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PROCESSUAL
DO TRABALHO
Execução Trabalhista – Parte II
Livro Eletrônico
DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO
Execução Trabalhista – Parte II
Gervásio Meireles
Sumário
Execução – Parte II.......................................................................................................................... 4
1. Embargos à Execução e Impugnação do Exequente. . ........................................................... 4
1.1. Embargos à Execução............................................................................................................... 4
1.2. Impugnação do Exequente. . ...................................................................................................12
1.3. Procedimento. . ..........................................................................................................................12
2. Alienação, Arrematação, Adjudicação e Remição............................................................... 14
2.1. Generalidades.......................................................................................................................... 14
2.2. Impugnação à Arrematação e Impugnação à Adjudicação. . .......................................... 25
2.3. Desistência do Arrematante................................................................................................ 27
3. Embargos de Terceiro............................................................................................................... 27
3.1. Generalidades.......................................................................................................................... 27
3.2. Procedimento.......................................................................................................................... 30
4. Fraude à Execução.. ................................................................................................................... 32
5. Atos Atentatórios à Dignidade de Justiça. . ........................................................................... 36
6. Extinção da Execução............................................................................................................... 37
7. Execução contra a Fazenda Pública. . ..................................................................................... 38
7.1. Generalidades.......................................................................................................................... 38
7.2. Execução de Obrigação de Fazer, Não Fazer ou Entregar. . ............................................ 39
7.3. Execução de Obrigação de Pagar........................................................................................40
7.4. Embargos à Execução da Fazenda Pública....................................................................... 65
7.5. Execução de Empresas Estatais.......................................................................................... 69
8. Execução contra Massa Falida e contra Empresa em Recuperação Judicial.. ............... 71
8.1. Execução a contra a Massa Falida....................................................................................... 71
8.2. Execução contra a Empresa em Recuperação Judicial. . ................................................. 74
8.3. Depósitos Recursais ou Penhoras Existentes antes da Decretação de Falência
ou Deferimento de Recuperação Judicial.. ................................................................................ 76
9. Execução de Contribuições Previdenciárias........................................................................ 78
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Execução Trabalhista – Parte II
Gervásio Meireles
Resumo.............................................................................................................................................80
Questões de Concurso.................................................................................................................. 85
Gabarito.......................................................................................................................................... 103
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Execução Trabalhista – Parte II
Gervásio Meireles
EXECUÇÃO – PARTE II
1. Embargos à Execução e Impugnação do Exequente
1.1. Embargos à Execução
Realizada a penhora de bens ou mesmo se o executado depositou valores na conta judi-
cial vinculada ao processo, garantindo o juízo (situação em que os bens ou valores atrelados
ao processo são suficientes para cobrir a execução), o executado pode opor embargos à exe-
cução no prazo de cinco dias. Veja o art. 884, caput, da CLT:
CLT
Art. 884. Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco) dias para apre-
sentar embargos, (...)
Os cinco dias são contados da intimação da penhora realizada (e não da juntada ao processo
do mandado cumprido pelo oficial de justiça) ou, no caso de depósito do valor para garantir o
juízo, o prazo é contado do dia do depósito.
Claro que, se a obrigação imposta no título executivo não envolve dinheiro, então o exe-
cutado não precisa garantir o juízo (não precisa fazer depósito e tampouco terá seus bens
penhorados) e pode embargar a execução no prazo de cinco dias contados da citação para
cumprir a obrigação.
Outra hipótese em que a garantia do juízo não é necessária envolve as entidades filantró-
picas e/ou aqueles que compõem ou compuseram a diretoria dessas entidades. O legislador,
ainda que se trate de execução de condenação em dinheiro, dispensou a garantia do juízo no
art. 884, § 6º, da CLT:
CLT
Art. 884. (...)
§ 6º A exigência da garantia ou penhora não se aplica às entidades filantrópicas e/ou àqueles que
compõem ou compuseram a diretoria dessas instituições.
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É o que dispõe o art. 884, § 6º, da CLT. Como o examinador busca a alternativa errada, não é
esse item.
Certo.
(...) INSURGÊNCIA OPONÍVEL MEDIANTE EMBARGOS À EXECUÇÃO. (...) Vale lembrar que
os embargos à execução, segundo a doutrina predominante, constituem ação incidental
no processo de execução (fase de execução), comportando, por conseguinte, as medi-
das antecipatórias e de urgência imanentes ao procedimento judicial. (...) (RO – 20681-
33.2015.5.04.0000, Relator Ministro: Douglas Alencar Rodrigues, Data de Julgamento:
06/02/2018, Subseção II Especializada em Dissídios Individuais, Data de Publicação:
DEJT 09/02/2018)
E quais seriam as matérias que o executado pode alegar em embargos à execução? São
diversas as matérias que sistematizarei:
1ª Matéria
O devedor pode alegar que cumpriu a decisão ou o acordo, quitou a dívida ou que houve
prescrição, conforme art. 884, § 1º, da CLT:
CLT
Art. 884. (...)
§ 1º – A matéria de defesa será restrita às alegações de cumprimento da decisão ou do acordo,
quitação ou prescrição da dívida.
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iniciada e a empresa citada para cumprir essa obrigação, quando então embarga a execução
sustentando que a obrigação foi cumprida.
b) quitação – o executado pagou a dívida.
Exemplo disso ocorreria quando uma empresa X foi condenada na decisão judicial em R$
5.000,00 e paga voluntariamente diretamente para o trabalhador fora do processo, coletando
o recibo do pagamento. Como não havia essa informação no processo, a execução se iniciou
e houve penhora de bens do executado, o qual embargou a execução alegando o pagamento
e juntando recibo.
c) prescrição – aqui cabe algumas ponderações.
Prescrição é uma inexigibilidade do direito ou da pretensão derivada de uma inércia da-
quele que poderia exigir o direito. Logo, existem pretensões/direitos cujo exercício depende
de prazo de maneira que as relações jurídicas possam se estabilizar. Não se pode imaginar a
cobrança de uma verba não paga há 25 anos atrás, por exemplo.
Pode ocorrer de a prescrição ter sido declarada na decisão judicial (título executivo), mas
a contadoria não observou essa determinação. Logo, a contadoria inseriu no cálculo horas
extras inclusive do período em que já estava prescrito o direito, tendo a execução se iniciado.
Nesse caso, pode o executado embargar a execução e alegar que os cálculos não observaram
a prescrição determinada, pedindo a revisão dos cálculos e sua consequente redução.
Assim, imagine que o juiz, reconhecendo a prescrição de parte das horas extras, tinha de-
ferido as horas extras pelo período que não estava prescrito, mas a contadoria calculou horas
extras de todo o contrato, sem respeitar a prescrição. Iniciada a execução, o executado pode
embargar a execução, alegando a prescrição que havia sido reconhecido em sentença e que
não foi aplicada.
Além dessa hipótese, pode ocorrer ainda de um titular do crédito reconhecido em senten-
ça transitada em julgado permanecer inerte para iniciar a execução, quando então ocorrerá a
prescrição da pretensão executória. Imagine que a sentença tenha reconhecido o direito à re-
paração de um dano material mediante a apresentação de recibos e notas fiscais de despesas
feitas pelo credor. Entretanto, o credor não apresenta as referidas comprovações no prazo de
dois anos contados do trânsito em julgado da decisão sentença. Nessa hipótese ocorre pres-
crição. Assim, mais dois anos depois do trânsito em julgado, o trabalhador decide apresentar
os documentos, quando então começa a execução. O executado, então, apresenta embargos
à execução alegando prescrição da pretensão executória.
Por fim, não podemos esquecer que existe a possibilidade de o título executivo ser extra-
judicial, como ocorre com o cheque derivado da relação de trabalho. Nesse caso, vale lembrar
que a prescrição do cheque é de seis meses, conforme art. 59 da Lei 7.357/85. Suponha, as-
sim, que o trabalhador recebe um cheque relativo ao pagamento do seu salário, mas o cheque
era sem fundo. Nessa hipótese, se o trabalhador quiser executar o cheque, deve fazê-lo no pra-
zo de seis meses. Imagine, agora, que o trabalhador apenas decide executar o cheque depois
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desse prazo e ajuíza ação de execução. O empregador executado pode alegar prescrição do
cheque nos embargos à execução.
Apenas um cuidado. Nunca haverá a possibilidade de o juiz da execução, quando se trata
de título executivo judicial, reconhecer uma prescrição que deveria ter sido alegada na fase de
conhecimento (durante a ação trabalhista), mas a matérias não o foi. A execução não pode
inovar em relação ao título executivo judicial, não podendo, em regra, rediscutir o que já foi
decidido e tampouco acolher o que não foi tratado anteriormente.
2ª Matéria
Apesar de a CLT indicar quais seriam as matérias que podem ser tratadas nesses embar-
gos, os Tribunais do Trabalho têm admitido outras matérias nos embargos à execução, utili-
zando subsidiariamente o Código de Processo Civil.
No CPC, quando se trata de execução de título executivo judicial, a defesa do executado
(chamada de “impugnação ao cumprimento de sentença”) pode envolver as seguintes matérias:
CPC
Art. 525. (...)
§ 1º Na impugnação, o executado poderá alegar:
I – falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia;
II – ilegitimidade de parte;
III – inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
IV – penhora incorreta ou avaliação errônea;
V – excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
VI – incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VII – qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensa-
ção, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença.
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ter os bens penhorados, a empresa Y, entendendo que a decisão está equivocada, embarga
a execução alegando ser parte ilegítima para a execução (isto é, a execução não poderia ser
dirigida contra ela) por não ser integrante do grupo econômico.
No terceiro caso (art. 525, § 1º, III, CPC), por exemplo, o juiz defere uma parcela trabalhista
W com base em uma determinada lei para o trabalhador e a empresa recorreu e perdeu no TRT.
A empresa entra com novo recurso para o TST. Todavia, antes de o TST decidir o recurso, o STF
decidiu que a lei que garante a parcela W é inconstitucional. Assim, mesmo tendo começado a
execução da parcela W deferida na Justiça do Trabalho, o executado pode embargar a execu-
ção alegando que a decisão (título executivo judicial) é inexigível, requerendo a extinção dessa
execução da parcela W.
Aliás, o art. 884, § 5º, da CLT prevê:
CLT
Art. 884. (...)
§ 5º Considera-se inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconsti-
tucionais pelo Supremo Tribunal Federal ou em aplicação ou interpretação tidas por incompatíveis
com a Constituição Federal.
No quarto caso (art. 525, § 1º, IV, CPC), imagine que foi iniciada uma execução contra o
empregador pessoa física e foi penhorada a residência do executado. Nesse caso, conside-
rando que se trata de bem de família, o imóvel é impenhorável, razão pela qual a penhora foi
incorreta. Assim, o executado pode embargar a execução sustentando penhora incorreta (im-
penhorabilidade do bem de família).
No quinto caso (art. 525, § 1º, V, CPC), pense na seguinte situação: o juiz condena a em-
presa X ao pagamento de R$ 20.000,00 relativos a verbas trabalhistas devidas. Contudo, ao
iniciar a execução, a Vara expede mandado de citação e penhora de forma equivocada no valor
de R$ 30.000,00. O executado, diante do erro de execução, embarga alegando excesso.
No sexto caso (art. 525, § 1º, VI, CPC), veja um exemplo. A sentença condena a empresa X
ao pagamento de R$ 10.000,00 relativos a verbas remuneratórias, gerando, como consequên-
cia, contribuições previdenciárias. Na conta de liquidação, foi incluída a contribuição destinada
a terceiros. Como a Justiça do Trabalho não possui competência para a contribuição desti-
nada a terceiros, a empresa embarga a execução e alega incompetência absoluta da Justiça
do Trabalho.
Por último, no sétimo caso (art. 525, § 1º, VII, CPC), pense na situação em que, após a con-
denação da empresa em R$ 10.000,00, a mesma resolve fazer um acordo com o trabalhador
para pagar um valor menor (R$ 7.000,00) à vista, sem protelações, no prazo de 30 dias. Se esse
acordo não for informado no processo, o juiz não saberá e a execução será iniciada com base
no valor original. Nessa hipótese, se penhorados bens da empresa, a mesma pode embargar a
execução e alegar que houve transação.
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Por outro lado, quando se trata de execução de título executivo extrajudicial, a defesa do
executado (chamada no processo civil de “embargos à execução”) pode envolver as seguin-
tes matérias:
CPC
Art. 917. Nos embargos à execução, o executado poderá alegar:
I – inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
II – penhora incorreta ou avaliação errônea;
III – excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
IV – retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos casos de execução para entrega de coisa
certa;
V – incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VI – qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de conhecimento.
No primeiro caso (art. 917, I, do CPC), imagine que o trabalhador esteja querendo executar
um cheque oriundo da relação de trabalho. Nessa hipótese, se passados mais de seis meses
sem que o cheque tenha sido executado, o cheque perdeu sua exigibilidade em virtude de pres-
crição, e uma vez iniciada a execução pelo credor, pode o executado alegar a inexigibilidade em
embargos do devedor.
No segundo caso (art. 917, II, do CPC), imagine que o trabalhador esteja executando uma
nota promissória oriunda da relação de trabalho. Entretanto, promove a penhora de seguro de
vida do executado (o que não é possível por ser o seguro de vida impenhorável na forma do art.
833, VI, do CPC). Logo, o executado pode embargar alegando impenhorabilidade.
No terceiro caso (art. 917, III, do CPC), pense no trabalhador que decide executar um acor-
do firmado na Comissão de Conciliação Prévia de R$ 10.000,00, mas, no momento de executar,
pede a execução de R$ 20.000,00 e o juiz não percebeu. Iniciada a execução, o devedor pode
alegar excesso de execução nos embargos à execução.
No quarto caso (art. 917, IV, do CPC), imagine que a trabalhadora Laiane tenha recebido,
para trabalhar, um carro da empresa, mediante assinatura de termo de responsabilidade na
presença de duas testemunhas, assumindo a obrigação de devolvê-lo ao final do contrato. A
trabalhadora Laiane, percebendo que estava em péssimas condições, trocou os pneus e o ra-
diador. O empregador, então, decide executar o documento particular, e o executado embarga
a execução alegando retenção por ter consertado o carro e não ter sido ressarcido por isso.
No quinto caso (art. 917, V, do CPC), pense em um empregador que queira cobrar um em-
préstimo que fez ao empregado e pelo qual o trabalhador assinou a nota promissória. Nesse
caso, se o empregador quiser executar o cheque na Justiça do Trabalho, o trabalhador pode
embargar a execução sustentando que essa dívida não é trabalhista, o que afasta a competên-
cia da Justiça do Trabalho.
No sexto caso (art. 917, VI, do CPC), imagine que o obreiro esteja executando um acordo
assinado na Comissão de Conciliação Prévia (CCP) que já foi pago. O empregador pode embargar
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a execução alegando que já houve pagamento (quitação). A quitação é matéria que poderia
ser alegada na defesa de uma ação trabalhista (processo de conhecimento) se o trabalhador
ajuizasse, ao invés de execução do acordo assinado na CCP, uma ação demandando a conde-
nação do empregador no valor das verbas trabalhistas.
3ª Matéria
CLT
Art. 884. (...)
§ 3º – Somente nos embargos à penhora poderá o executado impugnar a sentença de liquidação,
(...).
Muito embora a lei denomine “embargos à penhora”, na verdade o legislador está tratando
dos embargos à execução. Aliás, veja um julgado do TST sobre o tema:
4ª Matéria
Por último, nos embargos à execução, pode o executado alegar qualquer matéria de ordem
pública, isto é, qualquer matéria que o juiz deve inclusive conhecer de ofício (ou seja, mesmo
sem provocação). São matérias que, se o juiz pode analisá-las de ofício, a parte pode, então,
alegá-las nos embargos.
É o caso, por exemplo, da imunidade de execução de Estados Estrangeiros em relação a
bens afetos à missão diplomática. No capítulo sobre jurisdição e competência, mencionei que
os Estados Estrangeiros não possuem imunidade de jurisdição para o processo do conheci-
mento, mas ressaltei que, no campo da execução, existe imunidade de execução no que tange
a bens vinculados à missão diplomática. Logo, esses bens não podem ser penhorados.
Assim, se um Estado Estrangeiro foi condenado na Justiça do Trabalho e está sendo exe-
cutado por um trabalhador, se a Justiça do Trabalho penhora uma conta bancária da embaixada, o
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Estado Estrangeiro pode ingressar com embargos à execução alegando imunidade de execu-
ção para liberar a conta bancária da penhora.
E quando houver execução por carta precatória? Onde são apresentados os embargos e
quem os julga? O juízo deprecante ou o juízo deprecado?
