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HEMANUELA DE SA DINIZ | 99984092003 | manudiniz.09@gmail.com | CPF: 018.442.

323-60

CURSO MEGE

Site para cadastro: www.mege.com.br


Celular/Whatsapp: (99) 982622200 (Tim)
Turma: Pré-edital AGU (AU, PF e PFN)
Material: Rodada 4 - Direito Processual Civil

1
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Rodada 4
CPF: 018.442.323-60

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
HEMANUELA DE SA DINIZ | 99984092003 | manudiniz.09@gmail.com | CPF: 018.442.323-60

SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................... 3

PERGUNTAS CENTRAIS (“pré-teste”): ......................................................................................... 4

O juiz: poderes, deveres e responsabilidades. Do Ministério Público e dos auxiliares da


justiça. Sujeitos do processo: das partes e dos procuradores. O litisconsórcio; capacidade de
ser parte e estar em juízo. Legitimação ordinária e extraordinária. A substituição processual.
Intervenção de terceiros; oposição; nomeação à autoria; denunciação da lide; chamamento
ao processo; da assistência. Formação suspensão e extinção do processo. ......................... 5

DOUTRINA .................................................................................................................................. 5

LEGISLAÇÃO E ENUNCIADOS DE SÚMULA ................................................................................ 54

JURISPRUDÊNCIA ...................................................................................................................... 62

QUESTÕES COMENTADAS ........................................................................................................ 63

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APRESENTAÇÃO
Prezado aluno, nesta rodada cuidaremos de temas caros em provas de processo civil
de procuradorias organizadas pelo Cebraspe/Cespe. Uma boa forma de estudá-los é através
do presente material aliado a leitura dos dispositivos pertinentes do Código de Ritos (CPC).

Como de estilo, vamos trabalhar com algumas questões da banca Cebraspe/Cespe,


seja de procuradoria e/ou até mesmo de outros concursos, como de magistratura, ministério
público etc., sempre com o foco na sua melhor preparação.

Abraços e bons estudos.

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PERGUNTAS CENTRAIS (“PRÉ -TESTE ”):


Antes de começar a estudar o conteúdo deste ponto, leia atenta e repetidamente as
5 (cinco) informações centrais deste assunto, apresentadas em sede de perguntas, com o
objetivo de potencializar o seu foco; assim, com esses “pré-testes”, a sua atenção será
intensificada para o que você – impreterivelmente – tem que aprender e memorizar deste
ponto.

Ao final do estudo, sugerimos que cada #megeano elabore ao menos 1 (um) mapa
mental, esquematizando cada uma das perguntas com as suas respectivas respostas,
podendo, ainda, acrescentar ramificações dessa pergunta.

Com isso, busca-se favorecer a sua atenção plena e a consequente memorização.

Mas, lembre-se: o objetivo do “pré-teste” não é saber ou acertar, previamente, o


conteúdo das perguntas, mas sim direcionar a sua atenção para o que realmente importa.

Além disso, cumpre esclarecer que tais PERGUNTAS CENTRAIS se traduzem em mais
uma eficiente ferramenta/técnica de estudo, que deve ser incluída em sua preparação, não
substituindo nenhuma outra técnica, tais como a resolução de questões de provas anteriores
ou simulados; além de tudo, favorece as suas revisões periódicas.

Eis, portanto, o nosso “pré-teste”:

PERGUNTA 1: Quais as características da denunciação a lide? 4


PERGUNTA 2: O que se entende por intervenção anômala da Fazenda Pública?

PERGUNTA 3: Qual a função do Amicus Curiae”?

PERGUNTA 4: Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que


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versarem sobre exclusão de litisconsorte?

PERGUNTA 5: Os Ministérios Públicos dos Estados podem atuar, diretamente, na


condição de partes, perante os Tribunais Superiores? E o Ministério Público do Trabalho?

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL (conteúdo atualizado em 7-12-2021)

O juiz: poderes, deveres e responsabilidades. Do Ministério Público e dos


auxiliares da justiça. Sujeitos do processo: das partes e dos procuradores. O
litisconsórcio; capacidade de ser parte e estar em juízo. Legitimação ordinária
e extraordinária. A substituição processual. Intervenção de terceiros; oposição;
nomeação à autoria; denunciação da lide; chamamento ao processo; da
assistência. Formação suspensão e extinção do processo.

