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Aula 15

Direito Processual Civil p/ TRF 4ª Região (Oficial de Justiça Avaliador


Federal) - Pós-Edital
Ricardo Torques

04772634703 - Luciana libano felix de souza


Ricardo Torques
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SUMÁRIO
1 - Considerações Iniciais ...................................................................................................................................... 2
2 - Introdução ao Estudo dos Procedimentos Especiais .......................................................................................... 2
2.1 - Processo versus procedimento.............................................................................................................................. 2
2.2 - Modelos de processo nos procedimentos específicos ........................................................................................... 4
2.3 - Fungibilidade dos procedimentos ......................................................................................................................... 5
2.4 - Tipicidade, déficit e flexibilização procedimental ................................................................................................. 6
3 - Ação de Consignação em Pagamento ............................................................................................................... 8
3.1 - Hipóteses de cabimento........................................................................................................................................
505494 8
3.2 - Obrigações consignáveis ..................................................................................................................................... 10
3.3 - Consignação extrajudicial ................................................................................................................................... 10
3.4 - Consignação judicial ........................................................................................................................................... 12
4 - Ação de Exigir Contas..................................................................................................................................... 17
5 - Ações Possessórias ........................................................................................................................................ 20
5.1 - Introdução........................................................................................................................................................... 20
5.2 - Disposições Gerais .............................................................................................................................................. 23
5.3 - Manutenção e da Reintegração de Posse........................................................................................................... 28
5.4 - Ação possessória em conflitos coletivos por imóvel ........................................................................................... 30
5.5 - Interdito Proibitório ............................................................................................................................................ 33
6 - Ação Monitória ............................................................................................................................................. 34
7 - Restauração de Autos .................................................................................................................................... 39
8 - Lista de Questões .......................................................................................................................................... 41
8.1 – Lista de Questões sem Comentários .................................................................................................................. 41
8.2 – Gabarito ............................................................................................................................................................. 50
8.3 – Lista de Questões com Comentários .................................................................................................................. 50
9 - Destaques da Legislação e Jurisprudência Correlata ........................................................................................ 70
10 - Considerações Finais .................................................................................................................................... 74

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PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Na aula de hoje estudaremos os seguintes procedimentos especiais:

Teoria Geral dos Ação de


Ação de Exigir Ações Restauração
Procedimentos Consignação em Ação Monitória
Contas Pessessórias dos Autos
Especiais Pagamento

Dessa forma, abordaremos os seguintes pontos do edital:


Procedimentos Especiais
Generalidades. Características. Espécies. Ação de Consignação em Pagamento. Ação Monitória. Ação de Exigir
Contas. Ações Possessórias. Restauração de autos.
Bons estudos!

2 - INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS


Vamos analisar algumas regras que são aplicáveis a todos os procedimentos especiais, que (como o
nome já indica) são procedimentos que fogem à regra do procedimento comum.

2.1 - PROCESSO VERSUS PROCEDIMENTO

Primeiramente, cumpre observar que processo e procedimento são conceitos distintos. O processo
constitui uma entidade complexa, composto por mais de um elemento. São dois elementos: a)
relação jurídica processual; b) procedimento.
A relação jurídica processual constitui o conjunto de direitos, deveres, ônus, obrigações e
faculdades que relacionam os atores do processo (partes, juiz e auxiliares) entre si. Por exemplo,
regras de suspeição e impedimento, a disciplina da coisa julgada e o ônus da prova são exemplos do
elemento relação jurídica processual no bojo do processo.
Assim, a relação jurídica processual diz respeito ao conteúdo (elemento intrínseco) do processo.
Trata-se da “alma” do processo.
O procedimento (conhecido como rito), por sua vez, constitui a forma como os atos processuais se
combinam no tempo e no espaço. Assim, a definição de cada ato do processo, de forma ordenada,
é o procedimento. Por exemplo, a fixação da audiência da conciliação após a citação, apresentação
da contestação, saneamento, audiência de instrução, representa o procedimento.
Assim, o procedimento é o “corpo”, o elemento extrínseco do processo.
Atenção!

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RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL PROCEDIMENTO

constitui o conjunto de direitos, deveres,


forma como os atos processuais se
ônus, obrigações e faculdades que
combinam no espaço e no tempo
relacionam os atores do processo

fixação da ordem dos atos processuais


regras de suspeição e impedimento, ônus
(petição, contestação, saneamento,
da prova, coisa julgada
produção de provas)

Essa distinção é relevante porque a fonte normativa da relação jurídica processual e do


procedimento são distintas.
A fonte normativa da relação jurídica processual é definida pela União, ou seja, no exercício de
competência privativa, como prevê art. 22, I, da CF, é a União.
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; (...)
Somente o Poder Legislativo federal estabelece regras processuais.
Por outro lado, regras de procedimento podem ser disciplinados pela União, pelos Estados-membros
e pelo Distrito Federal, conforme explica o art. 24, XI, da CF.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: (...)
XI - procedimentos em matéria processual; (...)
Temos a hipótese de competência concorrente, por intermédio do qual a União legisla sobre normas
gerais, ao passo que os Estados-membros e o Distrito Federal disciplinam normas específicas, a fim
de adequar o regramento geral da União às particularidades regionais.
Cita-se, como exemplo, a existência das Leis de Organização Judiciária (LOJs).
Cuidado!

Competência privativa da União relação jurídica processual

Competência concorrente da União, Estados


procedimento
e DF

Em face da distinção acima, temos a possibilidade de estabelecer procedimentos distintos, com


base nas mesmas normas referentes à relação jurídica processual. Essas normas são as mesmas,
varia-se o procedimento para disciplinar questões específicas. Não obstante essas regras específicas,
as normas referentes à suspeição e impedimento, à coisa julgada e ao ônus da prova são os mesmos
para todos os procedimentos específicos.

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De todo modo, vamos analisar os procedimentos específicos com fundamento no NCPC,


evidentemente sem considerar eventuais regramentos específicos que constam da legislação
estadual. Vamos, portanto, analisar as regras de procedimento, estabelecidas a nível nacional.

2.2 - MODELOS DE PROCESSO NOS PROCEDIMENTOS ESPECÍFICOS

São basicamente dois modelos de processo:


O primeiro deles é o processo de conhecimento, que tem cunho declarativo.
O segundo é o processo de execução, cuja atividade é satisfativa.
Dentro do processo de conhecimento são dois os procedimentos adotados: comum, que é o padrão
conforme estabelece o art. 318, do NCPC. Paralelamente, temos os procedimentos especiais, a partir
do art. 539, do NCPC.

Ação de Consignação em Pagamento art. 539 a 549

Ação de Exigir Contas art. 550 a 553

Ações Possessórias art. 554 a 568

Ação de Divisão e da Demarcação de Terras


art. 569 a 598
Particulares

Ação de Dissolução Parcial de Sociedade art. 599 a 609

Ação de Inventário e da Partilha art. 610 a 673

Embargos de Terceiro art. 674 a 681

Oposição art. 682 a 686

Habilitação art. 687 a 692

Ações de Família art. 693 a 699

Ação Monitória art. 700 a 702

Homologação de Penhor Legal art. 703 a 706

Regulação de Avaria Grossa art. 707 a 711

Restauração de autos art. 712 a 718

Procedimento de Jurisdição Voluntária art. 719 a 770

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Cumpre registrar, ainda, a existência de procedimentos especiais na legislação extravagante. Cite-se


a Lei de Ação Civil Pública, a Lei do Mandado de Segurança, as leis dos juizados, entre outras.
No processo de execução também encontramos procedimentos comuns e específicos.
Os procedimentos comuns são três: processo de execução para pagar, processo de execução para
fazer ou não fazer e processo de execução para entrega de coisa.
Temos, entretanto, procedimentos especiais de execução, a exemplo do processo de execução de
alimentos, processo de execução contra a Fazenda Pública, processo de execução contra o devedor
insolvente.
Sintetizando...

Processo

de conhecimento de execução

procedimento procedimentos procedimentos procedimentos


comum especiais (art. art. comuns especiais
539 a 770)

contra a
fazer e não entregar de
pagar Fazenda
fazer coisa alimentos
Pública

A existência de procedimentos especiais decorre da existência de particularidade do direito material


que justifica ou impõe a criação de tutelas diferenciadas.
Nesse contexto, de acordo com o princípio da adequação procedimental, comanda-se ao legislador
ficar atento às circunstâncias do direito material e, na medida do possível, criar procedimentos
especiais a fim de tutelar as necessidades de direito material.

2.3 - FUNGIBILIDADE DOS PROCEDIMENTOS

Fungível é aquilo que pode ser substituído, ao passo que infungível é aquilo que é insubstituível.
Assim, questiona-se:
Um procedimento especial pode ser renunciado para que a parte
demande pelo procedimento comum?

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Durante muito tempo prevaleceu o entendimento de que o procedimento era fixado em favor da
lei, de forma que a parte não poderia optar pelo rito, pois se tratava de matéria de ordem pública.
O entendimento atual, via de regra, é no sentido de que os procedimentos especiais são fungíveis,
de modo que é possível abrir mão do procedimento especial para demandar pelo procedimento
comum.
Por exemplo, a parte poderá abrir mão do procedimento específico da ação de alimentos para propor
ação pelo procedimento comum. Como esse procedimento não gera prejuízo à parte contrária, é
admissível a fungibilidade.
Contudo, temos algumas situações em que nosso sistema não admite a absorção do rito especial
pelo procedimento comum, de modo que não são fungíveis. Isso ocorre quando houver
impossibilidade de tutela do direito a não ser pelo procedimento especial e quando houver expressa
disposição legal vedando a utilização do procedimento comum.
Por exemplo, o procedimento específico do inventário e da partilha, cujos direitos não podem ser
tutelados pelo procedimento comum. Outro exemplo está no procedimento dos juizados especiais
federais (Lei nº 10.259/2001) e de Fazenda Pública (Lei nº 12.153/2009), nos quais veda-se
expressamente a utilização do procedimento comum.
Assim:

FUNGIBILIDADE

regra: exceções:

a parte poderá optar pelo


impossibilidade de tutela expressa disposição legal
procedimento comum, não
do direito a não ser pelo vedando a utilização do
obstante a existência de
procedimento especial procedimento comum
procedimento específico

2.4 - TIPICIDADE, DÉFICIT E FLEXIBILIZAÇÃO PROCEDIMENTAL

Os procedimentos são típicos, porque são estabelecidos em lei. Não há, portanto, uma liberdade de
forma em relação à definição de ritos procedimentais. Contudo, ainda que o legislador intentasse
ser completo, sempre existirão situações de déficit do procedimento. São situações em que não há
procedimento capaz de tutelar adequadamente o direito material.

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Diante disso, são comuns situações no processo em que não há uma regra procedimental para
situação prática específica. Nesse caso de déficit, o juiz poderá flexibilizar o procedimento. Com
fundamento no princípio da adaptabilidade de ritos, o juiz tem a prerrogativa de adequar o rito a
eventuais particularidades.
Essa teoria é fundada nos seguintes dispositivos do NCPC:
 flexibilização legal genérica mitigada (art. 139, VI);
 flexibilização voluntária do procedimento (art. 190);
 convenções processuais sobre situação jurídica (art. 190).
O art. 139, VI, do NCPC, é uma cláusula geral que se aplica a qualquer processo e a qualquer tipo de
procedimento e permite ao juiz, dentro da ideia de adaptação, ampliar prazos e inverter a ordem
de produção de provas.
Essa flexibilização é mitigada porque o juiz não pode efetuar a adaptabilidade em qualquer situação,
mas apenas no caso de ampliação de prazos e de inversão da ordem de produção de provas.
O art. 190, do NCPC, por sua vez, estabeleceu a flexibilidade de procedimento e de convenções
processuais sobre situações jurídicas.
Assim, desde que as partes sejam plenamente capazes e que o direito em debate seja
autocomponível (admita-se composição), é possível que as partes promovam convenções
processuais sobre as situações jurídicas, ou a flexibilização voluntária do procedimento.
Temos, portanto, uma cláusula geral para as partes fixarem negócios jurídicos processuais em
quaisquer tipos de relação jurídica processual e procedimentais.
Questiona-se:

Existem limites às convenções processuais pelas partes?

São dois grupos de limites:


O primeiro deles envolve os chamados limites específicos, quais sejam: a) partes capazes; e b) direito
que permita a autocomposição. Esses limites estão expressos no art. 190, do NCPC.
O segundo grupo de limites envolve limitações de direito material ao negócio jurídico. São quatro
requisitos exigidos para todo e qualquer negócio jurídico: a) agente capaz; b) objeto lícito; c) forma
prescrita ou não defesa em lei; e d) autonomia da vontade.
Essas mitigações processuais e procedimentais – seja pelo juiz, seja pelo exercício da autonomia das
partes – podem ser aplicadas aos procedimentos especiais.
Com isso, finalizamos a primeira parte do conteúdo teórico referente à aula de hoje.

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3 - AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO


A consignação em pagamento está disciplinada entre os arts. 539 a 549, todos do NCPC, e encontra
algum regramento também na Lei nº 8.249/1991 (Lei de Locações). Evidentemente, vamos analisar
os dispositivos do Código, objeto do nosso estudo.
A ação de consignação em pagamento é um procedimento específico por intermédio do qual o
devedor destaca uma parcela de dinheiro ou um bem para quitar determinada obrigação. Em regra,
o cumprimento da obrigação ocorre junto ao credor. Contudo, em determinadas situações, o credor
poderá não receber o valor devido (denominada de mora accipiens) ou podemos ter dúvidas sobre
quem é o devedor (mora incognitio). Para esses casos, a forma do devedor se “livrar” da obrigação
é a consignação em pagamento.
De acordo com a doutrina, a consignação em pagamento 1:
é a ação que visa à liberação do devedor de determinada obrigação. O objetivo do demandante é a obtenção de
declaração judicial no sentido de que não se encontra mais obrigado – de que o depósito realizado satisfaz os
requisitos legais do pagamento devido.
Veja uma questão de prova:

(PGE-MS/2011/adaptada) No que concerne à sentença da ação de consignação em


pagamento, analise as proposições abaixo:
A sentença da consignatória é predominantemente declaratória.
Comentários
A assertiva está correta, pois o consignante (o devedor) tem por finalidade obter uma sentença
declaratória da extinção da obrigação que foi cumprida.
Vamos começar o nosso estudo pelas situações nas quais será possível se valer dessa ação específica.

3.1 - HIPÓTESES DE CABIMENTO

O cabimento da ação de consignação está disciplinado no Código Civil. Isso mesmo, conforme o art.
335, do CC, a ação em consignação de pagamento é cabível:
 no caso de mora accipiens (mora na aceitação), disciplinado nos incs. I a III, do art. 335, do CC.
Art. 335. A consignação tem lugar:
I - se o credor NÃO puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;

1
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 676.

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II - se o credor NÃO for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de
acesso perigoso ou difícil;
As hipóteses acima são três, que envolvem a aceitação do pagamento.
Primeiro, a parte poderá consignar em pagamento caso o credor não puder ou se recusar
injustificadamente a receber ou dar quitação.
Também configura hipótese de cabimento da ação de consignação em pagamento se o credor não
receber a coisa no lugar, no tempo e na condição devidos.
A terceira hipótese que temos é a mais comum e abrange um conjunto de situações. Há a
possibilidade de ajuizamento da consignação em pagamento nas hipóteses em que o credor for
incapaz de receber, não for conhecido, for declarado ausente ou residir em local incerto ou cujo
acesso seja perigoso ou difícil. Nessas situações, o devedor não consegue identificar o devedor para
realizar o pagamento.
 no caso de incognitio, previsto nos incs. IV e V, do art. 335, do CC.
Art. 335. A consignação tem lugar:
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
Admite-se a consignação em pagamento quando houver dúvida em relação a quem deve receber o
pagamento ou se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
Por exemplo, duas pessoas disputam judicialmente o recebimento de seguro de vida. A seguradora,
a fim de dar quitação ao valor do prêmio devido, consigna em pagamento. Após a decisão do juiz
sobre quem são os beneficiários do seguro, os valores que estarão depositados em juízo serão pagos
ao real credor.
Para a prova...

HIPÓTESES DE CABIMENTO DA CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

•credor não puder ou injustificadamente se recusar a receber;


•credor não receber a coisa no lugar, no tempo e na condição devidos;
•credor for incapaz de receber, não for conhecido, for declarado ausente ou residir em local
incerto ou cujo acesso seja perigoso ou de difícil acesso;
•houver dúvida em relação a quem deve receber o pagamento;
•pender litígio sobre o objeto do pagamento.

Até aqui vimos o conceito e as hipóteses de cabimento. Acreditamos que essas hipóteses de
cabimento não serão cobradas em provas, contudo, é fundamental que você as conheça para
“entender” a ação. Feito isso, vamos iniciar o estudo dos dispositivos do NCPC referentes ao assunto.

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3.2 - OBRIGAÇÕES CONSIGNÁVEIS

As obrigações passíveis de consignação em pagamento são:


 obrigações de pagar quantia; e
 obrigações de dar ou entregar.
Não há, portanto, consignação em pagamento de obrigação de fazer ou de não fazer. Isso ocorre
porque não é possível depositar a obrigação de fazer ou de não fazer.
É o que prevê o caput abaixo citado:
Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a
consignação da quantia ou da coisa devida.
Desse modo...

pagar quantia

OBRIGAÇÕES
entregar coisa
CONSIGNÁVEIS

obrigação de fazer e não


NÃO APLICA
fazer

A consignação em pagamento, de acordo com a disciplina do NCPC, pode se dar na forma


extrajudicial, perante as instituições bancárias, ou judicialmente.

3.3 - CONSIGNAÇÃO EXTRAJUDICIAL

Essa modalidade de obrigação é possível apenas no caso de pagamento de quantia (não sendo
aplicada nas obrigações de dar, quando extrajudicial). Além disso, para que seja adotada, é
necessário conhecer o endereço do credor, de modo que não poderá ser adotada nas hipóteses de
incognitio, ou seja, quando houver dúvida em relação a quem irá receber ou quanto ao objeto do
pagamento.
Assim, para começar...
PARA A CONSIGNAÇÃO EXTRAJUDICIAL

•não se aplica às obrigações de dar, mas apenas às obrigações de pagar quantia;


•necessário conhecer o endereço do credor; e
•não pode haver dúvida em relação a quem irá receber ou quanto ao objeto do pagamento.