Imagine que uma execução trabalhista esteja correndo na Vara do Trabalho de Brasília,
mas o executado encontra-se no Rio de Janeiro. Assim, o juiz da Vara do Trabalho de Brasília
(deprecante) expede carta precatória executória para que um juiz de Vara do Trabalho do Rio
de Janeiro (deprecado) possa promover a execução, citando o devedor na forma do art. 880 da
CLT e promovendo penhora de bens, se necessário.
Se o executado quiser entrar com embargos à execução, poderá apresentá-los no juízo de-
precante ou no deprecado, mas a competência para julgá-los será, em regra, do deprecante.
Todavia, se os embargos tiverem, como assunto, apenas vícios (defeitos) na penhora,
na avaliação ou na alienação dos bens realizadas no deprecado, será do juízo deprecado a
competência.
Aplica-se de forma subsidiária o art. 914, § 2º, do CPC:
CPC
Art. 914. (...)
§ 2º Na execução por carta, os embargos serão oferecidos no juízo deprecante ou no juízo depre-
cado, mas a competência para julgá-los é do juízo deprecante, salvo se versarem unicamente sobre
vícios ou defeitos da penhora, da avaliação ou da alienação dos bens efetuadas no juízo deprecado.
Logo, no exemplo dado, a competência para julgar os embargos do devedor será, em regra,
do juiz de Brasília (deprecante). Entretanto, se o juiz do Rio de Janeiro (deprecado) mandou
penhorar bens que eram impenhoráveis e os embargos apenas tratarem da impenhorabilidade
desses bens, será o juiz do Rio de Janeiro que julgará os embargos do devedor.
Assim, muito embora o art. 20 da Lei 6.830/80 mencione somente o juízo deprecado, deve-
-se considerar o maior acesso ao Poder Judiciário pela opção adotada pelo CPC. Observe uma
aplicação prática:
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os atos de comunicação das partes durante o cumprimento da carta precatória (art. 261,
§ 2º, do CPC/2015). Considerando que a discussão se restringe a vícios e irregularidades
supostamente ocorridos após a penhora, a competência para julgar os embargos à arre-
matação é do juízo deprecado, à luz do previsto no art. 914, § 2º, do CPC/2015. Conflito
de competência admitido para julgar competente o Juízo da Vara do Trabalho de Itu/SP,
juízo deprecado “ (CC-2131-21.2014.5.03.0010, Subseção II Especializada em Dissídios
Individuais, Relatora Ministra Maria Helena Mallmann, DEJT 08/11/2019).
CLT
Art. 884. Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco) dias para apre-
sentar embargos, cabendo igual prazo ao exequente para impugnação.
1.3. Procedimento
Após apresentação dos embargos à execução, o exequente será intimado para se mani-
festar no prazo de 5 (cinco) dias, apresentando sua contestação (defesa). Nessa defesa, o
exequente poderá impugnar as matérias alegadas nos embargos. Aliás, muitos denominam
essa contestação de impugnação aos embargos.
Imagine que o executado, por exemplo, alegue impenhorabilidade do bem, alegando que é
bem de família. Pode o exequente sustentar que tal fato não é verdade, visto que o imóvel não
é a residência do executado.
No mesmo prazo da contestação, como vimos, pode o exequente apresentar impugnação.
Nesse caso, para atender o contraditório e ampla defesa, o juiz intimará o executado para res-
ponder à impugnação do exequente no prazo de 5 (cinco) dias.
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Uma fez feita a defesa, pode o juiz designar audiência até mesmo para ouvir testemunhas
e permitir outras provas, se for necessário:
CLT
Art. 884. (...)
§ 2º – Se na defesa tiverem sido arroladas testemunhas, poderá o Juiz ou o Presidente do Tribunal,
caso julgue necessários seus depoimentos, marcar audiência para a produção das provas, a qual
deverá realizar-se dentro de 5 (cinco) dias.
Vale lembrar que a União, como credora das contribuições previdenciárias, pode impugnar
o cálculo do tributo, matéria essa examinada no capítulo sobre “liquidação”.
Realizada a audiência ou não sendo essa necessária, o juiz profere sentença julgando os
embargos à execução e as impugnações do exequente (credor trabalhista) e da União (credor
previdenciário):
CLT
Art. 884. (...)
§ 4º Julgar-se-ão na mesma sentença os embargos e as impugnações à liquidação apresentadas
pelos credores trabalhista e previdenciário.
Art. 885. Não tendo sido arroladas testemunhas na defesa, o juiz ou presidente, conclusos os autos,
proferirá sua decisão, dentro de 5 (cinco) dias, julgando subsistente ou insubsistente a penhora.
Art. 886. Se tiverem sido arroladas testemunhas, finda a sua inquirição em audiência, o escrivão ou
secretário fará, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, conclusos os autos ao juiz ou presidente, que
proferirá sua decisão, na forma prevista no artigo anterior.
§ 1º – Proferida a decisão, serão da mesma notificadas as partes interessadas, em registrado pos-
tal, com franquia.
CLT
Art. 897. Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias:
a) de petição, das decisões do Juiz ou Presidente, nas execuções;
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CPC
Art. 879. A alienação far-se-á:
II – em leilão judicial eletrônico ou presencial.
CLT
Art. 888. Concluída a avaliação, dentro de dez dias, contados da data da nomeação do avaliador,
seguir-se-á a arrematação, que será anunciada por edital afixado na sede do juízo ou tribunal e pu-
blicado no jornal local, se houver, com a antecedência de vinte (20) dias.
Ressalte-se que, em regra, os embargos à execução apenas podem ser manejados após a
garantia do juízo.
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Gervásio Meireles
CPC
Art. 882. Não sendo possível a sua realização por meio eletrônico, o leilão será presencial.
Quando se tratar de leilão, o juiz designará leiloeiro, cabendo a ele uma série de obrigações:
CPC
Art. 883. Caberá ao juiz a designação do leiloeiro público, que poderá ser indicado pelo exequente.
Art. 884. Incumbe ao leiloeiro público:
I – publicar o edital, anunciando a alienação;
II – realizar o leilão onde se encontrem os bens ou no lugar designado pelo juiz;
III – expor aos pretendentes os bens ou as amostras das mercadorias;
IV – receber e depositar, dentro de 1 (um) dia, à ordem do juiz, o produto da alienação;
V – prestar contas nos 2 (dois) dias subsequentes ao depósito.
Parágrafo único. O leiloeiro tem o direito de receber do arrematante a comissão estabelecida em lei
ou arbitrada pelo juiz.
Art. 887. O leiloeiro público designado adotará providências para a ampla divulgação da alienação.
Entretanto, qual seria a diferença entre praça e leilão? No antigo CPC, a principal diferença
é que praça se destinava a bens imóveis e o leilão para móveis. Todavia, o Processo do Tra-
balho nunca fez essa diferenciação. Tanto que a CLT menciona praça ou leilão sem se referir
à natureza dos bens. Sempre foi muito comum no Processo do Trabalho o leilão de bens imó-
veis. Veja como a CLT não diferencia bens móveis de imóveis:
CLT
Art. 888.
§ 1º A arrematação far-se-á em dia, hora e lugar anunciados (...)
§ 3º Não havendo licitante, e não requerendo o exequente a adjudicação dos bens penhorados, po-
derão os mesmos ser vendidos por leiloeiro nomeado pelo Juiz ou Presidente.
§ 4º Se o arrematante, ou seu fiador, não pagar (...) voltando à praça os bens executados.
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Avancemos. Como você viu, o documento fundamental para a hasta pública é o edital.
Aliás, a CLT menciona:
CLT
Art. 888. (...) seguir-se-á a arrematação, que será anunciada por edital afixado na sede do juízo ou
tribunal e publicado no jornal local, se houver, com a antecedência de vinte (20) dias.
CPC
Art. 886. O leilão será precedido de publicação de edital, que conterá:
I – a descrição do bem penhorado, com suas características, e, tratando-se de imóvel, sua situação
e suas divisas, com remissão à matrícula e aos registros;
II – o valor pelo qual o bem foi avaliado, o preço mínimo pelo qual poderá ser alienado, as condições
de pagamento e, se for o caso, a comissão do leiloeiro designado;
III – o lugar onde estiverem os móveis, os veículos e os semoventes e, tratando-se de créditos ou
direitos, a identificação dos autos do processo em que foram penhorados;
IV – o sítio, na rede mundial de computadores, e o período em que se realizará o leilão, salvo se este
se der de modo presencial, hipótese em que serão indicados o local, o dia e a hora de sua realização;
V – a indicação de local, dia e hora de segundo leilão presencial, para a hipótese de não haver inte-
ressado no primeiro;
VI – menção da existência de ônus, recurso ou processo pendente sobre os bens a serem leiloados.
Parágrafo único. No caso de títulos da dívida pública e de títulos negociados em bolsa, constará do
edital o valor da última cotação.
O legislador processual civil deixa claro que o edital permite o conhecimento de todos so-
bre os bens que serão vendidos, suas características, valor da avaliação, preço mínimo, data
e hora do leilão, data e hora do segundo leilão se não houver interessados no primeiro e os
ônus que existirem sobre os bens penhorados (ex. multas de veículos, hipoteca sobre bem
imóvel etc.).
Além de publicado o edital, haverá intimação de diversas pessoas. O executado será inti-
mado da futura ocorrência do leilão, na forma do art. 889, I e parágrafo único, do CPC:
CPC
Art. 889. Serão cientificados da alienação judicial, com pelo menos 5 (cinco) dias de antecedência:
I – o executado, por meio de seu advogado ou, se não tiver procurador constituído nos autos, por
carta registrada, mandado, edital ou outro meio idôneo;
(...)
Parágrafo único. Se o executado for revel e não tiver advogado constituído, não constando dos au-
tos seu endereço atual ou, ainda, não sendo ele encontrado no endereço constante do processo, a
intimação considerar-se-á feita por meio do próprio edital de leilão.
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CPC
Art. 889. Serão cientificados da alienação judicial, com pelo menos 5 (cinco) dias de antecedência:
II – o coproprietário de bem indivisível do qual tenha sido penhorada fração ideal;
III – o titular de usufruto, uso, habitação, enfiteuse, direito de superfície, concessão de uso especial
para fins de moradia ou concessão de direito real de uso, quando a penhora recair sobre bem grava-
do com tais direitos reais;
IV – o proprietário do terreno submetido ao regime de direito de superfície, enfiteuse, concessão
de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso, quando a penhora recair
sobre tais direitos reais;
V – o credor pignoratício, hipotecário, anticrético, fiduciário ou com penhora anteriormente aver-
bada, quando a penhora recair sobre bens com tais gravames, caso não seja o credor, de qualquer
modo, parte na execução;
VI – o promitente comprador, quando a penhora recair sobre bem em relação ao qual haja promessa
de compra e venda registrada;
VII – o promitente vendedor, quando a penhora recair sobre direito aquisitivo derivado de promessa
de compra e venda registrada;
VIII – a União, o Estado e o Município, no caso de alienação de bem tombado.
O exequente, apesar de não constar no rol do art. 889 do CPC, deve ser intimado, porquanto
ele pode participar do leilão, inclusive dando lance para arrematação:
CPC
Art. 892. (...)
§ 1º Se o exequente arrematar os bens e for o único credor, (...)
Se esses terceiros não forem intimados, haverá ineficácia da alienação judicial em relação
a eles, conforme se constata no art. 804 do CPC:
CPC
Art. 804. A alienação de bem gravado por penhor, hipoteca ou anticrese será ineficaz em relação ao
credor pignoratício, hipotecário ou anticrético não intimado.
§ 1º A alienação de bem objeto de promessa de compra e venda ou de cessão registrada será inefi-
caz em relação ao promitente comprador ou ao cessionário não intimado.
§ 2º A alienação de bem sobre o qual tenha sido instituído direito de superfície, seja do solo, da
plantação ou da construção, será ineficaz em relação ao concedente ou ao concessionário não
intimado.
§ 3º A alienação de direito aquisitivo de bem objeto de promessa de venda, de promessa de cessão
ou de alienação fiduciária será ineficaz em relação ao promitente vendedor, ao promitente cedente
ou ao proprietário fiduciário não intimado.
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§ 4º A alienação de imóvel sobre o qual tenha sido instituída enfiteuse, concessão de uso especial
para fins de moradia ou concessão de direito real de uso será ineficaz em relação ao enfiteuta ou ao
concessionário não intimado.
§ 5º A alienação de direitos do enfiteuta, do concessionário de direito real de uso ou do concessio-
nário de uso especial para fins de moradia será ineficaz em relação ao proprietário do respectivo
imóvel não intimado.
§ 6º A alienação de bem sobre o qual tenha sido instituído usufruto, uso ou habitação será ineficaz
em relação ao titular desses direitos reais não intimado.
No dia e hora designados, os bens serão vendidos pelo maior lance ofertado. Leia o art.
888, § 1º, da CLT:
CLT
Art. 888. (...)
§ 1º A arrematação far-se-á em dia, hora e lugar anunciados e os bens serão vendidos pelo maior
lance, (...)
E quem pode dar lance no leilão? Todos aqueles que estão na livre administração de
seus bens, exceto aqueles em relação aos quais existe proibição legal, como ocorre no art.
890 do CPC:
CPC
Art. 890. Pode oferecer lance quem estiver na livre administração de seus bens, com exceção:
I – dos tutores, dos curadores, dos testamenteiros, dos administradores ou dos liquidantes, quanto
aos bens confiados à sua guarda e à sua responsabilidade;
II – dos mandatários, quanto aos bens de cuja administração ou alienação estejam encarregados;
III – do juiz, do membro do Ministério Público e da Defensoria Pública, do escrivão, do chefe de
secretaria e dos demais servidores e auxiliares da justiça, em relação aos bens e direitos objeto de
alienação na localidade onde servirem ou a que se estender a sua autoridade;
IV – dos servidores públicos em geral, quanto aos bens ou aos direitos da pessoa jurídica a que
servirem ou que estejam sob sua administração direta ou indireta;
V – dos leiloeiros e seus prepostos, quanto aos bens de cuja venda estejam encarregados;
VI – dos advogados de qualquer das partes.
O lance, contudo, não pode ser considerado vil (irrisório, baixo demais). Todavia, o que se-
ria vil? 30% da avaliação, 50% dela? Veja como o esclarecimento do CPC:
CPC
Art. 891. Não será aceito lance que ofereça preço vil.
Parágrafo único. Considera-se vil o preço inferior ao mínimo estipulado pelo juiz e constante do
edital, e, não tendo sido fixado preço mínimo, considera-se vil o preço inferior a cinquenta por cento
do valor da avaliação.
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Portanto, vil é o preço inferior ao mínimo fixado pelo juiz ou, se não houver esse valor,
menos que 50% da avaliação, segundo o CPC.
No entanto, será que o juiz poderia fixar preço inferior a 50%? A jurisprudência trabalhista
vem consolidando o entendimento de que isso é possível, sobretudo quando se considera as
peculiaridades do bem e do mercado:
Caso algum interessado faça lance que não seja vil, o maior lance vencerá, tendo o arrema-
tante que pagar 20% do valor do lance no ato e o restante (80%) em 24 horas, sob pena de, não
o fazendo, perder o valor do sinal de 20% para a execução. Nesse caso, o arrematante perde
os 20% que pagou como sinal e os bens voltam à hasta pública (será marcada nova hasta pú-
blica). Veja o art. 888, §§ 2º e 4º da CLT:
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CLT
Art. 888. (...)
§ 2º O arrematante deverá garantir o lance com o sinal correspondente a 20% (vinte por cento) do
seu valor.
§ 4º Se o arrematante, ou seu fiador, não pagar dentro de 24 (vinte e quatro) horas o preço da ar-
rematação, perderá, em benefício da execução, o sinal de que trata o § 2º deste artigo, voltando à
praça os bens executados.
CPC
Art. 892. (...)
§ 1º Se o exequente arrematar os bens e for o único credor, não estará obrigado a exibir o preço,
mas, se o valor dos bens exceder ao seu crédito, depositará, dentro de 3 (três) dias, a diferença,
sob pena de tornar-se sem efeito a arrematação, e, nesse caso, realizar-se-á novo leilão, à custa do
exequente.
CPC
Art. 901. A arrematação constará de auto que será lavrado de imediato e poderá abranger bens pe-
nhorados em mais de uma execução, nele mencionadas as condições nas quais foi alienado o bem.
Art. 903. Qualquer que seja a modalidade de leilão, assinado o auto pelo juiz, pelo arrematante e
pelo leiloeiro, a arrematação será considerada perfeita, acabada e irretratável, (...)
Uma vez realizada a arrematação e não havendo qualquer nulidade ou vício, será expedida
ordem de entrega de bem móvel ou carta de arrematação de imóvel:
CPC
Art. 901. (...)
§ 1º A ordem de entrega do bem móvel ou a carta de arrematação do bem imóvel, com o respectivo
mandado de imissão na posse, será expedida depois de efetuado o depósito ou prestadas as ga-
rantias pelo arrematante, bem como realizado o pagamento da comissão do leiloeiro e das demais
despesas da execução.