DOUTRINA

O JUIZ: PODERES, DEVERES E RESPONSABILIDADES. Do impedimento do juiz

O novo Código de Processo Civil (CPC/15), com o objetivo - dentre outros - de


consagrar a eficácia de um processo colaborativo, tratou dos poderes de direção ao juiz,
deveres e responsabilidades.

Em seus artigos 139-143, o CPC nos remete a uma série de poderes, deveres e
reponsabilidade do magistrado. Cuida-se da consagração de uma série de princípios, de forma
que, para otimizar o estudo do aluno, recomendemos a reiterada leitura dos referidos
dispositivos legais.

O CPC, art. 139, enumera os poderes e deveres do juiz no processo. Compete-lhe a


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condução do processo, respeitadas as determinações constitucionais e legais, para que se
assegure um resultado rápido e eficiente. Para tanto, deve impulsioná-lo, até que se chegue
ao resultado final.

O primeiro dos deveres do juiz é assegurar às partes igualdade de tratamento. O


princípio da isonomia tem estatura
CPF:constitucional
018.442.323-60e deve ser observado. A isonomia deve ser
substancial, não apenas formal. Isso exige do juiz um tratamento igualitário entre as partes, o
que inclui a obrigação de compensar eventuais desigualdades porventura existentes.

Também é dever do juiz velar pela duração razoável do processo. É ainda sua
obrigação prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça. O CPC, a
propósito, contém diversas normas que atribuem ao juiz poderes de repressão de atos
desleais das partes.

Pela importância, destacamos o juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna
ou obscuridade do ordenamento jurídico, só decidindo por equidade nos casos previstos em
lei (princípio da indeclinabilidade da jurisdição).

Depreende-se do art. 139, IV, que a lei muniu o juiz de poderes para valer-se não
apenas das medidas executivas típicas, expressamente previstas em lei, mas também de
quaisquer outras, que se mostrem efetivas, para alcançar o resultado pretendido.

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A esse poder deve contrapor-se a necessidade de observar o princípio da


proporcionalidade e da razoabilidade. Além disso, a medida deve guardar relação com o
objeto pretendido, mantendo com ele algum tipo de correlação.

Está entre os poderes do juiz, ainda, o de dilatar os prazos processuais e alterar a


ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo
a conferir maior efetividade à tutela do direito. A dilação só pode ser determinada antes do
encerramento do prazo regular.

O art. 190 do CPC autoriza as partes, nos processos em que se admite


autocomposição, a estabelecer mudanças no procedimento, para ajustá-lo às especificidades
da causa, e a convencionar sobre seu ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes
ou durante o processo.

O juiz exerce o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além
da segurança interna dos fóruns e tribunais: cumpre ao juiz velar para que os trabalhos
judiciários se realizem de maneira segura, tomando as providências necessárias para tanto.

Do impedimento e suspeição do juiz

O juiz, ao desempenhar a sua função jurisdicional, deve atuar de modo imparcial e


neutro, de acordo com o que fora determinado no texto constitucional e infraconstitucional,
não podendo, assim, deixar suas concepções e interesses pessoais intervirem em sua decisão.

Dessa forma, para garantir uma prestação jurisdicional justa, o NCPC traz o que se 6
entende por impedimento e por suspeição do magistrado, que nada mais são que situações
nas quais a imparcialidade do juiz estará (impedimento) ou poderá estar (suspeição) viciada
em razão de alguma situação especifica relacionada às pessoas envolvidas no processo. Assim,
vamos iniciar nosso estudo sobre as hipóteses de impedimento do juiz.

Pois bem; é preciso saber que as causas de impedimento podem ser detectadas
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objetivamente, ou seja, basta a observância de uma dessas hipóteses que já estará
configurado o impedimento. As hipóteses de impedimento do magistrado estão previstas no
art. 144 do NCPC.

ATENÇÃO

NÃO há impedimento se a atuação anterior do magistrado se deu em procedimento


administrativo (RMS 35.299/PE).

“Decisão que não aprecia o mérito não gera impedimento por parentesco entre
magistrados.

