Você está na página 1de 23

PRINCÍPIOS DO PROCESSO DO TRABALHO

MONICA KAROLINE ARAUJO DOURADO

MANACAPURU
2024
MONICA KAROLINE ARAUJO DOURADO

PRINCÍPIOS DO PROCESSO DO TRABALHO

Trabalho apresentado ao Professor Cassius


Clei Aguiar, da disciplina de Prática
Trabalhista, da Turma do 9º Período, Turno
noturno, do curso de Direito, da Universidade
Nilton Lins.

MANACAPURU
2024
Resumo: O propósito deste artigo é discorrer sobre os princípios do Direito
Processual do Trabalho.

Palavras-Chave: Direito Processual do Trabalho, princípios.

Abstract: The purpose of this article is to discuss the principles of Labor


Procedural Law.

Keywords: Labor Procedural Law, principles.


Introdução

A legislação do processo trabalhista ganhou autonomia de tempos em tempos.


Neste campo, hoje, é indiscutível a existência de critérios que a doutrina
considera essenciais para tais afirmações. Há uma abundância de regras
normativas para processos de trabalho que respeitam a organização e a
sistematização. Uma série de estudos específicos que sintetizam diversas
ideias, conceitos e doutrinas relativas à interpretação de um conjunto de
procedimentos operacionais normativos; Cursos de direito processual do
trabalho em cursos de direito, alguns programas incluindo mais de um semestre;
o privilégio da jurisdição prática que faz parte do sistema judicial completamente
separada do sistema judicial geral; A existência de diferentes departamentos e
diferentes institutos, procedimentos e sistemas de recurso próprios; E o tema
principal deste estudo é a consciência dos princípios específicos dos direitos do
processo trabalhista.
PRINCÍPIO DA ORALIDADE

Este é um grande desafio para o sistema judiciário brasileiro. Reafirma a


supremacia do oral sobre o escrito, definindo assim a direção do processo de
audiência quando os juízes lidam eficazmente com as partes, testemunhas, etc.
Esse princípio também é uma forma de lembrar que o processo não é só
benefícios e papéis, pois por trás de cada benefício existe alguém com boas
intenções.

Interpretação nesse sentido afrontaria, a um só


tempo, o princípio da oralidade e o dispositivo,
que, em conjunto, asseguram às partes
reclamantes o direito de ir a juízo pleitear as
verbas que entendem lhe serem devidas. (...)
(Emb-RR-555-36.2021.5.09.0024, Subseção I
Especializada em Dissídios Individuais, Relator
Ministro Alberto Bastos Balazeiro, DEJT
07/12/2023).
PAGAMENTO IMEDIATO DAS PARCELAS SALARIAIS INCONTROVERSAS

O pagamento imediato de salários indiscutíveis refere-se à prática de


pagar salários não contestados ou contestados, ou seja, valores devidos ao
trabalhador de forma clara e inegociável.

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE


REVISTA. VIGÊNCIA No 13.467/2017. CAIXA
ECONÔMICA FEDERAL. DIFERENÇAS SALARIAIS.
VANTAGENS PESSOAIS (RUBRICAS 062 e 092).
RECÁLCULO A PARTIR DA INCLUSÃO DAS PARCELAS
CTVA E CARGO EM COMISSÃO. IMPOSSIBILIDADE EM
RAZÃO DA ADESÃO DA AUTORA À NOVA ESTRUTURA
SALARIAL UNIFICADA (ESU/2008). INEXISTÊNCIA DE
VÍCIOS DE CONSENTIMENTO. VALIDADE. SÚMULA 51,
II, DO TST. TRANSCENDÊNCIA NÃO RECONHECIDA.
PRINCÍPIO DA IRRECORRIBILIDADE DAS INTERLOCUTÓRIAS

Estipula que as decisões provisórias tomadas durante o


procedimento não são passíveis de recurso imediato, ou seja, da decisão
provisória não cabe recurso durante o procedimento e deve-se aguardar a
decisão final para responder a eventuais recursos.

Esses preconceitos são decisões tomadas pelo juiz durante o


julgamento e não constituem a decisão final do caso porque
diferem das decisões que encerram a fase cognitiva do caso.

