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A SENTENÇA NO PROCESSO DO TRABALHO

João Batista Alves da Rocha Júnior1


Marlen de Oliveira Silva2

RESUMO - O objetivo do presente artigo discorrerá sobre as classificações das


sentenças no processo do trabalhista na problemática da resolução do mérito da
demanda. Pontuando no decorrer do trabalho o conceito do principio da identidade de
juiz no processo do trabalho em proferir sentenças, estrutura da sentença, a sentença
no processo do rito sumaríssimo, valor da condenação e suas custas processuais,
prazos e publicações das sentenças e por derradeiro destacaremos a coisa julgada e
sua eficácia.

PALAVRAS-CHAVE: Sentenças. Princípios. Condenações. Prazos. Coisa julgada

1
Acadêmico de direito do Centro Universitário São Lucas. jb_junior1@hotmail.com
2
Professora do ensino superior do Centro Universitário São Lucas, das disciplinas: direito do trabalho e processo do
trabalho, Advogada. marlen.silva@saolucas.edu.br
1 INTRODUÇÃO

No direito processual trabalhista destaca que não há conceito referente à


sentença. Esse conceito deve ser buscado nos códigos e doutrinas do processo civil,
que é fonte acessória do Processo do Trabalho. Destacamos que na CLT temos os
artigos 831 e 832, que descrevem, de modo geral, a decisão, quando tratamos da
sentença. (NASCIMENTO)
Em continuidade com relação ao o princípio da identidade física do juiz,
segundo Carlos Henrique Bezerra Leite, está esperável no artigo 132, do CPC e taxa
que o juiz que comandou e concluiu a instrução probatória fica vinculado ao processo,
devendo, assim, ser o prolator da sentença, exatamente porque estará em melhores
condições para analisar a questão, uma vez que colheu as provas.
Pontuando sobre base da sentença elencamos as suas divisões em três partes:
o relatório, a fundamentação e o dispositivo.
No processo trabalhista o rito sumaríssimo, criado pela lei n. 9.957/2000 teve o
objetivo de facilitar o trâmite processual, tornando-o mais célere e eficaz para os atos
trabalhistas cujo valor não ultrapasse 40 salários mínimos vigentes.
Com Relação aos prazos, Em 11 de novembro de 2017 entrou em vigor a Lei
Federal n. 13.467, de 2017, que alterou vários dispositivos da CLT. A mais significante
é a nova contagem de prazos na esfera do processo do trabalho em razão da alteração
do texto do artigo. 775.
Tratando de coisa julgada pontuamos que ela está referida com a sentença
judicial, não cabe mais recurso ou apelação, ou seja, tornado esta, assim, imutável. A
imutabilidade apenas se conta à possibilidade do juízo competente, a rogado pela parte
interessada, dando uma nova manifestação judicial.
Portanto, temos como proposta desse artigo fazer uma análise bibliográfica
mostrando e exemplificando as definições simplificadas, onde, ao longo do artigo,
abordaremos os conceitos mais relevantes.
2 CLASSIFICAÇÃO DE SENTENÇA

2.1 As sentenças podem se classificadas, inicialmente, a partir da própria


definição legal. Consoante os artigos 267 e 269 do CPC, temos 02 ordens: aquelas que
resolvem e as que não resolvem o mérito da causa. As primeiras são divididas como
sentenças definitivas e na CLT encontram alusão expressa no artigo 893, §1º e nos
incisos do artigo. 895; as outras são denominadas de sentenças terminativas.
2.2 As sentenças definitivas que apoia o pedido, mesmo que fracionado, podem
ainda ser dividir como definitivas constitutivas, definitivas condenatórias e definitivas
meramente declaratórias. Em consequência as sentenças de improcedência são
sempre declaratórias, pois servem, unicamente, a apresentar a inexistência do direito
afirmado pelo autor.
2.3 As sentenças definitivas meramente declaratórias são aquelas que engloba,
unicamente, a perfeição da existência ou inexistência de uma lista jurídica ou da
verdade ou falsidade de um documento. São desse tipo as sentenças que reconhecem
a realidade do vínculo de emprego, a estabilidade, o tempo de serviço, o horário de
trabalho e a que resolve o dissídio coletivo de natureza jurídica. Não se admite, no
entanto, a sentença cujo conteúdo seja a mera declaração de um fato.
2.4 As sentenças definitivas constitutivas são aquelas que indicam com precisão
a criação, modificação ou extinção de uma situação ou lista jurídica. Instruem a doutrina
processualista que nesse tipo de sentença há 02 momentos lógicos; no primeiro
momento, o magistrado mostra a realidade do direito à mudança jurídica e no segundo
momento, determina que tal mudança se mudada. São modelos de sentença definitiva
constitutiva a proferida no dissídio coletivo de natureza econômica, em que são criadas
ou modificadas certas modos de trabalho e a sentença que julga procedente a
pretensão de rescindir o contrato de trabalho do empregado efetivo.
3.5 Analisados os conceitos das sentenças definitivas declaratórias e
constitutivas, conceituamos agora a mais confusa, que é sentença definitiva
condenatória. Confusa porque esse tipo de sentença pode ao mesmo tempo em que
possui conteúdo condenatório, possuir, também, conteúdo de natureza declaratória ou
constitutiva. O que a separa das demais é a imposição de uma obrigação ao vencido. A
doutrina mostra que o resultado primordial desse tipo de sentença é deixar a
instauração da execução forçada de um crédito, o que se denominou eficácia executiva.
No processo do trabalho podemos pontuar como exemplos: a sentença que declara a
existência da relação de emprego, intimando a pagar as verbas rescisórias, é uma
decisão declaratória num primeiro momento, e condenatória num segundo momento; a
sentença que reconhece a equiparação salarial e manda pagar as diferenças
resultantes da equiparação é constitutiva num primeiro momento e também
condenatória.