Ex.: em uma ação que tramitava na 1ª instância, o juiz proferiu decisão interlocutória e,
contra ela, o autor interpôs agravo de instrumento. No Tribunal, a relatora deste agravo foi
a Des. Maria. O agravo foi extinto sem julgamento do mérito por um “vício” processual
neste recurso. Passado mais algum tempo, o juiz sentenciou o processo. Contra a sentença,
o autor interpôs apelação e foi sorteado como relator do recurso no Tribunal o Des. João.

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João é marido de Maria. Mesmo assim ele não está impedido de julgar porque sua esposa
não apreciou o mérito da causa no julgamento anterior.

STJ. 3ª Turma. REsp 1673327-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 12/9/2017 (Info
611)”. (Fonte: CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Decisão que não aprecia o mérito não
gera impedimento por parentesco entre magistrados. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/3a2a9aef4cbed8124
4820a091667c0bd>. Acesso em: 03/07/2021). (Negrito nosso).

O art. 145, por sua vez, estabelece que haverá a suspeição do juiz quando: a) ele for
amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou seus advogados; b) alguma das partes for
credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha
reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive; c) receber presentes de pessoas com interesse
na causa antes ou depois de iniciado o processo, aconselhar alguma das partes acerca do
objeto da causa ou subministrar meios para atender às despesas do litígio; d) ele for
interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes; e) houver razões de foro
íntimo.

Em todas há um aspecto comum: a possibilidade de que o juiz venha a ter interesse


no desfecho do litígio. Por isso que, de uma certa maneira, a hipótese aberta da letra “d”
abrange todas as demais. 7
ATENÇÃO

“A falha procedimental consubstanciada na publicação antecipada de resultado de


julgamento que havia sido adiado não gera suspeição do relator. Essa falha não se
enquadra em nenhuma das CPF: 018.442.323-60
hipóteses taxativas de suspeição previstas no art. 145 do CPC.
As hipóteses taxativas de cabimento da exceção devem ser interpretadas de forma
restritiva, sob pena de comprometimento da independência funcional assegurada ao
magistrado no desempenho de suas funções. STJ. 2ª Seção. AgInt na ExSusp 198-PE, Rel.
Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 17/03/2020 (Info 668).”

Suspeição por motivo superveniente não anula atos processuais anteriores

A declaração pelo magistrado ("autodeclaração") de suspeição por motivo superveniente


não tem efeitos retroativos, não importando em nulidade dos atos processuais praticados
em momento anterior ao fato ensejador da suspeição.

STJ. 1ª Seção. PET no REsp 1339313-RJ, Rel. Min. Sérgio Kukina, Rel. para acórdão Min.
Assusete Magalhães, julgado em 13/4/2016 (Info 587). (Fonte: Dizer o Direito). (Negrito
nosso).

Obs. 1: Insta salientar ainda que o Superior Tribunal de Justiça ao analisar a questão do
impedimento e suspeição assentou que o Magistrado deverá observar a ética judicial,

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independência, integridade, imparcialidade na conduta processual, aplicando, assim, a


Declaração de Bangalore, a qual foi extraída da Organização das Nações Unidas, por meio do
Grupo da Integridade Judicial, que aprovou, em 2002, os chamados “Princípios de Conduta
Judicial de Bangalore”, entalhando regras fulcrais de comportamento pessoal e profissional
para juízes, com fundamento em diversos códigos e estatutos sobre o tema, para prescrever,
em suma, que o magistrado deve considerar-se não habilitado a decidir quando transparecer
a um observador sensato não ter a necessária imparcialidade, senão veja-se: “...7. Segundo a
Declaração de Bangalore, "a confiança do público no sistema judicial, na autoridade moral e
na integridade do Judiciário é de suma importância em uma sociedade democrática moderna"
e que é "essencial que juízes, individual e coletivamente ... esforcem-se em realçar e manter
a confiança no sistema judicial" (Preâmbulo, grifo acrescentado). Prevê, ademais, que "um juiz
não só deverá ser isento de conexões inapropriadas ..., mas deve também parecer livre delas,
para um observador sensato" (Princípio 1.3, grifo adicionado). E arremata, no ponto que
interessa às questões aqui debatidas: "Um juiz deve considerar-se suspeito ou impedido de
participar em qualquer caso em que não é habilitado a decidir o problema imparcialmente
ou naqueles em que pode parecer a um observador sensato como não-habilitado a decidir
imparcialmente" (Princípio 2.5, grifo adicionado). ...9. Assim, inevitável que esse mosaico de
valores, princípios, responsabilidades e expectativas - partilhado pela comunidade das nações
democráticas e, em decorrência, matéria-prima do arcabouço deontológico da magistratura
ideal - informe a interpretação que se venha a conferir aos arts. 144 e 145 do novo CPC. Por
esse enfoque, o standard aplicável deixaria de ser de autoavaliação subjetiva do juiz e
assumiria conformação de aparência exterior objetiva, isto é, aquela que toma por base a
"confiança do público" ou de um "observador sensato". Em outras palavras, a aferição de
impedimento e suspeição, a partir do texto da lei, haveria de levar em conta, além do
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realmente ser, o parecer ser aos olhos e impressões da coletividade de jurisdicionados. Em
suma, não se cuidaria de juízo de realidade interna (ótica individual do juiz), mas, sim, de
juízo de aparência externa de realidade (ótica da coletividade de jurisdicionados). ... (REsp
1720390/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/06/2018,
DJe 12/03/2019). O precedente que, aparentemente primeiro aplicou o entendimento no
Princípio de Bangalore foi o RMS
CPF: 38.309/SP, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA
018.442.323-60
TURMA, julgado em 07/11/2017, DJe 17/11/2017. (Negrito e grifos nosso).