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE


REVISTA. VIGÊNCIA DA LEI No 13.467/2017. ADESÃO A
PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA. DECISÃO
REGIONAL QUE AFASTA A QUITAÇÃO DO CONTRATO
DE TRABALHO E DETERMINA O RETORNO DOS AUTOS
À VARA DO TRABALHO DE ORIGEM. DECISÃO
INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE IMEDIATA.
ART. 893, § 1o, DA CLT E SÚMULA No 214 DO TST.
EXAME DA TRANSCENDÊNCIA PREJUDICADO
PRINCÍPIO DA CELERIDADE

É um dos princípios fundamentais que norteiam o funcionamento do


Poder Judiciário, visando à garantia de uma prestação jurisdicional rápida e
efetiva. Ele está relacionado à agilidade e rapidez na resolução dos processos
judiciais, com o objetivo de evitar a morosidade e garantir a efetividade do direito.

A celeridade processual busca assegurar que os processos sejam


resolvidos em tempo hábil, evitando a prolongada espera das partes envolvidas
por uma decisão judicial. Esse princípio tem grande importância para a eficiência
do sistema judiciário e para a garantia do acesso à justiça.

A busca pela celeridade não deve comprometer a qualidade das decisões,


mas sim promover uma tramitação processual eficiente, com prazos razoáveis e
procedimentos que contribuam para a rápida solução de conflitos.

O artigo V, inciso LXXVIII da Constituição Federal de 1988


garante a todas as pessoas das esferas judicial e
administrativa os meios que garantam prazo razoável e
celeridade no processamento. O objetivo deste princípio é
evitar atrasos indevidos na resolução de litígios, garantindo
que a justiça seja feita de forma mais rápida e eficiente. O
artigo 852C do Código de Processo Civil (CPC) prevê que
as ações objeto de processo sumário (processo expedito)
serão investigadas e julgadas em audiência única. A
concentração de medidas processuais nas audiências
judiciais visa garantir a rápida resolução dos conflitos
laborais, cumprindo o princípio da celeridade processual.
Portanto, tanto as normas constitucionais quanto as
processuais determinam a importância da rapidez e da
concentração no processo de trabalho, equilibram a
eficiência e garantem os direitos das partes envolvidas.
PRINCÍPIO DA PROTECIONISMO TEMPERADO

Busca equilibrar a proteção ao trabalhador com a necessidade de


preservar a sustentabilidade das relações de trabalho e a competitividade das
empresas. Ele reconhece a importância de garantir direitos e condições dignas
de trabalho para os empregados, ao mesmo tempo em que considera as
demandas e limitações econômicas das empresas.

Este princípio visa assegurar que, ao mesmo tempo em que se protege o


trabalhador, não se criem obstáculos excessivos à atividade empresarial. Busca-
se, portanto, um equilíbrio entre a proteção dos direitos trabalhistas e a
viabilidade econômica das empresas, de forma a promover relações de trabalho
justas e sustentáveis.

Dessa forma, o protecionismo temperado reconhece a importância de


garantir direitos trabalhistas e condições dignas de trabalho, sem desconsiderar
a necessidade de manter um ambiente favorável aos negócios e à geração de
empregos.

O eminente jurista e Ministro do TST Mauricio Godinho Delgado assim


preleciona:
“Informa este princípio que o Direito do Trabalho estrutura em seu interior,
com suas regras, institutos, princípios e presunções próprias, uma teia de
proteção à parte hipossuficiente na relação empregatícia – o obreiro –, visando
retificar (ou atenuar), no plano jurídico, o desequilíbrio inerente ao plano fático
do contrato de trabalho.

SUMULA Nº 338 - JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO.


ÔNUS DA PROVA I- É ônus do empregador que conta com
mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada de trabalho
na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação
injustificada dos controles de frequência gera presunção
relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser
elidida por prova em contrário.
PRINCÍPIO DA INFORMALIDADE

No contexto jurídico, refere-se à flexibilização das formalidades


processuais em determinadas situações, visando a desburocratização e a
simplificação dos procedimentos, sem prejuízo da segurança jurídica e dos
direitos das partes envolvidas.

Esse princípio busca promover um ambiente mais acessível e menos


formalista no âmbito do direito, permitindo que em certos casos as regras formais
sejam interpretadas de maneira mais flexível, desde que não comprometam os
direitos fundamentais ou a igualdade das partes.

