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DIREITO

PROCESSUAL
DO TRABALHO
Competência

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido

Sumário
Competência..................................................................................................................................... 3
1. Competência da Justiça do Trabalho. . ...................................................................................... 3
1.1. Critérios para Definição da Competência da Justiça do Trabalho. . ................................. 3
1.2. Matérias Não Abrangidas pela Competência da Justiça do Trabalho.. .......................... 6
1.3. Matérias de Competência da Justiça do Trabalho (Art. 114, CF)................................... 10
1.4. Competência Territorial da Justiça do Trabalho. . ............................................................. 28
1.5. Processamento da Exceção de Incompetência.. ................................................................31
1.6. Conflito de Competência....................................................................................................... 33
Resumo............................................................................................................................................. 35
Exercícios......................................................................................................................................... 38
Gabarito............................................................................................................................................ 77
Referências...................................................................................................................................... 78

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido

COMPETÊNCIA
Olá, próximo(a) aprovado(a)!
Tudo bem com você? Como está seu ritmo de estudos? Espero que você esteja mantendo
a constância nos estudos e seguindo um planejamento adequado. Se escorregar, ao invés de
enfiar de vez o pé na jaca, retome seu ritmo imediatamente.
Lembre-se de que a leitura atenta dos materiais do curso e a resolução de todas as ques-
tões propostas podem abreviar muito seu caminho até a aprovação.
A aula de hoje será sobre a competência da Justiça do Trabalho. O assunto é longo e bas-
tante cobrado em provas de concurso. Mas não se preocupe, aqui você encontrará a matéria
exposta de uma forma simples, didática e repetitiva (sim, repetitiva. A repetição é a chave da
memorização. Em relação aos pontos mais cobrados em concurso, vou repetir várias vezes a
mesma coisa, até que, sem perceber, a matéria já tenha se tornado óbvia para você).
Reforço a necessidade de você estudar todos os comentários às questões colocados aqui.
Eles fazem parte do conteúdo da aula e, além de serem uma forma excelente de memorização
da matéria, contêm alguns detalhes que você só encontrará lá nos comentários.
Procurei abordar todos os pontos mais cobrados em concurso, sem “perfumaria” e indo di-
reto ao que realmente importa. Afinal, você não tem tempo a perder, né? Uma posse te espera!
Fique à vontade para tirar dúvidas e, se quiser, me mande um feedback das aulas por e-mail.
Priscila
(pity_margarido@hotmail.com)

1. Competência da Justiça do Trabalho


Hoje vamos estudar a competência da Justiça do Trabalho (JT), ou seja, vamos analisar
quais são as causas julgadas pela justiça trabalhista.

1.1. Critérios para Definição da Competência da Justiça do Trabalho


Existem 4 critérios para definição da competência:
a) competência em razão da matéria (também chamada competência material ou objeti-
va): seguindo este critério, o que importa para fixação da competência é a natureza jurídica da
controvérsia que está sendo discutida. Se for originada numa relação de trabalho, a competên-
cia será, em regra, da Justiça do Trabalho. A competência material da Justiça do Trabalho está
prevista nos artigos 114 da Constituição Federal e 652 da CLT.
b) competência em razão da pessoa (chamada competência subjetiva): aqui a competên-
cia é fixada levando em conta a qualidade do sujeito envolvido na controvérsia.
Na Justiça do Trabalho, a competência é definida essencialmente pela matéria (critério
material), e mesmo quando há referência à pessoa, o critério central continua sendo a matéria.

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 Obs.: EXEMPLO: O inciso I do art. 114 da CF, estabelece que será competência da Justiça
do Trabalho julgar causa em que figure como parte ente de direito público externo e da
administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios. Mas não é qualquer demanda envolvendo tais entes que será julgada pela
JT. É preciso que a matéria esteja relacionada à relação de trabalho.

Então podemos dizer que existe a competência em razão da pessoa na Justiça do Traba-
lho, mas é um critério secundário (que não dispensa a análise da matéria que está sendo dis-
cutida). Outros exemplos de referência à pessoa estão nos incisos III (sindicatos) e VII (órgãos
de fiscalização) do art. 114 da CF.
c) competência em razão do lugar (competência territorial): a competência territorial é um
critério utilizado para determinar a localidade onde aquela demanda será julgada. Depois que
já se estabeleceu que a competência é da Justiça do Trabalho, é preciso saber em qual locali-
dade a reclamação trabalhista será ajuizada.
A competência territorial está prevista no art. 651 da CLT, de acordo com o qual a regra
geral é que a competência será fixada pelo local da prestação de serviços. A matéria será es-
tudada em um tópico específico da nossa aula.
d) competência em razão do valor da causa: Tal critério de fixação da competência não se
aplica ao processo do trabalho. Trata-se de critério segundo o qual a fixação da competência
é feita de acordo com o valor do pedido. É utilizado, por exemplo, na Justiça Comum, onde
causas de pequeno valor são encaminhadas aos Juizados Especiais.
No processo do trabalho, não há tal critério de fixação da competência, sendo que o valor
do pedido serve tão somente para determinação do rito processual a ser seguido (se o pedido
for de até 2 salários mínimos, o processo seguirá o rito sumário; se for de 2 a 40 salários míni-
mos, tramitará pelo rito sumaríssimo; e se for acima de 40 salários mínimos, seguirá o rito or-
dinário). Independentemente do rito processual, todos os processos trabalhistas (seja de qual
valor for) são distribuídos ao mesmo órgão jurisdicional (em regra, Vara do Trabalho; exceto
aqueles processos que já começam no TRT ou TST).
e) competência funcional (também chamada competência interna ou em razão da hierar-
quia dos órgãos judiciários): dito de uma maneira bem simples, é o critério utilizado para definir
em qual órgão da Justiça do Trabalho tramitará o processo: se no primeiro (Vara do Trabalho),
no segundo (TRT) ou terceiro grau (TST). A doutrina fala isso de uma maneira mais bonita,
dizendo que a competência funcional está ligada à distribuição das atribuições em relação
aos diferentes órgãos da Justiça do Trabalho. Mas nada mais é do que definir internamente
onde o processo tramitará (não estou falando aqui de localidade, mas de órgão da JT, ok?). A
competência funcional é prevista na CLT, na CF e nos regimentos internos dos TRTs e do TST.
• Os critérios para definição da competência podem ser relativos (são aqueles que podem
ser alterados sem prejuízo ao processo) ou absolutos (se não forem respeitados, o pro-
cesso será nulo).

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Diz-se que as competências em razão da matéria, da pessoa e funcional são absolutas.


Assim, o juiz pode suscitar tais matérias de ofício (o juiz mesmo diz que é incompetente para
julgar o processo, independentemente de manifestação da parte) e não estão sujeitas à preclu-
são, podendo ser suscitadas até mesmo após o trânsito em julgado (por meio de ação rescisó-
ria). Um processo julgado por juiz ou Tribunal incompetente em razão da matéria, da pessoa ou
da hierarquia, será sempre nulo, e mesmo que as partes estejam dispostas a “passar por cima”
deste vício e continuar o processo, a nulidade deve ser reconhecida e o processo remetido ao
juízo competente.
Por sua vez, a competência territorial é relativa, de sorte que o juiz não poderá conhecê-la
de ofício, cabendo à parte alegá-la por meio de exceção de incompetência). Se a incompetên-
cia territorial não for suscitada no momento processual oportuno (5 dias contados da notifi-
cação, ou seja, 5 dias contados da data em que a parte foi cientificada da ação ajuizada em
seu desfavor), prorroga-se a competência (e aí o processo continuará tramitando no juízo que
inicialmente era incompetente em razão do lugar). Portanto, diz-se que em relação à compe-
tência territorial não ocorre a preclusão.
O critério de competência que, certamente, demandará mais tempo do seu estudo, é o da
competência material. Tal critério sofreu importante e profunda modificação com a Emenda
Constitucional 45/2004 (conhecida como a Reforma do Poder Judiciário). A partir da reforma,
houve um grande aumento da competência material da Justiça do Trabalho, por meio da alte-
ração do art. 114 da CF. Este art. 114 é importantíssimo e cai muito em concurso, então vou
transcrevê-lo aqui:

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:


I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da
administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
II – as ações que envolvam exercício do direito de greve;
III – as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e
entre sindicatos e empregadores;
IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver
matéria sujeita à sua jurisdição;
V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no
art. 102, I, o;
VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;
VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos
de fiscalização das relações de trabalho;
VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acrésci-
mos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
IX – outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.

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§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mes-
mas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Tra-
balho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem
como as convencionadas anteriormente.
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o
Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho
decidir o conflito.

Grande alteração trazida pela Emenda Constitucional n. 45: antes da alteração, a Justiça do
Trabalho julgava, em regra, conflitos entre empregados e empregadores. Após a reforma, pas-
sou a julgar lides envolvendo relações de trabalho. Parece que esta mudança de nomenclatura
não faz diferença nenhuma, né? Mas faz uma diferença enorme. Com a mudança, o critério
deixou de ser pessoal (antes o que deveria ser verificado era se o conflito envolvia as pessoas
do empregado e do empregador) e passou a ser em razão do objeto (uma relação de trabalho;
ainda que não haja contrato de emprego. Como veremos daqui a pouco, relação de trabalho é
algo muito mais amplo que relação de emprego).

1.2. Matérias Não Abrangidas pela Competência da Justiça do Trabalho


Tendo em vista a alteração do art. 114 da CF (que passou a prever a competência da Jus-
tiça do Trabalho para julgar as relações de trabalho), podemos dizer que, em regra, a Justiça
do Trabalho julga qualquer controvérsia que gire em torno do trabalho humano. No entanto,
existem matérias que não foram trazidas para Justiça do Trabalho. São elas:
1) ações previdenciárias (quando algum trabalhador busca receber um benefício do INSS);
2) ações penais referentes a crimes contra organização do trabalho

DICA
Não caia nesta pegadinha de concurso. Tenha em mente que a
JT não julga nenhuma ação criminal, nem mesmo se se referir
a crime contra organização do trabalho);

3) relação entre o Poder Público e seus servidores vinculados a ele pelo regime estatutário;
4) prestação de serviço que configure uma relação de consumo.
Vamos ver mais detalhadamente os itens 2 (ações penais), 3 (servidores estatutários) e 4
(relação de consumo).
2) Ações penais. A regra é bem simples: nenhuma ação criminal será julgada pela Justiça
do Trabalho.

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Você deve se lembrar que na nossa aula sobre fontes do direito processual do trabalho eu
te disse que o Código de Processo Penal também é fonte subsidiária do processo do trabalho,
né? Pois bem, isso não quer dizer que a JT vá processar e julgar ação penal. O que tiramos do
CPP são conceitos (ex.: legítima defesa, presunção de inocência etc.).
O juiz do Trabalho tem “função penal” apenas periférica, de ordem administrativa, que são
as seguintes: dever de noticiar um crime à autoridade competente e a prisão em flagrante (isso
seria, possível, por exemplo, no caso de falso testemunho). Mas essa prisão não decorre de
uma aplicação de pena, e sim do dever de dar efetividade às decisões judiciais. A competência
para julgar os crimes contra a organização do trabalho é da Justiça Federal.
Em síntese, grave isto aqui: a Justiça do Trabalho não processa nem julga nenhuma
ação criminal.
3) A Justiça do Trabalho será competente para processar e julgar uma ação de servidor
público quando a relação entre Poder Público e servidor for celetista, ou seja, a contratação foi
feita seguindo a CLT. No entanto, se o regime for de estatuto, não é julgado pela JT e sim pela
Justiça Estadual (se for servidor estadual) ou Justiça Federal (se for servidor federal). Esta
matéria gera muito pano para manga, mas, para concurso, a interpretação que deve ser dada
ao inciso I do art. 114 é a de que a competência da JT abarca apenas as relações celetistas (e
não as estatutárias), uma vez que é esse o entendimento do Supremo Tribunal Federal. Isso faz
sentido? Não, nenhum. Mas, para responder questão objetiva de concurso, o jeito é abraçar a
ideia e não soltar: a JT julga ação de servidor público celetista, mas não julga ação de servidor
público estatutário.
A Justiça do Trabalho também não julga ação de servidor contratado temporariamente
parta atender excepcional interesse público. Faz sentido? Menos ainda que o estatutário, por-
que o servidor temporário nem concurso público faz para ser admitido. Trata-se de mais um
caso onde só resta abraçar o entendimento do STF e não soltar mais.
4) A prestação de serviço que se enquadre como uma relação de consumo também não e
de competência da Justiça do Trabalho.
Primeira coisa: como eu sei que estou diante de uma relação de consumo e não de uma
relação de trabalho? Se o tomador de serviços for usuário final e o prestador de serviço buscar
receber honorários de seu cliente, é uma relação de consumo.

EXEMPLO
O cliente (tomador dos serviços) é o usuário final do serviço do dentista, que faz o trabalho em
troca dos seus honorários. Trata-se, portanto, de relação de consumo. Na relação de trabalho,
o tomador usa esses serviços como meio de cumprir sua finalidade social (como meio de for-
necer alguma coisa a alguém). Se o dentista é contratado por uma clínica, que paga sua remu-
neração, a relação entre a clínica e o dentista é de trabalho e não de consumo (a clínica não é
usuária final do serviço do dentista).

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Sempre que for relação de consumo, a competência não será da Justiça do Trabalho, mas
da Justiça Comum.
Segunda coisa: faz sentido essa exclusão? Aqui faz. Nesse caso, a competência não é da
Justiça do Trabalho porque há uma incompatibilidade principiológica. Você já deve saber que
todo o direito do trabalho é construído em cima do princípio protetivo, ou seja, proteção da par-
te hipossuficiente que é o trabalhador. Agora, na relação de consumo, a parte supostamente
frágil é o cliente (tomador dos serviços) e não o prestador de serviço.
Embora exista certa divergência na doutrina, é entendimento majoritário que a relação de
consumo não é de competência da Justiça do Trabalho, e é isso que vale para concursos. A res-
peito do assunto há até uma Súmula do STJ dizendo que “Compete à Justiça estadual proces-
sar e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente” (Súmula 363).
Agora que você já sabe quais os casos que estão fora da competência da JT, continuo a
falar daquilo que é competência da JT: relação de trabalho.
Ao longo da nossa aula, voltaremos ao art. 114 muitas vezes. Apenas para que você tenha
uma ideia de como a matéria é cobrada em provas e, também, já vá treinando a assimilação do
conteúdo, tente resolver a questão abaixo:

001. (IESES/BAHIAGÁS/ANALISTA DE PROCESSOS ORGANIZACIONAIS – DIREITO/2016)


Sobre a competência da Justiça do Trabalho é correto afirmar.
a) O inciso VI do art. 114 da CF diz que compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as
ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho. As-
sim, o servidor público estatutário que sofrer dano moral em seu ambiente de trabalho poderá
propor a ação indenizatória na Justiça do Trabalho.
b) O art. 114 da Constituição Federal dispõe sobre a competência material da Justiça do Traba-
lho, estabelecendo que compete à Justiça do Trabalho processar e julgar, dentre outras ações,
as seguintes: ações da relação de trabalho; ações do exercício do direito de greve; ações sobre
representação sindical (entre sindicatos, sindicatos e trabalhadores e sindicatos e empregado-
res); ações de indenização por dano moral ou patrimonial decorrentes da relação de trabalho;
ações de penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos fiscalizado-
res (INSS, Receita Federal, Ministério do Trabalho e etc.).
c) A competência em razão da função diz respeito a distribuição das atribuições cometidas
aos diferentes órgãos da Justiça do Trabalho, de acordo com o disposto na Constituição Fe-
deral, as leis de processo e os regimentos internos dos tribunais trabalhistas. A competência
funcional na Justiça do Trabalho é exercida pelos órgãos judiciais nos quais estejam exercen-
do suas funções, devendo-se tomar por base os órgãos que compõem a Justiça do Trabalho e
que há competência funcional das Varas do trabalho e do Tribunal Superior do Trabalho.

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d) A incompetência em razão da matéria e da pessoa, no Direito do Trabalho é de natureza


relativa e deve, sempre, ser requerida pela parte.
e) A competência da Justiça do Trabalho, à luz do art. 114, I, da Constituição da República,
firma-se, ainda, em razão da matéria (trabalhista), e não em razão da pessoa. Compete-lhe,
assim, processar e julgar reclamações trabalhistas contendo pedidos de índole trabalhista,
ainda que movidas contra as pessoas jurídicas de direito público interno, mesmo que a relação
trabalhista seja fundada em regime jurídico de natureza administrativa.

a) Errada. A Justiça do Trabalho não julga nenhum pedido, nenhuma ação, de servidor público
ligado à administração pública por vínculo estatutário. Agora, se o dano tivesse sido sofrido
por agente público ligado à administração por contrato celetista, a competência seria da Jus-
tiça do Trabalho.
b) Certa. É exatamente o que dispõe o art. 114 da CF.
c) Errada. A alternativa descreve bem o que é a competência em razão da função (competência
funcional) e estaria inteiramente correta se não fosse um único detalhe: a competência funcio-
nal na Justiça do Trabalho é exercida não apenas pelas Varas do Trabalho e Tribunal Superior
do Trabalho, mas também pelos Tribunais Regionais do Trabalho.
d) Errada. A incompetência em razão da matéria e da pessoa são de natureza ABSOLUTA e
podem ser arguidas de ofício pelo juiz (não há como ser julgada a ação na Justiça do Trabalho
nesses casos, e o próprio juiz pode reconhecer isso; não precisa esperar as partes alegarem
que existe esse vício).
e) Errada. A Justiça do Trabalho não julga relação trabalhista entre servidor e Poder Público
fundada em regime jurídico de natureza administrativa, apenas a relação fundada em regime
celetista.

 Obs.: O STF faz a seguinte diferença entre regime jurídico de natureza administrativa e regime
estatutário: a relação jurídica de natureza administrativa é de direito puramente admi-
nistrativo, já a relação estatutária é de direito constitucional-administrativo. No entan-
to, essa diferenciação não costuma ser objeto de concurso e o importante a saber é
o seguinte:

O PULO DO GATO
Sempre que a questão falar em regime estatutário ou regime jurídico de natureza administrati-
va, a competência NÃO é da Justiça do Trabalho. Em relação ao servidor público, a JT fica com
a competência apenas para o regime celetista.

Letra b.

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1.3. Matérias de Competência da Justiça do Trabalho (Art. 114, CF)


Vamos, agora, estudar a abrangência de cada um dos incisos do art. 114 da CF:
I – Ações oriundas da relação de trabalho: Bom, você já sabe que, hoje, a competência da
Justiça do Trabalho, em razão da matéria, se refere às relações de trabalho. Mas isso é muito
vago, não é? Então vamos ver o que seria a relação de trabalho: é aquela relação em que uma
pessoa física (não entra pessoa jurídica) coloca a sua força de trabalho em prol de outra pes-
soa (física ou jurídica).
Como você já deve ter estudado em direito do trabalho, a relação de emprego pressupõe
que haja pessoalidade (o empregado não pode mandar outra pessoa trabalhador no lugar dele),
onerosidade (o empregado trabalha em troca do salário), subordinação (o serviço é prestado
por conta do empregador, que determina a maneira como o trabalho deva ser executado) e não
eventualidade (o empregado se fixa ao empregador de forma habitual, por um tempo razoável).
Contudo, na relação de trabalho esses quatro elementos não são obrigatórios.
Isso porque, pode ser que o trabalho seja voluntário (e aí não haverá, portanto, onerosida-
de), e também não é indispensável que haja pessoalidade. Ainda, o trabalho não precisa ser
necessariamente subordinado (pode haver trabalho autônomo → Trabalho autônomo é aquele
em que o trabalhador determina a forma como será executado. Aqui deve haver uma observa-
ção: nem todo trabalho autônomo será de competência da JT. Se for um contrato de trabalho,
a competência será da JT, mas se for uma prestação de serviços com natureza de relação de
consumo (ex.: relação entre cliente e dentista), a competência será da Justiça Estadual). Por
fim, a relação de trabalho pode ser eventual ou não eventual.
Mauro Schiavi junta todos os conceitos que estudamos acima na seguinte definição de
relação de trabalho:

O trabalho prestado por conta alheia, em que o trabalhador (pessoa física) coloca, em caráter prepon-
derantemente pessoal, de forma eventual ou não eventual, gratuita ou onerosa, de forma autônoma
ou subordinada, sua força de trabalho em prol de outra pessoa (física ou jurídica, de direito público ou
de direito privado), podendo o trabalhador correr ou não os riscos da atividade que desempenhará1.

Portanto, é possível perceber que existem diferenças substanciais entre relação de empre-
go e relação de trabalho. Mas é importante dizer que muitas vezes a CLT, e até mesmo a CF,
cometem a imprecisão de usar os dois temos como sinônimos. E se até CLT e a CF usam as
expressões como se fossem iguais, por que é que você precisa saber a diferença? Para não
cair em pegadinha de concurso.

DICA:
Se cair em concurso que a Justiça do Trabalho julga apenas
relação de emprego, está errado.