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Conhecendo o credor e a pessoa do credor, o devedor efetuará depósito do valor em rede bancária
e, mediante pagamento de uma taxa, o gerente do banco determinará a notificação do credor.
Diante dessa notificação, o credor, no prazo de 10 dias, poderá:
1ª opção: levantamento do valor consignado;
O levantamento implica a quitação, não sendo admissível cobrar, posteriormente, eventuais diferenças.
2ª opção: inércia
Após o decurso do prazo de 10 dias, a lei atribui ao silêncio o efeito de quitação da dívida.
3ª opção: responder à notificação não aceitando o valor consignado.
Esse “não aceite” independe de motivo.
No caso de recusa, o devedor poderá, no prazo de um mês, propor a ação de consignação, sem que
haja a necessidade de atualizar o valor com correção monetária e juros.
Assim, se ajuizado dentro do prazo de um mês, o valor considera-se atualizado desde o ajuizamento
da ação. Após esse prazo, a parte poderá consignar judicialmente em pagamento, contudo, será
necessário corrigir os valores e efetuar a integração dos valores relativos a juros no período.
Confira os dispositivos relacionados:
§ 1o Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o valor ser depositado em estabelecimento bancário, oficial
onde houver, situado no lugar do pagamento, cientificando-se o credor por carta com aviso de recebimento,
assinado o PRAZO DE 10 (DEZ) DIAS para a manifestação de recusa.
§ 2o Decorrido o prazo do § 1o, contado do retorno do aviso de recebimento, sem a manifestação de recusa,
considerar-se-á o devedor liberado da obrigação, ficando à disposição do credor a quantia depositada.
§ 3o Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento bancário, poderá ser proposta, dentro de
1 (UM) MÊS, a ação de consignação, instruindo-se a inicial com a prova do depósito e da recusa.
§ 4o NÃO proposta a ação no prazo do § 3o, ficará sem efeito o depósito, podendo levantá-lo o depositante.
Na forma de uma linha do tempo, temos:

CONSIGNAÇÃO EXTRAJUDICIAL ($)

depósito em rede bancária

levantar o valor
notificação do credor não aceitar (não precisa
consignado ou nada fazer
para, em 10 dias justificar)
(quitação da dívida)

ação judicial no prazo de não ingressou, fica sem


30 dias efeito o depósito

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3.4 - CONSIGNAÇÃO JUDICIAL

A consignação em pagamento na forma judicial será efetuada nas seguintes hipóteses:


 Quando for frustrada a consignação em pagamento extrajudicial;
 Quando envolver obrigação de entrega; e
 Quando o devedor optar por tal modalidade diretamente.
Nessas três situações, desde que dentro das hipóteses de cabimento estudadas no início, a ação de
consignação em pagamento será realizada judicialmente.
O art. 540, do NCPC, estabelece a regra de competência da ação de consignação em pagamento. A
parte deve propor a ação no lugar do pagamento, conforme convencionado pelas partes.
Por exemplo, se a obrigação tem por objeto imóvel, cujo pagamento é estabelecido no local de
situação do bem. Neste foro, portanto, deverá ser ajuizada a ação.
Além disso, esse art. 540, do NCPC, traz outra regra importante:
A partir do momento em que é efetuado o depósito, consideram-se cessados juros e riscos para o
devedor. Isso ocorre porque o devedor destacou o bem ou o valor devido para pagamento a dívida,
alegando que não consegue efetuar o pagamento, seja porque o credor não quer receber, seja
porque há dúvidas em relação a quem deve, efetivamente, pagar ou entregar a coisa.
Apenas se a ação for julgada improcedente, esses juros e eventuais riscos não cessarão. Dito de
outra forma, se o consignante (devedor) obtiver uma sentença que seja pela improcedência,
responderá pela correção monetária, juros e eventuais riscos. Por exemplo, se o consignado (credor)
não se elidiu do recebimento ou se ele era certo e conhecido. Nesses casos, julga-se improcedente a
consignação e o credor responde pelos juros e os riscos.
Veja:
Art. 540. Requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento, cessando para o devedor, à data do depósito,
os juros e os riscos, SALVO SE a demanda for julgada improcedente.
Em regra, a consignação em pagamento é utilizada para pagamento de um valor vencido, por
exemplo, o pagamento de determinada de prestação de serviço já executada. Tem-se um valor a ser
pago e, diante da dificuldade da parte de fazê-lo, consigna-se.
Contudo, é admissível a consignação em pagamento em relação à prestação sucessiva. É o caso do
pagamento parcelado de um determinado contrato que, ao invés de o contratante efetuar o
pagamento global, o faz em parcelas periódicas.
Nesses casos, consignada uma parcela já vencida, é possível que o consignante (devedor) efetue
sucessivamente o depósito das demais prestações que forem vencendo. Deve ser observada a
exigência que temos no art. 541, do NCPC, ou seja, o prazo para consignar parcelas sucessivas é de
5 dias, a contar do vencimento da parcela.
Veja:

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Art. 541. Tratando-se de prestações sucessivas, consignada uma delas, pode o devedor continuar a depositar,
no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem vencendo, DESDE QUE o faça em ATÉ 5 (CINCO)
DIAS contados da data do respectivo vencimento.
Para a prova....

CONSIGNAÇÃO DE consignada uma das parcelas, as demais devem ser


PRESTAÇÕES SUCESSIVAS depositadas no prazo de 5 dias, a contar do vencimento

Na sequência, leia o art. 542, do NCPC:


Art. 542. Na petição inicial, o autor requererá:
I - o depósito da quantia ou da coisa devida, a ser efetivado no prazo de 5 (cinco) dias contados do deferimento,
ressalvada a hipótese do art. 539, § 3o;
II - a citação do réu para levantar o depósito ou oferecer contestação.
Parágrafo único. NÃO realizado o depósito no prazo do inciso I, o processo será extinto sem resolução do mérito.
Ao peticionar, o consignante e o autor da ação deverá pedir o depósito do bem ou da quantia e,
também, a citação do réu para levantar o depósito ou para apresentar a contestação.
Na ação de consignação em pagamento de coisa determinável devemos analisar quem será
responsável pela determinação. Se a determinação competir ao devedor (consignante), ele deverá
efetuar o ato junto com a apresentação da petição inicial, quando fará a consignação.
Por outro lado, se a determinação da coisa competir ao consignado (credor e réu na ação), ele deve
ser citado da ação para, no prazo de 5 dias ou no prazo que o juiz fixar, efetuar a determinação da
coisa e viabilizar, com isso, o depósito do objeto.
Confira:
Art. 543. Se o objeto da prestação for coisa indeterminada e a escolha couber ao credor, será este citado para
exercer o direito dentro de 5 (CINCO) DIAS, se outro prazo não constar de lei ou do contrato, ou para aceitar
que o devedor a faça, devendo o juiz, ao despachar a petição inicial, fixar lugar, dia e hora em que se fará a
entrega, sob pena de depósito.
Definição da coisa objeto da consignação:

SE DEPENDER DO
deverá fazê-lo no momento da petição inicial
AUTOR

SE DEPENDER DO juiz fixa prazo (ou em 5 dias) para determinação


RÉU da coisa

O art. 544, do NCPC, trata da limitação da cognição no plano horizontal. O credor (e réu na cognição
em pagamento) poderá alegar apenas os temas descritos no art. 544, abaixo citado:

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Art. 544. Na contestação, o réu poderá alegar que:


I - NÃO houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida;
II - foi justa a recusa;
III - o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento;
IV - o depósito não é integral.
Parágrafo único. No caso do inciso IV, a alegação somente será admissível se o réu indicar o montante que
entende devido.
Veja, o réu não poderá alegar tudo o que quiser. As possibilidades de defesa no âmbito da ação de
consignação em pagamento são limitadas. Portanto, citado, ele poderá alegar que não houve recusa
ou, se ela ocorreu, que foi justa. Poderá, ainda, alegar que o depósito não foi efetuado no lugar do
pagamento e, por isso, viola a regra de competência para a ação em consignação. Outra via de
argumentação é afirmar que o valor consignado não foi integral. Nesse caso, o réu da ação deverá
indicar o montante que entende ser devido.
Assim...

MATÉRIAS QUE PODEM SER ALEGADAS NA CONTESTAÇÃO

• NÃO houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida;


• foi justa a recusa;
• o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento;
• o depósito não é integral, caso em que deverá indicar o valor que entende devido.

Veja uma questão de prova:

(TJ-RN/2013/adaptada) No que se refere aos procedimentos especiais de jurisdição


contenciosa e voluntária, julgue.
Na ação de consignação em pagamento, o demandado poderá alegar, em sua defesa, toda a
matéria de fato e de direito relativa à existência e ao quantitativo da dívida.
Comentários
A assertiva está incorreta. Na ação de consignação em pagamento, o demandado está limitado
às alegações previstas no art. 544, do NCPC, quais sejam:
- recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida;
- recusa justa;
- depósito não efetuado no prazo ou no lugar do pagamento;
- depósito não integral.

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Em frente!
O art. 545, do NCPC, trata da alegação pelo réu (credor e consignado) de insuficiência do depósito.
Uma vez apresentada a contestação, contestando o valor depositado e indicando o réu o valor que
entende devido, o juiz irá determinar a intimação do autor para completar o valor do depósito no
prazo de 10 dias.
O autor poderá complementar o valor ou sustentar que o montante depositado é o efetivamente
devido. Nesse caso, o réu poderá efetuar o levantamento do valor incontroverso.
Na sentença, o juiz irá avaliar se o valor depositado está, ou não, de acordo com o valor devido.
Veja:
Art. 545. Alegada a insuficiência do depósito, é lícito ao autor completá-lo, EM 10 (DEZ) DIAS, SALVO se
corresponder a prestação cujo inadimplemento acarrete a rescisão do contrato.
§ 1o No caso do caput, poderá o réu levantar, desde logo, a quantia ou a coisa depositada, com a consequente
liberação parcial do autor, prosseguindo o processo quanto à parcela controvertida.
§ 2o A sentença que concluir pela insuficiência do depósito determinará, sempre que possível, o montante devido
e valerá como título executivo, facultado ao credor promover-lhe o cumprimento nos mesmos autos, após
liquidação, se necessária.
O §2º trata da natureza dúplice da consignação em pagamento. Prevê a ação que a parte credora
ao alegar que o valor é insuficiente e a sentença concluir que, de fato, o valor consignado foi
insuficiente, o réu terá a seu favor um título executivo judicial para cobrar a diferença do crédito não
consignado.
Por outro lado, se julgada procedente a ação, o juiz irá declarar o processo extinto:
Art. 546. Julgado procedente o pedido, o juiz declarará extinta a obrigação e condenará o réu ao pagamento
de custas e honorários advocatícios.
Parágrafo único. Proceder-se-á do mesmo modo se o credor receber e der quitação.
Sintetizando...

ALEGAÇÃO DE DEPÓSITO INSUFICIENTE (com indicação do valor devido)

intima-se o autor para: se não houver complementação, há


complementar o depósito no liberação parcial do autor e o réu poderá
prazo de 10 dias levantar o valor incontroverso

o processo segue para


discutir a diferença

se julgado procedente a ação, libera-se o se julgada improcedente a ação, o réu terá


autor da diferença e o réu pagará as um título executivo para executar contra o
custas e honorários réu

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Veja uma questão de prova:

(PGE-MS/2011/adaptada) No que concerne à sentença da ação de consignação em


pagamento, analise as proposições abaixo:
Citado, o réu na ação de consignação poderá levantar o valor depositado, caso em que o Juiz,
na sentença, deve extinguir o feito com a procedência da pretensão e a condenação do
requerido nos ônus sucumbenciais.
Comentários
Está correta a assertiva, conforme prevê o art. 546, do NCPC.
Sigamos!
O art. 547, do NCPC, trata da consignação quando houver dúvidas quanto a quem pagar. É a
consignação incognitio!
Art. 547. Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o pagamento, o autor requererá o
depósito e a citação dos possíveis titulares do crédito para provarem o seu direito.
O que o dispositivo acima explicita que o autor deverá integrar todos os possíveis credores para
provarem o direito sobre o crédito. Uma vez citados, podemos ter diversas situações:
 não comparecimento de nenhum dos citados, o valor depositado será destinado à arrecadação de coisa
vaga na forma da legislação civil.
 comparecendo apenas um interessado, o juiz decidirá a consignação, podendo determinar o levantamento
em nome daquele que compareceu.
 comparecendo mais de um pretendente, o juiz declara efetuado o depósito, extingue a obrigação do
devedor (consignante) e o processo terá seu curso para decidir a quem compete o valor, segundo as regras do
procedimento comum.
Leia:
Art. 548. No caso do art. 547:
I - NÃO comparecendo pretendente algum, converter-se-á o depósito em arrecadação de coisas vagas;
II - comparecendo apenas um, o juiz decidirá de plano;
III - comparecendo mais de um, o juiz declarará efetuado o depósito e extinta a obrigação, continuando o
processo a correr unicamente entre os presuntivos credores, observado o procedimento comum.
Em síntese:

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DÚVIDA ACERCA DE QUEM É O CREDOR

citam-se todos os
assim
possíveis credores

comparecendo mais de um ou
comparecendo
não comparecendo ninguém – todos – o juiz declara efetuado o
apenas um – o juiz
converte-se o depósito em depósito, extingue a obrigação do
decidirá a
arrecadação de coisa vaga devedor (consignante) e o
consignação
processo terá seu curso

Veja uma questão de prova:

(PGR/2008/adaptada ao NCPC) Julgue:


Quando a ação de consignação em pagamento se fundar em dúvida sobre quem deva
legitimamente receber, não comparecendo nenhum pretendente, converter-se-á o depósito
em arrecadação de coisas vagas.
Comentários
A assertiva está correta. De acordo com o art. 547, do NCPC, se ocorrer dúvida sobre quem
deva legitimamente receber o pagamento, o autor requererá o depósito e a citação dos
possíveis titulares do crédito para provarem o seu direito. Caso não compareça o pretendente,
de acordo com o art. 548, I, do NPC, converter-se-á o depósito em arrecadação de coisas vagas.
Para encerrar o tópico, confira o art. 549, do NCPC:
Art. 549. Aplica-se o procedimento estabelecido neste Capítulo, no que couber, ao resgate do aforamento.
O “resgate de aforamento”, conhecido como emprazamento e como enfiteuse, é um direito real
específico, com o qual não devemos nos preocupar, ao menos aqui, em Direito Processual Civil.

4 - AÇÃO DE EXIGIR CONTAS


Em relação à ação de exigir contas temos que estudar os arts. 550 a 553, do NCPC. São apenas quatro
dispositivos, mas que possuem informações relevantes.
Sempre que houver o dever de uma parte prestar contas à outra, poderá ser utilizado o
procedimento de prestação de contas. Por exemplo, quando envolver a condição de administrador

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judicial, advogado, gestão de negócios, inventariante, sucessor provisório, tutor etc. Nesses casos,
temos a possibilidade de o autor ingressar com o procedimento com vistas à prestação de contas
para avaliar a responsabilidade ou para cobrar eventuais dívidas pendentes de pagamento.
O art. 550 prevê que, uma vez ajuizada, a ação deve conter as razões, os documentos e o pedido de
citação do réu para apresentar:
 as contas; ou
 a contestação.
Portanto, o réu tem duas opções: apresentar as contas ou formular a defesa alegando não ser
hipótese de prestação de contas.
No primeiro caso (prestação de contas), o autor será intimado para se manifestar quanto às contas
apresentadas no prazo de 15 dias. Eventuais consequências decorrentes serão processadas pelo
procedimento comum.
No segundo caso (contestação), o procedimento assume o procedimento comum para discussão das
contas. Ao final, o magistrado irá condenar a parte ré na prestação ou na não prestação das contas
a depender das provas produzidas nos autos. Caso condene a parte a apresentar contas, ela terá
prazo de 15 dias para fazê-lo, sob pena do próprio autor prestar as contas, indicando os débitos da
parte ré.
Há uma terceira possibilidade: revelia. Se, citado, o réu não prestar contas nem mesmo contestar, o
procedimento seguirá o seu curso com presunção de validade das informações trazidas pelo autor.
Veja:
Art. 550. Aquele que afirmar ser titular do direito de exigir contas requererá a citação do réu para que as preste
ou ofereça contestação no PRAZO DE 15 (QUINZE) DIAS.
§ 1o Na petição inicial, o autor especificará, detalhadamente, as razões pelas quais exige as contas, instruindo-
a com documentos comprobatórios dessa necessidade, se existirem.
§ 2o Prestadas as contas, o autor terá 15 (QUINZE) DIAS para se manifestar, prosseguindo-se o processo na
forma do Capítulo X do Título I deste Livro [procedimento comum].
§ 3o A impugnação das contas apresentadas pelo réu deverá ser fundamentada e específica, com referência
expressa ao lançamento questionado.
§ 4o Se o réu NÃO contestar o pedido, observar-se-á o disposto no art. 355 [designação da audiência de
conciliação e de mediação].
§ 5o A decisão que julgar procedente o pedido condenará o réu a prestar as contas no prazo de 15 (QUINZE)
DIAS, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as que o autor apresentar.
§ 6o Se o réu apresentar as contas no prazo previsto no § 5o, seguir-se-á o procedimento do § 2o, caso contrário,
o autor apresentá-las-á no prazo de 15 (quinze) dias, podendo o juiz determinar a realização de exame pericial,
se necessário.
Vimos que, se contestado o pedido, haverá instauração do rito procedimental comum. Ao final, a
decisão, se for de procedência, implicará a determinação para que o réu, no prazo de 15 dias, preste
as contas. Caso não o faça, temos a apresentação das contas pelo autor.
Com isso, finaliza-se a PRIMEIRA FASE da ação de exigir contas, que culmina com uma decisão
interlocutória declarando se o réu deve ou não prestar as contas.

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O art. 551, do NCPC, estabelece que essas contas devem ser apresentadas de forma detalhada, com
especificações. Caso contestada de forma fundamentada pelo autor, o juiz poderá pedir
esclarecimentos da parte ré.
Art. 551. As contas do réu serão apresentadas na forma adequada, especificando-se as receitas, a aplicação das
despesas e os investimentos, se houver.
§ 1o Havendo impugnação específica e fundamentada pelo autor, o juiz estabelecerá prazo razoável para que
o réu apresente os documentos justificativos dos lançamentos individualmente impugnados.
§ 2o As contas do autor, para os fins do art. 550, § 5o, serão apresentadas na forma adequada, já instruídas com
os documentos justificativos, especificando-se as receitas, a aplicação das despesas e os investimentos, se
houver, bem como o respectivo saldo.
O mais importante desse procedimento é a regra que consta do art. 552, do NCPC. Esse dispositivo
estabelece que se existir eventual saldo devedor, a sentença constituirá título executivo judicial que
será executado mediante o cumprimento de sentença.
Art. 552. A sentença apurará o saldo e constituirá título executivo judicial.
Há, portanto, o termo da SEGUNDA FASE da ação de exigir contas que culmina com sentença
condenando o réu em eventual saldo.
Assim, num primeiro momento, o autor pretende a prestação das contas, ou seja, uma obrigação de
fazer. Mas a depender do teor da sentença, caso haja saldo devedor, constitui um título executivo
judicial para pagamento da quantia devida pelo réu.
É nesse contexto que a doutrina2 fala em fases da decisão. A decisão de primeira fase tem por
finalidade declarar a existência, ou não, do dever de prestar contas. Essa decisão seria recorrível,
pois não põe fim à fase de conhecimento, por agravo de instrumento na forma do art. 1.015, II, do
NCPC. Em uma segunda fase, a decisão volta-se para a formação de um título executivo judicial.
Trata-se de sentença condenatória, recorrível por apelação. Vale dizer, uma vez declarada a
existência do dever de prestar contas, prestadas as contas, se houver saldo remanescente, o réu
será condenado a pagar a quantia certa.
Assim...

DECISÃO DE PRIMEIRA declarar a existência do dever de prestar cabe agravo de


FASE contas instrumento

DECISÃO DE SEGUNDA condenar o réu a pagar o saldo apurado


cabe apelação
FASE nas contas

2
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 687.