Em caso de arguição de impedimento e suspeição, pode o próprio juiz


espontaneamente afastar-se. Se não o fizer, porém, deve remeter a questão à apreciação de
órgão jurisdicional superior.

a) Se o juiz se reconhecer impedido ou suspeito - ele ordenará imediatamente a


remessa dos autos a seu substituto legal.

b) Se o juiz NÃO se reconhecer impedido ou suspeito – ele deverá, no prazo de 15


dias, apresentar suas contrarrazões, determinando a remessa dos autos ao tribunal.

O tribunal decidirá acerca da existência ou não da suspeição ou do impedimento.

a) Se o Tribunal reconhecer a suspeição ou o impedimento – O Tribunal deverá


determinar a partir de que momento o magistrado era impedido ou suspeito, de forma que
os atos praticados após essa data serão considerados NULOS. Se a suspeição/ impedimento
do magistrado é manifesta, o Tribunal poderá, ainda, condenar o juiz em custas.

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b) Se o Tribunal NÃO reconhecer a suspeição ou o impedimento – Verificando que


a alegação de impedimento ou de suspeição é improcedente, o tribunal rejeitá-la-á.

Da suspensão do processo

De acordo com o art. 313, III, do NCPC, suspende-se o processo pela arguição de
impedimento ou suspeição.

Art. 313. Suspende-se o processo:

III - pela arguição de impedimento ou de suspeição;

Do Ministério Público

a) Função institucional – Segundo o art. 127 da CF-88, o Ministério Público é


instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa
da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
Regra que foi repetida pelo art. 176 do NCPC.

b) Fiscal da Ordem Jurídica – Art. 178 – O Ministério Público será intimado para, no
prazo de 30 dias, atuar como FISCAL DA ORDEM JURÍDICA. Vê-se, portanto, que o NCPC não
adotou a terminologia “fiscal da lei”, adotada pelo CPC de 1973.

É nulo o processo quando o membro do Ministério Público não for intimado a


acompanhar o feito em que deva intervir, mas tal nulidade só pode ser decretada após a 9
intimação do Ministério Público, que se manifestará sobre a existência ou a inexistência de
prejuízo.

Uma informação importante que o aluno deve lembrar em relação ao MP é de que:


este gozará de prazo em dobro em todas as suas manifestações nos autos (NÃO se fala mais
em prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer, como no CPC de 1973!),
CPF:
salvo em caso de prazo próprio, e que018.442.323-60
a sua intimação é pessoal.

Auxiliares da justiça

Os auxiliares da justiça colaboram com o juiz, dando-lhe apoio complementar para o


desenvolvimento de suas atividades. A posição central do juízo é ocupada pelo juiz, mas ele
sozinho não conseguiria dar conta de todo o trabalho a ser realizado. É preciso que seja
auxiliado por agentes do Estado, que atuam sob sua ordem e comando.