1
SCHIAVI, Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho. 17. ed. [S.l.]: Editora Jus Podivm, 2021.

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Ela julga relação de trabalho (que é mais ampla. A relação de trabalho é gênero, do qual a
relação de emprego é espécie). E, sabendo a diferença, você entende a razão pela qual se diz
que a EC n. 45 ampliou a competência da Justiça do Trabalho: antes da reforma a competência
era essencialmente para julgar relação de emprego; após a reforma a competência passou a
ser para julgar relação de trabalho. Esse aumento foi muito importante, porque estima-se que
apenas 40% das relações de trabalho hoje sejam relações de emprego regidas pela CLT; o mer-
cado mudou e existem diversas outras formas de relação de trabalho.
Para que a relação entre as partes seja considerada relação de emprego, devem estar pre-
sentes todos os requisitos elencados no art. 3º da CLT (serviço prestado por pessoa física,
com onerosidade, pessoalidade, não eventualidade e subordinação). Se estiverem ausentes
um ou mais desses requisitos, pode-se estar diante de uma relação de trabalho, que também
será julgada pela Justiça do Trabalho (o que não quer dizer que serão aplicados necessaria-
mente os direitos previstos na CLT).
Se a relação é de emprego, segue o baile normal: a ação é julgada pela Justiça do Trabalho
e são aplicados os direitos previstos na CLT.
Agora, se for uma relação de trabalho (que não seja relação de emprego), você já sabe que
a competência também é da Justiça do Trabalho, né? Mas aqui não serão aplicados os direitos
da CLT, pois a CLT é pensada para relações de emprego (é só pensar, por exemplo, que não fa-
ria sentido aplicar as disposições de horas extras ao trabalhador autônomo, pois é ele próprio
quem organiza a rotina de trabalho).

002. (ND/OAB-DF/ND – 2006 – OAB-DF – EXAME DE ORDEM – 3 – PRIMEIRA FASE/2006)


A Emenda Constitucional (EC) n. 45 ampliou significativamente a competência da Justiça do
Trabalho. O inciso VI do art. 114 da CF, com a redação dada pela citada emenda, atribui à Jus-
tiça do Trabalho competência para processar e julgar as ações de indenização por dano moral
ou patrimonial decorrentes da relação de trabalho. É CORRETO, portanto, asseverar que:
a) relação de trabalho e de emprego são termos sinônimos;
b) relação de trabalho é termo mais restrito do que relação de emprego;
c) relação de emprego é termo mais restrito do que relação de trabalho;
d) relação de emprego é gênero, do qual é espécie a relação de trabalho.

a) Errada. Embora, de forma equivocada, muitas vezes sejam utilizados como sinônimos, rela-
ção de trabalho e relação de emprego NÃO são termos sinônimos;
b) Errada. É justamente o contrário: relação de trabalho é termo mais ABRANGENTE do que
relação de emprego;
c) Certo.
d) Errada. Relação DE TRABALHO é GÊNERO, do qual é espécie a relação de emprego.
Letra c.
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Trabalhador autônomo é aquele que presta um serviço por sua própria conta (não está su-
bordinado ao tomador dos serviços), organizando a sua rotina de trabalho e a forma de prestar
o serviço e, ainda, correndo os riscos da sua atividade. O trabalhador autônomo escolhe para
quem vai prestar os serviços e de qual forma.
E se ele não está protegido pela CLT, qual a lei que o juiz do trabalho irá aplicar? O Código
Civil (Contrato de Locação de Serviços) ou o Código de Defesa do Consumidor.
Da mesma forma, o trabalhador eventual não se enquadra como empregado (falta o requi-
sito da não-eventualidade para configurar uma relação de emprego), mas também é julgado
pela Justiça do Trabalho.
O trabalhador avulso é uma modalidade bem específica e também é julgado na Justiça
do Trabalho. Esse nome não diz muita coisa, né? Porque “avulso”, nos dá a ideia de que está
sozinho, e sozinho todo trabalhador é… Não temos a figura da equipe de trabalhadores con-
siderada como uma coisa só. Mas o que é esse chamado “trabalhador avulso”? É aquele que
oferece sua força de trabalho, de forma eventual, a diversos tomadores de serviço, com a in-
termediação obrigatória do sindicato da categoria (quando se tratar de trabalhador portuário,
a intermediação é feita pelo órgão gestor de mão-de-obra). É essa intermediação o grande
diferencial da categoria. A figura mais comum que temos de trabalhador avulso é o portuário.
Funciona da seguinte forma: o órgão gestor de mão-de-obra (OGMO) organiza os trabalha-
dores portuários avulsos e vai os indicando para fazerem serviços àqueles tomadores (opera-
dores portuários) que estão precisando de ajuda nos portos. Quem repassa o pagamento aos
trabalhadores é o OGMO. O trabalho avulso é regido pela Lei n. 12.815/13.
A Constituição Federal igualou o trabalhador avulso ao empregado típico. Dispõe o inciso
XXXIV do art. 7º da CF:

XXXIV – igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o traba-
lhador avulso

Sabe o que isso significa? Que naquilo em que a lei específica da categoria for omissa,
será aplicada a CLT, desde que haja compatibilidade. Portanto, quando se trata de avulso, você
deve guardar duas informações: é julgado pela Justiça do Trabalho e é aplicada a CLT de forma
subsidiária.
A CLT tem dispositivo específico tratando da competência da Justiça do Trabalho para julga-
mento de ações que envolvam relação de trabalho de avulsos. De acordo com § 3º do art. 643:

§ 3º A Justiça do Trabalho é competente, ainda, para processar e julgar as ações entre trabalhado-
res portuários e os operadores portuários ou o Órgão Gestor de Mão-de-Obra – OGMO decorrentes
da relação de trabalho.

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Competência
Priscila Margarido

003. (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO – XIII – PRIMEIRA FASE/2014) Pedro, esti-


vador, logo trabalhador avulso, está insatisfeito com os repasses que lhe são feitos pelos tra-
balhos no Porto de Tubarão. Pretende ajuizar ação em face do operador portuário e do Órgão
Gestor de Mão de Obra – OGMO. Como advogado de Pedro, indique a Justiça competente para
o processamento e julgamento da demanda a ser proposta.
a) Justiça Comum Federal, dado que o avulso não tem vínculo de emprego com os réus e a
matéria portuária é de âmbito nacional.
b) Justiça do Trabalho.
c) Justiça Comum Estadual, pela ausência de relação empregatícia, sendo o avulso uma espé-
cie de trabalhador autônomo.
d) Poderá optar pela Justiça Comum Estadual ou Justiça do Trabalho, caso pretenda o reco-
nhecimento de vínculo de emprego.

a) Errada. Não há mesmo vínculo de emprego, mas isso não impede que a matéria seja julgada
pela Justiça do Trabalho. Aliás, a CLT (art. 643, § 3º) prevê expressamente que a competência
é da Justiça do Trabalho.

DICA
Hoje a competência da Justiça do Trabalho é para julgar relação
de trabalho. Se a questão estiver limitando a competência à re-
lação de emprego, está errada. Daí a importância de saber a di-
ferença entre os termos e saber posicionar bem os conceitos…

b) Certo.
 ) O avulso é, sim, uma espécie de trabalhador autônomo, mas isso não impede que a com-
c
petência seja da Justiça do Trabalho. A JT é competente, em regra, para julgar o trabalhador
autônomo.
d) Em nenhum caso se pode optar pela Justiça que julgará o caso; não cabe à parte escolher.
A competência em razão da matéria (competência material) é de natureza absoluta.
Letra b.

A Justiça do Trabalho tem competência para julgar ação de empregado de cartório extra-
judicial? Como fica a situação? O art. 236 da CF diz que “Os serviços notariais e de registro
são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público”. Portanto, trata-se de uma
atividade privada. Você sabe que hoje o acesso ao cargo de titular de cartório se dá por meio

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido

de concurso público, né? Mas isso não retira o caráter de atividade privada atribuído pela CF.
Os empregados (contratados pelo titular do cartório concursado) são contratados pelo regime
da CLT. Bom, se a atividade é privada e a contratação de empregados se dá pelo regime da CLT,
não restam dúvidas de que a Justiça do Trabalho é competente para julgar ação ajuizada por
empregado de cartório.
Também é de competência da Justiça do Trabalho o contrato de empreitada. Isso está
expresso no art. 652 da CLT:

Art. 652. Compete às Varas do Trabalho:


a) conciliar e julgar:
[…]
III – os dissídios resultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro seja operário ou
artífice;

O que é a figura do empreiteiro? É a pessoa física ou jurídica que se compromete a realizar,


sem subordinação, uma determinada obra mediante remuneração. Mas não é qualquer em-
preiteiro, qualquer contrato de empreitada, que se submeterá à Justiça do Trabalho.
O art. 652 da CLT trata do empreiteiro operário ou artífice, chamado de pequeno empreiteiro
(pequena empreitada). Empreiteiro operário ou artífice é aquele empreiteiro pessoa física que,
como profissional autônomo, executa, só e pessoalmente (ou, no máximo, com algum auxiliar),
a empreitada, de valor econômico não elevado.

A relação de empreitada típica é de competência da Justiça Comum Estadual. Somente cabe ação
na Justiça do Trabalho quando se tratar de pequena empreitada. No caso da pequena empreitada
(empreiteiro operário ou artífice), a competência é da Justiça do Trabalho, mas os direitos são
inerentes ao contrato civil firmado, sem aplicação de direitos trabalhistas (não se aplica a CLT).

Agora que já está bem estabelecido o que é e o que não é relação de trabalho julgada pela
Justiça do Trabalho (de acordo com o entendimento majoritário e baseado no que mais é co-
brado em concursos), vamos analisar mais um detalhe do inciso I do art. 114: entes de direito
público externos.
Diz o dispositivo que compete à Justiça do Trabalho processar e julgar “as ações oriundas
da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pú-
blica direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”.
De acordo com o referido inciso I, quando um ente de direito público externo que tem do-
micílio no Brasil (ex.: embaixada da França) contrata um empregado aqui (ex.: um mordomo
para a Embaixada), a competência para processar e julgar o processo é da Justiça do Trabalho
brasileira e, ainda, será aplicada a legislação trabalhista brasileira. Pense só: não faria sentido
nenhum que o mordomo contratado pela embaixada precisasse ajuizar ação na França para
pedir horas extras e suas verbas rescisórias. Ficaria praticamente inviável o acesso desse tra-
balhador à Justiça.

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Competência
Priscila Margarido

Tranquila essa parte, né? Só tem mais um detalhezinho importante a ser dito. Se você já es-
tudou a disciplina de direto internacional, você deve ter ouvido falar da imunidade de jurisdição.
Então pode ser que tenha surgido a seguinte dúvida aqui: como a Justiça do Trabalho brasileira
vai julgar o processo se o ente de direito público externo tem imunidade de jurisdição? Acon-
tece que o STF firmou o entendimento de que quando o referido ente contrata empregados
brasileiros, pratica atos de gestão, os quais não são abrangidos pela imunidade de jurisdição
que compreende apenas atos de império.
No entanto, deve ser observada uma exceção → quando o Brasil ratifica uma norma inter-
nacional, um acordo internacional com determinado país, prevendo que aquele país terá imuni-
dade de jurisdição absoluta, essa norma internacional precisa ser respeitada. É isso o que diz
a OJ 416 da SDI-1 do TST:

OJ 416. IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO. ORGANIZAÇÃO OU ORGANISMO INTERNACIONAL. As organi-


zações ou organismos internacionais gozam de imunidade absoluta de jurisdição quando ampara-
dos por norma internacional incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro, não se lhes aplicando a
regra do Direito Consuetudinário relativa à natureza dos atos praticados. Excepcionalmente, preva-
lecerá a jurisdição brasileira na hipótese de renúncia expressa à cláusula de imunidade jurisdicional.

II – ações que envolvam exercício do direito de greve: o inciso tem uma redação que nos
mostra uma clara amplitude. Não é apenas competência da Justiça do Trabalho para julgar o
dissídio de greve em si (dizer se a greve é abusiva ou não; se é válida uma dispensa efetuada
durante a paralisação ou não, etc.). A competência prevista na Constituição Federal abrange
também as ações periféricas relacionadas à greve.
Como explica Mauro Schiavi,

Envolver, aqui, significa relacionar-se direta ou indiretamente com o exercício do direito de greve.
Podem ser partes os empregados, os empregadores, o Ministério Público, o Poder Público, os traba-
lhadores não empregados, o vizinho afetado pela greve2.

 Obs.: EXEMPLO de uma ação periférica seria ação possessória ajuizada pelo empregador
para retomar a posse de um setor da empresa ocupado pelos grevistas, bem como
uma ação de indenização pelos prejuízos causados às máquinas da empresa durante
a greve. Tudo isso será julgado pela Justiça do Trabalho.

A competência da Justiça do Trabalho já foi reconhecida, inclusive, pelo STF, por meio da
Súmula Vinculante n. 23:
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em
decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.

2
SCHIAVI, Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho. 17. ed. [S.l.]: Editora Jus Podivm, 2021.

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Competência
Priscila Margarido

O assunto que mais gera polêmica em relação à competência para julgar o exercício do
direito de greve, e que cai bastante em concurso, se refere à greve dos servidores públicos.
A Justiça do Trabalho NÃO tem competência para apreciar greve dos servidores públicos
estatutários. E até aí não tem problema nenhum, porque a Justiça do Trabalho não julga nenhu-
ma demanda de servidor público estatutário. A novidade vem agora → A Justiça do Trabalho
TAMBÉM NÃO TEM COMPETÊNCIA para apreciar GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS CELE-
TISTAS. É esse o entendimento do STF, manifestado, inclusive, com repercussão geral

A justiça comum, federal ou estadual, é competente para julgar a abusividade de greve de servi-
dores públicos celetistas da Administração pública direta, autarquias e fundações públicas. (STF.
Plenário. RE 846854/SP, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
1º/8/2017 (repercussão geral).

Aqui, não se está falando de uma ação movida por um servidor celetista em face do emprega-
dor público (cuja competência seria da Justiça do Trabalho). Trata-se de uma ação para julgar
um movimento coletivo, uma situação ampla, qual seja, a greve ocorrida no âmbito da adminis-
tração pública direta, autárquica ou fundacional. E aí a competência é da justiça estadual ou
federal, conforme entendimento do STF.

III – Ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhado-
res, e entre sindicatos e empregadores: antes da EC n. 45/2004 a Justiça do Trabalho era com-
petente apenas para julgar ações de sindicatos quando estes estivessem atuando diretamente
na defesa de direitos dos trabalhadores.

 Obs.: EXEMPLO: quando o sindicato ajuizava uma ação como substituto processual pleite-
ando algum direito da categoria representada.

Não havia competência para dirimir questões puramente sindicais.

 Obs.: EXEMPLO: disputa entre sindicatos para saber qual seria a entidade que efetivamen-
te representa determinada categoria ou ação para cobrança de contribuição sindical
(antes da EC n. 45, não eram de competência da JT).

Após a EC n. 45, a competência foi ampliada e a Justiça do Trabalho passou a ser com-
petente para julgar qualquer ação que envolva matéria sindical, sejam de sindicatos entre si,
sindicatos e empregados, sindicatos e empregadores.

O termo sindicato está usado de forma genérica, abrangendo qualquer categoria da estrutura
sindical (confederação, federação e sindicatos).

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Competência
Priscila Margarido

IV – mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado


envolver matéria sujeita à sua jurisdição:
Mandado de segurança → está previsto no inciso LXIX, do art. 5º da CF:

Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habe-
as corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.

O mandado de segurança que será julgado pela Justiça do Trabalho não é apenas aquele
impetrado contra ado de autoridade judiciária (juiz do trabalho, TRT, TST), mas também con-
tra, por exemplo, Ministério Público do Trabalho, auditor fiscal do trabalho etc. OBS.: não cabe
mandado de segurança contra ato do empregador, porque empregador não é autoridade (re-
quisito exigido pelo inciso LXIX do art. 5º).

 Obs.: EXEMPLO de cabimento do mandado de segurança na Justiça do Trabalho: Mandado


de Segurança impetrado contra ato do auditor fiscal do trabalho que, em fiscalização,
acaba por interditar uma máquina essencial à continuidade da atividade. Nessa hipó-
tese, a competência seria do juiz do trabalho de primeiro grau.

O que atrai a competência da Justiça do Trabalho é o fato de o ato ilegal ter sido praticado
por uma autoridade e que a matéria envolvida seja sujeita à jurisdição da justiça trabalhista.
Se a matéria for trabalhista, a competência será da Justiça do Trabalho ainda que a autoridade
coatora seja Municipal, Estadual ou Federal.

Habeas corpus → está previsto no inciso LXVIII do art. 5º da CF:


Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência
ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.

O habeas corpus tem por objetivo tutelar a liberdade de ir, vir e permanecer. Pode ser pre-
ventivo (quando há iminência de ofensa à liberdade) ou repressivo (quando a ofensa à liberda-
de já aconteceu). Não se trata de uma ação de natureza penal, mas sim de natureza constitu-
cional. E por que é importante que você saiba disso? Porque, como vimos lá em cima, a Justiça
do Trabalho não tem competência para nenhuma ação criminal. A natureza aqui é constitucio-
nal e não tem nada a ver com crime.

 Obs.: EXEMPLOS de habeas corpus que poderiam ser impetrados na Justiça do Trabalho:
 1) o empregado, por descuido, danificou uma máquina da empresa e o empregador o
impede de sair até que conserte a máquina. O empregado não sabe como consertá-la
e não consegue sair da empresa;

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Competência
Priscila Margarido

 Obs.: 2) empregado de confecção que fica impedido de sair até que produza um certo número
de peças exigido pelo empregador;
 3) empregado impedido de deixar a fazenda até que pague as dívidas que foi obrigado a
contrair em razão de o mercadinho da fazenda ser o único local acessível para compras.

Nos exemplos dados, a Justiça do Trabalho não estará julgando matéria criminal, mas ape-
nas aquilo que está dentro de sua competência material e diretamente relacionado à defesa da
liberdade ao trabalho e à dignidade da pessoa humana do trabalhador.
• Competência funcional para processamento e julgamento do habeas corpus: 1) se for
impetrado contra ato de particular, a competência hierárquica será das Varas do Traba-
lho; 2) se for impetrado contra ato de Juiz do Trabalho, será julgado pelo TRT; 3) se for
impetrado contra ato de desembargador do TRT, será julgado pelo TST; 4) se for impe-
trado contra ato de Ministro do TST, a competência será do STF.

 Obs.: Lá no art. 105, I, c, da CF, está falando em competência do STJ para julgar habeas
corpus quando o ato for praticado pelo TRT. Mas isso não está mais em vigor, não. O
art. 114 é mais recente e específico. Então, quem julga o habeas corpus de ato do TRT
é o TST, ok?

Habeas data → previsto no inciso LXXII do art. 5º da CF:

Conceder-se-á habeas data:


a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo.

O habeas data é raramente utilizado na Justiça do Trabalho. Pode ser citado o seguin-
te exemplo:

 Obs.: EXEMPLO: se o empregador não consegue ter acesso à lista de “maus empregado-
res” do Ministério do Trabalho e Previdência, poderá ajuizar habeas data na Justiça
do Trabalho.

Pausa para uma informação importante → Hoje (28/7/2021) foi publicada no Diário Oficial
da União a Medida Provisória n. 1.058/2021, criando o Ministério do Trabalho e Previdência. O
Ministério do Trabalho havia sido extinto em 2019, passando a ser uma pasta do Ministério da
Economia (denominada Secretaria Especial de Previdência e Trabalho). Agora, volta a existir o
Ministério.

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Competência
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RETOMANDO: Existe uma discussão se o habeas data poderia ser utilizado em face do
empregador também, ou apenas de agente público. Há entendimento para os dois lados, mas
não vou entrar na discussão aqui, pois isso não tem sido cobrado em provas objetivas.
V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o
disposto no art. 102, I, o: Vamos destrinchar o inciso:
Conflito de competência → pode ser positivo (quando dois juízes se consideram compe-
tentes para julgar a ação) ou negativo (quando dois juízes se consideram incompetentes para
julgar a demanda).
Órgãos com jurisdição trabalhista → arts. 111 e 112 da CF. São: o Tribunal Superior do
Trabalho, os Tribunais Regionais do Trabalho e os Juízes do Trabalho. Excepcionalmente, a
jurisdição trabalhista é atribuída aos Juízes de Direito, nas comarcas não abrangidas pela ju-
risdição trabalhista.

Art. 102, I, o → dispõe que compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Cons-
tituição, cabendo-lhe processar e julgar originariamente os conflitos de competência entre o Supe-
rior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer
outro tribunal.

Em síntese: a Justiça do Trabalho será competente para decidir conflito de competência


que envolva juízes do trabalho ou TRTs. Se envolver o TST, a competência é do STF. Ainda, se
os juízes estiverem vinculados a Tribunais diversos, a competência para decidir o conflito será
do Superior Tribunal de Justiça.

 Obs.: EXEMPLO: O conflito entre juiz do trabalho (que é vinculado a TRT) e juiz estadual (que
é vinculado a TJ) será decidido pelo STJ. (Aqui não estamos falando de juiz estadual
exercendo a jurisdição trabalhista porque no local não há Vara do Trabalho. Estamos
falando de juiz estadual exercendo suas atividades normais e entendendo que deter-
minada matéria é de competência da Justiça Estadual; enquanto o juiz do trabalho
entende que a competência é da Justiça do Trabalho).

Tendo em vista a existência da hierarquia funcional, não se pode dizer que haja conflito de
competência entre os órgãos judiciais de hierarquia diferentes que compõem a Justiça do
Trabalho (não há conflito de jurisdição entre juiz do trabalho e TRT, nem entre TRT e TST. Preva-
lecerá sempre aquilo que entender o Tribunal hierarquicamente superior).

DICA
Manda quem pode, obedece quem tem juízo. Se o TRT disser
que a competência é do juiz do trabalho, o juiz acata. A mesma
coisa ocorre se o TST disser que a competência é do TRT.

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Competência
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Tratando da inexistência de conflito de competência entre órgãos judiciais com hierarquias


diferentes, dispõe a Súmula 420 do TST:

COMPETÊNCIA FUNCIONAL. CONFLITO NEGATIVO. TRT E VARA DO TRABALHO DE IDÊNTICA RE-


GIÃO. NÃO CONFIGURAÇÃO.
Não se configura conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do Trabalho a
ele vinculada.

