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RECURSOS E EXECUÇÃO NO PROCESSO

DO TRABALHO
RESUMO DA UNIDADE

Esta unidade analisará os Recursos Trabalhistas, bem como a chamada Fase de


Execução. Especificamente o estudo cuida de explanar sobre os seguintes pontos:
(I) Teoria Geral dos Recursos – compreendendo: a) Os meios autônomos de
impugnação, b) As finalidades dos recursos, c) A classificação dos recursos, d) Os
pressupostos recursais, e) Os princípios recursais, e, f) Os efeitos recursais; (II) Os
Recursos em Espécie – compreendendo: a) O Pedido de Revisão, b) Os Embargos
de Declaração, c) O Recurso Ordinário, d) O Agravo de Petição, e) O Recurso de
Revista, f) Os Embargos ao TST, g) O Agravo de Instrumento, h) O Agravo Interno e
o Regimental e, i) O Recurso Extraordinário; por fim, (III) A Execução Trabalhista –
compreendendo: a) O procedimento da liquidação, b) O processo ou fase de
execução em si, c) O procedimento da execução por quantia certa, d) Os embargos
à execução e, e) Os embargos de terceiro.

Palavras-chave: Processo do Trabalho. Recursos. Recursos em Espécie. Execução


Trabalhista.

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO DO MÓDULO ............................................................................... 5


CAPÍTULO 1 – TEORIA GERAL DOS RECURSOS .................................................. 7
1.1 Meios de Impugnação .................................................................................... 8
1.2 Finalidade dos Recursos ................................................................................ 9
1.3 Classificação dos Recursos ........................................................................... 9
1.3.1 Quanto ao Objeto Imediato .......................................................................... 10
1.3.2 Quanto à Fundamentação............................................................................ 10
1.3.3 Quanto à Extensão da Matéria Impugnada .................................................. 11
1.3.4 Quanto à Independência .............................................................................. 11
1.4 Princípios Recursais..................................................................................... 12
1.4.1 Duplo Grau de Jurisdição ............................................................................. 12
1.4.2 Taxatividade ou Tipicidade........................................................................... 12
1.4.3 Princípio da Unirrecorribilidade ou Singularidade ........................................ 13
1.4.4 Princípio da Dialeticidade ............................................................................. 13
1.4.5 Princípio da Irrecorribilidade Imediata das Decisões Interlocutórias ............ 13
1.5 Pressupostos Recursais............................................................................... 14
1.5.1 Intrínsecos.................................................................................................... 14
1.5.2 Extrínsecos .................................................................................................. 14
1.5.3 Custas Processuais...................................................................................... 15
1.5.4 Depósito Recursal ........................................................................................ 16
1.6 Efeitos dos Recursos ................................................................................... 20
CAPÍTULO 2 – RECURSOS EM ESPÉCIE .............................................................. 21
2.1 Pedido de Revisão ....................................................................................... 21
2.2 Embargos de Declaração ............................................................................. 23
2.3 Recurso Ordinário ........................................................................................ 25
2.3.1 Teoria da Causa Madura .............................................................................. 26
2.3.2 Recurso Ordinário no Rito Sumaríssimo ...................................................... 27
2.3.3 Sustentação Oral ......................................................................................... 27
2.4 Agravo de Petição ........................................................................................ 28

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2.4.1 Agravo de Petição no incidente de Desconsideração da Personalidade
Jurídica 29
2.5 Recurso de Revista ...................................................................................... 30
2.5.1 Divergência Jurisprudencial e de Interpretação ........................................... 33
2.5.2 Violação de Lei Federal ou afronta direta à CF ............................................ 34
2.6 Embargos no TST ........................................................................................ 37
2.7 Agravo de Instrumento - Art. 897, b, da CLT................................................ 38
2.8 Agravo Interno e Regimental ........................................................................ 41
2.9 Recurso Extraordinário................................................................................. 42
CAPÍTULO 3 – EXECUÇÃO TRABALHISTA .......................................................... 44
3.1 Liquidação .................................................................................................... 44
3.2 Processo ou Fase de Execução ................................................................... 48
3.2.1 Título Executivo ............................................................................................ 49
3.2.2 Execução Provisória..................................................................................... 51
3.3 Execução por Quantia Certa ........................................................................ 53
3.3.1 Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica ........................... 58
3.4 Embargos à Execução ................................................................................. 59
3.5 Embargos de Terceiro .................................................................................. 60
3.6 Do Julgamento e dos Trâmites Finais da Execução .................................... 62
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 64

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APRESENTAÇÃO DO MÓDULO

O presente módulo tem por objetivo analisar com especificidade duas matérias
pertencentes ao Direito Processual do Trabalho que são de suma importância e
relevância, quer seja na vida prática, quer seja para concursos: o Sistema Recursal
Trabalhista e a Execução.
Para tanto, será estudado incialmente a Teoria Geral dos Recursos,
desdobrando o estudo na apreciação dos meios autônomos de impugnação, ou seja,
daqueles que embora possuam um peso parecido com recurso e por muitas vezes
com eles confundido, se revestem como sendo ações ordinárias, petições iniciais
com tramitação especial, como é o caso do mandado de segurança ou da ação
rescisória.
Será estudado ainda a finalidade dos recursos, sua classificação, notadamente
buscando separar aqueles que possuem natureza ordinária, daqueles que são tidos
por extraordinários, ou seja, saem do mero descontentamento da parte para primar
pela uniformização da jurisprudência trabalhista.
Na sequência far-se-á o exame dos pressupostos recursais, ou seja, das
condições e requisitos que os recursos devem observar para sua admissão e
conhecimento. Sendo estudado, por fim no primeiro capítulo, os efeitos recursais.
No segundo capítulo o estudado está voltado para a apreciação dos recursos
em espécie, suas nuances e requisitos, sendo o caso do pedido de revisão, dos
embargos de declaração, do recurso ordinário, do agravo de petição, do recurso de
revista, dos embargos ao TST, do agravo de instrumento, do agravo interno e o
regimental e do recurso extraordinário.
Nesse capítulo várias questões são explanadas, como é caso do recolhimento
das custas, das especificidades do depósito recursal: quem paga, quem é isento e
quem paga pela metade. Também foi analisado sobre a questão da gratuidade de
justiça.
Por sim, no terceiro capítulo, o estudo se concentrou na Execução Trabalhista,
iniciando-se pelo procedimento da liquidação, necessária quando diante de
sentenças ilíquidas, ou seja, daquelas que não é possível saber o seu real valor,

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dando liquidez ao título executivo judicial, sem que seja adotada uma das
modalidades de liquidação: por artigos, arbitramento ou cálculos.
O estudo da execução, analisa ainda seu procedimento, desde a expedição do
mandado de citação penhora e avaliação, até eventual necessidade de
desconsideração da personalidade jurídica da empresa para que sejam os sócios
incluídos no polo passivo da demanda e o débito trabalhista seja satisfeito.
Encerrando o capítulo consta a exposição do julgamento e dos trâmites finais
da execução, tais quais como esculpidos nos artigos 885 e seguintes da CLT.

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CAPÍTULO 1 – TEORIA GERAL DOS RECURSOS

A palavra “recurso”, etimologicamente, advém do latim (recursus, us),


significando a repetição de um caminho anteriormente percorrido (LEITE, 2015, p.
1.006).
Leite (2015, p. 1.006), esclarece ainda que nos longínquos tempos da
Antiguidade, a Justiça se fazia presente como a emanação do poder real. Já
havendo, naquela época, a existência de uma espécie de recurso, pois a parte
inconformada com a decisão de quem julgasse o feito poderia recorrer ao rei, que
era o órgão supremo do Estado.
Recurso nas palavras de Carlos Henrique Bezerra Leite pode ser conceituado
da seguinte forma:
A palavra recurso pode ser entendida em sentido amplo e em sentido
restrito. Em sentido amplo, é um remédio, isto é, um meio de proteger um
direito: ações, recursos processuais ou administrativos, exceções,
contestações, reconvenção, medidas cautelares. Em sentido restrito, é a
provocação de um novo julgamento, na mesma relação processual, da
decisão pela mesma ou por outra autoridade judiciária superior (LEITE,
2015, p. 1.007).

O professor José Carlos Barbosa Moreira (2010, p. 233) define recurso como
sendo: “O remédio voluntário idôneo a ensejar, dentro do mesmo processo, a
reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração de decisão judicial que se
impugna”.
No mesmo sentido esclarece Daniel Amorim Assumpção Neves ao firmar que:
O conceito de recurso deve ser construído partindo-se de cinco
características essenciais a esse meio de impugnação: (a) voluntariedade;
(b) expressa previsão em lei federal; (c) desenvolvimento no próprio
processo no qual a decisão impugnada foi proferida; (d) manejável pelas
partes, terceiros prejudicados e Ministério Público; e (e) com o objetivo de
reformar, anular, integrar ou esclarecer decisão judicial (NEVES, 2015, p.
2593)

Para o professor Élisson Miessa (2019, p. 986) tais conceitos refletem as


seguintes características presentes nos recursos:
a) Ser um remédio voluntário, isso porque um recurso é sempre um direito de
ação, não sendo ninguém compelido a recorrer. Bem por isso, a reexame necessário
ou remessa ex offício não pode ser considerado recurso, vez que obrigatória e

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independe da vontade da Fazenda Pública, obstando, inclusive o trânsito em


julgado.
b) Ocorrer dentro da mesma relação processual: isso tendo em vista que o
recurso visa, via de regra, a reapreciação de uma decisão dada em uma mesma
relação processual, obstando e postergando o trânsito em julgado. Cumpre
esclarecer, contudo, que “mesma relação processual” e “mesmo processo” não são
sinônimos, sendo o agravo de instrumento um exemplo disso, que embora possa
ocorrer em autos separados com a formação do instrumento, não deixa de pertencer
a uma relação processual já existente.
c) Pode ensejar: (I) a reforma da decisão impugnada – o que ocorre via de
regra, pois quem recorre, o faz para melhorar sua situação; (II) a
invalidação/anulação da decisão impugnada – nesse caso há ocorrência de vícios
processuais que causam a nulidade do processo, como uma citação inexistente, por
exemplo; e (III) o esclarecimento ou a integração da decisão impugnada – nesse
caso observa-se a utilização dos embargos de declaração que servem tanto para
esclarecer uma decisão judicial, afastando obscuridade ou contradição, como
também para integrá-la no caso de omissão.

1.1 Meios de Impugnação

A impugnação não se restringe ao recurso, tem-se outros meios de se


impugnar uma decisão proferida pelo órgão jurisdicional. São elas:
a) Ações Autônomas de Impugnação: sendo aquelas que buscam impugnar a
decisão judicial criando uma nova relação processual. Como, por exemplo, o
mandado de segurança e a ação rescisória.
b) Sucedâneos Recursais: que para o professor Élisson Miessa (2019, p. 985)
se subdivide em:
(I) Providências Corretivas: sendo aquelas destinadas a corrigir erros materiais
existentes na decisão. Como, por exemplo, o erro de grafia, conforme art. arts. 833 e
897-A, CLT; e

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(II) Providências ordenadoras de procedimento: que possui como finalidade


corrigir atos de procedimentos praticados pelos magistrados, que tumultuam ou
atentem à ordem processual. Como, por exemplo, a correição parcial.
c) Recursos: os recursos propriamente ditos são os mais clássicos meios de
impugnar uma decisão e será abordado nesse e no próximo capítulo.

1.2 Finalidade dos Recursos

Conforme melhor esclarecido na apresentação do conceito de Recurso, este


possui finalidades diversas, sendo elas:
a) Reforma da decisão impugnada, visando a modificação do Julgado. Está
ligado ao error in judicando, ou seja, o erro de julgamento, sendo, portanto, vício de
conteúdo.
b) Invalidação (anulação) da decisão impugnada. Nesse caso a decisão
contém vício processual (formal). Configura-se no error in procedendo, objetivando-
se não a reforma da decisão, mas a sua retirada do mundo jurídico e que uma nova
decisão seja proferida em seu lugar.
c) Esclarecimento da decisão impugnada, que tem como finalidade afastar
decisão obscura e/ou contradição da decisão, é alcançada pelos embargos de
declaração.
d) Integração da decisão impugnada. Nessa hipótese o objetivo é justamente
completar a prestação jurisdicional, suprimindo as lacunas/omissões, ocorre por
meio dos embargos de declaração.

1.3 Classificação dos Recursos

Os recursos podem ser classificados de diversas formas, sendo que a doutrina


majoritária, a exemplo de Élisson Miessa e Carlos Henrique Bezerra Leite,
classificam quanto: ao objeto imediato, fundamentação, extensão da matéria
impugnada e independência.

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1.3.1 Quanto ao Objeto Imediato


Nesse caso a questão analisada é o direito em que busca tutelar, podendo o
recurso possuir natureza ordinária ou extraordinária (MIESSA, 2019, p. 987).
a) Recurso de Natureza Ordinária: funda-se no direito subjetivo da parte e
permite a rediscussão ampla da matéria, sejam os fatos e as provas, seja o
próprio direito.
É possível afirmar nesse caso que o recurso pode sim estar baseado no mero
inconformismo da parte, ou seja, no seu descontentamento com o julgamento dado
em uma primeira instância ou um primeiro momento.
Exemplo: Recurso Ordinário, Agravo de Petição, Embargos de Declaração,
Agravo Interno, pedido de revisão e Agravo de Instrumento.
b) Recurso de Natureza Extraordinária: funda-se na tutela do direito objetivo na
própria lei, buscando a sua exata aplicação. Nesse caso tão somente o
direito pode ser reanalisado, ou melhor dizendo, se ocorreu sua escorreita
aplicação.
Importante à análise da Súmula 126 do TST1, que informa ser incabível o
recurso de revista ou de embargos arts. 896 e 894, "b", da CLT para reexame de
fatos e provas.
Os exemplos de Recurso com Natureza Extraordinária são: o Recurso de
Revista, os Embargos de Divergência à SDI do TST e o próprio Recurso
Extraordinário ao STF quanto tratar-se de matéria constitucional.

1.3.2 Quanto à Fundamentação


No que concerne à fundamentação, conforme MIESSA (2019, p. 987), um
recurso pode ocorrer de:
a) Fundamentação livre: quando a lei não traz qualquer exigência para que um
recurso aponte de forma específica determinado vício, sendo necessário, contudo,
que a parte não concorde com a decisão e decida recorrer, como acontece no
Recurso Ordinário. Note, portanto, que a fundamentação está ligada ao recurso e
não a decisão que virá de seu julgamento.

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Súmula nº 126 do TST
RECURSO. CABIMENTO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Incabível o recurso de revista ou de embargos (arts. 896 e 894, "b", da CLT) para reexame de fatos e provas.

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b) Fundamentação vinculada: de forma contrária ao que ocorre no caso


anterior, nesse caso a própria lei exige do recorrente a indicação pormenorizada de
algum vício na decisão que será impugnada por recurso. Ou seja, não basta apenas
recorrer com base no mero descontentamento, é necessário que estejam
preenchidos as condições e matérias dispostas em lei. Isso ocorre com o Recurso
de Revista, tendo em vista que para recorrer é necessário observar uma série de
formalidades dispostas nos artigos 896 e 896-A da CLT, sob pena do recurso nem
sequer ser conhecido, ou seja, não passar pela análise dos pressupostos de
admissibilidade recursal, caso não seja observado algum requisito.