§ 2º A carta de arrematação conterá a descrição do imóvel, com remissão à sua matrícula ou indi-
viduação e aos seus registros, a cópia do auto de arrematação e a prova de pagamento do imposto
de transmissão, além da indicação da existência de eventual ônus real ou gravame.
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CPC
Art. 895. O interessado em adquirir o bem penhorado em prestações poderá apresentar, por escrito:
I – até o início do primeiro leilão, proposta de aquisição do bem por valor não inferior ao da avaliação;
II – até o início do segundo leilão, proposta de aquisição do bem por valor que não seja considerado
vil.
§ 1º A proposta conterá, em qualquer hipótese, oferta de pagamento de pelo menos vinte e cinco por
cento do valor do lance à vista e o restante parcelado em até 30 (trinta) meses, garantido por caução
idônea, quando se tratar de móveis, e por hipoteca do próprio bem, quando se tratar de imóveis.
§ 2º As propostas para aquisição em prestações indicarão o prazo, a modalidade, o indexador de
correção monetária e as condições de pagamento do saldo.
CPC
Art. 895. (...)
§ 6º A apresentação da proposta prevista neste artigo não suspende o leilão.
§ 7º A proposta de pagamento do lance à vista sempre prevalecerá sobre as propostas de pagamen-
to parcelado.
CPC
Art. 895. (...)
§ 8º Havendo mais de uma proposta de pagamento parcelado:
I – em diferentes condições, o juiz decidirá pela mais vantajosa, assim compreendida, sempre, a de
maior valor;
II – em iguais condições, o juiz decidirá pela formulada em primeiro lugar.
Se o valor do bem vendido no pagamento parcelado for maior do que o crédito do exe-
quente, as parcelas serão do exequente até o pagamento da dívida trabalhista, sendo que as
parcelas remanescentes pertencerão ao executado.
CPC
Art. 895. (...)
§ 9º No caso de arrematação a prazo, os pagamentos feitos pelo arrematante pertencerão ao exe-
quente até o limite de seu crédito, e os subsequentes, ao executado.
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No caso de o lance vencedor ter sido parcelado e houver inadimplência, haverá consequ-
ência graves para o arrematante que não pagou devidamente as parcelas:
CPC
Art. 895. (...)
§ 4º No caso de atraso no pagamento de qualquer das prestações, incidirá multa de dez por cento
sobre a soma da parcela inadimplida com as parcelas vincendas.
§ 5º O inadimplemento autoriza o exequente a pedir a resolução da arrematação ou promover, em
face do arrematante, a execução do valor devido, devendo ambos os pedidos ser formulados nos
autos da execução em que se deu a arrematação.
No Processo do Trabalho, esse pagamento parcelado é possível, conforme art. 3º, XX, da
Instrução Normativa 39/2016 do TST:
IN 39/2016
Art. 3º Sem prejuízo de outros, aplicam-se ao Processo do Trabalho, em face de omissão e compa-
tibilidade, os preceitos do Código de Processo Civil que regulam os seguintes temas:
XX – art. 895 (pagamento parcelado do lanço);
CPC
Art. 876. É lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior ao da avaliação, requerer que lhe sejam
adjudicados os bens penhorados.
Surge, então, uma questão: e se o crédito do exequente for de valor inferior aos bens pe-
nhorados? E se ocorrer o contrário (o crédito do exequente é muito maior)?
A situação é resolvida claramente pelo art. 876, § 4º, do CPC:
CPC
Art. 876. (...)
§ 4º Se o valor do crédito for:
I – inferior ao dos bens, o requerente da adjudicação depositará de imediato a diferença, que ficará
à disposição do executado;
II – superior ao dos bens, a execução prosseguirá pelo saldo remanescente.
Outro ponto relevante: quando bem já foi levado a leilão e houver um arrematante, o exe-
quente pode adjudicar pelo valor do melhor lance ofertado. O art. 888, § 1º, da CLT aponta:
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CLT
Art. 888. (...)
§ 1º A arrematação far-se-á em dia, hora e lugar anunciados e os bens serão vendidos pelo maior
lance, tendo o exequente preferência para a adjudicação.
Aliás, recorde-se de que, na execução trabalhista, havendo omissão, devem ser aplicadas
as regras de execução dos títulos da Fazenda Pública Federal. Nesse ponto, o art. 24 da Lei
6.830/80 estabelece uma regra que reforça a lógica mostrada:
Lei 6.830/80
Art. 24. A Fazenda Pública poderá adjudicar os bens penhorados:
I – antes do leilão, pelo preço da avaliação, se a execução não for embargada ou se rejeitados os
embargos;
II – findo o leilão:
a) se não houver licitante, pelo preço da avaliação;
b) havendo licitantes, com preferência, em igualdade de condições com a melhor oferta, no prazo
de 30 (trinta) dias.
Assim, antes do leilão ou mesmo depois (caso não haja licitantes), a adjudicação somente
pode ser feita pelo exequente se oferecer o preço da avaliação. Por outro lado, se houver um
arrematante, o exequente pode adjudicar o bem pelo mesmo preço da arrematação, exercendo
seu direito de preferência.
Claro que essa preferência deve ser exercida até assinatura do auto de arrematação, visto
que o auto de arrematação devidamente assinado torna perfeita e acabada a arrematação.
E quais são os outros legitimados para pedir a adjudicação? Veja o art. 876, §§ 5º e
7º, do CPC:
CPC
Art. 876. (...)
§ 5º Idêntico direito pode ser exercido por aqueles indicados no art. 889, incisos II a VIII, pelos cre-
dores concorrentes que hajam penhorado o mesmo bem, pelo cônjuge, pelo companheiro, pelos
descendentes ou pelos ascendentes do executado.
§ 7º No caso de penhora de quota social ou de ação de sociedade anônima fechada realizada em
favor de exequente alheio à sociedade, esta será intimada, ficando responsável por informar aos
sócios a ocorrência da penhora, assegurando-se a estes a preferência.
Claro que, no caso dessas pessoas, o direito de adjudicar deve ser exercido mediante re-
querimento e depósito do valor do bem ou direito que pretendem adjudicar em conta judicial
vinculada ao processo. Assim, o legislador assegura que essas pessoas fiquem com o bem ou
direito, desde que depositem o valor respectivo em juízo.
Se houver mais de um interessado na adjudicação do mesmo bem, o legislador assegurou
uma ordem de preferência:
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CPC
Art. 876. (...)
§ 6º Se houver mais de um pretendente, proceder-se-á a licitação entre eles, tendo preferência, em
caso de igualdade de oferta, o cônjuge, o companheiro, o descendente ou o ascendente, nessa or-
dem.
CPC
Art. 877. Transcorrido o prazo de 5 (cinco) dias, contado da última intimação, e decididas eventuais
questões, o juiz ordenará a lavratura do auto de adjudicação.
§ 1º Considera-se perfeita e acabada a adjudicação com a lavratura e a assinatura do auto pelo
juiz, pelo adjudicatário, pelo escrivão ou chefe de secretaria, e, se estiver presente, pelo executado,
expedindo-se:
I – a carta de adjudicação e o mandado de imissão na posse, quando se tratar de bem imóvel;
II – a ordem de entrega ao adjudicatário, quando se tratar de bem móvel.
§ 2º A carta de adjudicação conterá a descrição do imóvel, com remissão à sua matrícula e aos seus
registros, a cópia do auto de adjudicação e a prova de quitação do imposto de transmissão.
CLT
Art. 888. (...)
§ 3º Não havendo licitante, e não requerendo o exequente a adjudicação dos bens penhorados, po-
derão os mesmos ser vendidos por leiloeiro nomeado pelo Juiz ou Presidente.
CPC
Art. 826. Antes de adjudicados ou alienados os bens, o executado pode, a todo tempo, remir a exe-
cução, pagando ou consignando a importância atualizada da dívida, acrescida de juros, custas e
honorários advocatícios.
Lei 5584/70
Art. 13. Em qualquer hipótese, a remição só será deferível ao executado se este oferecer preço igual
ao valor da condenação.
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É claro que a remição apenas pode ocorrer até a assinatura do auto de arrematação ou do
auto de adjudicação (visto que depois disso, a arrematação e a adjudicação tornam-se perfei-
tas e acabadas).
Apesar de haver menção ao executado, nada impede que um terceiro, interessado ou não,
faça o pagamento de toda dívida:
Entretanto, existe uma regra específica para o bem imóvel que está hipotecado. Nessa
regra especial, basta o depósito do valor do bem e não necessariamente de toda a execução:
CPC
Art. 877. (...)
§ 3º No caso de penhora de bem hipotecado, o executado poderá remi-lo até a assinatura do auto de
adjudicação, oferecendo preço igual ao da avaliação, se não tiver havido licitantes, ou ao do maior
lance oferecido.
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CPC
Art. 903. (...)
§ 1º Ressalvadas outras situações previstas neste Código, a arrematação poderá, no entanto, ser:
I – invalidada, quando realizada por preço vil ou com outro vício;
II – considerada ineficaz, se não observado o disposto no art. 804;
III – resolvida, se não for pago o preço ou se não for prestada a caução.
§ 2º O juiz decidirá acerca das situações referidas no § 1º, se for provocado em até 10 (dez) dias
após o aperfeiçoamento da arrematação.
§ 3º Passado o prazo previsto no § 2º sem que tenha havido alegação de qualquer das situações
previstas no § 1º, será expedida a carta de arrematação e, conforme o caso, a ordem de entrega ou
mandado de imissão na posse.
Se não houver impugnação, será expedida, como visto, o mandado de entrega (quando se
tratar de bens móveis) ou a carta de arrematação (quando se tratar de bens imóveis).
E se o prazo for ultrapassado, o interessado pode ainda fazer suas alegações? A resposta
é positiva, mas é necessário que haja propositura de ação anulatória de arrematação:
CPC
Art. 903. (...)
§ 4º Após a expedição da carta de arrematação ou da ordem de entrega, a invalidação da arre-
matação poderá ser pleiteada por ação autônoma, em cujo processo o arrematante figurará como
litisconsorte necessário.
O TST entende que o prazo para a propositura dessa demanda é de 2 anos, aplicando o art.
179 do Código Civil:
CC
Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleite-
ar-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.
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Quanto à impugnação à adjudicação, ela deve ser apresentada antes da assinatura do auto
de adjudicação, por força do art. 877, caput, do CPC:
CPC
Art. 877. Transcorrido o prazo de 5 (cinco) dias, contado da última intimação, e decididas eventuais
questões, o juiz ordenará a lavratura do auto de adjudicação.
Essa parte em que se menciona “decididas eventuais questões” refere-se inclusive ao jul-
gamento de eventual impugnação à adjudicação.
A decisão do juiz sobre a impugnação desafia agravo de petição.
CPC
Art. 903. (...)
§ 5º O arrematante poderá desistir da arrematação, sendo-lhe imediatamente devolvido o depósito
que tiver feito:
I – se provar, nos 10 (dez) dias seguintes, a existência de ônus real ou gravame não mencionado no
edital;
II – se, antes de expedida a carta de arrematação ou a ordem de entrega, o executado alegar alguma
das situações previstas no § 1º;
III – uma vez citado para responder a ação autônoma de que trata o § 4º deste artigo, desde que
apresente a desistência no prazo de que dispõe para responder a essa ação.
3. Embargos de Terceiro
3.1. Generalidades
Trata-se de ação de conhecimento incidental proposta por terceiro que teve seus bens
atingidos por ato judicial ou cujos bens estão sob risco iminente de serem afetados. Busca-se
livrar o bem da medida judicial aplicada.
Assim, por exemplo, no curso da execução, se houver uma penhora de um bem que se
acreditava ser do executado, mas, na verdade, era de terceiro (pessoa alheia à execução), pode
esse terceiro ajuizar embargos.
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Execução Trabalhista – Parte II
Gervásio Meireles
Dizemos ser demanda incidental porque ela ocorre quando existe um outro processo em
curso no qual o bem foi atingido ou está sob o risco de o ser.
A matéria não se encontra no texto celetista, mas no art. 674 e seguintes do CPC:
CPC
Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre
bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer
seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro.
CPC
Art. 674. (...)
§ 1º Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor.
Além disso, pode ainda ser considerado terceiro legitimado para os embargos aqueles des-
critos no art. 674, § 2º, do CPC:
CPC
Art. 674. (...)
§ 2º Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos:
I – o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação, ressal-
vado o disposto no art. 843;
II – o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da alienação
realizada em fraude à execução;
III – quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade
jurídica, de cujo incidente não fez parte;
IV – o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real de garantia,
caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios respectivos.
No primeiro caso (art. 674, § 2º, I, do CPC), imagine que valores tenham sido penhorados
em uma execução contra João. Todavia, a sua esposa entende que metade desse dinheiro lhe
pertence, razão pela qual embarga de terceiro.
A ressalva ao art. 843 do CPC decorre do fato de que, se o bem penhorado for indivisível,
haverá alienação de todo o bem na hasta pública, sendo que a meação recairá sobre o produto
da venda. Assim, o juiz verifica qual era o valor equivalente à meação antes hasta e, após a arre-
matação assegura que aquele valor seja entregue ao cônjuge ou companheiro não executado:
CPC
Art. 843. Tratando-se de penhora de bem indivisível, o equivalente à quota-parte do coproprietário
ou do cônjuge alheio à execução recairá sobre o produto da alienação do bem.
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E se o valor da venda não for suficiente para pagar a meação do cônjuge ou companhei-
ro não executado? Nesse caso, o juiz não vai admitir a alienação, não assinando o auto de
arrematação:
CPC
Art. 843. (...)
§ 2º Não será levada a efeito expropriação por preço inferior ao da avaliação na qual o valor auferido
seja incapaz de garantir, ao coproprietário ou ao cônjuge alheio à execução, o correspondente à sua
quota-parte calculado sobre o valor da avaliação.
No segundo caso (art. 674, § 2º, II, do CPC), pense em uma execução em que, no seu curso,
o executado vende um bem móvel para Joaquim (terceiro). O juiz, então, considera que houve
fraude à execução, visto que não sobraram outros bens a serem executados, e determina pe-
nhora do móvel. O adquirente ajuíza embargos de terceiro para impugnar a fraude reconhecida.
No terceiro caso (art. 674, § 2º, III, do CPC), o juiz, diante da inexistência de bens da
pessoa jurídica, desconsidera a personalidade jurídica e volta execução contra o sócio Luís,
mediante o incidente de desconsideração da personalidade jurídica na forma do art. 133 e se-
guintes do CPC. Todavia, acaba sendo penhorado o bem da sócia Mariana, que não fez parte
do incidente e não foi, portanto, incluída na execução. Nessa hipótese, pode Mariana ajuizar
embargos de terceiro.
No quarto caso (art. 674, § 2º, IV, do CPC), na execução foi penhorado e vendido em leilão
judicial um imóvel sobre o qual havia hipoteca, sendo que o credor hipotecário (banco, por
exemplo) não foi intimado da penhora. Pode esse credor entrar com embargos de terceiro.
Um outro caso que é admitido na jurisprudência decorre da posse oriunda de compromisso
de compra e venda de imóvel, ainda que não tenha sido registrado esse compromisso.
Imagine, por exemplo, que o executado assinou um compromisso de compra e venda de
um imóvel para um terceiro, sendo que esse terceiro está pagando as parcelas assumidas
na condição de promitente comprador. Como imóvel ainda consta em nome do promitente
vendedor (ora executado), a penhora recaiu sobre esse bem. Pode esse terceiro (promitente
comprador) ajuizar embargos de terceiro. Leia a Súmula 84 do STJ:
Súmula 84 do STJ
É admissível a oposição de embargos de terceiro fundados em alegação de posse advinda
do compromisso de compra e venda de imóvel, ainda que desprovido do registro.
CPC
Art. 675. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento en-
quanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de
execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arre-
matação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.
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3.2. Procedimento
Os embargos de terceiro, sendo uma ação, tem início com a petição inicial:
CPC
Art. 677. Na petição inicial, o embargante fará a prova sumária de sua posse ou de seu domínio e da
qualidade de terceiro, oferecendo documentos e rol de testemunhas.
§ 1º É facultada a prova da posse em audiência preliminar designada pelo juiz.
CPC
Art. 676. Os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo que ordenou a constrição e au-
tuados em apartado.
Os embargados, no caso de o ato ter sido realizado na execução, serão o exequente (bene-
ficiado pelo ato) e executado se foi ele quem indicou o bem para penhora:
CPC
Art. 677. (...)
§ 4º Será legitimado passivo o sujeito a quem o ato de constrição aproveita, assim como o será seu
adversário no processo principal quando for sua a indicação do bem para a constrição judicial.
CPC
Art. 677. (...)