Vou colocar a competência para solucionar o conflito esquematizada num quadro, para
que fique mais fácil a compreensão. E, ao final da aula, retomaremos o tema “conflito de
competência”.

CONFLITO ENTRE: QUEM DECIDE:

Vara do Trabalho (juiz do trabalho) X Vara do Trabalho


(juiz do trabalho) (ambas as varas pertencentes ao TRT (809, “a”, CT)
mesmo TRT)

Vara do Trabalho (juiz do trabalho) X Juiz de Direito


TRT (809, “a”, CT)
investido em jurisdição trabalhista

TST (art. 808, b,


TRT X TRT
da CLT)

Vara do Trabalho (juiz do trabalho) X Juiz de Direito STJ (art. 105, I,


(exercendo sua jurisdição normal na Justiça Estadual) “d”, da CF)

STJ (art. 105, I,


Vara do Trabalho (juiz do trabalho) X Juiz Federal
“d”, da CF)

STF (art. 102, I,


TST X Tribunal de Justiça
“o”, da CF)

STF (art. 102, I,


TST X Tribunal Regional Federal (TRF)
“o”, da CF)

STJ (art. 105, I,


TRT X Juiz de Direito
“d”, da CF)

STJ (art. 105, I,


TRT X Juiz Federal
“d”, da CF)

DICA
Sempre que envolver o TST, a competência é do STF. Quem
julga tribunais superiores é só o STF.

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Competência
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004. (FCC/PREFEITURA DE CARUARU – PE/ PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2018) Ariel


distribuiu reclamação trabalhista em Caruaru requerendo complementação de aposentadoria,
sob alegação de que trabalhou em sociedade de economia mista. O juiz do trabalho deu-se por
incompetente e determinou a remessa dos autos à Justiça Federal Comum. Esta, por sua vez,
também se declarou incompetente, tendo em vista se tratar de matéria decorrente do vínculo
de emprego. No caso, a competência para julgar referido conflito entre o juiz de trabalho e o
juiz federal é do:
a) Superior Tribunal de Justiça.
b) Supremo Tribunal Federal.
c) Tribunal Regional Federal.
d) Tribunal Superior do Trabalho.
e) Tribunal Regional do Trabalho.

A questão traz um conflito negativo de competência (nenhum dos juízos se julga competente),
que será decidido pelo STJ, uma vez que se trata de juízes vinculados a justiças diferentes.
Letra a.

VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação


de trabalho;
O dano pode ocorrer na fase pré-contratual (antes da efetiva contratação do trabalhador);
na fase contratual ou na fase pós-contratual (após o término do contrato).
Existe certa discussão doutrinária quanto à competência da Justiça do Trabalho na fase
pré-contratual. Parte da doutrina entende que ainda não há uma relação de trabalho e, portan-
to, a competência seria da Justiça Comum. No entanto, o entendimento do TST é no sentido
de que a Justiça do Trabalho é, SIM, competente para julgar a existência de dano material ou
moral na fase pré-contratual.
No mesmo passo, há discussão quanto à fase pós-contratual pelos mesmos argumentos
(não haveria mais uma relação de trabalho). Mais uma vez o entendimento majoritário, e que
deve ser observado para concursos, é que há, SIM, a competência da Justiça do Trabalho para
analisar e julgar a demanda que envolva danos pós-contratuais.
Portanto, qualquer dano moral ou material ocorrido:
a) no âmbito de uma possível futura relação de trabalho (por ex., o empregado faz toda a
seleção e acaba não sendo contratado por motivo discriminatório);
b) no transcurso de um contrato de trabalho; ou
c) após o encerramento do contrato (ex.: dano à imagem do empregador após a dispensa),
são de competência da Justiça do Trabalho.

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Competência
Priscila Margarido

Danos morais e materiais decorrentes de acidente do trabalho: trata-se de uma grande


inovação trazida pela EC n. 45/2004 e cobrada até hoje em concursos.
Antes da EC n. 45/2004 havia controvérsia quanto à competência da Justiça do Trabalho
para processar e julgar ações de indenização por danos morais e materiais decorrentes de aci-
dente do trabalho, prevalecendo a tese de que a competência era da justiça comum. Mesmo
após a promulgação da EC n. 45 o STF continuou proferindo julgados no sentido de que a com-
petência seria da justiça comum. No entanto, pouco tempo depois o STF acabou reformulando
seu entendimento e se rendendo ao que já estava explícito na EC n. 45: a Justiça do Trabalho é
competente para apreciar danos morais e materiais decorrentes do acidente de trabalho.
Algum tempo depois o STF colocou uma pá de cal sobre o assunto, editando a Súmula
Vinculante n. 22, a qual dispõe:

A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos
morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empre-
gador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da
promulgação da Emenda Constitucional n. 45/2004.

A parte final da súmula (inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em
primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional n. 45/2004) significa o se-
guinte: antes da EC n. 45 a competência era da Justiça Comum Estadual, então os processos
estavam tramitando lá. Quando foi promulgada a emenda, a competência mudou para Justiça
do Trabalho, e aí era preciso resolver o que fazer com os processos que já estavam em anda-
mento na Justiça Comum. A solução encontrada foi esta: os processos que ainda não tinham
sentença de mérito foram remetidos para Justiça do Trabalho. Aqueles que já tinham sentença
de mérito continuaram tramitando na Justiça Comum até o trânsito em julgado. E os proces-
sos novos, obviamente, já foram distribuídos à Justiça do Trabalho.

As ações que são julgadas pela Justiça do Trabalho são aquelas referentes a acidente do tra-
balho em que o empregado pede indenização em face do empregador (ou seja, a pretensão é
claramente decorrente de uma relação de trabalho). Se a ação for movida pelo empregado em
face do INSS, postulando, por exemplo, benefício em razão da incapacidade para o trabalho,
trata-se de uma ação previdenciária e a competência não é da Justiça do Trabalho.

Para encerrar este tópico, é preciso falar do chamado dano moral em ricochete.
O dano moral em ricochete ocorre quando o empregado sofre o dano direto, mas o sofri-
mento (dano indireto) é experimentado por familiares ou amigos próximos, que acabam sendo
afetados sentimentalmente/afetivamente por aquele evento acometido ao trabalhador.

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Priscila Margarido

Obs.:
 EXEMPLO: O caso mais fácil de ser visualizado é quando o empregado morre devido a um
acidente do trabalho. Quem sofreu o dano direto, neste caso, foi o empregado (morreu!).
Mas há o dano indireto experimentado pelos familiares e até por amigos, que é o sofri-
mento decorrente da ausência da pessoa querida, do trauma que sofreram. Os familiares
ou amigos não irão pedir indenização em substituição ao trabalhador que já não pode
mais pedir (porque faleceu), vão pedir em nome próprio (pelas dores que eles mesmo
experimentaram). Os parentes não têm relação trabalhista com o empregador que será
colocado no polo passivo, mas como o pedido decorre diretamente de uma relação de
trabalho (entre o falecido e o empregador), a competência é da Justiça do Trabalho.

Nesse sentido, a Súmula 392 do TST:

DANO MORAL E MATERIAL. RELAÇÃO DE TRABALHO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO


Nos termos do art. 114, inc. VI, da Constituição da República, a Justiça do Trabalho é competente
para processar e julgar ações de indenização por dano moral e material, decorrentes da relação de
trabalho, inclusive as oriundas de acidente de trabalho e doenças a ele equiparadas, ainda que pro-
postas pelos dependentes ou sucessores do trabalhador falecido.

VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos


órgãos de fiscalização das relações de trabalho;
As “penalidades administrativas impostas aos empregadores” são aquelas previstas nos
arts. 626 a 653 da CLT.
Antes da EC n. 45 essas ações não eram julgadas pela Justiça do Trabalho, mas pela Justi-
ça Federal. Isso porque se tratam de ações movidas pela União em face do empregador, e não
de uma relação entre empregado e empregador. Mas, tendo em vista que a EC n. 45 ampliou a
competência da JT para julgar ações “oriundas da relação de trabalho” e que as penalidades
impostas ao empregador pela União são tipicamente relacionadas ao trabalho, acertadamente
foi incluído o inciso VII ao art. 114, tornando expresso que as ações relativas às penalidades ad-
ministrativas impostas pelos órgãos de fiscalização são de competência da Justiça do Trabalho.
Portanto, agora, se o empregador receber uma penalidade administrativa (ex.: multa) e não se
conformar, querendo discuti-la, poderá ajuizar ação na Justiça do Trabalho. Da mesma forma, se a
União quiser executar a multa imposta ao empregador, a competência será da Justiça do Trabalho.

Este inciso NÃO inclui na competência da Justiça do Trabalho as ações referentes às penalida-
des administrativas impostas pelos órgãos de fiscalização de profissões regulamentadas (ex.:
OAB, CRM, etc.) aos integrantes da categoria. Isso porque não há relação de trabalho entre o
órgão de fiscalização do exercício de profissão e o prestador de serviços integrante da cate-
goria (o órgão não é empregador do prestador de serviços; de forma alguma se verifica uma
relação de trabalho entre eles).

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VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, “a”, e II, e
seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
Este é o inciso do art. 114 que dá um pouquinho mais de trabalho, mas você vai conseguir
entendê-lo sem dificuldades. Vamos juntos destrinchá-lo.
O inciso VIII fala em competência da Justiça do Trabalho para executar as contribuições
sociais previstas no art. 195, I, “a”, e II. Diz o referido art. 195:

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à
pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
[…]
II – do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser adotadas alíquotas
progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo contribuição sobre
aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social; […]

O que se extrai é o seguinte: sobre toda verba de natureza salarial recebida pelo emprega-
do, haverá uma contribuição para o INSS. E essa contribuição parte dos dois lados:
1) sobre o que o empregado recebe, uma parte ele destina ao INSS (EXEMPLO: se ele tem
direito a receber R$ 200,00 de horas extras, não ficará com os R$ 200,00. Ficará, por ex., com
R$ 190,00 e R$ 10,00 serão repassados ao INSS);
2) Sobre o que o empregador paga, ele recolhe uma parte para o INSS (ou seja, além de pagar o
que deve ao empregado, é calculada uma porcentagem sobre esse valor para que seja paga ao INSS).
E se o empregador não paga a parte dele e não faz o recolhimento da parte que deve ser
paga pelo empregado? Aí é competência da Justiça do Trabalho executar esses valores de
ofício, em relação ao que tenha sido reconhecido em sentença.
Viu a parte grifada? Aqui entra uma questão importantíssima: em relação às verbas de natureza
salarial reconhecidas/deferidas em sentença é que haverá recolhimento (do empregado e do em-
pregador) para o INSS. Então, observe, não há competência da Justiça do Trabalho para julgar uma
ação ajuizada pelo INSS em face do empregador que não fez os recolhimentos devidos à previdên-
cia. O que estamos estudando aqui, e que compete à Justiça do Trabalho, é uma outra situação.

 Obs.: Veja um EXEMPLO: o empregado ajuíza uma reclamação trabalhista normal, pedindo
várias coisas (ex.: horas extras, adicional noturno e indenização por danos morais) e
o juiz defere seus pedidos. Sobre essas parcelas deferidas, em relação àquelas que
ostentem natureza salarial (no exemplo dado: horas extras e adicional noturno) o juiz
determinará de oficio (ou seja, mesmo que nenhuma das partes tenha falado nada
sobre essas contribuições no processo) os recolhimentos previdenciários. No que se
refere à indenização por danos morais, não incidirá recolhimentos porque a parcela
tem natureza indenizatória.
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Apenas sobre essas parcelas de natureza salarial deferidas em sentença é que há recolhi-
mento para o INSS. O que já foi pago lá durante o contrato, ainda que não tenha tido recolhi-
mento previdenciário, não entra na competência da Justiça do Trabalho. Na ação trabalhista
só se determina o recolhimento para o INSS sobre os valores que o juiz manda pagar naquela
sentença (tudo fica limitado aos pedidos trazidos e analisados na ação).
Outra hipótese em que há execução de recolhimentos previdenciários na Justiça do Traba-
lho é quando as partes fazem acordo. Se há acordo nos autos, as parcelas precisam ser discri-
minadas (isto é, é preciso que se diga em relação a quais parcelas se está fazendo acordo. Ex.:
horas extras, gratificação por acúmulo de função e equiparação salarial). Sobre as parcelas do
acordo que tenham natureza salarial, o juiz determina os recolhimentos devidos ao INSS.
Acerca da matéria, o STF editou a Súmula Vinculante 53:

A competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da Constituição Federal alcança a
execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao objeto da condenação constante
das sentenças que proferir e acordos por ela homologados.

 Obs.: Por ora, não se preocupe em saber quais verbas têm natureza salarial e quais têm
natureza indenizatória. Trata-se de um estudo mais aprofundado e que raramente cai
em questões objetivas. O que você precisa gravar, por enquanto, é o seguinte: os reco-
lhimentos para o INSS são feitos sobre as parcelas de natureza salarial.

Deu para entender até aqui? Então vamos avançar. Se os recolhimentos são determinados
apenas sobre as parcelas deferidas na sentença ou firmadas no acordo, não há recolhimento
sobre parcelas pagas durante o contrato e que não foram questionadas em juízo. Pois bem,
então quando o empregado ajuíza ação apenas para reconhecimento do vínculo empregatício,
o que se reconhece na sentença é a existência do vínculo, com a determinação de anotação
em carteira. Não cabe à Justiça do Trabalho, ao reconhecer o vínculo, mandar que todas as
contribuições não recolhidas durante o contrato sejam pagas. Embora haja discussão na dou-
trina, é esse o entendimento do TST e do STF, consagrado na Súmula 368 do TST (é gigantesca,
e é importante que você a lei toda. Mas o que você não pode esquecer de jeito nenhum é o que
está no item I):

DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS. IMPOSTO DE RENDA. COMPETÊNCIA. RESPONSABILIDADE PELO


RECOLHIMENTO. FORMA DE CÁLCULO. FATO GERADOR
I – A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das contribuições
fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das contribuições previden-
ciárias, limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de
acordo homologado, que integrem o salário de contribuição. (ex-OJ n. 141 da SBDI-1 – inserida
em 27.11.1998).

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II – É do empregador a responsabilidade pelo recolhimento das contribuições previdenciárias e fis-
cais, resultantes de crédito do empregado oriundo de condenação judicial. A culpa do empregador
pelo inadimplemento das verbas remuneratórias, contudo, não exime a responsabilidade do empre-
gado pelos pagamentos do imposto de renda devido e da contribuição previdenciária que recaia
sobre sua quota-parte. (ex-OJ n. 363 da SBDI-1, parte final)
III – Os descontos previdenciários relativos à contribuição do empregado, no caso de ações tra-
balhistas, devem ser calculados mês a mês, de conformidade com o art. 276, § 4º, do Decreto n º
3.048/1999 que regulamentou a Lei n. 8.212/1991, aplicando-se as alíquotas previstas no art. 198,
observado o limite máximo do salário de contribuição (ex-OJs n.s 32 e 228 da SBDI-1 – inseridas,
respectivamente, em 14.03.1994 e 20.06.2001).
IV – Considera-se fato gerador das contribuições previdenciárias decorrentes de créditos trabalhis-
tas reconhecidos ou homologados em juízo, para os serviços prestados até 4.3.2009, inclusive, o
efetivo pagamento das verbas, configurando-se a mora a partir do dia dois do mês seguinte ao da
liquidação (art. 276, caput, do Decreto n. 3.048/1999). Eficácia não retroativa da alteração legislativa
promovida pela Medida Provisória n. 449/2008, posteriormente convertida na Lei n. 11.941/2009,
que deu nova redação ao art. 43 da Lei n. 8.212/91.
V – Para o labor realizado a partir de 5.3.2009, considera-se fato gerador das contribuições previ-
denciárias decorrentes de créditos trabalhistas reconhecidos ou homologados em juízo a data da
efetiva prestação dos serviços. Sobre as contribuições previdenciárias não recolhidas a partir da
prestação dos serviços incidem juros de mora e, uma vez apurados os créditos previdenciários,
aplica-se multa a partir do exaurimento do prazo de citação para pagamento, se descumprida a
obrigação, observado o limite legal de 20% (art. 61, § 2º, da Lei n. 9.430/96).
VI – O imposto de renda decorrente de crédito do empregado recebido acumuladamente deve ser
calculado sobre o montante dos rendimentos pagos, mediante a utilização de tabela progressiva
resultante da multiplicação da quantidade de meses a que se refiram os rendimentos pelos valores
constantes da tabela progressiva mensal correspondente ao mês do recebimento ou crédito, nos
termos do art. 12-A da Lei n. 7.713, de 22/12/1988, com a redação conferida pela Lei n. 13.149/2015,
observado o procedimento previsto nas Instruções Normativas da Receita Federal do Brasil.

No mesmo sentido, o Supremo Tribunal Federal entende que a competência da Justiça do


Trabalho NÃO abrange recolhimentos previdenciários referentes aos salários pagos durante o
vínculo de emprego. Confira o seguinte trecho de um julgado do STF:

A competência da Justiça do Trabalho, nos termos do disposto no art. 114, VIII, da CF, limita-se à
execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, “a”, e II, e seus acréscimos
legais, decorrentes das sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores objeto de
acordo homologado que integrem o salário de contribuição, não abrangendo, portanto, a execução
de contribuições atinentes ao vínculo de trabalho reconhecido na decisão, mas sem condenação ou
acordo quanto ao pagamento das verbas salariais que lhe possam servir como base de cálculo” (RE
n. 569.056/PR, rel. Min. Menezes Direito, 11.9.2008)

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Embora renomados doutrinadores discordem do entendimento acima, o que vale para pro-
va objetiva de concurso (onde não há espaço para discussão) é a jurisprudência firmada pelos
Tribunais Superiores.
Por fim, é importante anotar que o TST editou OJ reconhecendo a competência da Jus-
tiça do Trabalho para executar a parcela referente ao Seguro por Acidente de Trabalho (OJ
414, SDI-I):

Competência da Justiça do Trabalho. Execução de ofício. Contribuição social referente ao seguro


de acidente de trabalho (SAT). Arts. 114, VIII, e 195, I ‘a’, da Constituição da República.
Compete à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, da contribuição referente ao Seguro de Aci-
dente de Trabalho (SAT), que tem natureza de contribuição para a seguridade social (arts. 114, VIII,
e 195, I, ‘a’, da CF), pois se destina ao financiamento de benefícios relativos à incapacidade do em-
pregado decorrente de infortúnio no trabalho.” (Arts. 11 e 22 da Lei n. 8.212/1991)

005. (IBADE/CÂMARA DE SÃO FELIPE D’OESTE – RO/ADVOGADO/2020) De acordo com o


entendimento consolidado do STF e do TST, a opção que demonstra situação em que a Justiça
do Trabalho possui competência para executar as contribuições devidas ao INSS é a seguinte:
a) ação trabalhista na qual se deferiu o pagamento de diferença por equiparação salarial.
b) reclamação na qual se postulou, com sucesso, o reconhecimento de vínculo empregatício.
c) demanda na qual o empregado teve a CTPS assinada, mas não teve o INSS recolhido duran-
te todo o contrato.
d) reclamação trabalhista na qual foi reconhecido o pagamento de salário à margem dos con-
tracheques.
e) a Justiça do Trabalho não possui competência para executar as contribuições devi-
das ao INSS.

a) Certa. Se foi deferido o pagamento de equiparação salarial, o empregador foi condenado a


pagar tais diferenças salariais ao empregado e, sobre elas, deverá haver o recolhimento previ-
denciário, imposto e executado pela Justiça do Trabalho.
b) se o pedido era de reconhecimento de vínculo empregatício, a sentença reconhece o vínculo
e ponto final. Não haverá recolhimentos para o INSS sobre as verbas já pagas durante o contra-
to. O que pode ocorrer é o seguinte:

EXEMPLO: A parte pede o reconhecimento do vínculo e, além disso, a condenação do empre-


gador ao pagamento de horas extras. O juiz defere ambos os pedidos. Em relação aos salários
que já foram pagos durante o contrato, não será determinado nenhum recolhimento pela JT.
Mas no que se refere às horas extras deferidas em sentença, cabe sim o recolhimento previ-

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denciário (essas horas não foram pagas durante o contrato. O empregado trabalhou em horas
extras e não recebeu; só agora o empregador vai pagar, porque o juiz mandou. E aí já paga e
faz os recolhimentos). O que não pode ocorrer é o juiz, ao reconhecer o vínculo, mandar fazer
os recolhimentos sobre tudo que foi pago lá atrás (esses recolhimentos não são mais devidos?
São. Mas a competência não é da JT. Se o pedido é sobre verbas que já foram pagas lá atrás,
mas não houve o recolhimento, a competência é da Justiça Federal).

c) Errada. Mesmo caso da resposta acima.


d) Errada. Veja que aqui foi reconhecido o pagamento de salário à margem dos contracheques
(o famoso “salário por fora”), ou seja, o pagamento já foi feito lá atrás. O que se pede na ação é
apenas que seja reconhecida a existência dele, para que o valor seja considerado salário para
fins de cálculo de outras verbas.

EXEMPLO: O empregado recebia R$ 1.000,00 em holerite e R$ 500,00 por fora. Ele entra com
ação pedindo o reconhecimento do salário por fora e a condenação ao pagamento de horas
extras. O juiz defere. O cálculo das horas extras que devem ser pagas será feito utilizando como
base de cálculo o valor R$ 1.500,00, pois foi reconhecido que o empregado recebia valor por
fora, de forma que o valor total do salário dele é de R$ 1.500,00. E sobre os valores devidos a
título de horas extras será devido o recolhimento previdenciário (porque as horas extras não são
verbas pagas durante o contrato, são verbas cujo pagamento foi determinado na sentença).

e) Errada. Art. 114, VIII, CF.


