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Material Teórico
Cinesiologia Aplicada ao Membro Inferior
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Cinesiologia Aplicada
ao Membro Inferior
• Articulação do Quadril;
• Articulação do Joelho;
• Análise Cinesiológica das Articulações do Pé e Tornozelo.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Identificar músculos, movimentos e testes manuais para as articulações que compõem o
membro inferior.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Cinesiologia Aplicada ao Membro Inferior
Articulação do Quadril
Esta articulação é a base do membro inferior, a articulação mais proximal, for-
mada pela cabeça do fêmur e a fossa do acetábulo. A cabeça do fêmur grande e
redonda se conecta perfeitamente na fossa acetabular. Isso não é por acaso, uma
vez que a função primária do membro inferior é sustentação do peso corporal, logo
a articulação deve ser estável.
É uma articulação do tipo sinovial, possui uma cápsula forte e densa. É classifi-
cada morfologicamente como esferoide (bola e soquete) e funcionalmente é classi-
ficada como tri-axial (3 eixos e 3 planos).
Figura 1
Fonte: udc.edu.br
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Dessa forma, apresentaremos os estabilizadores estáticos do quadril:
Em Síntese Importante!
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UNIDADE Cinesiologia Aplicada ao Membro Inferior
Figura 2
Fonte: udc.edu.br
Tabela 1
Movimentos Músculos
·· Glúteo Médio;
Rotação Interna ou Medial ·· Glúteo Mínimo;
·· Tensor da Fáscia Lata.
·· Gêmeo Superior;
·· Gêmeo Inferior;
·· Obturador Interno;
Rotação Lateral ou Externa ·· Obturador Externo;
·· Piriforme;
·· Quadrado femoral;
·· Sartório.
·· Adutor Magno;
·· Adutor Longo;
Adução de Quadril ·· Adutor Curto;
·· Grácil;
·· Pectíneo.
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Provas de Função do Quadril
Flexão de Quadril
Para G3, G4 e G5: paciente sentado. O terapeuta solicita que ele realize a fle-
xão de quadril com o joelho flexionado = G3.
Para G4, G5: o terapeuta coloca uma pequena ou grande resistência na região
distal do fêmur.
Para G2, G1 e G0: o paciente em decúbito lateral. O terapeuta solicita que ele
realize a flexão do quadril com flexão de joelho = G2.
Figura 3
Fonte: HAMILTON, 2013
Extensão do quadril
Para G3, G4 e G5: paciente em decúbito ventral. O terapeuta solicita ao pa-
ciente que realize a extensão do quadril com o joelho estendido.
Figura 4
Fonte: HAMILTON, 2013
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UNIDADE Cinesiologia Aplicada ao Membro Inferior
Abdução do Quadril
Para G3, G4 e G5: o paciente em decúbito lateral. O terapeuta solicita a ele que
realize a abdução do quadril = G3.
Figura 5
Fonte: HAMILTON, 2013
Adução do quadril
Para G3, G4 e G5: o paciente em decúbito lateral, o teste será realizado com
o MMII que se encontra em contato com a maca. O terapeuta solicita ao paciente
que flexione o membro que não será testado e apoie o pé sobre a maca e solicita
adução do membro que está em contato com a maca = G3.
Figura 6
Fonte: HAMILTON, 2013
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Rotação medial e lateral do quadril
Para G3, G4 e G5: paciente sentado. O terapeuta solicita que o paciente leve
a tíbia e a fíbula para a lateral (rotação medial de quadril) ou leve a tíbia e a fíbula
para a medial (rotação lateral de quadril) = G3.
Para G4 e G5: o terapeuta coloca uma resistência quando testar rotação medial
no maléolo lateral, e quando, o terapeuta estiver testando a rotação lateral, o tera-
peuta coloca uma resistência no maléolo medial.
Figura 7
Fonte: HAMILTON, 2013
Articulação do Joelho
A articulação do joelho é bastante estudada na cinesiologia. Apesar de ser sim-
ples com relação à anatomia e quantidade de músculos, é foco de frequentes lesões,
relacionadas ao mal uso da articulação ou as lesões em práticas esportivas.