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Por fim, confira o art. 533, o qual prevê que a ação de exigir contas tramitará em apenso ao processo
em que o responsável pela prestação de contas foi nomeado. Assim, em um processo de inventário
e de partilha, a ação de exigir contas poderá ser suscitada em apenso.
Art. 553. As contas do inventariante, do tutor, do curador, do depositário e de qualquer outro administrador
serão prestadas em apenso aos autos do processo em que tiver sido nomeado.
Parágrafo único. Se qualquer dos referidos no caput for condenado a pagar o saldo e não o fizer no prazo legal,
o juiz poderá destituí-lo, sequestrar os bens sob sua guarda, glosar o prêmio ou a gratificação a que teria direito
e determinar as medidas executivas necessárias à recomposição do prejuízo.
Finalizamos, assim, a análise da ação de exigir contas.
Para fins de prova...

AÇÃO DE EXIGIR CONTAS

•Tem por finalidade inicial a obrigação de fazer (prestar contas), mas se restar saldo devedor, a
sentença constitui título executivo judicial, para ser executado no cumprimento de sentença para
pagar quantia certa.
•Apresentada a petição, o réu é citado para, no prazo de 15 dias: a) prestar contas; b) contestar.
•Se prestar as contas, o juiz intimará a parte autora para impugnar e o procedimento segue o rito
comum.
•Se contestar, o procedimento seguirá o rito comum.
•Se houver revelia, serão consideradas as contas indicadas pela parte autora.
•Com a sentença de procedência, o juiz condenará o réu a prestar contas no prazo de 15 dias, sob
pena de prestação das contas pela parte autora.
•Caso haja saldo, haverá execução mediante cumprimento de sentença.

5 - AÇÕES POSSESSÓRIAS

5.1 - INTRODUÇÃO

Vamos iniciar o estudo com alguns conceitos importados do Direito Civil: posse, propriedade e
detenção. Esses conceitos e noções gerais são importantes para que você compreenda o que
veremos nesse capítulo!
O conceito de proprietário está no art. 1.228, do CC:
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de
quem quer que injustamente a possua ou detenha.
O proprietário é aquele que tem o direito de usar, de gozar e de dispor da coisa.
A posse, por sua vez, prevista no art. 1.196, do CC, estabelece que possuidor é quem exerce, de fato,
algum dos poderes do domínio. Veja:
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes
inerentes à propriedade.

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Desse modo, distinguimos a propriedade da posse. Uma coisa é o detentor do título daquele imóvel,
outra coisa é a pessoa realmente investida na propriedade.
Regra: a propriedade e a posse andam juntas. O proprietário é também o possuidor. Contudo,
temos situações nas quais proprietários e possuidores são diferentes, tais como nas hipóteses de
locação, comodato, arrendamento etc.
O conceito de detenção, por fim, consta do art. 1.198, do CC:
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva
a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem
e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário.
Considera-se a detenção como o “fâmulo da posse”. Isso ocorre porque a detenção é “praticamente”
a posse. A detenção é o fenômeno em que alguém exerce o fato (a posse) em nome alheio, em nome
de terceiro.
O detentor não é propriamente o possuidor. É o exemplo do caseiro, que exerce a posse em nome
alheio.
É importante registrar que essa distinção é interna. Dito de outro modo, do ponto de vista externo,
quem olhar para o possuidor e para o detentor não encontrará distinção. Contudo, internamente,
há distinção, na medida em que o detentor apenas exerce a posse por determinação do efetivo
possuidor.
Didaticamente...

aquele que tem o direito de usar, quem tem o


proprietário
gozar e dispor da coisa título

quem está investido na


possuidor locador
propriedade

exercício da posse em nome de


detenção caseiro
terceiro

Esses conceitos são importantes para que saibamos como será efetuada a defesa da posse. Assim:
 quando se tratar de defesa da propriedade, devemos ingressar com uma AÇÃO PETITÓRIA.
Nesse caso, a causa de pedir é a propriedade. Ou seja, o fundamento do pedido é o fato de que a
pessoa é proprietária. Em razão disso, o pedido poderá ser qualquer coisa relacionada a essa

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propriedade e, inclusive, a posse. Desse modo, quando o proprietário estiver postulando, ainda que
seja a posse, a ação não será possessória, mas petitória.
É o exemplo da ação reivindicatória, na qual o proprietário pede pelo imóvel porque é proprietário,
não obstante esteja sendo utilizada por outra pessoa. Isso ocorre porque o proprietário tem o direito
de usar a coisa.
Outro exemplo é ação de imissão na posse, por intermédio dessa ação, o proprietário que acaba de
adquirir a área (torna-se proprietário) e nunca teve a posse, agora poderá requerê-la.
Outro exemplo é a ação prevista no art. 550, do CC, denominada de ação ex empto. Nessa espécie
de ação, o adquirente da área ingressa com uma compra e venda ad mensuram para obter a área
faltante. Explicando com mais calma: quando temos uma compra e venda ad mensuram o que
interessa é a área. Ao efetuar a compra, contudo, ao contrário do pactuado, há a entrega de uma
área menor. Em face disso, o adquirente poderá rescindir o contrato, pedir a redução do preço
proporcionalmente ou ingressar com a ação para obter a área faltante. O pedido, portanto, é
==7b696==

fundado na propriedade que foi adquirida anteriormente e não entregue pela outra parte.
 quando se tratar de defesa da posse, devemos ingressar com uma AÇÃO POSSESSÓRIA.
A posse é protegida no direito brasileiro para proteger a propriedade. Dito de outro modo, a
proteção jurídica da posse foi criada para proteger o proprietário. Isso porque, em regra, a
propriedade e posse estão na mesma pessoa. Na realidade, a prova da posse é mais fácil do que a
prova da propriedade, que exige documentação específica (o título).
O proprietário, desde que tenha a posse direta ou indireta, poderá se valer das ações petitórias como
também poderá se valer das ações possessórias, que serão estudadas no decorrer desse capítulo. O
proprietário tem, portanto, a possibilidade de utilizar as duas vias: ações petitórias ou ações
possessórias.
Assim, para a proteção da posse temos duas formas de proteção:
A primeira delas é ação de direito material, com previsão no art. 1.210, §1º, do CC:
§ 1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o
faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição
da posse.
É o desforço imediato da posse que consiste na possibilidade de o possuidor, uma vez sendo
esbulhado ou turbado, independentemente de recorrer ao Poder Judiciário, reagir à injusta
agressão. Naturalmente, o exercício da autotutela depende de algumas condições, estudadas no
Direito Civil.
Esse desforço imediato não é uma ação processual, mas uma ação material. Fala-se em ação material
porque a parte irá reagir com fundamento na legislação civil, não com vistas às regras do CPC ou
com movimentação do Poder Judiciário para prestação da tutela jurisdicional.
É importante registrar que a ação de direito material poderá ser utilizada tão somente pelo
possuidor como pelo proprietário e possuidor.
Além disso, evidentemente, existem violações à posse que não podem ser repelidas pela ação de
direito material. Se mesmo se valendo do desforço imediato, o possuidor não conseguir mantê-la

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em seu poder, deverá recorrer ao Poder Judiciário. Apenas nesse caso, temos a aplicação das ações
possessórias, que serão estudadas por nós. São ações que possuem como causa de pedir e como
pedido, a posse.
No direito brasileiro temos três espécies de ações possessórias:
➢ Ação de reintegração de posse;
➢ Ação de manutenção de posse;
➢ Interdito proibitório.
Para a prova...

reintegração de
posse

AÇÕES
POSSESSÓRIAS

ação de
interdito
manutenção da
proibitório
posse

Nessas três ações, temos verdadeiras ações possessórias.


 quando se tratar de defesa da detenção, devemos ingressar com uma ação de direito material.
Somente há uma forma de defender a detenção: o desforço imediato, ação de direito material
disciplinada no art. 1.210, §1º, do CC.
Feita essa introdução, vamos analisar as ações possessórias no NCPC.

5.2 - DISPOSIÇÕES GERAIS

5.2.1 - Fungibilidade

São três espécies de ações possessórias, cada uma delas com uma finalidade específica:

AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE esbulho (perda da posse)

AÇÃO DE MANUTENÇÃO DE POSSE turbação (incômodo da posse)

INTERDITO PROIBITÓRIO proteção (ameaça da posse)

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O princípio da fungibilidade das ações possessórias constitui exceção ao princípio da demanda. Essa
exceção se justifica porque essas situações de esbulho, de turbação ou de ameaça, muitas vezes,
não ficam bem delimitadas no caso concreto e, além disso, ao ajuizar a ação podemos ter uma
ameaça, mas no momento da sentença essa ameaça pode ter progredido para uma turbação ou,
inclusive, um esbulho.
Logo, o art. 554, do NCPC, estabelece a fungibilidade das ações possessórias.
Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra NÃO obstará a que o juiz conheça do pedido
e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados.
Em relação aos §§, do art. 554, do NCPC, voltaremos a falar deles mais adiante!

5.2.2 - Cumulação de pedidos

Esse assunto está disciplinado no art. 555, do NCPC. O NCPC estabelece uma regra própria de
cumulação de pedidos que está no art. 327, do NCPC, ao falar que a parte pode cumular, em um
mesmo processo, mais de uma ação ou pedido. Para que isso possa ocorrer é necessário observar
três requisitos: a) a compatibilidade de pedidos; b) a competência do juízo; e c) a compatibilidade
procedimental.
O dispositivo abaixo é uma exceção ao art. 327, pois se admite a cumulação de pedidos diversos sem
perder o rito especial. Isso é importante, pois a parte não perde a possibilidade de requerer a tutela
de evidência na forma do art. 558 e 561, ambos do NCPC.
Art. 555. É LÍCITO ao autor cumular ao pedido possessório o de:
I - condenação em perdas e danos;
II - indenização dos frutos.
Para a prova...

CUMULAÇÃO DE PEDIDOS

junto com o pedido


possessório poderá ser
cumulado pedido de:

 condenação em perdas e
 indenização de frutos.
danos; ou

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Além dos pedidos acima, que podem ser cumulados, o parágrafo único estabelece a possibilidade
de adoção de medidas executivas, como a aplicação de multas para evitar o esbulho ou a turbação
da propriedade.
Parágrafo único. Pode o autor requerer, ainda, imposição de medida necessária e adequada para:
I - evitar nova turbação ou esbulho;
II - cumprir-se a tutela provisória ou final.
São apenas esses os pedidos que podem ser cumulados. Se a parte pretender, por exemplo, a
rescisão do contrato, ela deverá observar o rito comum.

5.2.3 - Pedido contraposto e ação dúplice

O art. 556, do NCPC, por sua vez, concede a possibilidade de o réu, na contestação, pleitear a
proteção da posse e eventuais indenizações.
Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção
possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor.
Desse modo, o réu poderá formular pedido contraposto para requerer perdas e danos em face do
pedido contra ele formulado na ação possessória. Além disso, trata-se de ação de natureza dúplice
no que diz respeito à proteção possessória. Isso porque, ao se negar o pedido do autor, concede-se
o direito material possessório ao réu.
Atenção!

AÇÃO DE NATUREZA DÚPLICE: ao


PEDIDO CONTRAPOSTO: perdas e
se negar o pedido do autor,
danos em face do pedido contra ele
concede-se o direito material
formulado na ação possessória
possessório ao réu.

Veja uma questão de prova:

(Prefeitura de Maringá – PR/2015/adaptada) Julgue:


Nas ações possessórias é lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua
posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da
turbação ou do esbulho cometido pelo autor.
Comentários
A assertiva está correta, pois é o que dispõe o art. 556, da Lei nº 13.105/15.
Sigamos!

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O art. 559, do NCPC, trata da caução, que poderá ser determinada pelo magistrado caso o réu faça
prova de que o autor, caso mantido na posse, não tem condições financeiras de arcar com a
sucumbência do processo. Assim, antes de garantir a tutela de evidência, poderá determinar que,
no prazo de 5 dias, o autor preste caução suficiente.
Essa caução apenas não será devida se o autor for economicamente hipossuficiente.
Art. 559. Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor provisoriamente mantido ou reintegrado na posse
carece de idoneidade financeira para, no caso de sucumbência, responder por perdas e danos, o juiz designar-
lhe-á o prazo de 5 (cinco) dias para requerer caução, real ou fidejussória, sob pena de ser depositada a coisa
litigiosa, ressalvada a impossibilidade da parte economicamente hipossuficiente.

5.2.4 - Ação de reconhecimento de domínio

O dispositivo abaixo trata da impossibilidade de discussão do domínio nas ações possessórias. Assim,
as partes não poderão discutir o domínio sobre determinada propriedade enquanto estiver
tramitando uma das ações possessórias previstas no NCPC.
Art. 557. Na pendência de ação possessória é VEDADO, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de
reconhecimento do domínio, EXCETO se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa.
Parágrafo único. Não obsta à manutenção ou à reintegração de posse a alegação de propriedade ou de outro
direito sobre a coisa.
O domínio é conteúdo da propriedade ou o exercício de um direito real de usar, gozar, dispor e
reaver a propriedade. Por exemplo, a pessoa que obter declaração judicial de domínio sobre
determinada propriedade, sobre a qual exerce a posse mansa e pacífica, poderá usucapir o imóvel.
Com tal declaração, a parte poderá proceder ao registro, tornando-se proprietário.
Há, entretanto, uma exceção: admite-se discutir o domínio quando a pretensão for exercida em face
de terceiro. Portanto...
De acordo com o STF, admite-se a utilização da usucapião como matéria de defesa em ações
possessórias:
Súmula STF 237
O usucapião pode ser arguido em defesa.
De todo modo, não será possível o registro dessa propriedade caso haja reconhecimento do
usucapião. Dito de outro modo, a transferência formal da propriedade para o réu que foi acionado
em ação possessória irá exigir que ele ingresse com uma ação própria de usucapião.
Veja uma questão de prova:

(TJ-AM/2016/adaptada) Acerca dos procedimentos especiais, julgue a opção correta.


Ajuizada ação possessória, o réu não poderá fundar sua defesa invocando a condição de
proprietário do bem, mas poderá manejar ação própria de reconhecimento de domínio,
independentemente do julgamento da possessória.
Comentários

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A assertiva está incorreta. Segundo o art. 557, do NCPC, caso seja ajuizada ação possessória, é
vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se
a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa.

5.2.5 - Rito especial e liminar

O art. 558, do NCPC, disciplina que, para as ações possessórias observarem o rito especial, é
indispensável que o esbulho ou a turbação ocorram no período inferior a um ano e um dia.
Por exemplo, se o esbulho ou a turbação ocorrerem até em um ano e um dia, a ação possessória
segue o rito especial do NCPC.
Nesse rito, temos a possibilidade de concessão de tutela da evidência fora da previsão do art. 311,
do NCPC. Se o autor da ação provar a posse e a turbação ou o esbulho dentro de um ano e um dia
ele terá direito a uma liminar de tutela da evidência. Nesses casos, não há necessidade de provar a
urgência ou perigo da demora.
Por outro lado, se o esbulho ou a turbação acontecer há mais de ano e um dia admite-se a utilização
da ação possessória, que irá seguir o rito comum. Nesses casos, será admissível a concessão de
medida liminar às ações possessórias que tramitem pelo rito comum, desde que efetue a prova dos
requisitos do art. 300 (tutela de urgência) e do art. 311, do NCPC (tutela de evidência). Há, contudo,
maior dificuldade para se fazer a prova.
Veja:
Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste
Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição
inicial.
Parágrafo único. PASSADO O PRAZO REFERIDO no caput, será comum o procedimento, não perdendo, contudo,
o caráter possessório.
A ação não deixa de ter o caráter possessório, contudo, observará o rito comum.
Em síntese...

RITO ESPECIAL RITO COMUM

(ação dentro de 1 ano e 1 dia) (ação após 1 ano e 1 dia)

 se o pedido estiver suficientemente


instruído: tutela de evidência.
 se o juiz não se convencer, poderá
requerer justificação para concessão
da tutela.
 após, o processo segue o curso do
procedimento comum.

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Você irá encontrar questões de prova que falam em “força velha” e em


“força nova”. A força velha envolve ações possessórias que foram ajuizadas
com mais de um ano e um dia. Ao passo que as ações que foram ajuizadas
em um ano e um dia, ou menos, serão denominadas de força nova.

FORÇA NOVA FORÇA VELHA

ações propostas a um ano e um dia ações propostas a mais de um ano e


ou menos um dia

5.3 - MANUTENÇÃO E DA REINTEGRAÇÃO DE POSSE

Vimos as regras gerais referentes à ação possessória. Na sequência, vamos tratar de regras
específicas a cada uma das espécies de ações possessórias, a começar pela manutenção e pela
reintegração da posse.
O art. 560, do NCPC, prevê ambas as ações:
Art. 560. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em caso de
esbulho.
A turbação envolve a perturbação da posse, ao passo que o esbulho envolve a perda da posse.
Ocorrendo qualquer uma dessas situações, o possuidor poderá ajuizar ação para a manutenção da
posse no caso de turbação, ou de reintegração da posse em caso de esbulho.
Nesses casos, o autor, ao ingressar em juízo, deve provar:
➢ a posse;
➢ a turbação ou o esbulho;
➢ a data da turbação ou do esbulho; e
➢ o pedido de cessação da turbação ou reintegração no caso de esbulho.
Confira:
Art. 561. Incumbe ao autor provar:
I - a sua posse;
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III - a data da turbação ou do esbulho;
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação de
reintegração.
O art. 562 retoma a regra que vimos acima acerca do rito especial da ação de manutenção ou de
reintegração de posse. Se ajuizada dentro do prazo de um ano e um dia, a contar da violação do
direito possessório, temos a possibilidade de concessão da tutela liminar.
Importante destacar que, de acordo com o parágrafo único do art. 562, do NCPC, não será possível
a concessão dessa tutela quando no polo passivo da demanda estiver pessoa jurídica de direito
público, tal como a União, um Estado-membro da federação ou Município.

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Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, O JUIZ DEFERIRÁ, SEM OUVIR O RÉU, A EXPEDIÇÃO
DO MANDADO LIMINAR DE MANUTENÇÃO OU DE REINTEGRAÇÃO, caso contrário, determinará que o autor
justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada.
Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público NÃO será deferida a manutenção ou a
reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais.
Fique atento! O art. 562, do NCPC, exige que a petição inicial esteja suficientemente instruída para
que a liminar inauditera altera pars (sem oitiva da parte contrária) seja concedida. Assim, além de
ser observado o prazo de um ano de um dia, a parte deve apresentar documentos robustos do
direito que pretende tutela judicial.
Em face disso, e também devido às consequências que a concessão da tutela de evidência
representam, o magistrado poderá, ao invés de conceder diretamente a tutela, determinar a
intimação da parte autora para esclarecimentos.
Prestadas as informações, se o juiz considerar suficiente a justificação, determinará a expedição do
mandado de manutenção da posse (para o caso de turbação) ou de reintegração (para o caso de
esbulho).
É o que estabelece o art. 563, do NCPC:
Art. 563. Considerada suficiente a justificação, o juiz fará logo expedir mandado de manutenção ou de
reintegração.
Independentemente da concessão ou não da medida, compete à parte autora promover a citação
do réu no prazo de 5 dias, para que apresente contestação no prazo de 15 dias.
Cuidado!
São dois prazos distintos:

5 DIAS para a citação

15 DIAS para a defesa

Leia:
Art. 564. Concedido ou não o mandado liminar de manutenção ou de reintegração, o autor promoverá, nos 5
(CINCO) DIAS SUBSEQUENTES, a citação do réu para, querendo, contestar a ação no prazo de 15 (QUINZE) DIAS.
Parágrafo único. Quando for ordenada a justificação prévia, o prazo para contestar será contado da intimação
da decisão que deferir ou não a medida liminar.
Veja uma questão de prova:

(EMPLASA/2014/adaptada) Com relação às ações de procedimento especial, o prazo para


contestar especificamente a ação reintegração de posse, é de 15 dias.