A aplicação do princípio da informalidade pode ocorrer em diversos


campos do direito, como nas relações de consumo, no direito do trabalho e em
procedimentos administrativos, com o intuito de facilitar o acesso à justiça e
tornar os processos mais ágeis e menos onerosos.

RECURSO DE REVISTA DO RECLAMADO. LEIS NºS 13.015/2014 E


13.467/2017. PEDIDOS LÍQUIDOS. LIMITES DA LIDE. IMPOSSIBILIDADE DE
LIMITAÇÃO DA CONDENAÇÃO AOS VALORES ATRIBUÍDOS AOS PEDIDOS
NA PETIÇÃO INICIAL. INTERPRETAÇÃO TELEOLÓGICA DO ART. 840, §1º,
DA CLT. INAFASTABILIDADE DO JUS POSTULANDI E DOS PRINCÍPIOS DO
AMPLO ACESSO À JURISDIÇÃO (ART. 5º, XXXV, DA CF), DIGNIDADE DA
PESSOA HUMANA (ART. 1º, III, DA CF), PROTEÇÃO SOCIAL DO TRABALHO
(ART. 1º, IV, DA CF), DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA (ART. 5º,
LV DA CF), DA IMEDIAÇÃO (ART. 820, DA CLT), DA INFORMALIDADE,
SIMPLICIDADE, DISPOSITIVO. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO DOS ARTS.
141, §2º E 492, DO CPC. APLICAÇÃO DA REGRA ESPECIAL PREVISTA NA
IN 41/2018 C/C ART. 840, §1º, DA CLT. VALORES INDICADOS NA PETIÇÃO
COMO MERA ESTIMATIVA. DESNECESSIDADE DE INDICAÇÃO DE
RESSALVA QUANTO AO CARÁTER ESTIMADO DOS VALORES.
PRINCÍPIO DA CONCILIAÇÃO

É um dos pilares do sistema de resolução de conflitos, sendo amplamente


adotado em diversos ramos do direito. Ele defende a busca por soluções
consensuais entre as partes envolvidas em um litígio, por meio de um diálogo
orientado para a resolução pacífica das controvérsias.

A conciliação visa promover a comunicação direta entre as partes, muitas


vezes mediada por um terceiro imparcial, com o propósito de encontrar um
acordo que atenda aos interesses de ambas as partes. Esse processo pode
ocorrer antes ou durante um procedimento judicial, e tem como objetivo evitar a
litigiosidade prolongada, reduzir custos e promover uma solução mais rápida e
satisfatória para os envolvidos.

O princípio da conciliação está alinhado com a ideia de que a resolução


consensual de conflitos pode ser mais benéfica do que uma decisão judicial
imposta, uma vez que as partes participam ativamente na busca por uma solução
que atenda às suas necessidades.

APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS À EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL.


CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EDUCACIONAIS. MORA
CARACTERIZADA. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. RECURSO DO EMBARGANTE.
PRETENSÃO DE ANULAÇÃO DA SENTENÇA. CERCEAMENTO DE DEFESA. NÃO
OCORRÊNCIA. RITO ESPECIAL. JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE, À LUZ DO
ARTIGO 920, II, DO CPC. A AUTOCOMPOSIÇÃO, NA QUAL É PROPORCIONADO ÀS
PARTES A SOLUÇÃO DE CONFLITOS POR MEIO DO DIÁLOGO, DEVE SER ANALISADA
CASUISTICAMENTE, A FIM DE QUE O PRINCÍPIO DA CELERIDADE SEJA
RESPEITADO, EVITANDO-SE DESGASTES COM A LONGA DURAÇÃO DE PROCESSOS
JUDICIAIS. NA HIPÓTESE, A DESIGNAÇÃO DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO, À LUZ
DO ARTIGO 334 DO CPC, REVELA-SE DESPICIENDA, DIANTE DA RECUSA EXPRESSA
POR PARTE DA EMBARGADA QUANTO À OFERTA DE ACORDO APRESENTADA NA
EXORDIAL, INCLUSIVE, ACOMPANHADAS DE OUTRAS TENTATIVAS INFRUTÍFERAS
NA ESFERA ADMINISTRATIVA (INDEX. 40/44). COM EFEITO, O PEDIDO DE
AUTOCOMPOSIÇÃO AMIGÁVEL NOS TERMOS RECLAMADO, CONSISTIRIA EM ATO
PROCRASTINATÓRIO E INFRUTÍFERO, EM CONTRAMÃO A CELERIDADE E A
DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO EXECUTIVO. PONDERA-SE, ADEMAIS, QUE A
AUSÊNCIA DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO NÃO IMPLICA NULIDADE DA SENTENÇA,
VISTO QUE AS PARTES AINDA PODEM INTENTAR ACORDO A QUALQUER TEMPO,
INCLUSIVE EXTRAJUDICIALMENTE. PRECEDENTE DESTA CORTE. SENTENÇA
MANTIDA. DESPROVIMENTO DO RECURSO.
(0008849-22.2022.8.19.0054 - APELAÇÃO. Des(a). ANDRE LUIZ CIDRA - Julgamento:
06/03/2024 - VIGESIMA CAMARA DE DIREITO PRIVADO (ANTIGA 11ª CÂM)
PRINCÍPIO DA MAJORAÇÃO DOS PODERES DO JUÍZ