1.3.3 Quanto à Extensão da Matéria Impugnada


Com relação à extensão da matéria impugnada, esta poderá ser total ou
parcial, conforme esclarece o MIESSA (2019, p. 988).
A impugnação será total quando o recurso abranger toda a parte em que parte
recorrente for sucumbente, ou seja, a parte discorda complemente da decisão no
que consiste aos pleitos que perdeu.
Por outro lado, a impugnação será parcial quando o recurso abranger tão
somente parte dos pleitos em que a parte recorrente sucumbiu, ou seja, mesmo
tendo ela perdido diversas parcelas, acaba por recorrer apenas de algumas, por
achar que não possui matéria para recurso ou por qualquer outro motivo.

1.3.4 Quanto à Independência


Nesse caso o recurso pode ser:
a) Independente (principal): é aquele que tem via própria, condicionando-se
exclusivamente aos seus pressupostos de admissibilidade para que seja
alcançado o mérito do recurso.
b) Subordinado (adesivo): ele se subordina a outro recurso, dependendo da
admissibilidade deste, para que seja conhecido.
Nos termos da Súmula 283 do TST2, o Recurso Adesivo é compatível com o
processo do trabalho, logo é cabível no caso do Recurso Ordinário, Agravo de
Petição, Recurso de Revista e até mesmo nos Embargos ao TST.

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Súmula nº 283 do TST

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1.4 Princípios Recursais

1.4.1 Duplo Grau de Jurisdição


Consiste na possibilidade de reexame da decisão, buscando outra opinião
sobre a decisão da causa. Assim, por este princípio o mero descontentamento da
parte com o julgamento dado em primeira instância fundamenta a possibilidade da
interposição de recurso.
Para Carlos Henrique Bezerra Leite:
O duplo grau de jurisdição é uma previsão normativa – explícita ou implícita
– contida em um sistema jurídico para que as decisões judiciais de um
processo possam ser submetidas, por intermédio de um recurso voluntário
ou de ofício, a um novo julgamento por um órgão judicial, geralmente
colegiado, e hierarquicamente superior. (LEITE, 2015, p. 1013).

Luiz Guilherme Marinoni assevera que:


Ter direito ao duplo grau de jurisdição significa ter direito a um exame do
mérito da controvérsia por dois juízos distintos. Embora esse duplo exame
seja a regra no processo civil, dada a previsão constitucional de
competências recursais aos tribunais, várias são as exceções: quando o
feito é de competência originária do STF (CF, art. 102, I), evidentemente
não se pode exigir a observância do duplo grau de jurisdição. Quando o
legislador infraconstitucional permite que o tribunal se pronuncie a respeito
de matéria não versada na decisão atacada (CPC, art. 515, § 3º), também
está excepcionando a regra do duplo grau de jurisdição. (MARINONI, 2008,
p. 505)

1.4.2 Taxatividade ou Tipicidade


Este princípio informa que apenas são admitidos os recursos previstos na
legislação federal, em outras palavras, impossível a criação de recursos pela mera
vontade das partes.
Para Carlos Henrique Bezerra Leite:
Os recursos devem estar expressamente previstos em lei, sendo certo que
compete à União legislar privativamente sobre direito processual (CF, art.
22, I). Logo, somente a lei federal é que pode criar recursos judiciais. Os
recursos, portanto, são numerus clausus, isto é, taxativamente previstos em
lei federal. Daí por que alguns autores sustentam a inconstitucionalidade
dos recursos regimentais, ou seja, aqueles criados por regimentos internos
dos tribunais. (LEITE, 2015, p. 1049).

RECURSO ADESIVO. PERTINÊNCIA NO PROCESSO DO TRABALHO. CORRELAÇÃO DE MATÉRIAS


(mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
O recurso adesivo é compatível com o processo do trabalho e cabe, no prazo de 8 (oito) dias, nas hipóteses de
interposição de recurso ordinário, de agravo de petição, de revista e de embargos, sendo desnecessário que a
matéria nele veiculada esteja relacionada com a do recurso interposto pela parte contrária.

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1.4.3 Princípio da Unirrecorribilidade ou Singularidade


Por este princípio tem-se que cada decisão admite ou comporta um único
recurso.
Para Carlos Henrique Bezerra Leite:
O princípio da singularidade, também chamado de princípio da
Unirrecorribilidade ou unicidade recursal, não permite a interposição de
mais de um recurso contra a mesma decisão (ou parte ou capítulo da
mesma decisão). É dizer, os recursos não podem ser utilizados
simultaneamente, mas sim sucessivamente, obedecendo-se à hierarquia
dos órgãos jurisdicionais (graus de jurisdição). (LEITE, 2015, p. 1040).

Cumpre esclarecer, contudo, que existem exceções na Justiça do Trabalho a


esse princípio, e tais exceções dizem respeito a interposição simultânea de
Embargos para a SDI e Recurso Extraordinário para o STF da decisão proferida na
Turma do TST.

1.4.4 Princípio da Dialeticidade


Este princípio traz a necessidade do Recorrente motivar suas razões recursais.
Não basta, por exemplo, copiar a petição inicial, ou mesmo a contestação, é
necessário que seja impugnada ponto a ponto de discordância com a decisão
recorrida.
Súmula nº 422 do TST
RECURSO. FUNDAMENTO AUSENTE OU DEFICIENTE. NÃO
CONHECIMENTO (redação alterada, com inserção dos itens I, II e III) - Res.
199/2015, DEJT divulgado em 24, 25 e 26.06.2015. Com errata publicada
no DEJT divulgado em 01.07.2015.
I – Não se conhece de recurso para o Tribunal Superior do Trabalho se as
razões do recorrente não impugnam os fundamentos da decisão recorrida,
nos termos em que proferida.
II – O entendimento referido no item anterior não se aplica em relação à
motivação secundária e impertinente, consubstanciada em despacho de
admissibilidade de recurso ou em decisão monocrática.
III – Inaplicável a exigência do item I relativamente ao recurso ordinário da
competência de Tribunal Regional do Trabalho, exceto em caso de recurso
cuja motivação é inteiramente dissociada dos fundamentos da sentença.

1.4.5 Princípio da Irrecorribilidade Imediata das Decisões Interlocutórias


Decisão interlocutória é aquela na qual o Juiz, no curso do processo, resolve
questão incidente. Hoje, decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de
natureza decisória que não se enquadre no § 1º, do art. 203, CPC.

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É o que prevê o art. 893, §1º, da CLT: “Os incidentes do processo são
resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento
das decisões interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva”.
A Súmula 214 do TST3 cria três hipóteses nas quais admitem o recurso
imediato das decisões interlocutórias:
a) TRT contraria a Súmula ou OJ  Recurso de Revista imediato.
b) Suscetível de Impugnação mediante Recurso para o próprio Tribunal
(Decisão Monocrática do Relator  Agravo Regimental).
c) Que acolhe exceção de incompetência.

1.5 Pressupostos Recursais

1.5.1 Intrínsecos
Os pressupostos intrínsecos relacionam-se com as partes, estão ligados à
própria existência do poder de recorrer.
São eles:
a) Cabimento (Adequação e Recorribilidade);
b) Legitimidade (Partes, Terceiro Prejudicado e MPT);;
c) Interesse em Recorrer (parte vencida ou terceiro que foi prejudicado);
d) Inexistência de Fato Impeditivo ou Extintivo do Poder de Recorrer
(aceitação, renúncia ou desistência).

1.5.2 Extrínsecos
Os pressupostos extrínsecos relacionam-se com os recursos, dizem respeito
ao modo de exercer o poder de recorrer.
São eles:
a) Tempestividade:

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DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE (nova redação) - Res. 127/2005, DJ 14, 15 e
16.03.2005
Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso
imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação
Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo
Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional
distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.

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Em regra o prazo é de 08 dias úteis, tem-se como exceção o pedido de revisão


(48 horas), recurso extraordinário (15 dias) e embargos de declaração (5 dias).
b) Preparo (Depósito Recursal + Custas Processuais):
Quando não há preparo, temos a deserção do recurso, de tal forma que ele
não pode ser conhecido.

1.5.3 Custas Processuais


São devidas ao Estado, pelo exercício da prestação jurisdicional. Tem natureza
de taxa. As custas serão de 2% do valor da causa ou da condenação, sendo que as
custas mínimas são de R$10,64 e as máximas são de quatro vezes o teto pago pela
Previdência Social.
O pagamento das custas processuais é feito pela parte sucumbente, o qual
deverá pagá-las com o trânsito em julgado da sentença. Ocorre que, para se
recorrer, o pagamento das custas processuais é um pressuposto recursal.
Não sendo possível aferir o valor da condenação, ou sendo a decisão omissa
quanto a isso, a parte deverá ser intimada em momento posterior para recolher as
custas, conforme Súmula 53 do TST.
Em caso de insuficiência das custas processuais ou do depósito recursal,
somente haverá deserção do recurso se, concedido o prazo de 05 dias para
complementação, a parte se manter inerte, ex vi da OJ 140, SDI-1.
Não há necessidade de recolhimento de multa imposta como sanção de
litigância de má-fé para recorrer (OJ 409 – SDI-1).
Quando as partes se compuserem (fizerem acordo), as custas processuais
serão rateadas em partes iguais entre os litigantes. Entretanto, as partes poderão
acordar de maneira diversa.
Na fase de execução, cada ato tem um valor e, consoante Art. 789-A, só o
Executado irá pagar.
São isentos de Custas:
Art. 790-A da CLT
I – Beneficiários da gratuidade da justiça;

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
16

II – a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e respectivas


autarquias e fundações públicas federais, estaduais ou municipais que não explorem
atividade econômica;
III – O Ministério Público do Trabalho.
Cuidado: a isenção prevista no art. 790-A, CLT, não alcança as entidades
fiscalizadoras do exercício profissional, nem exime as pessoas jurídicas de Direito
Público da obrigação de reembolsar as despesas judiciais realizadas pela parte
vencedora. Denota-se, assim, que a OAB, o CRM e o CREA, entre outros, não têm
isenção.
A Justiça Gratuita poderá ser determinada de ofício pelo Magistrado, e será
concedida àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por
cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social4.
Art. 790. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e no
Tribunal Superior do Trabalho, a forma de pagamento das custas e
emolumentos obedecerá às instruções que serão expedidas pelo Tribunal
Superior do Trabalho.
§ 1o Tratando-se de empregado que não tenha obtido o benefício da justiça
gratuita, ou isenção de custas, o sindicato que houver intervindo no
processo responderá solidariamente pelo pagamento das custas devidas.
§ 2º No caso de não-pagamento das custas, far-se-á execução da
respectiva importância, segundo o procedimento estabelecido no Capítulo V
deste Título.
§ 3º É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do
trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o
benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos,
àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento)
do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
§ 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar
insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo.

1.5.4 Depósito Recursal


Tem natureza de garantia do Juízo garantir a futura execução, bem por isso,
quem faz o depósito recursal é o Reclamado, nunca o Reclamante irá realizar tal
depósito. Também por tais razões, o depósito recursal só exigível em condenações
pecuniárias Súmula 161 – TST.
Súmula 161 – TST: Se não há condenação a pagamento em pecúnia,
descabe o depósito de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 899 da CLT.

4
O teto previdenciário para o ano de 2019 é de R$5.882,92. Disponível em:
https://www.infomoney.com.br/minhas-financas/aposentadoria/noticia/7871828/economia-confirma-teto-dos-
beneficios-do-inss-em-r-58-mil

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17

Recursos que necessitam de depósito: Recurso Ordinário, Recurso de Revista,


Embargos ao TST, Recurso Extraordinário e Recurso Ordinário em Ação Rescisória.
Prazo para Recolhimento:
Deve ser recolhido e provado no prazo do recurso, podendo ser depositado
antes do termo final.
Súmula–245: O depósito recursal deve ser feito e comprovado no prazo
alusivo ao recurso. A interposição antecipada deste não prejudica a dilação
legal.

Art. 899, §7º, CLT: o deposito do agravo de instrumento deve ser


comprovado no ato da interposição.

Importante mencionar que, o Depósito é feito em conta vinculada ao Juízo,


mediante Guia de Depósito Recursal.
Outrossim, tem-se que o depósito poderá ser substituído por fiança bancária ou
seguro garantia judicial.
Valor do Depósito Recursal:
O valor do depósito recursal é ao valor da condenação que ainda não foi
depositado, limitando-se ao teto fixado pelo TST. Esse teto muda de ano para ano, o
último divulgado é o que segue abaixo.

Tabela 1: Depósitos Recursais - Valores Vigentes

RECURSO DE
DATA DE REVISTA RECURSO
DATA DE RECURSO
INÍCIO DA LEGISLAÇÃO EMBARGOS EM AÇÃO
DIVULGAÇÃO ORDINÁRIO
VIGÊNCIA RECURSO RESCISÓRIA
EXTRAORDINÁRIO

ATO
DEJT-
01/08/2019 SEGJUD.GP R$ 9.828,51 R$ 19.657,02 R$ 19.657,02
12/07/2019
N° 247/2019
Fonte: TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST), 2019.
Disponível em: http://www.tst.jus.br/valores-vigentes

Importante a análise da súmula 128 do TST que discorre acerca do depósito


recursal:
Súmula 128 – TST
I - É ônus de a parte recorrente efetuar o depósito legal, integralmente, em
relação a cada novo recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o
valor da condenação, nenhum depósito mais é exigido para qualquer
recurso.

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18

II - Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito para


recorrer de qualquer decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da CF/1988.
Havendo, porém, elevação do valor do débito, exige-se a complementação
da garantia do juízo.
III - Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito
recursal efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a empresa
que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide.

Como visto acima, no caso de condenação solidária, por exemplo, como ocorre
com os grupos econômicos art. 2º, §2º, da CLT o depósito feito por uma empresa
condenada solidariamente, pode ser utilizado pela outra, salvo se aquela que fez o
depósito estiver pedindo para sair da lide.
Redução do valor do Depósito Recursal:
Alguns reclamados poderão recolher o valor do depósito recursal pela metade,
são eles:
 Entidades sem fins lucrativos;
 Empregadores Domésticos;
 Microempreendedores Individuais;
 Microempresas;
 Empresas de Pequeno Porte;

São isentos de Depósito Recursal:


 Entidades Filantrópicas
 Beneficiários da Justiça Gratuita
 Empresas em recuperação judicial
 MPT
 Massa Falida
 Herança Jacente
 Entes de Direito Público Externo
 Administração Pública Direta, autarquias e fundações públicas que não
explorem atividade econômica.

Tabela 2: Pagamento do depósito recursal


RECORRENTE CONDENAÇÃO EM DEPÓSITO

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PECÚNIA?
NUNCA – Em
razão da natureza
Reclamante
do depósito de
garantia do juízo
Não – Súmula 86
Reclamado – Massa Falida Sim
– TST
Reclamado – Beneficiário da Justiça Não – Isenção
Gratuita, Entidades Filantrópicas e Sim nos termos do art,
Empresas em recuperação Judicial 899, §10 da CLT
Não (Exemplo: só
Não – Súmula
Reclamado reconheceu o
161 do TST
vínculo de emprego)
Reclamado Sociedade de Economia Sim – Súmula
Sim
Mista e Empresa Pública 170 – TST
Reclamado em Recuperação
Sim Sim
Extrajudicial
Reclamado Entidade Filantrópica Sim Não
Entidades sem fins lucrativos, Sim Sim, mas
empregadores domésticos, reduzido pela
Microempreendedores Individuais metade, conforme
(MEI), Microempresas (ME) e Empresas art. 899, §9º da
de Pequeno Porte (EPP) CLT
Fonte: LINHARES, Aryana; SARAIVA, Renato. Trabalho: Prática 2ª Fase OAB. Salvador:
Juspodivm, 2018. ADAPTADA pelo autor.