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Comentários
A assertiva está correta, de acordo como que prevê o art. 564, do NCPC.
Sigamos!
Em relação ao restante do procedimento, prevê o art. 566, do NCPC, que devemos observar o
procedimento comum.
Art. 566. Aplica-se, quanto ao mais, o procedimento comum.
Portanto, para a prova, o que você deve memorizar em relação ao procedimento da ação de
manutenção ou de reintegração da posse é a possibilidade de concessão da tutela de evidência,
caso suficientemente instruída a ação e caso a turbação ou esbulho ocorra no prazo de um ano e
um dia.
Esquematizando...

AÇÃO DE MANUTENÇÃO E REINTEGRAÇÃO

 Para as hipóteses de turbação, vale-se da ação de reintegração e para as hipóteses de esbulho, utiliza-se a ação
de reintegração.
 petição inicial - provar:
➢ posse
➢ turbação ou esbulho (com a indicação da data)
➢ pedido de cessação da turbação ou de reintegração no caso de esbulho.
 após a concessão da liminar de tutela de evidência ou após o indeferimento da medida:
➢ 5 dias para o autor citar o réu; e
 citado, o réu tem 15 dias para contestar.
 após, segue o procedimento comum.

5.4 - AÇÃO POSSESSÓRIA EM CONFLITOS COLETIVOS POR IMÓVEL

Hoje temos diversos movimentos sociais que invadem propriedades de forma coletiva. Realidade
que passava longe do CPC73, mas torna-se presente atualmente. Em face disso, fez-se necessário o
enfrentamento do assunto pelo NCPC.
Nessas ações evidencia-se o interesse público e social dos envolvidos no conflito possessório. Diante
disso, faz-se necessária propiciar a participação do Ministério Público e da Defensoria. Além disso,
em razão da coletividade – parte na demanda – temos regras específicas para a citação e para a
comunicação dos atos processuais.
O art. 554, do NCPC, determina que serão citados para a ação possessória coletiva:
 réus presentes no local;
 réus ausentes serão citados por edital;

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 citação do Ministério Público, porque, nos termos do art. 178, III, o órgão deve atuar nos litígios coletivos
por posse de terra rural ou urbana; e
 Defensoria Pública nos casos de hipossuficiência econômica.
Confira:
§ 1o No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas, serão feitas a
citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais,
determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em situação de hipossuficiência
econômica, da Defensoria Pública.
§ 2o Para fim da citação pessoal prevista no § 1o, o oficial de justiça procurará os ocupantes no local POR UMA
VEZ, citando-se por edital os que não forem encontrados.
§ 3o O juiz deverá determinar que se dê ampla publicidade da existência da ação prevista no § 1o e dos respectivos
prazos processuais, podendo, para tanto, valer-se de anúncios em jornal ou rádio locais, da publicação de
cartazes na região do conflito e de outros meios.
Ainda em relação ao §2º, do art. 554, do NCPC, é importante deixar claro que a tentativa de citação
pessoal pelo oficial de justiça ocorrerá por uma única vez. Caso não seja possível citar todos, os
demais serão comunicados da forma ficta por edital.
Veja uma questão de prova:

(UEG/2015/adaptada) Acerca dos interditos possessórios, julgue.


Em caso de esbulho possessório, deve-se ajuizar ação de reintegração de posse, embora o
manejo de outro interdito possessório não cause prejuízo ao requerente, porquanto se aplica
o princípio da fungibilidade às ações possessórias.
Comentários
A assertiva está correta, conforme prevê o art. 554, do NCPC, segundo o qual a propositura de
uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue
a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados.
Uma vez integrados os réus à lide, temos que analisar a higidez das alegações (se a petição inicial
está suficientemente instruída) e se a turbação ou esbulho ocorreram há mais de ano e um dia.
Se for em período inferior a um ano e um dia, temos a possibilidade de concessão de tutela de
evidência. Por outro lado, se superior a esse período, aplicamos o art. 565, do NCPC, regra visando
à autocomposição.
Esse dispositivo determina que, nas ações possessórias que ocorreram há mais de um ano e um dia,
o juiz não poderá determinar a reintegração de posse antes de efetuar a audiência de mediação.
Art. 565. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na petição inicial
houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da medida liminar, deverá
designar audiência de mediação, a realizar-se em ATÉ 30 (TRINTA) DIAS, que observará o disposto nos §§ 2oe
4 o.
Essa audiência deve ocorrer no prazo de 30 dias.

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Por outro lado, caso tenhamos a concessão da liminar e o cumprimento da medida demore um
período superior a um ano (A CONTAR DA DISTRIBUIÇÃO DA AÇÃO, NÃO DA CONCESSÃO DA
TUTELA), prevê o §1º, abaixo citado, que será promovida a audiência.
Veja:
§ 1o Concedida a liminar, se essa não for executada no prazo de 1 (um) ano, a contar da data de distribuição,
caberá ao juiz designar audiência de mediação, nos termos dos §§ 2o a 4o deste artigo.
Dito de forma simples: o juiz concede a tutela de evidência, mas o oficial e as autoridades não
conseguem garantir a manutenção da posse ou a reintegração no prazo de um ano desde a
distribuição da ação. Note, trata-se de ação coletiva que envolve – em muitos casos – centenas,
quiçá milhares de réus.
Não sendo possível o cumprimento da liminar no período de um ano, temos a fixação da audiência
de mediação, com vistas a propiciar a autocomposição pelas partes.
§ 2o O Ministério Público será intimado para comparecer à audiência, e a Defensoria Pública será intimada
sempre que houver parte beneficiária de gratuidade da justiça.
Em relação aos demais §§, a leitura é suficiente.
§ 3o O juiz poderá comparecer à área objeto do litígio quando sua presença se fizer necessária à efetivação da
tutela jurisdicional.
§ 4o Os órgãos responsáveis pela política agrária e pela política urbana da União, de Estado ou do Distrito Federal
e de Município onde se situe a área objeto do litígio poderão ser intimados para a audiência, a fim de se
manifestarem sobre seu interesse no processo e sobre a existência de possibilidade de solução para o conflito
possessório.
§ 5o Aplica-se o disposto neste artigo ao litígio sobre propriedade de imóvel.
Para a prova...

AÇÃO POSSESSÓRIA EM CONFLITO COLETIVO POR IMÓVEL

•PETIÇÃO:
•menos de 1 ano e 1 dia, há possibilidade de concessão de tutela de evidência, se
suficientemente instruída.
•mais de 1 ano e 1 dia, citação.
•CITAÇÃO: réus presentes (oficial), réus ausentes (edital), MP e Defensoria.
•AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO:
•para ação de mais de 1 ano e 1 dia.
•para a ação na qual, concedida a tutela de evidência, não for possível cumprir no período de 1
ano (A CONTAR DA DISTRIBUIÇÃO DA AÇÃO, NÃO DA CONCESSÃO DA TUTELA).

Veja uma questão de prova:

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(PGE-MT/2016/adaptada) A respeito dos procedimentos especiais, em conformidade com as


disposições do novo Código de Processo Civil e a jurisprudência dominante dos Tribunais
Superiores, julgue o item subsecutivo:
No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho afirmado na petição inicial tiver
ocorrido há mais de ano e dia, o juiz somente poderá apreciar o pedido de liminar depois de
designar audiência de mediação.
Comentários
A assertiva está correta. De acordo com o art. 565, do NCPC, se envolver turbação ou esbulho
há mais de um ano e um dia o juiz irá designar uma audiência de mediação, que deve ser
realizada no prazo de 30 dias.
Com isso, finalizamos as regras referentes à ação de manutenção ou de reintegração de posse
coletiva.

5.5 - INTERDITO PROIBITÓRIO

Para estudarmos o interdito proibitório e, portanto, a última ação possessória, basta conhecer o art.
567, do NCPC.
Antes, entretanto, veja um conceito3:
O interdito proibitório é uma tutela possessória de caráter inibitório, destinada a inibir os atos de agressão à
posse, concretizáveis em turbação ou em esbulho.
Logo, o conceito de interdito proibitório é simples: evitar que o proprietário possa ser turbado ou
esbulhado.
Para tanto, faz-se necessário provar a existência de um justo receio da violação a sua esfera jurídica
patrimonial.
Na sequência, leia o dispositivo e responda ao questionamento efetuado.
Art. 567. O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado na posse poderá requerer ao
juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório em que se comine ao réu
determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito.

Que tutela a parte receberá?

O juiz irá conceder uma medida inibitória (ou seja, que evite que o direito de posse seja violado),
que, se não for suficiente, implicará multa pecuniária pela turbação ou pelo esbulho.

3
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 705.

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Fora isso, observamos o procedimento acima estudado, conforme remete o art. 568, do NCPC:
Art. 568. Aplica-se ao interdito proibitório o disposto na Seção II deste Capítulo.

6 - AÇÃO MONITÓRIA
Em relação à ação monitória temos quatro dispositivos. Essa modalidade de procedimento especial
é utilizada para pretender a cobrança ou a exigência de alguma obrigação em face de um título
executivo extrajudicial sem eficácia executiva.
Sobre a finalidade da ação monitória é importante conhecer o entendimento doutrinário 4:
O legislador infraconstitucional concebe o procedimento monitório como técnica destinada a propiciar a
aceleração da realização dos direitos e assim como instrumento capaz de evitar o custo inerente à demora do
procedimento comum. Partindo da premissa de que um direito evidenciado mediante prova escrita em regra
deve sofrer contestação, o procedimento monitório objetiva, através da inversão do ônus de instaurar a
discussão a respeito da existência ou inexistência do direito, desestimular as defesas infundadas e permitir a
tutela do direito sem as delongas do procedimento comum.
Conforme estudamos na parte relativa à execução, um título executivo extrajudicial, para que seja
executável, deve ser certo, líquido e exigível.
Em relação à última característica, temos que o título é exigível se estiver vencido. É o que confere
interesse processual à parte para ingressar com a ação executiva.
Contudo, esses títulos podem conter prazos de validade, expressos em lei ou no próprio título.
Decorrido esse prazo, o título perde a executividade, mas nada impede que, se não estiver prescrita
a pretensão da parte, ela possa exigir o cumprimento judicialmente.
Entre as formas de se buscar o cumprimento, temos a ação monitória, cuja disciplina legal começa
no art. 700:
Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em PROVA ESCRITA SEM
EFICÁCIA DE TÍTULO EXECUTIVO, ter direito de exigir do devedor capaz:
I - o pagamento de quantia em dinheiro;
II - a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel;
III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.
Note, portanto, que a ação monitória abrange todos os tipos de obrigações:
 pagar quantia em dinheiro.
 entregar o bem.
 obrigação de fazer ou não fazer.
O importante para que ação seja admissível é a existência de prova idônea da obrigação. Além disso,
essa prova deve ser NECESSARIAMENTE escrita! Isso, contudo, não impede que a parte tenha
ajuizado um procedimento de produção de prova antecipada. A partir da sentença, o conteúdo da

4
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 781.

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prova produzida constará de documento, que pode ser utilizado como instrumento escrito para a
ação monitória.
É justamente isso que consta do §1º abaixo descrito:
§ 1o A prova escrita pode consistir em prova oral documentada, produzida antecipadamente nos termos do art.
381 [produção de prova antecipada].
Exige-se a prova escrita, pois essa prova possui um juízo de probabilidade de veracidade. Assim, se
essa prova merecer fé em relação à sua autenticidade e eficácia probatória, capaz de demonstrar o
fato constitutivo do direito alegado pelo autor, mas sem eficácia de título executivo extrajudicial,
poderá ser utilizada para sustentar o pedido em ação monitória.
Além disso, outra particularidade importante em relação à ação monitória é a obrigatoriedade de
indicação da importância devida (obrigação de pagar), do valor da coisa (nas obrigações de entregar)
ou do conteúdo patrimonial ou do proveito econômico (nas obrigações de fazer ou não fazer).
Se isso não for indicado, de acordo com o que prevê o §4º, a petição será indeferida liminarmente.
Trata-se de hipótese de sentença sem o julgamento do mérito.
Desse modo, agregando essa particularidade à regra geral que temos, lembre-se de que:

INDEREFIMENTO LIMINAR DA PETIÇÃO INICIAL NA AÇÃO MONITÓRIA

•não indicação do valor a ser pago, do valor do bem ou do conteúdo patrimonial ou proveito
econômico (a depender da natureza da obrigação)
•inépcia (faltar pedido ou causa de pedir, pedido indeterminado, falta de correção lógica entre
fatos e conclusão ou formulação de pedidos incompatíveis)
•parte manifestamente ilegítima
•falta de interesse processual

Veja:
§ 2o Na PETIÇÃO INICIAL, incumbe ao autor explicitar, conforme o caso:
I - a importância devida, instruindo-a com memória de cálculo;
II - o valor atual da coisa reclamada;
III - o conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito econômico perseguido.
§ 3o O valor da causa deverá corresponder à importância prevista no § 2o, incisos I a III.
§ 4o Além das hipóteses do art. 330, a petição inicial será indeferida quando não atendido o disposto no §
2o deste artigo.
Fique atento!
É NECESSÁRIO EXISTIR PROVA DOCUMENTAL IDÔNEA PARA AJUIZAMENTO DA AÇÃO MONITÓRIA.
Caso a parte não tenha essa prova em mãos, mas mesmo assim insista com o ajuizamento da ação
monitória, o juiz irá intimá-la para adequar o procedimento e requerer o trâmite dessa ação como
se fosse comum, não especial. Se intimado, o autor não emendar a petição inicial, o processo será
extinto, sem análise do mérito.

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§ 5o Havendo dúvida quanto à idoneidade de prova documental apresentada pelo autor, o juiz intimá-lo-á para,
querendo, emendar a petição inicial, adaptando-a ao procedimento comum.
Por fim, duas informações básicas, porém, relevantes:
§ 6o É ADMISSÍVEL ação monitória em face da Fazenda Pública.
§ 7o Na ação monitória, admite-se citação por qualquer dos meios permitidos para o procedimento comum.
Para a prova:

Não se exige forma específica para citação do réu


Admite-se ação monitória contra a Fazenda.
neste procedimento.

O art. 701, do NCPC, é muito importante!


Entre as possibilidades de tutela provisória, temos a concessão de tutelas de evidência quando há
alta probabilidade de que a parte efetivamente tenha razão em relação ao que postula perante o
Poder Judiciário.
É justamente isso que retrata o art. 701. Se a parte que, embora não tenha um título executivo
extrajudicial exigível, demonstrar a evidência do seu direito com o ajuizamento da ação monitória,
o magistrado poderá conceder a tutela de urgência, inclusive inauditera altera pars ou in limine.
Dito de outro modo, ao invés de citar o réu para apresentar a contestação à ação, o réu será citado
diretamente para efetuar o cumprimento da obrigação e dos honorários advocatícios.
O réu, diante dessa citação, poderá:
1ª possibilidade: pagar no prazo de 15 dias.
Se ele decidir pelo pagamento terá dois benefícios:
a) pagará apenas 5% do devido a título de honorários advocatícios; e
b) será isento de custas processuais.
São benefícios, pois os honorários advocatícios são de 10%, no caso, reduz-se para 5%. Além
disso, a parte ré recebe a isenção do pagamento de custas. Trata-se de estímulo ao
cumprimento do mandado.
2ª possibilidade: embargar.
Com a apresentação dos embargos, teremos o efetivo contraditório diferido da parte ré, na
forma do art. 9º, do NCPC. Será diferido, pois foi concedida a tutela de evidência liminarmente
e, somente com os embargos o réu poderá expor a sua argumentação contrária à pretensão
da parte autora.
3ª possibilidade: nada fazer.
Nesse caso, o título extrajudicial sem eficácia executiva torna-se um título executivo judicial,
que será executado por intermédio do cumprimento de sentença.
É isso que temos fixado no art. 701, do NCPC:

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Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento, de entrega
de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu PRAZO DE 15 (QUINZE)
DIAS para o cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de CINCO POR CENTO DO VALOR
ATRIBUÍDO À CAUSA.
§ 1o O réu será ISENTO do pagamento de custas processuais se cumprir o mandado no prazo.
§ 2o Constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial, independentemente de qualquer formalidade, se
não realizado o pagamento e não apresentados os embargos previstos no art. 702, observando-se, no que
couber, o Título II do Livro I da Parte Especial.
§ 3o É cabível ação rescisória da decisão prevista no caput quando ocorrer a hipótese do § 2o.
§ 4o Sendo a ré Fazenda Pública, não apresentados os embargos previstos no art. 702, aplicar-se-á o disposto
no art. 496, observando-se, a seguir, no que couber, o Título II do Livro I da Parte Especial [cumprimento de
sentença contra a Fazenda Pública].
§ 5o Aplica-se à ação monitória, no que couber, o art. 916 [parcelamento do débito].
Três informações importantes em relação aos §§:
 caso haja constituição do título executivo extrajudicial (inércia do citado), a parte poderá ajuizar
posteriormente ação rescisória para anular essa decisão.
 em relação a créditos contra a Fazenda Pública, haverá cumprimento de sentença na forma que o NCPC
estabelece para Fazenda Pública; e
 admite-se, na execução em sentença monitória, o parcelamento do débito.
Em relação a esse parcelamento, prevê o NCPC que, no prazo dos embargos, a parte ré deverá
depositar o montante equivalente a 30% do valor devido e requerer o parcelamento do saldo
remanescente em até 6 parcelas mensais acrescidas de juros equivalente a 1% ao mês.
No art. 702 temos diversas regras importantes!
Vamos analisar essas regras e, após, ler o dispositivo com atenção.
O art. 701 trata da apresentação dos embargos na ação monitória. Vamos tratar a partir de pontos!
 Pode ser alegada qualquer matéria de defesa nos embargos à ação monitória.
 Os embargos podem ser ajuizados INDEPENDENTEMENTE de prévia garantia do juízo.
 Os embargos suspendem a eficácia da tutela de evidência concedida, até a decisão de
primeiro grau.
CUIDADO! Não há suspensão até o julgamento final do processo com a passagem por todos
os recursos ou trânsito em julgado. A suspensão da tutela de evidência opera-se apenas até
a sentença de 1º grau.
Assim, se a sentença for de improcedência dos embargos, os efeitos da tutela provisória
concedida na ação monitória serão restabelecidos.
 Admite-se reconvenção na ação monitória.
Contudo, essa reconvenção é limitada. Se o autor da ação monitória (que é o embargado)
reconvir, formulando outros pedidos em face do autor da ação de embargos, este não poderá
reconvir com novos pedidos contra o embargado.