Se refere à possibilidade de o magistrado, ao proferir uma decisão, poder


ampliar, aumentar ou elevar os efeitos de determinada medida ou sanção, dentro dos
limites da legislação e observando os princípios constitucionais.

Esse princípio reconhece que, em certas situações, o juiz pode ter a prerrogativa
de ampliar os efeitos de uma decisão para garantir a efetividade do direito ou para
corrigir distorções que possam surgir durante o processo judicial. Isso pode ocorrer, por
exemplo, quando há a necessidade de aplicar uma pena mais severa do que a
inicialmente estabelecida, diante de novas circunstâncias ou provas apresentadas.

É importante ressaltar que a majoração dos poderes do juiz deve ser exercida
com responsabilidade e em conformidade com os princípios legais, visando sempre a
justiça e a proteção dos direitos das partes envolvidas no processo. De acordo com a
Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017), a execução será promovida pelas partes,
permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos
casos em que as partes não estiverem representadas por advogado (jus postulandi –
arts. 791 e 839, a, da CLT e Súmula 425 do TST). Conforme se demonstra através da
jurisprudência a seguir:

A norma inscrita no art. 765 da CLT estabelece que o julgador possui


ampla liberdade na condução do processo e tem o dever de velar pela
rápida solução da causa. E, complementando essa norma, também
emerge o art. 130 do CPC, cuja disciplina segue no sentido de caber ao
Juiz determinar as provas necessárias à instrução do feito, indeferindo
as diligências inúteis ou protelatórias. Assim sendo, não constitui
cerceamento de defesa o indeferimento da oitiva do Reclamante
quando existirem nos autos provas suficientes para firmar o
convencimento do julgador acerca da jornada extraordinária indicada
na petição inicial. Nesse quadro, a oitiva do Reclamante revelava- se
providência inútil e protelatória. Ademais, o art. 848 da CLT não obriga
o juiz a ouvir o depoimento das partes, mas alberga apenas a faculdade
de fazê-lo. Recurso de revista parcialmente conhecido e desprovido.
(TST - RR 596030 - 4a T. - Rel. Min. Ives Gandra Martins Filho - DJU
21.11.2003)
PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DO PROCESSO DO TRABALHO

Estabelece que as demandas e os procedimentos no âmbito trabalhista devem


estar voltados não apenas para a resolução de conflitos individuais, mas também para
a promoção do equilíbrio nas relações de trabalho e a efetivação dos direitos sociais
dos trabalhadores.

Este princípio busca garantir que o processo do trabalho não se limite a resolver
litígios entre empregados e empregadores, mas também contribua para a concretização
dos direitos fundamentais previstos na legislação trabalhista, como a proteção à saúde,
segurança no trabalho, salário digno e condições laborais justas.

Dessa forma, a função social do processo do trabalho orienta que as decisões


judiciais e os trâmites processuais levem em consideração não apenas os interesses
das partes envolvidas, mas também o impacto social e coletivo das questões
trabalhistas.