§ 3º A citação será pessoal, se o embargado não tiver procurador constituído nos autos da ação
principal.
Art. 679. Os embargos poderão ser contestados no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual se seguirá
o procedimento comum.
Vale lembrar de que, se convencendo o juiz de que existe risco para o direito do terceiro,
pode ele determinar, em liminar e enquanto o processo de embargos tramita, a suspensão dos
atos em relação àquele bem e até mesmo a manutenção ou a reintegração da posse:
CPC
Art. 678. A decisão que reconhecer suficientemente provado o domínio ou a posse determinará a
suspensão das medidas constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos embargos, bem como a
manutenção ou a reintegração provisória da posse, se o embargante a houver requerido.
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CPC
Art. 681. Acolhido o pedido inicial, o ato de constrição judicial indevida será cancelado, com o reco-
nhecimento do domínio, da manutenção da posse ou da reintegração definitiva do bem ou do direito
ao embargante.
Aqui vale um registro: pode ocorrer de a execução estar sendo realizada por carta preca-
tória e, nessa execução, ocorrer ato que atinja bem de terceiro (ex. penhora). Qual seria o local
para se ajuizar os embargos de terceiro? No juízo deprecante (que expediu a carta) ou no juízo
deprecado (que está cumprindo a carta)? O legislador processual civil fixou uma regra:
CPC
Art. 676. (...)
Parágrafo único. Nos casos de ato de constrição realizado por carta, os embargos serão oferecidos
no juízo deprecado, salvo se indicado pelo juízo deprecante o bem constrito ou se já devolvida a
carta.
Os embargos serão apresentados no juízo deprecado, exceto se o bem atingido foi indi-
cado pelo deprecante ou se a carta já foi devolvida, quando então o juízo deprecante é quem
receberá e julgará esses embargos.
Aliás, o Tribunal Superior do Trabalho inclusive editou a Súmula 419 no mesmo sentido:
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Na execução trabalhista por carta precatória, se indicado pelo juízo deprecante o bem cons-
trito ou se já devolvida a carta, os embargos de terceiro serão oferecidos no juízo deprecante.
4. Fraude à Execução
As hipóteses de fraude à execução constam expressamente na lei. No âmbito do CPC,
existem diversas hipóteses.
As alienações de bens são consideradas fraude à execução na forma do art. 792 do CPC:
CPC
Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução:
I – quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão reipersecutória,
desde que a pendência do processo tenha sido averbada no respectivo registro público, se houver;
II – quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de execução, na forma
do art. 828;
III – quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de constrição
judicial originário do processo onde foi arguida a fraude;
IV – quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação capaz de
reduzi-lo à insolvência;
V – nos demais casos expressos em lei.
§ 1º A alienação em fraude à execução é ineficaz em relação ao exequente.
O caso do inciso do art. 792, I, do CPC não possui relação com o Processo do Trabalho.
Imagine que existe uma ação cível discutindo a propriedade do bem e a existência dessa ação
esteja averbada no registro público de Imóveis. Se a pessoa apontada como proprietária alie-
nar esse bem e posteriormente perder a ação judicial, então essa alienação é tida como fraude
à execução.
Na hipótese do art. 792, II, do CPC, haverá fraude à execução se ocorreu averbação premo-
nitória e o executado vendeu o bem após essa averbação. O que seria a averbação premonitó-
ria? Veja o disposto no art. 828, caput e § 1º, do CPC:
CPC
Art. 828. O exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida pelo juiz, com identifi-
cação das partes e do valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, de veículos ou
de outros bens sujeitos a penhora, arresto ou indisponibilidade.
§ 1º No prazo de 10 (dez) dias de sua concretização, o exequente deverá comunicar ao juízo as
averbações efetivadas.
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Assim, o exequente pode obter uma certidão de que a execução foi iniciada e averbar a
existência dessa execução em relação a imóvel (no Registro de Imóveis), a veículo (no Detran)
ou de outros bens que possuam registros ou cadastros públicos.
Essa averbação torna pública a existência da execução, permitindo que o eventual terceiro
adquirente saiba do risco que está correndo quando compra esse bem:
CPC
Art. 799. Incumbe ainda ao exequente:
IX – proceder à averbação em registro público do ato de propositura da execução e dos atos de
constrição realizados, para conhecimento de terceiros.
Se o bem for alienado após essa averbação, então haverá fraude à execução:
CPC
Art. 828. (...)
§ 4º Presume-se em fraude à execução a alienação ou a oneração de bens efetuada após a averba-
ção.
Quanto ao art. 792, III, do CPC, se houver sido formalizada a hipoteca judiciária sobre o
bem no Registro de Imóveis e esse bem for vendido a terceiro, então o terceiro tinha plena
ciência do gravame. Logo, haverá fraude à execução. E o que seria essa hipoteca judiciária?
Trata-se de previsão do art. 495 do CPC que foi examinada no capítulo sobre sentença.
A grande polêmica envolve o art. 792, IV, do CPC. O que seria uma ação capaz de reduzi-lo
à insolvência? Poderia ser uma mera ação de conhecimento contra a empresa? Teria que haver
uma execução em curso? Ou teria que haver a penhora de um bem devidamente registrada?
O Superior Tribunal de Justiça entende que a presunção de fraude à execução ocorre se
houve registro da penhora antes da alienação do bem, exceto se ficar provada a má-fé do ter-
ceiro adquirente. Observe a Súmula 375 do STJ:
Logo, sem o devido registro da penhora, somente quando comprovada a má-fé do terceiro
adquirente (que sabia da execução, mas dolosamente decidiu prosseguir com o negócio, com-
pactuando com a má-fé do devedor) é que se pode falar e fraude à execução. O TST segue a
mesma linha:
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No que tange especificamente a imóveis, essa lógica é confirmada pelo art. 54 da Lei
13.097/15, cuja finalidade foi dar mais segurança às transações imobiliárias em relação aos
terceiros de boa-fé:
Lei 13.097/15
Art. 54. Os negócios jurídicos que tenham por fim constituir, transferir ou modificar direitos reais so-
bre imóveis são eficazes em relação a atos jurídicos precedentes, nas hipóteses em que não tenham
sido registradas ou averbadas na matrícula do imóvel as seguintes informações:
I – registro de citação de ações reais ou pessoais reipersecutórias;
II – averbação, por solicitação do interessado, de constrição judicial, do ajuizamento de ação de exe-
cução ou de fase de cumprimento de sentença, procedendo-se nos termos previstos do art. 615-A
da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil;
III – averbação de restrição administrativa ou convencional ao gozo de direitos registrados, de indis-
ponibilidade ou de outros ônus quando previstos em lei; e
IV – averbação, mediante decisão judicial, da existência de outro tipo de ação cujos resultados ou
responsabilidade patrimonial possam reduzir seu proprietário à insolvência, nos termos do inciso II
do art. 593 da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil.
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Parágrafo único. Não poderão ser opostas situações jurídicas não constantes da matrícula no Re-
gistro de Imóveis, inclusive para fins de evicção, ao terceiro de boa-fé que adquirir ou receber em
garantia direitos reais sobre o imóvel, ressalvados o disposto nos arts. 129 e 130 da Lei n. 11.101,
de 9 de fevereiro de 2005, e as hipóteses de aquisição e extinção da propriedade que independam
de registro de título de imóvel.
No entanto, no caso da grande maioria dos bens móveis, não existe um registro ou cadas-
tro público. Então, como definir a boa-fé de terceiro? O art. 828, § 2º, do CPC especifica medi-
das que demonstrariam a boa-fé do terceiro adquirente:
CPC
Art. 828. (...)
§ 2º No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o terceiro adquirente tem o ônus de provar
que adotou as cautelas necessárias para a aquisição, mediante a exibição das certidões pertinen-
tes, obtidas no domicílio do vendedor e no local onde se encontra o bem.
Se o terceiro tirou todas as certidões e não constatou nenhum risco, então não se pode
falar em fraude à execução.
Outra hipótese de fraude à execução pode ser vista no art. 137 do CPC, que versa sobre
desconsideração da personalidade jurídica. A norma é clara ao indicar que a alienação opera-
da pelo sócio configura fraude:
CPC
Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em
fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente.
Aliás, o art. 792, V, do CPC autoriza que haja outras hipóteses de fraude à execução.
Ressalte-se que, quando ocorre fraude à execução, a alienação é considerada ineficaz em
relação ao credor:
CPC
Art. 792. (...)
§ 1º A alienação em fraude à execução é ineficaz em relação ao exequente.
Isso significa que o juiz pode, no processo executivo, declarar ineficácia da alienação, de-
terminando a penhora do bem alienado nos mesmos autos. Não é necessário que haja uma
ação de conhecimento separada para tanto.
E quando ocorre alienação em fraude contra credores? A fraude contra credores não se
confunde com fraude à execução e pressupõe processo de conhecimento específico, qual seja
a ação pauliana. No entanto, a Justiça do Trabalho não é competente para a ação pauliana:
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de alienação de bem imóvel, negócio jurídico bilateral, praticado em fraude contra credo-
res, com o objetivo de resguardar bens para o pagamento de créditos trabalhistas supos-
tamente devidos, não está inserido na competência desta Justiça Especializada, por
não se tratar de controvérsia decorrente de relação de trabalho. Precedentes. Recurso
de Revista não conhecido. (RR – 1068-21.2016.5.09.0657, Relatora Ministra: Maria de
Assis Calsing, Data de Julgamento: 07/03/2018, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT
09/03/2018)
Um ponto muito comum envolve alegação de fraude à execução quando sócio vende um
bem próprio antes mesmo de haver redirecionamento da execução trabalhista contra ele. Nes-
se caso, como não houve sequer redirecionamento do feito executivo para o sócio, não há que
se falar em fraude à execução, sobretudo se não for evidenciada qualquer má-fé do terceiro
adquirente. Veja esse julgado do TST:
CPC
Art. 774. Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta comissiva ou omissiva do exe-
cutado que:
I – frauda a execução;
II – se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos;
III – dificulta ou embaraça a realização da penhora;
IV – resiste injustificadamente às ordens judiciais;
V – intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora e os respectivos
valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus.
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O juiz, diante dessas ocorrências, adverte a parte de que sua conduta configura ato atenta-
tório, de maneira a fazer com que a parte voluntariamente cesse essa atividade nociva:
CPC
Art. 772. O juiz pode, em qualquer momento do processo:
II – advertir o executado de que seu procedimento constitui ato atentatório à dignidade da justiça;
CPC
Art. 774. (...)
Parágrafo único. Nos casos previstos neste artigo, o juiz fixará multa em montante não superior
a vinte por cento do valor atualizado do débito em execução, a qual será revertida em proveito do
exequente, exigível nos próprios autos do processo, sem prejuízo de outras sanções de natureza
processual ou material.
6. Extinção da Execução
A execução pode ser extinta por diversos fundamentos. O legislador explicitou diversos
motivos no art. 924 do CPC:
CPC
Art. 924. Extingue-se a execução quando:
I – a petição inicial for indeferida;
II – a obrigação for satisfeita;
III – o executado obtiver, por qualquer outro meio, a extinção total da dívida;
IV – o exequente renunciar ao crédito;
V – ocorrer a prescrição intercorrente.
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No que tange ao inciso IV, poderia o empregador que venceu uma ação de indenização por
danos materiais causados pelo empregado renunciar seu crédito.
O último inciso refere-se à prescrição intercorrente, cuja matéria foi analisada no capítulo
sobre prescrição.
Claro que esse rol é meramente exemplificativo, uma vez que existem outras situações
que permitem a extinção da execução, como ocorre por exemplo com a nulidade da citação do
processo de conhecimento, a ilegitimidade da parte etc.
A execução é extinta através de uma sentença:
CPC
Art. 925. A extinção só produz efeito quando declarada por sentença.
CC
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I – a União;
II – os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III – os Municípios;
IV – as autarquias, inclusive as associações públicas;
V – as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Assim, quando se menciona Fazenda Pública, trata-se dos entes públicos da Administra-
ção Direta (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) e determinadas entidades da Admi-
nistração Indireta (Autarquias e demais entidades de caráter público criadas por lei). Exemplo
de demais entidades de caráter público criadas por lei seria a Fundação Pública de Direito
Público (ex.: UnB – Fundação Universidade de Brasília – FUB).
Passa-se, então, aos títulos executivos. Como já estudamos, existem dois tipos de títulos
executivos, os judiciais e os extrajudiciais.
Quanto aos títulos executivos extrajudiciais, não se verifica, na prática processual trabalhis-
ta, tais entidades/entes assinando termo de conciliação na Comissão de Conciliação Prévia,
nota promissória ou cheque.
Entretanto, ainda resta a possibilidade de Termo de Ajustamento de Conduta assinado pe-
rante o Ministério Público do Trabalho. Um Município, por exemplo, pode assinar esse termo
para adequar sua conduta, a qual estava irregular no que se refere às relações de trabalho.
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No que tange ao título executivo judicial, este certamente é o título mais comum no Pro-
cesso do Trabalho contra a Fazenda Pública. Como se sabe, as sentenças e acórdãos conde-
natórios são bastante comuns.
Outro ponto deve ser analisado: a natureza da obrigação assumida ou imposta à Fazen-
da Pública.
Se a obrigação é de fazer, não fazer ou de entregar algo, a execução segue um procedi-
mento. Se a obrigação imposta for de pagar, a execução terá uma sistemática diferente. Vere-
mos mais adiante nos tópicos apropriados.
E quais são as regras aplicáveis na execução de valores contra a Fazenda Pública na Jus-
tiça do Trabalho?
Em primeiro lugar, registre-se que há uma regra geral de qualquer execução de crédito tra-
balhista no art. 889 da CLT:
CLT
Art. 889. Aos trâmites e incidentes do processo da execução são aplicáveis, naquilo em que não
contravierem ao presente Título, os preceitos que regem o processo dos executivos fiscais para a
cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública Federal.
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Por exemplo, imagine que um empregado público da União tenha sido dispensado quando
ainda estava doente. Sabemos que um dos pressupostos para se promover uma rescisão váli-
da é a aptidão física do empregado. Logo, pode o trabalhador mover uma ação para pedir o re-
conhecimento da nulidade da dispensa e consequente reintegração no emprego. Suponha que
o juiz defira seu pedido na sentença e fixe prazo de 10 dias para a reintegração ser efetivada.
Diante dessa obrigação de fazer, será a União citada para cumprir a obrigação no prazo fixado,
sem prejuízo de poder embargar a execução no prazo de cinco dias contados da citação.
Apenas para relembrar, veja o art. 880, caput, da CLT:
CLT
Art. 880. Requerida a execução, o juiz ou presidente do tribunal mandará expedir mandado de cita-
ção do executado, a fim de que cumpra a decisão ou o acordo no prazo, pelo modo e sob as comi-
nações estabelecidas ou (...)
É possível a execução provisória de obrigações de fazer, não fazer ou entregar, o que, por
evidente, em nada se relaciona com o regime de precatórios. Leia a Tese do Tema 45 da Lista
de Repercussão Geral:
Quanto às matérias passíveis de alegação nos embargos a execução, veremos mais adiante.
Se o crédito for considerado como pequeno valor, a Fazenda Pública pagará através de
requisição de pequeno valor.
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a) Generalidades
CF
Art. 100. (...)
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos
pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas
devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado.
Em primeiro lugar, é necessário entender o conceito de pequeno valor. Nesse particular, leia
o disposto no art. 100, § 4º, da Constituição Federal:
CF
Art. 100. (...)
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às enti-
dades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao
valor do maior benefício do regime geral de previdência social.
Assim, cada ente público (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) pode estipular, por lei,
o valor limite para ser considerado pequeno valor, desde que o valor não seja inferior à quantia
do maior benefício pago no regime geral da previdência. Isso, quer dizer, que o valor do maior
benefício pago pelo INSS será o mínimo a ser considerado pela lei federal, estadual, distrital ou
municipal que vier a ser editada.
Enquanto não for editada essa lei pelo ente público respectivo, devemos seguir o disposto
no art. 87 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias:
ADCT
Art. 87. Para efeito do que dispõem o § 3º do art. 100 da Constituição Federal e o art. 78 deste Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias serão considerados de pequeno valor, até que se dê a
publicação oficial das respectivas leis definidoras pelos entes da Federação, observado o disposto
no § 4º do art. 100 da Constituição Federal, os débitos ou obrigações consignados em precatório
judiciário, que tenham valor igual ou inferior a:
I – quarenta salários-mínimos, perante a Fazenda dos Estados e do Distrito Federal;
II – trinta salários-mínimos, perante a Fazenda dos Municípios.
Logo, se não houver lei estadual ou distrital, o limite máximo para pequeno valor será de
40 salários-mínimos para os Estados e o Distrito Federal.
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No caso dos Municípios, se não houver lei municipal apontando valor diverso, serão 30
salários-mínimos.