3 PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ NO PROCESSO DO TRABALHO


PARA PROFERIR SENTENÇA

Por exigência legal e com o intuito de acarretar maior presteza e funcionalidade


aos julgamentos, clama a legislação processual que este princípio vem com o proposito
de determinar que o magistrado que encerra a instrução processual civil, aquele que
teve contato com as testemunhas, fica ligado ao processo, devendo, assim, ser o
articulador da sentença, observando que estará em melhores condições para analisar a
questão, por ser aquele que recebeu as provas.
Segundo Carlos Henrique Bezerra Leite, o princípio da identidade física do juiz
está previsto no artigo 132, do CPC e determina que o juiz o que presidiu e concluiu a
instrução probatória fica vinculado ao processo, devendo, assim, ser o prolator da
sentença, exatamente porque estará em melhores condições para analisar a questão,
uma vez que colheu as provas.

4 ESTRUTUTA DA SENTENÇA

Pontuando sobre estrutura da sentença elencamos a sua composição em três


partes: o relatório, a fundamentação e o dispositivo.
4.1 Nesse sentido, o relatório é a parte da sentença que vai mostrar que
o magistrado leu o processo e que está a ciente de tudo o que aconteceu durante o
procedimento processual. Essa é a comprovação para as partes de que a demanda
processual está sendo resolvida por quem tem conhecimento da causa. É num resumo,
num apanhado de todas as ocorrências do processo. No procedimento sumaríssimo, a
sentença relatará os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos relevantes
ocorridos em audiência, dispensando o relatório artigo 852-I da CLT.
4.2 Serão nessa parte da sentença que o magistrado vai dar as razões
de sua convicção, para que fiquem transparentes para as partes os motivos pelos quais
o magistrado decidiu qual a forma. Nessa acepção a fundamentação tem inicio na
Constituição federal no artigo 93, IX e em sede infraconstitucional no artigo. 131 do
CPC. Relaciona-se de garantia do próprio Estado Democrático de Direito. Discorre-se
de um escudo contra arbitrariedades. Deve-se pontuar que a fundamentação da
sentença não transita em julgado a teor do disposto no artigo. 469, I do CPC.
4.3 No dispositivo da sentença é a parte onde, de fato, materializa-se a
decisão. Nessa parte o magistrado acolherá ou rejeitará o pedido do autor, no todo ou
em parte. Divide-se em dispositivo direto, é aquele que condena o réu a pagar um valor
definido, a indenizar o autor na importância que for apurada em liquidação. Dispositivo
indireto é o que acolhe o pedido nos termos da inicial.
4.4. O que não poderá faltar no dispositivo da sentença trabalhista,
taxativamente determinados pela CLT, o artigo. 832, § 1º mencionando, “sendo
acolhida a pretensão do autor ou acolhida em parte, o magistrado deverá determinar o
prazo e as condições para o cumprimento da decisão.” Também, “as custas que devem
ser pagas pela parte vencida” ainda “a natureza jurídica das parcelas constantes da
condenação ou do acordo homologado, inclusive o limite da obrigação de cada parte
pelo recolhimento da contribuição da previdência, se for o caso.” § 2º e § 3º do artigo
832 da CLT.
Em suma, os dispositivos que deve constar é a forma da liquidação da
sentença, os juros, correção monetária e o valor da condenação que servirá de
estrutura para o cálculo das custas e para efeito de depósito recursal. Não poderá
faltar, o nome dos reclamantes e reclamados.
5 SENTENÇA NO PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO