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 Se nos embargos o réu da ação monitória arguir que há excesso de execução, temos duas
situações:
1ª situação – se esse for o único argumento, a parte deverá indicar o valor que entende devido, sob
pena de rejeição liminar dos embargos à ação monitória;
2ª situação – se além desse argumento, houver outros, mas a parte não indicar o valor devido, o juiz
prosseguirá o julgamento do feito, mas desconsiderará a discussão quanto ao valor devido.
A ideia dessa regra é permitir que seja executado o montante incontroverso.
 Da sentença em ação monitória é cabível recurso de apelação para o tribunal.
 Considera-se litigância de má-fé com condenação de até 10% sobre o valor da causa:
a) propor a ação monitória indevidamente e caso haja pagamento (condena-se o autor)
b) oposição de embargos à ação monitória de má-fé.
Para encerrar, confira o dispositivo:
Art. 702. INDEPENDENTEMENTE de prévia segurança do juízo, o réu poderá opor, nos próprios autos, no prazo
previsto no art. 701, embargos à ação monitória.
§ 1o Os embargos podem se fundar em matéria passível de alegação como defesa no procedimento comum.
§ 2o Quando o réu alegar que o autor pleiteia quantia superior à devida, cumprir-lhe-á declarar de imediato o
valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado da dívida.
§ 3o NÃO apontado o valor correto ou NÃO apresentado o demonstrativo, os embargos serão liminarmente
rejeitados, se esse for o seu único fundamento, e, se houver outro fundamento, os embargos serão processados,
mas o juiz deixará de examinar a alegação de excesso.
§ 4o A oposição dos embargos suspende a eficácia da decisão referida no caput do art. 701 ATÉ O JULGAMENTO
EM PRIMEIRO GRAU.
§ 5o O autor será intimado para responder aos embargos no prazo de 15 (QUINZE) DIAS.
§ 6o Na ação monitória admite-se a reconvenção, sendo VEDADO o oferecimento de reconvenção à
reconvenção.
§ 7o A critério do juiz, os embargos serão autuados em apartado, se parciais, constituindo-se de pleno direito o
título executivo judicial em relação à parcela incontroversa.
§ 8o Rejeitados os embargos, constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial, prosseguindo-se o
processo em observância ao disposto no Título II do Livro I da Parte Especial, no que for cabível.
§ 9o Cabe apelação contra a sentença que acolhe ou rejeita os embargos.
§ 10. O juiz condenará o autor de ação monitória proposta indevidamente e de má-fé ao pagamento, em favor
do réu, de multa de ATÉ DEZ POR CENTO SOBRE O VALOR DA CAUSA.
§ 11. O juiz condenará o réu que de má-fé opuser embargos à ação monitória ao pagamento de multa de ATÉ
DEZ POR CENTO SOBRE O VALOR ATRIBUÍDO À CAUSA, em favor do autor.

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7 - RESTAURAÇÃO DE AUTOS
A restauração de autos, como o nome indica, tem por finalidade propiciar a recuperação de autos
que foram extraviados. O procedimento de restauração de autos tem por finalidade recolocar o
processo no estado em que se encontrava antes de terem sido extraviados 5.
Veja o art. 712, do NCPC:
Art. 712. Verificado o desaparecimento dos autos, eletrônicos ou não, pode o juiz, de ofício, qualquer das partes
ou o Ministério Público, se for o caso, promover-lhes a restauração.
Parágrafo único. Havendo autos suplementares, nesses prosseguirá o processo.
Conforme o dispositivo acima:

PODEM INSTAURAR O
PROCEDIMENTO:

juiz de ofício a requerimento da parte a requerimento do MP

Ao ser instaurado o procedimento, caso haja provocação da parte, deve constar da peça inicial a
indicação do estado do processo, ou seja, de qual o momento processual em que o processo estava
quando houve o extravio dos autos.
Além disso, na petição devem ser juntadas as certidões de atos do processo, eventuais cópias dos
autos que a parte possa ter e também documentos que viabilizem a restauração.
Veja:
Art. 713. Na petição inicial, declarará a parte o estado do processo ao tempo do desaparecimento dos autos,
oferecendo:
I - certidões dos atos constantes do protocolo de audiências do cartório por onde haja corrido o processo;
II - cópia das peças que tenha em seu poder;
III - qualquer outro documento que facilite a restauração.
De posse da petição inicial, a parte contrária será citada para contestar o pedido de restauração dos
autos. Ela poderá:
 não concordar, concordar parcialmente ou não se manifestar.
Nesse caso, o processo será processado pelo procedimento comum para que o juiz possa avaliar o que
aconteceu com os autos.
 concordar

5
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 794.

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Nesse caso, a parte contrária deverá exibir os documentos que eventualmente possua e que possam propiciar
a restauração do procedimento.
Confira:
Art. 714. A parte contrária será citada para contestar o pedido no PRAZO DE 5 (CINCO) DIAS, cabendo-lhe exibir
as cópias, as contrafés e as reproduções dos atos e dos documentos que estiverem em seu poder.
§ 1o Se a parte concordar com a restauração, lavrar-se-á o auto que, assinado pelas partes e homologado pelo
juiz, suprirá o processo desaparecido.
§ 2o Se a parte não contestar ou se a concordância for parcial, observar-se-á o procedimento comum.
O art. 715, do NCPC, trata de restauração de informações probatórias. A ideia é que as provas
possam ser aproveitadas, dentro daquilo que houver registro. As provas que não puderem ser
reaproveitadas serão refeitas.
Assim:
 É admissível ouvir novamente as testemunhas, admitindo-se, nesse caso, a oitiva de outras testemunhas;
 Haverá também, se for o caso, a realização de nova perícia que deve ser efetuada preferencialmente com
o mesmo perito; e
 Se necessário, os documentos serão reconstituídos.
Veja:
Art. 715. Se a perda dos autos tiver ocorrido depois da produção das provas em audiência, o juiz, se necessário,
mandará repeti-las.
§ 1o Serão reinquiridas as mesmas testemunhas, que, em caso de impossibilidade, poderão ser substituídas de
ofício ou a requerimento.
§ 2o Não havendo certidão ou cópia do laudo, far-se-á nova perícia, sempre que possível pelo mesmo perito.
§ 3o Não havendo certidão de documentos, esses serão reconstituídos mediante cópias ou, na falta dessas, pelos
meios ordinários de prova.
§ 4o Os serventuários e os auxiliares da justiça não podem eximir-se de depor como testemunhas a respeito de
atos que tenham praticado ou assistido.
§ 5o Se o juiz houver proferido sentença da qual ele próprio ou o escrivão possua cópia, esta será juntada aos
autos e terá a mesma autoridade da original.
Após as diligências voltadas para a recuperação das informações dos autos, o juiz irá julgar a
restauração, para que o processo que foi suspenso em face do extravio dos autos possa retomar o
seu curso.
Art. 716. Julgada a restauração, seguirá o processo os seus termos.
Parágrafo único. Aparecendo os autos originais, neles se prosseguirá, sendo-lhes apensados os autos da
restauração.
Caso, ao longo do trâmite da restauração, os autos sejam encontrados, interrompe-se o
procedimento de restauração – que será vinculado (ou apensado) ao processo principal -,
continuando a ação a tramitar regularmente.
No que diz respeito à restauração de autos no tribunal, temos a regra do art. 717, do NCPC:

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Art. 717. Se o desaparecimento dos autos tiver ocorrido no tribunal, o processo de restauração será distribuído,
sempre que possível, ao relator do processo.
§ 1o A restauração far-se-á no juízo de origem quanto aos atos nele realizados.
§ 2o Remetidos os autos ao tribunal, nele completar-se-á a restauração e proceder-se-á ao julgamento.
Desse dispositivo, duas informações são relevantes:
 O relator do procedimento de restauração deve ser preferencialmente o relator do processo extraviado;
 Se houver algum ato que fora praticado no juízo de origem (juízo a quo), os autos serão remetidos para a
primeira instância para a recuperação ou refazimento do ato.
Para encerrar:
Art. 718. Quem houver dado causa ao desaparecimento dos autos responderá pelas custas da restauração e
pelos honorários de advogado, sem prejuízo da responsabilidade civil ou penal em que incorrer.
Esse dispositivo trata da responsabilização de quem deu causa à restauração do procedimento.

RESPONSABILIDADE DE QUEM DER CAUSA AO DESAPARECIMENTO

responsabilidade civil ou penal (a


pelas custas pelos honorários ser avaliada em procedimento
próprio)

8 – LISTA DE QUESTÕES

8.1 – LISTA DE QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

FCC

1. FCC/PGE-AP/2018
Em relação as ações possessórias,
(A) além de contestar o pedido possessório, se o réu quiser demandar proteção possessória
para si, alegando que foi ele o ofendido em sua posse, deverá fazê-lo por meio de reconvenção.
(B) é possível, tanto ao autor quanto ao réu, na pendência da ação possessória, propor ação de
reconhecimento do domínio em face de ambos ou de terceira pessoa.
(C) no caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas,
serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por
edital dos demais, determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver
pessoas em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública.

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(D) impede a manutenção ou reintegração da posse a alegação de propriedade ou de outro


direito sobre a coisa.
(E) por ser de natureza mandamental, o pedido possessório não pode ser cumulado com perdas
e danos, que devem ser pleiteados por ação própria.

2. FCC/TRT-15ªR/2018
Fábio Henrique ajuíza demanda possessória contra Gabriel, seu vizinho. Pede reintegração na
posse de seu imóvel, sem que, no entanto, tenha se consumado esbulho, havendo apenas
receio de ser molestado na posse de seu imóvel. Em razão disso,
(A) o juiz deverá determinar emenda à inicial, em dez dias, para que Fábio Henrique regularize
o pedido, sob pena de indeferimento e extinção do feito sem resolução de mérito.
(B) haverá extinção imediata da ação, pois o pedido reintegratório possui procedimento
incompatível com a ação adequada, que seria a de interdito proibitório.
(C) haverá aproveitamento do pedido, pois a propositura de uma ação possessória em vez de
outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente
àquela cujos pressupostos estejam provados.
(D) o pedido não poderá ser aproveitado, por ser mais gravoso ao réu, o que só ocorreria na
situação inversa, em que se pedisse o interdito proibitório e já houvesse acontecido o esbulho.
(E) haverá extinção do processo, sem resolução do mérito, pois o aproveitamento de uma ação
possessória por outra só se dá entre reintegração e manutenção de posse, mas não entre
reintegração e interdito proibitório.

3. FCC/DPE-PR/2017
A respeito dos procedimentos especiais, do sistema de precedentes e do cumprimento de
sentença, é correto:
a) A ação monitória, inspirada no direito italiano, tem lugar para o exercício de direito subjetivo,
vislumbrado a partir de prova escrita sem eficácia de título executivo, em desfavor de devedor
capaz, cuja cognição judicial se limita ao pagamento de quantia em dinheiro e à entrega de
coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel.
b) Embora o STJ possua orientação de que constitui mera detenção a ocupação por particular
de área pública sem autorização expressa e legítima do titular do domínio, entende cabível o
manejo dos interditos possessórios em face de outros particulares para a defesa da posse.
c) Quando versar sobre levantamento de dinheiro, o cumprimento provisório de sentença
impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo se sujeita a caução suficiente e idônea.
Contudo, até o limite de sessenta salários mínimos, a caução será dispensada quando o credor
demonstrar sua necessidade e o crédito for de natureza alimentar.
d) O incidente de resolução de demandas repetitivas – IRDR tem natureza jurídica de incidente
processual e foi inspirado no sistema de common law norte-americano. Cuida-se de inovação

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no mecanismo de uniformização da jurisprudência brasileira e visa firmar entendimento sobre


matéria de direito material ou processual.
e) O débito alimentar que autoriza a prisão civil do devedor de alimentos é aquele que
compreende até as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se
vencerem no curso do processo, sendo a única sanção admitida em decorrência do
inadimplemento, enquanto forma de se evitar o bis in idem.

4. FCC/PGE-TO/2018
Referente às ações possessórias, considere.
I. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a
proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho
cometidos pelo autor.
II. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do
pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam
provados.
III. Na pendência de ação possessória é possível ao réu, como meio de defesa, propor ação de
reconhecimento de domínio, sendo defeso porém ao autor o ajuizamento da ação dominial.
IV. Quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho, seu
procedimento admite liminar; após esse prazo o procedimento será ordinário, perdendo a ação
seu caráter possessório.
V. Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor provisoriamente mantido ou reintegrado
na posse carece de idoneidade financeira para, no caso de sucumbência, responder por perdas
e danos, o juiz designar-lhe-á o prazo de cinco dias para requerer caução, real ou fidejussória,
sob pena de ser depositada a coisa litigiosa, ressalvada a impossibilidade da parte
economicamente hipossuficiente.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, III e IV.
b) I, II e V.
c) II, III e IV.
d) I, II, IV e V.
e) III, IV e V.

5. FCC/TRT-24ªR/2017
Sobre as ações possessórias, à luz do Código de Processo Civil, é correto afirmar:
a) Na pendência de ação possessória o autor e o réu poderão, em regra, propor ação de
reconhecimento de domínio.
b) O prazo para o réu apresentar contestação na ação de reintegração de posse é de cinco dias.

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c) O juiz deverá designar audiência de mediação antes de apreciar a medida liminar em caso
de litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho houver ocorrido há mais de ano e
dia.
d) O possuidor indireto que tenha justo receio de ser molestado na posse não poderá se valer
do interdito proibitório.
e) A alegação de propriedade ou de outro direito sobre a coisa obsta a manutenção ou a
reintegração de posse.

6. FCC/Prefeitura de Campinas – SP/2016


No caso de ação possessória,
a) no litígio coletivo pela posse do imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na petição
inicial houver ocorrido há menos de ano e dia, será obrigatória a designação de audiência de
mediação para exame da medida liminar, a ser realizada em até trinta dias.
b) em que figure no polo passivo grande número de pessoas, serão feitas a citação pessoal dos
ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais, determinando-
se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em situação de
hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública.
c) obsta a manutenção ou a reintegração de posse a alegação de propriedade ou de outro
direito sobre a coisa.
d) é possível, na pendência de ação possessória, apenas ao réu, propor ação de
reconhecimento de domínio, se incontroverso nos dados registrários.
e) pode-se pedir a imposição de medidas para evitar nova turbação ou esbulho, bem como
para cumprir-se a tutela provisória ou final, mas eventual pedido de condenação em perdas e
danos deve ser formulado por meio de ação autônoma.

7. FCC/Prefeitura de São Luiz – MA/2016


Carolina ajuizou ação de manutenção de posse contra o Município alegando ter sofrido esbulho
há menos de ano e dia. Formulou, além da pretensão possessória, pedido de condenação em
perdas e danos. De acordo com o Código de Processo Civil,
a) intentada manutenção de posse, ao invés de reintegração, deve o juiz determinar a emenda
da petição inicial, sob pena de indeferimento.
b) intentada manutenção de posse, ao invés de reintegração, deve o juiz indeferir de plano a
petição inicial.
c) a propositura de manutenção de posse, ao invés de reintegração, não obsta que o juiz
conheça desta e outorgue a respectiva proteção legal, se provados os seus requisitos, podendo
deferir liminar depois de ouvido o poder público.
d) o pedido de condenação em perdas e danos é incompatível com o pedido possessório.
e) não cabe ação de reintegração de posse contra o poder público.

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8. FCC/MPE-PA/2014
Em relação às ações possessórias, é correto afirmar que
a) a mera ameaça à posse não justifica sua proteção judicial, havendo necessidade de turbação
ou esbulho, a legitimar as ações de manutenção e de reintegração na posse, respectivamente.
b) são propostas somente por quem foi privado da posse, pois aquele que a possui não terá
interesse processual na demanda possessória.
c) terá natureza possessória a ação que tiver a posse como fundamento e como pedido; quando
o pedido for a posse, mas o fundamento for a propriedade, a ação terá natureza petitória.
d) é essencial, se houver composse, que todos os compossuidores proponham a demanda de
defesa da posse, em litisconsórcio necessário.
e) a norma processual civil não prevê a fungibilidade dos interditos possessórios, mas apenas
destes com as ações reivindicatórias.

9. FCC/TRF-4ªR/2014
A respeito das ações possessórias, é INCORRETO afirmar que
a) contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a reintegração liminar sem
prévia audiência dos respectivos representantes judiciais.
b) o réu só pode demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes
da turbação ou do esbulho cometido pelo autor através de reconvenção.
c) o interdito proibitório é uma tutela possessória destinada a inibir atos de turbação ou de
esbulho.
d) é lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de desfazimento de construção ou
plantação feita em detrimento de sua posse.
e) na pendência do processo possessório é defeso, assim ao autor como ao réu, intentar ação
de reconhecimento do domínio.

10. FCC/TJ-AP/2014
Em relação à consignação em pagamento, é correto afirmar:
a) Tratando-se de prestações periódicas, uma vez consignada a primeira, pode o devedor
continuar a consignar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem
vencendo, desde que os depósitos sejam efetuados até cinco dias, contados da data do
vencimento.
b) A sentença que concluir pela insuficiência do depósito consignado remeterá as partes às vias
ordinárias, defeso apurar nos próprios autos o montante devido.
c) Requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento, cessando para o devedor, tanto que
se efetue o depósito, os juros e os riscos, salvo se for julgada procedente.

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d) Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o pagamento, o autor requererá
o depósito, podendo os que o disputam levantá-lo proporcionalmente desde logo, se prestada
caução nos autos.
e) Não oferecida a contestação, com a ocorrência da revelia, o Juiz deverá julgar improcedente
o pedido, sem condenação nas verbas sucumbenciais, por ausência de resistência ao pedido.

11. FCC/AFAP/2019
Em relação à ação monitoria, considere:
I. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem
eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz o pagamento de valor em
dinheiro ou o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer, exclusivamente.
II . É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública.
III . Havendo dúvida quanto à idoneidade de prova documental apresentada pelo autor, o juiz
intimá-lo-á para, querendo, emendar a petição inicial, adaptando-a ao procedimento comum.
IV. Desde que previamente seguro o juízo, o réu poderá opor, nos próprios autos, no prazo de
quinze dias, embargos à ação monitória.
V. Quando o réu alegar que o autor pleiteia quantia superior à devida, cumprir-lhe-á declarar
de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e
atualizado da dívida; não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, os
embargos serão liminarmente rejeitados, se esse for o seu único fundamento, e, se houver
outro fundamento, os embargos serão processados, mas o juiz deixará de examinar a alegação
de excesso.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, IV e V.
b) I, II , IV e V.
c) II , III e V.
d) II , III , IV e V.
e) I, II e III .

VUNESP

12. VUNESP/Prefeitura de Alumínio – SP/2016


Sobre os litígios coletivos pela posse de imóvel, é correto afirmar que
a) nessas ações o juiz poderá conceder a liminar inaudita altera pars, independentemente da
data do esbulho ou da turbação.
b) as disposições legais aplicáveis a litígios coletivos pela posse de imóvel também se aplicam
aos litígios que versem sobre a propriedade de bens imóveis.