Letra a.

IX – Outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho: Para parte da doutrina o inci-


so IX é desnecessário, uma vez que o inciso I já diz de forma expressa que compete à Justiça
do Trabalho analisar as controvérsias oriundas da relação de trabalho.
Alguns doutrinadores veem sentindo na norma, dizendo que o inciso permite atribuir à Justi-
ça do Trabalho, por meio de lei, outras competências ainda não previstas nos incisos do art. 114.
Este inciso praticamente não é cobrado em concursos.

1.4. Competência Territorial da Justiça do Trabalho


Agora que você já sabe quais ações são da competência da Justiça do Trabalho (ou seja, você
já sabe a competência material da JT), é preciso analisar em qual vara será distribuída a ação.
A competência territorial está disciplinada no art. 651 da CLT:

Art. 651. A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade
onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido
contratado noutro local ou no estrangeiro.

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§ 1º Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da
localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na
falta, será competente a Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade
mais próxima.
§ 2º A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se
aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e
não haja convenção internacional dispondo em contrário.
§ 3º Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato
de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato
ou no da prestação dos respectivos serviços.

Conforme se observa do caput, a regra geral para definição da competência é o local da


prestação de serviços. Essa regra tem por finalidade facilitar o acesso do trabalhador à Justi-
ça, pois é no local de prestação dos serviços que, geralmente, o trabalhador mora (e, portanto,
terá menos gastos com locomoção) e onde mais facilmente encontrará testemunhas para
serem ouvidas em audiência.
A regra geral é essa e é isso que deve ser adotado para concurso. Mas, na prática, tem sido
muito comum o afastamento do art. 651 da CLT, ao argumento de que a ação pode ser ajuizada
no domicílio do trabalhador, com o fim de facilitar o acesso à Justiça. Mas, repito, se a pergun-
ta se referir ao critério adotado pela CLT para fixação da competência territorial, a resposta é a
seguinte: local da prestação de serviços.
O § 1º do art. 651 da CLT trata da hipótese de ação ajuizada por agente ou viajante comer-
cial, o qual realiza atividades em várias localidades sem se fixar em nenhuma delas. De acordo
com o dispositivo a competência será da Vara da localidade em que a empresa tenha agência
ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Vara da locali-
zação em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima.
O § 2º dispõe sobre a “competência internacional” da Justiça do Trabalho para julgar re-
lação de trabalho envolvendo empregado brasileiro que trabalhou em agência ou filial no es-
trangeiro, desde que não haja convenção internacional em contrário. E se a empresa não tiver
agência ou filial no Brasil? Aí instala-se o caos! Pela CLT, a Justiça do Trabalho brasileira é
competente para julgar a ação. A citação da empresa será por meio de carta rogatória. Mas
e se a empresa não aceitar se submeter à jurisdição brasileira? Em razão dessa complicação,
importantes doutrinadores defendem que somente haverá competência da Justiça do Traba-
lho brasileira se a empresa reclamada tiver agência ou filial no Brasil. Se não tiver, não há como
impor a jurisdição trabalhista brasileira em território estrangeiro.
O segundo entendimento (necessidade de agência ou filial no Brasil) me parece mais ade-
quado. Embora não haja consenso, o importante é saber que a CLT prevê que há competência
da Justiça do Trabalho para processar e julgar ação ajuizada por trabalhador brasileiro que
prestou serviços à agência ou filial no estrangeiro, desde que não haja convenção internacional
dispondo em contrário.
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De acordo com o § 3º, se o empregador promover sua atividade em várias localidades (ex.:
circo), será assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do con-
trato ou da prestação dos respectivos serviços. Portanto, a escolha cabe ao empregado, que
poderá optar entre o local da contratação ou da prestação dos serviços.
Há uma questão polêmica: e se o empregado trabalhou em vários locais diferentes, qual
será a Vara competente? Para jurisprudência majoritária será o último local de prestação de
serviços, pois entende-se que isso facilita o acesso à justiça. No entanto, há forte corrente no
sentido de que se o reclamante trabalhou em vários locais, será competente a Vara do Traba-
lho de qualquer uma dessas localidades (competência concorrente: todas essas varas são
competentes), podendo o empregado escolher qualquer uma delas. Essa segunda corrente, a
meu ver, faz mais sentido. Pense na seguinte situação: o empregado trabalhou 5 anos em uma
cidade e 3 meses em outra, até ser mandado embora. Nesse caso, provavelmente seja mais
fácil reunir provas onde ele trabalhou por 5 anos do que na última localidade, em que ficou
apenas 3 meses. Enfim, por se tratar de questão polêmica acho difícil ser cobrado em prova
objetiva e, acaso caia alguma questão nesse sentido, as duas formas de interpretação devem
ser consideradas corretas pela banca.

A competência territorial é relativa, o que significa que o juiz não pode conhecê-la de ofício,
devendo ser suscitada pela reclamada no prazo da contestação. Se não foi feita a alegação no
prazo para a resposta (contestação), prorroga-se a competência e juízo para o qual foi distribu-
ída a ação passa a ser competente. (Art. 799 e seguintes da CLT)

006. (CETREDE/EMATERCE/AGENTE DE ATER – DIREITO/2018) Sobre competência para o


ajuizamento de reclamação trabalhista, analise a afirmativa a seguir.
“Maria, residente na cidade de Piracicaba, foi contratada na cidade de Indaiatuba para traba-
lhar como agente comercial de uma empresa de seguros cuja sede é na cidade de São Paulo.
Maria estava subordinada à filial de cidade de Campinas. Maria prestava seu labor deslocan-
do-se na venda de seguros entre as cidades de Hortolândia, Americana e Sumaré. Encerrado
o contrato de trabalho por culpa da empresa, Maria poderá pleitear judicialmente suas verbas
rescisórias. Considere que, em todas as cidades citadas neste hipotético enunciado, existe
Vara Especializada da Justiça do Trabalho”.
Em regra, em qual cidade com sua respectiva Vara do Trabalho será competente para Maria
ajuizar sua Reclamação Trabalhista?
a) A Vara competente é a de Piracicaba por ser o local de domicilio de Maria.
b) Compete à Vara de Campinas, onde está localizada a filial à qual Maria está subordinada.

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c) A Cidade de São Paulo, onde está localizada a sede da empresa.


d) A cidade de Indaiatuba, local onde Maria foi contratada.
e) As cidades de Hortolândia, Americana ou Sumaré, à escolha de Maria, por serem os locais
de prestação dos serviços.

Pela CLT (art. 651, § 1º), o trabalhador que realiza atividades em várias localidades, sem se
fixar em nenhuma delas, deve ajuizar ação na Vara da localidade em que a empresa tenha
agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta
da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima.
Como Maria estava subordinada à filial de Campinas, deveria ajuizar ação em uma das Varas
do Trabalho de Campinas.

Letra b.

1.5. Processamento da Exceção de Incompetência


Acerca do processamento da exceção de incompetência, a CLT traz regras específicas nos
artigos 799 e 800. Vamos analisar cada um dos dispositivos, uma vez que a literalidade deles
é cobrada com frequência em provas.

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Dispõe o art. 799 da CLT:

Art. 799. Nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente podem ser opostas, com sus-
pensão do feito, as exceções de suspeição ou incompetência.

Conforme se extrai do art. 799, assim que for oposta uma exceção de incompetência, o
feito fica suspenso até que a questão seja decidida.

§ 1º As demais exceções serão alegadas como matéria de defesa.

Se, de acordo com o § 1º, as demais exceções serão alegadas como matéria de defesa,
fica evidente que aquelas exceções manifestadas no caput (suspeição e incompetência) não
serão alegadas como matéria de defesa, mas sim em peça separada.

§ 2º Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto a estas, se termina-
tivas do feito, não caberá recurso, podendo, no entanto, as partes alegá-las novamente no recurso
que couber da decisão final.

Já vimos isso na aula passada. Se for rejeitada a exceção de incompetência (ou seja, o juiz
diz que está tudo certo e que o processo vai seguir ali mesmo) ou se for acolhida e o processo
for remetido para outra Vara para dar continuidade ao processo, não cabe recurso de imediato.
Só caberá a discussão disso lá na frente, quando a parte for recorrer da decisão final de mérito.
No entanto, se for acolhida a exceção e o processo for extinto (por ex., por ter sido reco-
nhecido que a Justiça do Trabalho não tem competência material para julgar aquele processo),
caberá recurso de imediato. Isso porque, neste caso, a única oportunidade que a parte terá de
discutir será agora, uma vez que não haverá julgamento futuro de mérito. O juiz entendeu que
não tem competência para analisar aquele processo e o extinguiu. Então, ou a parte recorre
de imediato, ou fica quieta e aí transita em julgado a decisão que extinguiu o processo e nada
mais poderá ser feito na Justiça do Trabalho.

Art. 800. Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de cinco dias a contar da noti-
ficação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta exceção, seguir-se-á o proce-
dimento estabelecido neste artigo.

O TST disse, recentemente, que o prazo é preclusivo (ou seja, não falou nos 5 dias, não
pode falar mais; não poderá querer alegar depois na contestação, em audiência…).
O artigo deixa bem claro que se trata de peça apartada.

§ 1º Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a audiência a que se refere
o art. 843 desta Consolidação até que se decida a exceção.

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Competência
Priscila Margarido

O que o § 1º prevê é que não será realizada a audiência sobre o mérito do processo en-
quanto não for decidida a questão da competência (até porque o juiz supostamente incompe-
tente não pode decidir nada).

§ 2º Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o reclamante e, se existentes, os


litisconsortes, para manifestação no prazo comum de cinco dias.
§ 3º Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará audiência, garantindo o
direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta precatória, no juízo que este
houver indicado como competente.
§ 4º Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo retomará seu curso, com a desig-
nação de audiência, a apresentação de defesa e a instrução processual perante o juízo competente.

1.6. Conflito de Competência


Estabelece o art. 803 da CLT:

Art. 803. Os conflitos de jurisdição podem ocorrer entre:


a) Juntas de Conciliação e Julgamento (LEIA-SE VARA DO TRABALHO) e Juízes de Direito investidos
na administração da Justiça do Trabalho;
b) Tribunais Regionais do Trabalho;
c) Juízos e Tribunais do Trabalho e órgãos da Justiça Ordinária;
d) Câmaras do Tribunal Superior do Trabalho.

Observe que o artigo não prevê conflito de competência (ou de jurisdição) entre juiz do tra-
balho e TRT. Como são hierarquicamente diferentes, manda quem pode e obedece quem tem
juízo. Lembre-se da Súmula 420 do TST:

COMPETÊNCIA FUNCIONAL. CONFLITO NEGATIVO. TRT E VARA DO TRABALHO DE IDÊNTICA RE-


GIÃO. NÃO CONFIGURAÇÃO.
Não se configura conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do Trabalho a
ele vinculada.

Como visto, o conflito de competência pode ser positivo (dois juízes se julgam competen-
tes) ou negativo (nenhum dos juízes se julga competente) (art. 804, CLT).
De acordo com o art. 805 da CLT, podem ser suscitar o conflito de competência os próprios
juízos e tribunais do trabalho, o Ministério Público do Trabalho (quer atue como parte ou como
custos legis) ou as partes.
Quando se tratar de incompetência relativa (incompetência territorial), o juiz (ou Tribunal)
não pode suscitá-la de ofício. Se a parte (no caso, o reclamado) oferece exceção de incompe-
tência territorial e o juiz acolhe, o processo é encaminhado ao juízo competente (para o qual se
declinou a competência). Chegando lá, o juiz que recebeu o processo não pode, de ofício, dizer
que não aceita porque ele entende que não é competente. Como se trata de incompetência
relativa, é necessária a provocação da parte (ou MP). Se não houver manifestação de ninguém,
o juiz que recebeu o processo ficará com ele.
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Competência
Priscila Margarido

O que pode ocorrer é a parte contrária (no caso, o reclamante, que havia distribuído o pro-
cesso lá naquele outro juízo por entender que era o competente) não concordar com a remes-
sa e suscitar o conflito de jurisdição (ou conflito de competência). E o conflito entre os dois
juízes do trabalho será processado e julgado pelo TRT ao qual estão vinculados.
Agora, quando a competência for absoluta (ex.: competência material: A parte entra na
Justiça do Trabalho mas o juiz observa que a competência é da Justiça Comum), o juiz pode
declinar de ofício da competência (pode suscitar o conflito de competência), sem que seja
necessária provocação da parte ou do MP.
De acordo com o art. 806 da CLT, a parte que já houver oposto exceção de incompetência,
não poderá suscitar o conflito de jurisdição (ou conflito de competência). Esse artigo pode ser
interpretado assim: “se a parte já falou da incompetência uma vez, não pode falar de novo”.
A parte que suscitar o conflito deverá produzir a prova documental de sua existência (art.
807 da CLT).

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Competência
Priscila Margarido

RESUMO
Hoje o nosso assunto foi a competência da Justiça do Trabalho. Vamos relembrar os pon-
tos centrais da aula.
Os critérios para definição da competência são 5:
1) competência em razão da matéria: seguindo este critério, o que importa para fixação da
competência é a natureza jurídica da controvérsia que está sendo discutida. Se for originada
numa relação de trabalho, a competência será, em regra, da Justiça do Trabalho. A competên-
cia material da Justiça do Trabalho está prevista nos artigos 114 da Constituição Federal e
652 da CLT.
2) competência em razão da pessoa: a competência é fixada levando em conta a qualidade
do sujeito envolvido na controvérsia. Não é o critério central adotado na Justiça do Trabalho.
3) competência em razão do lugar (competência territorial): a regra geral é que a compe-
tência será fixada pelo local da prestação de serviços. Art. 651 da CLT.
4) competência em razão do valor da causa: Não se aplica ao processo do trabalho.
5) competência funcional: utilizada internamente, para saber em qual dos órgãos da Justi-
ça do Trabalho tramitará o processo.
As competências em razão da matéria, da pessoa e funcional são absolutas → o juiz pode
suscitá-las de ofício e não estão sujeitas à preclusão. Por sua vez, a competência territorial é
relativa → o juiz não pode conhecê-la de ofício, cabendo à parte alegá-la no prazo de 5 dias
após a notificação, sob pena de preclusão.
A maior parte do estudo do tema “competência” é centrado no critério da competência
material, o qual sofreu importante e profunda modificação com a Emenda Constitucional n.
45/2004, a qual deu a seguinte redação ao art. 114 da CF:

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:


I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da
administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
II – as ações que envolvam exercício do direito de greve;
III – as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e
entre sindicatos e empregadores;
IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver
matéria sujeita à sua jurisdição;
V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no
art. 102, I, o;
VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;
VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos
de fiscalização das relações de trabalho;
VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acrésci-
mos legais, decorrentes das sentenças que proferir;

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Competência
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IX – outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mes-
mas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Tra-
balho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem
como as convencionadas anteriormente.
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o
Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho
decidir o conflito.

A partir da EC n. 45, a Justiça do Trabalho passou a ter competência para julgar lides envol-
vendo relações de trabalho. Contudo, embora se refiram, de certa forma, a labor humano, não
são de competência da Justiça do Trabalho as seguintes ações:
1) ações previdenciárias (quando algum trabalhador busca receber um benefício do INSS);
2) ações penais referentes a crimes contra organização do trabalho;
3) relação entre o Poder Público e seus servidores vinculados a ele pelo regime estatutário;
4) prestação de serviço que configure uma relação de consumo (aqui incluídos os honorá-
rios de profissional liberal).
São julgados na Justiça do Trabalho o trabalhador autônomo, trabalhador avulso, emprei-
teiro operário ou artífice (ou seja, o pequeno empreiteiro), servidor público celetista (exceto
greve, que é julgada pela Justiça Comum) e empregado de cartório extrajudicial.
A Justiça do Trabalho tem competência, também, para decidir conflito de jurisdição que
envolva juízes do trabalho ou TRTs. Se envolver o TST, a competência é do STF. Ainda, se os
juízes estiverem vinculados a Tribunais diversos, a competência para decidir o conflito será do
Superior Tribunal de Justiça.
Tendo em vista a existência da hierarquia funcional, não se pode dizer que haja conflito
de competência entre os órgãos judiciais de hierarquia diferentes que compõem a Justiça
do Trabalho.
Antes da EC n. 45/2004 havia controvérsia quanto à competência da Justiça do Trabalho
para processar e julgar ações de indenização por danos morais e materiais decorrentes de
acidente do trabalho, prevalecendo a tese de que a competência era da justiça comum. Com
a promulgação da EC n. 45 a competência passou a ser da Justiça do Trabalho, tendo o STF
editado a Súmula Vinculante 22: A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar
as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho
propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sen-
tença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional 45/2004.
A competência da Justiça do Trabalho para julgar ações de indenização por danos morais
e materiais decorrentes da relação de trabalho inclui o dano moral em ricochete (trata-se do
dano moral sofrido por familiares ou amigos próximos do trabalhador, que em razão de al-
gum mal grave acometido ao trabalhador, acabam experimentando eles próprios um grande
sofrimento).

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Competência
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No que tange à competência territorial, dispõe o art. 651 da CLT:

Art. 651 – A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade
onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido
contratado noutro local ou no estrangeiro.
§ 1º Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da
localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na
falta, será competente a Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade
mais próxima.
§ 2º A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se
aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e
não haja convenção internacional dispondo em contrário.
§ 3º Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato
de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato
ou no da prestação dos respectivos serviços.

A exceção de incompetência deverá ser apresentada em peça separada, no prazo de 5 dias


após a notificação.

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Competência
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EXERCÍCIOS
007. (AOCP/PREFEITURA DE SÃO LUÍS – MA/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR – DIREI-
TO/2018) Sobre a competência da Justiça do Trabalho, assinale a alternativa correta.
a) É da competência da Justiça do Trabalho, processar e julgar as ações de indenização por
dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho.
b) É da competência da Justiça do Trabalho processar e julgar as ações referentes aos direitos
dos servidores públicos estatutários.
c) Não compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações ajuizadas por empregados em
face de empregadores, relativas ao cadastramento do Programa de Integração Social (PIS).
d) Não compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as ações entre trabalhadores portu-
ários e os operadores portuários ou o Órgão Gestão de Mão-de-Obra decorrentes da relação
de trabalho.
e) Não compete à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, das contribuições previdenciárias
devida pelo empregador e pelo trabalhador, e seus acréscimos legais, decorrentes das senten-
ças que proferir.

a) Certa. Inciso VI do art. 114.


b) Errada. A Justiça do Trabalho julga apenas as ações referentes aos direitos dos servidores
públicos celetistas. As relações de trabalho dos servidores estatutários são julgadas pela Jus-
tiça Estadual ou Federal, conforme o caso.
c) Errada. Compete, SIM, à Justiça do Trabalho processar e julgar ações ajuizadas por em-
pregados em face de empregadores, relativas ao cadastramento do Programa de Integração
Social (PIS). É exatamente isso que dispõe a Súmula 300/TST:

COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. CADASTRAMENTO NO PIS


Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações ajuizadas por empregados em face de em-
pregadores relativas ao cadastramento no Programa de Integração Social (PIS).

d) Errada. Compete, SIM, à Justiça do Trabalho processar e julgar as ações entre trabalhadores
portuários e os operadores portuários ou o Órgão Gestão de Mão-de-Obra decorrentes da rela-
ção de trabalho. (art. 643, § 3º, CLT).
e) Errada. Compete, SIM, à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, das contribuições previ-
denciárias devidas pelo empregador e pelo trabalhador, e seus acréscimos legais, decorrentes
das sentenças que proferir (114, VIII, CF). TRADUZINDO ESSE INCISO: cada parcela deferida na
sentença tem natureza salarial ou indenizatória. Se a natureza for salarial, deve haver recolhi-
mento para o INSS sobre o valor deferido em sentença. O juiz determina isso de ofício (ou seja,
independentemente de requerimento das partes).
Letra a.

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Competência
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008. (FUMARC/AGE-MG/PROCURADOR DO ESTADO/2012) Assinale a alternativa INCORRETA:


a) Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal compete à Justiça do Trabalho proces-
sar e julgar as demandas que tenham por objeto dissídio envolvendo servidor público contra-
tado, pela Administração Pública direta, por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público.
b) Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as ações relativas às penalidades admi-
nistrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho.
c) Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as ações sobre representação sindical,
entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores.
d) A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em
decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.
e) A Justiça do trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por
danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente do trabalho propostas por empregado
contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro
grau quando da promulgação da Emenda Constitucional número 45/2004.

a) O STF já fixou entendimento de que NÃO compete à Justiça do Trabalho processar e julgar
as demandas que tenham por objeto dissídio envolvendo servidor público contratado pela Ad-
ministração Pública direta, por tempo determinado, para atender à necessidade temporária de
excepcional interesse público.
Isso porque a relação jurídica existente entre servidor temporário e Poder Público é de caráter ad-
ministrativo, sendo que a contratação é regulada por lei e será firmado um contrato administrativo.
b) Certa. Art. 114, VII, CF.
c) Certa. Art. 114, III, CF.
d) Certa. Art. 114, II, CF. (Este inciso abarca todas as ações e medidas necessárias ao exercício
do direito de greve).
e) Certa. Art. 114, VI, CF. (As ações que ainda não possuíam sentença de mérito em 1º grau,
quando da promulgação da EC n. 45/2004, foram todas trazidas para JT).
Letra a.