PROCESSO Nº TST-Ag-AIRR - 0000421-


77.2019.5.11.0006 AGRAVO EM AGRAVO DE
INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA SOB A ÉGIDE DA
LEI 13.467/2017. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. SÚMULA 331, V, DO TST.
ÔNUS DA PROVA. CULPA IN VIGILANDO EVIDENCIADA.
ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Sexta Turma do
Tribunal Superior do Trabalho, por unanimidade, negar
provimento ao agravo. Brasília, 6 de março de
2024. AUGUSTO CÉSAR LEITE DE CARVALHO - Ministro
Relator.
PRINCÍPIO DA NORMATIZAÇÃO COLETIVA

O Princípio da Normatização Coletiva, no contexto do direito do trabalho, refere-


se à valorização e à promoção dos instrumentos de negociação coletiva, tais como
convenções e acordos coletivos, que estabelecem condições de trabalho, salários e
benefícios para uma categoria ou grupo de trabalhadores.

Esse princípio reconhece a importância da autonomia das partes envolvidas


(sindicatos de trabalhadores e empregadores) para negociar e estabelecer regras
específicas que atendam às necessidades e realidades de determinado setor ou
profissão. A normatização coletiva permite que as condições de trabalho sejam
ajustadas de acordo com as peculiaridades de cada categoria, contribuindo para a
harmonização das relações laborais.

Além disso, a normatização coletiva é respaldada pela Constituição Federal e


pela legislação trabalhista, que reconhecem a negociação coletiva como um meio
legítimo de regulamentação das relações de trabalho, desde que observados os direitos
fundamentais dos trabalhadores.

JURISPRUDÊNCIA TST: PROCESSO Nº TST-RRAg -


20203-24.2020.5.04.0752
ISTO POSTO
ACORDAM os Ministros da Sétima Turma do Tribunal
Superior do Trabalho, por unanimidade, não conhecer do
agravo de instrumento da parte ré. Também à unanimidade,
conhecer do recurso de revista também da parte ré, apenas
quanto ao tema “PROMOÇÃO HORIZONTAL POR
ANTIGUIDADE. FIXAÇÃO ANUAL DE PERCENTUAL
PROMOVÍVEL DIFERENTE DE ZERO. POSSIBILIDADE.
NÃO CONFIGURAÇÃO DE CONDIÇÃO POTESTATIVA”,
por violação do artigo 114 do Código Civil, e, no mérito, dar-
lhe provimento para restabelecer a sentença que indeferiu o
pedido de pagamento de diferenças salariais pela não
concessão de promoções e repercussões pretendidas pela
parte autora. Fica mantido o valor da condenação, para fins
processuais.
Brasília, 28 de fevereiro de 2024.
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
CLÁUDIO BRANDÃO - Ministro Relator.
PRINCÍPIO DA IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA

É um princípio processual que estabelece a necessidade de as partes


apresentarem argumentos claros e específicos para rebater as alegações ou pedidos
contidos na petição inicial ou nas manifestações da parte contrária.

Em outras palavras, esse princípio determina que a parte que discorda de


alguma alegação ou pedido feito pela outra parte deve impugná-los de forma precisa e
fundamentada, apontando os pontos específicos que estão sendo contestados e
apresentando os motivos pelos quais discorda daquela argumentação.

A impugnação específica é importante para garantir a efetividade do contraditório


e da ampla defesa no processo, permitindo que as partes tenham ciência dos
argumentos contrários e possam se manifestar de forma adequada em relação a eles.
Além disso, a impugnação específica contribui para a celeridade e a clareza do
processo, evitando discussões genéricas ou pouco fundamentadas.

JURISPRUDÊNCIA TST: PROCESSO Nº TST-


AIRR - 1001065-11.2021.5.02.0482
A C Ó R D Ã O 6ª Turma - GDCJPC /ts
I - AGRAVO DE INSTRUMENTO DA PRIMEIRA
RECLAMADA. RECURSO DE REVISTA. APELO
SUBMETIDO À LEI Nº 13.467/2017.
JUSTIÇA GRATUITA. PESSOA JURÍDICA.
MINUTA QUE NÃO ATACA O FUNDAMENTO
CONTIDO NA DECISÃO MONOCRÁTICA
DENEGATÓRIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº
422, I, DO TST. PREJUDICADO O EXAME DA
TRANSCENDÊNCIA.
PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE

É um conceito importante no âmbito do direito processual, que estabelece a


necessidade de que as partes apresentem todos os argumentos e alegações possíveis
em uma única oportunidade processual, evitando a possibilidade de reapresentá-los
posteriormente, salvo em casos excepcionais.