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c) concedida a liminar nessas ações, se não for executada em um ano da data de sua concessão,
caberá ao juiz designar audiência de conciliação ou mediação.
d) nesses litígios os órgãos responsáveis pela política agrária devem intervir obrigatoriamente
por se tratar de questões de ordem pública.
e) a participação do Ministério Público é facultativa nos autos dessas demandas.

13. VUNESP/Câmara de Marília-SP/2016


No tocante às ações possessórias, assinale a alternativa correta.
a) É defeso ao réu, na contestação, alegando que foi ofendido na sua posse, demandar a
proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho
cometido pelo autor.
b) Na pendência de ação possessória, é possível, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de
reconhecimento do domínio em face da parte contrária.
c) Não é possível ao autor cumular ao pedido possessório o de condenação em perdas e danos.
d) Se o réu provar que o autor provisoriamente mantido ou reintegrado na posse carece de
idoneidade financeira para, no caso de decair da ação, responder por perdas e danos, o juiz
determinará que a coisa litigiosa seja depositada em juízo.
e) A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do
pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela, cujos requisitos estejam provados.

14. VUNESP/Prefeitura de Sertãozinho – SP/2016


Angelo Augusto possui usufruto vitalício de uma casa e no retorno de uma viagem de férias,
que durou sete meses, soube por meio de vizinhos que Argos Silva, sobrinho do proprietário,
havia informado que passaria a morar na residência, pois assim teria lhe prometido o
proprietário do imóvel. Em razão disso, Angelo Augusto propôs ação possessória pertinente.
Porém, antes do juiz apreciar a petição, enquanto estava novamente viajando por uma semana
a trabalho, Argos Silva entrou na residência, retirou os pertences do morador e nela passou a
residir. Diante disso, Angelo Augusto deverá
a) desistir da ação de interdito proibitório anteriormente proposta, ingressando com ação de
manutenção de posse.
b) propor nova ação, visando ser reintegrado na posse do imóvel, que deve ser distribuído por
dependência à ação de manutenção de posse já proposta.
c) peticionar na ação de manutenção de posse já proposta, informando o esbulho possessório
e nos mesmos autos pleitear liminar de manutenção na posse, podendo cumular pedido de
condenação de Argos Silva em perdas e danos.
d) desistir da ação de manutenção de posse anteriormente proposta, ingressando com ação de
reintegração de posse.
e) noticiar os novos fatos ao juiz na ação de interdito proibitório anteriormente proposta e nos
mesmos autos formular o pedido de reintegração de posse.

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15. VUNESP/Prefeitura de Suzano – SP/2015


Assinale a alternativa correta no que tange às ações possessória e reivindicatória.
a) A ação reivindicatória segue procedimento especial, regulado pelo vigente Código de
Processo Civil.
b) No procedimento especial de reintegração de posse, não se admite a cumulação do pedido
possessório com perdas e danos.
c) Na ação reivindicatória, não pode o réu alegar, em contestação, exceção de domínio com
fundamento na prescrição aquisitiva.
d) É vedado o liminar deferimento de reintegração de posse, inaudita altera parte, contra as
pessoas jurídicas de direito público.
e) Na ação reivindicatória, deve o autor comprovar sua posse anterior, sob pena de
indeferimento da petição inicial.

16. VUNESP/TJ-SP/2017
Sobre a coisa julgada material, é correto afirmar que
a) apenas decisões de mérito transitadas em julgado comportam ação rescisória.
b) na ação de dissolução de sociedade, a coisa julgada se opera em relação à sociedade, ainda
que a sociedade não tenha sido citada, desde que todos seus sócios o tenham sido.
c) se opera entre as partes entre as quais é dada, não podendo prejudicar ou beneficiar
terceiros.
d) pode abranger a resolução de questão prejudicial, desde que dessa resolução dependa o
julgamento do pedido; que tenha sido facultado o contraditório; e que o órgão seja
competente em razão da matéria e da pessoa para resolver a questão como se principal fosse.

17. VUNESP/Prefeitura de São José dos Campos – SP/2017


Sobre os autos eletrônicos e seu desaparecimento, assinale a alternativa correta.
a) Se houver autos suplementares, a restauração será dispensável.
b) É possível a inclusão de parte não incluída no processo principal.
c) A restauração deverá ser promovida apenas pelas partes.
d) As provas não poderão ser repetidas na restauração.
e) A restauração será decidida por despacho interlocutório de mérito.

18. VUNESP/MP-SP/2018
Acerca da ação monitória, assinale a alternativa correta.
(A) Sendo ré a Fazenda Pública, não apresentados embargos à ação monitória, a constituição
do mandado monitório não enseja reexame necessário.
(B) Não se admite a reconvenção nos embargos monitórios.

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(C) A ação monitória não admite citação por edital.


(D) Não se admite como prova escrita, para fins de adoção do procedimento monitório, a prova
oral documentada, produzida por meio de produção antecipada de prova.
(E) O juiz condenará o réu que de má-fé opuser embargos à ação monitória ao pagamento de
multa de até dez por cento sobre o valor atribuído à causa, em favor do autor.

FGV
19. FGV/Câmara de Salvador – BA/2018
Proposta ação de consignação em pagamento, o réu arguiu, como única defesa, a insuficiência
do depósito, alegando que o autor o efetivou em quantia menor do que a realmente devida. O
devedor, intimado dos termos da resposta, complementou o depósito no prazo legal, na forma
pretendida pelo réu.
Sabendo-se que a mora não gerou a resolução do negócio jurídico, e que o pagamento integral
produziu a eficácia liberatória do autor, deverá o juiz:
a) extinguir o processo, sem resolução do mérito, por perda superveniente do interesse
processual;
b) resolver o mérito, acolhendo o pedido consignatório e condenando o autor nos encargos da
sucumbência;
c) resolver o mérito, acolhendo o pedido consignatório e condenando o réu nos encargos da
sucumbência;
d) resolver o mérito, no sentido da improcedência do pedido, condenando o autor nos
encargos da sucumbência;
e) resolver o mérito, no sentido da improcedência do pedido, condenando o réu nos encargos
da sucumbência.

20. FGV/DPE-RO/2015
No que concerne aos interditos possessórios, é INCORRETO afirmar que:
a) o ajuizamento de uma ação possessória, em vez de outra que seria realmente a cabível, não
configura óbice à resolução do meritum causae;
b) ao pleito de tutela possessória pode ser cumulado o de ressarcimento dos danos sofridos
em razão do esbulho perpetrado;
c) em se tratando de ação possessória de força nova, o seu autor pode requerer a concessão
de medida liminar, a qual assume a natureza de tutela antecipatória de mérito; a ação deve ser
proposta no foro de situação do imóvel objeto da lide, sob pena de gerar o vício de
incompetência absoluta;
d) a ação deve ser proposta no foro de situação do imóvel objeto da lide, sob pena de gerar o
vício de incompetência absoluta;

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e) o réu, caso entenda ter tido a sua posse turbada ou esbulhada pelo autor, pode pleitear a
tutela possessória em seu favor no mesmo processo, desde que se valha da reconvenção.

8.2 – GABARITO

1. C 8. C 15. D
2. C 9. B 16. B
3. B 10. A 17. A
4. B 11. C 18. E
5. C 12. B 19. B
6. B 13. E 20. E
7. C 14. E

8.3 – LISTA DE QUESTÕES COM COMENTÁRIOS

FCC

1. FCC/PGE-AP/2018
Em relação as ações possessórias,
(A) além de contestar o pedido possessório, se o réu quiser demandar proteção possessória
para si, alegando que foi ele o ofendido em sua posse, deverá fazê-lo por meio de reconvenção.
(B) é possível, tanto ao autor quanto ao réu, na pendência da ação possessória, propor ação de
reconhecimento do domínio em face de ambos ou de terceira pessoa.
(C) no caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas,
serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por
edital dos demais, determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver
pessoas em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública.
(D) impede a manutenção ou reintegração da posse a alegação de propriedade ou de outro
direito sobre a coisa.
(E) por ser de natureza mandamental, o pedido possessório não pode ser cumulado com perdas
e danos, que devem ser pleiteados por ação própria.
Comentários
A alternativa A está incorreta. Como sabemos, as ações possessórias possuem caráter dúplice, isto
é, nelas o réu pode fazer um pedido contraposto independentemente de reconvenção. Essa
característica fica clara diante da disposição do art. 556, do CPC, que diz “[é] lícito ao réu, na
contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a
indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor”.
A alternativa B também está incorreta. Ao contrário do que se afirma, na pendência de ação
possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de reconhecimento de domínio,

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um em face do outro (art. 557, caput, do CPC, parte inicial). Abre-se uma exceção, contudo, se a
pretensão for deduzida em face de terceira pessoa (art. 557, caput, do CPC, parte final).
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Isso porque a alternativa é cópia literal do
art. 554, § 1º, do Código de Processo. Confiram:
Art. 554. (...)
§ 1o No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas, serão feitas a citação
pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais, determinando-se,
ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em situação de hipossuficiência econômica, da
Defensoria Pública.
A alternativa D está incorreta. Em verdade, não obsta à manutenção ou à reintegração de posse a
alegação de propriedade ou de outro direito sobre a coisa (art. 557, parágrafo único, do CPC).
E a alternativa E está incorreta, também. É lícito ao autor, por expressa determinação legal (art. 555,
I, do CPC), cumular ao pedido possessório o de condenação em perdas e danos.

2. FCC/TRT-15ªR/2018
Fábio Henrique ajuíza demanda possessória contra Gabriel, seu vizinho. Pede reintegração na
posse de seu imóvel, sem que, no entanto, tenha se consumado esbulho, havendo apenas
receio de ser molestado na posse de seu imóvel. Em razão disso,
(A) o juiz deverá determinar emenda à inicial, em dez dias, para que Fábio Henrique regularize
o pedido, sob pena de indeferimento e extinção do feito sem resolução de mérito.
(B) haverá extinção imediata da ação, pois o pedido reintegratório possui procedimento
incompatível com a ação adequada, que seria a de interdito proibitório.
(C) haverá aproveitamento do pedido, pois a propositura de uma ação possessória em vez de
outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente
àquela cujos pressupostos estejam provados.
(D) o pedido não poderá ser aproveitado, por ser mais gravoso ao réu, o que só ocorreria na
situação inversa, em que se pedisse o interdito proibitório e já houvesse acontecido o esbulho.
(E) haverá extinção do processo, sem resolução do mérito, pois o aproveitamento de uma ação
possessória por outra só se dá entre reintegração e manutenção de posse, mas não entre
reintegração e interdito proibitório.
Comentários
A questão cobra do candidato conhecimentos sobre as espécies e as características das ações
possessórias. Vamos relembrar as duas características principais dessas ações?
a) Caráter dúplice: o caráter dúplice das ações possessórias consiste na possibilidade de o réu,
na contestação, quer dizer, independentemente de reconvenção, alegar que foi ele o
ofendido em sua posse, demandando a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos
resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor (art. 556, do CPC).
b) Fungibilidade: já a fungibilidade vem disposta no art. 554, do CPC, e consiste na possibilidade
de o juiz conhecer do pedido e outorgar a proteção legal correspondente a uma ação

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possessória específica, cujos pressupostos estejam provados, mesmo que seja proposta uma
ação possessória outra, diferente daquela que se analisa.
Vamos relembrar agora as espécies de ações possessórias? São três:
a) Ação de reintegração na posse: é aquela cabível quando houver esbulho da posse, quer dizer,
dano a uma posse que já era do autor
b) Ação de manutenção da posse: é aquela cabível quando houver turbação da posse, quer
dizer, quando houver um impedimento ao exercício pleno da posse pelo possuidor
c) Interdito proibitório: é aquele cabível quando houver uma ameaça à posse, quer dizer, um
risco iminente, seja de esbulho, seja de turbação.
Feito isso, analisemos agora o caso concreto. Fábio Henrique, diante do receio de ser molestado na
posse do seu imóvel, ajuíza contra seu vizinho, Gabriel, ação de reintegração na posse.
Fábio Henrique agiu corretamente?
Não. Como vimos, a ação de reintegração na posse pressupõe esbulho, o que não aconteceu. Na
verdade, Fábio Henrique está querendo se proteger da ameaça de esbulho e não do esbulho em si,
razão pela qual ele deveria ter proposto um interdito proibitório.
Mas isso é um problema?
Não. Como vimos, também, por conta da fungibilidade, ainda que Fábio Henrique tenha proposto
ação possessória outra (ação de reintegração na posse), diferente daquela que ele deveria ter
proposto (interdito proibitório), o juiz pode conhecer do pedido feito por ele e outorgar a proteção
legal correspondente, desde que provados os pressupostos da ação de interdito proibitório (art. 554,
caput, do CPC). Vamos conferir:
Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e
outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados.
É por isso que podemos afirmar que haverá aproveitamento do pedido, pois a propositura de uma
ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção
legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados.
Assim, a alternativa C é a correta, sendo o gabarito da questão.
As demais alternativas vão em direção oposta ao explicado.

3. FCC/DPE-PR/2017
A respeito dos procedimentos especiais, do sistema de precedentes e do cumprimento de
sentença, é correto:
a) A ação monitória, inspirada no direito italiano, tem lugar para o exercício de direito subjetivo,
vislumbrado a partir de prova escrita sem eficácia de título executivo, em desfavor de devedor
capaz, cuja cognição judicial se limita ao pagamento de quantia em dinheiro e à entrega de
coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel.

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b) Embora o STJ possua orientação de que constitui mera detenção a ocupação por particular
de área pública sem autorização expressa e legítima do titular do domínio, entende cabível o
manejo dos interditos possessórios em face de outros particulares para a defesa da posse.
c) Quando versar sobre levantamento de dinheiro, o cumprimento provisório de sentença
impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo se sujeita a caução suficiente e idônea.
Contudo, até o limite de sessenta salários mínimos, a caução será dispensada quando o credor
demonstrar sua necessidade e o crédito for de natureza alimentar.
d) O incidente de resolução de demandas repetitivas – IRDR tem natureza jurídica de incidente
processual e foi inspirado no sistema de common law norte-americano. Cuida-se de inovação
no mecanismo de uniformização da jurisprudência brasileira e visa firmar entendimento sobre
matéria de direito material ou processual.
e) O débito alimentar que autoriza a prisão civil do devedor de alimentos é aquele que
compreende até as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se
vencerem no curso do processo, sendo a única sanção admitida em decorrência do
inadimplemento, enquanto forma de se evitar o bis in idem.

Comentários
A alternativa A está incorreta. A cognição admitida na ação monitória é um pouco mais ampla do
que a descrita, admitindo-se, também, a sua utilização para obter a prestação de fazer e de não fazer
inadimplida. É o que prevê o art. 700, do NCPC:
Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia
de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz:
I - o pagamento de quantia em dinheiro;
II - a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel;
III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Segundo o STJ, é possível o manejo de
interditos possessórios em litígio entre particulares sobre bem público dominical.
A alternativa C está incorreta. De acordo com o art. 520, IV, combinado com o art. 521, ambos do
NCPC, não é o limite de valor que importará na dispensa da caução.
Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será
realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime:
IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de posse ou
alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado,
dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos.
Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos casos em que:
I - o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem;
II - o credor demonstrar situação de necessidade;
III – pender o agravo do art. 1.042;

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IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do


Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no
julgamento de casos repetitivos.
A alternativa D está incorreta. De fato, o incidente de resolução de demandas repetitivas tem
natureza jurídica de incidente processual. Sua inspiração, porém, segundo a exposição de motivos
do novo Código de Processo Civil, não adveio da doutrina do common law, mas do direito alemão,
que adota a doutrina do civil law.
A alternativa E está incorreta. Segundo o art. 528, §7º, do NCPC, o débito alimentar que autoriza a
prisão civil do devedor de alimentos é aquele que compreende até as três prestações anteriores ao
ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo, porém essa não é a única
sanção admitida em decorrência do inadimplemento.
A lei processual admite três formas de se exigir o pagamento de alimentos:
✓ o desconto em folha de pagamento do devedor;
✓ a execução por coerção pessoal - prisão civil;
✓ execução por expropriação.

4. FCC/PGE-TO/2018
Referente às ações possessórias, considere.
I. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a
proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho
cometidos pelo autor.
II. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do
pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam
provados.
III. Na pendência de ação possessória é possível ao réu, como meio de defesa, propor ação de
reconhecimento de domínio, sendo defeso porém ao autor o ajuizamento da ação dominial.
IV. Quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho, seu
procedimento admite liminar; após esse prazo o procedimento será ordinário, perdendo a ação
seu caráter possessório.
V. Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor provisoriamente mantido ou reintegrado
na posse carece de idoneidade financeira para, no caso de sucumbência, responder por perdas
e danos, o juiz designar-lhe-á o prazo de cinco dias para requerer caução, real ou fidejussória,
sob pena de ser depositada a coisa litigiosa, ressalvada a impossibilidade da parte
economicamente hipossuficiente.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, III e IV.
b) I, II e V.
c) II, III e IV.

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d) I, II, IV e V.
e) III, IV e V.

Comentários
Vamos analisar cada um dos itens.
O item I está correto, nos termos do art. 556, do NCPC:
Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção
possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor.
O item II está correto, com base no art. 554, da Lei nº 13.105/15:
Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e
outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados.
O item III está incorreto. De acordo com o art. 557, da referida Lei, na pendência de ação possessória
é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a
pretensão for deduzida em face de terceira pessoa.
O item IV está incorreto. Vejamos o que dispõe o art. 558, do NCPC:
Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo
quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial.
Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput, será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o
caráter possessório.
O item V está correto, pois se refere ao art. 559, da Lei nº 13.105/15:
Art. 559. Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor provisoriamente mantido ou reintegrado na posse
carece de idoneidade financeira para, no caso de sucumbência, responder por perdas e danos, o juiz designar-
lhe-á o prazo de 5 (cinco) dias para requerer caução, real ou fidejussória, sob pena de ser depositada a coisa
litigiosa, ressalvada a impossibilidade da parte economicamente hipossuficiente.
Desse modo, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

5. FCC/TRT-24ªR/2017
Sobre as ações possessórias, à luz do Código de Processo Civil, é correto afirmar:
a) Na pendência de ação possessória o autor e o réu poderão, em regra, propor ação de
reconhecimento de domínio.
b) O prazo para o réu apresentar contestação na ação de reintegração de posse é de cinco dias.
c) O juiz deverá designar audiência de mediação antes de apreciar a medida liminar em caso
de litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho houver ocorrido há mais de ano e
dia.
d) O possuidor indireto que tenha justo receio de ser molestado na posse não poderá se valer
do interdito proibitório.
e) A alegação de propriedade ou de outro direito sobre a coisa obsta a manutenção ou a
reintegração de posse.

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Comentários
A alternativa A está incorreta. Nos termos do art. 557, do NCPC, na pendência de ação possessória
é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de reconhecimento de domínio, exceto se a
pretensão for deduzida em face de terceira pessoa.
A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 564, da Lei nº 13.105/15, o prazo para contestar
a ação é de 15 dias, e não 5.
Art. 564. Concedido ou não o mandado liminar de manutenção ou de reintegração, o autor promoverá, nos 5
(cinco) dias subsequentes, a citação do réu para, querendo, contestar a ação no prazo de 15 (quinze) dias.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 565, da referida Lei:
Art. 565. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na petição inicial
houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da medida liminar, deverá
designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) dias, que observará o disposto nos §§ 2o e 4o.
A alternativa D está incorreta. O art. 567, do NCPC, estabelece que o possuidor direto ou indireto
que tenha justo receio de ser molestado na posse poderá requerer ao juiz que o segure da turbação
ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório em que se comine ao réu determinada pena
pecuniária caso transgrida o preceito.
A alternativa E está incorreta. Segundo o parágrafo único, do art. 557, da Lei nº 13.105/15, não obsta
à manutenção ou à reintegração de posse a alegação de propriedade ou de outro direito sobre a
coisa.