Súmula 170 do TST: Os privilégios e isenções no foro da Justiça do


Trabalho não abrangem as sociedades de economia mista, ainda que
gozassem desses benefícios anteriormente ao Decreto-Lei nº 779, de
21.08.1969.

c) Regularidade de representação:

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Caso a parte não se valha do jus postulandi, pertinente o que expõe a súmula
383 do TST:
Súmula nº 383 do TST
RECURSO. MANDATO. IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO. CPC
DE 2015, ARTS. 104 E 76, § 2º (nova redação em decorrência do CPC de
2015) - Res. 210/2016, DEJT divulgado em 30.06.2016 e 01 e 04.07.2016

I – É inadmissível recurso firmado por advogado sem procuração juntada


aos autos até o momento da sua interposição, salvo mandato tácito. Em
caráter excepcional (art. 104 do CPC de 2015), admite-se que o advogado,
independentemente de intimação, exiba a procuração no prazo de 5 (cinco)
dias após a interposição do recurso, prorrogável por igual período mediante
despacho do juiz. Caso não a exiba, considera-se ineficaz o ato praticado e
não se conhece do recurso.
II – Verificada a irregularidade de representação da parte em fase recursal,
em procuração ou substabelecimento já constante dos autos, o relator ou o
órgão competente para julgamento do recurso designará prazo de 5 (cinco)
dias para que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, o relator
não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente, ou
determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência
couber ao recorrido (art. 76, § 2º, do CPC de 2015).

1.6 Efeitos dos Recursos

Os Recursos podem possuir os seguintes efeitos:


a) Efeito Obstativo: obsta o impedimento do transito em julgado da decisão.
b) Devolutivo: todos os recursos possuem, pois devolvem o conhecimento da
matéria à instância superior a qual se recorre.
c) Suspensivo: Impede a execução imediata, não é, via de regra, aplicado na
seara trabalhista, sendo possível a execução provisória da sentença até a penhora.
d) Efeito Translativo: possibilidade de o Tribunal julgar matérias de ordem
pública, que podem ser conhecidas de ofício.
e) Efeito Regressivo: é a possiblidade de o Juízo se retratar da decisão, nos
casos previstos em lei. É o que ocorre no Agravo de Instrumento e no Recurso
Ordinário.

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CAPÍTULO 2 – RECURSOS EM ESPÉCIE

2.1 Pedido de Revisão

Fundamento Legal: art. 2º, §1º, da Lei 5.584/1970.


Sabe-se que a reclamação trabalhista pode ser verbal ou escrita. Os requisitos
são endereçamento, qualificação, fatos, pedidos liquidados, data e assinatura.
Alguns entendem que também é requisito da Exordial o valor da causa, ainda mais
com a reforma trabalhista, que acabou por obrigar o Reclamante a liquidar todos os
seus pedidos, de tal forma que, somados os pedidos, tem-se o valor da causa.
Quando a parte não fixa o valor da causa, tendo um motivo relevante para
tanto, o Juiz definirá o valor, quando da audiência de, após a defesa e antes da
instrução processual. Se a parte não concorda com o valor fixado pelo Magistrado,
ela vai isso alegar em razões finais. Se o Juiz mantiver o seu entendimento, essa
decisão é interlocutória, sendo irrecorrível de imediato, cabendo então o pedido de
revisão para o TRT, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas.
Art. 2º Nos dissídios individuais, proposta a conciliação, e não havendo
acordo, o Presidente, da Junta ou o Juiz, antes de passar à instrução da
causa, fixar-lhe-á o valor para a determinação da alçada, se este for
indeterminado no pedido.
§ 1º Em audiência, ao aduzir razões finais, poderá qualquer das partes,
impugnar o valor fixado e, se o Juiz o mantiver, pedir revisão da decisão, no
prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ao Presidente do Tribunal Regional.
§ 2º O pedido de revisão, que não terá efeito suspensivo deverá ser
instruído com a petição inicial e a Ata da Audiência, em cópia autenticada
pela Secretaria da Junta, e será julgado em 48 (quarenta e oito) horas, a
partir do seu recebimento pelo Presidente do Tribunal Regional.

Frisa-se, conforme já sopesado, raramente se observará o pedido de Revisão,


tendo em vista, justamente a necessidade de a parte quantificar seus pedidos na
peça vestibular.
Analisando-se julgados do TRT da 15ª Região, denota-se que há anos não se
verifica tal recurso:
PEDIDO DE REVISÃO DO VALOR DA CAUSA

PROCESSO TRT-15 Nº 0013972-49-2010-5-15-0000 PRVC


RECORRENTE: TADEU ROCHA DE MORAES.
ORIGEM: 1ª VARA DO TRABALHO DE SOROCABA
JUÍZO SENTENCIANTE: MARIA CRISTINA BRIZOTTI ZAMUNER

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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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Inconformado com a r. sentença de fls. 81/88, que o condenou ao


pagamento das custas, no importe de R$ 17.635,34 (dezessete mil,
seiscentos e trinta e cinco reais e trinta e quatro centavos), calculadas
sobre o valor de R$ 881.785,00 arbitrado pelo MM. Juízo na audiência de
instrução, apresenta o autor PEDIDO DE REVISÃO do valor da causa (fls.
02/07), aduzindo, em síntese, que o MM. Juízo não considerou que o valor
dado na inicial de R$ 30.000,00 foi para efeitos de alçada; que o valor
pleiteado como indenização por danos morais é deferido de acordo com o
convencimento e livre arbítrio do julgador. Alega, ainda, que a majoração
foi efetuada ex officio, sem qualquer provocação da parte contrária
e, excessivamente elevada.
É o brevíssimo relatório.
DECISÃO
Postula o interessado a revisão do valor da causa arbitrado em origem.
Como é cediço, dispõe o artigo 2º da Lei nº 5.584/70:
"Art. 2º. Nos dissídios individuais, proposta a conciliação, e não havendo
acordo, o Presidente, da Junta ou o Juiz, antes de passar à instrução da
causa, fixar-lhe-á o valor para a determinação da alçada, se este for
indeterminado no pedido.
§ 1º Em audiência, ao aduzir razões finais, poderá qualquer das partes
impugnar o valor fixado e, se o juiz o mantiver, pedir revisão da decisão, no
prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ao Presidente do Tribunal Regional.
§ 2º O pedido de revisão que não terá efeito suspensivo, deverá ser
instruído com a petição inicial e a Ata da Audiência, em cópia autenticada
pela Secretaria da Vara, e será julgado em 48 (quarenta e oito) horas, a
partir do seu recebimento, pelo Presidente do Tribunal Regional."
Da leitura do §1º do art. 2º da Lei nº 5.584/70, depreende-se que a lei
faculta às partes pedir a revisão do valor dado à causa até 48 (quarenta e
oito) horas após a manutenção pelo juiz, em audiência, da impugnação ao
valor da causa apresentada.
No caso vertente, insurge-se o interessado em face da r. sentença de fls.
81/88, que o condenou ao pagamento das custas processuais no importe de
R$ 17.635,04, calculadas sobre o valor arbitrado na audiência de instrução
(fl. 55).
Nesse trilhar, considerando-se que já houve, inclusive, sentença prolatada
(fls. 81/88), resta patente a inadequação da via eleita. Com efeito, em tendo
sido a questão resolvida por sentença, caberia ao reclamante, se o caso,
rediscutir o ato decisório mediante recurso processual próprio, no momento
adequado.
Em assim sendo, indefiro o pedido.
Int.
Campinas, 21 de setembro de 2010.

LUÍS CARLOS CÂNDIDO MARTINS SOTERO DA SILVA


Desembargador Presidente do Tribunal

Outrossim, com o processo judicial eletrônico, ao realizar o peticionamento, o


próprio software obriga o Peticionante a inserir o valor da causa.

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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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Imagem 1: Painel de Peticionamento do Pje do TRT15

Fonte: Imagem retirada do site do Processo Judicial Eletrônico (PJe) do TRT da 15ª Região,
2019. Disponível em: https://pje.trt15.jus.br/primeirograu.

2.2 Embargos de Declaração

O art. 897-A da CLT estabelece que seja cabíveis embargos de declaração da


sentença ou acórdão nas hipóteses de obscuridade, omissão, contradição e
manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do Recurso
(tempestividade, preparo e representatividade), no prazo de cinco dias úteis,
devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subsequente à sua
apresentação, registrado na certidão.
O art. 9º, da IN 39 do TST dispõe que o art. 1.022, do CPC é aplicável ao
processo do trabalho, assim caberão Embargos de Declaração contra qualquer
decisão judicial, ou seja, decisão interlocutória, sentença, acórdão ou decisão
monocrática.
Registra-se que, conforme OJ 192 é em dobro o prazo para embargos
declaratórios para a Pessoa Jurídica de Direito Público, MPT e Defensoria Pública,
ou seja, esses órgãos possuem 10 dias úteis para embargar de declaração.
A competência para seu julgamento é do próprio juízo prolator da decisão
embargada, não sendo necessário o recolhimento de custas, nem depósito recursal.
Admite-se o efeito modificativo (infringente) da decisão nos casos de omissão e
contradição no julgado, bem como manifesto equívoco no exame dos pressupostos
extrínsecos do recurso. Ocorre que, em caso de eventual efeito modificativo dos

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embargos de declaração, a parte contrária deve ser intimida para que, querendo,
apresente contraminuta aos embargos de declaração no prazo de cinco dias art.
897-A, § 2º, da CLT, privilegiando-se, assim, o contraditório, sob pena de nulidade,
inclusive.
É o que enuncia a OJ 142:
OJ 142. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. EFEITO MODIFICATIVO. VISTA
PRÉVIA À PARTE CONTRÁRIA. (cancelado o item II em decorrência do
CPC de 2015) - Res. 214/2016, DEJT divulgado em 30.11.2016 e 01 e
02.12.2016.
É passível de nulidade decisão que acolhe embargos de declaração com
efeito modificativo sem que seja concedida oportunidade de manifestação
prévia à parte contrária.

O art. 1.036, § 2º, do novo Código de Processo Civil, também determina que o
órgão jurisdicional deve intimar o embargado para, querendo, manifestar-se sobre os
embargos opostos, no prazo de cinco dias, caso seu eventual acolhimento implique
a modificação da decisão embargada.
Salienta-se que, somente é obrigatória a manifestação do Embargado se o
efeito modificativo for potencialmente previsto, de modo que, havendo rejeição
liminar dos embargos, improcedência ou hipótese de obscuridade, será
desnecessária a concessão de vista à parte contrária.
Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício ou a requerimento de
qualquer das partes art. 897-A, § 1º, da CLT. Ainda assim, a jurisprudência tem
admitido o exame dessa matéria também por meio de embargos de declaração. O
art. 833 da CLT explicita que, se na decisão houver evidentes erros ou enganos de
escrita, de datilografia (atualmente, de digitação) ou de cálculo, podem ser
corrigidos, antes da execução, de ofício ou a requerimento dos interessados ou do
Ministério Público do Trabalho.
O art. 897-A, § 3º, da CLT dispõe que os embargos de declaração interrompem
o prazo para interposição de outros recursos, por qualquer das partes, salvo quando
intempestivo irregular a representação da parte ou ausente a sua assinatura. Nesses
últimos casos, entende-se que os embargos de declaração não devem ser
conhecidos, em razão da ausência de pressuposto extrínseco de admissibilidade.
Necessário esclarecer que uma das partes poderá ter interposto Recurso
Ordinário antes da outra parte interpor Embargos de Declaração, e se estes tiverem

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efeitos modificativos, a parte que já apresentou o Recurso Ordinário será intimada


para complementá-lo no prazo de 08 (oito) dias.
Os embargos de declaração protelatórios, ou seja, que se prestam somente
para procrastinar o processo, serão sancionados conforme art. 1.026, §§2º a 4º do
CPC, com multa não excedente a 2% sobre o valor atualizado da causa (1º
Embargos protelatórios), com multa de até 10% sobre o valor da causa atualizado
(2º Embargos) e não recebimento (3º Embargos protelatórios).
Têm-se, ainda, os chamados Embargos de Declaração com efeitos pré-
questionatórios, justamente por suprir omissões, sendo necessário nos recursos de
natureza extraordinária o prequestionamento da matéria. Ou seja, não havendo
manifestação expressa no acórdão a respeito da matéria que se pretende recorrer, a
parte deverá interpor embargos de declaração com fins de prequestionamento,
consoante Súmula nº 184, do TST.
Os embargos de declaração com fins de prequestionamento não podem ser
considerados protelatórios, conforme Súmula 98 do STJ.

2.3 Recurso Ordinário

O prazo para sua interposição é de 08 dias úteis. A Fazenda Pública, o MPT e


a Defensoria Pública têm prazo em dobro, qual sejam 16 dias úteis inclusive para as
contrarrazões.
Cabe Recurso Ordinário, além das decisões definitivas e terminativas
proferidas pelas Varas e Juízos, das decisões terminativas e definitivas das ações
de competência originária do TRT, como por exemplo, em Ação Rescisória que se
discute sentença de primeiro grau.
Dessa forma, nunca se pode esquecer que o Recurso Ordinário é admissível
em dois casos e eles estão previstos no artigo 895, inciso I, da CLT das decisões
definitivas ou terminativas das Varas e Juízos e o artigo 895 inciso II, da CLT das
decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua
competência originária, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos,
sendo exemplos: recurso ordinário em dissídios coletivos, ação rescisória, mandado

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de segurança, habeas corpus e decisões que aplicam penalidades a servidores da


Justiça do Trabalho.
Referido Recurso, como os demais recursos trabalhistas não tem efeito
suspensivo, logo o recorrente poderá requerer o efeito suspensivo por simples
petição ao tribunal ou relator. Nos Recursos Ordinários de dissídios coletivos, o
presidente do TST poderá dar efeito suspensivo ao recurso ordinário.
O Juiz terá 05 (cinco) dias para se retratar, conforme novo CPC art. 485, §7º,
bem como IN 39/216 art. 3º em apenas três hipóteses:
I – Improcedência liminar do pedido;
II – Indeferimento da petição inicial;
III – Extinção do processo sem resolução de mérito.

2.3.1 Teoria da Causa Madura


Primando pela celeridade, economia processual, duração razoável do processo
e primazia da decisão de mérito, é autorizado ao Tribunal ad quem, quando o
processo estiver “maduro”, apto e pronto para ser julgado, entrar diretamente na
análise do mérito da causa, não retornando ao juízo de origem, quando reconhecer,
por exemplo, alguma nulidade, é o que prevê o artigo 1.013, §3º, do CPC.
Tal procedimento também é intitulado de efeito devolutivo em profundidade e
está consubstanciado na Súmula 393, do TST:
Súmula nº 393 do TST
RECURSO ORDINÁRIO. EFEITO DEVOLUTIVO EM PROFUNDIDADE.
ART. 1.013, § 1º, DO CPC DE 2015. ART. 515, § 1º, DO CPC DE 1973.
(nova redação em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT
divulgado em 22, 25 e 26.04.2016.
I - O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário, que se extrai
do § 1º do art. 1.013 do CPC de 2015 (art. 515, §1º, do CPC de 1973),
transfere ao Tribunal a apreciação dos fundamentos da inicial ou da defesa,
não examinados pela sentença, ainda que não renovados em
contrarrazões, desde que relativos ao capítulo impugnado.
II - Se o processo estiver em condições, o tribunal, ao julgar o recurso
ordinário, deverá decidir desde logo o mérito da causa, nos termos do § 3º
do art. 1.013 do CPC de 2015, inclusive quando constatar a omissão da
sentença no exame de um dos pedidos.