De forma genérica, podem ser denominadas auxiliares da justiça todas as pessoas


que colaboram com a função judiciária (que não se confunde com a jurisdicional, exercida em
caráter de exclusividade pelo magistrado), seja em caráter permanente, como os funcionários
do Judiciário, seja em caráter eventual, como os peritos, o depositário e o intérprete.

O CPC, art. 149, faz uma enumeração daqueles que devem ser considerados
auxiliares do juízo: o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário,
o administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o
distribuidor, o contabilista e o regular de avarias.

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Das partes e seus procuradores

Como cediço, todas as pessoas, físicas e jurídicas, e até alguns entes


despersonalizados, têm capacidade de ser parte. No entanto, nem toda pessoa possui
capacidade processual. De acordo com o art. 70 do CPC, somente aquelas que se acham no
exercício dos seus direitos têm capacidade para estar em juízo.

Os incapazes, para irem a juízo, terão que integrar suas capacidades pelos
mecanismos da representação e da assistência, que, no processo, far-se-ão pelos mesmos
meios que no direito civil: os incapazes serão representados ou assistidos por seus pais,
tutores ou curadores.

Existem alguns entes despersonalizados a quem se atribui capacidade de ser parte:


massa falida; espólio; herança jacente e vacante; condomínio; nascituro; pessoa jurídica
estrangeira etc.

ATENÇÃO! Incumbe ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, examinar se estão regulares


a capacidade processual e a representação dos que figuram no processo.

O CPC, art. 77, enumera, em seus incisos, obrigações a serem observadas, que
transcendem hoje as partes e procuradores, para abarcar um universo maior de pessoas, que
incluem todos aqueles que, de qualquer forma, participem do processo: também estão
sujeitos a elas os intervenientes, o Ministério Público, os funcionários do Judiciário, os peritos
e assistentes técnicos, as testemunhas e até outras pessoas que, embora não participem de
forma direta do processo, são responsáveis pelo cumprimento das decisões judiciais.
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Dos procuradores

Para postular em juízo é preciso possuir capacidade postulatória. Quem a tem, em


regra, são os advogados e o Ministério Público. Se a parte tiver habilitação legal para advogar,
poderá fazê-lo em nome próprio.
CPF:Do contrário, deverá outorgar procuração a um advogado.
018.442.323-60
A sucessão das partes, regulada nos arts. 108 a 112 do CPC, não se confunde com o
fenômeno da substituição processual. Esta ocorre nas hipóteses de legitimação extraordinária,
em que a lei autoriza que alguém vá a juízo, em nome próprio, postular ou defender direito
alheio.

Da advocacia pública

Breves considerações:

Representação Judicial – Incumbe à Advocacia Pública defender e promover os


interesses públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, por meio da
representação judicial, em todos os âmbitos federativos, das pessoas jurídicas de direito
público que integram a administração direta e indireta.

Art. 182. Incumbe à Advocacia Pública, na forma da lei, defender e


promover os interesses públicos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, por meio da representação judicial, em

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todos os âmbitos federativos, das pessoas jurídicas de direito público


que integram a administração direta e indireta.

Prazo em dobro – A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas


respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em DOBRO para todas
as suas manifestações processuais, salvo em caso de prazo próprio. Encontra-se, portanto,
SUPERADA a regra do CPC de 1973 que previa prazo em quádruplo para contestar e em dobro
para recorrer.

Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas


respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo
em DOBRO para todas as suas manifestações processuais, cuja
contagem terá início a partir da intimação PESSOAL.

§ 2º - NÃO se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei


estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente público.

Intimação Pessoal – A intimação dos advogados públicos sempre será pessoal, o que
poderá ser feito por meio de carga, remessa ou meio eletrônico.

Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas


respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo
em DOBRO para todas as suas manifestações processuais, cuja
contagem terá início a partir da intimação PESSOAL.
11
§ 1º - A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio
eletrônico.

Responsabilização pessoal do advogado público - O membro da Advocacia Pública


será civil e regressivamente responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício de suas
funções:
CPF: 018.442.323-60
Art. 184. O membro da Advocacia Pública será civil e regressivamente
responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício de suas
funções

DO LITISCONSÓRCIO
Se denomina litisconsórcio a situação em que duas ou mais pessoas litigam, no
mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente (art. 113 do NCPC). É hipótese,
portanto, de cúmulo subjetivo (de partes) no processo. Aceita-se uma ampliação subjetiva da
relação processual por meio do ingresso de pessoas no feito sob a condição de terceiros
quando demonstrarem interesse jurídico.