Quanto à União, o limite é 60 salários-mínimos, conforme art. 17, § 1º, da Lei 10.259/01:
Lei 10.259/01
Art. 17. (...)
§ 1º Para os efeitos do § 3º do art. 100 da Constituição Federal, as obrigações ali definidas como de
pequeno valor, a serem pagas independentemente de precatório, terão como limite o mesmo valor
estabelecido nesta Lei para a competência do Juizado Especial Federal Cível (art. 3º, caput).
Art. 3º Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar e julgar causas de compe-
tência da Justiça Federal até o valor de sessenta salários mínimos, bem como executar as suas
sentenças.
ADCT
Art. 87. (...)
Parágrafo único. Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido neste artigo, o pagamento far-
-se-á, sempre, por meio de precatório, sendo facultada à parte exequente a renúncia ao crédito do
valor excedente, para que possa optar pelo pagamento do saldo sem o precatório, da forma prevista
no § 3º do art. 100.
b) Procedimento
A Fazenda Pública será citada para, querendo, apresentar embargos à execução no prazo
legal. Se não forem apresentados embargos à execução ou se os embargos forem rejeitados,
então a Fazenda Pública receberá uma requisição (ordem) para pagamento no prazo de 2 me-
ses. O art. 535, § 3º, II do CPC esclarece:
CPC
Art. 535. (...)
§ 3º Não impugnada a execução ou rejeitadas as arguições da executada:
II – por ordem do juiz, dirigida à autoridade na pessoa de quem o ente público foi citado para o
processo, o pagamento de obrigação de pequeno valor será realizado no prazo de 2 (dois) meses
contado da entrega da requisição, mediante depósito na agência de banco oficial mais próxima da
residência do exequente.
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§ 1º Considerar-se-á obrigação de pequeno valor aquela definida em lei da entidade federativa deve-
dora, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social.
§ 2º Inexistindo lei, ou em caso de não observância do disposto no § 4º do art. 100 da Constituição
Federal, considerar-se-á como obrigação de pequeno valor:
I – 60 (sessenta) salários-mínimos, se devedora a fazenda federal;
II – 40 (quarenta) salários-mínimos, se devedora a fazenda estadual ou distrital; e
III – 30 (trinta) salários-mínimos, se devedora a fazenda municipal.
§ 3º Os valores definidos nos termos dos §§ 1º e 2º deste artigo observarão a data do trânsito em
julgado da fase de conhecimento.
O pagamento deve ser feito em conta bancária. Realizado o pagamento, o juiz intimará o
exequente para levantamento dos valores ou promoverá a transferência para uma conta indi-
cada pelo exequente.
Surge, então, uma dúvida: e se os embargos à execução da Fazenda Pública forem par-
ciais? Em outras palavras: e se a Fazenda Pública estiver, nos embargos, questionando apenas
parte dos valores da execução e não ela inteiramente?
Nesse caso, pode o juiz tocar a execução em relação à parte não impugnada e que não será
afetada pelo julgamento dos embargos, promovendo a expedição da ordem (requisição) para
pagamento em dois meses da parte incontroversa. Leia o art. 535, § 4º, do CPC:
CPC
Art. 535. (...)
§ 4º Tratando-se de impugnação parcial, a parte não questionada pela executada será, desde logo,
objeto de cumprimento.
No caso de não ocorrer o pagamento no prazo de 2 meses, o Poder Judiciário está autori-
zado a promover o sequestro de dinheiro nas contas da Fazenda Pública, isto é, determinar o
bloqueio e a transferência de forma compulsória. Nessa direção segue o art. 17, § 2º, da Lei
10.259/01:
Lei 10.259/01
Art. 17. (...)
§ 2º Desatendida a requisição judicial, o Juiz determinará o sequestro do numerário suficiente ao
cumprimento da decisão.
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A realização de sequestro nas hipóteses de créditos de pequeno valor não ostenta qual-
quer ilegalidade. Veja a Orientação Jurisprudencial 1 do Tribunal Pleno/Órgão Especial:
OJ 1 do TP/OE
PRECATÓRIO. CRÉDITO TRABALHISTA. PEQUENO VALOR. EMENDA CONSTITUCIONAL
N. 37/2002 (DJ 09.12.2003)
Há dispensa da expedição de precatório, na forma do art. 100, § 3º, da CF/1988, quando
a execução contra a Fazenda Pública não exceder os valores definidos, provisoriamente,
pela Emenda Constitucional n. 37/2002, como obrigações de pequeno valor, inexistindo
ilegalidade, sob esse prisma, na determinação de sequestro da quantia devida pelo ente
público.
c) Pluralidade de Credores
Quando existe um litisconsórcio ativo (várias pessoas como autoras de uma ação), será
que os valores devem ser considerados em relação a cada um para se falar em precatório ou
requisição de pequeno valor? Ou se deve considerar o valor total de todos os exequentes?
Imagine que João, Maria, Joaquim e Suze, empregados públicos, ajuizaram ação trabalhis-
ta contra a União e obtiveram uma condenação no valor total de 100 vezes o salário mínimo.
Entretanto, considerando o crédito individual, todos teriam direito a valores inferiores a 60 sa-
lários mínimos, exceto Suze, cujo crédito seria cerca de 65 salários mínimos.
Nesse quadro, atualmente, deve-se considerar cada crédito individualmente e não a soma
dos créditos dos litisconsortes. Logo, no exemplo, o crédito de Suze seria a única a ser paga
por precatório, ao passo que os créditos de João, Maria e Joaquim seriam pagos como de
pequeno valor.
O Supremo Tribunal Federal deixou clara a necessidade de considerar o crédito individua-
lizado quando emitiu o seguinte julgado com força de precedente vinculante:
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OJ 9 do TP/OE
PRECATÓRIO. PEQUENO VALOR. INDIVIDUALIZAÇÃO DO CRÉDITO APURADO. RECLA-
MAÇÃO TRABALHISTA PLÚRIMA. EXECUÇÃO DIRETA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA.
POSSIBILIDADE (DJ 25.04.2007)
Tratando-se de reclamações trabalhistas plúrimas, a aferição do que vem a ser obriga-
ção de pequeno valor, para efeito de dispensa de formação de precatório e aplicação do
disposto no § 3º do art. 100 da CF/88, deve ser realizada considerando-se os créditos de
cada reclamante.
IN 32/2007 do TST
Art. 7º Na hipótese de reclamação plúrima será considerado o valor devido a cada litis-
consorte, expedindo-se, simultaneamente, se for o caso:
a) requisições de pequeno valor em favor dos exequentes cujos créditos não ultrapassam
os limites definidos no art. 3º desta Instrução; e
b) requisições mediante precatório para os demais credores.
O TST aplica essa mesma lógica inclusive quando existe uma substituição processual.
Imagine que o sindicato (representando 1000 empregados públicos) ajuíza ação trabalhis-
ta contra uma autarquia e consegue a condenação em verbas trabalhistas em favor dos empre-
gados substituídos. Na execução, deve-se considerar, para fins de verificar se será precatório
ou pequeno valor, o crédito de cada um dos substituídos (cada um dos trabalhadores). Veja:
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Logo, essa premissa não afronta o art. 100, § 8º, da Constituição Federal que impede o
fracionamento do precatório. Essa norma constitucional não permite que parte seja pago em
requisição de pequeno valor e parte seja pago em precatório. A consideração do valor de cada
credor não vulnera essa regra. Essa regra aplica-se ao mesmo credor:
CF
Art. 100. (..)
§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor pago, bem
como o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de enquadramento de
parcela do total ao que dispõe o § 3º deste artigo.
7.3.2. Precatório
Se o crédito for superior ao considerado como pequeno valor, a Fazenda Pública pagará
através de precatório.
a) Generalidades
Precatório é uma requisição do Poder Judiciário para que um ente público ou uma entidade
de direito público pague uma dívida em um prazo fixado constitucionalmente.
O pagamento do precatório segue uma ordem cronológica, isto é, uma fila cuja posição
depende da época de apresentação do precatório. Leia o art. 100, caput, da CF:
CF
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais,
em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação
dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas
nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
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Essa mesma lógica pode ser vista no art. 1º, caput, da Instrução Normativa 32/2007 do
Tribunal Superior do Trabalho:
IN 32/2007 do TST
Art. 1º Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estadual, Distrital ou Municipal,
em virtude de sentença judicial transitada em julgado, serão realizados exclusivamente na ordem de
apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, na forma da lei.
Na verdade, existem basicamente duas filas de precatórios na prática: a fila dos precató-
rios convencionais e a fila dos precatórios alimentares. Esses últimos envolvem apenas crédi-
tos de natureza alimentar, conforme se extrai do art. 100, § 1º, da CF:
CF
Art. 100. (...)
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimen-
tos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por
morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transita-
da em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles
referidos no § 2º deste artigo.
Esse crédito alimentar é considerado preferencial, nos termos do art. 2º, II, da Resolução
303/2019 do Conselho Nacional de Justiça:
Note que existe uma ressalva no final do art. 100, § 1º, da CF. Os créditos de natureza ali-
mentícia são pagos com preferência na ordem em que forem apresentados, apenas perdendo
para os créditos também de natureza alimentícia, mas ainda mais especiais, indicados no art.
100, § 2º, da CF:
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CF
Art. 100. (...)
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por sucessão hereditária, te-
nham 60 (sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas com defici-
ência, assim definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos,
até o valor equivalente ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido
o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de
apresentação do precatório.
E quem seria esse idoso, pessoa com deficiência ou portador de doença grave a que se
refere a norma? A resolução do CNJ esclarece:
Assim, por exemplo, se houver um idoso titular de um crédito de natureza alimentar, esse
idoso receberá com prioridade, respeitado o limite de até 3 vezes a quantia que a Fazenda
Pública considera como pequeno valor.
Essa importância de até 3 vezes a quantia do pequeno valor será paga por meio de preca-
tório? A resposta seria negativa, de acordo com a redação anterior da Resolução 303 do CNJ.
Pela Resolução, na redação anterior, seria expedida uma requisição judicial, inclusive com pos-
sibilidade de sequestro se não houver o pagamento:
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em lei como obrigação de pequeno valor, admitido o fracionamento do valor da execução para essa
finalidade.
§ 1º A solicitação será apresentada ao juízo da execução devidamente instruída com a prova da
idade, da moléstia grave ou da deficiência do beneficiário.
§ 2º Sobre o pleito será ouvida a parte requerida ou executada, no prazo de cinco dias.
§ 3º Deferido o pedido, o juízo da execução expedirá a requisição judicial de pagamento, distinta de
precatório, necessária à integral liquidação da parcela superpreferencial, limitada ao valor apontado
no caput deste artigo.
§ 4º A expedição e pagamento da requisição judicial de que trata o § 3º deste artigo observará o
disposto no art. 47 e seguintes desta Resolução, no art. 17 da Lei no 10.259, de 12 de julho de 2011,
no art. 13, inciso I, da Lei no 12.153, de 22 de dezembro de 2009, e no art. 535, § 3º, inciso II, do
Código de Processo Civil.
Art. 10. Desatendida a requisição judicial de que trata esta Seção, o juiz determinará de ofício o
sequestro do numerário suficiente ao cumprimento da decisão, dispensada a audiência da entidade
devedora.
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“4. O Tribunal de origem assentou ser possível o ‘pagamento fracionado da parcela supra-
preferencial’ (fl. 3, e-doc. 9). O acórdão recorrido divergiu da jurisprudência deste Supremo
Tribunal no sentido de que, na lista preferencial prevista no § 2º do art. 100 da Consti-
tuição da República, autoriza-se o pagamento por precatório preferencial, mas esse
pagamento não se realiza imediatamente por Requisição de Pequeno Valor – RPV (ADI
n. 4.357, Redator para o acórdão o Ministro Luiz Fux, Plenário, DJe 26.9.2014). (...) Nessa
linha jurisprudencial, sucessivas decisões monocráticas deste Supremo Tribunal reco-
nheceram ser vedado o fracionamento da execução pecuniária contra o Instituto Nacio-
nal do Seguro Social – INSS para pagamento de crédito superpreferencial por Requisição
de Pequeno Valor – RPV, por exemplo: Recurso Extraordinário n. 1.319.330, de minha
relatoria, DJe 5.5.2021; Recurso Extraordinário n. 1.300.635, Relator o Ministro Alexan-
dre de Moraes, DJe 17.12.2020; Recurso Extraordinário n. 1.310.690, Relator o Ministro
Ricardo Lewandowski, DJe 9.3.2021; Recurso Extraordinário n. 1.300.190, Relator o Minis-
tro Marco Aurélio, DJe 27.4.2021; Recurso Extraordinário n. 1.306.206, Relator o Minis-
tro Edson Fachin. DJe 9.4.2021; Recurso Extraordinário n. 1.293.528, Relator o Ministro
Roberto Barroso, DJe 5.4.2021, e Recurso Extraordinário n. 1.303.054, Relator o Ministro
Nunes Marques, DJe 20.4.2021. (...) Pelo exposto, dou provimento ao recurso extraordi-
nário (...) para determinar que o pagamento seja realizado por precatório, observada a
preferência prevista no § 2º do art. 100 da Constituição da República.” (RE 1321183, Min.
Rel. Cármen Lúcia, Julgamento: 14/05/2021, Publicação: 25/05/2021)
Ressalte-se que a liminar proferida na ADI 6556 MC foi referendada pelo Pleno do STF:
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Diante dessa posição do STF, houve alteração do art. 9º da Resolução 303 e revogação do
art. 10, conforme se observa:
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Por outro lado, a questão ainda não é definitiva. Isso porque, além de ADI ainda não ter sido
ainda julgada no mérito, houve o reconhecimento de repercussão geral sobre o assunto. Veja o
Tema 1.156 da Lista de Repercussão Geral, cujo mérito ainda não foi julgado:
Vamos continuar. E se o crédito do idoso for ainda maior do que o limite do crédito super-
preferencial? Nessa situação, pode o seu valor ser fracionado de maneira a ser pago o limite
máximo (triplo do que é considerado pequeno valor) e o restante segue a fila normal de preca-
tórios alimentares (preferenciais). Veja o disposto na Resolução do CNJ:
Ressalte-se que não pode haver pagamento da parcela superpreferencial por mais
de uma vez:
b) Procedimento
A Fazenda Pública será citada para, querendo, apresente embargos à execução no prazo le-
gal (30 dias). Se não forem apresentados embargos à execução ou se os mesmos forem rejei-
tados, a decisão sobre o valor devido transita em julgado e, então, será expedido um ofício pre-
catório dirigido ao Presidente do Tribunal Regional do Trabalho. Leia o art. 535, § 3º, do CPC:
CPC
Art. 535. (...)
§ 3º Não impugnada a execução ou rejeitadas as arguições da executada:
I – expedir-se-á, por intermédio do presidente do tribunal competente, precatório em favor do exe-
quente, observando-se o disposto na Constituição Federal;
Nesse ponto, surge uma questão: e se os embargos à execução da Fazenda Pública forem
parciais? Dito de outra forma: e se a Fazenda Pública estiver questionando apenas parte dos
valores da execução e não ela inteiramente?
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Nesse caso, pode o juiz tocar a execução em relação à parte não impugnada e que não
será afetada pelo julgamento dos embargos, promovendo a expedição do ofício-precatório da
parte incontroversa. Leia o art. 535, § 4º, do CPC:
CPC
Art. 535. (...)
§ 4º Tratando-se de impugnação parcial, a parte não questionada pela executada será, desde logo,
objeto de cumprimento.
Vale lembrar de que a expedição de precatório apenas pode ocorrer após o trânsito em
julgado da decisão no processo de conhecimento (aquela que está sendo executada). Isto
significa que não pode estar pendente recurso em relação à decisão exequenda.
Portanto, não se admite a expedição de precatório em execução provisória.
Contudo, não se está defendendo a impossibilidade de se executar provisoriamente a Fa-
zenda Pública. Ainda que haja recurso pendente de julgamento contra a condenação, a Fazen-
da Pública pode ter a execução iniciada, mas não pode ter ofício precatório expedido.
Pode haver execução provisória contra a Fazenda Pública, mas não expedição de precatório.
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c) Formalização do Precatório
As informações que ali devem constar podem ser vistas no art. 6º da Resolução
303/19 do CNJ:
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XI – a natureza da obrigação (assunto) a que se refere à requisição, de acordo com a Tabela Única
de Assuntos – TUA do CNJ;
XII – número de meses – NM a que se refere a conta de liquidação e o valor das deduções da base
de cálculo, caso o valor tenha sido submetido à tributação na forma de rendimentos recebidos acu-
muladamente RRA, conforme o art. 12-A da Lei n. 7.713/1988;
XIII – o órgão a que estiver vinculado o empregado ou servidor público, civil ou militar, da adminis-
tração direta, quando se tratar de ação de natureza salarial, com a indicação da condição de ativo,
inativo ou pensionista, caso conste dos autos;
XIV – quando couber, o valor:
a) das contribuições previdenciárias, bem como do órgão previdenciário com o respectivo CNPJ;
b) da contribuição para o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS;
c) de outras contribuições devidas, segundo legislação do ente federado.