Vamos estudar melhor essa articulação para entender o papel dessas estruturas.
O joelho é formado por três ossos importantes: tíbia, fêmur e patela; tem como
função sustentar o peso do corpo (de 4 á 6 vezes). É indispensável nas atividades
de abaixar, levantar, sentar, subir escadas. Colaborar com a rotação do corpo e é
muito importante na deambulação (marcha), pois diminui o gasto energético devido
à diminuição das oscilações verticais e laterais.
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Articulação
Há 3 importantes articulações no complexo joelho, tibiofemoral medial, patelo-
femoral, tibiofemoral lateral.
Figura 8
Fonte: Wikimedia Commons
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Ligamento Cruzado Anterior (LCA)
Localização: entre os côndilos medial e lateral, na área intercondilar, também se
fixa na face anterior da tíbia, medial ao menisco medial.
O menisco medial está fixado neste ligamento, e por esse motivo contribui para
o cisalhamento frequente de menisco medial quando há estresse no ligamento co-
lateral medial.
Figura 9
Fonte: Wikimedia Commons
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Menisco
São discos fibrocartilaginosos, cuneiformes, semilunares, não vascularizados, lo-
calizados na face superior da tíbia e projetados para absorver choques. São mais
espessos lateralmente, sendo o menisco medial inserido no ligamento colateral me-
dial. Por esse motivo, o menisco medial é mais fixo, apresentando maior incidência
de lesão.
Figura 10
Fonte: Wikimedia Commons
Bolsas ou Bursas
São muitas e estão localizadas dentro e ao redor da cápsula articular com a fina-
lidade de reduzir o atrito durante os movimentos do joelho, são elas:
• suprapatelar maior;
• sub poplítea;
• pré-patelar;
• infrapatelar superficial;
• infrapatelar profunda.
Patela
É um osso sesamoide triangular que se encontra dentro do tendão do qua-
dríceps. Tem como função centralizar forças proteger a superfície anterior
do fêmur, aumentar a eficiência da extensão nos últimos 30°, diminuir o atrito,
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controlar a tensão capsular do joelho, servir como um escudo ósseo para a car-
tilagem dos côndilos, melhorar o aspecto estético e o mais importante, aumen-
tar a vantagem mecânica (a patela serve para aumentar o braço de alavanca
do tendão patelar, assim diminui a sobrecarga e o esforço do quadríceps durante
o movimento).
Se o joelho não tivesse uma patela, a sobrecarga articular seria muito maior.
Espaço Poplíteo
Encontra-se atrás do joelho e contém nervos importantes, tais como tibial e
fibular comum e vasos sanguíneos também importantes como a artéria poplítea.
Figura 11
Fonte: HAMILTON, 2013
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Flexão de Joelho
Para G3, G4 e G5: o paciente em decúbito ventral. O terapeuta solicita que o
paciente realize a flexão de joelho = G3.
Figura 12
Fonte: HAMILTON, 2013
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Fíbula
Tendão
de Aquiles Tíbia
Ligamento tibiofibular
anterior inferior
Ligamento
tibial inferior Ligamento
posterior talofibular
anterior
Talos
Ligamento
talofibular
posterior
Ligamento
calcaneofibular
Figura 13
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons
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Estabilizadores Estáticos
Na Articulação Talo Crural, o principal estabilizador é a cápsula, ela fica ante-
riormente e posteriormente sendo reforçada lateralmente pelos ligamentos colate-
rais laterais.
Na região lateral, temos três ligamentos que estabilizam a inversão subtalar, são
eles: Ligamento Calcâneo Fibular, Ligamento Talofibular Anterior e Ligamento Ta-
lofibular Posterior.
ça no comprimento dos maléolos Tibial e Fibular, sendo que o maléolo Tibial é mais proxi-
mal, possibilitando uma maior ADM no movimento de inversão quando comparado com o
movimento de eversão.
