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PROCESSUAL
DO TRABALHO
Competência
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido
Sumário
Competência..................................................................................................................................... 3
1. Competência da Justiça do Trabalho. . ...................................................................................... 3
1.1. Critérios para Definição da Competência da Justiça do Trabalho. . ................................. 3
1.2. Matérias Não Abrangidas pela Competência da Justiça do Trabalho.. .......................... 6
1.3. Matérias de Competência da Justiça do Trabalho (Art. 114, CF)................................... 10
1.4. Competência Territorial da Justiça do Trabalho. . ............................................................. 28
1.5. Processamento da Exceção de Incompetência.. ................................................................31
1.6. Conflito de Competência....................................................................................................... 33
Resumo............................................................................................................................................. 35
Exercícios......................................................................................................................................... 38
Gabarito............................................................................................................................................ 77
Referências...................................................................................................................................... 78
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido
COMPETÊNCIA
Olá, próximo(a) aprovado(a)!
Tudo bem com você? Como está seu ritmo de estudos? Espero que você esteja mantendo
a constância nos estudos e seguindo um planejamento adequado. Se escorregar, ao invés de
enfiar de vez o pé na jaca, retome seu ritmo imediatamente.
Lembre-se de que a leitura atenta dos materiais do curso e a resolução de todas as ques-
tões propostas podem abreviar muito seu caminho até a aprovação.
A aula de hoje será sobre a competência da Justiça do Trabalho. O assunto é longo e bas-
tante cobrado em provas de concurso. Mas não se preocupe, aqui você encontrará a matéria
exposta de uma forma simples, didática e repetitiva (sim, repetitiva. A repetição é a chave da
memorização. Em relação aos pontos mais cobrados em concurso, vou repetir várias vezes a
mesma coisa, até que, sem perceber, a matéria já tenha se tornado óbvia para você).
Reforço a necessidade de você estudar todos os comentários às questões colocados aqui.
Eles fazem parte do conteúdo da aula e, além de serem uma forma excelente de memorização
da matéria, contêm alguns detalhes que você só encontrará lá nos comentários.
Procurei abordar todos os pontos mais cobrados em concurso, sem “perfumaria” e indo di-
reto ao que realmente importa. Afinal, você não tem tempo a perder, né? Uma posse te espera!
Fique à vontade para tirar dúvidas e, se quiser, me mande um feedback das aulas por e-mail.
Priscila
(pity_margarido@hotmail.com)
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Competência
Priscila Margarido
Obs.: EXEMPLO: O inciso I do art. 114 da CF, estabelece que será competência da Justiça
do Trabalho julgar causa em que figure como parte ente de direito público externo e da
administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios. Mas não é qualquer demanda envolvendo tais entes que será julgada pela
JT. É preciso que a matéria esteja relacionada à relação de trabalho.
Então podemos dizer que existe a competência em razão da pessoa na Justiça do Traba-
lho, mas é um critério secundário (que não dispensa a análise da matéria que está sendo dis-
cutida). Outros exemplos de referência à pessoa estão nos incisos III (sindicatos) e VII (órgãos
de fiscalização) do art. 114 da CF.
c) competência em razão do lugar (competência territorial): a competência territorial é um
critério utilizado para determinar a localidade onde aquela demanda será julgada. Depois que
já se estabeleceu que a competência é da Justiça do Trabalho, é preciso saber em qual locali-
dade a reclamação trabalhista será ajuizada.
A competência territorial está prevista no art. 651 da CLT, de acordo com o qual a regra
geral é que a competência será fixada pelo local da prestação de serviços. A matéria será es-
tudada em um tópico específico da nossa aula.
d) competência em razão do valor da causa: Tal critério de fixação da competência não se
aplica ao processo do trabalho. Trata-se de critério segundo o qual a fixação da competência
é feita de acordo com o valor do pedido. É utilizado, por exemplo, na Justiça Comum, onde
causas de pequeno valor são encaminhadas aos Juizados Especiais.
No processo do trabalho, não há tal critério de fixação da competência, sendo que o valor
do pedido serve tão somente para determinação do rito processual a ser seguido (se o pedido
for de até 2 salários mínimos, o processo seguirá o rito sumário; se for de 2 a 40 salários míni-
mos, tramitará pelo rito sumaríssimo; e se for acima de 40 salários mínimos, seguirá o rito or-
dinário). Independentemente do rito processual, todos os processos trabalhistas (seja de qual
valor for) são distribuídos ao mesmo órgão jurisdicional (em regra, Vara do Trabalho; exceto
aqueles processos que já começam no TRT ou TST).
e) competência funcional (também chamada competência interna ou em razão da hierar-
quia dos órgãos judiciários): dito de uma maneira bem simples, é o critério utilizado para definir
em qual órgão da Justiça do Trabalho tramitará o processo: se no primeiro (Vara do Trabalho),
no segundo (TRT) ou terceiro grau (TST). A doutrina fala isso de uma maneira mais bonita,
dizendo que a competência funcional está ligada à distribuição das atribuições em relação
aos diferentes órgãos da Justiça do Trabalho. Mas nada mais é do que definir internamente
onde o processo tramitará (não estou falando aqui de localidade, mas de órgão da JT, ok?). A
competência funcional é prevista na CLT, na CF e nos regimentos internos dos TRTs e do TST.
• Os critérios para definição da competência podem ser relativos (são aqueles que podem
ser alterados sem prejuízo ao processo) ou absolutos (se não forem respeitados, o pro-
cesso será nulo).
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§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mes-
mas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Tra-
balho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem
como as convencionadas anteriormente.
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o
Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho
decidir o conflito.
Grande alteração trazida pela Emenda Constitucional n. 45: antes da alteração, a Justiça do
Trabalho julgava, em regra, conflitos entre empregados e empregadores. Após a reforma, pas-
sou a julgar lides envolvendo relações de trabalho. Parece que esta mudança de nomenclatura
não faz diferença nenhuma, né? Mas faz uma diferença enorme. Com a mudança, o critério
deixou de ser pessoal (antes o que deveria ser verificado era se o conflito envolvia as pessoas
do empregado e do empregador) e passou a ser em razão do objeto (uma relação de trabalho;
ainda que não haja contrato de emprego. Como veremos daqui a pouco, relação de trabalho é
algo muito mais amplo que relação de emprego).
DICA
Não caia nesta pegadinha de concurso. Tenha em mente que a
JT não julga nenhuma ação criminal, nem mesmo se se referir
a crime contra organização do trabalho);
3) relação entre o Poder Público e seus servidores vinculados a ele pelo regime estatutário;
4) prestação de serviço que configure uma relação de consumo.
Vamos ver mais detalhadamente os itens 2 (ações penais), 3 (servidores estatutários) e 4
(relação de consumo).
2) Ações penais. A regra é bem simples: nenhuma ação criminal será julgada pela Justiça
do Trabalho.
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Competência
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Você deve se lembrar que na nossa aula sobre fontes do direito processual do trabalho eu
te disse que o Código de Processo Penal também é fonte subsidiária do processo do trabalho,
né? Pois bem, isso não quer dizer que a JT vá processar e julgar ação penal. O que tiramos do
CPP são conceitos (ex.: legítima defesa, presunção de inocência etc.).
O juiz do Trabalho tem “função penal” apenas periférica, de ordem administrativa, que são
as seguintes: dever de noticiar um crime à autoridade competente e a prisão em flagrante (isso
seria, possível, por exemplo, no caso de falso testemunho). Mas essa prisão não decorre de
uma aplicação de pena, e sim do dever de dar efetividade às decisões judiciais. A competência
para julgar os crimes contra a organização do trabalho é da Justiça Federal.
Em síntese, grave isto aqui: a Justiça do Trabalho não processa nem julga nenhuma
ação criminal.
3) A Justiça do Trabalho será competente para processar e julgar uma ação de servidor
público quando a relação entre Poder Público e servidor for celetista, ou seja, a contratação foi
feita seguindo a CLT. No entanto, se o regime for de estatuto, não é julgado pela JT e sim pela
Justiça Estadual (se for servidor estadual) ou Justiça Federal (se for servidor federal). Esta
matéria gera muito pano para manga, mas, para concurso, a interpretação que deve ser dada
ao inciso I do art. 114 é a de que a competência da JT abarca apenas as relações celetistas (e
não as estatutárias), uma vez que é esse o entendimento do Supremo Tribunal Federal. Isso faz
sentido? Não, nenhum. Mas, para responder questão objetiva de concurso, o jeito é abraçar a
ideia e não soltar: a JT julga ação de servidor público celetista, mas não julga ação de servidor
público estatutário.
A Justiça do Trabalho também não julga ação de servidor contratado temporariamente
parta atender excepcional interesse público. Faz sentido? Menos ainda que o estatutário, por-
que o servidor temporário nem concurso público faz para ser admitido. Trata-se de mais um
caso onde só resta abraçar o entendimento do STF e não soltar mais.
4) A prestação de serviço que se enquadre como uma relação de consumo também não e
de competência da Justiça do Trabalho.
Primeira coisa: como eu sei que estou diante de uma relação de consumo e não de uma
relação de trabalho? Se o tomador de serviços for usuário final e o prestador de serviço buscar
receber honorários de seu cliente, é uma relação de consumo.
EXEMPLO
O cliente (tomador dos serviços) é o usuário final do serviço do dentista, que faz o trabalho em
troca dos seus honorários. Trata-se, portanto, de relação de consumo. Na relação de trabalho,
o tomador usa esses serviços como meio de cumprir sua finalidade social (como meio de for-
necer alguma coisa a alguém). Se o dentista é contratado por uma clínica, que paga sua remu-
neração, a relação entre a clínica e o dentista é de trabalho e não de consumo (a clínica não é
usuária final do serviço do dentista).
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Sempre que for relação de consumo, a competência não será da Justiça do Trabalho, mas
da Justiça Comum.
Segunda coisa: faz sentido essa exclusão? Aqui faz. Nesse caso, a competência não é da
Justiça do Trabalho porque há uma incompatibilidade principiológica. Você já deve saber que
todo o direito do trabalho é construído em cima do princípio protetivo, ou seja, proteção da par-
te hipossuficiente que é o trabalhador. Agora, na relação de consumo, a parte supostamente
frágil é o cliente (tomador dos serviços) e não o prestador de serviço.
Embora exista certa divergência na doutrina, é entendimento majoritário que a relação de
consumo não é de competência da Justiça do Trabalho, e é isso que vale para concursos. A res-
peito do assunto há até uma Súmula do STJ dizendo que “Compete à Justiça estadual proces-
sar e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente” (Súmula 363).
Agora que você já sabe quais os casos que estão fora da competência da JT, continuo a
falar daquilo que é competência da JT: relação de trabalho.
Ao longo da nossa aula, voltaremos ao art. 114 muitas vezes. Apenas para que você tenha
uma ideia de como a matéria é cobrada em provas e, também, já vá treinando a assimilação do
conteúdo, tente resolver a questão abaixo:
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a) Errada. A Justiça do Trabalho não julga nenhum pedido, nenhuma ação, de servidor público
ligado à administração pública por vínculo estatutário. Agora, se o dano tivesse sido sofrido
por agente público ligado à administração por contrato celetista, a competência seria da Jus-
tiça do Trabalho.
b) Certa. É exatamente o que dispõe o art. 114 da CF.
c) Errada. A alternativa descreve bem o que é a competência em razão da função (competência
funcional) e estaria inteiramente correta se não fosse um único detalhe: a competência funcio-
nal na Justiça do Trabalho é exercida não apenas pelas Varas do Trabalho e Tribunal Superior
do Trabalho, mas também pelos Tribunais Regionais do Trabalho.
d) Errada. A incompetência em razão da matéria e da pessoa são de natureza ABSOLUTA e
podem ser arguidas de ofício pelo juiz (não há como ser julgada a ação na Justiça do Trabalho
nesses casos, e o próprio juiz pode reconhecer isso; não precisa esperar as partes alegarem
que existe esse vício).
e) Errada. A Justiça do Trabalho não julga relação trabalhista entre servidor e Poder Público
fundada em regime jurídico de natureza administrativa, apenas a relação fundada em regime
celetista.