Em outras palavras, esse princípio determina que as partes devem antecipar todas as
suas alegações e defesas na primeira oportunidade que tiverem para se manifestar no
processo, não podendo deixar de apresentar argumentos relevantes e pertinentes para
a resolução da controvérsia.

A aplicação do princípio da eventualidade visa garantir a economia processual, evitando


a multiplicação desnecessária de atos processuais e contribuindo para a celeridade e
eficiência na resolução dos litígios. Além disso, busca assegurar que as partes sejam
claras e completas em suas manifestações, facilitando o entendimento pelo juízo e pelas
demais partes envolvidas no processo.

JURISPRUDÊNCIA TST: PROCESSO Nº TST-


RRAg -34-69.2021.5.08.0008 Agravante e
Recorrente: BANCO DO BRASIL SA Advogado:
Dr. Elinaldo Luz Santana Advogado: Dr. Carlos
Augusto Damous de Queiroz Agravado e
Recorrido: SINDICATO DOS TRABALHADORES
E TRABALHADORAS DO RAMO FINANCEIRO
DO ESTADO DO PARÁ Advogado: Dr. Matheus
Mendes Advogada: Dra. Mary Lúcia do Carmo
Xavier Cohen
PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO

Refere à perda de uma faculdade processual em decorrência da falta de


manifestação ou da prática de determinado ato dentro dos prazos e condições
estabelecidos pela lei ou pelo juízo.

Em outras palavras, a preclusão ocorre quando uma parte deixa de


exercer um direito ou praticar um ato processual dentro dos limites temporais e
procedimentais estabelecidos, perdendo assim a oportunidade de fazê-lo
posteriormente, salvo em casos excepcionais previstos na legislação.

Existem diferentes tipos de preclusão, tais como a preclusão temporal


(relacionada aos prazos processuais), a preclusão consumativa (quando o ato
processual é praticado e torna-se imutável) e a preclusão lógica (decorrente da
incompatibilidade entre atos processuais sucessivos).

A aplicação do princípio da preclusão visa garantir a ordem e a segurança


jurídica no processo, evitando que as partes possam agir de forma
procrastinatória ou prejudicar a eficiência na condução do procedimento judicial.

APELAÇÃO CÍVEL. EXECUÇÃO DE ALIMENTOS.


MENOR. JUÍZO COMPETENTE. DOMICÍLIO DO MENOR.
COMPETÊNCIA RELATIVA. PERPETUAÇÃO DA
JURISDIÇÃO. NÃO APRESENTAÇÃO DE MEMORIAL
ATUALIZADO DE DÉBITO. PRECLUSÃO TEMPORAL.
1 - A competência prevista no art. 147, ECA e no art. 53, II,
CPC é relativa e não tem lugar no caso concreto, em atenção
às suas particularidades. 2-Nos termos do art. 43, CPC
determina-se a competência no momento do registro ou da
distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as
modificações do estado de fato ou de direito ocorridas
posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou
alterarem a competência absoluta. 3. Se a parte permanece
inerte, mesmo após intimada por diversas vezes a
apresentar memorial atualizado de débito em prazo
determinado, ocorre preclusão temporal e a juntada
intempestiva do documento não tem quaisquer efeitos
jurídicos. (TJMG; APCV 5082585-22.2017.8.13.0024;
Terceira Câmara Cível; Rel. Des. Jair Varão; Julg.
04/02/2022; DJEMG 04/02/2022)
PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL

É uma lembrança de que o processo existe por uma razão, e assim não
faz sentido considerar o processo pelo processo; é necessário ter uma
economia. Nesse sentido, é possível ao juiz adequar o procedimento ao caso
concreto, ou ainda, no que ainda é mais comum, desconsiderar mesmo certas
irregularidades, de pequeno vulto, diz-se “que não causarem prejuízo”,
prosseguindo com o processo, não obstante tais irregularidades. Por essa razão
é que o princípio da economia processual está bastante relacionado com a teoria
das nulidades processuais, que busca justamente explicar essa questão de
desconsiderar certas irregularidades a bem do processo.

APELAÇÃO CÍVEL. BUSCA E APREENSÃO.