Como já mencionado DINAMARCO, no procedimento sumaríssimo, é


dispensado o relatório, devendo conter, apenas um breve resumo dos fatos ocorridos
em audiência. Assim o magistrado adotará em cada caso a decisão mais justa,
atendendo aos fins sociais da lei e às exigências do bem comum conforme o artigo 852-
I, § 1º da CLT; esse dispositivo autoriza o magistrado trabalhista a decidir por isonomia,
de maneira a decidir a questão da forma mais justa possível. Dispositivo semelhante
encontra-se no artigo. 766 da CLT em relação aos dissídios sobre estipulação de
salários. É de ressaltar que o magistrado somente pode decidir por isonomia nos casos
previstos em lei, conforme disposição do artigo 127 do CPC. Além dos casos já
mencionados, na CLT o artigo. 8º permite ao magistrado decidir por isonomia na falta
de disposições legais ou contratuais, e que nenhum interesse particular prevaleça sobre
o interesse público.
Ainda que o § 2º do artigo. 852-I, que não permita que a sentença
condenatória por sentença ilíquida, na atuação, a sentença deverá se sempre líquida,
pois o pedido tem que ser certo ou determinado, indicando os valores correspondentes
conforme artigo 852-B, I da CLT.
Contudo, as partes deverão ser intimadas da sentença na própria
audiência em que for proferida. Não sendo possível proferir sentença na audiência, em
razão da complexidade da causa, o magistrado designará uma audiência para
publicação da decisão no prazo máximo de 15 dias ou 30 dias na hipótese de
interrupção da audiência. As partes deverão ser intimadas da decisão, sendo que a
sentença juntada no prazo máximo de 48 horas após a data marcada para a
publicação.
6 DO VALOR DA CONDENAÇÃO E CUSTAS PROCESSUAIS

Esclarecendo que nos dissídios individuais e nos dissídios coletivos do trabalho,


nos atos e procedimentos de atribuição da Justiça trabalhista, bem como nas ações
judiciais argumentadas na Justiça Estadual, na atividade da jurisdição do trabalho, à
custa relativas ao processo de conhecimento incidirão à base de 2%, notando o mínimo
de R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro centavos) e o máximo de 4 vezes o limite
máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, e serão calculadas:
(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017).
I – Na ocasião quando houver acordo ou condenação, sobre o respectivo valor;
II – Na ocasião quando houver fim do processo, sem julgamento do mérito, ou
julgado totalmente improcedente o pedido, sobre o valor da causa;
III – Na hipótese de procedência do pedido formulado em ação declaratória e
em ação constitutiva, sobre o valor da causa; (Redação dada pela Lei nº 10.537, de
27.8.2002).
IV - Na ocasião quando o valor for indeterminado, sobre o que o juiz fixar.
Como foi pontuado acima, fica determinado o limite máximo do valor das custas
processuais em 4 vezes o limite dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
No texto anterior, não havia limite máximo para às custas, é sim se estipulava o mínimo
em incompatibilidade com a Súmula 667 do STF “desobedece a garantia da
Constituição de acesso à competência a taxa judiciária calculada sem limite sobre o
valor da causa.” Atualmente o teto previdenciário tem o teto de R$ 22.125,24. O
percentual alíquota de 2% sobre as custas.

7 PRAZOS E PUBLICAÇÕES DAS SENTENÇAS

7.1 Em se tratando de prazos, na data de 11 de novembro de 2017 começou a


vigora a Lei Federal nº 13.467, de 2017, que mudou vários dispositivos da CLT, dentre
as alterações mais significativas está à nova contagem de prazos no âmbito do
processo trabalhista em razão da alteração da redação do artigo. 775 da CLT.
Com relação ao artigo 775 da CLT, os prazos estabelecidos neste título serão
contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do
vencimento. (Lei nº 13.467, de 2017).
7.2 Falando-se das sentenças, as partes deverão ser intimadas da sentença na
mesma audiência em que for proferida. Sendo assim possível proferir sentença na
audiência, em razão da dificuldade da causa, o magistrado deverá designar audiência
para publicação da decisão no prazo máximo de 15 dias ou 30 dias no caso de
interrupção da audiência. Nesse sentido, não sendo a sentença juntada no prazo
máximo de 48 horas após a data marcada para a publicação, as partes deverão ser
intimadas da decisão.
7.3 Em que pese o § 2º do artigo. 852-I, que proibia a sentença condenatória por
sentença ilíquida, na prática, a sentença deverá se sempre líquida, pois o pedido tem
que ser certo ou determinado, indicando os valores correspondentes (artigo. 852-B, I da
CLT).