Obs.: O STF faz a seguinte diferença entre regime jurídico de natureza administrativa e regime
estatutário: a relação jurídica de natureza administrativa é de direito puramente admi-
nistrativo, já a relação estatutária é de direito constitucional-administrativo. No entan-
to, essa diferenciação não costuma ser objeto de concurso e o importante a saber é
o seguinte:
O PULO DO GATO
Sempre que a questão falar em regime estatutário ou regime jurídico de natureza administrati-
va, a competência NÃO é da Justiça do Trabalho. Em relação ao servidor público, a JT fica com
a competência apenas para o regime celetista.
Letra b.
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Competência
Priscila Margarido
O trabalho prestado por conta alheia, em que o trabalhador (pessoa física) coloca, em caráter prepon-
derantemente pessoal, de forma eventual ou não eventual, gratuita ou onerosa, de forma autônoma
ou subordinada, sua força de trabalho em prol de outra pessoa (física ou jurídica, de direito público ou
de direito privado), podendo o trabalhador correr ou não os riscos da atividade que desempenhará1.
Portanto, é possível perceber que existem diferenças substanciais entre relação de empre-
go e relação de trabalho. Mas é importante dizer que muitas vezes a CLT, e até mesmo a CF,
cometem a imprecisão de usar os dois temos como sinônimos. E se até CLT e a CF usam as
expressões como se fossem iguais, por que é que você precisa saber a diferença? Para não
cair em pegadinha de concurso.
DICA:
Se cair em concurso que a Justiça do Trabalho julga apenas
relação de emprego, está errado.
1
SCHIAVI, Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho. 17. ed. [S.l.]: Editora Jus Podivm, 2021.
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Competência
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Ela julga relação de trabalho (que é mais ampla. A relação de trabalho é gênero, do qual a
relação de emprego é espécie). E, sabendo a diferença, você entende a razão pela qual se diz
que a EC n. 45 ampliou a competência da Justiça do Trabalho: antes da reforma a competência
era essencialmente para julgar relação de emprego; após a reforma a competência passou a
ser para julgar relação de trabalho. Esse aumento foi muito importante, porque estima-se que
apenas 40% das relações de trabalho hoje sejam relações de emprego regidas pela CLT; o mer-
cado mudou e existem diversas outras formas de relação de trabalho.
Para que a relação entre as partes seja considerada relação de emprego, devem estar pre-
sentes todos os requisitos elencados no art. 3º da CLT (serviço prestado por pessoa física,
com onerosidade, pessoalidade, não eventualidade e subordinação). Se estiverem ausentes
um ou mais desses requisitos, pode-se estar diante de uma relação de trabalho, que também
será julgada pela Justiça do Trabalho (o que não quer dizer que serão aplicados necessaria-
mente os direitos previstos na CLT).
Se a relação é de emprego, segue o baile normal: a ação é julgada pela Justiça do Trabalho
e são aplicados os direitos previstos na CLT.
Agora, se for uma relação de trabalho (que não seja relação de emprego), você já sabe que
a competência também é da Justiça do Trabalho, né? Mas aqui não serão aplicados os direitos
da CLT, pois a CLT é pensada para relações de emprego (é só pensar, por exemplo, que não fa-
ria sentido aplicar as disposições de horas extras ao trabalhador autônomo, pois é ele próprio
quem organiza a rotina de trabalho).
a) Errada. Embora, de forma equivocada, muitas vezes sejam utilizados como sinônimos, rela-
ção de trabalho e relação de emprego NÃO são termos sinônimos;
b) Errada. É justamente o contrário: relação de trabalho é termo mais ABRANGENTE do que
relação de emprego;
c) Certo.
d) Errada. Relação DE TRABALHO é GÊNERO, do qual é espécie a relação de emprego.
Letra c.
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Competência
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Trabalhador autônomo é aquele que presta um serviço por sua própria conta (não está su-
bordinado ao tomador dos serviços), organizando a sua rotina de trabalho e a forma de prestar
o serviço e, ainda, correndo os riscos da sua atividade. O trabalhador autônomo escolhe para
quem vai prestar os serviços e de qual forma.
E se ele não está protegido pela CLT, qual a lei que o juiz do trabalho irá aplicar? O Código
Civil (Contrato de Locação de Serviços) ou o Código de Defesa do Consumidor.
Da mesma forma, o trabalhador eventual não se enquadra como empregado (falta o requi-
sito da não-eventualidade para configurar uma relação de emprego), mas também é julgado
pela Justiça do Trabalho.
O trabalhador avulso é uma modalidade bem específica e também é julgado na Justiça
do Trabalho. Esse nome não diz muita coisa, né? Porque “avulso”, nos dá a ideia de que está
sozinho, e sozinho todo trabalhador é… Não temos a figura da equipe de trabalhadores con-
siderada como uma coisa só. Mas o que é esse chamado “trabalhador avulso”? É aquele que
oferece sua força de trabalho, de forma eventual, a diversos tomadores de serviço, com a in-
termediação obrigatória do sindicato da categoria (quando se tratar de trabalhador portuário,
a intermediação é feita pelo órgão gestor de mão-de-obra). É essa intermediação o grande
diferencial da categoria. A figura mais comum que temos de trabalhador avulso é o portuário.
Funciona da seguinte forma: o órgão gestor de mão-de-obra (OGMO) organiza os trabalha-
dores portuários avulsos e vai os indicando para fazerem serviços àqueles tomadores (opera-
dores portuários) que estão precisando de ajuda nos portos. Quem repassa o pagamento aos
trabalhadores é o OGMO. O trabalho avulso é regido pela Lei n. 12.815/13.
A Constituição Federal igualou o trabalhador avulso ao empregado típico. Dispõe o inciso
XXXIV do art. 7º da CF:
XXXIV – igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o traba-
lhador avulso
Sabe o que isso significa? Que naquilo em que a lei específica da categoria for omissa,
será aplicada a CLT, desde que haja compatibilidade. Portanto, quando se trata de avulso, você
deve guardar duas informações: é julgado pela Justiça do Trabalho e é aplicada a CLT de forma
subsidiária.
A CLT tem dispositivo específico tratando da competência da Justiça do Trabalho para julga-
mento de ações que envolvam relação de trabalho de avulsos. De acordo com § 3º do art. 643:
§ 3º A Justiça do Trabalho é competente, ainda, para processar e julgar as ações entre trabalhado-
res portuários e os operadores portuários ou o Órgão Gestor de Mão-de-Obra – OGMO decorrentes
da relação de trabalho.
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a) Errada. Não há mesmo vínculo de emprego, mas isso não impede que a matéria seja julgada
pela Justiça do Trabalho. Aliás, a CLT (art. 643, § 3º) prevê expressamente que a competência
é da Justiça do Trabalho.
DICA
Hoje a competência da Justiça do Trabalho é para julgar relação
de trabalho. Se a questão estiver limitando a competência à re-
lação de emprego, está errada. Daí a importância de saber a di-
ferença entre os termos e saber posicionar bem os conceitos…
b) Certo.
) O avulso é, sim, uma espécie de trabalhador autônomo, mas isso não impede que a com-
c
petência seja da Justiça do Trabalho. A JT é competente, em regra, para julgar o trabalhador
autônomo.
d) Em nenhum caso se pode optar pela Justiça que julgará o caso; não cabe à parte escolher.
A competência em razão da matéria (competência material) é de natureza absoluta.
Letra b.
A Justiça do Trabalho tem competência para julgar ação de empregado de cartório extra-
judicial? Como fica a situação? O art. 236 da CF diz que “Os serviços notariais e de registro
são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público”. Portanto, trata-se de uma
atividade privada. Você sabe que hoje o acesso ao cargo de titular de cartório se dá por meio
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de concurso público, né? Mas isso não retira o caráter de atividade privada atribuído pela CF.
Os empregados (contratados pelo titular do cartório concursado) são contratados pelo regime
da CLT. Bom, se a atividade é privada e a contratação de empregados se dá pelo regime da CLT,
não restam dúvidas de que a Justiça do Trabalho é competente para julgar ação ajuizada por
empregado de cartório.
Também é de competência da Justiça do Trabalho o contrato de empreitada. Isso está
expresso no art. 652 da CLT:
A relação de empreitada típica é de competência da Justiça Comum Estadual. Somente cabe ação
na Justiça do Trabalho quando se tratar de pequena empreitada. No caso da pequena empreitada
(empreiteiro operário ou artífice), a competência é da Justiça do Trabalho, mas os direitos são
inerentes ao contrato civil firmado, sem aplicação de direitos trabalhistas (não se aplica a CLT).
Agora que já está bem estabelecido o que é e o que não é relação de trabalho julgada pela
Justiça do Trabalho (de acordo com o entendimento majoritário e baseado no que mais é co-
brado em concursos), vamos analisar mais um detalhe do inciso I do art. 114: entes de direito
público externos.
Diz o dispositivo que compete à Justiça do Trabalho processar e julgar “as ações oriundas
da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pú-
blica direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”.
De acordo com o referido inciso I, quando um ente de direito público externo que tem do-
micílio no Brasil (ex.: embaixada da França) contrata um empregado aqui (ex.: um mordomo
para a Embaixada), a competência para processar e julgar o processo é da Justiça do Trabalho
brasileira e, ainda, será aplicada a legislação trabalhista brasileira. Pense só: não faria sentido
nenhum que o mordomo contratado pela embaixada precisasse ajuizar ação na França para
pedir horas extras e suas verbas rescisórias. Ficaria praticamente inviável o acesso desse tra-
balhador à Justiça.
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Competência
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Tranquila essa parte, né? Só tem mais um detalhezinho importante a ser dito. Se você já es-
tudou a disciplina de direto internacional, você deve ter ouvido falar da imunidade de jurisdição.
Então pode ser que tenha surgido a seguinte dúvida aqui: como a Justiça do Trabalho brasileira
vai julgar o processo se o ente de direito público externo tem imunidade de jurisdição? Acon-
tece que o STF firmou o entendimento de que quando o referido ente contrata empregados
brasileiros, pratica atos de gestão, os quais não são abrangidos pela imunidade de jurisdição
que compreende apenas atos de império.
No entanto, deve ser observada uma exceção → quando o Brasil ratifica uma norma inter-
nacional, um acordo internacional com determinado país, prevendo que aquele país terá imuni-
dade de jurisdição absoluta, essa norma internacional precisa ser respeitada. É isso o que diz
a OJ 416 da SDI-1 do TST:
II – ações que envolvam exercício do direito de greve: o inciso tem uma redação que nos
mostra uma clara amplitude. Não é apenas competência da Justiça do Trabalho para julgar o
dissídio de greve em si (dizer se a greve é abusiva ou não; se é válida uma dispensa efetuada
durante a paralisação ou não, etc.). A competência prevista na Constituição Federal abrange
também as ações periféricas relacionadas à greve.
Como explica Mauro Schiavi,
Envolver, aqui, significa relacionar-se direta ou indiretamente com o exercício do direito de greve.
Podem ser partes os empregados, os empregadores, o Ministério Público, o Poder Público, os traba-
lhadores não empregados, o vizinho afetado pela greve2.
Obs.: EXEMPLO de uma ação periférica seria ação possessória ajuizada pelo empregador
para retomar a posse de um setor da empresa ocupado pelos grevistas, bem como
uma ação de indenização pelos prejuízos causados às máquinas da empresa durante
a greve. Tudo isso será julgado pela Justiça do Trabalho.