009. (INSTITUTO CONSULPLAN/CÂMARA DE ARCOS – MG/ADVOGADO DA MESA DIRE-


TORA/2020) Nos termos das súmulas vigentes do Tribunal Superior do Trabalho, acompa-
nhando entendimento do Supremo Tribunal Federal, a competência para julgar ação de indeni-
zação por dano moral resultante de acidente de trabalho é da Justiça:
a) Federal, conforme expresso na Constituição de 1988.
b) Do Trabalho, desde a Emenda Constitucional n. 45/2004.
c) Comum estadual, conforme expresso na Constituição de 1988.
d) Do Trabalho, nos períodos anteriores à Emenda Constitucional n. 45/2004.

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Competência
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A EC n. 45 trouxe para a Justiça do Trabalho todas as ações referentes a acidente do trabalho


que tinham sido distribuídas à Justiça Comum, mas ainda não tinha sentença de mérito em 1º
grau (ou seja, sentença do juiz). Aquelas que já tinham sentença continuaram tramitando na
Justiça Comum até o final (porque já estavam bem adiantadas).
Letra b.

010. (MÉTODO SOLUÇÕES EDUCACIONAIS/PREFEITURA DE NORTELÂNDIA – MT/ADVO-


GADO/2019) Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar, exceto:
a) Ações relacionadas ao cadastramento no PIS.
b) Ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve.
c) Abusividade do direito de greve de servidores públicos celetistas das autarquias e funda-
ções públicas.
d) Abusividade do direito de greve de servidores públicos celetistas das sociedades de econo-
mia mista e de empresa pública.

a) Certa. Há súmula do TST neste sentido:

Súmula n. 300
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. CADASTRAMENTO NO PIS
Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações ajuizadas por empregados em face de em-
pregadores relativas ao cadastramento no Programa de Integração Social (PIS).

A matéria é diretamente decorrente da relação de emprego e cabe à Justiça do Trabalho julgá-la.


b) Certa. Art. 114, II, CF e Súmula Vinculante 23 do STF. (Este inciso abarca todas as ações e
medidas necessárias ao exercício do direito de greve).
c) Errada. Embora esteja se falando em servidores celetistas, o que a princípio dá a ideia de que
a competência seria da Justiça do Trabalho, o STF decidiu a questão, com repercussão geral,
dizendo que “A justiça comum, federal ou estadual, é competente para julgar a abusividade de
greve de servidores públicos celetistas da Administração pública direta, autarquias e funda-
ções públicas. (STF. Plenário. RE 846854/SP, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Alexandre
de Moraes, julgado em 1º/8/2017 (repercussão geral)).
d)Certa. A decisão do STF mencionada acima abrange apenas administração pública direta,
autarquias e fundações. Em relação às sociedades de economia mista e empresas públicas
a competência é da Justiça do Trabalho, uma vez que tais entidades são pessoas jurídicas de
direito privado e são figuras assemelhadas ao empregador comum.

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
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O PULO DO GATO
Empresa pública e sociedade de economia mista são duas figuras que nos levam a cair em
erros. Temos a ideia de que estão ligadas à administração pública, então haveria várias espe-
cificidades… Mas a verdade é que, do ponto de vista trabalhista, a única diferença importante
é que elas contratam por meio de concurso público e os empregados estão sujeitos ao teto
remuneratório do serviço público (art. 37, XI, CF). No mais, se equiparam ao empregador co-
mum (por exemplo, podem dispensar o empregado quando bem entenderem. Não há estabili-
dade e nem há necessidade de motivação) e as demandas todas são julgadas na JT, inclusive
a de greve.
Letra c.

011. (CESPE/CEBRASPE/PREFEITURA DE MANAUS – AM/PROCURADOR DO MUNICÍ-


PIO/2018) Em relação à competência da justiça do trabalho, à revelia e às provas no processo
do trabalho, julgue o item que se segue.
A ação de indenização por dano moral decorrente da relação de trabalho proposta por suces-
sores de trabalhador falecido é de competência da justiça do trabalho.

É o chamado dano moral em ricochete. A competência é da Justiça do Trabalho.


Nesse sentido, a Súmula 392 do TST:

DANO MORAL E MATERIAL. RELAÇÃO DE TRABALHO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO


Nos termos do art. 114, inc. VI, da Constituição da República, a Justiça do Trabalho é competente
para processar e julgar ações de indenização por dano moral e material, decorrentes da relação de
trabalho, inclusive as oriundas de acidente de trabalho e doenças a ele equiparadas, ainda que pro-
postas pelos dependentes ou sucessores do trabalhador falecido.
Certo.

012. (COPEVE-UFAL/PREFEITURA DE SÃO MIGUEL DOS CAMPOS – AL/PROCURA-


DOR/2017) A Emenda Constitucional n. 45/2004 trouxe mudanças relevantes para o Poder
Judiciário e ampliou de forma considerável a competência da Justiça do Trabalho, especial-
mente pela alteração do Art. 114 da Constituição Federal. Dadas as afirmativas acerca dessas
mudanças e da competência atual da Justiça do Trabalho,
I – A Justiça do Trabalho é competente para executar de ofício as contribuições previdenciá-
rias relativas ao objeto da condenação constante das suas decisões e também dos acordos
por ela homologados.

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Competência
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II – Após a EC n. 45/2004, compete à Justiça do Trabalho julgar as ações de indenização por da-
nos morais decorrentes de acidentes de trabalho propostas por empregado contra empregador.
III – Compete à Justiça do Trabalho, após a EC n. 45/2004, julgar as ações acidentárias propos-
tas pelo segurado contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), visando à prestação de
benefícios relativos a acidentes de trabalho.
IV – Não compete à Justiça do Trabalho julgar ação possessória ajuizada em decorrência do
exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada, visto que se trata de re-
lação de direito civil.
V – Após a EC n. 45/2004, compete à Justiça do Trabalho as ações ajuizadas contra entidades
privadas de previdência com o propósito de obter complementação de aposentadoria, tendo
em vista tratar-se de ação oriunda de relação de trabalho.
Verifica-se que estão corretas apenas
a) II, III, IV e V.
b) III, IV e V.
c) I, IV e V.
d) I, II e III.
e) I e II.

I – Certo. Trata-se da Súmula Vinculante 53 do STF: “A competência da Justiça do Trabalho


prevista no art. 114, VIII, da Constituição Federal alcança a execução de ofício das contribui-
ções previdenciárias relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir
e acordos por ela homologados”.
II – Certo. Art. 114, VI, CF. Lembrando: as ações de acidente do trabalho que ainda não tinham
sentença de mérito quando a EC n. 45 foi promulgada, foram todas remetidas à Justiça do
Trabalho. E as novas ações já foram sendo ajuizadas na Justiça do Trabalho.
Há até Súmula Vinculante do STF:

Súmula Vinculante 22
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos
morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empre-
gador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da
promulgação da Emenda Constitucional 45/2004. (grifei)

III – Errado. A Justiça do Trabalho não é competente para julgar as ações acidentárias propos-
tas pelo segurado contra o INSS, visando à prestação de benefícios relativos a acidentes de tra-
balho. A competência é da Justiça Federal. A Justiça do Trabalho julga apenas as ações entre
empregado e empregador relativas ao acidente do trabalho (a JT vai dizer se o empregador, por
exemplo, deve pagar uma indenização; se o empregado tem direito à estabilidade). Mas quem
julga o pedido de benefício em face do INSS é a Justiça Federal.

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Competência
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IV – Errado. Compete, SIM, à Justiça do Trabalho julgar ação possessória ajuizada em decor-
rência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada. As ações que
envolvam exercício do direito de greve de empregado privado são todas julgadas pela JT (art.
114, II, CF e Súmula Vinculante 23 do STF).
V – Errado. As ações ajuizadas contra entidades privadas de previdência (ainda que mantidas
pelo empregador), com o propósito de obter complementação de aposentadoria, não são de
competência da Justiça do Trabalho. O STF firmou este entendimento na Tese 190 de reper-
cussão geral, dizendo o seguinte:

Compete à Justiça comum o processamento de demandas ajuizadas contra entidades privadas de


previdência com o propósito de obter complementação de aposentadoria, mantendo-se na Justiça
Federal do Trabalho, até o trânsito em julgado e correspondente execução, todas as causas dessa
espécie em que houver sido proferida sentença de mérito até 20/2/2013.

Se o pedido é de uma verba previdenciária, em face de uma entidade privada de previdência (ou
seja, não é em face do empregador), não há como se reconhecer a competência da Justiça do
Trabalho. O que pode ocorrer é o seguinte: o empregado ajuíza uma ação contra o emprega-
dor, pedindo uma verba que ele não recebeu (por exemplo, horas extras). Esta ação, sim, será
julgada na JT. E pode ser que sobre esta verba reconhecida na sentença (horas extras) caiba
recolhimentos previdenciários para a entidade privada. Esses recolhimentos o juiz do trabalho
pode determinar e executar. Mas, veja: não se trata de ação ajuizada em face da entidade de
previdência privada, tampouco o pedido de recolhimentos é o pedido principal.
Letra e.

013. (INSTITUTO CONSULPLAN/CÂMARA DE ARCOS – MG/ADVOGADO DA MESA DIRE-


TORA /2020) Nos termos das súmulas vigentes do Tribunal Superior do Trabalho, acompa-
nhando entendimento do Supremo Tribunal Federal, a competência para julgar ação de indeni-
zação por dano moral resultante de acidente de trabalho é da Justiça:
a) Federal, conforme expresso na Constituição de 1988.
b) Do Trabalho, desde a Emenda Constitucional n. 45/2004.
c) Comum estadual, conforme expresso na Constituição de 1988.
d) Do Trabalho, nos períodos anteriores à Emenda Constitucional n. 45/2004.

Mais uma vez, porque a repetição é a chave do sucesso : ☺


Desde a promulgação da EC n. 45/2004 as ações de indenização por dano moral resultante
de acidente de trabalho passaram a ser de competência da Justiça do Trabalho. As ações em
curso, que ainda não tinham sentença de mérito na data da promulgação da referida EC, foram
encaminhadas para a Justiça do Trabalho.
Letra b.

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido

014. (IADES/BRB/2019) A reforma trabalhista trouxe a regulamentação procedimental da Ex-


ceção de Incompetência Territorial ou Relativa, também conhecida como Exceção Declinatória
de Foro, afastando, assim, a aplicabilidade da novidade do Código de Processo Civil de 2015,
que tornou a incompetência territorial como preliminar de contestação. Quanto a esse proce-
dimento, assinale a alternativa correta.
a) A exceção de incompetência territorial deverá ser apresentada no prazo de 15 dias a contar
da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência da exceção.
b) Protocolada a petição, o processo não será suspenso e poderá ser realizada a audiência a
que se refere o art. 843 da Consolidação das Leis do Trabalho.
c) Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo retomará seu curso, com a de-
signação de audiência, a apresentação de defesa e a instrução processual perante o juízo
competente.
d) Apresentada a exceção de incompetência, será aberta vista dos autos ao exceto, por 24
horas improrrogáveis, devendo a decisão ser proferida na primeira audiência ou sessão que
se seguir.
e) Não será possível a produção de prova oral, razão pela qual o juiz não designará audiência, já
que não está previsto procedimentalmente o direito do excipiente de ouvir testemunhas, nem
mesmo por carta precatória.

a) A exceção de incompetência territorial deverá ser apresentada no prazo de 15 dias 5 DIAS a
contar da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência da exceção (art.
800, CLT).
b) Protocolada a petição, o processo não SERÁ suspenso e poderá NÃO SERÁ realizada a au-
diência a que se refere o art. 843 da Consolidação das Leis do Trabalho (art. 800, § 1º, CLT).
c) Certo.
d) O exceto terá o prazo de 5 dias para manifestação (art. 800, § 2º, CLT).
e) Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará audiência, garantindo o
direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta precatória, no juízo que
este houver indicado como competente (art. 800, § 3º, CLT).
Letra c.

015. (FUNDEP/PREFEITURA DE CONTAGEM – MG/PROCURADOR MUNICIPAL/2019) Assi-


nale a alternativa incorreta referente à competência da Justiça do Trabalho.
a) Compete à Justiça do Trabalho julgar as ações relativas às penalidades administrativas im-
postas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho.
b) A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde
o empregado, reclamante ou reclamado tenha sido contratado.

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido

c) Conforme entendimento do TST, não se configura conflito de competência entre Tribunal


Regional do Trabalho e Vara do Trabalho a ele vinculada.
d) A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em
decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.

a) Certa. Art. 114, VII, CF.


b) Errada. A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento (leia-se: Varas do Trabalho)
é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado tenha sido contra-
tado PRESTADO OS SERVIÇOS (Art. 651, CLT).
c) Certa. É a máxima “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Há uma diferença de
hierarquia entre os dois, não tendo espaço para conflito de competência. Se o TRT diz que a
competência é do juiz do trabalho, cabe ao juiz julgar o processo.
d) Certa. Art. 114, II, CF.
Letra b.

016. (VUNESP/UNIFAI/PROCURADOR JURÍDICO/2019) Compete à Justiça do Trabalho pro-


cessar e julgar
a) as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os órgãos da administração pública
direta e indireta, independentemente do regime jurídico de seus servidores.
b) os mandados de segurança e os habeas corpus, quando o ato questionado envolver crimes
contra a organização do trabalho.
c) as ações que envolvem o exercício do direito de greve.
d) as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, desde que o autor ostente a condi-
ção de trabalhador.
e) os conflitos de competência entre os juízes do trabalho e os juízes de direito.

a) Errada. Como você já sabe, se for regime jurídico celetista, a Justiça do Trabalho julga. Se for
regime jurídico estatutário, a competência é da Justiça Estadual ou Federal.
b) Errada. Lembra que te falei lá no começo da aula para não cair em nenhuma pegadinha des-
te tipo? Falou em crime (ainda que contra a organização do trabalho), a competência não é da
Justiça do Trabalho.
c) Certa. Art. 114, II, CF.
d) Errada. Não é imprescindível que o autor ostente a condição de trabalhador. Lembra do dano
moral em ricochete? No caso de dano moral em ricochete quem vai figurar como autor da ação
de indenização é o parente(s) ou amigo(s).
e) Errada. Quem processa e julga é o Superior Tribunal de Justiça.
Letra c.

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Competência
Priscila Margarido

017. (CESPE/CEBRASPE/OAB/EXAME DE ORDEM – 3 – PRIMEIRA FASE/2008) Um conflito


de competência existente entre um juiz do trabalho e um juiz federal deve ser julgado
a) pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).
b) por um tribunal regional federal.
c) pelo STJ.
d) pelo STF.

O conflito deve ser julgado pelo STJ, porque envolve juízes vinculados não apenas a tribunais
diferentes, mas a Justiças diferentes (Justiça do Trabalho e Justiça Federal).
Letra c.

018. (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO – VIII – PRIMEIRA FASE/2012) Se for insta-


lado conflito de competência positivo entre dois juízes do Trabalho do Estado de Pernambuco,
qual será o órgão competente para julgá-lo?
a) O TST.
b) O STJ.
c) O TRT de Pernambuco.
d) O STF.

Se os dois juízes do trabalho pertencem ao TRT de Pernambuco, o órgão que está hierarquica-
mente acima dos dois é o TRT/PE, o qual é competente para o julgamento.
Letra c.

019. (CESPE/CEBRASPE/EXAME DE ORDEM – 1 – PRIMEIRA FASE/2007) Antônio foi con-


tratado, mediante concurso público e sob o regime da Consolidações da Leis do Trabalho (CLT),
para trabalhar em uma empresa pública estadual. Nessa situação, considerando a existência
de litígio a respeito de verbas rescisórias a serem pagas a Antônio, será competente para julgar
a demanda a
a) justiça comum.
b) justiça federal.
c) justiça do trabalho.
d) justiça eleitoral.

Se o vínculo é celetista, não há dúvida: a competência é da Justiça do Trabalho.


Letra c.

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Competência
Priscila Margarido

020. (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO – V – PRIMEIRA FASE/2011) Com relação


à competência material da Justiça do Trabalho, é correto afirmar que
a) não compete à Justiça do Trabalho, mas à Justiça Federal, o julgamento de ação anulatória
de auto de infração lavrado por auditor fiscal do trabalho.
b) é da competência da Justiça do Trabalho o julgamento das ações ajuizadas em face da
Previdência Social que versem sobre litígios ou medidas cautelares relativos a acidentes
do trabalho.
c) de acordo com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, é da competência da Jus-
tiça do Trabalho processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal con-
tra cliente.
d) a Justiça do Trabalho é competente para julgar ação ajuizada por sindicato de categoria
profissional em face de determinada empresa para que esta seja condenada a repassar-lhe as
contribuições assistenciais descontadas dos salários dos empregados sindicalizados.

a) não compete, SIM, à Justiça do Trabalho, mas E NÃO à Justiça Federal, o julgamento de
ação anulatória de auto de infração lavrado por auditor fiscal do trabalho.
(Diz o art. 114, VII, CF: compete à JT julgar “as ações relativas às penalidades administrativas
impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho”).
b) Errada. A ação ajuizada em face da Previdência Social é de competência da Justiça Federal
(trata-se de ação previdenciária. A ação não é interposta com base numa relação de trabalho,
mas sim com base em relação previdenciária mantida entre o empregado e o INSS).
c) Errada. A relação entre profissional liberal e cliente nada mais é do que uma relação de con-
sumo. E, como você já sabe, a relação de consumo não é de competência da Justiça do Traba-
lho (existem entendimentos divergentes, mas o posicionamento do STJ é no sentido de que a
competência não é da JT). Diz a Súmula 363 do STJ: “Compete à Justiça estadual processar e
julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente”.
d) Certa. Art. 114, III, CF.
Letra d.

021. (ND/OAB-DF/EXAME DE ORDEM – 1 – PRIMEIRA FASE/2006) O julgamento das ações


relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscali-
zação das relações de trabalho compete:
a) à Justiça Federal, se o órgão de fiscalização for vinculado à União;
b) à Justiça Comum dos Estados ou do Distrito Federal, se o órgão de fiscalização for vincula-
do ao Estado ou ao Distrito Federal;
c) à Justiça do Trabalho;
d) à seção judiciária federal.

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido

Dispõe o art. 114, VII, CF:

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:


[…]
VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos
de fiscalização das relações de trabalho;
Letra c.

022. (COMPERVE/CÂMARA MUNICIPAL DE MOSSORÓ-RN/2012) A Justiça do Trabalho é


competente para julgar
a) as execuções de qualquer sentença proferida em desfavor dos sindicatos.
b) os crimes contra a organização do trabalho.
c) as ações sobre representação sindical entre sindicatos ou entre sindicatos e empregadores.
d) as ações de dano moral coletivo promovidas por empregados públicos em face de empresa
pública, ainda que não decorrente de relação de trabalho.

a) Errada. A Justiça do Trabalho só executa as suas próprias sentenças. Se a ação, ainda que
movida contra sindicato, por alguma razão foi ajuizada fora da Justiça do Trabalho, a execução
deverá ocorrer na justiça que proferiu a sentença.

Exemplo: se o sindicato não está pagando aluguel da sua sede e o proprietário do imóvel entra
com ação de despejo na Justiça Estadual (que é realmente a justiça competente, uma vez que
a demanda não tem nada a ver com questões trabalhistas), quem executará a sentença será a
Justiça Estadual.

b) Errada. Eu já sei que você não cai nessa! Nenhum crime é julgado na Justiça do Trabalho.
c) Certa. Art. 114, III, CF.
d) Se o dano não tem nada a ver com a relação de trabalho, não tem razão para competência
ser da Justiça do Trabalho.
Letra c.

023. (CESPE/CEBRASPE/PREFEITURA DE ARACAJU – SE/2007) Acerca de jurisdição e com-


petência, organização, composição e funcionamento da justiça do trabalho, julgue o item abaixo.
Havendo conflito de competência entre TRT e juízo do trabalho ao mesmo vinculado, caberá a
decisão pertinente ao TST.

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Competência
Priscila Margarido

Não é competência do TST por um simples motivo: não há conflito de competência entre juiz
do trabalho e TRT. “Manda quem pode e obedece quem tem juízo”. Se o TRT diz que a compe-
tência é do juiz do trabalho, o juiz simplesmente acolhe e julga. E se o TRT diz que a competên-
cia é própria dele, o juiz dá tchau pro processo e o manda para ser julgado no TRT.
Errado.

024. (CESPE/CEBRASPE/PREFEITURA DE ARACAJU – SE/2007) Acerca de jurisdição e


competência, organização, composição e funcionamento da justiça do trabalho, julgue o
item abaixo.
Conforme entendimento do STF, a justiça do trabalho passou a ser competente para todas
as causas envolvendo relação de trabalho, exceto quando envolvidos servidor público federal
e a União.

A Justiça do Trabalho será competente para julgar a causa quando a relação de trabalho entre
o servidor público federal e a União for de natureza celetista. Se for de natureza estatutária, a
competência será da Justiça Federal.
Errado.

025. (VUNESP/TJ-SC/JUIZ LEIGO/2018) Considerando o teor das Súmulas Vinculantes do


Supremo Tribunal Federal, assinale a alternativa que aponta, correta e respectivamente, a
competência para processar e julgar: ação de indenização por danos morais e patrimoniais
decorrentes de acidente de trabalho proposta por empregado contra empregador; ação pos-
sessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da ini-
ciativa privada.
a) Justiça Estadual e Justiça Federal.
b) Ambas na Justiça do Trabalho.
c) Justiça do Trabalho e Justiça Estadual.
d) Justiça Estadual e Justiça do Trabalho.
e) Ambas na Justiça Estadual.