XV – identificação do Juízo de origem da requisição de pagamento;
XVI – identificação do Juízo onde tramitou a fase de conhecimento, caso divirja daquele de origem
da requisição de pagamento;
XVII – no caso de sucessão e/ou cessão, o nome do beneficiário originário, com o respectivo núme-
ro de inscrição no CPF ou CNPJ, conforme o caso.
Haverá um ofício precatório para cada beneficiário. Ainda que o crédito do beneficiário seja
penhorado por terceiro ou cedido parcialmente, o precatório será expedido de forma única.
Ocorrerá o mesmo com os honorários contratuais (entre o cliente e seu advogado):
Lei 8.906/94
Art. 22. (...)
§ 4º Se o advogado fizer juntar aos autos o seu contrato de honorários antes de expedir-se o man-
dado de levantamento ou precatório, o juiz deve determinar que lhe sejam pagos diretamente, por
dedução da quantia a ser recebida pelo constituinte, salvo se este provar que já os pagou.
E se não houver a indicação dos valores dos honorários contratuais? Nesse caso, pode
o instrumento comprobatório desse ajuste sobre os honorários contratuais ser juntado até a
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liberação do crédito ao exequente. Nessa hipótese, os valores serão separados por ocasião do
pagamento do credor:
CF
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais,
em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação
dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas
nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
Normalmente, o ofício precatório é encaminhado por via eletrônica, o que permite aferir a
hora, o minuto e o segundo em que chega ao órgão responsável no Tribunal. Se houver empate
em todos esses itens, deve ser considerado, na frente, o precatório de menor valor. E se o valor
não for diferente, deve ser considerado o credor de maior idade:
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§ 6º Coincidindo todos os aspectos citados no § 5º deste artigo, preferirá o precatório cujo credor
tiver maior idade.
CF
Art. 100 (...)
§ 5º É obrigatória a inclusão no orçamento das entidades de direito público de verba necessária ao
pagamento de seus débitos oriundos de sentenças transitadas em julgado constantes de precató-
rios judiciários apresentados até 2 de abril, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguin-
te, quando terão seus valores atualizados monetariamente.
Portanto, se o precatório for apresentado em março de 2027, então seu pagamento deve
ser realizado até 31.12.28 (ou seja, final do exercício seguinte). Se o precatório for apresentado
em agosto de 2027, então seu pagamento deverá ocorrer até 31.12.29.
Esse prazo para pagar é conhecido como “período de graça”. Logo, faz toda a diferença a
apresentação ter ocorrido até 2 de abril do ano corrente para que seja pago até o final do ano
seguinte.
A única exceção ocorre quando o valor do precatório é extremamente alto, ou seja, um
único precatório represente mais de 15% do montante total dos precatórios apresentados até
2 de abril. Nesse caso, de duas alternativas uma ocorrerá::
a) apenas 15% do valor desse precatório será pago até o dia 31 de dezembro do ano se-
guinte e o restante do valor devido será parcelado igualmente em 5 anos; ou
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b) poderá ser pago de forma mais favorável ao credor mediante acordo direto entre credor
e Fazenda Pública com desconto aceito pelo credor (de no máximo 40%).
A Constituição prevê tal situação no art. 100, § 20:
CF
Art. 100. (..)
§ 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% (quinze por cento) do montante dos precatórios
apresentados nos termos do § 5º deste artigo, 15% (quinze por cento) do valor deste precatório se-
rão pagos até o final do exercício seguinte e o restante em parcelas iguais nos cinco exercícios sub-
sequentes, acrescidas de juros de mora e correção monetária, ou mediante acordos diretos, perante
Juízos Auxiliares de Conciliação de Precatórios, com redução máxima de 40% (quarenta por cento)
do valor do crédito atualizado, desde que em relação ao crédito não penda recurso ou defesa judicial
e que sejam observados os requisitos definidos na regulamentação editada pelo ente federado.
Surge, então, uma dúvida: como saber se o crédito vai ser efetivamente pago? Aqui vale
ressaltar que a obrigatoriedade da inclusão no orçamento da Fazenda Pública de verba (dinhei-
ro) necessário a esse pagamento:
CF
Art. 100. (..)
§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder
Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o paga-
mento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimen-
to de seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação
do seu débito, o sequestro da quantia respectiva.
Outro caso que admite o referido sequestro cuida da violação da ordem (fila) de precatório.
A violação desse fila, com o pagamento de pessoas que estão mais atrás na fila em detrimento
daqueles que estão na frente gera a possibilidade de o Presidente do Tribunal determinar o
sequestro de valores em favor de quem foi prejudicado:
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CF
Art. 100. (...)
§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder
Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o paga-
mento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimen-
to de seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação
do seu débito, o sequestro da quantia respectiva.
OJ 3 do TP/OE
PRECATÓRIO. SEQUESTRO. EMENDA CONSTITUCIONAL N. 30/2000. PRETERIÇÃO. ADIN
1662-8. ART. 100, § 2º, DA CF/1988 (DJ 09.12.2003)
O sequestro de verbas públicas para satisfação de precatórios trabalhistas só é admitido
na hipótese de preterição do direito de precedência do credor, a ela não se equiparando
as situações de não inclusão da despesa no orçamento ou de não pagamento do preca-
tório até o final do exercício, quando incluído no orçamento.
A OJ está defasada porque houve alteração constitucional após a sua edição, sendo que
alteração terminou por admitir o sequestro também no caso de não inclusão no orçamento do
ente público/entidade pública.
Aliás, ainda que se trate de violação da ordem de pagamento de precatório, o TST entende
que a legitimidade para requerer o sequestro pertence ao primeiro da fila e não aos demais,
exceto se ficar demonstrado que o valor utilizado também o beneficiaria (isto é, pagaria os
credores de sua frente e o atingiria):
OJ 13 do TP/OE do TST
PRECATÓRIO. QUEBRA DA ORDEM DE PRECEDÊNCIA. NÃO DEMONSTRAÇÃO DA POSI-
ÇÃO DO EXEQUENTE NA ORDEM CRONOLÓGICA. SEQUESTRO INDEVIDO. (DEJT Divul-
gado em 16, 17 e 20.09.2010)
É indevido o sequestro de verbas públicas quando o exequente/requerente não se encon-
tra em primeiro lugar na lista de ordem cronológica para pagamento de precatórios ou
quando não demonstrada essa condição.
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Art. 20. O sequestro é medida administrativa de caráter excepcional e base constitucional, reserva-
do às situações delineadas no § 6o do art. 100 da Constituição Federal.
§ 1º Compete exclusivamente ao presidente do tribunal processar e decidir sobre o sequestro de
precatórios, mediante requerimento do beneficiário.
§ 2º O pedido será protocolizado perante a presidência do tribunal, que determinará a intimação do
gestor da entidade devedora para que, em 10 dias, comprove o pagamento realizado, promova-o ou
preste informações.
§ 3º Decorrido o prazo, os autos seguirão com vista ao representante do Ministério Público para
manifestação em cinco dias.
§ 4º Com o pronunciamento ministerial, ou esgotado o prazo para sua manifestação, a presidência
do tribunal decretará, sendo o caso, o sequestro da quantia necessária à liquidação integral do valor
atualizado devido, valendo-se, para isso, da ferramenta eletrônica SISBAJUD.
§ 5º A medida executória de sequestro em precatórios alcança o valor atualizado da requisição ina-
dimplida ou preterida, bem como os valores atualizados dos precatórios não quitados precedentes
na ordem cronológica.
§ 6º Observado o parágrafo anterior, efetuar-se-ão os pagamentos devidos com os valores seques-
trados.
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Uma vez pago o precatório, não se pode expedir precatório complementar em relação à
parte da decisão que foi objeto de pagamento nesse precatório. Assim, se todas as horas
extras foram pagas por precatório, não pode o trabalhador pretender expedição de precatório
complementar sobre as horas extras que entende que não estavam incluídas no cálculo.
Também não pode ser o precatório fracionado para se pagar parte em requisição de peque-
no valor e parte em precatório. Leia o art. 100, § 8º, da CF:
CF
Art. 100.
§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor pago, bem
como o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de enquadramento de
parcela do total ao que dispõe o § 3º deste artigo.
O valor devido pela Fazenda Pública deve ser corrigido até a data do efetivo pagamento,
conforme art. 100, § 5º, da CF:
CF
Art. 100 (...)
§ 5º É obrigatória a inclusão no orçamento das entidades de direito público de verba necessária ao
pagamento de seus débitos oriundos de sentenças transitadas em julgado constantes de precató-
rios judiciários apresentados até 2 de abril, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguin-
te, quando terão seus valores atualizados monetariamente.
O grande debate envolve os juros. Seriam eles devidos durante esse lapso temporal que o
ente/entidade possui para fazer o pagamento, ou seja, até o final do exercício seguinte quando
incluídos até 2 de abril? O STF entende que não incidem juros no período de graça, consoante
se constata na Súmula Vinculante 17:
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Apesar de a tese mencionar o art. 100, § 1º, isso ocorre porque há uma referência à reda-
ção antiga. Atualmente, deve ser considerada a redação do art. 100, § 5º, da CF.
Outro ponto sobre juros decorre de eventual atraso no pagamento de precatórios. Se o
ente/entidade devedor fizer o pagamento depois do período de graça, os juros seriam devi-
dos somente depois desse período de graça ou poderia haver a incidência desses juros nes-
se período?
A questão foi analisada pelo STF no julgamento do Tema 1.037 da Lista de Repercussão
Geral. O STF entendeu que os juros apenas começam após o período de graça. Observe a
tese firmada:
O valor dos precatórios pode ser objeto de revisão, tanto de ofício pelo Presidente do
Tribunal, como a requerimento das partes. Essa lógica pode ser constatada no art. 1º-E da
Lei 9.494/97:
Lei 9.494/97
Art. 1º-E. São passíveis de revisão, pelo Presidente do Tribunal, de ofício ou a requerimento das
partes, as contas elaboradas para aferir o valor dos precatórios antes de seu pagamento ao credor.
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E o que pode ser revisto nas contas? O art. 26 da Resolução 303/19 do CNJ esclarece:
O Tribunal Superior do Trabalho exige que eventual pedido de revisão seja claro quanto às
incorreções:
OJ 2 do TP/OE
PRECATÓRIO. REVISÃO DE CÁLCULOS. LIMITES DA COMPETÊNCIA DO PRESIDENTE DO
TRT (DJ 09.12.2003)
O pedido de revisão dos cálculos, em fase de precatório, previsto no art. 1º-E da Lei n.
9.494/97, apenas poderá ser acolhido desde que: a) o requerente aponte e especifique
claramente quais são as incorreções existentes nos cálculos, discriminando o montante
que seria correto, pois do contrário a incorreção torna-se abstrata; b) o defeito nos cálcu-
los esteja ligado à incorreção material ou à utilização de critério em descompasso com a
lei ou com o título executivo judicial; e c) o critério legal aplicável ao débito não tenha sido
objeto de debate nem na fase de conhecimento, nem na fase de execução.
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g) Peculiaridades
g.1) Descabimento de Recurso Extraordinário
O precatório possui natureza administrativa. Dessa forma, não cabe recurso extraordinário
de decisão proferida pelo Tribunal Trabalhista. Observe esse julgado do STF:
A mesma razão obsta a remessa necessária quando a decisão proferida em sede de pre-
catório é contrária à Fazenda Pública:
OJ 8 do TP/OE do TST
PRECATÓRIO. MATÉRIA ADMINISTRATIVA. REMESSA NECESSÁRIA. NÃO CABIMENTO
(DJ 25.04.2007)
Em sede de precatório, por se tratar de decisão de natureza administrativa, não se aplica
o disposto no art. 1º, V, do Decreto-Lei n. 779, de 21.08.1969, em que se determina a
remessa necessária em caso de decisão judicial desfavorável a ente público.
Ainda que se seja imposta uma condenação de trato sucessivo à Fazenda Pública, a execu-
ção somente pode se limitar ao período de competência da Justiça do Trabalho.
Pense que um Município tenha empregados públicos. O servidor celetista João ingressa
com ação trabalhista requerendo o pagamento de adicional de insalubridade e o Município é
condenado a inserir na folha de pagamento a parcela e pagar os valores retroativos devidos.
Ocorre que, meses depois, o Município edita uma lei adotando o regime jurídico próprio, o que
significa que a relação de emprego deixa de existir para surgir uma relação estatutária. Nesse
caso, ainda que o Município continue sem pagar o adicional, a execução da Fazenda Pública
somente pode ficar limitada ao período em que havia emprego público. Logo, o precatório deve
sofrer essa limitação.
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O TST editou uma Orientação Jurisprudencial que demonstra essa ideia, mas que especi-
ficamente trata da União, porquanto menciona a Lei 8.112/90, a qual adotou o regime jurídico
estatutário para os servidores públicos federais:
OJ 6 do TP/OE do TST
PRECATÓRIO. EXECUÇÃO. LIMITAÇÃO DA CONDENAÇÃO IMPOSTA PELO TÍTULO JUDI-
CIAL EXEQUENDO À DATA DO ADVENTO DA LEI N. 8.112, de 11.12.1990 (DJ 25.04.2007)
Em sede de precatório, não configura ofensa à coisa julgada a limitação dos efeitos
pecuniários da sentença condenatória ao período anterior ao advento da Lei n. 8.112, de
11.12.1990, em que o exequente submetia-se à legislação trabalhista, salvo disposição
expressa em contrário na decisão exequenda.
CF
Art. 100. (...)
§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar
frustrar a liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e responderá,
também, perante o Conselho Nacional de Justiça.
CF
Art. 100. (...)
§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir débitos, oriundos de preca-
tórios, de Estados, Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os diretamente.
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CPC
Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por carga, remes-
sa ou meio eletrônico, para, querendo, (...), impugnar a execução, podendo arguir:
Art. 910. Na execução fundada em título extrajudicial, a Fazenda Pública será citada para opor em-
bargos (...).
Como se sabe, não se fala em garantia do juízo. Não se pode promover a penhora de bens
da Fazenda Pública, sob pena de causar prejuízo aos serviços públicos.
Quanto ao prazo dos embargos é de 30 dias com base no art. 1º-B da Lei 9.494/97:
Lei 9.494/97
Art. 1º-B. O prazo a que se refere o caput dos arts. 730 do Código de Processo Civil, e 884 da Con-
solidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943, passa a
ser de trinta dias.
Esse preceito aumentou, em relação à Fazenda Pública, o prazo do art. 884 da CLT para 30
dias. E o Supremo Tribunal Federal declarou a constitucionalidade desse artigo na Ação Direta
de Inconstitucionalidade 2418:
Vale lembrar de que ainda existe uma Ação Declaratória de Constitucionalidade sobre esse
mesmo preceito (ADC 11), mas que ainda não foi julgada.
E quais matérias que poderiam ser alegadas nesses embargos? Leia os preceitos do CPC
que tratam do tema:
CPC
Art. 535. A Fazenda Pública será intimada (...), para, querendo, (...), impugnar a execução, podendo
arguir:
I – falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia;
II – ilegitimidade de parte;
III – inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
IV – excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
V – incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VI – qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensa-
ção, transação ou prescrição, desde que supervenientes ao trânsito em julgado da sentença.
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Art. 910. Na execução fundada em título extrajudicial, a Fazenda Pública será citada para opor em-
bargos (...).
§ 2º Nos embargos, a Fazenda Pública poderá alegar qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir
como defesa no processo de conhecimento.
§ 3º Aplica-se a este Capítulo, no que couber, o disposto nos artigos 534 e 535.
No primeiro caso (art. 535, I, do CPC), imagine que um trabalhador ajuizou ação trabalhista
contra um Município X. O Município não foi regularmente citado, mas, ainda assim, o processo
prosseguiu sem que o juiz notasse a irregularidade. A sentença, então condenou o Município
em R$ 800.000,00. Quando a execução foi iniciada, o Município entrou com embargos, alegan-
do nulidade da citação no processo de conhecimento.
No segundo caso (art. 535, II, do CPC), pense em um processo em que o trabalhador ven-
ceu uma demanda trabalhista contra uma autarquia estadual. A sentença reconheceu o direito
a um crédito de R$ 900.000,00. A execução foi iniciada contra o Estado, ao invés da autarquia,
situação em que o Estado pode apresentar embargos alegando ilegitimidade passiva, visto
que a execução deveria ter sido dirigida contra autarquia estadual.