A competência da Justiça do Trabalho já foi reconhecida, inclusive, pelo STF, por meio da
Súmula Vinculante n. 23:
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em
decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.
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SCHIAVI, Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho. 17. ed. [S.l.]: Editora Jus Podivm, 2021.
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Competência
Priscila Margarido
O assunto que mais gera polêmica em relação à competência para julgar o exercício do
direito de greve, e que cai bastante em concurso, se refere à greve dos servidores públicos.
A Justiça do Trabalho NÃO tem competência para apreciar greve dos servidores públicos
estatutários. E até aí não tem problema nenhum, porque a Justiça do Trabalho não julga nenhu-
ma demanda de servidor público estatutário. A novidade vem agora → A Justiça do Trabalho
TAMBÉM NÃO TEM COMPETÊNCIA para apreciar GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS CELE-
TISTAS. É esse o entendimento do STF, manifestado, inclusive, com repercussão geral
A justiça comum, federal ou estadual, é competente para julgar a abusividade de greve de servi-
dores públicos celetistas da Administração pública direta, autarquias e fundações públicas. (STF.
Plenário. RE 846854/SP, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
1º/8/2017 (repercussão geral).
Aqui, não se está falando de uma ação movida por um servidor celetista em face do emprega-
dor público (cuja competência seria da Justiça do Trabalho). Trata-se de uma ação para julgar
um movimento coletivo, uma situação ampla, qual seja, a greve ocorrida no âmbito da adminis-
tração pública direta, autárquica ou fundacional. E aí a competência é da justiça estadual ou
federal, conforme entendimento do STF.
III – Ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhado-
res, e entre sindicatos e empregadores: antes da EC n. 45/2004 a Justiça do Trabalho era com-
petente apenas para julgar ações de sindicatos quando estes estivessem atuando diretamente
na defesa de direitos dos trabalhadores.
Obs.: EXEMPLO: quando o sindicato ajuizava uma ação como substituto processual pleite-
ando algum direito da categoria representada.
Obs.: EXEMPLO: disputa entre sindicatos para saber qual seria a entidade que efetivamen-
te representa determinada categoria ou ação para cobrança de contribuição sindical
(antes da EC n. 45, não eram de competência da JT).
Após a EC n. 45, a competência foi ampliada e a Justiça do Trabalho passou a ser com-
petente para julgar qualquer ação que envolva matéria sindical, sejam de sindicatos entre si,
sindicatos e empregados, sindicatos e empregadores.
O termo sindicato está usado de forma genérica, abrangendo qualquer categoria da estrutura
sindical (confederação, federação e sindicatos).
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido
Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habe-
as corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
O mandado de segurança que será julgado pela Justiça do Trabalho não é apenas aquele
impetrado contra ado de autoridade judiciária (juiz do trabalho, TRT, TST), mas também con-
tra, por exemplo, Ministério Público do Trabalho, auditor fiscal do trabalho etc. OBS.: não cabe
mandado de segurança contra ato do empregador, porque empregador não é autoridade (re-
quisito exigido pelo inciso LXIX do art. 5º).
O que atrai a competência da Justiça do Trabalho é o fato de o ato ilegal ter sido praticado
por uma autoridade e que a matéria envolvida seja sujeita à jurisdição da justiça trabalhista.
Se a matéria for trabalhista, a competência será da Justiça do Trabalho ainda que a autoridade
coatora seja Municipal, Estadual ou Federal.
O habeas corpus tem por objetivo tutelar a liberdade de ir, vir e permanecer. Pode ser pre-
ventivo (quando há iminência de ofensa à liberdade) ou repressivo (quando a ofensa à liberda-
de já aconteceu). Não se trata de uma ação de natureza penal, mas sim de natureza constitu-
cional. E por que é importante que você saiba disso? Porque, como vimos lá em cima, a Justiça
do Trabalho não tem competência para nenhuma ação criminal. A natureza aqui é constitucio-
nal e não tem nada a ver com crime.
Obs.: EXEMPLOS de habeas corpus que poderiam ser impetrados na Justiça do Trabalho:
1) o empregado, por descuido, danificou uma máquina da empresa e o empregador o
impede de sair até que conserte a máquina. O empregado não sabe como consertá-la
e não consegue sair da empresa;
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido
Obs.: 2) empregado de confecção que fica impedido de sair até que produza um certo número
de peças exigido pelo empregador;
3) empregado impedido de deixar a fazenda até que pague as dívidas que foi obrigado a
contrair em razão de o mercadinho da fazenda ser o único local acessível para compras.
Nos exemplos dados, a Justiça do Trabalho não estará julgando matéria criminal, mas ape-
nas aquilo que está dentro de sua competência material e diretamente relacionado à defesa da
liberdade ao trabalho e à dignidade da pessoa humana do trabalhador.
• Competência funcional para processamento e julgamento do habeas corpus: 1) se for
impetrado contra ato de particular, a competência hierárquica será das Varas do Traba-
lho; 2) se for impetrado contra ato de Juiz do Trabalho, será julgado pelo TRT; 3) se for
impetrado contra ato de desembargador do TRT, será julgado pelo TST; 4) se for impe-
trado contra ato de Ministro do TST, a competência será do STF.
Obs.: Lá no art. 105, I, c, da CF, está falando em competência do STJ para julgar habeas
corpus quando o ato for praticado pelo TRT. Mas isso não está mais em vigor, não. O
art. 114 é mais recente e específico. Então, quem julga o habeas corpus de ato do TRT
é o TST, ok?
O habeas data é raramente utilizado na Justiça do Trabalho. Pode ser citado o seguin-
te exemplo:
Obs.: EXEMPLO: se o empregador não consegue ter acesso à lista de “maus empregado-
res” do Ministério do Trabalho e Previdência, poderá ajuizar habeas data na Justiça
do Trabalho.
Pausa para uma informação importante → Hoje (28/7/2021) foi publicada no Diário Oficial
da União a Medida Provisória n. 1.058/2021, criando o Ministério do Trabalho e Previdência. O
Ministério do Trabalho havia sido extinto em 2019, passando a ser uma pasta do Ministério da
Economia (denominada Secretaria Especial de Previdência e Trabalho). Agora, volta a existir o
Ministério.
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido
RETOMANDO: Existe uma discussão se o habeas data poderia ser utilizado em face do
empregador também, ou apenas de agente público. Há entendimento para os dois lados, mas
não vou entrar na discussão aqui, pois isso não tem sido cobrado em provas objetivas.
V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o
disposto no art. 102, I, o: Vamos destrinchar o inciso:
Conflito de competência → pode ser positivo (quando dois juízes se consideram compe-
tentes para julgar a ação) ou negativo (quando dois juízes se consideram incompetentes para
julgar a demanda).
Órgãos com jurisdição trabalhista → arts. 111 e 112 da CF. São: o Tribunal Superior do
Trabalho, os Tribunais Regionais do Trabalho e os Juízes do Trabalho. Excepcionalmente, a
jurisdição trabalhista é atribuída aos Juízes de Direito, nas comarcas não abrangidas pela ju-
risdição trabalhista.
Art. 102, I, o → dispõe que compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Cons-
tituição, cabendo-lhe processar e julgar originariamente os conflitos de competência entre o Supe-
rior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer
outro tribunal.
Obs.: EXEMPLO: O conflito entre juiz do trabalho (que é vinculado a TRT) e juiz estadual (que
é vinculado a TJ) será decidido pelo STJ. (Aqui não estamos falando de juiz estadual
exercendo a jurisdição trabalhista porque no local não há Vara do Trabalho. Estamos
falando de juiz estadual exercendo suas atividades normais e entendendo que deter-
minada matéria é de competência da Justiça Estadual; enquanto o juiz do trabalho
entende que a competência é da Justiça do Trabalho).
Tendo em vista a existência da hierarquia funcional, não se pode dizer que haja conflito de
competência entre os órgãos judiciais de hierarquia diferentes que compõem a Justiça do
Trabalho (não há conflito de jurisdição entre juiz do trabalho e TRT, nem entre TRT e TST. Preva-
lecerá sempre aquilo que entender o Tribunal hierarquicamente superior).
DICA
Manda quem pode, obedece quem tem juízo. Se o TRT disser
que a competência é do juiz do trabalho, o juiz acata. A mesma
coisa ocorre se o TST disser que a competência é do TRT.
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Competência
Priscila Margarido
Vou colocar a competência para solucionar o conflito esquematizada num quadro, para
que fique mais fácil a compreensão. E, ao final da aula, retomaremos o tema “conflito de
competência”.
DICA
Sempre que envolver o TST, a competência é do STF. Quem
julga tribunais superiores é só o STF.
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Competência
Priscila Margarido
A questão traz um conflito negativo de competência (nenhum dos juízos se julga competente),
que será decidido pelo STJ, uma vez que se trata de juízes vinculados a justiças diferentes.
Letra a.
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos
morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empre-
gador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da
promulgação da Emenda Constitucional n. 45/2004.
A parte final da súmula (inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em
primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional n. 45/2004) significa o se-
guinte: antes da EC n. 45 a competência era da Justiça Comum Estadual, então os processos
estavam tramitando lá. Quando foi promulgada a emenda, a competência mudou para Justiça
do Trabalho, e aí era preciso resolver o que fazer com os processos que já estavam em anda-
mento na Justiça Comum. A solução encontrada foi esta: os processos que ainda não tinham
sentença de mérito foram remetidos para Justiça do Trabalho. Aqueles que já tinham sentença
de mérito continuaram tramitando na Justiça Comum até o trânsito em julgado. E os proces-
sos novos, obviamente, já foram distribuídos à Justiça do Trabalho.
As ações que são julgadas pela Justiça do Trabalho são aquelas referentes a acidente do tra-
balho em que o empregado pede indenização em face do empregador (ou seja, a pretensão é
claramente decorrente de uma relação de trabalho). Se a ação for movida pelo empregado em
face do INSS, postulando, por exemplo, benefício em razão da incapacidade para o trabalho,
trata-se de uma ação previdenciária e a competência não é da Justiça do Trabalho.
Para encerrar este tópico, é preciso falar do chamado dano moral em ricochete.
O dano moral em ricochete ocorre quando o empregado sofre o dano direto, mas o sofri-
mento (dano indireto) é experimentado por familiares ou amigos próximos, que acabam sendo
afetados sentimentalmente/afetivamente por aquele evento acometido ao trabalhador.
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido
Obs.:
EXEMPLO: O caso mais fácil de ser visualizado é quando o empregado morre devido a um
acidente do trabalho. Quem sofreu o dano direto, neste caso, foi o empregado (morreu!).
Mas há o dano indireto experimentado pelos familiares e até por amigos, que é o sofri-
mento decorrente da ausência da pessoa querida, do trauma que sofreram. Os familiares
ou amigos não irão pedir indenização em substituição ao trabalhador que já não pode
mais pedir (porque faleceu), vão pedir em nome próprio (pelas dores que eles mesmo
experimentaram). Os parentes não têm relação trabalhista com o empregador que será
colocado no polo passivo, mas como o pedido decorre diretamente de uma relação de
trabalho (entre o falecido e o empregador), a competência é da Justiça do Trabalho.
Este inciso NÃO inclui na competência da Justiça do Trabalho as ações referentes às penalida-
des administrativas impostas pelos órgãos de fiscalização de profissões regulamentadas (ex.:
OAB, CRM, etc.) aos integrantes da categoria. Isso porque não há relação de trabalho entre o
órgão de fiscalização do exercício de profissão e o prestador de serviços integrante da cate-
goria (o órgão não é empregador do prestador de serviços; de forma alguma se verifica uma
relação de trabalho entre eles).
