joelho.
O terapeuta solicita que o paciente realize a flexão plantar = G3.

Para G4 e G5: o terapeuta coloca uma pequena ou grande resistência na região


distal da cabeça dos metatarsos.

Para G2, G1 e G0: o paciente em decúbito lateral com os pés para fora da
maca. O terapeuta solicita que o paciente realize a flexão plantar.

Figura 15
Fonte: asia-spinalinjury.org

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Dorsiflexão
Para G3, G4 e G5: paciente sentado. O terapeuta solicita que o paciente realize
a dorsiflexão = G3.

Para G4 e G5: o terapeuta realiza uma pequena ou grande resistência na região


distal da cabeça do metatarso.

Para G2, G1 e G0: paciente em decúbito lateral com os pés para fora da maca.
O terapeuta solicita que o paciente realize a dorsiflexão = G2.

Figura 16
Fonte: asia-spinalinjury.org

Inversão
Para G3, G4 e G5: paciente em
decúbito lateral, testamos o pé que
está em contato com a maca. O tera-
peuta solicita ao paciente que realize a
inversão = G3.

Para G4 e G5: o terapeuta realiza


uma pequena ou grande resistência na
face medial sobre o 1º metatarso.

Para G2, G1 e G0: o paciente em


decúbito dorsal como pé para fora da
maca. O terapeuta solicita que o pa-
ciente realize a inversão = G2. Figura 17 – Exame da força muscular do m. tibial anterior
Fonte: KENDALL, 2007
Eversão
Para G3, G4 e G5: o paciente em decúbito lateral como pé para fora da maca,
sendo testado o membro de cima. O terapeuta solicita que o paciente realize a
eversão = G3.

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Para G4 e G5: o terapeuta realiza uma pequena ou grande resistência sobre a
face lateral do 5º metatarso.

Para G2, G1 e G0: o paciente em decúbito dorsal com o pé para fora da maca.
O terapeuta solicita que o paciente realize a eversão.

Com relação aos músculos que atuam no pé, assim como na mão, seus nomes
dizem muito sobre suas ações.

Temos:
• Flexão metatarsofalangiana: lumbricais e flexor curto do hálux;
• Flexão interfalangiana dos artelhos: flexores longo e curto dos dedos, flexor
longo do hálux;
• Extensão metatarsofalangiana: extensores longo e curto dos dedos;
• Extensão interfalangiana do hálux: extensor longo do hálux.

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UNIDADE Cinesiologia Aplicada ao Membro Inferior

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Vídeos
Cinesiologia Marcha Fase de Apoio
https://youtu.be/tV-hSwtODPc
Dor no Joelho: Anatomia, Articulações e Lesões do LCA e Meniscos - Anatomia Humana
https://youtu.be/19356wlyIcI
Anatomia Humana – Sistema Muscular: Ações dos Músculos do Quadril
https://youtu.be/VMLzby9Ga6M

 Leitura
A fisoterapia na osteoartrose: uma revisão da literatura
http://bit.ly/2Qtf6BQ

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Referências
HALL, S. Biomecânica Básica. 5. ed. São Paulo: Manole, 2009.

LIPPERT, L. Cinesiologia clínica para fisioterapeutas: incluindo teste para auto-


avaliação. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

THOMPSON, C. W.; FLOYD, R. T. Manual de cinesiologia estrutural. 14. ed.


São Paulo: Manole, 2002.

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