6. FCC/Prefeitura de Campinas – SP/2016


No caso de ação possessória,
a) no litígio coletivo pela posse do imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na petição
inicial houver ocorrido há menos de ano e dia, será obrigatória a designação de audiência de
mediação para exame da medida liminar, a ser realizada em até trinta dias.
b) em que figure no polo passivo grande número de pessoas, serão feitas a citação pessoal dos
ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais, determinando-
se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em situação de
hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública.
c) obsta a manutenção ou a reintegração de posse a alegação de propriedade ou de outro
direito sobre a coisa.
d) é possível, na pendência de ação possessória, apenas ao réu, propor ação de
reconhecimento de domínio, se incontroverso nos dados registrários.
e) pode-se pedir a imposição de medidas para evitar nova turbação ou esbulho, bem como
para cumprir-se a tutela provisória ou final, mas eventual pedido de condenação em perdas e
danos deve ser formulado por meio de ação autônoma.

Comentários

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A alternativa A está incorreta. Segundo o art. 565, caput, do NCPC, no litígio coletivo pela posse de
imóvel, quando o esbulho ou a turbação, afirmado na petição inicial, houver ocorrido há mais de
ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da medida liminar, deverá designar
audiência de mediação, a realizar-se em até trinta dias. Note que o único erro é falar em “há menos
de ano e dia”.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, pois reproduz o §1º, do art. 554, da referida
Lei.
§ 1o No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas, serão feitas a citação
pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais, determinando-se,
ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em situação de hipossuficiência econômica, da
Defensoria Pública.
A alternativa C está incorreta. De acordo com o parágrafo único, do art. 557, da Lei nº 13.105/15,
no caso de ação possessória, não obsta à manutenção ou à reintegração de posse a alegação de
propriedade ou de outro direito sobre a coisa.
A alternativa D está incorreta. O caput do art. 557, do NCPC, prevê que, na pendência de ação
possessória, é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio,
exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa.
A alternativa E está incorreta. O art. 555, da referida Lei, estabelece que o autor pode requerer a
imposição de medida necessária e adequada para evitar nova turbação ou esbulho, e para cumprir-
se a tutela provisória ou final. Porém, o pedido de condenação em perdas e danos poderá ser
formulado nos próprios autos, não sendo necessário o ajuizamento de ação autônoma.

7. FCC/Prefeitura de São Luiz – MA/2016


Carolina ajuizou ação de manutenção de posse contra o Município alegando ter sofrido esbulho
há menos de ano e dia. Formulou, além da pretensão possessória, pedido de condenação em
perdas e danos. De acordo com o Código de Processo Civil,
a) intentada manutenção de posse, ao invés de reintegração, deve o juiz determinar a emenda
da petição inicial, sob pena de indeferimento.
b) intentada manutenção de posse, ao invés de reintegração, deve o juiz indeferir de plano a
petição inicial.
c) a propositura de manutenção de posse, ao invés de reintegração, não obsta que o juiz
conheça desta e outorgue a respectiva proteção legal, se provados os seus requisitos, podendo
deferir liminar depois de ouvido o poder público.
d) o pedido de condenação em perdas e danos é incompatível com o pedido possessório.
e) não cabe ação de reintegração de posse contra o poder público.

Comentários
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o NCPC, o pedido de
manutenção de posse não obsta que o juiz conheça o pedido e outorgue a proteção legal. Exige-se,

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contudo, que sejam provados os requisitos, podendo o juiz deferir liminar depois de ouvido o poder
público.
Além disso, conforme exposto no enunciado da questão. A cumulação de pedido possessório com a
condenação de perdas e danos é lícita.
Por fim, como a turbação ou esbulho ocorreu dentre de um ano e um dia, é possível o procedimento
de manutenção e de reintegração de posse.
Vejamos os arts. 554, 555, inciso I e 558, todos do NCPC:
Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e
outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados.
Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de:
I - condenação em perdas e danos;
Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo
quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial.

8. FCC/MPE-PA/2014
Em relação às ações possessórias, é correto afirmar que
a) a mera ameaça à posse não justifica sua proteção judicial, havendo necessidade de turbação
ou esbulho, a legitimar as ações de manutenção e de reintegração na posse, respectivamente.
b) são propostas somente por quem foi privado da posse, pois aquele que a possui não terá
interesse processual na demanda possessória.
c) terá natureza possessória a ação que tiver a posse como fundamento e como pedido; quando
o pedido for a posse, mas o fundamento for a propriedade, a ação terá natureza petitória.
d) é essencial, se houver composse, que todos os compossuidores proponham a demanda de
defesa da posse, em litisconsórcio necessário.
e) a norma processual civil não prevê a fungibilidade dos interditos possessórios, mas apenas
destes com as ações reivindicatórias.

Comentários
A alternativa A está incorreta. O possuir que tenha receio de ser ameaçado na posse poderá
requerer ao juiz que o segure da turbação ou do esbulho iminente, mediante mandado proibitório
em que se comine ao réu determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito. Vejamos o art.
567, do NCPC.
A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 560, da Lei nº 13.105/15, o possuidor tem direito
a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho.
Ademais, o art. 561, IV, prevê que incumbe ao autor provar a continuação da posse, embora turbada,
na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração.
Art. 561. Incumbe ao autor provar:
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação de
reintegração.

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A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. A ação petitória é a que tem como causa de
pedir a propriedade. Enquanto a ação possessória é a ação que tem só a posse como causa de pedir.
A alternativa D está incorreta. Cada compossuidor tem direito subjetivo de ação possessória, em
caso de esbulho ou de turbação. Não depende da vontade dos compossuidores. O litisconsórcio é
facultativo.
A alternativa E está incorreta. O NCPC prevê a fungibilidade dos interditos possessórios. Vejamos o
art. 554.
Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e
outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados.

9. FCC/TRF-4ªR/2014
A respeito das ações possessórias, é INCORRETO afirmar que
a) contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a reintegração liminar sem
prévia audiência dos respectivos representantes judiciais.
b) o réu só pode demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes
da turbação ou do esbulho cometido pelo autor através de reconvenção.
c) o interdito proibitório é uma tutela possessória destinada a inibir atos de turbação ou de
esbulho.
d) é lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de desfazimento de construção ou
plantação feita em detrimento de sua posse.
e) na pendência do processo possessório é defeso, assim ao autor como ao réu, intentar ação
de reconhecimento do domínio.

Comentários
A alternativa A está correta, pois é o que dispõe o parágrafo único, do art. 562, do NCPC.
Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a
reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais.
A alternativa B está incorreta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 556, da referida Lei,
o réu só pode demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da
turbação ou do esbulho, cometido pelo autor, por meio de contestação, e não de reconvenção.
Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção
possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor.
A alternativa C está correta, com base no art. 567, da Lei nº 13.105/15.
Art. 567. O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado na posse poderá requerer ao
juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório em que se comine ao réu
determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito.
A alternativa D está correta. Vejamos o art. 555, da referida Lei.
Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de:
I - condenação em perdas e danos;

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II - indenização dos frutos.


A alternativa E está correta, conforme prevê o art. 557, do NCPC.
Art. 557. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de
reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa.

10. FCC/TJ-AP/2014
Em relação à consignação em pagamento, é correto afirmar:
a) Tratando-se de prestações periódicas, uma vez consignada a primeira, pode o devedor
continuar a consignar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem
vencendo, desde que os depósitos sejam efetuados até cinco dias, contados da data do
vencimento.
b) A sentença que concluir pela insuficiência do depósito consignado remeterá as partes às vias
ordinárias, defeso apurar nos próprios autos o montante devido.
c) Requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento, cessando para o devedor, tanto que
se efetue o depósito, os juros e os riscos, salvo se for julgada procedente.
d) Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o pagamento, o autor requererá
o depósito, podendo os que o disputam levantá-lo proporcionalmente desde logo, se prestada
caução nos autos.
e) Não oferecida a contestação, com a ocorrência da revelia, o Juiz deverá julgar improcedente
o pedido, sem condenação nas verbas sucumbenciais, por ausência de resistência ao pedido.

Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 541, da Lei nº
13.105/15.
Art. 541. Tratando-se de prestações sucessivas, consignada uma delas, pode o devedor continuar a depositar,
no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem vencendo, desde que o faça em até 5 (cinco) dias
contados da data do respectivo vencimento.
A alternativa B está incorreta. De acordo com o §2º, do art. 545, do NCPC, a sentença que concluir
pela insuficiência do depósito determinará, sempre que possível, o montante devido e valerá como
título executivo, facultado ao credor promover-lhe o cumprimento nos mesmos autos, após a
liquidação, se necessária.
A alternativa C está incorreta. Segundo o art. 540, da referida Lei, requerer-se-á a consignação no
lugar do pagamento, cessando para o devedor, à data do depósito, os juros e os riscos, salvo se a
demanda for julgada improcedente.
A alternativa D está incorreta. Com base no art. 547, da Lei nº 13.105/15, se ocorrer dúvida sobre
quem deva legitimamente receber o pagamento, o autor requererá o depósito e a citação dos
possíveis titulares do crédito para provarem o seu direito.
A alternativa E está incorreta. O art. 546, do NCPC, estabelece que, quando julgado procedente o
pedido, o juiz declarará extinta a obrigação e condenará o réu ao pagamento de custas e honorários
advocatícios.

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11. FCC/AFAP/2019
Em relação à ação monitoria, considere:
I. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem
eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz o pagamento de valor em
dinheiro ou o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer, exclusivamente.
II . É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública.
III . Havendo dúvida quanto à idoneidade de prova documental apresentada pelo autor, o juiz
intimá-lo-á para, querendo, emendar a petição inicial, adaptando-a ao procedimento comum.
IV. Desde que previamente seguro o juízo, o réu poderá opor, nos próprios autos, no prazo de
quinze dias, embargos à ação monitória.
V. Quando o réu alegar que o autor pleiteia quantia superior à devida, cumprir-lhe-á declarar
de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e
atualizado da dívida; não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, os
embargos serão liminarmente rejeitados, se esse for o seu único fundamento, e, se houver
outro fundamento, os embargos serão processados, mas o juiz deixará de examinar a alegação
de excesso.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, IV e V.
b) I, II , IV e V.
c) II , III e V.
d) II , III , IV e V.
e) I, II e III .
Comentários
Item I está incorreto, pois também é possível o ajuizamento de monitória quando exista prova escrita
sem eficácia de título executivo, por aquele que afirme ter direito de exigir do devedor capaz a
entrega de coisa (fungível ou infungível) ou de bem (móvel ou imóvel).
Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia
de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz:
I - o pagamento de quantia em dinheiro;
II - a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel;
III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.
Item II está correto, uma vez que está em consonância com o CPC:
Art. 700. [...]
§6º É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública.
Item III está certo, pois é a transcrição do CPC. Confira:
Art. 700. [...]

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§5º Havendo dúvida quanto à idoneidade de prova documental apresentada pelo autor, o juiz intimá-lo-á para,
querendo, emendar a petição inicial, adaptando-a ao procedimento comum.
Item IV está errado, pois a oposição de embargos à monitória independe de prévia segurança do
juízo. Quanto ao prazo de quinze dias, a assertiva está correta.
Art. 702. Independentemente de prévia segurança do juízo, o réu poderá opor, nos próprios autos, no prazo
previsto no art. 701, embargos à ação monitória.
[...]
§5º O autor será intimado para responder aos embargos no prazo de 15 (quinze) dias.
Item V está certo, porque está em sintonia com a previsão do CPC:
Art. 702. [...]
§2º Quando o réu alegar que o autor pleiteia quantia superior à devida, cumprir-lhe-á declarar de imediato o
valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado da dívida.
§3º Não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, os embargos serão liminarmente
rejeitados, se esse for o seu único fundamento, e, se houver outro fundamento, os embargos serão processados,
mas o juiz deixará de examinar a alegação de excesso.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, pois os itens certos são o II, III e V.

VUNESP

12. VUNESP/Prefeitura de Alumínio – SP/2016


Sobre os litígios coletivos pela posse de imóvel, é correto afirmar que
a) nessas ações o juiz poderá conceder a liminar inaudita altera pars, independentemente da
data do esbulho ou da turbação.
b) as disposições legais aplicáveis a litígios coletivos pela posse de imóvel também se aplicam
aos litígios que versem sobre a propriedade de bens imóveis.
c) concedida a liminar nessas ações, se não for executada em um ano da data de sua concessão,
caberá ao juiz designar audiência de conciliação ou mediação.
d) nesses litígios os órgãos responsáveis pela política agrária devem intervir obrigatoriamente
por se tratar de questões de ordem pública.
e) a participação do Ministério Público é facultativa nos autos dessas demandas.

Comentários
A questão exige o conhecimento do art. 565, do NCPC. Vamos analisar cada uma das alternativas:
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 565, caput, a data do esbulho ou da turbação é
relevante para a concessão do pedido de medida liminar. Lembre-se de que, se inferior ou igual a
um ano e um dia, concede-se a limitar; se superior a um ano e um dia, designa-se audiência de
mediação.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, com base no §5º, do dispositivo abaixo citado:
§ 5o Aplica-se o disposto neste artigo ao litígio sobre propriedade de imóvel.

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A alternativa C está incorreta. Segundo o §1º, o prazo será contado a partir da data da distribuição
e não da concessão da medida.
§ 1o Concedida a liminar, se essa não for executada no prazo de 1 (um) ano, a contar da data de distribuição,
caberá ao juiz designar audiência de mediação, nos termos dos §§ 2o a 4o deste artigo.
A alternativa D está incorreta. Conforme o §4º, do art. 565, nos litígios coletivos pela posse de
imóvel, a intervenção destes órgãos não é obrigatória, mas sim facultativa.
§ 4o Os órgãos responsáveis pela política agrária e pela política urbana da União, de Estado ou do Distrito Federal
e de Município onde se situe a área objeto do litígio poderão ser intimados para a audiência, a fim de se
manifestarem sobre seu interesse no processo e sobre a existência de possibilidade de solução para o conflito
possessório.
A alternativa E está incorreta. O §2º, do art. 565, estabelece que o comparecimento do Ministério
Público em audiência é obrigatório, e não facultativo.
§ 2o O Ministério Público será intimado para comparecer à audiência, e a Defensoria Pública será intimada
sempre que houver parte beneficiária de gratuidade da justiça.

13. VUNESP/Câmara de Marília-SP/2016


No tocante às ações possessórias, assinale a alternativa correta.
a) É defeso ao réu, na contestação, alegando que foi ofendido na sua posse, demandar a
proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho
cometido pelo autor.
b) Na pendência de ação possessória, é possível, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de
reconhecimento do domínio em face da parte contrária.
c) Não é possível ao autor cumular ao pedido possessório o de condenação em perdas e danos.
d) Se o réu provar que o autor provisoriamente mantido ou reintegrado na posse carece de
idoneidade financeira para, no caso de decair da ação, responder por perdas e danos, o juiz
determinará que a coisa litigiosa seja depositada em juízo.
e) A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do
pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela, cujos requisitos estejam provados.

Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 556, da Lei nº 13.105/15, é lícita ao réu a atitude
citada na alternativa.
Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção
possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor.
A alternativa B está incorreta. Segundo o art. 557, da referida Lei, na pendência de ação possessória,
é vedada a propositura de ação de reconhecimento do domínio.
Art. 557. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de
reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa.
A alternativa C está incorreta. Com base no art. 555, I, do NCPC, é possível ao autor cumular ao
pedido possessório com o de condenação em perdas e danos.

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Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de:


I - condenação em perdas e danos;
A alternativa D está incorreta. O art. 559, do NCPC, estabelece que, se o réu provar que o autor
provisoriamente mantido ou reintegrado na posse carece de idoneidade financeira para, no caso de
sucumbência, responder por perdas e danos, o juiz determinará que a coisa litigiosa seja depositada
em juízo.
Art. 559. Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor provisoriamente mantido ou reintegrado na posse
carece de idoneidade financeira para, no caso de sucumbência, responder por perdas e danos, o juiz designar-
lhe-á o prazo de 5 (cinco) dias para requerer caução, real ou fidejussória, sob pena de ser depositada a coisa
litigiosa, ressalvada a impossibilidade da parte economicamente hipossuficiente.
Por fim, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o art. 554, da
referida Lei.
Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e
outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados.

14. VUNESP/Prefeitura de Sertãozinho – SP/2016


Angelo Augusto possui usufruto vitalício de uma casa e no retorno de uma viagem de férias,
que durou sete meses, soube por meio de vizinhos que Argos Silva, sobrinho do proprietário,
havia informado que passaria a morar na residência, pois assim teria lhe prometido o
proprietário do imóvel. Em razão disso, Angelo Augusto propôs ação possessória pertinente.
Porém, antes do juiz apreciar a petição, enquanto estava novamente viajando por uma semana
a trabalho, Argos Silva entrou na residência, retirou os pertences do morador e nela passou a
residir. Diante disso, Angelo Augusto deverá
a) desistir da ação de interdito proibitório anteriormente proposta, ingressando com ação de
manutenção de posse.
b) propor nova ação, visando ser reintegrado na posse do imóvel, que deve ser distribuído por
dependência à ação de manutenção de posse já proposta.
c) peticionar na ação de manutenção de posse já proposta, informando o esbulho possessório
e nos mesmos autos pleitear liminar de manutenção na posse, podendo cumular pedido de
condenação de Argos Silva em perdas e danos.
d) desistir da ação de manutenção de posse anteriormente proposta, ingressando com ação de
reintegração de posse.
e) noticiar os novos fatos ao juiz na ação de interdito proibitório anteriormente proposta e nos
mesmos autos formular o pedido de reintegração de posse.

Comentários
A questão trata sobre a fungibilidade das tutelas possessórias, prevista no art. 554, do NCPC.
Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e
outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados.

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Angelo Augusto, ao ter sua posse ameaçada, ingressou com a ação possessória pertinente. Vejamos
o art. 567, da referida Lei.
Art. 567. O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado na posse poderá requerer ao
juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório em que se comine ao réu
determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito.
Como Argos Silva entrou na residência, retirou os pertences de Angelo Augusto e nela passou a
residir, Angelo Augusto deverá noticiar os novos fatos ao juiz na ação de interdito proibitório
anteriormente proposta e, nos mesmos autos, formular o pedido de reintegração de posse.
Portanto, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

15. VUNESP/Prefeitura de Suzano – SP/2015


Assinale a alternativa correta no que tange às ações possessória e reivindicatória.
a) A ação reivindicatória segue procedimento especial, regulado pelo vigente Código de
Processo Civil.
b) No procedimento especial de reintegração de posse, não se admite a cumulação do pedido
possessório com perdas e danos.
c) Na ação reivindicatória, não pode o réu alegar, em contestação, exceção de domínio com
fundamento na prescrição aquisitiva.
d) É vedado o liminar deferimento de reintegração de posse, inaudita altera parte, contra as
pessoas jurídicas de direito público.
e) Na ação reivindicatória, deve o autor comprovar sua posse anterior, sob pena de
indeferimento da petição inicial.