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Competência
Priscila Margarido
VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, “a”, e II, e
seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
Este é o inciso do art. 114 que dá um pouquinho mais de trabalho, mas você vai conseguir
entendê-lo sem dificuldades. Vamos juntos destrinchá-lo.
O inciso VIII fala em competência da Justiça do Trabalho para executar as contribuições
sociais previstas no art. 195, I, “a”, e II. Diz o referido art. 195:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à
pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
[…]
II – do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser adotadas alíquotas
progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo contribuição sobre
aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social; […]
O que se extrai é o seguinte: sobre toda verba de natureza salarial recebida pelo emprega-
do, haverá uma contribuição para o INSS. E essa contribuição parte dos dois lados:
1) sobre o que o empregado recebe, uma parte ele destina ao INSS (EXEMPLO: se ele tem
direito a receber R$ 200,00 de horas extras, não ficará com os R$ 200,00. Ficará, por ex., com
R$ 190,00 e R$ 10,00 serão repassados ao INSS);
2) Sobre o que o empregador paga, ele recolhe uma parte para o INSS (ou seja, além de pagar o
que deve ao empregado, é calculada uma porcentagem sobre esse valor para que seja paga ao INSS).
E se o empregador não paga a parte dele e não faz o recolhimento da parte que deve ser
paga pelo empregado? Aí é competência da Justiça do Trabalho executar esses valores de
ofício, em relação ao que tenha sido reconhecido em sentença.
Viu a parte grifada? Aqui entra uma questão importantíssima: em relação às verbas de natureza
salarial reconhecidas/deferidas em sentença é que haverá recolhimento (do empregado e do em-
pregador) para o INSS. Então, observe, não há competência da Justiça do Trabalho para julgar uma
ação ajuizada pelo INSS em face do empregador que não fez os recolhimentos devidos à previdên-
cia. O que estamos estudando aqui, e que compete à Justiça do Trabalho, é uma outra situação.
Obs.: Veja um EXEMPLO: o empregado ajuíza uma reclamação trabalhista normal, pedindo
várias coisas (ex.: horas extras, adicional noturno e indenização por danos morais) e
o juiz defere seus pedidos. Sobre essas parcelas deferidas, em relação àquelas que
ostentem natureza salarial (no exemplo dado: horas extras e adicional noturno) o juiz
determinará de oficio (ou seja, mesmo que nenhuma das partes tenha falado nada
sobre essas contribuições no processo) os recolhimentos previdenciários. No que se
refere à indenização por danos morais, não incidirá recolhimentos porque a parcela
tem natureza indenizatória.
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido
Apenas sobre essas parcelas de natureza salarial deferidas em sentença é que há recolhi-
mento para o INSS. O que já foi pago lá durante o contrato, ainda que não tenha tido recolhi-
mento previdenciário, não entra na competência da Justiça do Trabalho. Na ação trabalhista
só se determina o recolhimento para o INSS sobre os valores que o juiz manda pagar naquela
sentença (tudo fica limitado aos pedidos trazidos e analisados na ação).
Outra hipótese em que há execução de recolhimentos previdenciários na Justiça do Traba-
lho é quando as partes fazem acordo. Se há acordo nos autos, as parcelas precisam ser discri-
minadas (isto é, é preciso que se diga em relação a quais parcelas se está fazendo acordo. Ex.:
horas extras, gratificação por acúmulo de função e equiparação salarial). Sobre as parcelas do
acordo que tenham natureza salarial, o juiz determina os recolhimentos devidos ao INSS.
Acerca da matéria, o STF editou a Súmula Vinculante 53:
A competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da Constituição Federal alcança a
execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao objeto da condenação constante
das sentenças que proferir e acordos por ela homologados.
Obs.: Por ora, não se preocupe em saber quais verbas têm natureza salarial e quais têm
natureza indenizatória. Trata-se de um estudo mais aprofundado e que raramente cai
em questões objetivas. O que você precisa gravar, por enquanto, é o seguinte: os reco-
lhimentos para o INSS são feitos sobre as parcelas de natureza salarial.
Deu para entender até aqui? Então vamos avançar. Se os recolhimentos são determinados
apenas sobre as parcelas deferidas na sentença ou firmadas no acordo, não há recolhimento
sobre parcelas pagas durante o contrato e que não foram questionadas em juízo. Pois bem,
então quando o empregado ajuíza ação apenas para reconhecimento do vínculo empregatício,
o que se reconhece na sentença é a existência do vínculo, com a determinação de anotação
em carteira. Não cabe à Justiça do Trabalho, ao reconhecer o vínculo, mandar que todas as
contribuições não recolhidas durante o contrato sejam pagas. Embora haja discussão na dou-
trina, é esse o entendimento do TST e do STF, consagrado na Súmula 368 do TST (é gigantesca,
e é importante que você a lei toda. Mas o que você não pode esquecer de jeito nenhum é o que
está no item I):
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido
II – É do empregador a responsabilidade pelo recolhimento das contribuições previdenciárias e fis-
cais, resultantes de crédito do empregado oriundo de condenação judicial. A culpa do empregador
pelo inadimplemento das verbas remuneratórias, contudo, não exime a responsabilidade do empre-
gado pelos pagamentos do imposto de renda devido e da contribuição previdenciária que recaia
sobre sua quota-parte. (ex-OJ n. 363 da SBDI-1, parte final)
III – Os descontos previdenciários relativos à contribuição do empregado, no caso de ações tra-
balhistas, devem ser calculados mês a mês, de conformidade com o art. 276, § 4º, do Decreto n º
3.048/1999 que regulamentou a Lei n. 8.212/1991, aplicando-se as alíquotas previstas no art. 198,
observado o limite máximo do salário de contribuição (ex-OJs n.s 32 e 228 da SBDI-1 – inseridas,
respectivamente, em 14.03.1994 e 20.06.2001).
IV – Considera-se fato gerador das contribuições previdenciárias decorrentes de créditos trabalhis-
tas reconhecidos ou homologados em juízo, para os serviços prestados até 4.3.2009, inclusive, o
efetivo pagamento das verbas, configurando-se a mora a partir do dia dois do mês seguinte ao da
liquidação (art. 276, caput, do Decreto n. 3.048/1999). Eficácia não retroativa da alteração legislativa
promovida pela Medida Provisória n. 449/2008, posteriormente convertida na Lei n. 11.941/2009,
que deu nova redação ao art. 43 da Lei n. 8.212/91.
V – Para o labor realizado a partir de 5.3.2009, considera-se fato gerador das contribuições previ-
denciárias decorrentes de créditos trabalhistas reconhecidos ou homologados em juízo a data da
efetiva prestação dos serviços. Sobre as contribuições previdenciárias não recolhidas a partir da
prestação dos serviços incidem juros de mora e, uma vez apurados os créditos previdenciários,
aplica-se multa a partir do exaurimento do prazo de citação para pagamento, se descumprida a
obrigação, observado o limite legal de 20% (art. 61, § 2º, da Lei n. 9.430/96).
VI – O imposto de renda decorrente de crédito do empregado recebido acumuladamente deve ser
calculado sobre o montante dos rendimentos pagos, mediante a utilização de tabela progressiva
resultante da multiplicação da quantidade de meses a que se refiram os rendimentos pelos valores
constantes da tabela progressiva mensal correspondente ao mês do recebimento ou crédito, nos
termos do art. 12-A da Lei n. 7.713, de 22/12/1988, com a redação conferida pela Lei n. 13.149/2015,
observado o procedimento previsto nas Instruções Normativas da Receita Federal do Brasil.
A competência da Justiça do Trabalho, nos termos do disposto no art. 114, VIII, da CF, limita-se à
execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, “a”, e II, e seus acréscimos
legais, decorrentes das sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores objeto de
acordo homologado que integrem o salário de contribuição, não abrangendo, portanto, a execução
de contribuições atinentes ao vínculo de trabalho reconhecido na decisão, mas sem condenação ou
acordo quanto ao pagamento das verbas salariais que lhe possam servir como base de cálculo” (RE
n. 569.056/PR, rel. Min. Menezes Direito, 11.9.2008)
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido
Embora renomados doutrinadores discordem do entendimento acima, o que vale para pro-
va objetiva de concurso (onde não há espaço para discussão) é a jurisprudência firmada pelos
Tribunais Superiores.
Por fim, é importante anotar que o TST editou OJ reconhecendo a competência da Jus-
tiça do Trabalho para executar a parcela referente ao Seguro por Acidente de Trabalho (OJ
414, SDI-I):
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido
denciário (essas horas não foram pagas durante o contrato. O empregado trabalhou em horas
extras e não recebeu; só agora o empregador vai pagar, porque o juiz mandou. E aí já paga e
faz os recolhimentos). O que não pode ocorrer é o juiz, ao reconhecer o vínculo, mandar fazer
os recolhimentos sobre tudo que foi pago lá atrás (esses recolhimentos não são mais devidos?
São. Mas a competência não é da JT. Se o pedido é sobre verbas que já foram pagas lá atrás,
mas não houve o recolhimento, a competência é da Justiça Federal).
EXEMPLO: O empregado recebia R$ 1.000,00 em holerite e R$ 500,00 por fora. Ele entra com
ação pedindo o reconhecimento do salário por fora e a condenação ao pagamento de horas
extras. O juiz defere. O cálculo das horas extras que devem ser pagas será feito utilizando como
base de cálculo o valor R$ 1.500,00, pois foi reconhecido que o empregado recebia valor por
fora, de forma que o valor total do salário dele é de R$ 1.500,00. E sobre os valores devidos a
título de horas extras será devido o recolhimento previdenciário (porque as horas extras não são
verbas pagas durante o contrato, são verbas cujo pagamento foi determinado na sentença).
Art. 651. A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade
onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido
contratado noutro local ou no estrangeiro.
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido
§ 1º Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da
localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na
falta, será competente a Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade
mais próxima.
§ 2º A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se
aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e
não haja convenção internacional dispondo em contrário.
§ 3º Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato
de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato
ou no da prestação dos respectivos serviços.
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido
De acordo com o § 3º, se o empregador promover sua atividade em várias localidades (ex.:
circo), será assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do con-
trato ou da prestação dos respectivos serviços. Portanto, a escolha cabe ao empregado, que
poderá optar entre o local da contratação ou da prestação dos serviços.
Há uma questão polêmica: e se o empregado trabalhou em vários locais diferentes, qual
será a Vara competente? Para jurisprudência majoritária será o último local de prestação de
serviços, pois entende-se que isso facilita o acesso à justiça. No entanto, há forte corrente no
sentido de que se o reclamante trabalhou em vários locais, será competente a Vara do Traba-
lho de qualquer uma dessas localidades (competência concorrente: todas essas varas são
competentes), podendo o empregado escolher qualquer uma delas. Essa segunda corrente, a
meu ver, faz mais sentido. Pense na seguinte situação: o empregado trabalhou 5 anos em uma
cidade e 3 meses em outra, até ser mandado embora. Nesse caso, provavelmente seja mais
fácil reunir provas onde ele trabalhou por 5 anos do que na última localidade, em que ficou
apenas 3 meses. Enfim, por se tratar de questão polêmica acho difícil ser cobrado em prova
objetiva e, acaso caia alguma questão nesse sentido, as duas formas de interpretação devem
ser consideradas corretas pela banca.
A competência territorial é relativa, o que significa que o juiz não pode conhecê-la de ofício,
devendo ser suscitada pela reclamada no prazo da contestação. Se não foi feita a alegação no
prazo para a resposta (contestação), prorroga-se a competência e juízo para o qual foi distribu-
ída a ação passa a ser competente. (Art. 799 e seguintes da CLT)
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido
Pela CLT (art. 651, § 1º), o trabalhador que realiza atividades em várias localidades, sem se
fixar em nenhuma delas, deve ajuizar ação na Vara da localidade em que a empresa tenha
agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta
da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima.