As 2 hipóteses estão previstas no art. 114 (incisos VI e II, respectivamente), como sendo de
competência da Justiça do Trabalho. Como estudado, a competência para julgar ação de in-
denização por danos morais e materiais decorrentes de acidente do trabalho passou a ser da
Justiça do Trabalho a partir da EC n. 45/2004.
Letra b.

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido

026. (QUADRIX/CRP 17ª REGIÃO (RN)/ADVOGADO/2018) A respeito da competência da


Justiça do Trabalho, assinale a alternativa correta.
a) Compete à Justiça do Trabalho julgar as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos
os entes de direito público externo e da Administração Pública direta e indireta, da União, dos
estados, do Distrito Federal e dos municípios.
b) Compete à Justiça comum julgar as ações de indenização, por dano moral ou patrimonial,
decorrentes da relação de trabalho.
c) O servidor público da Administração Pública indireta regido pela CLT será julgado pela Jus-
tiça comum estadual, competente para conciliar e julgar os dissídios entre o denominado em-
pregado público e a Administração Pública.
d) Compete ao TST julgar os conflitos de competência entre tribunais superiores e qualquer
outro tribunal.
e) A Justiça comum é responsável por processar e julgar as ações sobre representação sindi-
cal entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores e entre sindicatos e empregadores.

a) Certa. Art. 114, I, CF.


b) Errada. Desde a EC n. 45/2004 a competência para julgar as ações de indenização, por dano
moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho, é da Justiça do Trabalho.
c) Errada. Se o servidor público é regido pela CLT (ou seja, celetista), a competência para pro-
cessar e julgar ação decorrente da relação trabalhista é da Justiça do Trabalho.
d) Compete ao TST SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL julgar os conflitos de competência entre
tribunais superiores e qualquer outro tribunal. (art. 102, “o”, CF).

O PULO DO GATO
Mesmo que você não soubesse o teor do art. 102 da CF, daria para acertar a questão na intui-
ção. Como o TST julgaria conflito de competência entre outros tribunais superiores? Por exem-
plo, conflito de competência entre STJ e STF poderia ser decidido pelo TST? Não faz o menor
sentido, né? Então a alternativa está evidentemente errada. Grave o seguinte: falou em tribunal
superior, a competência é do STF.

 ) A Justiça comum JUSTIÇA DO TRABALHO é responsável por processar e julgar as ações so-
e
bre representação sindical entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores e entre sindicatos
e empregadores. (art. 114, III, CF)
Letra a.

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido

027. (CESPE/CEBRASPE/PREFEITURA DE CAMPO GRANDE – MS/PROCURADOR MUNI-


CIPAL/2019) Em 2017, João foi contratado, em Campo Grande – MS, como auxiliar adminis-
trativo da empresa X, sediada no mesmo município. Em 2018, depois de um ano de serviços
prestados a essa empresa, João foi dispensado sem justa causa. Em 2019, ele mudou seu
domicílio para Corumbá – MS e lá ajuizou reclamação trabalhista contra a empresa X em de-
terminada vara do trabalho de Corumbá. Na petição inicial, João afirmou ter trabalhado apenas
em Campo Grande, mas sustentou a competência da vara do trabalho de Corumbá, por ser o
foro de seu atual domicílio. Três dias depois de ter sido notificada e antes da data marcada
para a audiência, a empresa X apresentou peça sinalizada como exceção de incompetência
territorial, alegando a competência de vara do trabalho de Campo Grande.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir à luz da legislação processual
trabalhista.
A competência territorial é de vara do trabalho de Campo Grande, pois este foi o local da pres-
tação dos serviços.

De acordo com o art. 651 da CLT, a regar geral para fixação da competência é o local da presta-
ção dos serviços. No caso, João sempre prestou seus serviços em Campo Grande.
Certo.

028. (CIEE/TRT 10ª REGIÃO (DF E TO)/ESTAGIÁRIO – DIREITO/2019) Quanto à competência


da Justiça do Trabalho, disciplinada constitucionalmente, observe as seguintes afirmativas.
I – Os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, en-
tre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal serão processados e julgados
pela Justiça do Trabalho.
II – Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as ações que envolvam exercício do
direito de greve.
III – Frustrada à negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros, devendo submeter a
eleição ao deferimento do juiz da Justiça do Trabalho em decorrência do princípio da proteção.
Está(ão) correta(s):
a) III, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II, apenas.
d) I, II e III.

I – Errado. Como a Justiça do Trabalho teria competência para julgar o STJ? A competência,
neste caso, é do Supremo Tribunal Federal.
II – Certo. Art. 114, II, CF.

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido

III – Errado. Em caso de dissídio coletivo, as partes podem decidir submeter à discussão à arbi-
tragem (lembra que estudamos a arbitragem na nossa primeira aula?), mas não é preciso que
a eleição dos árbitros seja submetida ao deferimento do juiz do trabalho. As partes escolhem
a arbitragem e ela se passa toda de forma extrajudicial; não tem essa interferência da Justiça
do Trabalho.

Em caso de conflito coletivo, a arbitragem é amplamente aceita. Quando se tratar de conflito


individual, não se aplicará a arbitragem, exceto se a remuneração do empregado for superior a
R$ 12.867,14 (que corresponde a duas vezes o limite máximo pago pelo INSS, que atualmente
é de R$ 6.433,57).

Letra c.

029. (FAFIPA/PREFEITURA DE FOZ DO IGUAÇU – PR/PROCURADOR DO MUNICÍPIO JÚ-


NIOR/2019) Analise as proposições a seguir:
I – A Justiça do Trabalho é incompetente para processar e julgar ações de cobrança de hono-
rários de profissionais liberais autônomos.
II – As organizações ou organismos internacionais gozam de imunidade absoluta de jurisdição
quando amparados por norma internacional incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro,
não se lhes aplicando a regra do Direito Consuetudinário relativa à natureza dos atos pratica-
dos. Excepcionalmente, prevalecerá a jurisdição brasileira na hipótese de renúncia expressa à
cláusula de imunidade jurisdicional.
III – Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as ações oriundas da relação de empre-
go, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Considerando as regras de jurisdição e competência, assinale a alternativa CORRETA:
a) Todas as proposições estão corretas.
b) Somente III está correta.
c) Somente I e III estão corretas.
d) Somente I e II estão corretas.
e) Nenhuma proposição está correta.

I – Certo. A relação se equipara à relação de consumo e a cobrança deverá ser feita na Justiça
Comum. Diz a Súmula 363 do STJ: “Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de
cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente”.
II – Errado. Lembra que estudamos hoje que o STF firmou o entendimento de que quando o
ente de direito público externo contrata empregados brasileiros, pratica atos de gestão, os
quais não são abrangidos pela imunidade de jurisdição? Bom, então a primeira ideia seria dizer
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido

que está errada a alternativa, em razão desta parte que diz “imunidade absoluta de jurisdição”.
Mas aí é que vem o complemento: diz a alterativa que haverá imunidade absoluta quando
amparada por norma internacional incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro. Ora, se
o Brasil ratificou uma norma internacional, um acordo internacional com determinado país,
prevendo que aquele país teria imunidade de jurisdição absoluta, essa norma internacional
precisa ser respeitada. É isso o que diz a OJ 416 da SDI-1 do TST:

OJ 416. IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO. ORGANIZAÇÃO OU ORGANISMO INTERNACIONAL. As organi-


zações ou organismos internacionais gozam de imunidade absoluta de jurisdição quando ampara-
dos por norma internacional incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro, não se lhes aplicando a
regra do Direito Consuetudinário relativa à natureza dos atos praticados. Excepcionalmente, preva-
lecerá a jurisdição brasileira na hipótese de renúncia expressa à cláusula de imunidade jurisdicional.

III – PEGADINHA DA BANCA: Veja que a redação da alternativa não é idêntica à redação da
CF em razão de um detalhe: A alternativa fala em relação de emprego e a CF traz a expressão
relação de trabalho. No entanto, a alternativa está correta, pois a relação de emprego é espécie
do gênero relação de trabalho. Aqui se aplica a máxima “quem pode o mais, pode o menos”.
Se você fosse ficar atrelado à literalidade do inciso I do art. 114, consideraria a alterativa incor-
reta. Mas aqui era preciso fazer uma interpretação: a alternativa não diz que a competência é
apenas para relação de emprego. Diz que a relação de emprego (abrangidos os entes etc.) será
julgada pela Justiça do Trabalho. Está correto.
Letra a.

030. (FUNDEP/GESTÃO DE CONCURSOS/CAU-MG/ADVOGADO/2019) Compete à Justiça


do Trabalho processar e julgar, exceto:
a) Ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho.
b) Ações sobre representação sindical, entre sindicados, entre sindicatos e trabalhadores, e
entre sindicatos e empregadores.
c) Ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos
de fiscalização das relações de trabalho.
d) Ações entre os servidores públicos regidos pelo regime estatutário e o Estado.

a) Certa. Art. 114, VI, CF


b) Certa. Art. 114, III, CF
c) Certa. Art. 114, VII, CF
d) Estatutários não são de competência da Justiça do Trabalho (acho que depois de tanta re-
petição, isso você já não esquece mais, né? ). ☺
Letra d.

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido

031. (VUNESP/PREFEITURA DE ARUJÁ – SP/ADVOGADO/2019) O Juízo da 99ª Vara do Tra-


balho de São Paulo recepcionou uma ação trabalhista, distribuída em dezembro de 2018, para
homologação de acordo extrajudicial acerca do pagamento de horas extraordinárias entre Ma-
ria do Socorro e o Banco do Bem.
Considerando a competência das Varas do Trabalho, decorrentes da legislação trabalhista, o
juiz deve:
a) processar a ação trabalhista, decidindo sobre a homologação do acordo extrajudicial, vez
que a matéria é de competência da Justiça do Trabalho.
b) extinguir o processo sem julgamento do mérito, porque a Justiça do Trabalho não tem com-
petência para processar e julgar acordos extrajudiciais.
c) processar a ação trabalhista e remeter o processo o Juízo Cível, vez que somente aquele
juízo tem competência para homologação de acordos extrajudiciais.
d) extinguir o processo sem julgamento do mérito, salvo se comprovado a existência de assis-
tência sindical.
e) processar a ação trabalhista, designando audiência de conciliação, obrigatória para a hipó-
tese de acordos extrajudiciais.

Lembra que estudamos isso na primeira aula? A Reforma Trabalhista acrescentou a alínea f ao
art. 652 da CLT, estabelecendo o seguinte:

Art. 652. Compete às Varas do Trabalho: […]


f) decidir quanto à homologação de acordo extrajudicial em matéria de competência da Justiça do
Trabalho
Letra a.

032. (UPENET/IAUPE/UPE/ADVOGADO/2019) João foi admitido nos quadros funcionais da


empresa X Ltda. em 08.12.2017, para exercer a função de operador de produção, tendo sua
CTPS assinada no prazo previsto pela legislação trabalhista, além de a empresa ter obedecido
aos demais comandos legais para que João se tornasse beneficiário da Previdência Social.
No dia 05.04.2019, João sofreu acidente de trabalho ao operar uma máquina por ausência de
manutenção por parte de sua empregadora. João ficou com o seu braço direito sequelado.
Imediatamente, ajuizou reclamação trabalhista junto a uma das varas do trabalho do local da
prestação de serviços, postulando indenização por danos morais em desfavor da empresa X
Ltda. Sobre esse caso, assinale a alternativa CORRETA.
a) A Justiça do Trabalho é incompetente para processar e julgar a demanda, pois a teor do § 3º
c/c o inciso I do Art. 109 da Constituição Federal, compete à Justiça Comum estadual apreciar
e julgar as ações de natureza acidentária.

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido

b) A Justiça do Trabalho é incompetente para processar e julgar a demanda, pois a teor do § 3º


c/c o inciso I do Art. 109 da Constituição Federal, compete à Justiça Comum Federal apreciar
e julgar as ações de natureza acidentária.
c) A Justiça do Trabalho é incompetente para processar e julgar a demanda, pois a Súmula
Vinculante 22, oriunda do Supremo Tribunal Federal, confere competência à Justiça Comum
Estadual para processar e julgar demandas dessa natureza.
d) A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar a demanda, ainda que houvesse
pedido cumulado de danos morais com o de benefício previdenciário, pois ambos eram decor-
rentes de relação jurídica de emprego.
e) A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar a demanda somente em relação
ao pedido de danos morais, por força do que dispõe a Súmula Vinculante 22, oriunda do Supre-
mo Tribunal Federal.

Desde que foi promulgada a EC n. 45/2004, a Justiça do Trabalho passou a ser competente
para processar e julgar ações de indenização por danos materiais ou morais decorrentes da
relação de trabalho (art. 114, VI), o que inclui pedidos fundados em acidente do trabalho. O que
a Justiça do Trabalho não julga é a ação de pedido de benefício previdenciário, ajuizada em
face do INSS (será de competência da Justiça Federal). Agora, se a ação é entre empregado e
empregador, pedindo indenização em razão de um fato que aconteceu no trabalho (acidente),
não há como não se reconhecer a competência da Justiça do Trabalho.
É isso o que diz a Súmula Vinculante 22 do STF:

A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos
morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empre-
gador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da
promulgação da Emenda Constitucional 45/2004.
Letra e.

033. (CS-UFG/DEMAE – GO/PROCURADOR AUTÁRQUICO/2017) Lei o caso a seguir.


R. S., nascido em Salvador – BA e residente em Caldas Novas – GO, celebrou na cidade de
Itumbiara – GO um contrato de trabalho com a empresa Lua Cheia, com sede no município de
São Luiz dos Montes Belos – GO, para trabalhar na cidade de Porangatu – GO.
A Consolidação das Leis do Trabalho estabelece regras claras quanto à competência territorial
a ser observada em possíveis conflitos de interesses exsurgidos da relação de emprego. Nes-
ses termos, considerando o caso relatado,
a) o juízo da Vara do Trabalho da cidade de Porangatu, local da prestação de serviço, será com-
petente para processar e julgar a lide decorrente da relação empregatícia.

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Competência
Priscila Margarido

b) o empregado poderá optar entre a Vara do Trabalho do seu domicílio ou a Vara do Traba-
lho da sede da empresa, para protocolizar Reclamação Trabalhista decorrente da relação em-
pregatícia.
c) a Vara do Trabalho da cidade de Itumbiara, local da celebração do contrato de trabalho, terá
a competência territorial para processar e julgar qualquer Reclamação Trabalhista decorrente
da relação empregatícia.
d) o juízo da Vara do Trabalho da cidade de Salvador, local onde o empregado hipossuficiente
nasceu, será competente para processar e julgar a lide decorrente da relação empregatícia.

a) Certa. A rega geral para fixação da competência é o local da prestação dos serviços (art.
651, CLT). Veja que aqui não estamos diante de nenhuma das exceções do artigo. Ainda que
R.S. tenha sido contratado em um lugar e prestado serviços em outro, isso não altera a compe-
tência, pois diz expressamente o caput do art. 651 da CLT que a competência da Vara do Tra-
balho “[…] é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar
serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro”.

 Obs.: não confunda com o caso do §1º que prevê a competência do local onde a empresa
tiver filial (esse parágrafo é aplicável aos casos de empregado viajante comercial (ou
outro tipo de empregado que já é contratado mesmo para prestar serviços em diver-
sas localidades). No caso da questão, o empregado foi contratado em um lugar para
prestar serviços em outro, mas era exclusivamente nesse outro, não havia prestação
de serviços em diversas localidades.

b ) e c) Erradas. Não é isso que diz a CLT. A regra do art. 651 é a do local da prestação dos serviços.
d) Local onde o empregado nasceu é muita criatividade do examinador. rsrs.
Letra a.

034. (CS-UFG/DEMAE – GO/ PROCURADOR AUTÁRQUICO/2017) A Emenda Constitucional


n. 45/2004 alterou o art. 114 da Constituição Federal de 1988, atribuindo a competência mate-
rial à Justiça do Trabalho para processar e julgar as lides decorrentes da relação de trabalho.
Dessa forma, a Justiça do Trabalho tem competência material para processar e julgar
a) as ações oriundas da relação de trabalho, porém não abrangidos os entes de direito público
externo em razão da imunidade desses entes, e da administração pública direta e indireta da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
b) os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista e previdenciária, inclu-
sive entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do Trabalho a ele vinculada.
c) as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação empresarial.
d) as ações sobre representação sindical entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e
entre sindicatos e empregadores.

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Competência
Priscila Margarido

a) as ações oriundas da relação de trabalho, porém não ABRANGIDOS os entes de direito pú-
blico externo em razão da imunidade desses entes, e da administração pública direta e indireta
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
A alternativa é totalmente contrária ao que diz o inciso I do art. 114 da CF.
b) compete à Justiça do Trabalho julgar apenas os conflitos de competência entre órgãos com
jurisdição trabalhista (art. 114, V, CF), não abrangendo órgão com jurisdição previdenciária. A
matéria previdenciária é de competência da Justiça Federal e sempre que houver conflito entre
órgão da JT e órgão da JF, quem decidirá a competência será o STJ.
c) as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação empresarial
DE TRABALHO. Art. 114, VI, CF.
d) Certa. art. 114, III, CF.
Letra d.

035. (QUADRIX/CRM-PR/ADVOGADO/2018) Com base no entendimento jurisprudencial do


TST, julgue o próximo item.
No que toca à execução das contribuições previdenciárias, a competência da Justiça do Tra-
balho limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de
acordo homologado, que integrem o salário de contribuição.

É exatamente o que diz o item I da Súmula 368 do TST:

DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS. IMPOSTO DE RENDA. COMPETÊNCIA. RESPONSABILIDADE PELO


RECOLHIMENTO. FORMA DE CÁLCULO. FATO GERADOR
I – A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das contribuições fiscais. A
competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das contribuições previdenciárias, limita-se
às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado,
que integrem o salário de contribuição. (ex-OJ n. 141 da SBDI-1 – inserida em 27.11.1998).
Certo.

036. (FCC/TRT 15ª REGIÃO (SP)/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA/2018) A ar-


guição de incompetência territorial no processo do trabalho se dará por meio da apresentação
de exceção de incompetência, que tem regras definidas em lei, entre as quais,
a) apresentada a exceção, os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o
reclamante e, se existentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo comum de 5 dias.
b) entendendo necessária produção de prova oral, o juízo ouvirá as testemunhas do excipiente
na própria audiência, julgando a exceção em seguida.

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Competência
Priscila Margarido

c) sua apresentação será feita no prazo de 10 dias a contar da notificação, antes da audiência
e em peça que sinalize a existência desta exceção.
d) sua apresentação deve ocorrer juntamente com a contestação, em peça apartada, devendo
ser analisada e decidida pelo juiz de plano, em audiência.
e) protocolada a petição, o processo será interrompido e não se realizará a audiência até que
se decida a exceção.

a) Certa. Art. 800, § 2º, CLT.


b) Errada. O excipiente e suas testemunhas têm o direito de serem ouvidos por carta precatória
no juízo que o excipiente indicou como competente. O que isso quer dizer? Que se o reclamado
recebe uma notificação e entende que a Vara do Trabalho é incompetente em razão do lugar
porque o empregado não prestou serviços naquela localidade, ele vai apresentar exceção de
incompetência e o juiz pode marcar audiência para verificar se, por exemplo, o empregado nun-
ca trabalhou mesmo na localidade. Mas o reclamado (chamado excipiente porque foi ele quem
opôs a exceção de incompetência) não precisa comparecer à audiência em que será analisada
essa questão da exceção. Ele pode ser ouvido por carta precatória, ou seja, um juiz do local
em que o reclamado/excipiente indicou como correto irá ouvi-lo e também ouvir suas testemu-
nhas, e depois remeterá a ata de audiência para o juiz que está com o processo analisar. A CLT
tem essa previsão porque não faria sentido o excipiente precisar se deslocar para o local que
ele entende ser incompetente para fazer prova dessa incompetência.

Art. 800, § 3º da CLT:


§ 3º Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará audiência, garantindo o
direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta precatória, no juízo que este
houver indicado como competente.

c) Errada. A oposição da exceção deverá ser feita no prazo de 5 dias (e não de 10) (art. 800, CLT).
d) Errada. A exceção deve ser oposta no prazo de 5 dias após a notificação, e não juntamente
com a contestação (art. 800, CLT).
e) Errada. O processo não será interrompido, será suspenso (art. 800, § 1º, CLT).
Letra a.

037. (FCC/TRT 15ª REGIÃO (SP)ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/2018)


Em uma situação hipotética, Júlio Santos, residente e domiciliado na cidade de Bauru/SP, foi
contratado pela empresa Mach Tech Ltda., com sede na cidade de São Paulo, para trabalhar
como vendedor viajante, nas cidades de Botucatu/SP, São Manuel/SP, Lençóis Paulista/SP e
Agudos/SP. Júlio estava subordinado à filial da empresa Mach Tech Ltda., localizada na cidade
de Campinas/SP, reportando-se ao Gerente de Vendas, por meio de relatórios de atividades.

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido

Em fevereiro de 2018, Júlio Santos foi dispensado sem justa causa, sem que, no entanto, fos-
sem quitadas as verbas rescisórias a que tinha direito, razão pela qual pretende ajuizar recla-
mação trabalhista em face da empresa Mach Tech Ltda. A reclamação trabalhista deverá ser
ajuizada na cidade de
a) Bauru/SP, porque é a localidade onde Júlio reside.
b) São Paulo/SP, porque é onde está localizada a sede da empresa.
c) Campinas/SP, porque Júlio está subordinado à filial ali localizada.
d) Botucatu/SP, São Manuel/SP, Lençóis Paulista/SP ou Agudos/SP, porque Júlio prestou ser-
viços em todas estas localidades.
e) Bauru/SP, São Paulo/SP, Botucatu/SP, São Manuel/SP, Lençóis Paulista/SP, Agudos/SP ou
Campinas/SP, uma vez que compete ao empregado decidir qual localidade melhor lhe convém.