Comentários
A alternativa A está incorreta. A ação reivindicatória segue o rito do procedimento ordinário e não
o procedimento especial, sem disciplina específica no NCPC. A ação reivindicatória envolve a
discussão do domínio e tem fundamento no art. 1.228 do CC.
A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 555, da Lei nº 13.105/15, é possível que o autor
cumule pedidos possessórios.
Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de:
I - condenação em perdas e danos;
II - indenização dos frutos.
A alternativa C está incorreta. Não cabe oposição de conteúdo dominial em ação possessória,
porque nela o objeto do litígio é fundado na posse, e não no domínio.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o parágrafo único, do art.
562, do NCPC.
Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a
reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais.

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A alternativa E está incorreta. Se o autor comprovar a posse anterior, ele tem que optar por uma
ação possessória e não por uma ação reivindicatória, que tem natureza petitória.

16. VUNESP/TJ-SP/2017
Sobre a coisa julgada material, é correto afirmar que
a) apenas decisões de mérito transitadas em julgado comportam ação rescisória.
b) na ação de dissolução de sociedade, a coisa julgada se opera em relação à sociedade, ainda
que a sociedade não tenha sido citada, desde que todos seus sócios o tenham sido.
c) se opera entre as partes entre as quais é dada, não podendo prejudicar ou beneficiar
terceiros.
d) pode abranger a resolução de questão prejudicial, desde que dessa resolução dependa o
julgamento do pedido; que tenha sido facultado o contraditório; e que o órgão seja
competente em razão da matéria e da pessoa para resolver a questão como se principal fosse.

Comentários
A alternativa A está incorreta. O art. 966, do NCPC, prevê hipóteses em que se admite a ação
rescisória.
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou
colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
IV - ofender a coisa julgada;
V - violar manifestamente norma jurídica;
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada
na própria ação rescisória;
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não
pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável;
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.
O §2º, determina que também será possível o ajuizamento de ação rescisória em face de decisão
que não seja de mérito em algumas situações. Vejamos:
§ 2o Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora
não seja de mérito, impeça:
I - nova propositura da demanda; ou
II - admissibilidade do recurso correspondente.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, nos termos do art. 601, da Lei nº 13.105/15:
Art. 601. Os sócios e a sociedade serão citados para, no prazo de 15 (quinze) dias, concordar com o pedido ou
apresentar contestação.

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Parágrafo único. A sociedade não será citada se todos os seus sócios o forem, mas ficará sujeita aos efeitos da
decisão e à coisa julgada.
A alternativa C está incorreta. De acordo com o art. 506, da referida Lei, a coisa julgada material se
opera entre as partes entre as quais é dada, não podendo prejudicar terceiros, mas poderá beneficiá-
los.
Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros.
A alternativa D está incorreta. Veja o que prevê o art. 503, caput e §1º, do NCPC:
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal
expressamente decidida.
§ 1o O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e incidentemente no
processo, se:
I - dessa resolução depender o julgamento do mérito;
II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia;
III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal.
O §2º, porém, uma exceção a essa regra geral:
§ 2o A hipótese do § 1o não se aplica se no processo houver restrições probatórias ou limitações à cognição que
impeçam o aprofundamento da análise da questão prejudicial.

17. VUNESP/Prefeitura de São José dos Campos – SP/2017


Sobre os autos eletrônicos e seu desaparecimento, assinale a alternativa correta.
a) Se houver autos suplementares, a restauração será dispensável.
b) É possível a inclusão de parte não incluída no processo principal.
c) A restauração deverá ser promovida apenas pelas partes.
d) As provas não poderão ser repetidas na restauração.
e) A restauração será decidida por despacho interlocutório de mérito.

Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, conforme estabelece o parágrafo único, do
art. 712, do NCPC:
Parágrafo único. Havendo autos suplementares, nesses prosseguirá o processo.
A alternativa B está incorreta. Apenas as partes do processo em que os autos se perderam poderão
integrar o polo ativo e passivo do procedimento de restauração dos autos, com exceção do juiz e do
MP.
A alternativa C está incorreta. A restauração deverá ser promovida pelo juiz, de ofício, por qualquer
das partes ou pelo MP, nos termos do art. 712, da Lei nº 13.105/15:
Art. 712. Verificado o desaparecimento dos autos, eletrônicos ou não, pode o juiz, de ofício, qualquer das partes
ou o Ministério Público, se for o caso, promover-lhes a restauração.

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A alternativa D está incorreta. De acordo com o art. 715, caput, da referida Lei, as provas poderão,
sim, ser repetidas, na restauração.
Art. 715. Se a perda dos autos tiver ocorrido depois da produção das provas em audiência, o juiz, se necessário,
mandará repeti-las.
A alternativa E está incorreta. A restauração será por meio de sentença de natureza constitutiva,
que ocorre dentro do próprio procedimento especial.

18. VUNESP/MP-SP/2018
Acerca da ação monitória, assinale a alternativa correta.
(A) Sendo ré a Fazenda Pública, não apresentados embargos à ação monitória, a constituição
do mandado monitório não enseja reexame necessário.
(B) Não se admite a reconvenção nos embargos monitórios.
(C) A ação monitória não admite citação por edital.
(D) Não se admite como prova escrita, para fins de adoção do procedimento monitório, a prova
oral documentada, produzida por meio de produção antecipada de prova.
(E) O juiz condenará o réu que de má-fé opuser embargos à ação monitória ao pagamento de
multa de até dez por cento sobre o valor atribuído à causa, em favor do autor.
Comentários
A questão cobra do candidato conhecimentos sobre a ação monitória. Vejamos:
A alternativa A está incorreta. Segundo o art. 701, § 4º, do CPC, a não apresentação dos embargos
dá, sim, ensejo à aplicação do disposto no art. 496, do CPC, ou seja, enseja o reexame necessário
(sujeição ao duplo grau de jurisdição obrigatório). Veja:
Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento, de entrega
de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias
para o cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco por cento do valor atribuído à causa.
(...)
§ 4o Sendo a ré Fazenda Pública, NÃO apresentados os embargos previstos no art. 702, aplicar-se-á o disposto
no art. 496, observando-se, a seguir, no que couber, o Título II do Livro I da Parte Especial.
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo
tribunal, a sentença (...)
A alternativa B está incorreta, também. A reconvenção é admitida, sim (art. 702, § 6º), não sendo,
contudo, admitida a reconvenção da reconvenção.
A alternativa C também está incorreta. Na ação monitória, admite-se citação por qualquer dos meios
permitidos para o procedimento comum (art. 700, § 7º), o que inclui a citação por edital.
A alternativa D também está incorreta. Segundo o art. 700, § 1º, “[a] prova escrita pode consistir
em prova oral documentada, produzida antecipadamente nos termos do art. 381”, sendo o art. 381,
do CPC, justamente, aquele que trata da produção antecipada da prova.

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E a alternativa E, por fim, está correta, sendo o gabarito da questão. Como aponta o art. 702, § 11,
“[o] juiz condenará o réu que de má-fé opuser embargos à ação monitória ao pagamento de multa
de até dez por cento sobre o valor atribuído à causa, em favor do autor”.

FGV

19. FGV/Câmara de Salvador – BA/2018


Proposta ação de consignação em pagamento, o réu arguiu, como única defesa, a insuficiência
do depósito, alegando que o autor o efetivou em quantia menor do que a realmente devida. O
devedor, intimado dos termos da resposta, complementou o depósito no prazo legal, na forma
pretendida pelo réu.
Sabendo-se que a mora não gerou a resolução do negócio jurídico, e que o pagamento integral
produziu a eficácia liberatória do autor, deverá o juiz:
a) extinguir o processo, sem resolução do mérito, por perda superveniente do interesse
processual;
b) resolver o mérito, acolhendo o pedido consignatório e condenando o autor nos encargos da
sucumbência;
c) resolver o mérito, acolhendo o pedido consignatório e condenando o réu nos encargos da
sucumbência;
d) resolver o mérito, no sentido da improcedência do pedido, condenando o autor nos
encargos da sucumbência;
e) resolver o mérito, no sentido da improcedência do pedido, condenando o réu nos encargos
da sucumbência.

Comentários
Embora o autor tenha entrado com a ação de consignação, o depósito foi insuficiente, fato este que
foi alegado pelo réu na contestação. Ao complementar o depósito inicial, o autor confessa que o réu
tinha razão em não receber o pagamento conforme originariamente ofertado, de forma que, apesar
do acolhimento do seu pedido, o autor será condenado ao pagamento das verbas da sucumbência.
Vejamos o que dispõe o art. 546, do NCPC:
Art. 546. Julgado procedente o pedido, o juiz declarará extinta a obrigação e condenará o réu ao pagamento de
custas e honorários advocatícios.
Parágrafo único. Proceder-se-á do mesmo modo se o credor receber e der quitação.
Portanto, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

20. FGV/DPE-RO/2015
No que concerne aos interditos possessórios, é INCORRETO afirmar que:
a) o ajuizamento de uma ação possessória, em vez de outra que seria realmente a cabível, não
configura óbice à resolução do meritum causae;

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b) ao pleito de tutela possessória pode ser cumulado o de ressarcimento dos danos sofridos
em razão do esbulho perpetrado;
c) em se tratando de ação possessória de força nova, o seu autor pode requerer a concessão
de medida liminar, a qual assume a natureza de tutela antecipatória de mérito; a ação deve ser
proposta no foro de situação do imóvel objeto da lide, sob pena de gerar o vício de
incompetência absoluta;
d) a ação deve ser proposta no foro de situação do imóvel objeto da lide, sob pena de gerar o
vício de incompetência absoluta;
e) o réu, caso entenda ter tido a sua posse turbada ou esbulhada pelo autor, pode pleitear a
tutela possessória em seu favor no mesmo processo, desde que se valha da reconvenção.

Comentários
A alternativa A está correta. Com base no art. 554, da Lei nº 13.105/15, há fungibilidade entre as
ações possessórias.
Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e
outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados.
A alternativa B está correta, pois se refere ao art. 555, I, do NCPC.
Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de:
I - condenação em perdas e danos;
A alternativa C está correta. Vejamos o art. 562, da referida Lei:
Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do
mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique
previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada.
A alternativa D está correta, conforme prevê o §2º, do art. 47, da Lei nº 13.105/15.
§ 2o A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem COMPETÊNCIA
ABSOLUTA.
A alternativa E está incorreta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 556, do NCPC, é lícito
ao réu demandar a proteção possessória na contestação, e não na reconvenção.
Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção
possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor.

9 - DESTAQUES DA LEGISLAÇÃO E JURISPRUDÊNCIA CORRELATA


 art. 539, caput, do NCPC: obrigações consignáveis.
Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a
consignação da quantia ou da coisa devida.
 art. 539, §§, do NCPC: consignação extrajudicial

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§ 1o Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o valor ser depositado em estabelecimento bancário, oficial
onde houver, situado no lugar do pagamento, cientificando-se o credor por carta com aviso de recebimento,
assinado o PRAZO DE 10 (DEZ) DIAS para a manifestação de recusa.
§ 2o Decorrido o prazo do § 1o, contado do retorno do aviso de recebimento, sem a manifestação de recusa,
considerar-se-á o devedor liberado da obrigação, ficando à disposição do credor a quantia depositada.
§ 3o Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento bancário, poderá ser proposta, dentro de
1 (UM) MÊS, a ação de consignação, instruindo-se a inicial com a prova do depósito e da recusa.
§ 4o NÃO proposta a ação no prazo do § 3o, ficará sem efeito o depósito, podendo levantá-lo o depositante.
 art. 541, do NCPC: consignação em prestações sucessivas
Art. 541. Tratando-se de prestações sucessivas, consignada uma delas, pode o devedor continuar a depositar,
no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem vencendo, DESDE QUE o faça em ATÉ 5 (CINCO)
DIAS contados da data do respectivo vencimento.
 art. 544, do NCPC: matérias que podem ser arguidas na contestação
Art. 544. Na contestação, o réu poderá alegar que:
I - NÃO houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida;
II - foi justa a recusa;
III - o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento;
IV - o depósito não é integral.
Parágrafo único. No caso do inciso IV, a alegação somente será admissível se o réu indicar o montante que
entende devido.
 arts. 547 e 548, ambos do NCPC: consignação incognitio
Art. 547. Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o pagamento, o autor requererá o
depósito e a citação dos possíveis titulares do crédito para provarem o seu direito.
Art. 548. No caso do art. 547:
I - NÃO comparecendo pretendente algum, converter-se-á o depósito em arrecadação de coisas vagas;
II - comparecendo apenas um, o juiz decidirá de plano;
III - comparecendo mais de um, o juiz declarará efetuado o depósito e extinta a obrigação, continuando o
processo a correr unicamente entre os presuntivos credores, observado o procedimento comum.
 art. 550, do NCCP: ação de exigir contas.
Art. 550. Aquele que afirmar ser titular do direito de exigir contas requererá a citação do réu para que as preste
ou ofereça contestação no PRAZO DE 15 (QUINZE) DIAS.
§ 1o Na petição inicial, o autor especificará, detalhadamente, as razões pelas quais exige as contas, instruindo-
a com documentos comprobatórios dessa necessidade, se existirem.
§ 2o Prestadas as contas, o autor terá 15 (QUINZE) DIAS para se manifestar, prosseguindo-se o processo na
forma do Capítulo X do Título I deste Livro [procedimento comum].
§ 3o A impugnação das contas apresentadas pelo réu deverá ser fundamentada e específica, com referência
expressa ao lançamento questionado.
§ 4o Se o réu NÃO contestar o pedido, observar-se-á o disposto no art. 355 [designação da audiência de
conciliação e de mediação].

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§ 5o A decisão que julgar procedente o pedido condenará o réu a prestar as contas no prazo de 15 (QUINZE)
DIAS, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as que o autor apresentar.
§ 6o Se o réu apresentar as contas no prazo previsto no § 5o, seguir-se-á o procedimento do § 2o, caso contrário,
o autor apresentá-las-á no prazo de 15 (quinze) dias, podendo o juiz determinar a realização de exame pericial,
se necessário.
 art. 554, §§, do NCPC: citação nas ações possessórias coletivas
§ 1o No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas, serão feitas a
citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais,
determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em situação de hipossuficiência
econômica, da Defensoria Pública.
§ 2o Para fim da citação pessoal prevista no § 1o, o oficial de justiça procurará os ocupantes no local POR UMA
VEZ, citando-se por edital os que não forem encontrados.
§ 3o O juiz deverá determinar que se dê ampla publicidade da existência da ação prevista no § 1o e dos respectivos
prazos processuais, podendo, para tanto, valer-se de anúncios em jornal ou rádio locais, da publicação de
cartazes na região do conflito e de outros meios.
 art. 555, do NCPC: cumulação de pedidos na ação possessória
Art. 555. É LÍCITO ao autor cumular ao pedido possessório o de:
I - condenação em perdas e danos;
II - indenização dos frutos.
Parágrafo único. Pode o autor requerer, ainda, imposição de medida necessária e adequada para:
I - evitar nova turbação ou esbulho;
II - cumprir-se a tutela provisória ou final.
 art. 557, do NCPC: vedação à ação de reconhecimento de domínio na pendência da ação
possessória
Art. 557. Na pendência de ação possessória é VEDADO, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de
reconhecimento do domínio, EXCETO se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa.
Parágrafo único. Não obsta à manutenção ou à reintegração de posse a alegação de propriedade ou de outro
direito sobre a coisa.
 art. 561, do NCPC: petição inicial da ação de manutenção ou reintegração de posse
Art. 561. Incumbe ao autor provar:
I - a sua posse;
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III - a data da turbação ou do esbulho;
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação de
reintegração.
 art. 562, do NCPC: concessão de tutela de evidência na ação possessória de forma nova
Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, O JUIZ DEFERIRÁ, SEM OUVIR O RÉU, A EXPEDIÇÃO
DO MANDADO LIMINAR DE MANUTENÇÃO OU DE REINTEGRAÇÃO, caso contrário, determinará que o autor
justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada.

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Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público NÃO será deferida a manutenção ou a
reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais.
 art. 562, do NCPC: procedimento da ação possessória coletiva
Art. 565. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na petição inicial
houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da medida liminar, deverá
designar audiência de mediação, a realizar-se em ATÉ 30 (TRINTA) DIAS, que observará o disposto nos §§ 2oe
4 o.
§ 1o Concedida a liminar, se essa não for executada no prazo de 1 (um) ano, a contar da data de distribuição,
caberá ao juiz designar audiência de mediação, nos termos dos §§ 2o a 4o deste artigo.
§ 2o O Ministério Público será intimado para comparecer à audiência, e a Defensoria Pública será intimada
sempre que houver parte beneficiária de gratuidade da justiça.
§ 3o O juiz poderá comparecer à área objeto do litígio quando sua presença se fizer necessária à efetivação da
tutela jurisdicional.
§ 4o Os órgãos responsáveis pela política agrária e pela política urbana da União, de Estado ou do Distrito Federal
e de Município onde se situe a área objeto do litígio poderão ser intimados para a audiência, a fim de se
manifestarem sobre seu interesse no processo e sobre a existência de possibilidade de solução para o conflito
possessório.
§ 5o Aplica-se o disposto neste artigo ao litígio sobre propriedade de imóvel.
 art. 567, do NCPC: interdito proibitório
Art. 567. O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado na posse poderá requerer ao
juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório em que se comine ao réu
determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito.
 art. 567, caput, do NCPC: conceito de embargos de terceiro
Art. 674. Quem, NÃO sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que
possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento
ou sua inibição por meio de embargos de terceiro.
 art. 567, §2º, do NCPC: conceito de terceiros
§ 2o Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos:
I - o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação, ressalvado o disposto
no art. 843 [alienação de bem indivisível sobre o qual o cônjuge ou companheiro tenha quota-parte];
II - o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da alienação realizada em
fraude à execução;
III - quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade jurídica, de cujo
incidente não fez parte;
IV - o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real de garantia, caso não
tenha sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios respectivos.
 art. 700, do NCPC: cabimento da ação monitória
Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em PROVA ESCRITA SEM
EFICÁCIA DE TÍTULO EXECUTIVO, ter direito de exigir do devedor capaz:
I - o pagamento de quantia em dinheiro;
II - a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel;

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III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.


 art. 712, do NCPC: conceito de restauração de autos.
Art. 712. Verificado o desaparecimento dos autos, eletrônicos ou não, pode o juiz, de ofício, qualquer das partes
ou o Ministério Público, se for o caso, promover-lhes a restauração.
Parágrafo único. Havendo autos suplementares, nesses prosseguirá o processo.
 Súmula STF 237: a utilização da usucapião como matéria de defesa em ações possessórias.
Súmula STF 237
O usucapião pode ser arguido em defesa.

10 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final de mais uma aula.
Qualquer dúvida, estou à disposição no fórum do curso.
Ricardo Torques
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