Como Maria estava subordinada à filial de Campinas, deveria ajuizar ação em uma das Varas
do Trabalho de Campinas.
Letra b.
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido
Art. 799. Nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente podem ser opostas, com sus-
pensão do feito, as exceções de suspeição ou incompetência.
Conforme se extrai do art. 799, assim que for oposta uma exceção de incompetência, o
feito fica suspenso até que a questão seja decidida.
Se, de acordo com o § 1º, as demais exceções serão alegadas como matéria de defesa,
fica evidente que aquelas exceções manifestadas no caput (suspeição e incompetência) não
serão alegadas como matéria de defesa, mas sim em peça separada.
§ 2º Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto a estas, se termina-
tivas do feito, não caberá recurso, podendo, no entanto, as partes alegá-las novamente no recurso
que couber da decisão final.
Já vimos isso na aula passada. Se for rejeitada a exceção de incompetência (ou seja, o juiz
diz que está tudo certo e que o processo vai seguir ali mesmo) ou se for acolhida e o processo
for remetido para outra Vara para dar continuidade ao processo, não cabe recurso de imediato.
Só caberá a discussão disso lá na frente, quando a parte for recorrer da decisão final de mérito.
No entanto, se for acolhida a exceção e o processo for extinto (por ex., por ter sido reco-
nhecido que a Justiça do Trabalho não tem competência material para julgar aquele processo),
caberá recurso de imediato. Isso porque, neste caso, a única oportunidade que a parte terá de
discutir será agora, uma vez que não haverá julgamento futuro de mérito. O juiz entendeu que
não tem competência para analisar aquele processo e o extinguiu. Então, ou a parte recorre
de imediato, ou fica quieta e aí transita em julgado a decisão que extinguiu o processo e nada
mais poderá ser feito na Justiça do Trabalho.
Art. 800. Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de cinco dias a contar da noti-
ficação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta exceção, seguir-se-á o proce-
dimento estabelecido neste artigo.
O TST disse, recentemente, que o prazo é preclusivo (ou seja, não falou nos 5 dias, não
pode falar mais; não poderá querer alegar depois na contestação, em audiência…).
O artigo deixa bem claro que se trata de peça apartada.
§ 1º Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a audiência a que se refere
o art. 843 desta Consolidação até que se decida a exceção.
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido
O que o § 1º prevê é que não será realizada a audiência sobre o mérito do processo en-
quanto não for decidida a questão da competência (até porque o juiz supostamente incompe-
tente não pode decidir nada).
Observe que o artigo não prevê conflito de competência (ou de jurisdição) entre juiz do tra-
balho e TRT. Como são hierarquicamente diferentes, manda quem pode e obedece quem tem
juízo. Lembre-se da Súmula 420 do TST:
Como visto, o conflito de competência pode ser positivo (dois juízes se julgam competen-
tes) ou negativo (nenhum dos juízes se julga competente) (art. 804, CLT).
De acordo com o art. 805 da CLT, podem ser suscitar o conflito de competência os próprios
juízos e tribunais do trabalho, o Ministério Público do Trabalho (quer atue como parte ou como
custos legis) ou as partes.
Quando se tratar de incompetência relativa (incompetência territorial), o juiz (ou Tribunal)
não pode suscitá-la de ofício. Se a parte (no caso, o reclamado) oferece exceção de incompe-
tência territorial e o juiz acolhe, o processo é encaminhado ao juízo competente (para o qual se
declinou a competência). Chegando lá, o juiz que recebeu o processo não pode, de ofício, dizer
que não aceita porque ele entende que não é competente. Como se trata de incompetência
relativa, é necessária a provocação da parte (ou MP). Se não houver manifestação de ninguém,
o juiz que recebeu o processo ficará com ele.
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Competência
Priscila Margarido
O que pode ocorrer é a parte contrária (no caso, o reclamante, que havia distribuído o pro-
cesso lá naquele outro juízo por entender que era o competente) não concordar com a remes-
sa e suscitar o conflito de jurisdição (ou conflito de competência). E o conflito entre os dois
juízes do trabalho será processado e julgado pelo TRT ao qual estão vinculados.
Agora, quando a competência for absoluta (ex.: competência material: A parte entra na
Justiça do Trabalho mas o juiz observa que a competência é da Justiça Comum), o juiz pode
declinar de ofício da competência (pode suscitar o conflito de competência), sem que seja
necessária provocação da parte ou do MP.
De acordo com o art. 806 da CLT, a parte que já houver oposto exceção de incompetência,
não poderá suscitar o conflito de jurisdição (ou conflito de competência). Esse artigo pode ser
interpretado assim: “se a parte já falou da incompetência uma vez, não pode falar de novo”.
A parte que suscitar o conflito deverá produzir a prova documental de sua existência (art.
807 da CLT).
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Competência
Priscila Margarido
RESUMO
Hoje o nosso assunto foi a competência da Justiça do Trabalho. Vamos relembrar os pon-
tos centrais da aula.
Os critérios para definição da competência são 5:
1) competência em razão da matéria: seguindo este critério, o que importa para fixação da
competência é a natureza jurídica da controvérsia que está sendo discutida. Se for originada
numa relação de trabalho, a competência será, em regra, da Justiça do Trabalho. A competên-
cia material da Justiça do Trabalho está prevista nos artigos 114 da Constituição Federal e
652 da CLT.
2) competência em razão da pessoa: a competência é fixada levando em conta a qualidade
do sujeito envolvido na controvérsia. Não é o critério central adotado na Justiça do Trabalho.
3) competência em razão do lugar (competência territorial): a regra geral é que a compe-
tência será fixada pelo local da prestação de serviços. Art. 651 da CLT.
4) competência em razão do valor da causa: Não se aplica ao processo do trabalho.
5) competência funcional: utilizada internamente, para saber em qual dos órgãos da Justi-
ça do Trabalho tramitará o processo.
As competências em razão da matéria, da pessoa e funcional são absolutas → o juiz pode
suscitá-las de ofício e não estão sujeitas à preclusão. Por sua vez, a competência territorial é
relativa → o juiz não pode conhecê-la de ofício, cabendo à parte alegá-la no prazo de 5 dias
após a notificação, sob pena de preclusão.
A maior parte do estudo do tema “competência” é centrado no critério da competência
material, o qual sofreu importante e profunda modificação com a Emenda Constitucional n.
45/2004, a qual deu a seguinte redação ao art. 114 da CF:
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido
IX – outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mes-
mas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Tra-
balho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem
como as convencionadas anteriormente.
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o
Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho
decidir o conflito.
A partir da EC n. 45, a Justiça do Trabalho passou a ter competência para julgar lides envol-
vendo relações de trabalho. Contudo, embora se refiram, de certa forma, a labor humano, não
são de competência da Justiça do Trabalho as seguintes ações:
1) ações previdenciárias (quando algum trabalhador busca receber um benefício do INSS);
2) ações penais referentes a crimes contra organização do trabalho;
3) relação entre o Poder Público e seus servidores vinculados a ele pelo regime estatutário;
4) prestação de serviço que configure uma relação de consumo (aqui incluídos os honorá-
rios de profissional liberal).
São julgados na Justiça do Trabalho o trabalhador autônomo, trabalhador avulso, emprei-
teiro operário ou artífice (ou seja, o pequeno empreiteiro), servidor público celetista (exceto
greve, que é julgada pela Justiça Comum) e empregado de cartório extrajudicial.
A Justiça do Trabalho tem competência, também, para decidir conflito de jurisdição que
envolva juízes do trabalho ou TRTs. Se envolver o TST, a competência é do STF. Ainda, se os
juízes estiverem vinculados a Tribunais diversos, a competência para decidir o conflito será do
Superior Tribunal de Justiça.
Tendo em vista a existência da hierarquia funcional, não se pode dizer que haja conflito
de competência entre os órgãos judiciais de hierarquia diferentes que compõem a Justiça
do Trabalho.
Antes da EC n. 45/2004 havia controvérsia quanto à competência da Justiça do Trabalho
para processar e julgar ações de indenização por danos morais e materiais decorrentes de
acidente do trabalho, prevalecendo a tese de que a competência era da justiça comum. Com
a promulgação da EC n. 45 a competência passou a ser da Justiça do Trabalho, tendo o STF
editado a Súmula Vinculante 22: A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar
as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho
propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sen-
tença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional 45/2004.
A competência da Justiça do Trabalho para julgar ações de indenização por danos morais
e materiais decorrentes da relação de trabalho inclui o dano moral em ricochete (trata-se do
dano moral sofrido por familiares ou amigos próximos do trabalhador, que em razão de al-
gum mal grave acometido ao trabalhador, acabam experimentando eles próprios um grande
sofrimento).
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Competência
Priscila Margarido
Art. 651 – A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade
onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido
contratado noutro local ou no estrangeiro.
§ 1º Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da
localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na
falta, será competente a Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade
mais próxima.
§ 2º A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se
aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e
não haja convenção internacional dispondo em contrário.
§ 3º Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato
de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato
ou no da prestação dos respectivos serviços.
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Competência
Priscila Margarido
EXERCÍCIOS
007. (AOCP/PREFEITURA DE SÃO LUÍS – MA/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR – DIREI-
TO/2018) Sobre a competência da Justiça do Trabalho, assinale a alternativa correta.
a) É da competência da Justiça do Trabalho, processar e julgar as ações de indenização por
dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho.
b) É da competência da Justiça do Trabalho processar e julgar as ações referentes aos direitos
dos servidores públicos estatutários.
c) Não compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações ajuizadas por empregados em
face de empregadores, relativas ao cadastramento do Programa de Integração Social (PIS).
d) Não compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as ações entre trabalhadores portu-
ários e os operadores portuários ou o Órgão Gestão de Mão-de-Obra decorrentes da relação
de trabalho.
e) Não compete à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, das contribuições previdenciárias
devida pelo empregador e pelo trabalhador, e seus acréscimos legais, decorrentes das senten-
ças que proferir.
d) Errada. Compete, SIM, à Justiça do Trabalho processar e julgar as ações entre trabalhadores
portuários e os operadores portuários ou o Órgão Gestão de Mão-de-Obra decorrentes da rela-
ção de trabalho. (art. 643, § 3º, CLT).
e) Errada. Compete, SIM, à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, das contribuições previ-
denciárias devidas pelo empregador e pelo trabalhador, e seus acréscimos legais, decorrentes
das sentenças que proferir (114, VIII, CF). TRADUZINDO ESSE INCISO: cada parcela deferida na
sentença tem natureza salarial ou indenizatória. Se a natureza for salarial, deve haver recolhi-
mento para o INSS sobre o valor deferido em sentença. O juiz determina isso de ofício (ou seja,
independentemente de requerimento das partes).
Letra a.
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Competência
Priscila Margarido
a) O STF já fixou entendimento de que NÃO compete à Justiça do Trabalho processar e julgar
as demandas que tenham por objeto dissídio envolvendo servidor público contratado pela Ad-
ministração Pública direta, por tempo determinado, para atender à necessidade temporária de
excepcional interesse público.
Isso porque a relação jurídica existente entre servidor temporário e Poder Público é de caráter ad-
ministrativo, sendo que a contratação é regulada por lei e será firmado um contrato administrativo.
b) Certa. Art. 114, VII, CF.
c) Certa. Art. 114, III, CF.
d) Certa. Art. 114, II, CF. (Este inciso abarca todas as ações e medidas necessárias ao exercício
do direito de greve).
e) Certa. Art. 114, VI, CF. (As ações que ainda não possuíam sentença de mérito em 1º grau,
quando da promulgação da EC n. 45/2004, foram todas trazidas para JT).