A OJ. 79, da SDBI 2, DO TST, enuncia que “Não ofende o princípio do duplo
grau de jurisdição a decisão do TST que, após afastar a decadência em sede de
recurso ordinário, aprecia desde logo a lide, se a causa versar questão
exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato julgamento”.

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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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Lembra-se que algumas matérias podem ser conhecidas em qualquer tempo e


grau de jurisdição, como a incompetência absoluta, ausência de pressupostos de
constituição e desenvolvimento válido do processo, perempção, litispendência e
coisa julgada, falta de legitimidade e interesse processual.

2.3.2 Recurso Ordinário no Rito Sumaríssimo


O processamento do recurso ordinário em procedimento sumaríssimo difere do
ordinário, nos seguintes pontos:
a) Recebido no tribunal, o recurso ordinário será imediatamente distribuído;
b) O relator deve liberá-lo no prazo máximo de dez dias, e a Secretaria do
Tribunal ou Turma colocá-lo imediatamente em pauta para julgamento;
c) Não terá revisor;
d) Terá parecer oral do MPT, se entender necessário o parecer;
e) Terá Acórdão consistente unicamente na certidão de julgamento, com a
indicação suficiente do processo e parte dispositiva, e das razões de decidir do voto
prevalente;
f) Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a certidão de
julgamento, registrando tal circunstância, servirá de Acórdão.
É facultado pela CLT aos Tribunais designarem Turma para o julgamento dos
recursos ordinários interpostos das sentenças prolatadas nas demandas sujeitas ao
procedimento sumaríssimo, ex vi do art. 895, §5º, da CLT.
Da decisão do TRT em Mandado de Segurança cabe Recurso Ordinário para o
TST, consoante Súmula 201, TST.

2.3.3 Sustentação Oral


É direito de o advogado sustentar oralmente em qualquer recurso, conforme
preconiza o art. 7º, inciso IX, da Lei 8.906 Estatuto da Advocacia, nas sessões de
julgamento, após o voto do relator, tanto judicial como administrativamente, no prazo
de no mínimo 15 minutos. O STF suspendeu os efeitos do inciso IX, do artigo 7º, da
Lei 8.906 em decorrência da ação direta de inconstitucionalidade ajuizada pelo
Procurador Geral da República, por atentar contra alínea “a”, do inciso I, do art. 96,
da CF, cabendo ao regimento interno dos tribunais estabelecer o prazo para a

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sustentação oral, o momento e o processo em que haverá o pronunciamento do


advogado.
A propósito segue disposição contida no Regimento Interno do TRT da 15ª
Região sobre a sustentação oral:
Art. 135. A inscrição para sustentação oral será admitida a partir da
publicação da pauta, no órgão oficial e até às 18 horas do dia anterior ao da
sessão de julgamento.
§ 1º A prévia inscrição, efetuada pessoalmente ou por interposta pessoa,
por meio de telefone, fac-símile, e-mail ou acesso ao site do Tribunal,
assegura ao inscrito o direito de sustentação, enquanto não atingido um
quinto dos processos constantes da pauta de julgamento.
§ 2º Não haverá sustentação oral em se tratando de agravo interno, agravo
regimental, agravo de instrumento, conflito de competência, embargos de
declaração e restauração de autos (art. 258 do RI).
§ 3º Não haverá sustentação oral em prosseguimento de votação, uma vez
ultimada a fase de discussão do processo.
§ 4º Somente poderá haver sustentação oral se o advogado estiver
devidamente constituído, mediante procuração ad judicia ou respectivo
substabelecimento em peças originais ou cópias autenticadas.
§ 5º Caberá ao Presidente do órgão fracionário o exame das condições
previstas no § 4º.

No TRT da 15ª Região o tempo para a sustentação oral é de 10 (dez) minutos:


Art. 133. Feito o pregão, o Presidente da sessão dará a palavra, pelo prazo
de dez minutos, improrrogáveis, às partes ou aos seus procuradores.

2.4 Agravo de Petição

É o Recurso destinado a impugnar as decisões proferidas na execução


trabalhista.
Fundamento: art. 897, inciso “a”, CLT.
Prazo: 08 dias úteis, com prazo em dobro para a Fazenda Pública, MPT e
Defensoria Pública.
Lembra-se que no processo civil, o recurso de apelação é utilizado tanto na
fase de conhecimento, como na fase de execução. No Processo do Trabalho há um
recurso na fase de execução que faz o papel do recurso ordinário na ação de
conhecimento, que é justamente o agravo de petição.
Cabe agravo de petição em decisões interlocutórias?
Três correntes, a primeira que prega pela impossibilidade, ante a
irrecorribilidade das decisões interlocutórias, a segunda que permite o agravo de
petição em decisões interlocutórias proferidas na execução trabalhista, e a terceira

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admite desde haja um obstáculo intransponível para a execução ou que for capaz de
produzir prejuízo grave e imediato a direito tido incontestável.
Competência para Julgamento:

Tabela 3: Distribuição de Competência

COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO DECISÃO IMPUGNADA

TRT (Turmas) Decisões proferidas pela Vara do Trabalho


na fase de Execução;

TRT (Tribunal Pleno, Órgão Especial ou Decisões proferidas pelo presidente do TRT
Sessão Especializada do TRT, conforme RI) na fase de execução dos processos de
competência originária do TRT
TST (SDI-1) Decisões proferidas pelo presidente do TST
na fase de execução dos processos de
competência originária do TST
Fonte: MIESSA, 2019, p. 1061. ADAPTADA pelo autor.

O Recurso exige a delimitação da matéria (periculosidade, horas extras, férias


etc.) e os valores impugnados (exige a indicação do valor que entende devido),
consoante art. 897, §1º, da CLT. Assim, a execução correrá quanto às parcelas
incontroversas, é o que enuncia a Súmula 416, do TST.
Súmula 416 – TST: Devendo o agravo de petição delimitar justificadamente
a matéria e os valores objeto de discordância, não fere direito líquido e certo
o prosseguimento da execução quanto aos tópicos e valores não
especificados no agravo. (ex-OJ nº 55 da SBDI-2 - inserida em
20.09.2000).

Somente o Executado deve delimitar os valores.

2.4.1 Agravo de Petição no incidente de Desconsideração da Personalidade


Jurídica
O art. 855-A, da CLT, inserido com a Reforma Trabalhista, impõe a aplicação
ao processo do trabalho do incidente de desconsideração da personalidade jurídica
previsto nos artigos 133 a 137, do CPC.

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Nesse ponto, pertinente a disposição legal:


Art. 855-A. Aplica-se ao processo do trabalho o incidente de
desconsideração da personalidade jurídica previsto nos arts. 133 a 137 da
Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil.
§ 1º Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente:
I - na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma do § 1o do
art. 893 desta Consolidação;
II - na fase de execução, cabe agravo de petição, independentemente de
garantia do juízo;
III - cabe agravo interno se proferida pelo relator em incidente instaurado
originariamente no tribunal.
§ 2º A instauração do incidente suspenderá o processo, sem prejuízo de
concessão da tutela de urgência de natureza cautelar de que trata o art. 301
da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015

Conclui-se, dessa forma, que é cabível Agravo de Petição de decisão que


acolhe ou rejeita a desconsideração da personalidade jurídica da empresa.
Depósito Recursal:
Referido recurso não exige Depósito Recursal, já que este tem como finalidade
a garantia da futura execução e, em regra, o agravo de petição é posterior à
penhora, que tem justamente a natureza de garantia do Juízo. É o teor da Súmula
128, II, do TST Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito para
recorrer de qualquer decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da CF/1988. Havendo,
porém, elevação do valor do débito, exige-se a complementação da garantia do
juízo.
Custas:
Conforme artigo 789-A, da CLT, o agravo de petição terá custas no importe de
R$ 44,26 (quarenta e quatro reais e vinte e seis centavos).

2.5 Recurso de Revista

Fundamento: art. 896, CLT.


Prazo: 08 dias úteis e prazos em dobro para a Fazenda Pública, MPT e
Defensoria Pública.
É um recurso de natureza extraordinária. Os Recursos Ordinários (Recurso
Ordinário, Agravo de Petição, Embargos de Declaração, Pedido de Revisão e
Agravo de Instrumento) buscam a tutela do direito subjetivo, permitindo-se, assim, a
discussão ampla da matéria fática e jurídica, ou seja, buscam o reexame das provas.

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Já os Recursos Extraordinários fundam-se na tutela do direito objetivo, pelo


que impossível é análise dos fatos, inclusive o reexame de provas, fincado adstrito à
análise do direito, conforme Súmula 126, do TST, tendo como exemplos o Recurso
de Revista e os Embargos de Divergência.
Súmula nº 126 do TST - Incabível o recurso de revista ou de embargos
(arts. 896 e 894, "b", da CLT) para reexame de fatos e provas.

O Recurso de Revista é um recurso de fundamentação vinculada, ou seja, é


obrigatório que o recorrente indique algum vício especifico na decisão impugnada
que, no caso em epígrafe, está ligado à demonstração de divergência ou de violação
literal de dispositivo de lei federal ou afronta direta e literal à CF.
A competência para julgamento é de uma das turmas do TST, lembrando que o
TST possui 08 turmas.
Rememora-se, outrossim, que referido Recurso não comporta o jus postulandi.
Pressupostos específicos de admissibilidade:
Todos os requisitos intrínsecos (cabimento, interesse, legitimidade e
inexistência de fato extintivo ou modificado do direito de recorrer) e extrínsecos
(tempestividade, preparo e regularidade da representação) devem estar presentes,
devendo ainda contar com mais três pressupostos específicos de admissibilidade:
a) Prequestionamento
É a obrigatoriedade de que haja decisão prévia acerca do direto objetivo
supostamente violado ou aplicado de forma divergente.
O prequestionamento é necessário ainda que a matéria seja de ordem pública,
como incompetência absoluta.
Sendo o TST um órgão da Justiça do Trabalho revisor, ele julgará somente
recursos cujas matérias e temas já tiverem sido discutidos nos tribunais inferiores,
ou seja, nas instâncias ordinárias.
Conforme Súmula 297, do TST: “Diz-se prequestionada a matéria ou questão
quando na decisão impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito”.
Conclui-se, daí, que a matéria estará prequestionada se houver tese jurídica
expressamente adotada na fundamentação do acórdão, podendo, inclusive, a tese
estar epigrafada no voto vencido art. 941, §3º, do CPC.

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Ou seja, se o TRT adota como fundamentos de sua decisão os mesmo da


decisão de primeiro grau, não há prequestionamento, consoante OJ 151, da SDBI 1:
OJ 151. PREQUESTIONAMENTO. DECISÃO REGIONAL QUE ADOTA A
SENTENÇA. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO (inserida em
27.11.1998) - Decisão regional que simplesmente adota os fundamentos da
decisão de primeiro grau não preenche a exigência do prequestionamento,
tal como previsto na Súmula nº 297.

Cumpre salientar, por oportuno, que o prequestionamento pode ser ficto,


ocorrendo este quando após interpostos embargos de declaração, o tribunal a quo
não se manifesta sobre o tema.
Por fim, consigna-se que na Justiça do Trabalho, o prequestionamento é
imprescindível para os recursos de revista, embargos para a SDI (divergência) e
extraordinário para o STF.
b) Transcendência
A causa não pode produzir reflexos apenas para as partes, mas ultrapassar,
transcender aquela relação processual, aproximando-se da repercussão geral
exigida no recurso extraordinário para o STF.
Ou seja, o recurso de revista deve ter reflexos gerais de natureza econômica
(elevado valor da causa), política (o desrespeito da instância recorrida à
jurisprudência sumulada do TST ou do STF), social (a postulação, por reclamante,
recorrente, de direito social constitucionalmente assegurado) ou jurídica (existência
de questão nova em torno da interpretação da legislação trabalhista), ex vi do art.
896-A, da CLT.
Súmula nº 297 do TST
I. Diz-se prequestionada a matéria ou questão quando na decisão
impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito.
II. Incumbe à parte interessada, desde que a matéria haja sido invocada no
recurso principal, opor embargos declaratórios objetivando o
pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão.
III. Considera-se prequestionada a questão jurídica invocada no recurso
principal sobre a qual se omite o Tribunal de pronunciar tese, não obstante
opostos embargos de declaração.

Compete ao TST analisar se presente está a transcendência, não sendo isso


possível pelo presidente do TRT. Ou seja, o Relator do recurso no TST poderá
monocraticamente denegar seguimento ao recurso que não demonstrar a
transcendência.

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c) Indicação da Divergência Jurisprudencial, ou da Violação da Lei Federal ou


da Constituição Federal
Compete ao Recorrente indicar expressamente no Recurso de Revista a
divergência jurisprudencial, ou a violação da lei federal ou da constituição federal.
Cabimento:
Primeiramente, deve-se atentar para o fato de que o recurso de revista só
serve para impugnar acórdão dos TRT’s proferidos em sede de recurso ordinário.
Ou seja, não cabe Recurso de Revista de ação de competência originária dos TRT’S
(ação rescisória, dissídio coletivo etc.). Outrossim, não cabe recurso de revista de
decisão proferida em Agravo de Instrumento.
O Recurso de Revista é cabível nas hipóteses de:
a) Divergência jurisprudencial art. 896, a, da CLT e de interpretação art. 896,
b, da CLT.
b) Violação de lei ou da CF art. 896, c, da CLT.
c) Contraria Súmula Vinculante do STF.

2.5.1 Divergência Jurisprudencial e de Interpretação


Deve-se apontar a divergência jurisprudencial, indicando-se decisão de outro
TRT, ou decisão da Seção de Dissídios Individuais do TST, ou Súmula do TST ou
súmula vinculante do STF. A divergência jurisprudencial, portanto, não pode ser
entre decisões oriundas do mesmo TRT, se existir essa divergência a parte terá que
ingressar com incidente de uniformização de jurisprudência.
Súmula 337 – TST
I – Para comprovação da divergência justificadora do recurso, é necessário
que o recorrente:
a) Junte certidão ou cópia autenticada do acórdão paradigma ou cite a fonte
oficial ou o repositório autorizado em que foi publicado;
b) Transcreva, nas razões recursais, as ementas e/ou trechos dos acórdãos
trazidos à configuração do dissídio, demonstrando o conflito de teses que
justifique o conhecimento do recurso, ainda que os acórdãos já se
encontrem nos autos ou venham a ser juntados com o recurso.
II – A concessão de registro de publicação como repositório autorizado de
jurisprudência do TST torna válidas todas as suas edições anteriores.
III – A mera indicação da data de publicação, em fonte oficial, de aresto
paradigma é inválida para comprovação de divergência jurisprudencial, nos
termos do item I, ‘a’, desta súmula, quando a parte pretende demonstrar o
conflito de teses mediante a transcrição de trechos que integram a
fundamentação do acórdão divergente, uma vez que só se publicam o
dispositivo e a ementa dos acórdãos.
IV – É válida para a comprovação da divergência jurisprudencial
justificadora do recurso a indicação de aresto extraído de repositório oficial

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na internet, desde que o recorrente: a) transcreva o trecho divergente; b)


aponte o sítio de onde foi extraído; e c) decline o número do processo, o
órgão prolator do acórdão e a data da respectiva publicação no Diário
Eletrônico da Justiça do Trabalho.