O litisconsórcio encontra-se regulado nos arts. 113 a 118 do CPC/2015, sendo


instituto de grande importância na medida em que promove a economia processual, evitando
que cada parte ingresse em juízo com uma demanda individual, bem como a segurança
jurídica, possibilitando a prolação de uma decisão uniforme para todos os integrantes da
demanda.

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Admite-se o litisconsórcio em qualquer processo ou procedimento, inclusive nas


causas da competência dos juizados especiais (art. 10 da Lei 9.099/95).

Modalidades

a) Ativo (autores), Passivo (réus) e Bilateral (autores e réus) - Leva em conta o polo
onde estão localizados os litisconsortes.

b) Inicial (original) ou Posterior (ulterior) - Leva em conta o momento em que ocorre


o litisconsórcio. O inicial já existe na instauração (inicial) do processo. O posterior surge no
curso do processo.

c) Anômalo (anormal) - Ocorre quando as partes figurantes no mesmo polo da


relação processual atuam ou atuaram como adversários no mesmo ou em outro processo.
Exemplo: A move ação reivindicatória de imóvel em face de B. No curso dessa ação, C ajuíza
uma oposição contra A e B.

d) Unitário e Simples:

Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da


relação jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para
todos os litisconsortes.

O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica (incindível),


o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes. 12
Para a formação do litisconsórcio unitário, é necessária a presença de dois requisitos
cumulativos:

a) a existência de uma única relação jurídica;

b) queCPF: 018.442.323-60
esta relação jurídica seja indivisível.

O litisconsórcio simples, por sua vez, é aquele que decorre de uma relação jurídica
cindível. Logo, podem existir decisões diferentes para cada litisconsorte.

e) Facultativo e Necessário:

O litisconsórcio facultativo (previsto no art. 113 do NCPC), por sua vez, é aquele que
pode ocorrer de acordo com a vontade das várias partes. A ideia de litisconsórcio facultativo
se faz por exclusão, de maneira que será facultativo quando não for necessário.

O litisconsórcio necessário é aquele em que é obrigatória a participação de todos os


interessados no processo por imposição legal ou pela natureza da relação jurídica.

Conforme exposto, o litisconsórcio necessário pode ocorrer por vontade da lei ou


pela unitariedade da relação jurídica envolvida.

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Com relação à unitariedade da relação jurídica envolvida, pode-se afirmar, então, que,
EM REGRA, o litisconsórcio unitário (uma única relação jurídica indivisível) será necessário,
nos termos do artigo 114 do NCPC.

A ideia é que, se diversas pessoas serão atingidas pelos efeitos da decisão que se
espraiarão sobre a mesma relação jurídica indivisível, estas devem ser citadas/intimadas para
integrar algum dos polos da relação processual ou para, ao menos, terem ciência da existência
do processo.

ATENÇÃO - LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO UNITÁRIO

Pode existir litisconsórcio facultativo unitário, mas apenas no polo ativo. Isto é, mesmo que
a relação jurídica seja única e indivisível (litisconsórcio unitário), o litisconsórcio ativo será
facultativo, uma vez que não se pode obrigar ninguém a litigar em juízo. Exemplos de
litisconsórcios ativos facultativos unitários: a) ação reivindicatória de coisa comum proposta
por qualquer dos condôminos (art. 1.314 do Código Civil); b) ação proposta por um dos
herdeiros para haver de terceiros a universalidade da herança (art. 1.791 do Código Civil);
c) ação popular; etc.

O litisconsórcio necessário pode ser simples (não unitário), mas apenas nas hipóteses
em que a lei determina a citação/intimação de todos os interessados (por imposição legal).
13
Desta forma, pode ser que a lei determine a formação obrigatória do litisconsórcio,
sem que este litisconsórcio seja unitário (nos casos em que a relação jurídica em disputa não
é única ou, sendo, não é indivisível).

Exemplo de litisconsórcio necessário simples (comum/não unitário): ação de divisão


e demarcação proposta por um condômino, que deverá requerer a citação dos demais (art.
575 do NCPC). Nesta hipótese,CPF:
em que018.442.323-60
pese a necessariedade do litisconsórcio (por imposição
legal), a decisão do juiz poderá ser diferente para cada um dos condôminos.