MORA DO DEVEDOR. AUSÊNCIA DE
COMPROVAÇÃO. EMENDA À INICIAL.
REQUERIMENTO DE DILAÇÃO DO PRAZO
PARA CUMPRIMENTO DA DILIGÊNCIA
NECESSÁRIA PELO AUTOR. INDEFERIMENTO.
AUSÊNCIA DE DESÍDIA. ART. 284, DO CPC.
PRAZO DILATÓRIO. EXTINÇÃO PREMATURA
DO PROCESSO. SENTENÇA CASSADA.
1. Se não houve desídia da parte autora para
cumprir a determinação judicial de emenda à
inicial e, sendo dilatório o prazo disposto no art.
284, do CPC, mostra-se prematuro o
indeferimento da inicial, com a extinção do
processo, em observância aos princípios da
instrumentalidade, celeridade e economia
processual.
PRINCÍPIO DA BUSCA DA VERDADE REAL

É um conceito fundamental no direito processual, que orienta o juiz a


buscar a verdade dos fatos para a correta aplicação do direito, mesmo que esta
verdade não tenha sido apresentada pelas partes durante o processo.

Em outras palavras, esse princípio estabelece que o juiz tem o dever de


investigar e apurar os fatos de forma ampla e imparcial, utilizando todos os meios
legais disponíveis para alcançar a verdade substancial dos acontecimentos,
independentemente das alegações das partes ou das provas por elas
produzidas.

A busca da verdade real é especialmente relevante em casos nos quais


as partes não apresentam todas as informações relevantes, tentam ocultar fatos
ou distorcem a realidade dos acontecimentos. Nesses casos, o juiz tem a
responsabilidade de utilizar os meios probatórios disponíveis para esclarecer os
fatos e tomar sua decisão com base na verdade substancial dos acontecimentos.

É importante ressaltar que o princípio da busca da verdade real deve ser


exercido dentro dos limites legais e garantindo o respeito aos direitos
fundamentais das partes envolvidas no processo.

O princípio foi discutido também no caso da morte de


Mércia Nakashima. A defesa do réu pretendia que o
processo corresse em Nazaré Paulista (SP), onde ela
teria morrido por afogamento. Isso porque o Código
de Processo Penal (CPP) dispõe que a competência
é do juízo do local onde o crime se consuma.
Porém, o juiz de Guarulhos (SP) afirmou que a regra
deveria ser afastada no caso concreto, em vista da
dificuldade que o deslocamento de competência traria
para a apuração da verdade real: das 16 testemunhas
de defesa, 13 seriam ouvidas em Guarulhos; o caso
teria causado comoção social nessa cidade; e, de
modo geral, a produção de provas era mais
favorecida pela manutenção do processo nessa
comarca.
PRINCÍPIO DA BOLSA-FÉ PROCESSUAL

É essencial no direito processual, que estabelece a obrigação das partes


e de todos os envolvidos no processo de agir de forma leal, honesta e
cooperativa, visando a realização da justiça e a efetividade do processo.

Este princípio implica que as partes devem pautar suas condutas durante
o processo de acordo com a ética e a honestidade, evitando o uso abusivo do
direito de ação e de defesa, bem como a prática de atos dilatórios ou
protelatórios que possam prejudicar a celeridade e eficiência na resolução do
litígio.

Além disso, a boa-fé processual também se estende à atuação dos


advogados, dos magistrados e demais sujeitos do processo, exigindo que todos
ajam de maneira honesta, transparente e colaborativa, respeitando os deveres
de lealdade, cooperação e probidade no exercício de suas funções.

APELAÇÃO CÍVEL. INADIMPLEMENTO CONTRATUAL.


CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS MÉDICOS
HOSPITALARES. PRAZO PRESCRICIONAL DECENAL.
EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS. PAGAMENTO DEVIDO.
BOA-FÉ OBJETIVA. ENRIQUECIMENTO ILÍCITO.
SENTENÇA MANTIDA. 1. Tratando-se de reparação de
danos por inadimplemento contratual, aplica-se o prazo
prescricional decenal do artigo 205 do Código Civil. 2. O
Princípio da Boa-fé Objetiva, exige, em todas as fases da
contratação, até mesmo na fase pós contratual, conduta leal
dos contratantes, os quais devem observar os deveres
anexos ou laterais de conduta, a fim de manter a confiança
e as expectativas legítimas do Negócio Jurídico. 2.1. Como
forma de proteger as naturais expectativas das partes no
desenvolvimento da relação contratual, tal princípio possui a
função de também limitar os exercícios dos direitos das
partes do contrato, sempre que o comportamento dela -
embora formalmente de acordo com as normas contratuais
- acabe por significar a quebra de uma expectativa legítima
da outra. 3. Demonstrada a prestação de serviços pela
apelada, devido é o seu pagamento, sob pena de violação
aos Princípios da Vedação ao Enriquecimento Sem Causa e
da Boa-fé Objetiva. 4. Recurso conhecido e não provido.
PRINCÍPIO DA IGUALDADE/ISONOMIA