A divergência de interpretação ocorrerá quando um TRT decidir de maneira


diversa que outro TRT para o mesmo caso, ou seja, cada Tribunal interpreta de
maneira diversa o mesmo dispositivo. Ocorrerá, portanto, quando houver
divergência de interpretação das seguintes normas:
a) Lei Federal.
b) Lei Estadual.
c) Convenção coletiva de trabalho.
d) Acordo coletivo.
e) Sentença normativa.
f) Regulamento empresarial (desde que a norma extrapole o âmbito de pelo
menos um TRT – OJ 147, SDI-1 – TST).
Incidente de Uniformização Trabalhista:
Todos os TRT possuem várias seções especializadas, turmas, câmaras etc., o
que pode ensejar decisões conflitantes entre essas seções, o que justificava o
incidente de uniformização, que nada mais é que um meio de resolução de
divergências jurisprudenciais dentro de um mesmo tribunal (interna corporis).
Aliás, o art. 896, §3º, da CLT, obrigava os TRT’s à uniformização de suas
jurisprudências. Ocorre, contudo, que a Reforma Trabalhista revogou o §3º, do artigo
896, da CLT, pelo que a uniformização passa a ser regulada pelo CPC arts. 926 a
928, devendo o mesmo ser contemplado no Regimento Interno do TRT.

2.5.2 Violação de Lei Federal ou afronta direta à CF


Também caberá Recurso de Revista quando a decisão do TRT a quo for
proferida em violação direta às Leis Federais ou à Constituição Federal. Veja-se,
então, que o RR poderá combater acórdãos que violam a Lei Federal e a
Constituição Federal, diferente da Justiça Comum, já que o Recurso Especial ao
STJ não trará enfrentamento constitucional, sendo certo que se existir violação à CF,
o recurso a ser manejado é o Recurso Extraordinário ao STF.

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Na Justiça do Trabalho necessário é se exaurir toda a jurisdição trabalhista


para depois avançar ao STF, com o Recurso Extraordinário.
Quando o fundamento do Recurso de Revista for a violação às leis federais ou
à Constituição Federal, o Recorrente deverá demonstrar, indicar expressamente o
dispositivo legal, vedando-se a chamada ofensa indireta ou reflexa da norma
constitucional.
Recurso de Revista no Procedimento Sumaríssimo:
No Procedimento Sumaríssimo só caberá Recurso de Revista nas seguintes
hipóteses:
a) Contrariedade à Súmula do TST;
b) Contrariedade à Súmula Vinculante do STF;
c) Violação Direta à CF.
Conclui-se, dessa forma, que não caberá Recurso de Revista em processos
sumaríssimos quando houver violação da Lei Federal, divergência jurisprudencial e
ofensa à CF.
Recurso de Revista na Fase de Execução:
O Recurso de Revista na execução é bastante restrito, sendo somente
admitido quando houver ofensa direta e literal da Constituição Federal.
Súmula 266 – TST: A admissibilidade do recurso de revista interposto de
acórdão proferido em agravo de petição, na liquidação de sentença ou em
processo incidente na execução, inclusive os embargos de terceiro,
depende de demonstração inequívoca de violação direta à Constituição
Federal.

Quadro sinóptico sobre o cabimento do Recurso de Revista nos


procedimentos:

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Tabela 4 – Cabimento do Recurso de Revista


RITO ORDINÁRIO RITO SUMARÍSSIMO FASE DE EXECUÇÃO
Afronta à CF Afronta à CF Afronta à CF
Contrariedade à Súmula do Contrariedade à Súmula
TST do TST
Contrariedade à Súmula Contrariedade à Súmula
Vinculante do STF Vinculante do STF
Violação de Lei Federal;
Contrariedade Orientação
jurisprudencial e Divergência
Jurisprudencial
Fonte: MIESSA, 2019, p. 1080.

Lembra-se, por oportuno, que não cabe Recurso de Revista no Procedimento


Sumário.
Recurso de Revista em Causas Repetitivas:
A CLT, através dos artigos 896-B e 896-C, prevê o instituto do recurso de
revista em causas repetitivas, que é o chamado julgamento por amostragem,
conforme acontece no Recurso Especial e Recurso Extraordinário.
Funciona assim: diante dos inúmeros recursos idênticos e semelhantes, o TST
escolhe um desses recursos e forma uma tese jurídica que valerá para todos os
outros.
Necessita-se, assim, de dois requisitos:
a) Multiplicidade de Recursos;
b) Fundamento em idêntica questão de direito.
A competência para julgamento dessas causas é do Tribunal Pleno ou da SDI.
O relator do Recurso de Revista, verificando a existência de causas repetidas,
comunicará o presidente da Turma, o qual submeterá ao presidente da SDI-1,
proposta de afetação de um ou mais recursos representativos da controvérsia para
julgamento pela SDI ou pelo Pleno.

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2.6 Embargos no TST

São cabíveis embargos, no prazo de oito dias, das decisões das turmas que
divergirem entre si, ou das decisões proferidas pela Seção de Dissídios Individual,
ou contrária à súmula ou orientação jurisprudencial do TST ou súmula vinculante do
Supremo Tribunal Federal.
Os Embargos no TST podem ser das seguintes modalidades:
a) Infringentes
Fundamento: art. 894, inciso I, da CLT.
A competência para julgamento é da Seção de Dissídios Coletivos.
Será cabível quando a extensão territorial do conflito coletivo ultrapassar mais
de um TRT, o dissidio coletivo será, então, de competência originária do TST, por
meio da SDC. Dessa decisão, caberá Embargos Infringentes, quando ela não for
unânime.
Os requisitos dos Embargos Infringentes são:
a) Dissídio coletivo;
b) Competência originária do TST;
c) Decisão não unânime.
Tal recurso tem natureza ordinária, inobstante seja julgado pelo TST.
b) Divergentes ou de Divergência (EMBARGOS À SDI)
Fundamento: art. 894, inciso II, CLT.
A competência para seu julgamento é da Seção de Dissídios Individuais (SBDI-
I)1.
No caso dos Embargos de Divergência, essa divergência não pode ser oriunda
da mesma turma do TST. Conforme o § 2º do art. 894 da CLT, a divergência capaz
de ensejar o recurso de embargos ao TST deve ser atual, assim não sendo
considerada aquela que foi ultrapassada por súmula do Tribunal Superior do
Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ou então aquela que foi superada por
iterativa e notória jurisprudência do TST.
Veda-se o reexame de provas e fatos.
Súmula 353 - TST
Tem natureza extraordinária, submetendo-se, assim, ao prequestionamento.
Não cabem embargos para a Seção de Dissídios Individuais de decisão de
Turma proferida em agravo, salvo:

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a) da decisão que não conhece de agravo de instrumento ou de agravo pela


ausência de pressupostos extrínsecos;
b) da decisão que nega provimento a agravo contra decisão monocrática do
Relator, em que se proclamou a ausência de pressupostos extrínsecos de
agravo de instrumento;
c) para revisão dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade do recurso
de revista, cuja ausência haja sido declarada originariamente pela Turma no
julgamento do agravo;
d) para impugnar o conhecimento de agravo de instrumento;
e) para impugnar a imposição de multas previstas nos arts. 1.021, § 4º, do
CPC de 2015 ou 1.026, § 2º, do CPC de 2015 (art. 538, parágrafo único, do
CPC de 1973, ou art. 557, § 2º, do CPC de 1973).
f) contra decisão de Turma proferida em agravo em recurso de revista, nos
termos do art. 894, II, da CLT.

2.7 Agravo de Instrumento - Art. 897, b, da CLT

Prazo: 08 dias úteis e prazos em dobro para Fazenda Pública, MPT e


Defensoria Pública, ou seja, 16 dias úteis.
Como leciona Sérgio Pinto Martins, “o agravo de instrumento tem esse nome
porque não vai para o Tribunal com os próprios autos da decisão impugnada, mas
há necessidade de formação de autos em apartado, de modo a não interromper o
andamento do processo, daí sendo feito o instrumento para esse fim”.
O acadêmico e profissional do Direito deve fazer a necessária distinção do
recurso de agravo de instrumento no Processo Civil e do referido recurso na seara
trabalhista.
Rememora-se, por oportuno, que o recurso de Agravo de Instrumento no
Processo Civil se presta para combater as decisões interlocutórias, ao passo que na
esfera trabalhista, aludido recurso é manejado para destrancar recursos, e tão
somente para isso, já que as decisões interlocutórias na Justiça do Trabalho não são
passíveis de Recurso.
Conclui-se, assim, que o recurso de agravo de instrumento é cabível contra
despacho que denegar seguimento ao recurso ordinário, recurso de revista, agravo
de petição e recurso extraordinário.
Não caberá agravo de instrumento contra despacho que não admite o agravo
de instrumento, sendo que, nessa hipótese, será cabível o agravo regimental, desde
que haja previsão no Regimento Interno do Tribunal ou então mandado de
segurança, se ficar provado o direito líquido e certo.

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Outrossim, são incabíveis embargos para a SDI contra decisões em agravo de


instrumento oposto contra despacho denegatório de recurso de revista, inexistindo
qualquer violação à CF (Ag 98422-4 RJ STF), sendo isso também enunciado da
Súmula 353 TST.
In verbis:
Súmula nº 353 do TST
EMBARGOS. AGRAVO. CABIMENTO (atualizada em decorrência do CPC
de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016
Não cabem embargos para a Seção de Dissídios Individuais de decisão de
Turma proferida em agravo, salvo:
a) da decisão que não conhece de agravo de instrumento ou de agravo pela
ausência de pressupostos extrínsecos;
b) da decisão que nega provimento a agravo contra decisão monocrática do
Relator, em que se proclamou a ausência de pressupostos extrínsecos de
agravo de instrumento;
c) para revisão dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade do recurso
de revista, cuja ausência haja sido declarada originariamente pela Turma no
julgamento do agravo;
d) para impugnar o conhecimento de agravo de instrumento;
e) para impugnar a imposição de multas previstas nos arts. 1.021, § 4º, do
CPC de 2015 ou 1.026, § 2º, do CPC de 2015 (art. 538, parágrafo único, do
CPC de 1973, ou art. 557, § 2º, do CPC de 1973).
f) contra decisão de Turma proferida em agravo em recurso de revista, nos
termos do art. 894, II, da CLT.

A competência para seu julgamento é do Juízo ad quem, por isso a


necessidade de se formar o “instrumento”. Aliás, a formação do “instrumento”
também se faz necessária, porque uma vez conhecido e provido o agravo de
instrumento, o Tribunal ad quem julgará o recurso que estava trancado, se estiver
apto para o julgamento.
São peças obrigatórias do Instrumento (traslado):
1) Decisão Agravada.
2) Certidão da Respectiva Intimação.
3) Procurações Outorgadas aos Advogados do Agravante e do Agravado.
4) Petição Inicial.
5) Contestação.
6) Decisão Originária.
7) Depósito Recursal do Recurso que se Pretende Destrancar.
8) Comprovação do Recolhimento de Custas e Depósito Recursal do Agravo
de Instrumento – CLT, Art. 897, §5º, Inciso I.

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Ocorre que, com o processo eletrônico, a formação do instrumento deixa de ser


obrigatória, isso porque, com a interposição do agravo, o Tribunal ad quem terá
acesso total aos autos.
É o que prevê o artigo 26, da Resolução 185/2017 do CSJT:
Art. 26. Fica dispensada a formação de autos suplementares em casos de
exceção de impedimento ou suspeição, agravos de instrumento, agravos
regimentais e agravo previsto no art. 1.021 do CPC, exceto quanto:
I – ao agravo de instrumento em mandado de segurança, na forma do art.
7º, § 1º, da Lei nº 12.016/09; e
II – ao pedido de revisão do valor da causa, na forma do art. 2º, § 2º, da Lei
nº 5.584/70.

Veja-se, por conseguinte, que o presente recurso também obriga a parte


Reclamada a realizar depósito judicial, tendo a mesma natureza de garantia do
Juízo. O valor a ser depositado é até o limite de 50% do valor do recurso que
necessita ser destrancado.
Na sua origem, o agravo de instrumento não necessitava de depósito recursal,
ocorre que houve um excesso exorbitante de tal recurso no TST, e em razão de a
maioria deles serem protelatórios, o legislador acabou por inserir a obrigatoriedade
do depósito recursal.
Importante ainda salientar que o depósito recursal, consoante Art. 899, §7º, da
CLT, deve ser comprovado no ato da interposição.
Aliás, é que o enuncia a Súmula 245, do TST:
Súmula – 245 TST: O depósito recursal deve ser feito e comprovado no
prazo alusivo ao recurso. A interposição antecipada deste não prejudica a
dilação legal.

O depósito recursal do Agravo de Instrumento tem natureza jurídica de garantia


de juízo, pelo que, atingido o valor da condenação, não há necessidade de se fazer
o depósito.
Se o agravo de instrumento se prestar para destrancar Recurso de Revista,
cuja decisão contraria a jurisprudência uniforme do TST (Súmulas ou Orientações
Jurisprudenciais), não haverá obrigatoriedade de se fazer o depósito recursal art.
899, §9º, CLT.
Referido recurso presta-se, então, para destrancar recursos que não foram
admitidos, ou seja, não foram conhecidos. Rememora-se que o Juízo de

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Admissibilidade de um Recurso é feito tanto pelo Juízo a quo, como pelo Juízo ad
quem.
O Juízo a quo, verificando que estão presentes os pressupostos de
admissibilidade do recurso (juízo de admissibilidade positivo), recebe o recurso e
determina a intimação da parte contrária (Recorrido) para apresentar as
contrarrazões.
Não estando presentes os requisitos, o Juízo não recebe o recurso (juízo de
admissibilidade negativo), pelo que o recurso não tem prosseguimento, ele fica
“trancado”, cabendo, dessa forma, o agravo de instrumento com supedâneo no
artigo 897, “b”, da CLT.
Referido recurso cabe Juízo de Retratação, ou seja, admite-se que o
Magistrado “volte atrás” e reconsidere a sua decisão, admitindo-se, assim, o recurso
que está trancado.
Importante ainda fazer um paralelo com o novo CPC, já que este extinguiu o
duplo juízo de admissibilidade art. 1.010, §3º, CPC, mantendo-o apenas para o
Recurso Especial e para o Recurso Extraordinário.
Ocorre, contudo, que tal dispositivo não é aplicado na seara da trabalhista,
tendo o E. TST, através da IN 39/2016 art. 2º, XI, fixado o entendimento sobre o
duplo juízo de admissibilidade em todos os recursos trabalhistas.
Sopesa-se, outrossim, que não sendo recebidos os embargos no TST, quer
sejam eles infringentes ou divergentes, o recurso competente é o Agravo Regimental
ou seja, não cabe agravo de instrumento, ex vi do art. 2º da Lei 7.701/88 Regimento
Interno do TST.
Não se pode perder de vista que o Juízo a quo pode receber apenas parte do
recurso, cabendo então à parte se valer do agravo de instrumento para destrancar a
parte denegada, sob pena de preclusão.

2.8 Agravo Interno e Regimental

O princípio do duplo grau de jurisdição garante ao jurisdicionado que a sua


causa seja revista e reanalisada por um colegiado, ou seja, por mais de um julgador,
para que entre eles haja um acordo, que se consubstanciará é um Acórdão.