Letra a.
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Competência
Priscila Margarido
Súmula n. 300
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. CADASTRAMENTO NO PIS
Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações ajuizadas por empregados em face de em-
pregadores relativas ao cadastramento no Programa de Integração Social (PIS).
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Competência
Priscila Margarido
O PULO DO GATO
Empresa pública e sociedade de economia mista são duas figuras que nos levam a cair em
erros. Temos a ideia de que estão ligadas à administração pública, então haveria várias espe-
cificidades… Mas a verdade é que, do ponto de vista trabalhista, a única diferença importante
é que elas contratam por meio de concurso público e os empregados estão sujeitos ao teto
remuneratório do serviço público (art. 37, XI, CF). No mais, se equiparam ao empregador co-
mum (por exemplo, podem dispensar o empregado quando bem entenderem. Não há estabili-
dade e nem há necessidade de motivação) e as demandas todas são julgadas na JT, inclusive
a de greve.
Letra c.
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Competência
Priscila Margarido
II – Após a EC n. 45/2004, compete à Justiça do Trabalho julgar as ações de indenização por da-
nos morais decorrentes de acidentes de trabalho propostas por empregado contra empregador.
III – Compete à Justiça do Trabalho, após a EC n. 45/2004, julgar as ações acidentárias propos-
tas pelo segurado contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), visando à prestação de
benefícios relativos a acidentes de trabalho.
IV – Não compete à Justiça do Trabalho julgar ação possessória ajuizada em decorrência do
exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada, visto que se trata de re-
lação de direito civil.
V – Após a EC n. 45/2004, compete à Justiça do Trabalho as ações ajuizadas contra entidades
privadas de previdência com o propósito de obter complementação de aposentadoria, tendo
em vista tratar-se de ação oriunda de relação de trabalho.
Verifica-se que estão corretas apenas
a) II, III, IV e V.
b) III, IV e V.
c) I, IV e V.
d) I, II e III.
e) I e II.
Súmula Vinculante 22
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos
morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empre-
gador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da
promulgação da Emenda Constitucional 45/2004. (grifei)
III – Errado. A Justiça do Trabalho não é competente para julgar as ações acidentárias propos-
tas pelo segurado contra o INSS, visando à prestação de benefícios relativos a acidentes de tra-
balho. A competência é da Justiça Federal. A Justiça do Trabalho julga apenas as ações entre
empregado e empregador relativas ao acidente do trabalho (a JT vai dizer se o empregador, por
exemplo, deve pagar uma indenização; se o empregado tem direito à estabilidade). Mas quem
julga o pedido de benefício em face do INSS é a Justiça Federal.
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Competência
Priscila Margarido
IV – Errado. Compete, SIM, à Justiça do Trabalho julgar ação possessória ajuizada em decor-
rência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada. As ações que
envolvam exercício do direito de greve de empregado privado são todas julgadas pela JT (art.
114, II, CF e Súmula Vinculante 23 do STF).
V – Errado. As ações ajuizadas contra entidades privadas de previdência (ainda que mantidas
pelo empregador), com o propósito de obter complementação de aposentadoria, não são de
competência da Justiça do Trabalho. O STF firmou este entendimento na Tese 190 de reper-
cussão geral, dizendo o seguinte:
Se o pedido é de uma verba previdenciária, em face de uma entidade privada de previdência (ou
seja, não é em face do empregador), não há como se reconhecer a competência da Justiça do
Trabalho. O que pode ocorrer é o seguinte: o empregado ajuíza uma ação contra o emprega-
dor, pedindo uma verba que ele não recebeu (por exemplo, horas extras). Esta ação, sim, será
julgada na JT. E pode ser que sobre esta verba reconhecida na sentença (horas extras) caiba
recolhimentos previdenciários para a entidade privada. Esses recolhimentos o juiz do trabalho
pode determinar e executar. Mas, veja: não se trata de ação ajuizada em face da entidade de
previdência privada, tampouco o pedido de recolhimentos é o pedido principal.
Letra e.
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Competência
Priscila Margarido
a) A exceção de incompetência territorial deverá ser apresentada no prazo de 15 dias 5 DIAS a
contar da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência da exceção (art.
800, CLT).
b) Protocolada a petição, o processo não SERÁ suspenso e poderá NÃO SERÁ realizada a au-
diência a que se refere o art. 843 da Consolidação das Leis do Trabalho (art. 800, § 1º, CLT).
c) Certo.
d) O exceto terá o prazo de 5 dias para manifestação (art. 800, § 2º, CLT).
e) Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará audiência, garantindo o
direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta precatória, no juízo que
este houver indicado como competente (art. 800, § 3º, CLT).
Letra c.
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Competência
Priscila Margarido
a) Errada. Como você já sabe, se for regime jurídico celetista, a Justiça do Trabalho julga. Se for
regime jurídico estatutário, a competência é da Justiça Estadual ou Federal.
b) Errada. Lembra que te falei lá no começo da aula para não cair em nenhuma pegadinha des-
te tipo? Falou em crime (ainda que contra a organização do trabalho), a competência não é da
Justiça do Trabalho.
c) Certa. Art. 114, II, CF.
d) Errada. Não é imprescindível que o autor ostente a condição de trabalhador. Lembra do dano
moral em ricochete? No caso de dano moral em ricochete quem vai figurar como autor da ação
de indenização é o parente(s) ou amigo(s).
e) Errada. Quem processa e julga é o Superior Tribunal de Justiça.
Letra c.
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Competência
Priscila Margarido
O conflito deve ser julgado pelo STJ, porque envolve juízes vinculados não apenas a tribunais
diferentes, mas a Justiças diferentes (Justiça do Trabalho e Justiça Federal).
Letra c.
Se os dois juízes do trabalho pertencem ao TRT de Pernambuco, o órgão que está hierarquica-
mente acima dos dois é o TRT/PE, o qual é competente para o julgamento.
Letra c.
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido
a) não compete, SIM, à Justiça do Trabalho, mas E NÃO à Justiça Federal, o julgamento de
ação anulatória de auto de infração lavrado por auditor fiscal do trabalho.
(Diz o art. 114, VII, CF: compete à JT julgar “as ações relativas às penalidades administrativas
impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho”).
b) Errada. A ação ajuizada em face da Previdência Social é de competência da Justiça Federal
(trata-se de ação previdenciária. A ação não é interposta com base numa relação de trabalho,
mas sim com base em relação previdenciária mantida entre o empregado e o INSS).
c) Errada. A relação entre profissional liberal e cliente nada mais é do que uma relação de con-
sumo. E, como você já sabe, a relação de consumo não é de competência da Justiça do Traba-
lho (existem entendimentos divergentes, mas o posicionamento do STJ é no sentido de que a
competência não é da JT). Diz a Súmula 363 do STJ: “Compete à Justiça estadual processar e
julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente”.
d) Certa. Art. 114, III, CF.
Letra d.
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido
a) Errada. A Justiça do Trabalho só executa as suas próprias sentenças. Se a ação, ainda que
movida contra sindicato, por alguma razão foi ajuizada fora da Justiça do Trabalho, a execução
deverá ocorrer na justiça que proferiu a sentença.
Exemplo: se o sindicato não está pagando aluguel da sua sede e o proprietário do imóvel entra
com ação de despejo na Justiça Estadual (que é realmente a justiça competente, uma vez que
a demanda não tem nada a ver com questões trabalhistas), quem executará a sentença será a
Justiça Estadual.
b) Errada. Eu já sei que você não cai nessa! Nenhum crime é julgado na Justiça do Trabalho.
c) Certa. Art. 114, III, CF.
d) Se o dano não tem nada a ver com a relação de trabalho, não tem razão para competência
ser da Justiça do Trabalho.
Letra c.
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Competência
Priscila Margarido
Não é competência do TST por um simples motivo: não há conflito de competência entre juiz
do trabalho e TRT. “Manda quem pode e obedece quem tem juízo”. Se o TRT diz que a compe-
tência é do juiz do trabalho, o juiz simplesmente acolhe e julga. E se o TRT diz que a competên-
cia é própria dele, o juiz dá tchau pro processo e o manda para ser julgado no TRT.
Errado.
A Justiça do Trabalho será competente para julgar a causa quando a relação de trabalho entre
o servidor público federal e a União for de natureza celetista. Se for de natureza estatutária, a
competência será da Justiça Federal.
Errado.
As 2 hipóteses estão previstas no art. 114 (incisos VI e II, respectivamente), como sendo de
competência da Justiça do Trabalho. Como estudado, a competência para julgar ação de in-
denização por danos morais e materiais decorrentes de acidente do trabalho passou a ser da
Justiça do Trabalho a partir da EC n. 45/2004.
Letra b.
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido
O PULO DO GATO
Mesmo que você não soubesse o teor do art. 102 da CF, daria para acertar a questão na intui-
ção. Como o TST julgaria conflito de competência entre outros tribunais superiores? Por exem-
plo, conflito de competência entre STJ e STF poderia ser decidido pelo TST? Não faz o menor
sentido, né? Então a alternativa está evidentemente errada. Grave o seguinte: falou em tribunal
superior, a competência é do STF.
) A Justiça comum JUSTIÇA DO TRABALHO é responsável por processar e julgar as ações so-
e
bre representação sindical entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores e entre sindicatos
e empregadores. (art. 114, III, CF)
Letra a.
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Competência
Priscila Margarido
De acordo com o art. 651 da CLT, a regar geral para fixação da competência é o local da presta-
ção dos serviços. No caso, João sempre prestou seus serviços em Campo Grande.
Certo.
I – Errado. Como a Justiça do Trabalho teria competência para julgar o STJ? A competência,
neste caso, é do Supremo Tribunal Federal.
II – Certo. Art. 114, II, CF.
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Competência
Priscila Margarido
III – Errado. Em caso de dissídio coletivo, as partes podem decidir submeter à discussão à arbi-
tragem (lembra que estudamos a arbitragem na nossa primeira aula?), mas não é preciso que
a eleição dos árbitros seja submetida ao deferimento do juiz do trabalho. As partes escolhem
a arbitragem e ela se passa toda de forma extrajudicial; não tem essa interferência da Justiça
do Trabalho.
Letra c.
I – Certo. A relação se equipara à relação de consumo e a cobrança deverá ser feita na Justiça
Comum. Diz a Súmula 363 do STJ: “Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de
cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente”.
II – Errado. Lembra que estudamos hoje que o STF firmou o entendimento de que quando o
ente de direito público externo contrata empregados brasileiros, pratica atos de gestão, os
quais não são abrangidos pela imunidade de jurisdição? Bom, então a primeira ideia seria dizer
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Competência
Priscila Margarido
que está errada a alternativa, em razão desta parte que diz “imunidade absoluta de jurisdição”.
Mas aí é que vem o complemento: diz a alterativa que haverá imunidade absoluta quando
amparada por norma internacional incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro. Ora, se
o Brasil ratificou uma norma internacional, um acordo internacional com determinado país,
prevendo que aquele país teria imunidade de jurisdição absoluta, essa norma internacional
precisa ser respeitada. É isso o que diz a OJ 416 da SDI-1 do TST:
III – PEGADINHA DA BANCA: Veja que a redação da alternativa não é idêntica à redação da
CF em razão de um detalhe: A alternativa fala em relação de emprego e a CF traz a expressão
relação de trabalho. No entanto, a alternativa está correta, pois a relação de emprego é espécie
do gênero relação de trabalho. Aqui se aplica a máxima “quem pode o mais, pode o menos”.