No terceiro caso (art. 535, III, do CPC), imagine que a União foi processada por empregado
público e condenada na sentença com base em uma lei X. Houve recurso que ainda estava
pendente de julgamento no TRT, quando foi iniciada uma execução provisória. Entretanto, o
STF declara a lei X inconstitucional. A União, então, embarga a execução provisória e alega
inexigibilidade do título executivo judicial (a sentença baseada na lei X inconstitucional).
Aliás, vale lembrar o previsto no art. 535, § 5º, do CPC:
CPC
Art. 535. (...)
§ 5º Para efeito do disposto no inciso III do caput deste artigo, considera-se também inexigível a
obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou
do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal,
em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso.
Essa mesma premissa pode ser constatada no art. 884, § 5º, da CLT:
CLT
Art. 884. (...)
§ 5º Considera-se inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconsti-
tucionais pelo Supremo Tribunal Federal ou em aplicação ou interpretação tidas por incompatíveis
com a Constituição Federal.
Ressalte-se que essa inexigibilidade pode ser reconhecida pelo juiz na execução, mas não
pelo Presidente do Tribunal no precatório, conforme se constata na Orientação Jurispruden-
cial 12 do Tribunal Pleno/Órgão Especial:
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OJ 12 do TP/OE
PRECATÓRIO. PROCEDIMENTO DE NATUREZA ADMINISTRATIVA. INCOMPETÊNCIA
FUNCIONAL DO PRESIDENTE DO TRT PARA DECLARAR A INEXIGIBILIDADE DO TÍTULO
EXEQUENDO. (DEJT Divulgado em 16, 17 e 20.09.2010)
O Presidente do TRT, em sede de precatório, não tem competência funcional para decla-
rar a inexigibilidade do título judicial exequendo, com fundamento no art. 884, § 5º, da
CLT, ante a natureza meramente administrativa do procedimento.
No quarto caso (art. 535, IV, do CPC), imagine que a condenação da União foi de R$
500.000,00 (quinhentos mil), mas a execução foi indevidamente iniciada usando como base
um crédito de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões). Nesse caso, a União pode apresentar embar-
gos à execução alegando excesso de execução, devendo indicar que o valor correto seria R$
500.000,00, na forma do art. 535, § 2º, do CPC:
CPC
Art. 535. (...)
§ 2º Quando se alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resul-
tante do título, cumprirá à executada declarar de imediato o valor que entende correto, sob pena de
não conhecimento da arguição.
No quinto caso (art. 535, V, do CPC), pense em um empregado público que processou Mu-
nicípio para receber horas extras. A sentença condenou o ente público a pagar as horas extras.
A contadoria elaborou os cálculos, inclusive as contribuições (até mesmo as contribuições
para terceiros). A Fazenda Pública municipal foi citada da execução e o juiz executava o valor
das horas extras e todas contribuições calculadas, inclusive as contribuições para terceiros.
Estudamos em outro capítulo que as contribuições para terceiros não se inserem na compe-
tência da Justiça do Trabalho. Logo, o Município pode embargar a execução e arguir incompe-
tência absoluta da Justiça do Trabalho para essas contribuições para terceiros.
No sexto caso (art. 535, VI, do CPC), imagine que o empregado público processou uma au-
tarquia federal e a sentença condenou a entidade a anotar a Carteira de Trabalho, sob pena de
multa. A sentença transitou em julgado. A autarquia, então, cumpriu voluntariamente a obriga-
ção. Ainda assim, como o empregado deixou de avisar ao juiz, foi iniciada a execução. Logo, a
autarquia pode apresentar embargos alegando o cumprimento da obrigação (causa extintiva).
Quando se trata de título executivo extrajudicial, qualquer matéria que poderia ser alegada
na fase de conhecimento pode ser arguida em embargos à execução (art. 910, § 2º, do CPC).
Assim, por exemplo, se um Município assina termo de ajustamento de conduta com o
Ministério Público do Trabalho, e, apesar de ter, no seu sentir, cumprido regularmente as obri-
gações assumidas, acaba sendo executado pelo Ministério Público (o qual defende que não
houve o devido adimplemento). Nesse caso, pode o ente público, nos embargos à execução,
alegar que houve devido cumprimento.
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Execução Trabalhista – Parte II
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CF
Art. 173. (...)
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de
suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou
de prestação de serviços, dispondo sobre:
II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
Nesse contexto, a execução trabalhista contra elas se processa de forma direta, sem qual-
quer Precatório ou Requisição de Pequeno Valor, havendo efetiva penhora de bens.
Todavia, aqui cabem duas ressalvas.
Em primeiro lugar, os Correios (ECT) gozam das mesmas prerrogativas da Fazenda Pública
quanto à impenhorabilidade de bens, conforme se constata no art. 12 do Decreto-Lei 509/69:
Decreto-Lei 509/69
Art. 12. A ECT gozará de isenção de direitos de importação de materiais e equipamentos destinados
aos seus serviços, dos privilégios concedidos à Fazenda Pública, quer em relação a imunidade tri-
butária, direta ou indireta, impenhorabilidade de seus bens, rendas e serviços, quer no concernente
a foro, prazos e custas processuais.
O Tribunal Superior do Trabalho considera, seguindo a orientação do STF, que esse preceito
foi recepcionado pela Constituição Federal:
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Execução Trabalhista – Parte II
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Outro ponto relevante refere-se à execução direta de uma empresa estatal que posterior-
mente foi extinta pelo ente público que havia autorizado sua criação. O patrimônio da entidade
extinta é normalmente incorporado ao ente público. Surgiu, então, o debate sobre a forma de
prosseguimento da execução. Deveria ser a execução direta ou deveria ser o sistema de exe-
cução da Fazenda Pública?
Por exemplo, imagine que uma empresa pública municipal está sendo executada de forma
direta. O Município decidiu, então, extinguir a empresa pública, incorporando o seu patrimônio.
O que ocorre com a execução?
A resposta depende da existência ou não penhora contra a empresa estatal antes da su-
cessão ocorrer. Se já existia a penhora, o TST entende que a constrição é válida e o bem penho-
rado pode ser levado a leilão. Veja a OJ 343 da SDI-I do TST:
O STF decidiu a matéria no Tema 335 da Lista de Repercussão Geral, fixando a seguinte tese:
Lei 11.101/05
Art. 6º (...)
§ 2º É permitido pleitear, perante o administrador judicial, habilitação, exclusão ou modificação de
créditos derivados da relação de trabalho, mas as ações de natureza trabalhista, inclusive as impug-
nações a que se refere o art. 8º desta Lei, serão processadas perante a justiça especializada até a
apuração do respectivo crédito, que será inscrito no quadro-geral de credores pelo valor determina-
do em sentença.
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Execução Trabalhista – Parte II
Gervásio Meireles
Isso significa dizer que, se Danilo, por exemplo, trabalhar para uma empresa X, que teve a
falência decretada pela Justiça Estadual ou Distrital, e entender que foi lesado em seus direitos
trabalhistas pela empresa, poderá ajuizar ação trabalhista contra a massa falida da empresa.
Esse processo trabalhista tramitará normalmente até a decisão final.
E como fica a execução? Aqui temos uma peculiaridade.
Não se pode penhorar bens da massa falida. Isso porque qualquer pagamento apenas pode
ser realizado de acordo com a ordem legal de classificação dos créditos inscritos no juízo
falimentar.
De fato, seria injusto que, diante de tantos credores e de pouco patrimônio, apenas alguns
conseguissem receber tudo e outros nada. Os bens devem ser utilizados para pagar todos os
que possuem o mesmo nível de preferência.
Logo, uma vez que existe um crédito trabalhista devido pela massa falida, deve esse crédi-
to ser registrado no processo falimentar (que tramita na Justiça Estadual/Distrital) de acordo
com sua natureza. É que a lei prevê uma ordem legal de pagamento no art. 83.
Nesse contexto, não se pode penhorar bens da massa falida. Observe esse julgado do STF:
Quanto ao concurso de credores, como para nosso estudo apenas interessa o crédito tra-
balhista, registro que esse crédito possui preferência. Veja o art. 83, I, da Lei 11.101/05:
Lei 11.101/05
Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:
I - os créditos derivados da legislação trabalhista, limitados a 150 (cento e cinquenta) salários-míni-
mos por credor, e aqueles decorrentes de acidentes de trabalho;
Essa preferência em relação aos outros créditos devidos pela massa (tributos, créditos co-
merciais, créditos civis etc.) aplica-se aos créditos trabalhistas até o limite de 150 salários
mínimos e, no caso de créditos derivados do acidente de trabalho, qualquer que seja o valor.
E se o crédito trabalhista (não derivado de acidente) for maior que 150 salários, o que ocor-
re? Nesse caso, o crédito passa a ser quirografário (quer dizer: aquele que não possui preferên-
cia e será pago depois de diversos outros). Leia o art. 83, VI, “c” da Lei 11.101/05:
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Lei 11.101/05
Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:
VI – créditos quirografários, a saber:
c) os saldos dos créditos derivados da legislação trabalhista que excederem o limite estabelecido
no inciso I do caput deste artigo;
Ressalte-se que essa limitação de 150 salários mínimos para créditos trabalhistas não de-
correntes de acidente de trabalho é constitucional. O Supremo Tribunal Federal decidiu esse
ponto na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3934:
Outro ponto é importante. Se o credor trabalhista ceder seu crédito a terceiro (vendê-lo a
terceiro), esse crédito não deixará de ser privilegiado na falência. Veja o art. 83, § 5º, da Lei
11.101/05:
Lei 11.101/05
Art. 83. (...)
§ 5º Para os fins do disposto nesta Lei, os créditos cedidos a qualquer título manterão sua natureza
e classificação.
CLT
Art. 449. Os direitos oriundos da existência do contrato de trabalho subsistirão em caso de falência,
concordata ou dissolução da empresa.
§ 1º – Na falência constituirão créditos privilegiados a totalidade dos salários devidos ao emprega-
do e a totalidade das indenizações a que tiver direito.
Portanto, na prática, a execução contra a massa falida ocorre da seguinte forma resumida:
a) Citação
A massa falida é citada na pessoa do administrador judicial (pessoa essa nomeada no ju-
ízo falimentar na Justiça Estadual ou Distrital) para, querendo, apresentar embargos em cinco
dias (art. 884 da CLT). Não ocorre qualquer penhora.
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Lei 11.101/05
Art. 22. Ao administrador judicial compete, sob a fiscalização do juiz e do Comitê, além de outros
deveres que esta Lei lhe impõe:
III – na falência:
n) representar a massa falida em juízo, contratando, se necessário, advogado, cujos honorários se-
rão previamente ajustados e aprovados pelo Comitê de Credores;
O juiz expede uma certidão que contém a descrição do crédito trabalhista. A certidão será
encaminhada ao juízo falimentar (Vara no Tribunal de Justiça estadual ou distrital). O crédito
será inscrito no quadro de credores da massa falida. Assim, o pagamento será feito na ordem
de classificação dos créditos no juízo falimentar.
E se a falência de uma empresa for decretada após ter tido os bens penhorados na Justiça
do Trabalho? Ainda assim, não podemos vender os bens em hasta pública.
Uma outra questão interessante é que, na Justiça do Trabalho, os processos envolvendo
massa falida possuem tramitação preferencial.
Os arts. 652 e 768 da CLT preceituam de forma clara a tramitação preferencial:
CLT
Art. 652. (...)
Parágrafo único. Terão preferência para julgamento os dissídios sobre pagamento de salário e aque-
les que derivarem da falência do empregador, (...).
Art. 768 – Terá preferência em todas as fases processuais o dissídio cuja decisão tiver de ser exe-
cutada perante o Juízo da falência.
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Lei 11.101/05
Art. 6º (...)
§ 2º É permitido pleitear, perante o administrador judicial, habilitação, exclusão ou modificação de
créditos derivados da relação de trabalho, mas as ações de natureza trabalhista, inclusive as impug-
nações a que se refere o art. 8º desta Lei, serão processadas perante a justiça especializada até a
apuração do respectivo crédito, que será inscrito no quadro-geral de credores pelo valor determina-
do em sentença.
Interessante notar que o art. 6º, §§ 4º e 5º, da Lei 11.101/05 estabelece que, se houver
uma execução em curso, ela fica suspensa por 180 (cento e oitenta) dias, prorrogável por
igual período:
Lei 11.101/05
Art. 6º A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial impli-
ca:
I - suspensão do curso da prescrição das obrigações do devedor sujeitas ao regime desta Lei;
II - suspensão das execuções ajuizadas contra o devedor, inclusive daquelas dos credores particula-
res do sócio solidário, relativas a créditos ou obrigações sujeitos à recuperação judicial ou à falência;
III - proibição de qualquer forma de retenção, arresto, penhora, sequestro, busca e apreensão e cons-
trição judicial ou extrajudicial sobre os bens do devedor, oriunda de demandas judiciais ou extrajudi-
ciais cujos créditos ou obrigações sujeitem-se à recuperação judicial ou à falência.
(...)
§ 4º Na recuperação judicial, as suspensões e a proibição de que tratam os incisos I, II e III do caput
deste artigo perdurarão pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado do deferimento do pro-
cessamento da recuperação, prorrogável por igual período, uma única vez, em caráter excepcional,
desde que o devedor não haja concorrido com a superação do lapso temporal.
(...)
§ 5º O disposto no § 2º deste artigo aplica-se à recuperação judicial durante o período de suspensão
de que trata o § 4º deste artigo.
Quando se fala na suspensão por esse prazo, um operador do Direito poderia pensar que a
execução voltaria ao normal na Justiça do Trabalho após a suspensão.
Contudo, essa não é a posição adotada pelo Superior Tribunal de Justiça. Como o objeti-
vo da recuperação judicial é preservar a empresa, o STJ entende que ao prosseguimento da
execução com a penhora de bens inviabiliza a recuperação da empresa, porquanto seus ativos
serão leiloados após eventual constrição. Portanto, ainda que ultrapassados os 180 dias (ou,
agora, até mesmo 360 dias com a prorrogação), não se pode continuar a execução com penho-
ras e alienações judiciais de bens da empresa recuperanda:
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judicial, sob a égide do Decreto-lei n. 7.661/45 ou da Lei n. 11.101/05, devem ser realiza-
dos pelo Juízo Universal, ainda que ultrapassado o prazo de 180 dias de suspensão pre-
visto no art. 6º, § 4º, da Lei n. 11.101/05.” (...) (EDcl nos EDcl no AgRg no CC 122.671/RJ,
Rel. Ministro MARCO BUZZI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 22/02/2018, DJe 01/03/2018)
Então qual seria o procedimento? Após a citação da empresa recuperanda para, caso que-
ria, apresente embargos, pode haver a oposição de embargos do devedor, sem qualquer ga-
rantia do juízo. Uma vez julgados os embargos pelo juiz da execução, é expedida uma certidão
para fins de habilitação na recuperação judicial.
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No que tange aos depósitos recursais já realizados, seu destino é definido pelo juízo da
falência ou da recuperação judicial:
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pena de afronta à lei, a liberação de depósitos recursais à parte exequente, ainda que tais
depósitos tenham sido efetuados em momento anterior ao deferimento judicial da recu-
peração. Julgados da SBDI-2 do TST. Recurso ordinário conhecido e provido” (ROT-6613-
33.2019.5.15.0000, Subseção II Especializada em Dissídios Individuais, Relator Ministro
Douglas Alencar Rodrigues, DEJT 26/02/2021).
CLT
Art. 878. A execução será promovida pelas partes, permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo
Presidente do Tribunal apenas nos casos em que as partes não estiverem representadas por advo-
gado.
Nesse caso, pode o juiz, contudo, iniciar a execução das contribuições previdenciárias de
ofício, por força do art. 114, IX, da CF e art. 876, parágrafo único, da CLT:
CF
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acrésci-
mos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
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CLT
Art. 876. (...)
Parágrafo único. A Justiça do Trabalho executará, de ofício, as contribuições sociais previstas na
alínea a do inciso I e no inciso II do caput do art. 195 da Constituição Federal, e seus acréscimos
legais, relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir e dos acordos que
homologar.
CLT
Art. 878-A. Faculta-se ao devedor o pagamento imediato da parte que entender devida à Previdên-
cia Social, sem prejuízo da cobrança de eventuais diferenças encontradas na execução ex officio.
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RESUMO
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Generalidades
1 – Fazenda Pública refere-se às pessoas jurídicas de direito público
na execução
interno (art. 41 do Código Civil).
contra Fazenda
2 – Os títulos executivos contra a Fazenda Pública podem ser judiciais
Pública
ou extrajudiciais.
3 – As execuções contra a Fazenda Pública podem envolver obrigações
de fazer, não fazer, de entregar ou de pagar.