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Ocorre, contudo, que a Lei confere ao Relator do Recurso, com fulcro nos
princípios da economia e celeridade processual, alguns poderes que o autoriza a
julgar monocraticamente os recursos art. 894, §3º, da CLT e 932, CPC.
A decisão monocrática do Relator poderá ser impugnada por meio do Agravo
Interno ou do Agravo Regimental, a fim de que sua decisão seja apreciada ou
reanalisada pelos demais componentes da Turma.
Não há na doutrina unanimidade ou uniformidade quanto à distinção entre
Agravo Interno e Agravo Regimental, aquele está previsto na CLT art. 894, §3º e no
CPC art. 1.021, enquanto que este é previsto no Regimento Interno dos Tribunais.
Conclui-se que não cabe agravo interno ou regimental de decisões colegiadas
da Turma.
Multa no Agravo Interno:
O agravo não pode ser utilizado para procrastinar o feito, protelar ou ser
manejado de forma abusiva, por isso o legislador optou por sancionar aquele que
utiliza de tal recurso para os fins supracitados, estabelecendo que o Agravante fique
sujeito a uma multa entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa art.
1021, §4º, da CLT quando o agravo interno for declarado manifestamente
inadmissível ou quando improcedente por votação unânime.
Ainda, se for aplicada a multa, o recurso posterior exige como pressuposto de
admissibilidade o pagamento de tal sanção.
Nesse sentido a OJ 389, da SDI-1, do TST:
389. MULTA PREVISTA NO ART. 1.021, §§ 4º E 5º, DO CPC DE 2015.
ART. 557, § 2º, DO CPC DE 1973. RECOLHIMENTO. PRESSUPOSTO
RECURSAL. BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA E FAZENDA
PÚBLICA. PAGAMENTO AO FINAL. (nova redação em decorrência do
CPC de 2015) - Res. 209/2016, DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016 -
Constitui ônus da parte recorrente, sob pena de deserção, depositar
previamente a multa aplicada com fundamento nos §§ 4º e 5º, do art. 1.021,
do CPC de 2015 (§ 2º do art. 557 do CPC de 1973), à exceção da Fazenda
Pública e do beneficiário de justiça gratuita, que farão o pagamento ao final.

2.9 Recurso Extraordinário

Fundamento: art. 102, inciso III, Constituição Federal (CF).


Somente é cabível no processo do trabalho após o esgotamento dos recursos
na seara trabalhista.

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São quatro hipóteses: violação à CF, declarar a inconstitucionalidade de


tratado ou lei federal; julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da
CF, julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
Deve haver relevância e transcendência.

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CAPÍTULO 3 – EXECUÇÃO TRABALHISTA

3.1 Liquidação

Inicialmente cabe destacar que antes de adentrar à fase de execução


propriamente dita, na maioria dos casos será necessário a utilização da liquidação.
Isso porque nem sempre a sentença é líquida, ou seja, nem sempre da própria
sentença se extrai o valor exato da condenação, como ocorre, por exemplo, em uma
simples condenação por danos morais.
Nos casos em que não há a determinação prévia e exata dos valores que
compõe a condenação, dá-se o nome de sentença ilíquida, sendo necessário a
prévia liquidação para que o an debeatur (o que se deve) seja transformado no
quantum debeatur (quanto se deve).
Assim, tem-se a liquidação como sendo o procedimento incidental que ocorre
após o trânsito em julgado da fase conhecimento e antes da fase de execução,
tendo por objetivo justamente tornar líquido o crédito trabalhista, apurando-se o valor
devido, inclusive com relação às verbas previdenciárias.
Frisa-se que que na fase de liquidação não poderá ser a sentença prolatada na
fase de conhecimento modificada ou inovada, tampouco rediscutir matéria pertinente
ao mérito da causa principal.
Art. 879 da CLT – Sendo ilíquida a sentença exequenda, ordenar-se-á,
previamente, a sua liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por
arbitramento ou por artigos.

§1º - Na liquidação, não se poderá modificar, ou inovar, a sentença


liquidanda nem discutir matéria pertinente à causa principal.

§1º-A. A liquidação abrangerá, também, o cálculo das contribuições


previdenciárias devidas.

Importante mencionar que, nos termos do parágrafo 1º-B do art. 879 da CLT,
as partes deverão ser previamente intimadas para a apresentação do cálculo de
liquidação, inclusive da contribuição previdenciária incidente. Estabelecendo, assim,
prioridade para que as partes apresentem os cálculos de liquidação.
Na sequência, conforme preceitua o parágrafo segundo do artigo supra, uma
vez elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às partes prazo comum

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de oito dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores
objeto da discordância, sob pena de preclusão.
Merece atenção o fato que a Lei 13.467/2017 tornou uma obrigatoriedade para
o juízo do trabalho a abertura de prazo para impugnação do cálculo apresentado,
diversamente de como constava anteriormente à Reforma Trabalhista em que a
abertura de prazo era faculdade do juízo.
Além do mais o prazo passou de 10 dias sucessivos, ou seja, primeiro uma
parte se manifesta, depois a outra, para 8 dias comuns, ambas as partes se
manifestam no mesmo prazo de 8 dias sob pena de preclusão.
Importante observar ainda que o prazo aberto ocorre sob pena de preclusão,
logo se as partes ou uma delas nada manifesta, pressupõe sua concordância com o
cálculo apresentado não podendo mais se manifestar sobre eles futuramente, vez
que passado o momento devido.
Outrossim, a mera manifestação genérica, ou seja, sem indicar precisamente
os pontos de impugnação, sem precisar o erro no cálculo e o valor que seria o
correto será insuficiente para a análise do magistrado, ocorrendo de igual forma a
preclusão.

Tabela 5 – Modificação do prazo para impugnação


COMO ERA COMO FICOU
Elaborada a conta e tornada líquida, o Elaborada a conta e tornada líquida, o
Juiz poderá abrir às partes prazo juízo deverá abrir às partes prazo
sucessivo de 10 (dez) dias para comum de oito dias para impugnação
impugnação fundamentada com a fundamentada com a indicação dos itens
indicação dos itens e valores objeto da e valores objeto da discordância, sob
discordância, sob pena de preclusão. pena de preclusão.
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.

Consigna-se ainda, que nos termos do art. 879, §3º da CLT, elaborada a conta
pela parte ou pelos órgãos auxiliares da Justiça do Trabalho, o juiz procederá à
intimação da União para manifestação, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de
preclusão.

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Ainda assim, nos moldes do parágrafo quinto do artigo acima citado, o Ministro
de Estado da Fazenda poderá, mediante ato fundamentado, dispensar a
manifestação da União quando o valor total das verbas que integram o salário-de-
contribuição, na forma do art. 28 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, ocasionar
perda de escala decorrente da atuação do órgão jurídico.
Por fim, nesse ponto, têm-se que a atualização do crédito devido à Previdência
Social observará os critérios estabelecidos na legislação previdenciária art. 879, §4º
da CLT.
Quando diante de cálculo complexo, ficando a análise do que é complexo à
discricionariedade do juízo, poderá ser designada a apresentação dos cálculos de
liquidação por perito.
Art. 879, §6º da CLT - Tratando-se de cálculos de liquidação complexos, o
juiz poderá nomear perito para a elaboração e fixará, depois da conclusão
do trabalho, o valor dos respectivos honorários com observância, entre
outros, dos critérios de razoabilidade e proporcionalidade.

Cabe lembrar ainda que, uma vez prestados os serviços pelo perito a ser
nomeado pelo juízo, será arbitrado seus honorários com valor razoável e
proporcional ao encargo, sendo de responsabilidade, via de regra, da executada
(reclamada) o pagamento dos honorários periciais, salvo a concessão da justiça
gratuita nos termos do art. 790, §§ 3º e 4º da CLT.
Com relação a atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial,
tem-se que esta, nos termos do art. 879, §7º da CLT deverá ocorrer pela Taxa
Referencial (TR) divulgada pelo Banco Central.
Ocorre, contudo quem atualmente os Tribunais Regionais do Trabalho têm
divergido bastante sobre a aplicação do TR o que ocorria até mesmo antes do
advento da Lei 13.467/2017, preferindo aplicar o Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo Especial (IPCA-E).
Salienta-se ser necessário cautela quanto ao fator de correção, pois como dito
ainda encontra bastante divergência de tribunal para tribunal e mesmo em primeiro
grau de jurisdição.
Entrementes, o Tribunal Superior do Trabalho, ao analisar a questão da
aplicação da Taxa Referencial em dissonância com entendimentos de que era

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necessário a aplicação do IPCA-E por acompanhar a inflação, no julgamento do


Recurso de Revista TST-RR-10260-88.2016.5.15.0146, assim firmou entendimento:
RECURSO DE REVISTA. CRÉDITOS TRABALHISTAS. CORREÇÃO
MONETÁRIA. ATUALIZAÇÃO PELO IPCA-E. TAXA REFERENCIAL.
APLICAÇÃO DO ARTIGO 39 DA LEI Nº 8.177/91. PARCIAL
PROVIMENTO. Este colendo Tribunal Superior do Trabalho, em sua
composição plena, nos autos do processo n° TST-ArgInc-479-
60.2011.5.04.0231, analisou a constitucionalidade da diretriz insculpida no
caput do artigo 39 da Lei n° 8.177/91, na parte em que determina a
utilização da variação acumulada da TRD para fins de atualização
monetária, à luz da interpretação dada pelo Supremo Tribunal Federal, no
julgamento da ADI 4357-DF. Assim, prevaleceu o entendimento do Tribunal
Pleno desta Corte Superior no sentido de que o IPCA-E como índice de
correção monetária para atualização dos débitos trabalhistas somente deve
ser adotado a partir de 25/03/2015. Ocorre que, com a entrada em vigor da
Lei nº 13.467/2017, em 11/11/2017, foi acrescentado o § 7º ao artigo 879 da
CLT, determinando que a atualização dos créditos decorrentes de
condenação judicial deverá ser feita pela Taxa Referencial (TR). Nesse
contexto, de acordo com voto divergente proferido pelo Ministro Alexandre
Luiz Ramos nos autos do processo nº TST-RR-2493-67.2012.5.12.0034,
esta colenda Turma decidiu, por maioria, adotar o entendimento de que o
IPCA-E somente deverá ser adotado como índice de atualização dos
débitos trabalhistas no interregno de 25.03.15 a 10.11.2017, devendo ser
utilizado a TR como índice de atualização dos débitos trabalhistas no
período anterior a 24.03.2015 e posterior a 11.11.2017 (no termos do artigo
879, § 7º, da CLT). Recurso de revista de que se conhece e a que se dá
parcial provimento 09/10/2018.

É possível observar, portanto, que o entendimento do TST, embora ainda não


consolidado, pois o que se percebe é que no próprio C. TST ainda há divergências,
é no sentido de aplicar a Taxa Referencial de forma integral antes de 24.03.2015 e
depois de 11.11.2017 entrada em vigor da Lei 13.467/2017.
Importa observar ainda, que existem três tipos ou espécies de liquidação:
a) Por arbitramento5: sendo cabível quando há necessidade de conhecimentos
técnicos e científicos específicos para apurar com precisão o valor da condenação,
como ocorre nas obrigações de pagar, ou ainda no caso de individuação do seu
objeto, como ocorre nos casos das obrigações de fazer e não fazer.
b) Por artigos ou procedimento comum6: sendo nesse caso necessária a
análise do juízo de alegações das partes e de provas de fatos novos. Em outras

5
Art. 510 do CPC. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou
documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se,
no que couber, o procedimento da prova pericial.
6
Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação do requerido, na pessoa de
seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação no

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palavras, essa modalidade de liquidação ocorre somente quando o Exequente


necessitar provar fato novo.
c) Por cálculos: sendo a espécie mais utilizada de liquidação, vez que nesse
caso é necessário tão somente a utilização de operações aritméticas somar,
subtrair, dividir e multiplicar.
Por fim, cumpre asseverar que a liquidação possui natureza interlocutória,
sendo assim a decisão que homologa os cálculos, embora nominada por muitos
como sentença de liquidação, é irrecorrível de imediato (Princípio da Irrecorribilidade
das Decisões Interlocutórias), podendo ser impugnadas quando da oposição de
embargos à execução após a sentença na fase de execução.

3.2 Processo ou Fase de Execução

Tecidas as necessárias digressões sobre a liquidação trabalhista, cumpre


observar que a execução caracteriza-se como sendo a fase processual em que é
imposto o pagamento de um título executivo judicial ou extrajudicial, podendo ser
feita de forma forçada visando o recebimento do crédito trabalhista.
Muitos doutrinadores explicam que o processo ou fase de execução mesmo
quando sendo uma sequência do processo de conhecimento, é na verdade um
processo autônomo, pois necessita de citação do executado para pagamento da
obrigação. O que se confirma com a necessidade com o advento da Lei 13.467/2017
de a execução não mais se iniciar por impulso oficial, sendo necessário a
provocação das partes, salvo no caso daqueles que não estejam representados por
advogado (Jus Postulandi da parte).
Evidente que, no caso de execução de título extrajudicial originará um processo
autônomo, e quanto a isso não há discussões ou controvérsias, vez que não há um
processo de conhecimento anterior à execução do título.
A execução trabalhista observará como fontes normativas em primeiro lugar o
disposto na CLT, nos artigos 876 a 892, na sequência, em caso de omissão serão
observadas subsidiariamente as regras contidas na Lei de Execução Fiscal – LEF
Lei 6.830/1980, e caso ainda padeça o processo de alguma omissão serão utilizadas

prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial deste
Código.

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as regras do processo de execução tal qual como disciplinado no Código de


Processo Civil. Necessário, portanto, observar que existe uma ordem preferencial a
ser adotada quanto às fontes normativas:
1º - CLT;
2º - LEF;
3º - CPC.

3.2.1 Título Executivo


O título executivo é o instrumento apto a ensejar o processo de execução, ou
seja, sem a existência de um título executivo não existe processo ou fase de
execução. Assim o título executivo pode ser judicial ou extrajudicial e representará
um direito de crédito certo, líquido e exigível.
Nos termos do art. 876 da CLT são título executivos as decisões passadas em
julgado ou das quais não tenha havido recurso com efeito suspensivo; os acordos,
quando não cumpridos; os termos de ajuste de conduta firmados perante o
Ministério Público do Trabalho e os termos de conciliação firmados perante as
Comissões de Conciliação Prévia.
Para facilitar tem-se a divisão a seguinte forma:

Tabela 6 – Títulos Executivos


TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS
 Decisões passadas em julgado  Termos de Ajuste de Conduta (TAC)
ou das quais não tenha havido firmado perante o Ministério Público do
recurso com efeito suspensivo; Trabalho (MPT);
e
 Termos de conciliação firmados perante
 Os acordos não cumpridos as Comissões de Conciliação Prévia;

 Laudo arbitral derivado da atuação do


MPT como árbitro nos termos do art. 31
da Lei 9.307/1996;

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 Cheques e Notas Promissórias com


reconhecimento de dívida
inequivocamente de natureza trabalhista
na forma do art. 13 da Instrução
Normativa 39/2016 do TST; e

 Multas inscritas na Dívida Ativa da União


provenientes dos autos de infração
lavrados pelos Auditores Fiscais do
Trabalho, conforme art. 114, VII da CF e
art. 784, IX do CPC.
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.