Se você fosse ficar atrelado à literalidade do inciso I do art. 114, consideraria a alterativa incor-
reta. Mas aqui era preciso fazer uma interpretação: a alternativa não diz que a competência é
apenas para relação de emprego. Diz que a relação de emprego (abrangidos os entes etc.) será
julgada pela Justiça do Trabalho. Está correto.
Letra a.
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Competência
Priscila Margarido
Lembra que estudamos isso na primeira aula? A Reforma Trabalhista acrescentou a alínea f ao
art. 652 da CLT, estabelecendo o seguinte:
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Competência
Priscila Margarido
Desde que foi promulgada a EC n. 45/2004, a Justiça do Trabalho passou a ser competente
para processar e julgar ações de indenização por danos materiais ou morais decorrentes da
relação de trabalho (art. 114, VI), o que inclui pedidos fundados em acidente do trabalho. O que
a Justiça do Trabalho não julga é a ação de pedido de benefício previdenciário, ajuizada em
face do INSS (será de competência da Justiça Federal). Agora, se a ação é entre empregado e
empregador, pedindo indenização em razão de um fato que aconteceu no trabalho (acidente),
não há como não se reconhecer a competência da Justiça do Trabalho.
É isso o que diz a Súmula Vinculante 22 do STF:
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos
morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empre-
gador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da
promulgação da Emenda Constitucional 45/2004.
Letra e.
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Competência
Priscila Margarido
b) o empregado poderá optar entre a Vara do Trabalho do seu domicílio ou a Vara do Traba-
lho da sede da empresa, para protocolizar Reclamação Trabalhista decorrente da relação em-
pregatícia.
c) a Vara do Trabalho da cidade de Itumbiara, local da celebração do contrato de trabalho, terá
a competência territorial para processar e julgar qualquer Reclamação Trabalhista decorrente
da relação empregatícia.
d) o juízo da Vara do Trabalho da cidade de Salvador, local onde o empregado hipossuficiente
nasceu, será competente para processar e julgar a lide decorrente da relação empregatícia.
a) Certa. A rega geral para fixação da competência é o local da prestação dos serviços (art.
651, CLT). Veja que aqui não estamos diante de nenhuma das exceções do artigo. Ainda que
R.S. tenha sido contratado em um lugar e prestado serviços em outro, isso não altera a compe-
tência, pois diz expressamente o caput do art. 651 da CLT que a competência da Vara do Tra-
balho “[…] é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar
serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro”.
Obs.: não confunda com o caso do §1º que prevê a competência do local onde a empresa
tiver filial (esse parágrafo é aplicável aos casos de empregado viajante comercial (ou
outro tipo de empregado que já é contratado mesmo para prestar serviços em diver-
sas localidades). No caso da questão, o empregado foi contratado em um lugar para
prestar serviços em outro, mas era exclusivamente nesse outro, não havia prestação
de serviços em diversas localidades.
b ) e c) Erradas. Não é isso que diz a CLT. A regra do art. 651 é a do local da prestação dos serviços.
d) Local onde o empregado nasceu é muita criatividade do examinador. rsrs.
Letra a.
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Competência
Priscila Margarido
a) as ações oriundas da relação de trabalho, porém não ABRANGIDOS os entes de direito pú-
blico externo em razão da imunidade desses entes, e da administração pública direta e indireta
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
A alternativa é totalmente contrária ao que diz o inciso I do art. 114 da CF.
b) compete à Justiça do Trabalho julgar apenas os conflitos de competência entre órgãos com
jurisdição trabalhista (art. 114, V, CF), não abrangendo órgão com jurisdição previdenciária. A
matéria previdenciária é de competência da Justiça Federal e sempre que houver conflito entre
órgão da JT e órgão da JF, quem decidirá a competência será o STJ.
c) as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação empresarial
DE TRABALHO. Art. 114, VI, CF.
d) Certa. art. 114, III, CF.
Letra d.
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Competência
Priscila Margarido
c) sua apresentação será feita no prazo de 10 dias a contar da notificação, antes da audiência
e em peça que sinalize a existência desta exceção.
d) sua apresentação deve ocorrer juntamente com a contestação, em peça apartada, devendo
ser analisada e decidida pelo juiz de plano, em audiência.
e) protocolada a petição, o processo será interrompido e não se realizará a audiência até que
se decida a exceção.
c) Errada. A oposição da exceção deverá ser feita no prazo de 5 dias (e não de 10) (art. 800, CLT).
d) Errada. A exceção deve ser oposta no prazo de 5 dias após a notificação, e não juntamente
com a contestação (art. 800, CLT).
e) Errada. O processo não será interrompido, será suspenso (art. 800, § 1º, CLT).
Letra a.
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Competência
Priscila Margarido
Em fevereiro de 2018, Júlio Santos foi dispensado sem justa causa, sem que, no entanto, fos-
sem quitadas as verbas rescisórias a que tinha direito, razão pela qual pretende ajuizar recla-
mação trabalhista em face da empresa Mach Tech Ltda. A reclamação trabalhista deverá ser
ajuizada na cidade de
a) Bauru/SP, porque é a localidade onde Júlio reside.
b) São Paulo/SP, porque é onde está localizada a sede da empresa.
c) Campinas/SP, porque Júlio está subordinado à filial ali localizada.
d) Botucatu/SP, São Manuel/SP, Lençóis Paulista/SP ou Agudos/SP, porque Júlio prestou ser-
viços em todas estas localidades.
e) Bauru/SP, São Paulo/SP, Botucatu/SP, São Manuel/SP, Lençóis Paulista/SP, Agudos/SP ou
Campinas/SP, uma vez que compete ao empregado decidir qual localidade melhor lhe convém.
Aqui é o caso de aplicação do § 1º do art. 651 da CLT, pois o empregado era vendedor viajante.
Assim, se ele foi contratado para prestar serviços em diversas localidades, a ação deverá ser
ajuizada no local onde fica a agência ou filial da empresa à qual o empregado está subordinado.
Letra c.
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Competência
Priscila Margarido
A questão fala em “instrução probatória”. Isso quer dizer que o processo ainda estava em fase
de colheita de provas e não havia, portanto, sido proferida sentença de mérito. Como você já
deve ter gravado, a EC n. 45/2004 trouxe para a Justiça do Trabalho todas as ações de indeni-
zação decorrentes de acidente do trabalho que tramitavam na Justiça Comum, exceto aquelas
que já tinham sentença de mérito quando a EC foi promulgada. No caso da questão, não havia
ainda sentença de mérito, razão pela qual a ação deveria ser remetida à JT.
Letra e.
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Competência
Priscila Margarido
a) corretíssimo.
b) Certa. art. 114, III, CF.
c) Certa. art. 114, IV, CF.
d) Certa. art. 114, VI, CF.
e) À Justiça do Trabalho compete processar e julgar as ações que envolvam representação
sindical entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, entre sindicatos e empregadores e
demandas de qualquer natureza entre empregadores que façam parte de um mesmo sindicato
patronal.
Incorreto. A parte final da alternativa está toda errada. Não há competência da Justiça do
Trabalho para analisar “demandas de qualquer natureza” (as demandas analisadas na Justiça
do Trabalho devem guardar relação com questão trabalhista) “entre empregadores” (ação que
tenha como autor um empregador e como réu outro empregador não são de competência da
Justiça do Trabalho, uma vez que não se estará diante de uma relação de trabalho e sim diante
de uma briga entre dois empresários). O fato de pertencerem ao mesmo sindicato não quer
dizer nada.
Obs.: EXEMPLO: Se dois comerciantes que pertençam ao mesmo sindicato estiverem liti-
gando em razão de um uma dívida existente entre eles, a competência não será da
Justiça do Trabalho.
Letra e.
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Competência
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A regra geral para fixação da competência é o local da prestação dos serviços (art. 651, CLT).
Veja que aqui não estamos diante de nenhuma das exceções do artigo. Ainda que João tenha
sido contratado em um lugar (Campinas) e prestado serviços em outro (São José do Rio Pre-
to), isso não altera a competência, pois diz expressamente o caput do art. 651 da CLT que a
competência da Vara do Trabalho “[…] é determinada pela localidade onde o empregado, recla-
mante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro
local ou no estrangeiro”. OBS.: não confunda com o caso do §1º que prevê a competência do
local onde a empresa tiver filial (esse parágrafo é aplicável aos casos de empregado viajante
comercial (ou outro tipo de empregado que já é contratado mesmo para prestar serviços em
diversas localidades). No caso da questão, o empregado foi contratado em um lugar para pres-
tar serviços em outro, mas era exclusivamente nesse outro, não havia prestação de serviços
em diversas localidades.
Letra d.
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Competência
Priscila Margarido
b) A exceção de incompetência territorial deverá ser apresentada em peça apartada que sinali-
ze explicitamente a existência da exceção, antes da audiência no prazo de 5 dias, contados do
recebimento da notificação pela reclamada. Protocolada a petição de exceção, ao exceto será
concedido prazo de 24 horas para manifestação respectiva, devendo a decisão ser proferida
na primeira audiência ou sessão que se seguir.
c) A Exceção de Incompetência territorial deverá ser apresentada como preliminar de contes-
tação. Ao exceto será concedido prazo de 24 horas para manifestação respectiva, devendo a
decisão ser proferida no prazo de 5 dias.
d) A exceção de incompetência territorial deverá ser apresentada em peça apartada que sina-
lize explicitamente a existência da exceção, antes da audiência, no prazo de 5 dias, contados
do recebimento da notificação pela reclamada. Protocolada a petição de exceção, o processo
será suspenso. O juiz intimará o exceto para manifestação no prazo de 5 dias. Da decisão que
decidir a exceção de incompetência, caberá recurso ordinário no prazo de 8 dias.
e) A exceção de incompetência territorial deverá ser apresentada em peça apartada que sina-
lize explicitamente a existência da exceção, antes da audiência, no prazo de 5 dias, contados
do recebimento da notificação pela reclamada. Protocolada a petição de exceção, o processo
será suspenso até que se decida o incidente.
a) Errada. A exceção de incompetência territorial deverá ser apresentada como peça autôno-
ma e não como preliminar de contestação. Ao exceto será concedido prazo de 5 dias para
manifestação.
b) Errada. O início da alternativa está correto. O erro está em afirmar que ao exceto será conce-
dido prazo de 24 horas para manifestação. O prazo para manifestação é de 5 dias.
c) Errada. A exceção de incompetência territorial deverá ser apresentada como peça autôno-
ma e não como preliminar de contestação. Ao exceto será concedido prazo de 5 dias para
manifestação.
d) Errada. A alternativa estava indo muito bem, mas escorregou no final, ao dizer que da deci-
são que decidir a exceção de incompetência, caberá recurso ordinário no prazo de 8 dias. A
decisão que decide a exceção de incompetência é de natureza interlocutória e, portanto, irre-
corrível de imediato. Exceção: se a exceção de incompetência extinguir o processo (por ex., ao
reconhecer que a competência não é da Justiça do Trabalho), caberá recurso ordinário.
e) perfeito.
Letra e.
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
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Lucas, onde reside toda a sua família, sendo que, aos finais de semana, aproveita para visi-
tá-los. Sabe-se, ainda, que a sede da empresa é na cidade de Barretos (SP) local onde Lucas
recebeu todos os treinamentos para o exercício de sua função. Considerando a possibilidade
de ingressar com uma ação trabalhista e valendo-se da regra geral prevista na Consolidação
das Leis do Trabalho, assinale a alternativa correta.
a) Lucas deverá propor a ação na cidade de Petropólis (RJ), pois a competência territorial é
fixada pelo local onde foi realizada a contratação.
b) Lucas deverá propor a ação na cidade de São Paulo, pois a competência territorial é fixada
pela capital do Estado no qual a matriz da empresa estiver localizada.
c) Lucas deverá propor a ação na cidade de Teresópolis (RJ), pois a competência territorial é
fixada pelo local onde o empregado prestar serviços ao empregador.
d) Lucas deverá propor a ação na cidade de Duque de Caxias (RJ), pois a, competência territo-
rial é fixada pelo domicilio eleitoral do empregado.
e) Lucas deverá propor a ação na cidade de Nova Iguaçu (RJ), pois a competência territorial é
fixada pelo domicílio civil do empregador.