O Princípio da Igualdade, também conhecido como princípio da isonomia,


é um dos pilares fundamentais do ordenamento jurídico, estabelecendo que
todas as pessoas são iguais perante a lei, sem qualquer forma de discriminação,
assegurando tratamento equitativo e justiça para todos.

Esse princípio implica que não deve haver distinção arbitrária entre as
pessoas, garantindo que todos sejam tratados de forma igualitária perante a lei,
com os mesmos direitos e obrigações. No contexto jurídico, a igualdade é
entendida não apenas como uma igualdade formal, mas também como uma
igualdade material, que busca compensar desigualdades pré-existentes e
assegurar a efetiva proteção dos direitos fundamentais de todas as pessoas.

Além disso, o princípio da igualdade também se manifesta na proibição


de discriminação injustificada, seja ela baseada em raça, gênero, religião,
orientação sexual, condição social ou qualquer outra característica pessoal. Isso
significa que o direito deve atuar no sentido de eliminar desigualdades e
promover a inclusão e a equidade em todas as esferas da vida social.

A aplicação do princípio da igualdade tem impacto significativo no direito


processual e em diversos outros ramos do direito, influenciando a interpretação
e aplicação das normas jurídicas para garantir que todos tenham acesso à justiça
de forma justa e imparcial.

TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. PIS E COFINS.


BASE DE CÁLCULO. DEDUÇÕES FIXADAS EM LEI PARA
AS REVENDEDORAS DE VEÍCULOS USADOS.
TRATAMENTO DIFERENCIADO EM RELAÇÃO ÀS
INDÚSTRIAS. ISONOMIA TRIBUTÁRIA. AUSÊNCIA DE
REPERCUSSÃO GERAL. Forjas Brasileiras S.A. - Indústria
Metalúrgica interpõe recurso extraordinário, com
fundamento na alínea "a" do permissivo constitucional,
contra acórdão da Terceira Turma Especializada do Tribunal
Regional Federal da 2ª Região.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os princípios do direito desempenham um papel fundamental na


estruturação do sistema jurídico, fornecendo diretrizes éticas e jurídicas que
orientam a aplicação das leis e a tomada de decisões judiciais. Eles refletem os
valores fundamentais da sociedade, garantindo a justiça, a equidade e a
previsibilidade no contexto jurídico.

A compreensão e aplicação dos princípios contribuem para a segurança


jurídica, ajudando a resolver conflitos, preencher lacunas legais e adaptar o
direito às mudanças sociais e tecnológicas. Além disso, os princípios são
essenciais para assegurar a proteção dos direitos individuais e o funcionamento
adequado do Estado de Direito.

É importante que os operadores do direito e a sociedade em geral


compreendam a importância dos princípios e busquem sua aplicação
consistente no dia a dia jurídico, contribuindo para um sistema mais justo,
transparente e eficaz.
REFERÊNCIAS

SOUTO MAIOR, Jorge Luiz. Ampliação da competência: procedimento e


princípios do direito do trabalho. In: Revista do Tribunal Superior do Trabalho,
ano 71, n. 1, jan./abr. 2005, Porto Alegre: Síntese, 2005. p. 223.

BEZERRA LEITE, Carlos Henrique. Curso de direito processual do trabalho. 7.


ed. São Paulo: LTr, 2009. p. 845-846

Kohis, Cleize Direito processual do trabalho Cleize Kohis Luiz Henrique Dutra. -
1. ed. São Paulo Rideel, 2021.

Jorge Neto, Francisco Ferreira Direito Processual do Trabalho / Francisco


Ferreira Jorge Neto, Jouberto de Quadros Pessoa Cavalcante. – 8. ed. – São
Paulo: Atlas, 2019

Você também pode gostar