Importante mencionar que não há necessidade de homologação do TAC para


que ele seja considerado um título executivo.
Destaca-se que a Constituição Federal em seu art. 114, VIII, bem como a
Súmula Vinculante 53 do STF, além do art. 876, parágrafo único da CLT, determina
que os créditos previdenciários devidos em decorrência das sentenças ou acordos
proferidos pelos juízes e Tribunais do Trabalho serão executados de ofício pela
Justiça do Trabalho.
A título de esclarecimento, a arbitragem é cabível nos dissídios coletivos,
conforme disciplina o art. 114, §1º da CF e nos dissídios individuais quando o
contrato de trabalho possuir remuneração superior a duas vezes o valor do limite
máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral da Previdência Social7,
sendo necessário nesse caso a pactuação de cláusula compromissória de
arbitragem, por iniciativa do empregado ou mediante sua concordância expressa,
antes ou após o término do contrato, nos termos do art. 507-A da CLT8, acrescido
pela Reforma Trabalhista. Havendo condenação na arbitragem, a sentença arbitral

7
Teto do RGPS = R$ 5.839,45. Disponível em: https://www.infomoney.com.br/minhas-
financas/aposentadoria/noticia/7871828/economia-confirma-teto-dos-beneficios-do-inss-em-r-58-mil.
8
Art. 507-A. Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a duas vezes o limite máximo
estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, poderá ser pactuada cláusula
compromissória de arbitragem, desde que por iniciativa do empregado ou mediante a sua concordância expressa,
nos termos previstos na Lei no 9.307, de 23 de setembro de 1996.

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será considerada título executivo extrajudicial, sendo executável na Justiça do


Trabalho, conforme art. 319 da Lei 9.307/1996 Lei de arbitragem.

3.2.2 Execução Provisória


Cumpre observar que é possível a ocorrência da chamada execução
provisória, como se constata do art. 876, caput da CLT:
Art. 876 da CLT - As decisões passadas em julgado ou das quais não tenha
havido recurso com efeito suspensivo; os acordos, quando não cumpridos;
os termos de ajuste de conduta firmados perante o Ministério Público do
Trabalho e os termos de conciliação firmados perante as Comissões de
Conciliação Prévia serão executada pela forma estabelecida neste Capítulo.

Assim, não havendo efeito suspensivo, vez que a regra é atribuição de efeito
meramente devolutivo, nos termos do art. 899 da CLT 10, é possível o manejo da
execução provisória até a penhora, ou seja, até que a constrição de bens, a garantia
do juízo, não havendo nessa fase o pagamento da obrigação, vez que o título
executivo (sentença) ainda resta pendente de recurso, não tendo ocorrido, assim, a
coisa julgada.
Em outras palavras significa dizer que, por provação do Exequente, será dada
sequência à execução provisória sendo os atos praticados até a constrição de bens,
com a penhora de valores e seu consequente depósito em conta à disposição do
juízo ou penhora de bens suficientes para a garantia do juízo, oportunizado a
oposição de embargos se cabíveis e uma vez julgados, a execução provisória terá
cumprido sua finalidade, ficando os bens ou valores constritos até o deslinde final da
lide.
Importar consignar que, mesmo na execução provisória será necessário o
procedimento da liquidação, vez que impossível penhorar bens ou valores para a
garantia do juízo sem que saiba o quanto penhorar.

9
Art. 31. A sentença arbitral produz, entre as partes e seus sucessores, os mesmos efeitos da sentença proferida
pelos órgãos do Poder Judiciário e, sendo condenatória, constitui título executivo.
10
Art. 899 - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as
exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora.

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
52

FIQUE POR DENTRO: Mesmo na execução provisória será permitida a penhora de


valores, observando-se a ordem preferencial do art. 835 do CPC. Isso porque, em
que pese a execução ocorrer do modo menos gravoso ao executado, a penhora de
valores está em primeiro lugar na ordem do art. 835 do CPC. Logo se a executada
oferece um bem para a garantia do juízo na execução provisória e a parte contrária
discorda, pugnando pela penhora de valores, essa será completamente possível,
não havendo arbitrariedade do juízo caso acate o pedido. É nesse sentido a súmula
417 do TST11. Cumpre asseverar, contudo, ser possível no prazo de 48 horas dado
para a garantia do juízo o oferecimento de seguro-garantia judicial nos termos do art.
882 da CLT12.

ATENÇÃO: Nos termos do art. 884, §5º da CLT, considera-se inexigível o título
judicial fundado em lei ou ato normativo declarado inconstitucional pelo Supremo
Tribunal Federal ou em aplicação ou interpretação tidas por incompatíveis com a
Constituição Federal. Logo, ocorrerá nessa hipótese relativização da coisa julgada.
A alegação de inexigibilidade do título poderá ser alegada em embargos à execução
pelo executado.

11
MANDADO DE SEGURANÇA. PENHORA EM DINHEIRO (alterado o item I, atualizado o item II e
cancelado o item III, modulando-se os efeitos da presente redação de forma a atingir unicamente as penhoras em
dinheiro em execução provisória efetivadas a partir de 18.03.2016, data de vigência do CPC de 2015) - Res.
212/2016, DEJT divulgado em 20, 21 e 22.09.2016
I - Não fere direito líquido e certo do impetrante o ato judicial que determina penhora em dinheiro do executado
para garantir crédito exequendo, pois é prioritária e obedece à gradação prevista no art. 835 do CPC de 2015 (art.
655 do CPC de 1973).
II - Havendo discordância do credor, em execução definitiva, não tem o executado direito líquido e certo a que
os valores penhorados em dinheiro fiquem depositados no próprio banco, ainda que atenda aos requisitos do art.
840, I, do CPC de 2015 (art. 666, I, do CPC de 1973). (ex-OJ nº 61 da SBDI-2 - inserida em 20.09.2000).
12
Art. 882. O executado que não pagar a importância reclamada poderá garantir a execução mediante depósito
da quantia correspondente, atualizada e acrescida das despesas processuais, apresentação de seguro-garantia
judicial ou nomeação de bens à penhora, observada a ordem preferencial estabelecida no art. 835 da Lei no
13.105, de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil.

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IMPORTANTE SABER: É possível ocorrer acordo em execução? É completamente


possível, ficando a cargo do juiz analisar a viabilidade da homologação do acordo
apresentado pelas partes. Estando o caso transitado em julgado, será devida
contribuição previdenciária sobre o valor do acordo celebrado respeitando a
proporcionalidade de valores entres as parcelas de natureza salarial e indenizatórias
deferidas na decisão condenatória e as parcelas objeto do acordo.

3.3 Execução por Quantia Certa

O objetivo da execução, conforme já explanado é fazer com o que o executado


pague o crédito a favor do exequente apurado no procedimento da liquidação.
Assim, a execução em si inicia-se com despacho do juiz determinando o
pagamento do débito ou a garantia do juízo no prazo de 48 (quarenta e oito horas).
Importante rememorar que com a Reforma Trabalhista a execução não mais
pode iniciar-se por impulso oficial, sendo dever da parte provocar o juízo dando
seguimento ao processo na forma de execução, salvo no caso daquele que não
esteja representado por advogado (Jus postulandi da parte) que permanecerá a
execução por impulso oficial.
O despacho do juiz que determina o início da execução também é chamado de
mandado de citação penhora e avaliação.
Art. 880 da CLT - Requerida a execução, o juiz ou presidente do tribunal
mandará expedir mandado de citação do executado, a fim de que cumpra a
decisão ou o acordo no prazo, pelo modo e sob as cominações
estabelecidas ou, quando se tratar de pagamento em dinheiro, inclusive de
contribuições sociais devidas à União, para que o faça em 48 (quarenta e
oito) horas ou garanta a execução, sob pena de penhora.
§ 1º - O mandado de citação deverá conter a decisão exequenda ou o termo
de acordo não cumprido.
§ 2º - A citação será feita pelos oficiais de diligência.
§ 3º - Se o executado, procurado por 2 (duas) vezes no espaço de 48
(quarenta e oito) horas, não for encontrado, far-se-á citação por edital,
publicado no jornal oficial ou, na falta deste, afixado na sede da Junta ou
Juízo, durante 5 (cinco) dias.

Importante mencionar que não há revelia na fase ou processo de execução,


tanto que o parágrafo terceiro do artigo retro prevê a possibilidade citação por edital,
desde que o executado não seja encontrado por duas vezes no espaço de 48 horas.
Assim, citado por edital e não pago o débito ou garantido o juízo, o executado terá

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tantos bens penhorados quantos bastem para a garantia do juízo, assegurado no


prazo de cinco dias subsequente a garanta integral do juízo a possibilidade opor
embargos.
Uma vez citado para pagamento, o executado poderá pagar o débito, caso em
que o processo será extinto pelo adimplemento voluntário, depositar o valor da
execução, nomear bens à penhora ou oferecer seguro-garantia judicial caso queira
apresentar embargos.
Art. 881 da CLT - No caso de pagamento da importância reclamada, será
este feito perante o escrivão ou secretário, lavrando-se termo de quitação,
em 2 (duas) vias, assinadas pelo exequente, pelo executado e pelo mesmo
escrivão ou secretário, entregando-se a segunda via ao executado e
juntando-se a outra ao processo.
Parágrafo único - Não estando presente o exequente, será depositada a
importância, mediante guia, em estabelecimento oficial de crédito ou, em
falta deste, em estabelecimento bancário idôneo.

Art. 882 da CLT - O executado que não pagar a importância reclamada


poderá garantir a execução mediante depósito da quantia correspondente,
atualizada e acrescida das despesas processuais, apresentação de seguro-
garantia judicial ou nomeação de bens à penhora, observada a ordem
preferencial estabelecida no art. 835 da Lei no 13.105, de 16 de março de
2015 - Código de Processo Civil.

Oportuno mencionar que, caso o executado não pague nem garanta o juízo,
será determinada a penhora de tantos bens quantos bastem para o pagamento da
execução, com custas e juros de mora.
Art. 883 da CLT - Não pagando o executado, nem garantindo a execução,
seguir-se-á penhora dos bens, tantos quantos bastem ao pagamento da
importância da condenação, acrescida de custas e juros de mora, sendo
estes, em qualquer caso, devidos a partir da data em que for ajuizada a
reclamação inicial.

Outrossim, impende salientar que, nos termos do art. 883-A da CLT, a decisão
judicial transitada em julgado somente poderá ser levada a protesto, gerar inscrição
do nome do executado em órgãos de proteção ao crédito ou no Banco Nacional de
Devedores Trabalhistas (BNDT), nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo
de quarenta e cinco dias a contar da citação do executado, se não houver garantia
do juízo. Logo, garantido o juízo sua inscrição no BNDT e órgãos de proteção ao
crédito não poderá ocorrer.
Em caso de não pagamento e necessidade de penhora será necessário
observar a ordem de preferência que alude o art. 835 do CPC:

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Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem:


I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição
financeira;
II - títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com
cotação em mercado;
III - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado;
IV - veículos de via terrestre;
V - bens imóveis;
VI - bens móveis em geral;
VII - semoventes;
VIII - navios e aeronaves;
IX - ações e quotas de sociedades simples e empresárias;
X - percentual do faturamento de empresa devedora;
XI - pedras e metais preciosos;
XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de
alienação fiduciária em garantia;
XIII - outros direitos.

§ 1o É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais


hipóteses, alterar a ordem prevista no caput de acordo com as
circunstâncias do caso concreto.
§ 2o Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro a fiança
bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do
débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento.
§ 3o Na execução de crédito com garantia real, a penhora recairá sobre a
coisa dada em garantia, e, se a coisa pertencer a terceiro garantidor, este
também será intimado da penhora.

Outrossim, importa salientar que são impenhoráveis os seguintes bens:


 Bens descritos no art. 833 da CPC;
 Bem de família nos termos da Lei 8.009/90; e
 As contas de FGTS dos trabalhadores, conforme art. 2º, §2º da Lei
8.036/1990.

O artigo 833 traz o seguinte:


Art. 833. São impenhoráveis:
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à
execução;
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a
residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem
as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida;
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado,
salvo se de elevado valor;
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações,
os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios,
bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas
ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador
autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2o;
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou
outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do
executado;
VI - o seguro de vida;

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VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas


forem penhoradas;
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que
trabalhada pela família;
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação
compulsória em educação, saúde ou assistência social;
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40
(quarenta) salários-mínimos;
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político,
nos termos da lei;
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime
de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra.
§ 1o A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao
próprio bem, inclusive àquela contraída para sua aquisição.
§ 2o O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de
penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de
sua origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta)
salários-mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art.
528, § 8o, e no art. 529, § 3o.
§ 3o Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os
equipamentos, os implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a
pessoa física ou a empresa individual produtora rural, exceto quando tais
bens tenham sido objeto de financiamento e estejam vinculados em garantia
a negócio jurídico ou quando respondam por dívida de natureza alimentar,
trabalhista ou previdenciária.

O procedimento para o bloqueio de valores e sua conversão em penhora


devem observar o procedimento do art. 854 do CPC:
Art. 854. Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou em
aplicação financeira, o juiz, a requerimento do exequente, sem dar ciência
prévia do ato ao executado, determinará às instituições financeiras, por
meio de sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do sistema
financeiro nacional, que torne indisponíveis ativos financeiros existentes em
nome do executado, limitando-se a indisponibilidade ao valor indicado na
execução.
§ 1o No prazo de 24 (vinte e quatro) horas a contar da resposta, de ofício, o
juiz determinará o cancelamento de eventual indisponibilidade excessiva, o
que deverá ser cumprido pela instituição financeira em igual prazo.
§ 2o Tornados indisponíveis os ativos financeiros do executado, este será
intimado na pessoa de seu advogado ou, não o tendo, pessoalmente.
§ 3o Incumbe ao executado, no prazo de 5 (cinco) dias, comprovar que:
I - as quantias tornadas indisponíveis são impenhoráveis;
II - ainda remanesce indisponibilidade excessiva de ativos financeiros.
§ 4o Acolhida qualquer das arguições dos incisos I e II do § 3o, o juiz
determinará o cancelamento de eventual indisponibilidade irregular ou
excessiva, a ser cumprido pela instituição financeira em 24 (vinte e quatro)
horas.
§ 5o Rejeitada ou não apresentada a manifestação do executado,
converter-se-á a indisponibilidade em penhora, sem necessidade de
lavratura de termo, devendo o juiz da execução determinar à instituição
financeira depositária que, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, transfira o
montante indisponível para conta vinculada ao juízo da execução.
§ 6o Realizado o pagamento da dívida por outro meio, o juiz determinará,
imediatamente, por sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do
sistema financeiro nacional, a notificação da instituição financeira para que,
em até 24 (vinte e quatro) horas, cancele a indisponibilidade.

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§ 7o As transmissões das ordens de indisponibilidade, de seu cancelamento


e de determinação de penhora previstas neste artigo far-se-ão por meio de
sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro
nacional.
§ 8o A instituição financeira será responsável pelos prejuízos causados ao
executado em decorrência da indisponibilidade de ativos financeiros em
valor superior ao indicado na execução ou pelo juiz, bem como na hipótese
de não cancelamento da indisponibilidade no prazo de 24 (vinte e quatro)
horas, quando assim determinar o juiz.
§ 9o Quando se tratar de execução contra partido político, o juiz, a
requerimento do exequente, determinará às instituições financeiras, por
meio de sistema eletrônico gerido por autoridade supervisora do sistema
bancário, que tornem indisponíveis ativos financeiros somente em nome do
órgão partidário que tenha contraído a dívida executada ou que tenha dado
causa à violação de direito ou ao dano, ao qual cabe exclusivamente a
responsabilidade pelos atos praticados, na forma da lei.