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QUESTÕES DE CONCURSO
Você deve ter em mente que, se um exercício envolver diversos itens com matérias diferen-
tes, apenas os itens relacionados à matéria desta aula foram escolhidos para exame. Assim,
se você verificar que a questão possui menos itens, isso ocorre porque os itens suprimidos não
se relacionam à matéria dessa aula. Logo, apenas os itens sobre a matéria desta aula foram
examinados e os gabaritos adaptados para o exame destes itens.
Você deve se lembrar também de que as questões foram respondidas com base na legis-
lação e na jurisprudência atuais, razão pela qual os gabaritos das questões foram adaptados
para as novas respostas.
a) Certa. As autarquias, por serem pessoas jurídicas de direito público, não precisam de garan-
tia para apresentar embargos à execução. Elas apenas pagam os débitos trabalhistas median-
te requisição de pequeno valor (RPV) ou precatório, sendo que ambos apenas são expedidos
após a fase de embargos. Trata-se de execução contra Fazenda Pública. Assim, a Fazenda
Pública é comunicada da execução, para querendo, possa embargar a execução. Veja o art.
535, caput, do CPC. Quanto às entidades filantrópicas, não se aplica a exigência de garantia,
conforme dispõe o art. 884, § 6º, da CLT.
b) Errada. Muito embora os Estados e Municípios estão dispensados de garantia da execução
ou de penhora para embargar (porque pagam suas dívidas com RPV ou precatório), isso não
ocorre com todas as empresas públicas ou sociedades de economia mista. As empresas es-
tatais, como regra, seguem o mesmo regime das empresas privadas, por força do art. 173, §
1º, II, da CF. Assim, como regra, sofrem execução direta, ou seja, podem ter bens penhorados
e precisam de garantia do juízo para embargar a execução. No entanto, tenha muito cuidado.
Existem duas situações especiais em que não é preciso de garantia do juízo para embargar a
execução. A primeira ocorre em relação aos Correios, os quais gozam da impenhorabilidade de
bens por força do art. 12 do Decreto-Lei 509/69. A segunda situação refere-se a empresas es-
tatais prestadora de serviços públicos que não atuam em regime de concorrência com outras
pessoas e que não acumulam patrimônio ou distribuam lucros. Nesse caso, a execução não é
direta, não ocorre penhora, sendo o pagamento realizado por precatório ou RPV.
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c) Errada. As empresas públicas e as sociedades de economia mista sofrem, como regra ge-
ral, execução direta. Assim, como regra, precisam de garantia ou de penhora, para embargar a
execução. Leia o comentário do item anterior.
d) Errada. Veja o comentário da letra “b”.
e) Errada. Veja o comentário da letra “b” e “c”. Apenas um registro a mais: a massa falida tam-
bém não sofre qualquer penhora e tampouco precisa de garantia para embargar a execução.
Isso porque não se admite atos de disponibilidade patrimonial fora dos limites fixados pelo
juízo universal da falência.
Letra a.
c) Errada. O recurso cabível contra decisão em embargos à execução é o agravo de petição, na
forma do art. 897, “a”, da CLT.
e) Errada. Quando um sindicato atua como substituto processual, os créditos devidos aos em-
pregados individualmente são créditos autônomos entre si, de maneira que o pagamento vai
ser feito por precatório ou por requisição de pequeno valor, dependendo do valor do crédito de
cada um e não do valor de todos em conjunto. Logo, os créditos devem ser considerados de
forma individual. Isso não viola a regra que proíbe o fracionamento do precatório prevista no
art. 100, § 8º, da CF.
Errado.
Errado.
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Certo.
O prazo é de 30 dias por força do art. 1º-B da Lei 9.494/97. O Supremo Tribunal Federal reco-
nheceu a constitucionalidade do preceito na ADI 2418.
Certo.
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Se a execução estava ocorrendo de forma direta em relação ao uma empresa estatal e houve
penhora de bens, o fato de essa empresa ser extinta posteriormente e o Estado assumir seus
bens como sucessora não faz a execução seguir por meio precatório, porquanto a penhora foi
válida (feita antes da sucessão) e os bens penhorados antes da sucessão podem ser vendidos
em leilão. Esse é o teor da OJ 343 da SDI-I do TST. No mesmo sentido segue a Tese do Tema
355 do Supremo Tribunal Federal.
Letra c.
Quando se trata de uma reclamação plúrima (vários autores – litisconsórcio ativo), então sig-
nifica que cada crédito deve ser considerado individualmente para verificar se o pagamento
seguirá o precatório ou a requisição de pequeno valor. Não se pode considerar o valor total
devido ao conjunto de credores, mas a cada um individualmente. Leia a Tese do Tema 148 da
Lista de Repercussão Geral fixada pelo Supremo Tribunal Federal. Considerando os créditos
individualizados, veja que ambos não ultrapassam o limite de 30 salários mínimos fixado pela
Constituição para créditos de pequeno valor devidos por Município até que haja lei municipal.
Leia o art. 87 do ADCT da CF.
Letra b.
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O arrematante deve garantir o lance com sinal de 20%, sendo que o restante deve ser pago
no prazo de 24 horas, sob pena de perder o sinal para a execução. Veja o art. 888, §§ 2º e
4º, da CLT.
Errado.
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c) Garantida a execução ou penhorados os bens, o prazo que o executado terá para apresentar
embargos será de cinco dias.
d) As entidades filantrópicas estão dispensadas de apresentar garantia da execução ou penho-
ra de bens como requisito para apresentar embargos à execução.
e) O prazo para o exequente oferecer impugnação aos embargos à execução será de cinco dias.
b) Errada. Justamente por ter natureza administrativa é que não cabe remessa necessária.
Veja a OJ 8 do TP/OE do TST.
c) Errada. Quando se trata de ação plúrima, o cabimento de precatório ou requisição de peque-
no valor depende do valor de crédito de cada reclamante e não da totalidade do crédito. Essa
lógica já foi reconhecida pelo STF na Tese do Tema 148 da Lista de Repercussão Geral.
d) Certa. É o que dispõe o OJ 13 do OE/TP.
e) Errada. O Presidente do Tribunal não possui essa competência. Veja a OJ 12 do Tribunal
Pleno/Órgão Especial.
Letra d.
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A autarquia integra o conceito da Fazenda Pública, por ser uma pessoa jurídica de direito públi-
co interno. Logo, sua execução sujeita-se ao regime de precatório.
Errado.
I – Certo. A execução somente pode ser validamente admitida se houver um título executivo na
qual se baseie, seja ele judicial ou extrajudicial.
II – Certo. É o que dispõe o art. 888, § 2º, da CLT.
III – Errado. A antecedência mínima da publicação do edital deve ser de 20 dias e não de 5 dias,
na forma do art. 888, caput, da CLT.
IV – Errado. O princípio não é conhecido doutrinariamente como “redução da patrimonialida-
de”, mas sim “princípio da patrimonialidade”. Por esse princípio, a execução deve recair sobre
o patrimônio do devedor e não sobre sua pessoa. Claro que esse princípio é aplicável ao Pro-
cesso do Trabalho. Ora, o Brasil ratificou a Convenção Americana de Direitos Humanos, o que
significa que não se admite prisão por dívida, como regra. Veja o art. 7, item 7, da Convenção.
E o crédito trabalhista, apesar de ter natureza alimentar, não se enquadra na referida exceção.
Letra a.
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A Súmula 733 do STF não admite recurso extraordinário no pagamento de precatórios. Isso
ocorre diante do caráter administrativo do procedimento precatorial, como indica esse jul-
gado do STF.
Certo.
a) Errada. Quando se trata de embargos à execução apresentados no curso de execução que
se realiza por carta precatória, a competência para julgamento é feita com base no art. 914, §
2º, do CPC. Assim, a competência não é sempre do juízo deprecante, já que no caso de embar-
gos que envolvam somente vício ou defeitos na penhora, avaliação ou alienação, a competên-
cia para julgar é do juízo deprecado.
b) Errada. O prazo para oposição de embargos à execução é, em regra, de 5 dias, conforme art.
884, caput, da CLT, mas o prazo da Fazenda Pública é de 30 dias, na forma do art. 1º-B da Lei
9494/97.
c) Certa. É o que dispõe o art. 884, caput, da CLT.
Letra c.
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d) Errada. Não existe qualquer exigência para que o valor dos bens tenha preço menor que o
maior valor dado de lance para arrematação. Aliás, é muito comum que o valor do lance seja
inferior ao valor dos bens e isso é permitido, desde que o preço não seja vil. O exequente pos-
sui preferência para adjudicar o bem, na forma do art. 888, § 1º, da CLT. No entanto, esse valor
deve ser pelo menos igual ao valor do melhor lance, se o bem já foi levado a leilão e houve um
arrematante.
e) Errada. O arrematante, se não pagar o restante do lance em 24hs, perde o sinal de 20% dado
na arrematação, na forma do art. 888, §§ 2º e 4º, da CLT.
Errado.
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a) Errada. Excesso de execução ocorre quando o valor executado é superior ao devido. Não se
está, no exercício, executando mais do que o devido (R$ 5.000,00), mas apenas houve penhora
de bem cujo valor é superior ao devido, o que é situação comum na execução. Claro que, se o
bem fosse do executado e fosse vendido no leilão por valor maior que a dívida, então o exce-
dente seria entregue ao executado.
b) Certa. O executado poderia opor embargos à execução no Processo alegando que houve
vício na penhora. O bem é impenhorável por força do contrato estimatório, além de que o bem
não pertence à empresa consignatária “Antiquário X”, mas a um terceiro. Veja os arts. 534 e
536 do Código Civil.
c) Errada. O executado era possuidor do lustre. No contrato estimatório, a posse do bem que
será vendido a terceiros fica com o consignatário, que era a empresa “Antiquário X”.
d) Errada. O prazo para apresentar embargos é de cinco dias contados da ciência da penhora.
E os embargos são o meio mais adequado do devedor se opor a atos da execução.
e) Errada. O terceiro possui um contrato estimatório com a empresa “Antiquário X”, razão pela
qual deve cumprir seu contrato e manter o bem com o consignatário. A Justiça do Trabalho
não possui competência para determinar a devolução do bem estimado. A relação é cível entre
a empresa “Antiquário X” e o terceiro.
Letra b.
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III – Certo de acordo com a CLT. É o que dispõe o art. 884, § 1º, da CLT.
IV – Certo. É o que dispõe o art. 11-A da CLT.
V – Certo. É o que dispõe o art. 884, § 5º, da CLT.
Errado.
Certo.
Certo.
Certo.
Responda:
a) Somente as proposições III e IV estão corretas.
b) Somente as proposições II e V estão corretas.
c) Somente as proposições I, III e IV estão incorretas.
d) Somente as proposições I, II e IV estão incorretas.
e) Somente as proposições II, III e V estão incorretas.
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6.830/80 (aplicável ao Processo do Trabalho por força do art. 889 da CLT). Aplica-se também
o art. 876, caput, do CPC.
V – Certo. É o que dispõe o art. 889 da CLT.
Letra d.
A decisão que mantém essa penhora está correta, na forma da OJ 343 da SDI-I do TST e da
Tese do Tema 355 da Lista de Repercussão Geral do STF.
Errado.
a) Errada. O compromisso de compra e venda de imóvel, ainda que não registrado, é meio hábil
para comprovar posse. Veja a Súmula 84 do Superior Tribunal de Justiça.
c) Errada. É possível o manejo de embargos de terceiro pelo cônjuge na defesa de sua meação,
na forma do art. 674, § 2º, do CPC.
d) Errada. Pode haver prova testemunhal em embargos de terceiro, na forma do art. 677, caput,
do CPC.
e) Certa. É o que dispõe o art. 677, § 3º, do CPC.
Letra e.
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a) Errada. Se houver uma arrematação a prazo, os pagamentos feitos pelo arrematante serão
do exequente até quitar seu crédito, sendo que o excedente será do executado, na forma do
art. 895, § 9º, do CPC. No entanto, se houver outros créditos de outros processos, pode o juiz
penhorar, naqueles processos, esses valores e transferi-los aos respectivos feitos. Não existe
lei que impede a satisfação de outros créditos judiciais com o excedente da arrematação. Ora,
o excedente continua integrando o patrimônio do executado e, como tal, pode ser objeto de
constrição judicial.
b) Errada. O exequente, quando quer arrematar um bem em leilão, não precisa pagar o preço,
utilizando apenas o seu crédito. Se o valor do bem for maior, então deposita a diferença. Veja o
art. 892, § 1º, do CPC. Veja que, nesse caso, não há qualquer sinal a ser dado.
c) Certa. É o que dispõe o art. 893 do CPC.
d) Errada. O prazo para o arrematante desistir é de 10 dias no caso da existência de gravame
ou ônus real não mencionado no edital, na forma do art. 903, § 5º, I, do CPC.
e) Errada. Não há essa previsão legal.
Letra c.
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031. (TRT 8R/JUIZ DO TRABALHO/2013) Sobre expropriação dos bens do devedor, arrema-
tação, adjudicação, remição e execução contra a Fazenda Pública (precatórios e dívidas de
pequeno valor) é CORRETO afirmar que:
a) O dispositivo constitucional que torna privilegiado o crédito trabalhista (pelo seu caráter
alimentar) não afasta tal crédito do procedimento do precatório nem o dispensa do princípio
geral de observância da ordem cronológica de ingresso, podendo ser determinado o sequestro
da conta do ente público para pagamento do crédito trabalhista se houver preterição na obser-
vância da ordem cronológica de apresentação.
b) Não se admite o fracionamento do crédito judicial para receber, parte diretamente, até o
limite do pequeno valor, e parte mediante precatório. Todavia, é admissível a renúncia do va-
lor excedente para receber o crédito sem necessidade de precatório, considerando-se como
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de pequeno valor, em definição legal, os débitos judiciais da Fazenda Pública de até 40 salá-
rios mínimos.
c) A arrematação deverá ser anunciada por edital afixado na sede do juízo ou tribunal e publi-
cado no jornal local, se houver, com a antecedência de vinte (20) dias. A arrematação far-se-á
em dia, hora e lugar anunciados e os bens serão vendidos pelo maior lance, com exigência de
sinal correspondente a 20% (vinte por cento) do valor. Se o arrematante não pagar dentro de
24 (vinte e quatro) horas o preço da arrematação, perderá o sinal em benefício da execução,
voltando à praça os bens executados. A adjudicação prefere à arrematação.
d) Para evitar a alienação judicial pode o executado remir a execução até 5 (cinco) dias após
arrematados ou adjudicados os bens e assinatura do auto, pagando a importância atualiza-
da da condenação, inclusive juros, correção monetária, despesas processuais e honorários
de advogado.
e) A manifestação volitiva do credor é requisito essencial para a adjudicação de bens imóveis,
por tratar-se de um meio de aquisição de propriedade, o que não ocorre com os bens móveis
em face da “tradição”.
a) Errada. Os débitos da Fazenda Pública que são de caráter alimentar (o que inclui créditos
trabalhistas) serão pagos em precatório ou requisição de pequeno valor, dependendo da quan-
tia. Os pagos em forma de precatório seguem uma fila especial de precatórios alimentares. O
sequestro, contudo, apenas é possível nas hipóteses de preterição na ordem de pagamento
do precatório (e não de apresentação como está no exercício) e no caso de não alocação de
recursos orçamentários. Essa lógica pode ser vista no art. 100, §§ 1º e 6º, da CF).
b) Errada. De fato, não se admite, o fracionamento do crédito para pagamento em parte de
requisição de pequeno valor e parte em precatório, podendo, contudo, haver renúncia do exce-
dente do limite do pequeno valor para que o crédito seja recebido sem precatório. É a aplicação
do art. 100, § 8º, da CF. No entanto, a quantia considerada pequeno valor depende do ente pú-
blico envolvido. No caso da União é até 60 salários mínimos (art. 17, § 1º, da Lei 10.259/01).
No caso dos Estados, Distrito Federal e Município, depende de lei própria e, na sua ausência,
dos parâmetros definidos no art. 87 do ADCT.
c) Certa. É o que dispõe o art. 888, §§ 1º, 2º e 4º, da CLT.
d) Errada. Para que haja remição da execução, deve o executado pagar toda a dívida até a as-
sinatura do auto de arrematação ou de adjudicação (não há aquele prazo de 5 dias indicado no
exercício). Registre-se, apenas, que o art. 651 do antigo CPC (1973) é o art. 826 do novo CPC
(2015).
e) Errada. A adjudicação depende da vontade do credor sempre, não importando se o bem é
móvel ou imóvel. Se o exequente não quer adjudicar, ele não pode ser obrigado a fazê-lo.
Letra c.
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GABARITO
3. a
4. E, E
5. C
6. C
7. C
8. c
9. b
10. E
11. c
12. E
13. C, C, C
14. d
15. E
16. a
17. C
18. c
19. d
20. a
21. E, E
22. C
23. b
24. E, C, C, C
25. d
26. E
27. e
28. c
29. b
30. e
31. c
32. C
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