Você percebeu como as perguntas se repetem nos concursos? Daí a importância do estudo
por questões… Aqui, mais uma vez a reposta é a mesma: a literalidade do art. 651 da CLT. A
rega geral para fixação da competência é o local da prestação dos serviços (art. 651, CLT). Ain-
da que Lucas tenha sido contratado em um lugar (Petrópolis) e prestado serviços em outro (Te-
resópolis), isso não altera a competência, pois diz expressamente o caput do art. 651 da CLT
que a competência da Vara do Trabalho “[…] é determinada pela localidade onde o empregado,
reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado
noutro local ou no estrangeiro”.
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Competência
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É exatamente o que diz o inciso I do art. 114 da CF: Compete à JT processar e julgar “as ações
oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da adminis-
tração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”.
Observe que mais uma vez a questão fala em relação de emprego e a redação do artigo trata
de relação de trabalho. Mas, como a relação de emprego é espécie do gênero relação de traba-
lho (e quem pode o mais, pode o menos), não há nenhum erro na questão (só haveria erro se
estivesse dizendo que APENAS as relações de emprego entre empregado brasileiro e pessoas
jurídicas de direito púbico externo são de competência da Justiça do Trabalho).
Certo.
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Competência
Priscila Margarido
b) cada Vara do Trabalho será composta por um juiz do trabalho, que será seu Presidente, e
dois juízes classistas, sendo um representante dos empregadores e outro dos empregados.
c) não compete à Vara do Trabalho o julgamento dos dissídios resultantes de contratos de
empreitadas em que o empreiteiro seja operário ou artífice.
d) nas localidades em que existir mais de uma Vara do Trabalho, haverá um distribuidor, desig-
nado pelo juiz mais antigo do Fórum, exclusivamente dentre o quadro de oficiais de justiça do
Tribunal Regional.
e) a lei criará Varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua
jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, cabendo recurso de suas decisões para o respectivo
Tribunal de Justiça.
Art. 713 – Nas localidades em que existir mais de uma Junta de Conciliação e Julgamento (LEIA-SE:
VARA DO TRABALHO) haverá um distribuidor.
Art. 715. Os distribuidores são designados pelo Presidente do Tribunal Regional dentre os funcio-
nários das Juntas (LEIA-SE: VARAS DO TRABALHO) e do Tribunal Regional, existentes na mesma
localidade, e ao mesmo Presidente diretamente subordinados.
e) Errada. A lei criará Varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por
sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, cabendo recurso de suas decisões para o respec-
tivo Tribunal de Justiça TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO. Art. 112 da CF.
Letra a.
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Competência
Priscila Margarido
a) corretíssimo.
b) a exceção de incompetência territorial não é apresentada na audiência UNA e sim no prazo
de 5 dias contados da notificação.
c) a exceção de incompetência também.
d) o prazo para apresentação da exceção é de 5 dias contados da notificação.
e) não existe isso de consentimento da parte para que um processo siga seu curso, seu proce-
dimento normal.
Letra a.
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Competência
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I – Errado. Diz o art. 112 da CF que nas comarcas não abrangidas pela jurisdição da Justiça
do Trabalho, a matéria será julgada pelos juízes de direito (ou seja, Justiça Estadual), cabendo
recurso de suas decisões para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho.
Tem uma coisa aí na questão que eu não gostei… Quando começa dizendo que “por residir
em cidade não abrangida pela jurisdição de nenhuma Vara do Trabalho, ingressou com recla-
mação trabalhista perante a Vara Cível local”, dá a impressão de que a competência seria do
local do domicílio (e sabemos que a regra geral é que a competência é do local da prestação
de serviços, né?). Ficou uma coisa meio dúbia. Mas, como tem uma outra parte da questão
evidentemente errada (quando diz que o recurso é para o TRF), não há prejuízo maior, pois dá
para dizer, sem dúvida nenhuma, que a alternativa está errada.
II – Certo. Se a ação deveria ter sido proposta no TST e foi ajuizada no TRT, foi desrespeitada
a competência do TST. Nesse caso, cabe reclamação a ser ajuizada no TST. Diz o § 3º do art.
111-A da CF: “Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e julgar, originariamente, a
reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões”.
III – Certo. Se o regime é celetista, a competência é da Justiça do Trabalho.
IV – Errado. A ação possessória deverá ser ajuizada na Justiça do Trabalho. Todas as ações
que envolvem o direito de greve são de competência da JT (art. 114, II, CF e Súmula Vinculante
23 do STF).
Letra d.
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Competência
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a) Certa. Todas as ações que envolvam o exercício do direito de greve são da Justiça do Tra-
balho. Art. 114, II, CF e Súmula Vinculante 23 do STF.
b) Certa. Mas “RAT” é de lascar, né? O que significa RAT? Significa Risco Ambiental do Traba-
lho. É o antigo SAT (seguro de acidente do trabalho). Já vimos que a competência é da Jus-
tiça do Trabalho, havendo, inclusive, súmula do TST. Mas a utilização dessas siglas na prova
muitas vezes confunde o candidato…
Diz a Súmula 454 do TST:
Embora o art. 114, VI, da CF, não fale expressamente em dano estético, não há dúvidas de que
a competência é da Justiça do Trabalho também para julgar tal espécie de dano. Não faria
nenhum sentido que os danos morais e materiais fossem julgados na Justiça do Trabalho e
os danos estéticos decorrentes do mesmo fato fossem de competência da Justiça Comum.
Além disso, pode-se dizer que os danos estéticos, embora não se confundam com os danos
morais, são uma espécie de dano moral e, portanto, abrangidos pelo inciso VI do art. 114.
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Competência
Priscila Margarido
Compete à Justiça do Trabalho julgar pedidos de direitos e vantagens previstos na legislação traba-
lhista referente a período anterior à Lei n. 8.112/90, mesmo que a ação tenha sido ajuizada após a
edição da referida lei. A superveniência de regime estatutário em substituição ao celetista, mesmo
após a sentença, limita a execução ao período celetista.
e) Errada. O STJ já decidiu que a competência para processar e julgar ação de cobrança ajui-
zada por profissional liberal contra cliente é da Justiça Comum Estadual (Súmula 363 do STJ).
Letra e.
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Competência
Priscila Margarido
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos
morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empre-
gador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da
promulgação da Emenda Constitucional n. 45/2004.
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrên-
cia do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.
a) Não importa se o acidente ocorreu antes da promulgação da EC n. 45/2004. Mesmo que o
acidente tenha ocorrido antes, se a reclamação trabalhista foi ajuizada depois (ou se foi ajui-
zada antes, mas ainda não tinha sentença de mérito quando da promulgação da EC n. 45), a
competência é da Justiça do Trabalho.
b) A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em
decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada. Ponto
final. Não há esta restrição de que a ação deva ter sido proposta em face do sindicato dos tra-
balhadores da categoria em greve.
c) Aquelas ações já ajuizadas perante a Justiça Comum e que ainda não possuíam sentença
de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional n. 45/2004,
foram remetidas à Justiça do Trabalho.
d) A ação de indenização referente a prejuízos decorrentes da greve é de competência da Jus-
tiça do Trabalho. Ocorre que isso não está previsto em Súmula Vinculante do STF (e o enun-
ciado da questão perguntava justamente sobre súmula vinculante). O tipo da questão que não
acrescenta nada à vida de ninguém. Mas se cai, é preciso saber… Dá menos trabalho acertar
do que brigar com a banca. Rsrs.
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Competência
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Obs.: Alternativa não está errada em razão de constar que a ação de indenização foi ajui-
zada por trabalhador. É possível, sim, que um trabalhador ajuíze ação de indenização
para ser reparado de um prejuízo sofrido durante a greve (por exemplo, em razão de
ter sido impedido de trabalhar pelos colegas grevistas). A respeito do assunto, ensina
Mauro Schiavi3:
Diante da EC n. 45/2004, no nosso sentir, as ações de reparação de danos que envolvem a greve são
da competência material da Justiça do Trabalho. Cabem tanto ações por danos morais e materiais,
movidas por sindicatos, trabalhadores e empregadores ou terceiros, como ações civis públicas, mo-
vidas tanto pelo Ministério Público do Trabalho, como pela Procuradoria-Geral do Estado.
Desse modo, eventuais reparações de danos sofridos pelas partes que participam do movimento
paredista, como por terceiros afetados pela greve, devem ser postuladas na Justiça do Trabalho,
uma vez que o inciso II não restringe a competência da Justiça do Trabalho para as ações que en-
volvam as partes no movimento paredista.”
e) perfeito.
Letra e.
3
SCHIAVI, Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho. 17. ed. [S.l.]: Editora Jus Podivm. 2021.
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Competência
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a) Errada. Súmula 363 do STJ: “Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de co-
brança ajuizada por profissional liberal contra cliente”
b) Errada. A Justiça do Trabalho não julga servidores estatutários.
c) Errada. A Justiça do Trabalho não julga relação de consumo.
d) Certo.
Letra d.
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Competência
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a) Se a ação for proposta pelo empregador contra o empregado (é raro, mas é possível), o
critério é o mesmo. O empregador deverá ajuizar a ação no local de prestação de serviços do
empregado.
b) Certo. Art. 651, § 1º, CLT.
c) Se houver convenção internacional dispondo em contrário, prevalece o que dispõe a con-
venção. DICA: Grave o seguinte → O Brasil assina uma convenção porque quer. Assinou, se
submete a ela.
d) No caso de reconhecimento de vínculo empregatício, somente se reconhece o vínculo e se
defere o que foi pedido naquela ação. Os salários que já foram pagos não estão sendo ques-
tionados na ação (eles foram pagos lá atrás e acabou) e, sobre eles, não há execução de con-
tribuições previdenciárias na Justiça do Trabalho.
e) Os dependentes não precisam ser habilitados no Instituto Nacional do Seguro Social para
poderem litigar.
Letra b.
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GABARITO
7. a 24. E 41. d
8. a 25. b 42. d
9. b 26. a 43. e
10. c 27. C 44. c
11. C 28. c 45. e
12. e 29. a 46. C
13. b 30. d 47. a
14. c 31. a 48. a
15. b 32. e 49. a
16. c 33. a 50. d
17. c 34. d 51. e
18. c 35. C 52. b
19. c 36. a 53. e
20. d 37. c 54. b
21. c 38. e 55. d
22. c 39. a 56. b
23. E 40. e
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Consolidação das Leis Trabalhistas. Brasília, DF: Senado Federal, 1943.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Senado Federal,
1988
BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Brasília, DF: [s.n.], [?]. Disponível em: www.tst.jus.br.
Acesso em: jul. 2021.
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 17. ed. [S.l.]: Saraiva,
2019.
SCHIAVI, Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho. 17. ed. [S.l.]: Jus Podivm, 2021.
Priscila Margarido
Formada em Direito pela Universidade Católica Dom Bosco (2005). Pós-graduação em Direito do Trabalho
e Processo do Trabalho pela Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal
(Uniderp). Juíza do Trabalho – Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região –, ocupando o cargo de
Presidente da Associação dos Magistrados do Trabalho da 24ª Região. Professora universitária da
Faculdade Unigran Capital. Autora do livro A Vaga é Sua, sobre como se preparar para concursos.
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