FIQUE POR DENTRO: Nos termos do art. 884, §6º da CLT a exigência de garantia
ou penhora não se aplica no caso das entidades filantrópicas ou para aqueles que
compõem ou compuseram a diretoria dessas instituições.

Uma vez garantido o juízo, o executado possui o prazo de cinco dias para a
apresentação de embargos à execução, e o exequente, no mesmo prazo, para a
apresentação de impugnação à sentença de liquidação.
Ambas as petições serão apresentadas perante o juízo da execução e julgados
em única sentença (decisão definitiva na execução), nos termos do art. 884, §4º da
CLT13, podendo ser questionada por Agravo de Petição ao Tribunal Regional do
Trabalho.
Por fim, o acordão que julga o Agravo de Petição no TRT poderá ser
impugnado por meio de Recurso de Revista para o TST, contanto que haja ofensa à
Constituição Federal, conforme art. 896, §2º da CLT14.
Entretanto, sendo o caso de execução fiscal e nas controvérsias da fase de
execução que envolvam Certidão negativa de Débitos Trabalhistas, nos termos do
art. 896, §10 da CLT, caberá recurso de revista por violação à lei federal, por
divergência jurisprudencial e por ofensa à Constituição Federal.

13
Art. 884, §4º da CLT - Julgar-se-ão na mesma sentença os embargos e as impugnações à liquidação
apresentadas pelos credores trabalhista e previdenciário.
14
Art. 896, §2º da CLT - Das decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou por suas Turmas,
em execução de sentença, inclusive em processo incidente de embargos de terceiro, não caberá Recurso de
Revista, salvo na hipótese de ofensa direta e literal de norma da Constituição Federal.

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3.3.1 Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica


Não sendo encontrados bens penhoráveis em nome da empresa é possível a
quebra da proteção patrimonial para que se avance aos bens dos sócios e o crédito
trabalhistas seja satisfeito ao exequente.
É necessário, contudo, com o advento da Lei 13.467/2017, a utilização da
desconsideração da personalidade jurídica pela parte interessada (o exequente),
sendo neste momento, desde que comprovado a insolvência da empresa, e acatado
o pedido pelo juízo da execução, a inclusão no polo passivo dos sócios da empresa
executada, respondendo seus bens pessoais pelo débito apurado.
A teoria adotada para a análise do cabimento da desconsideração da
personalidade jurídica no processo do trabalho, é a teoria menor, prevista no art. 28,
§5º do CDC15, por estar em consonância com os princípios da celeridade, proteção
ao trabalhador e da efetividade da execução trabalhista.
A previsão do incidente de desconsideração da personalidade jurídica na CLT,
no âmbito da Reforma Trabalhista, está contida no art. 855-A, que basicamente
prevê:
Art. 855-A. Aplica-se ao processo do trabalho o incidente de
desconsideração da personalidade jurídica previsto nos arts. 133 a 137 da
Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil.
§1º Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente:
I - na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma do § 1o do
art. 893 desta Consolidação;
II - na fase de execução, cabe agravo de petição, independentemente de
garantia do juízo;
III - cabe agravo interno se proferida pelo relator em incidente instaurado
originariamente no tribunal.
§2º A instauração do incidente suspenderá o processo, sem prejuízo de
concessão da tutela de urgência de natureza cautelar de que trata o art. 301
da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).

Como visto acima as regras do incidente de desconsideração da personalidade


jurídica serão buscadas nos artigos 133 a 137 do CPC.
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será
instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber
intervir no processo.
§ 1o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os
pressupostos previstos em lei.
§ 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração
inversa da personalidade jurídica.

15
Art. 28, §5° do CDC – Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for,
de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.

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Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do


processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução
fundada em título executivo extrajudicial.
§ 1o A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao
distribuidor para as anotações devidas.
§ 2o Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da
personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será
citado o sócio ou a pessoa jurídica.
§ 3o A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese
do § 2o.
§ 4o O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos
legais específicos para desconsideração da personalidade jurídica.

Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado


para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze)
dias.

Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido


por decisão interlocutória.
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo
interno.

Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração


de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao
requerente.

Destarte, de forma simples, tem-se que o incidente será processado a


requerimento da parte ou do Ministério Público do Trabalho, sendo que o
requerimento suspende o processo, além disso a pessoa jurídica ou o sócio será
citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 dias. A
decisão dada é interlocutória não desafiando recurso de imediato, contudo se a
decisão for dada na fase de execução caberá agravo de petição independentemente
de garantia do juízo. Por fim, se apreciado pelo relator, em incidente instaurado
originariamente no Tribunal, conforme art. 932, inciso VI do CPC, caberá agravo
interno.

3.4 Embargos à Execução

Os embargos à execução ou embargos do devedor trata-se de medida


incidental ao processo de execução que visa desconstituir o título executivo judicial
ou extrajudicial.
A peça é manejada pelo executado dentro do prazo de cinco dias, sendo
necessário a garantia integral do juízo. No caso da Fazendo Pública o prazo é de 30
dias.

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A contagem do prazo ocorre a partir da data em que o devedor toma ciência da


penhora ou do momento em que efetuou o depósito da quantia devida visando
garantir o juízo. No caso da Fazenda Pública o prazo começa a fluir a partir de sua
citação.
Nesse sentido, o art. 884 da CLT – “Garantida a execução ou penhorados os
bens, terá o executado 5 (cinco) dias para apresentar embargos, cabendo igual
prazo ao exequente para impugnação”.
Com relação às matérias que podem ser alegadas, nos termos do §1º do art.
884 da CLT, tem-se que, “a matéria de defesa será restrita às alegações de
cumprimento da decisão ou do acordo, quitação ou prescrição da dívida”.
É possível a dilação probatória na fase de execução, nos termos do art. 884,
§2º da CLT – “Se na defesa tiverem sido arroladas testemunhas, poderá o Juiz ou o
Presidente do Tribunal, caso julgue necessários seus depoimentos, marcar
audiência para a produção das provas, a qual deverá realizar-se dentro de 5 (cinco)
dias”.
O §3º por sua vez, assevera que, “somente nos embargos à penhora poderá o
executado impugnar a sentença de liquidação, cabendo ao exequente igual direito e
no mesmo prazo”.
Outrossim, mesmo sendo possível a utilização dos embargos à execução pelo
executado, e de impugnação pelo exequente, nos termos do §4º do artigo em
análise, tem-se que, “julgar-se-ão na mesma sentença os embargos e as
impugnações à liquidação apresentadas pelos credores trabalhista e previdenciário”.
(Redação dada pela Lei nº 10.035, de 2000)

3.5 Embargos de Terceiro

Os embargos de terceiro caracterizam-se como sendo ação autônoma,


incidental, em que o terceiro visa manter ou restituir a posse do bem que
indevidamente está sob constrição judicial.
Com relação ao prazo, é possível afirmar que os embargos de terceiro podem
ser opostos a qualquer momento, enquanto não transitada em julgado a sentença.
No processo de execução o prazo é de cinco dias contados da arrematação,

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adjudicação ou remissão, mas sempre antes da assinatura do respectivo auto ou


carta.
Como os embargos de terceiro seguem as disposições do CPC, o prazo para
contestação será de 15 dias.
O procedimento segue as normas previstas nos artigos 674 a 681 do CPC.
Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça
de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito
incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou
sua inibição por meio de embargos de terceiro.
§ 1o Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou
possuidor.
§ 2o Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos:
I - o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou
de sua meação, ressalvado o disposto no art. 843;
II - o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a
ineficácia da alienação realizada em fraude à execução;
III - quem sofre constrição judicial de seus bens por força de
desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte;
IV - o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto
de direito real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais
dos atos expropriatórios respectivos.

Art. 675. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo


de conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença e, no
cumprimento de sentença ou no processo de execução, até 5 (cinco) dias
depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da
arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.
Parágrafo único. Caso identifique a existência de terceiro titular de
interesse em embargar o ato, o juiz mandará intimá-lo pessoalmente.

Art. 676. Os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo que


ordenou a constrição e autuados em apartado.
Parágrafo único. Nos casos de ato de constrição realizado por carta, os
embargos serão oferecidos no juízo deprecado, salvo se indicado pelo juízo
deprecante o bem constrito ou se já devolvida a carta.

Art. 677. Na petição inicial, o embargante fará a prova sumária de sua


posse ou de seu domínio e da qualidade de terceiro, oferecendo
documentos e rol de testemunhas.
§ 1o É facultada a prova da posse em audiência preliminar designada pelo
juiz.
§ 2o O possuidor direto pode alegar, além da sua posse, o domínio alheio.
§ 3o A citação será pessoal, se o embargado não tiver procurador
constituído nos autos da ação principal.
§ 4o Será legitimado passivo o sujeito a quem o ato de constrição aproveita,
assim como o será seu adversário no processo principal quando for sua a
indicação do bem para a constrição judicial.

Art. 678. A decisão que reconhecer suficientemente provado o domínio ou


a posse determinará a suspensão das medidas constritivas sobre os bens
litigiosos objeto dos embargos, bem como a manutenção ou a reintegração
provisória da posse, se o embargante a houver requerido.

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Parágrafo único. O juiz poderá condicionar a ordem de manutenção ou de


reintegração provisória de posse à prestação de caução pelo requerente,
ressalvada a impossibilidade da parte economicamente hipossuficiente.

Art. 679. Os embargos poderão ser contestados no prazo de 15 (quinze)


dias, findo o qual se seguirá o procedimento comum.

Art. 680. Contra os embargos do credor com garantia real, o embargado


somente poderá alegar que:
I - o devedor comum é insolvente;
II - o título é nulo ou não obriga a terceiro;
III - outra é a coisa dada em garantia.

Art. 681. Acolhido o pedido inicial, o ato de constrição judicial indevida será
cancelado, com o reconhecimento do domínio, da manutenção da posse ou
da reintegração definitiva do bem ou do direito ao embargante.

3.6 Do Julgamento e dos Trâmites Finais da Execução

O julgamento e os trâmites finais da execução estão dispostos nos artigos 885


a 889-A da CLT:
Art. 885 - Não tendo sido arroladas testemunhas na defesa, o juiz ou
presidente, conclusos os autos, proferirá sua decisão, dentro de 5 (cinco)
dias, julgando subsistente ou insubsistente a penhora.

Art. 886 - Se tiverem sido arroladas testemunhas, finda a sua inquirição em


audiência, o escrivão ou secretário fará, dentro de 48 (quarenta e oito)
horas, conclusos os autos ao juiz ou presidente, que proferirá sua decisão,
na forma prevista no artigo anterior.
§ 1º - Proferida a decisão, serão da mesma notificadas as partes
interessadas, em registrado postal, com franquia.
§ 2º - Julgada subsistente a penhora, o juiz, ou presidente, mandará
proceder logo à avaliação dos bens penhorados.

Art. 887 - A avaliação dos bens penhorados em virtude da execução de


decisão condenatória, será feita por avaliador escolhido de comum acordo
pelas partes, que perceberá as custas arbitradas pelo juiz, ou presidente do
tribunal trabalhista, de conformidade com a tabela a ser expedida pelo
Tribunal Superior do Trabalho.
§ 1º Não acordando as partes quanto à designação de avaliador, dentro de
cinco dias após o despacho que o determinou a avaliação, será o avaliador
designado livremente pelo juiz ou presidente do tribunal.
§ 2º Os servidores da Justiça do Trabalho não poderão ser escolhidos ou
designados para servir de avaliador.

Art. 888 - Concluída a avaliação, dentro de dez dias, contados da data da


nomeação do avaliador, seguir-se-á a arrematação, que será anunciada por
edital afixado na sede do juízo ou tribunal e publicado no jornal local, se
houver, com a antecedência de vinte (20) dias.
§ 1º A arrematação far-se-á em dia, hora e lugar anunciados e os bens
serão vendidos pelo maior lance, tendo o exequente preferência para a
adjudicação.
§ 2º O arrematante deverá garantir o lance com o sinal correspondente a
20% (vinte por cento) do seu valor.

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§ 3º Não havendo licitante, e não requerendo o exequente a adjudicação


dos bens penhorados, poderão os mesmos ser vendidos por leiloeiro
nomeado pelo Juiz ou Presidente.
§ 4º Se o arrematante, ou seu fiador, não pagar dentro de 24 (vinte e
quatro) horas o preço da arrematação, perderá, em benefício da execução,
o sinal de que trata o § 2º deste artigo, voltando à praça os bens
executados.

Art. 889 - Aos trâmites e incidentes do processo da execução são


aplicáveis, naquilo em que não contravierem ao presente Título, os
preceitos que regem o processo dos executivos fiscais para a cobrança
judicial da dívida ativa da Fazenda Pública Federal.

Art. 889-A. Os recolhimentos das importâncias devidas, referentes às


contribuições sociais, serão efetuados nas agências locais da Caixa
Econômica Federal ou do Banco do Brasil S.A., por intermédio de
documento de arrecadação da Previdência Social, dele se fazendo constar
o número do processo.
§1º Concedido parcelamento pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, o
devedor juntará aos autos a comprovação do ajuste, ficando a execução da
contribuição social correspondente suspensa até a quitação de todas as
parcelas.
§2º As Varas do Trabalho encaminharão mensalmente à Secretaria da
Receita Federal do Brasil informações sobre os recolhimentos efetivados
nos autos, salvo se outro prazo for estabelecido em regulamento.

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REFERÊNCIAS

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CAIRO JÚNIOR, José. Curso de Direito do Trabalho. Direito Individual e Direito


Coletivo de Trabalho. 4ª Edição. Salvador: Juspodivum, 2009.

CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. 11. ed. São Paulo: Metódo, 2017.

CASSAR, Vólia Bomfim. Resumo de direito do trabalho. – 6. ed., rev., atual. e


ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2018.

CORREIA, Henrique. Direito do Trabalho para concurso de analista do TRT e


MPU. Coleção Tribunais e MPU. 11ª Edição. São Paulo: Juspodivm, 2018.

CORREIA, Henrique; MIESSA, Elisson. Manuel da Reforma Trabalhista.


Comentários artigo por artigo. São Paulo: Juspodivm, 2018.

DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 15. ed. São Paulo:
LTr, 2016.

LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito do trabalho. 8ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2017.

_________. Curso de direito processual do trabalho. 16ª ed. São Paulo: Saraiva,
2015.

MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho. 32. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

_________. Direito processual do trabalho. 17ª ed. São Paulo: Atlas, 2017.

MARINONI, Luiz Guilherme; MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil:


comentado artigo por artigo. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.

NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil - Volume


único. 8ª ed. Salvador: JusPodivm, 2016.

MOREIRA, José Carlos Barbosa. Comentários ao Código de Processo Civil. 15ª


ed.. Rio de Janeiro: Forense, 2010.

NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. 34. ed. São


Paulo: LTr, 2009.

__________. Curso de direito processual do trabalho. 29ª ed. São Paulo:


Saraiva, 2014.

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NASCIMENTO, Amauri Mascaro; NASCIMENTO, Sônia Mascaro. Curso de direito


do trabalho. História e teoria geral do direito do trabalho: relações individuais e
coletivas do trabalho. 9. ed. – São Paulo: Saraiva, 2014.

ROMAR, Carla Tereza Martins. Direito do Trabalho. Coordenador Pedro Lenza. –


5. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018. (Coleção esquematizado).

SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho. 13ª ed. São Paulo:
LTr, 2018.

THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral


do direito processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum.
Rio de Janeiro: Forense, 2015.

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