O movimento mais comum de torcer o tornozelo é de inversão, pois há dois motivos que jus-
tificam essa resposta. Na região do tornozelo, há uma pinça Bimaleolar, sendo que o maléolo
medial é mais proximal do que o maléolo lateral proporcionando assim uma ADM maior
em inversão. E o outro motivo é que os ligamentos (Calcâneo Fibular, Talofibular Anterior
e Talofibular Posterior) são menos resistentes que o ligamento deltoide que se encontra na
região medial.
Com a diminuição ou perda desses arcos, a carga distribuída nos pés aumenta,
aumentando a instabilidade durante a marcha.
Arcos Plantares
• Longitudinal Medial: é formado pelos ossos Calcâneo, Talus, Navicular e
Cuneiformes sendo que o Talus se encontra no topo do arco podendo ser cha-
mado de Pedra Angular;
• Longitudinal Lateral: é formado pelo Calcâneo, Cuboide, Quarto e Quinto
metatarso, normalmente toca o solo durante a subtenção do peso corporal;
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• Transversos: é um arco látero-medial formado pelos três cuneiformes até
o cuboide, sendo que o cuneiforme intermédio está no topo desse arco (é a
pedra angular).
Os arcos plantares são estabilizados pelos Ligamentos Aponeurose e Músculos;
• Ligamento Calcâneonavicular Plantar: é como se fosse uma mola, é curto e
largo, muito importante na estabilidade do arco longitudinal medial;
• Ligamento Plantar Longo: é o mais longo dos ligamentos, é superficial e
estabiliza o arco longitudinal lateral;
• Ligamento Plantar Curto: auxilia o ligamento plantar longo na estabilização
do arco longitudinal lateral;
• Aponeurose Plantar: apoia os arcos longitudinais aumentando a estabilidade
nesses arcos.
Obs.: Os músculos inversores e eversores dão apenas de 15 a 20% de estabi-
lidade aos arcos plantares (na fase Dinâmica).
Para G2, G1 e G0: o paciente em decúbito lateral com os pés para fora da
maca. O terapeuta solicita que o paciente realize a flexão plantar.
Figura 15
Fonte: asia-spinalinjury.org
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UNIDADE Cinesiologia Aplicada ao Membro Inferior
Dorsiflexão
Para G3, G4 e G5: paciente sentado. O terapeuta solicita que o paciente realize
a dorsiflexão = G3.
Para G2, G1 e G0: paciente em decúbito lateral com os pés para fora da maca.
O terapeuta solicita que o paciente realize a dorsiflexão = G2.
Figura 16
Fonte: asia-spinalinjury.org
Inversão
Para G3, G4 e G5: paciente em
decúbito lateral, testamos o pé que
está em contato com a maca. O tera-
peuta solicita ao paciente que realize a
inversão = G3.
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Para G4 e G5: o terapeuta realiza uma pequena ou grande resistência sobre a
face lateral do 5º metatarso.
Para G2, G1 e G0: o paciente em decúbito dorsal com o pé para fora da maca.
O terapeuta solicita que o paciente realize a eversão.
Com relação aos músculos que atuam no pé, assim como na mão, seus nomes
dizem muito sobre suas ações.
Temos:
• Flexão metatarsofalangiana: lumbricais e flexor curto do hálux;
• Flexão interfalangiana dos artelhos: flexores longo e curto dos dedos, flexor
longo do hálux;
• Extensão metatarsofalangiana: extensores longo e curto dos dedos;
• Extensão interfalangiana do hálux: extensor longo do hálux.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Cinesiologia Marcha Fase de Apoio
https://youtu.be/tV-hSwtODPc
Dor no Joelho: Anatomia, Articulações e Lesões do LCA e Meniscos - Anatomia Humana
https://youtu.be/19356wlyIcI
Anatomia Humana – Sistema Muscular: Ações dos Músculos do Quadril
https://youtu.be/VMLzby9Ga6M
Leitura
A fisoterapia na osteoartrose: uma revisão da literatura
http://bit.ly/2Qtf6BQ
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Referências
HALL, S. Biomecânica Básica. 5. ed. São Paulo: Manole, 2009.
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