8 COISA JULGADA E SUA EFICÁCIA

Dada à sentença, sendo ela terminativa ou definitiva, inicia-se à parte


sucumbente a chance de impugná-la usando um recurso cabível, no caso do processo
do trabalho, será cabível o recurso ordinário, no prazo de 08 dias. Porém, mesmo se
pesquisarmos na teoria geral do processo, observaremos que o total de recursos no
nosso sistema é vasto, porém restrito.
Nesse sentido, podemos falar com isso que mesmo a decisão sendo
contestada, em um momento vão se esvaziar os recursos previstos no ordenamento
jurídico e a resolução não poderá mais ser mudada. Em contra partida, há que se
considerar, também que há um prazo para que a parte manifeste seu inconformismo em
relação à sentença; decorrido o prazo sem a interposição de recurso a sentença não
poderá recorrer.
Nessa parte do processo ocorre o trânsito em julgado, surgindo então dessa
forma, a famosa coisa julgada, que segundo o doutrinador é: “a imutabilidade do
comando emergente de uma sentença.” Sendo que por inteiro todos os elementos
componentes do conteúdo da sentença, declaratórios, constitutivos ou condenatórios,
tornarão inalterável e indiscutível com a coisa julgada. (Liebman).

9 CONCLUSÃO

Em virtude dos fatos mencionados, no direito processual trabalhista,


observamos que não há conceito referente à sentença. Devemos buscar conceito esses
no processo civil, que é fonte acessória do Processo do Trabalho. Ao o princípio da
identidade física do juiz, e taxado que o juiz que comandou e concluiu a instrução
probatória fica vinculado ao processo, devendo, assim, ser o prolator da sentença,
exatamente porque estará em melhores condições para analisar a questão, uma vez
que colheu as provas.
Dessa forma sobre base da sentença concluímos que as suas divisões em três
partes: o relatório, a fundamentação e o dispositivo.
Dados o exposto, pontuamos que no processo trabalhista o rito sumaríssimo,
criado pela lei n. 9.957/2000 teve o objetivo de facilitar o trâmite processual, tornando-o
mais célere e eficaz para os atos trabalhistas cujo valor não ultrapasse 40 salários
mínimos vigentes.
Logo, com Relação aos prazos, Em 11 de novembro de 2017 entrou em vigor a
Lei Federal n. 13.467, de 2017, que alterou vários dispositivos da CLT. A mais
significante é a nova contagem de prazos na esfera do processo do trabalho em razão
da alteração do texto do artigo. 775.
Por tudo, tratando de coisa julgada pontuamos que ela está referida com a
sentença judicial, não cabe mais recurso ou apelação, ou seja, tornado esta, assim,
imutável. A imutabilidade apenas se conta à possibilidade do juízo competente, a
rogado pela parte interessada, dando uma nova manifestação judicial.
Em suma, pontuamos no artigo as definições simplificadas, sobre os tópicos
citados dando ênfase aos conceitos mais relevantes, procurando não esgotar todas as
definições sobre o tema.
REFERÊNCIAS

BEZERRA, Carlos Henrique Leite, MANUAL DE PROCESSO DO TRABALHO.


Edição: 4ª, FEVEREIRO, 2019.

DINAMARCO, Cândido Rangel. A instrumentalidade do processo. 15 ed. São Paulo:


Malheiros, 2013.

GIGLIO, Wagner D. Direito processual do trabalho. 14 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

JORGE NETO, Francisco Ferreira; CAVALCANTE, Jouberto de Quadros Pessoa.


Direito processual do trabalho. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2013.

LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho - 17ª Edição

LIEBMAN, Enrico Tulio, Eficácia e autoridade da sentença, Imprenta: Rio de Janeiro,


Forense, 2007.

MEIRA, Rafael Correia de. Curso de direito romano. São Paulo: Saraiva, 1983.

NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho - 29ª Ed. 2014. Saraiva.

SCHIAVI, Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho. 7 ed. São Paulo: Ltr, 2014.

TEIXEIRA FILHO, Manoel Antônio. A sentença no processo do trabalho. 2 ed. São


Paulo: Ltr, 1996

VÓLIA, Bomfim Cassar. Sentença trabalhista: teoria, prática, provas de concursos,


exercícios e respostas. Rio de Janeiro: Edições Trabalhistas, 1999.

LEI FEDERAL Nº 13.467, DE 13 DE JULHO DE 2017, Consolidação das Leis do


Trabalho (CLT).

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