Aqui é o caso de aplicação do § 1º do art. 651 da CLT, pois o empregado era vendedor viajante.
Assim, se ele foi contratado para prestar serviços em diversas localidades, a ação deverá ser
ajuizada no local onde fica a agência ou filial da empresa à qual o empregado está subordinado.
Letra c.

038. (FCC/TRT 2ª REGIÃO (SP)/ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIA-


DOR FEDERAL/2018) Caio sofreu acidente do trabalho em julho de 2003, razão pela qual ajui-
zou ação de indenização por danos morais e patrimoniais contra sua empregadora, perante
a Justiça comum, que possuía competência para processar e julgar a ação na época. Ocorre
que, com a Emenda Constitucional (EC) 45, de 8/12/2004, a referida ação foi enviada para a
Justiça do Trabalho, ainda na fase de instrução probatória, com laudo médico pericial que
concluiu que Caio sofreu sequelas graves que o tornaram incapaz para a mesma função que
exercia. Nessa situação hipotética, é correto afirmar que
a) a ação deve ser devolvida para a Justiça comum, uma vez que a competência da Justiça
do Trabalho ampliada pela EC n. 45/2004 prevê que receberá as ações iniciadas na Justiça
comum, mas que já tenham, obrigatoriamente, sentença de mérito em primeiro grau.
b) a ação deve ser devolvida para a Justiça comum, tendo em vista que já havia sido ajuizada antes
da EC n. 45/2004, independentemente de ter sido proferida sentença de mérito em primeiro grau.
c) a ação deve ser devolvida para a Justiça comum, uma vez que a competência da Justiça do
Trabalho, ampliada pela EC n. 45/2004 apenas abrange o pedido de indenização por danos morais
e materiais fundados em morte do empregado e não acidente do trabalho que causou sequelas.
d) a ação deve permanecer na Justiça do Trabalho, mas o laudo médico deve ser refeito por
um perito nomeado pelo Juiz do Trabalho, uma vez que o laudo elaborado por perito nomeado
pelo Juiz de Direito não atende a todos os critérios exigidos para a correta elaboração de laudo
médico numa ação trabalhista.
e) a ação deve permanecer na Justiça do Trabalho, que passou a ser competente para proces-
sar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente
de trabalho, mesmo não havendo sido proferida sentença de mérito em primeiro grau.

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido

A questão fala em “instrução probatória”. Isso quer dizer que o processo ainda estava em fase
de colheita de provas e não havia, portanto, sido proferida sentença de mérito. Como você já
deve ter gravado, a EC n. 45/2004 trouxe para a Justiça do Trabalho todas as ações de indeni-
zação decorrentes de acidente do trabalho que tramitavam na Justiça Comum, exceto aquelas
que já tinham sentença de mérito quando a EC foi promulgada. No caso da questão, não havia
ainda sentença de mérito, razão pela qual a ação deveria ser remetida à JT.
Letra e.

039. (FCC/TRT 2ª REGIÃO (SP)/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA/2018) No to-


cante à competência da Justiça do Trabalho, considere:
I – É competente a Justiça do Trabalho para processar e julgar ações possessórias, incluindo
o interdito proibitório, ainda que essas ações sejam decorrentes do exercício de greve dos tra-
balhadores da iniciativa privada.
II – A Justiça do Trabalho é competente para julgar mandando de segurança e habeas corpus
quando o ato questionado envolver matéria de sua jurisdição, o que não ocorre com o habeas
data envolvendo a mesma matéria, cuja competência é da Justiça comum.
III – Segundo entendimento sumulado do Tribunal Superior do Trabalho, é competente a Jus-
tiça do Trabalho para processar e julgar ações de indenização por dano moral e material, de-
correntes da relação de trabalho, inclusive as oriundas de acidente de trabalho e doenças a ele
equiparadas, ainda que propostas pelos dependentes ou sucessores do trabalhador falecido.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e III
b) I e II.
c) II e III.
d) III.
e) I.

I – Certo. Todas as ações decorrentes do exercício do direito de greve são da competência da


Justiça do Trabalho (art. 114, II, CF e Súmula Vinculante 23 do STF).
II – Errado. A Justiça do Trabalho é competente também para julgar habeas data quando o ato
questionado envolver matéria de sua jurisdição.
III – Certo. Trata-se da Súmula 392 do TST:

DANO MORAL E MATERIAL. RELAÇÃO DE TRABALHO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO


Nos termos do art. 114, inc. VI, da Constituição da República, a Justiça do Trabalho é competente
para processar e julgar ações de indenização por dano moral e material, decorrentes da relação de
trabalho, inclusive as oriundas de acidente de trabalho e doenças a ele equiparadas, ainda que pro-
postas pelos dependentes ou sucessores do trabalhador falecido.
Letra a.
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido

040. (INSTITUTO AOCP/TRT 1ª REGIÃO (RJ)/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-


TRATIVA/2018) Em relação à competência da Justiça do Trabalho, assinale a alternativa
INCORRETA.
a) A Constituição federal ampliou a competência da Justiça do Trabalho, atribuindo a esta
poderes para dirimir conflitos decorrentes das relações de trabalho e não somente relações
de emprego.
b) À Justiça do Trabalho compete processar e julgar as ações que envolvam representação
sindical entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores e entre sindicatos e empregadores.
c) A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar mandados de segurança, habe-
as corpus e habeas data quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição.
d) A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ações de indenização por dano
moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho.
e) À Justiça do Trabalho compete processar e julgar as ações que envolvam representação
sindical entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, entre sindicatos e empregadores e
demandas de qualquer natureza entre empregadores que façam parte de um mesmo sindica-
to patronal.

a) corretíssimo.
b) Certa. art. 114, III, CF.
c) Certa. art. 114, IV, CF.
d) Certa. art. 114, VI, CF.
e) À Justiça do Trabalho compete processar e julgar as ações que envolvam representação
sindical entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, entre sindicatos e empregadores e
demandas de qualquer natureza entre empregadores que façam parte de um mesmo sindicato
patronal.
Incorreto. A parte final da alternativa está toda errada. Não há competência da Justiça do
Trabalho para analisar “demandas de qualquer natureza” (as demandas analisadas na Justiça
do Trabalho devem guardar relação com questão trabalhista) “entre empregadores” (ação que
tenha como autor um empregador e como réu outro empregador não são de competência da
Justiça do Trabalho, uma vez que não se estará diante de uma relação de trabalho e sim diante
de uma briga entre dois empresários). O fato de pertencerem ao mesmo sindicato não quer
dizer nada.

 Obs.: EXEMPLO: Se dois comerciantes que pertençam ao mesmo sindicato estiverem liti-
gando em razão de um uma dívida existente entre eles, a competência não será da
Justiça do Trabalho.
Letra e.

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Competência
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041. (INSTITUTO AOCP/TRT 1ª REGIÃO (RJ)/TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRA-


TIVA/2018) Tendo como base a estrutura, a organização e a competência (EC n. 45/2004) da
Justiça do Trabalho, assinale a alternativa correta.
a) Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações que envolvam crimes contra a or-
ganização do trabalho, como o trabalho escravo.
b) O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre
brasileiros com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber
jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República após aprovação de 2/3
(dois terços) do Senado Federal.
c) O Tribunal Superior do Trabalho é composto por um quinto dentre advogados com mais de
quinze anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho
com mais de quinze anos de efetivo exercício, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de
representação das respectivas classes.
d) A lei criará Varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua
jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional
do Trabalho.
e) Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, nove juízes, recrutados,
quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasi-
leiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos.

a) A Justiça do Trabalho não julga nenhuma ação criminal.


A alternativa “a” é a única que se refere ao conteúdo da nossa aula de hoje. As outras alterna-
tivas pertencem ao departamento “relembrar é viver” (no caso, “relembrar é acerta na prova e
ser aprovado no concurso”). Então, RELEMBRANDO:
b) O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre
brasileiros com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber
jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República após aprovação de 2/3
(dois terços) DA MAIORIA ABSOLUTA do Senado Federal. ART. 111-A, CF.
c) O Tribunal Superior do Trabalho é composto por um quinto dentre advogados com mais de
quinze DEZ anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho
com mais de quinze DEZ anos de efetivo exercício, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de
representação das respectivas classes.
d) Certa. Art. 112 da CF.
e) Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, nove SETE juízes, recruta-
dos, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre
brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos. ART. 115, CF.
Letra d.

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Competência
Priscila Margarido

042. (INSTITUTO AOCP/TRT 1ª REGIÃO (RJ)/TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRA-


TIVA/2018) João tem domicílio na cidade do Rio de Janeiro/RJ e foi chamado para uma entre-
vista de emprego pela empresa Colchões Ortopédicos Ltda., com sede na cidade de Campinas/
SP, ocasião em que foi contratado no próprio local. Já no momento da contratação, a empresa
informou ao novo empregado que o mesmo iria trabalhar na filial da empresa na cidade de
São José do Rio Preto/ SP. Depois de três anos de trabalho na empresa em questão, João foi
dispensado sem justa causa, não recebendo as verbas rescisórias, dentre outros pleitos que
considera devidos, razão pela qual almeja buscar a efetivação de seus direitos na Justiça do
Trabalho. Nesse seguimento, João deve pleitear seus direitos
a) em Campinas/SP, pois é o local da sede da empresa, pressupondo, assim, o dever de ingres-
sar com ação nesta localidade.
b) em qualquer uma das cidades mencionadas, pois o foro de ingresso da ação trabalhista é
opcional ao empregado.
c) no Rio de Janeiro/RJ, pois é a cidade de seu domicílio, oferecendo maiores facilidades ao
empregado.
d) em São José do Rio Preto/SP, pois é o local da prestação de serviços.
e) em Campinas/SP, pois é o local em que o empregado foi contratado.

A regra geral para fixação da competência é o local da prestação dos serviços (art. 651, CLT).
Veja que aqui não estamos diante de nenhuma das exceções do artigo. Ainda que João tenha
sido contratado em um lugar (Campinas) e prestado serviços em outro (São José do Rio Pre-
to), isso não altera a competência, pois diz expressamente o caput do art. 651 da CLT que a
competência da Vara do Trabalho “[…] é determinada pela localidade onde o empregado, recla-
mante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro
local ou no estrangeiro”. OBS.: não confunda com o caso do §1º que prevê a competência do
local onde a empresa tiver filial (esse parágrafo é aplicável aos casos de empregado viajante
comercial (ou outro tipo de empregado que já é contratado mesmo para prestar serviços em
diversas localidades). No caso da questão, o empregado foi contratado em um lugar para pres-
tar serviços em outro, mas era exclusivamente nesse outro, não havia prestação de serviços
em diversas localidades.
Letra d.

043. (INSTITUTO AOCP/TRT 1ª REGIÃO (RJ)/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁ-


RIA/2018) No que tange à exceção de incompetência territorial, no âmbito do processo traba-
lhista, assinale a alternativa correta.
a) A Exceção de Incompetência territorial deverá ser apresentada como preliminar de contes-
tação. Ao exceto será concedido prazo de 24 horas para manifestação respectiva, devendo a
decisão ser proferida na primeira audiência ou sessão que se seguir.

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Competência
Priscila Margarido

b) A exceção de incompetência territorial deverá ser apresentada em peça apartada que sinali-
ze explicitamente a existência da exceção, antes da audiência no prazo de 5 dias, contados do
recebimento da notificação pela reclamada. Protocolada a petição de exceção, ao exceto será
concedido prazo de 24 horas para manifestação respectiva, devendo a decisão ser proferida
na primeira audiência ou sessão que se seguir.
c) A Exceção de Incompetência territorial deverá ser apresentada como preliminar de contes-
tação. Ao exceto será concedido prazo de 24 horas para manifestação respectiva, devendo a
decisão ser proferida no prazo de 5 dias.
d) A exceção de incompetência territorial deverá ser apresentada em peça apartada que sina-
lize explicitamente a existência da exceção, antes da audiência, no prazo de 5 dias, contados
do recebimento da notificação pela reclamada. Protocolada a petição de exceção, o processo
será suspenso. O juiz intimará o exceto para manifestação no prazo de 5 dias. Da decisão que
decidir a exceção de incompetência, caberá recurso ordinário no prazo de 8 dias.
e) A exceção de incompetência territorial deverá ser apresentada em peça apartada que sina-
lize explicitamente a existência da exceção, antes da audiência, no prazo de 5 dias, contados
do recebimento da notificação pela reclamada. Protocolada a petição de exceção, o processo
será suspenso até que se decida o incidente.

a) Errada. A exceção de incompetência territorial deverá ser apresentada como peça autôno-
ma e não como preliminar de contestação. Ao exceto será concedido prazo de 5 dias para
manifestação.
b) Errada. O início da alternativa está correto. O erro está em afirmar que ao exceto será conce-
dido prazo de 24 horas para manifestação. O prazo para manifestação é de 5 dias.
c) Errada. A exceção de incompetência territorial deverá ser apresentada como peça autôno-
ma e não como preliminar de contestação. Ao exceto será concedido prazo de 5 dias para
manifestação.
d) Errada. A alternativa estava indo muito bem, mas escorregou no final, ao dizer que da deci-
são que decidir a exceção de incompetência, caberá recurso ordinário no prazo de 8 dias. A
decisão que decide a exceção de incompetência é de natureza interlocutória e, portanto, irre-
corrível de imediato. Exceção: se a exceção de incompetência extinguir o processo (por ex., ao
reconhecer que a competência não é da Justiça do Trabalho), caberá recurso ordinário.
e) perfeito.
Letra e.

044. (INSTITUTO AOCP/TRT 1ª REGIÃO (RJ)/ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUS-


TIÇA AVALIADOR FEDERAL /2018) Lucas, residente na cidade de Nova Iguaçu (RJ), foi con-
tratado na cidade de Petrópolis (RJ) pela empresa Brasa Quente para trabalhar como Gerente
na cidade de Teresópolis (RJ). Observa-se que Duque de Caxias (RJ) é o domicílio eleitoral de

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Competência
Priscila Margarido

Lucas, onde reside toda a sua família, sendo que, aos finais de semana, aproveita para visi-
tá-los. Sabe-se, ainda, que a sede da empresa é na cidade de Barretos (SP) local onde Lucas
recebeu todos os treinamentos para o exercício de sua função. Considerando a possibilidade
de ingressar com uma ação trabalhista e valendo-se da regra geral prevista na Consolidação
das Leis do Trabalho, assinale a alternativa correta.
a) Lucas deverá propor a ação na cidade de Petropólis (RJ), pois a competência territorial é
fixada pelo local onde foi realizada a contratação.
b) Lucas deverá propor a ação na cidade de São Paulo, pois a competência territorial é fixada
pela capital do Estado no qual a matriz da empresa estiver localizada.
c) Lucas deverá propor a ação na cidade de Teresópolis (RJ), pois a competência territorial é
fixada pelo local onde o empregado prestar serviços ao empregador.
d) Lucas deverá propor a ação na cidade de Duque de Caxias (RJ), pois a, competência territo-
rial é fixada pelo domicilio eleitoral do empregado.
e) Lucas deverá propor a ação na cidade de Nova Iguaçu (RJ), pois a competência territorial é
fixada pelo domicílio civil do empregador.

Você percebeu como as perguntas se repetem nos concursos? Daí a importância do estudo
por questões… Aqui, mais uma vez a reposta é a mesma: a literalidade do art. 651 da CLT. A
rega geral para fixação da competência é o local da prestação dos serviços (art. 651, CLT). Ain-
da que Lucas tenha sido contratado em um lugar (Petrópolis) e prestado serviços em outro (Te-
resópolis), isso não altera a competência, pois diz expressamente o caput do art. 651 da CLT
que a competência da Vara do Trabalho “[…] é determinada pela localidade onde o empregado,
reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado
noutro local ou no estrangeiro”.
Letra c.

045. (FCC/TRT 6ª REGIÃO (PE)/ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIA-


DOR FEDERAL/2018) A exceção de incompetência territorial deverá ser apresentada pelo re-
clamado em Processo do Trabalho
a) no prazo de 5 dias antes da audiência, mas sempre em peça apartada à defesa.
b) juntamente com a defesa, em audiência, podendo inclusive ser feita de forma verbal, em
respeito ao princípio da oralidade.
c) no prazo de 10 dias a contar da notificação, em peça autônoma onde se fundamente a exis-
tência da exceção.
d) juntamente com a defesa, em audiência, devendo ser sempre escrita e em peça apartada.
e) no prazo de 5 dias a contar da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a exis-
tência da exceção.

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Competência
Priscila Margarido

 ) no prazo de 5 dias antes da audiência A CONTAR DA NOTIFICAÇÃO, mas sempre em peça


a
apartada à defesa.
b) juntamente com a defesa EM PEÇA APARTADA, em audiência NO PRAZO DE 5 DIAS A CON-
TAR DA NOTIFICAÇÃO, podendo inclusive ser feita de forma verbal, em respeito ao princípio
da oralidade. NÃO HÁ COMO A EXCEÇÃO SER OPOSTA VERBALMENTE, UMA VEZ QUE NÃO É
APRESENTADA EM AUDIÊNCIA.
c) no prazo de 10 5 DIAS a contar da notificação, em peça autônoma onde se fundamente a
existência da exceção.
d) juntamente com a defesa EM PEÇA APARTADA, em audiência NO PRAZO DE 5 DIAS A CON-
TAR DA NOTIFICAÇÃO, devendo ser sempre escrita e em peça apartada (OK).
e) Certo.
Letra e.

046. (CESPE/CEBRASPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2002) No que se refere às regras de


organização e competência da justiça do trabalho, julgue o item seguinte.
A competência da justiça do trabalho alcança as relações contratuais de emprego mantidas
entre trabalhadores nacionais e pessoas jurídicas de direito púbico externo, travadas em terri-
tório nacional.

É exatamente o que diz o inciso I do art. 114 da CF: Compete à JT processar e julgar “as ações
oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da adminis-
tração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”.

Observe que mais uma vez a questão fala em relação de emprego e a redação do artigo trata
de relação de trabalho. Mas, como a relação de emprego é espécie do gênero relação de traba-
lho (e quem pode o mais, pode o menos), não há nenhum erro na questão (só haveria erro se
estivesse dizendo que APENAS as relações de emprego entre empregado brasileiro e pessoas
jurídicas de direito púbico externo são de competência da Justiça do Trabalho).
Certo.

047. (FCC/TRT 6ª REGIÃO (PE)/TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/2018)


Conforme previsões legais sobre a organização, jurisdição, competência das Varas do Traba-
lho e os serviços auxiliares da Justiça do Trabalho,
a) como regra geral, a competência das Varas do Trabalho é determinada pela localidade onde
o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido
contratado noutro local ou no estrangeiro.
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Competência
Priscila Margarido

b) cada Vara do Trabalho será composta por um juiz do trabalho, que será seu Presidente, e
dois juízes classistas, sendo um representante dos empregadores e outro dos empregados.
c) não compete à Vara do Trabalho o julgamento dos dissídios resultantes de contratos de
empreitadas em que o empreiteiro seja operário ou artífice.
d) nas localidades em que existir mais de uma Vara do Trabalho, haverá um distribuidor, desig-
nado pelo juiz mais antigo do Fórum, exclusivamente dentre o quadro de oficiais de justiça do
Tribunal Regional.
e) a lei criará Varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua
jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, cabendo recurso de suas decisões para o respectivo
Tribunal de Justiça.

a) Certa. Art. 651 da CLT.


b) Errada. Essa era a estrutura das Juntas de Conciliação e Julgamento, as quais não existem
mais. A Vara do Trabalho é composta apenas por juiz do trabalho, não existindo mais a figura
do juiz classista.
c) Errada. Compete, SIM, à Vara do Trabalho o julgamento dos dissídios resultantes de contra-
tos de empreitadas em que o empreiteiro seja operário ou artífice. Art. 652, “a”, III, CLT.
d) Errada. RELEMBRANDO: nas localidades em que existir mais de uma Vara do Trabalho, ha-
verá um distribuidor, designado pelo juiz mais antigo do Fórum PRESIDENTE DO TRIBUNAL
REGIONAL DO TRABALHO, exclusivamente dentre o quadro de oficiais de justiça do Tribunal
Regional DENTRE OS FUNCIONÁRIOS DAS VARAS E DO TRIBUNAL REGIONAL, EXISTENTES
NA MESMA LOCALIDADE.
É isso que está previsto nos arts. 713 e 715 da CLT:

Art. 713 – Nas localidades em que existir mais de uma Junta de Conciliação e Julgamento (LEIA-SE:
VARA DO TRABALHO) haverá um distribuidor.
Art. 715. Os distribuidores são designados pelo Presidente do Tribunal Regional dentre os funcio-
nários das Juntas (LEIA-SE: VARAS DO TRABALHO) e do Tribunal Regional, existentes na mesma
localidade, e ao mesmo Presidente diretamente subordinados.

e) Errada. A lei criará Varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por
sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, cabendo recurso de suas decisões para o respec-
tivo Tribunal de Justiça TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO. Art. 112 da CF.
Letra a.

048. (FCC/PGE-TO/PROCURADOR DO ESTADO/2018) Em relação à organização e compe-


tência da Justiça do Trabalho no Brasil, com fulcro na legislação pertinente,
a) é competência das Varas do Trabalho processar e julgar os dissídios resultantes de contra-
tos de empreitadas em que o empreiteiro seja operário ou artífice.
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Competência
Priscila Margarido

b) compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar originalmente a reclamação para


preservação da competência do Tribunal Superior do Trabalho e garantia da autoridade das
decisões desta corte.
c) compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as ações oriundas da relação de trabalho,
exceto quando se trata de entes de direito público externo.
d) as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos ór-
gãos de fiscalização das relações de trabalho não são da competência da Justiça do Trabalho,
mas sim da Justiça Federal, por se tratar de modalidade tributária.
e) sendo o empregado viajante é competente a Vara do Trabalho da localidade onde houve a con-
tratação, salvo se ele estiver imediatamente subordinado à uma filial, caso em que será compe-
tente a Vara em cuja jurisdição estiver situada a mesma filial ou o foro do domicílio do empregado.

a) Certa. Art. 652, “a”, III, CLT.


b) Se é para preservar a sua própria competência, o mais lógico é que a competência seja do
próprio Tribunal Superior do Trabalho, não é? E é isso que diz o § 3º do art. 111-A da CF: “Com-
pete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e julgar, originariamente, a reclamação para a
preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões”.
c) Errada. Não há essa exclusão dos entes de direito público externo (eles estão expressamen-
te abrangidos no inciso I do art. 114 da CF).
d) Errada. As ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pe-
los órgãos de fiscalização das relações de trabalho são, SIM, da competência da Justiça do
Trabalho (art. 114, VII, CF).
e) Errada. Se o empregado é viajante, a competência é da Vara do Trabalho da localidade onde
está situada a agência ou filial a qual o empregado é subordinado (OBS.: não há essa possibili-
dade de escolher, alternativamente, o foro do domicílio do empregado. Apenas será competen-
te o foro do domicílio se o empregado não estiver subordinado à agência ou filial).
Letra a.

049. (FCC/TRT 21ª REGIÃO (RN)/TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/2017)


Maria Helena, nascida em Florianópolis/SC, prestou serviços em Porto Alegre/RS, para a empre-
sa Vencedora Produtos de Beleza Ltda., tendo sido dispensada sem justa causa. Tendo Maria
Helena retornado a sua cidade natal, ingressou, nesta cidade, com ação trabalhista em face da
sua ex-empregadora, pleiteando diferenças de horas extras e indenização por danos morais. An-
tes da realização da audiência UNA designada, no prazo de cinco dias a contar do recebimento
da notificação, a reclamada, por meio de Processo Judicial Eletrônico, apresentou exceção de
incompetência territorial. Neste caso, e tendo em vista o disposto pela Lei n. 13.467/2017,
a) será suspenso o processo e, após cumpridas as formalidades legais, será decidida a exce-
ção de incompetência territorial, quando o processo retomará seu curso, com a designação
de audiência, a apresentação de defesa e a instrução processual perante o juízo competente.

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Competência
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b) a exceção de incompetência territorial só pode ser apresentada na audiência UNA designa-


da, sendo uma das modalidades de resposta do réu, juntamente com a contestação e a recon-
venção, razão pela qual não será apreciada de imediato.
c) somente a exceção de suspeição poderá ser suscitada antes da data da audiência, quan-
do então haverá a suspensão do processo para sua decisão, após cumpridas as formalida-
des legais.
d) o juiz não receberá a exceção de incompetência territorial, uma vez que a mesma deve ser
apresentada em até cinco dias antes da data da realização da audiência designada, sob pena
de preclusão.
e) somente será suspenso o processo e decidida a exceção de incompetência territorial se
Maria Helena, intimada para tanto, concordar com tal procedimento, senão, aguardar-se-á a
audiência designada.

a) corretíssimo.
b) a exceção de incompetência territorial não é apresentada na audiência UNA e sim no prazo
de 5 dias contados da notificação.
c) a exceção de incompetência também.
d) o prazo para apresentação da exceção é de 5 dias contados da notificação.
e) não existe isso de consentimento da parte para que um processo siga seu curso, seu proce-
dimento normal.
Letra a.

050. (FCC/TRT 21ª REGIÃO (RN)/TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/2017)


À luz do disposto na Constituição da República e do quanto já decidido pelo Supremo Tribunal
Federal, considere:
I – João, por residir em cidade não abrangida pela jurisdição de nenhuma Vara do Trabalho,
ingressou com reclamação trabalhista perante a Vara Cível local, à qual a lei havia atribuído a
jurisdição trabalhista. Proferida a sentença, João não se contentou com o conteúdo dessa. As-
sim, pretendendo impugná-la, deverá apresentar recurso dirigido ao Tribunal Regional Federal,
competente para rever as decisões dos juízes que integram a sua estrutura.
II – Tendo sido prejudicada por decisão de natureza precária proferida por Tribunal Regional
do Trabalho em ação que deveria ter sido proposta perante o Tribunal Superior do Trabalho −
TST, a União poderá buscar desconstituir a decisão em questão mediante a apresentação de
reclamação perante o TST.
III – José, que mantém vínculo empregatício com entidade autárquica integrante da Adminis-
tração indireta de determinado Estado, regido pelo regime celetista, entende que as verbas a
que faz jus não estão sendo corretamente pagas. Desejando propor ação com a finalidade de
questionar o comportamento da autarquia, deverá fazê-lo perante a Justiça do Trabalho.

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Competência
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IV – No curso de uma greve, os empregados de empresa do setor automobilístico que aderiram


ao movimento paredista deflagrado, no intuito de pressionar seu empregador pelo atendimen-
to de suas reivindicações, invadem e ocupam as instalações da linha de montagem dessa em-
presa, paralisando completamente suas atividades produtivas. Objetivando retomar sua pro-
dução, assim como a posse de suas instalações, a empresa deverá ajuizar ação possessória
perante a Justiça Comum.
Está correto o que consta APENAS em
a) I e IV.
b) I e II.
c) I e III.
d) II e III.
e) II e IV.

I – Errado. Diz o art. 112 da CF que nas comarcas não abrangidas pela jurisdição da Justiça
do Trabalho, a matéria será julgada pelos juízes de direito (ou seja, Justiça Estadual), cabendo
recurso de suas decisões para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho.
Tem uma coisa aí na questão que eu não gostei… Quando começa dizendo que “por residir
em cidade não abrangida pela jurisdição de nenhuma Vara do Trabalho, ingressou com recla-
mação trabalhista perante a Vara Cível local”, dá a impressão de que a competência seria do
local do domicílio (e sabemos que a regra geral é que a competência é do local da prestação
de serviços, né?). Ficou uma coisa meio dúbia. Mas, como tem uma outra parte da questão
evidentemente errada (quando diz que o recurso é para o TRF), não há prejuízo maior, pois dá
para dizer, sem dúvida nenhuma, que a alternativa está errada.
II – Certo. Se a ação deveria ter sido proposta no TST e foi ajuizada no TRT, foi desrespeitada
a competência do TST. Nesse caso, cabe reclamação a ser ajuizada no TST. Diz o § 3º do art.
111-A da CF: “Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e julgar, originariamente, a
reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões”.
III – Certo. Se o regime é celetista, a competência é da Justiça do Trabalho.
IV – Errado. A ação possessória deverá ser ajuizada na Justiça do Trabalho. Todas as ações
que envolvem o direito de greve são de competência da JT (art. 114, II, CF e Súmula Vinculante
23 do STF).
Letra d.

051. (FGV/PREFEITURA DE SALVADOR – BA/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR II – DIREI-


TO/2017) As situações listadas a seguir são da competência da Justiça do Trabalho, à exceção
de uma. Assinale-a.
a) Ação envolvendo interdito proibitório manejado no bojo de uma greve deflagrada em uma
empresa privada.

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Competência
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b) Execução da parcela denominada RAT, que é inserida na cota previdenciária.


c) Ação na qual um empregado postula do empregador indenização por dano estético oriundo
de acidente do trabalho ocorrido em 2016.
d) Reclamação de servidor público relativa a vantagens trabalhistas anteriores à instituição
do regime jurídico único.
e) Ação na qual um arquiteto, que é profissional liberal, cobra honorários tratados e não pagos
por seu cliente.

a) Certa. Todas as ações que envolvam o exercício do direito de greve são da Justiça do Tra-
balho. Art. 114, II, CF e Súmula Vinculante 23 do STF.
b) Certa. Mas “RAT” é de lascar, né? O que significa RAT? Significa Risco Ambiental do Traba-
lho. É o antigo SAT (seguro de acidente do trabalho). Já vimos que a competência é da Jus-
tiça do Trabalho, havendo, inclusive, súmula do TST. Mas a utilização dessas siglas na prova
muitas vezes confunde o candidato…
Diz a Súmula 454 do TST:

COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. EXECUÇÃO DE OFÍCIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL RE-


FERENTE AO SEGURO DE ACIDENTE DE TRABALHO (SAT). ARTS. 114, VIII, E 195, I, “A”, DA CONS-
TITUIÇÃO DA REPÚBLICA. Compete à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, da contribuição
referente ao Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), que tem natureza de contribuição para a se-
guridade social (arts. 114, VIII, e 195, I, “a”, da CF), pois se destina ao financiamento de benefícios
relativos à incapacidade do empregado decorrente de infortúnio no trabalho (arts. 11 e 22 da Lei
n. 8.212/1991).

Os empregadores pagam uma contribuição à previdência social denominada Risco Ambiental


do Trabalho (RAT), cuja competência para execução é de competência da Justiça do Trabalho.
c) Certa. Se a ação foi ajuizada em 2016, a competência há muito tempo já era da Justiça do
Trabalho (lembrando que as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorren-
tes da relação de trabalho passaram a ser da competência da Justiça do Trabalho com a EC
n. 45/2004).

Embora o art. 114, VI, da CF, não fale expressamente em dano estético, não há dúvidas de que
a competência é da Justiça do Trabalho também para julgar tal espécie de dano. Não faria
nenhum sentido que os danos morais e materiais fossem julgados na Justiça do Trabalho e
os danos estéticos decorrentes do mesmo fato fossem de competência da Justiça Comum.
Além disso, pode-se dizer que os danos estéticos, embora não se confundam com os danos
morais, são uma espécie de dano moral e, portanto, abrangidos pelo inciso VI do art. 114.

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Competência
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d) Certa. Se a reclamação se refere a vantagens trabalhistas anteriores à instituição do regi-


me jurídico único, quer dizer estão sendo pleiteados direitos do período celetista do contrato,
atraindo a competência da Justiça do Trabalho. Nesse sentido, a OJ 138, SDI-1, do TST:

Compete à Justiça do Trabalho julgar pedidos de direitos e vantagens previstos na legislação traba-
lhista referente a período anterior à Lei n. 8.112/90, mesmo que a ação tenha sido ajuizada após a
edição da referida lei. A superveniência de regime estatutário em substituição ao celetista, mesmo
após a sentença, limita a execução ao período celetista.

e) Errada. O STJ já decidiu que a competência para processar e julgar ação de cobrança ajui-
zada por profissional liberal contra cliente é da Justiça Comum Estadual (Súmula 363 do STJ).
Letra e.

052. (FGV/TRT 12ª REGIÃO (SC)/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA/2017) Das


situações abaixo listadas, NÃO é da competência da Justiça do Trabalho:
a) declarar abusividade de uma greve deflagrada na iniciativa privada;
b) julgar ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente;
c) executar a parcela denominada RAT (risco ambiental do trabalho);
d) julgar ação de indenização por dano moral oriunda de acidente do trabalho;
e) julgar execução fiscal de multa aplicada por auditor fiscal do trabalho.

a) É competência da Justiça do Trabalho julgar as ações de greve da iniciativa privada.


b) A competência é da Justiça Comum Estadual.
c) Acabamos de ver que é competência da Justiça do Trabalho (Súmula 454 do TST). Você viu
que a FGV adora usar essa sigla? Mas fique tranquilo. Essa você não erra!
d) É competência da Justiça do Trabalho desde a promulgação da EC n. 45/2004.
e) Como se trata de um tipo de penalidade administrativa imposta por órgão de fiscalização
das relações de trabalho, a competência é da Justiça do Trabalho (art. 114, VII, CF).
Letra b.

053. (FCC/TST/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA/2017) Conforme jurisprudên-


cia sumulada vinculante do Supremo Tribunal Federal, a Justiça do Trabalho é competente
para processar e julgar
a) as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de tra-
balho propostas por empregado em face do empregador, desde que o acidente tenha ocorrido
após a promulgação da Emenda Constitucional n. 45/2004.
b) ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalha-
dores da iniciativa privada, desde que seja proposta em face do sindicato dos trabalhadores
da categoria em greve.
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c) as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de tra-


balho propostas por empregado em face do empregador, com exceção daquelas já ajuizadas
perante a Justiça Comum e que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau
quando da promulgação da Emenda Constitucional n. 45/2004.
d) ação de indenização por danos causados ajuizada em decorrência do exercício do direito de
greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.
e) as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de traba-
lho propostas por empregado em face do empregador, inclusive aquelas que ainda não possu-
íam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional
n. 45/2004.

Súmula Vinculante n. 22 do TST:

A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos
morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empre-
gador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da
promulgação da Emenda Constitucional n. 45/2004.

Súmula Vinculante n. 23:

A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrên-
cia do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.

a) Não importa se o acidente ocorreu antes da promulgação da EC n. 45/2004. Mesmo que o
acidente tenha ocorrido antes, se a reclamação trabalhista foi ajuizada depois (ou se foi ajui-
zada antes, mas ainda não tinha sentença de mérito quando da promulgação da EC n. 45), a
competência é da Justiça do Trabalho.
b) A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em
decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada. Ponto
final. Não há esta restrição de que a ação deva ter sido proposta em face do sindicato dos tra-
balhadores da categoria em greve.
c) Aquelas ações já ajuizadas perante a Justiça Comum e que ainda não possuíam sentença
de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional n. 45/2004,
foram remetidas à Justiça do Trabalho.
d) A ação de indenização referente a prejuízos decorrentes da greve é de competência da Jus-
tiça do Trabalho. Ocorre que isso não está previsto em Súmula Vinculante do STF (e o enun-
ciado da questão perguntava justamente sobre súmula vinculante). O tipo da questão que não
acrescenta nada à vida de ninguém. Mas se cai, é preciso saber… Dá menos trabalho acertar
do que brigar com a banca. Rsrs.
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Competência
Priscila Margarido

 Obs.: Alternativa não está errada em razão de constar que a ação de indenização foi ajui-
zada por trabalhador. É possível, sim, que um trabalhador ajuíze ação de indenização
para ser reparado de um prejuízo sofrido durante a greve (por exemplo, em razão de
ter sido impedido de trabalhar pelos colegas grevistas). A respeito do assunto, ensina
Mauro Schiavi3:

Diante da EC n. 45/2004, no nosso sentir, as ações de reparação de danos que envolvem a greve são
da competência material da Justiça do Trabalho. Cabem tanto ações por danos morais e materiais,
movidas por sindicatos, trabalhadores e empregadores ou terceiros, como ações civis públicas, mo-
vidas tanto pelo Ministério Público do Trabalho, como pela Procuradoria-Geral do Estado.
Desse modo, eventuais reparações de danos sofridos pelas partes que participam do movimento
paredista, como por terceiros afetados pela greve, devem ser postuladas na Justiça do Trabalho,
uma vez que o inciso II não restringe a competência da Justiça do Trabalho para as ações que en-
volvam as partes no movimento paredista.”

e) perfeito.
Letra e.

054. (FCC/TST/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA/2017) A respeito da competên-


cia das Varas do Trabalho, segundo a legislação trabalhista em vigor, considere:
I – A ação de consignação em pagamento que o empregador promover em face do empregado
deve ser proposta no foro do domicílio deste, desde que esta situação esteja prevista no seu
contrato de trabalho, caso contrário, a competência será da Vara onde se deu a contratação do
trabalhador.
II – Quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Vara do
Trabalho da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja
subordinado e, na falta, será competente a Vara da localização em que o empregado tenha
domicílio ou a localidade mais próxima.
III – Quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Vara do
Trabalho da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja
subordinado e, na falta, será competente a Vara da localização em que o empregado tenha
sido contratado ou a localidade mais próxima.
IV – Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do con-
trato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração
do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.
V – Mesmo em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar
do contrato de trabalho, a competência continuará sendo exclusiva da Vara da localidade da
prestação dos respectivos serviços, eis que se trata de regra mais benéfica ao empregado.

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SCHIAVI, Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho. 17. ed. [S.l.]: Editora Jus Podivm. 2021.

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Competência
Priscila Margarido

Está correto o que consta APENAS em


a) I, II e IV.
b) II e IV.
c) II e III.
d) I, III e V.
e) I e V.

I – A ação de consignação em pagamento, embora tenha regra específica de competência no


CPC, na Justiça do Trabalho segue a regra geral do art. 651 da CLT: deve ser ajuizada no local
da prestação dos serviços.
II – Certo. art. 651, § 1º, CLT.
III – Errado. Nesse caso, não é o local onde tenha sido contratado, mas sim o domicílio. Isso
porque o empregado já foi contratado para trabalhar em outras localidades, então no local da
contratação não haverá nenhuma prova que o ajude; não houve nenhum acontecimento naque-
la localidade da contratação.
IV – Certo. Art. 651, § 3º, CLT.
V – Errado. Não é isso que diz a CLT (Art. 651, § 3º, CLT).
Letra b.

055. (CESPE/CEBRASPE/TRT 7ª REGIÃO (CE)/ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUS-


TIÇA AVALIADOR FEDERAL/2017) A CF estabelece a competência para o processamento e o
julgamento de ações na justiça do trabalho, incluindo, entre outras ações, as ações oriundas da
relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública
direta e indireta da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Considerando-se
esse assunto, é correto afirmar que a justiça do trabalho tem competência para julgar as de-
mandas que envolvam
a) contratos de honorários firmados entre trabalhador autônomo e usuário do serviço.
b) servidores vinculados à administração pública por relação de caráter jurídico-administrativo,
incluídos os contratos temporários de excepcional interesse público.
c) relações de consumo quando configurarem uma relação de prestação de serviço.
d) contratos que têm como objeto os direitos oriundos da contratação de escreventes de car-
tórios de notas.

a) Errada. Súmula 363 do STJ: “Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de co-
brança ajuizada por profissional liberal contra cliente”
b) Errada. A Justiça do Trabalho não julga servidores estatutários.
c) Errada. A Justiça do Trabalho não julga relação de consumo.
d) Certo.
Letra d.
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Competência
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056. (FCC/TST/ JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/2017) Sobre a competência da Justiça


do Trabalho, a Consolidação das Leis do Trabalho e as Súmulas do Tribunal Superior do Traba-
lho estabelecem:
a) A competência territorial das Varas do Trabalho é determinada pela localidade onde o em-
pregado prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no
estrangeiro, desde que seja o autor da ação.
b) Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Vara da lo-
calidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e,
na falta, será competente a Vara do domicílio do empregado ou a da localidade mais próxima.
c) Se o empregado for brasileiro, a Justiça do Trabalho brasileira têm competência para pro-
cessar e julgar os dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, ainda que haja con-
venção internacional dispondo em contrário.
d) A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das contribuições
previdenciárias, em relação às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos va-
lores, objeto de acordo homologado, que integram o salário de contribuição, inclusive, no
caso de reconhecimento de vínculo empregatício, quanto aos salários pagos durante a con-
tratualidade.
e) A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização
por danos morais e materiais decorrentes da relação de trabalho, inclusive as oriundas
de acidente de trabalho e doenças a ele equiparados, ainda que propostas pelos depen-
dentes, desde que habilitados no Instituto Nacional do Seguro Social ou sucessores do
trabalhador falecido.

a) Se a ação for proposta pelo empregador contra o empregado (é raro, mas é possível), o
critério é o mesmo. O empregador deverá ajuizar a ação no local de prestação de serviços do
empregado.
b) Certo. Art. 651, § 1º, CLT.
c) Se houver convenção internacional dispondo em contrário, prevalece o que dispõe a con-
venção. DICA: Grave o seguinte → O Brasil assina uma convenção porque quer. Assinou, se
submete a ela.
d) No caso de reconhecimento de vínculo empregatício, somente se reconhece o vínculo e se
defere o que foi pedido naquela ação. Os salários que já foram pagos não estão sendo ques-
tionados na ação (eles foram pagos lá atrás e acabou) e, sobre eles, não há execução de con-
tribuições previdenciárias na Justiça do Trabalho.
e) Os dependentes não precisam ser habilitados no Instituto Nacional do Seguro Social para
poderem litigar.
Letra b.

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GABARITO
7. a 24. E 41. d
8. a 25. b 42. d
9. b 26. a 43. e
10. c 27. C 44. c
11. C 28. c 45. e
12. e 29. a 46. C
13. b 30. d 47. a
14. c 31. a 48. a
15. b 32. e 49. a
16. c 33. a 50. d
17. c 34. d 51. e
18. c 35. C 52. b
19. c 36. a 53. e
20. d 37. c 54. b
21. c 38. e 55. d
22. c 39. a 56. b
23. E 40. e

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Consolidação das Leis Trabalhistas. Brasília, DF: Senado Federal, 1943.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Senado Federal,
1988

BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Brasília, DF: [s.n.], [?]. Disponível em: www.tst.jus.br.
Acesso em: jul. 2021.

LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 17. ed. [S.l.]: Saraiva,
2019.

SCHIAVI, Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho. 17. ed. [S.l.]: Jus Podivm, 2021.

Priscila Margarido
Formada em Direito pela Universidade Católica Dom Bosco (2005). Pós-graduação em Direito do Trabalho
e Processo do Trabalho pela Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal
(Uniderp). Juíza do Trabalho – Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região –, ocupando o cargo de
Presidente da Associação dos Magistrados do Trabalho da 24ª Região. Professora universitária da
Faculdade Unigran Capital. Autora do livro A Vaga é Sua, sobre como se preparar para concursos.

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