ATENÇÃO!

Imprescindível trazer breves, mas salutares comentários do Professor Fredie Didier Jr., a
respeito do: a) litisconsórcio sucessivo; do litisconsórcio eventual; e c) do litisconsórcio
alternativo:

LITISCONSÓRCIO EVENTUAL - “Há a possibilidade de cumulação eventual de pedidos, de


modo que o segundo pedido somente possa ser examinado se o primeiro não for acolhido
(art. 326, caput, CPC) - trata-se de um dos casos de cumulação imprópria de pedidos, a ser
examinado no capítulo sobre a petição inicial e o pedido. Da cumulação eventual de pedidos
pode surgir um litisconsórcio facultativo. É possível cogitar a formulação de uma cumulação
de pedidos, em que cada pedido seja dirigido a uma pessoa, mas o segundo pedido somente
possa ser examinado se o primeiro não puder ser atendido (DIDIER JR., Fredie. Curso de

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
HEMANUELA DE SA DINIZ | 99984092003 | manudiniz.09@gmail.com | CPF: 018.442.323-60

direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e processo de
conhecimento / Fredie Didier Jr. – 20ª ed. - Salvador: Ed. Jus Podivm, 2018, p. 547)”.

LITISCONSÓRCIO SUCESSIVO - “Há a possibilidade de cumulação sucessiva de pedidos, de


modo que o segundo pedido somente possa ser acolhido se o primeiro também o for - trata-
se de um dos casos de cumulação própria de pedidos, a ser examinado no capítulo sobre a
petição inicial. A cumulação sucessiva de pedidos pode dar origem a um litisconsórcio em
que cada litisconsorte formule um pedido, mas o pedido de um somente possa ser acolhido
se o pedido do outro o for. Este é um exemplo de litisconsórcio facultativo surgido em razão
de uma cumulação de pedidos formulados por partes distintas, em que o pedido de uma
delas depende do acolhimento do pedido da outra. É o caso, por exemplo, do litisconsórcio
entre mãe e filho, no qual o segundo pleiteia a investigação de paternidade e a primeira, o
ressarcimento pelas despesas do parto. Ambos os pedidos podem ser acolhidos - por isso o
caso é de cumulação própria de pedidos. Mas o pedido da mãe somente pode ser acolhido
se o pedido do filho o for (DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução
ao direito processual civil, parte geral e processo de conhecimento / Fredie Didier Jr. – 20ª
ed. - Salvador: Ed. Jus Podivm, 2018, p. 546)”.

LITISCONSÓRCIO ALTERNATIVO - “Há a possibilidade de cumulação alternativa de pedidos,


de modo que se formulem vários pedidos para que apenas um deles, qualquer deles, seja
acolhido (art. 326, par. ún., CPC). O autor não expressa qualquer preferência entre os
pedidos formulados - trata-se de um dos casos de cumulação imprópria de pedidos, a ser
examinado no capítulo sobre a petição inicial e o pedido. Da cumulação alternativa de
pedidos pode surgir um litisconsórcio facultativo. É possível cogitar a formulação de uma 14
cumulação de pedidos, em que cada pedido seja dirigido a uma pessoa, mas somente um
deles possa ser atendido. (...) Um bom exemplo costuma acontecer na consignação em
pagamento: na dúvida, pode o autor dirigir-se a duas pessoas, por não saber a qual das duas
se acha juridicamente ligado (art. 547, CPC), requerendo o devedor o depósito e a citação
dos que disputam o crédito. Ao julgar a controvérsia entre os dois réus, decidirá o juiz qual
deles era o legitimado perante o autor. O litisconsórcio alternativo é facultativo simples
CPF: 018.442.323-60
(DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil,
parte geral e processo de conhecimento / Fredie Didier Jr. – 20ª ed. - Salvador: Ed. Jus
Podivm, 2018, p. 548)”.

Litisconsórcio necessário e eficácia da sentença (vício gerado pela ausência de litisconsórcio


necessário)

Como cediço, o litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela
natureza da relação jurídica controvertida (incindível), a eficácia da sentença depender da
citação de todos que devem ser litisconsortes, de forma que se questiona: o que ocorre se o
litisconsorte necessário não participar do processo?

O art. 115 do NCPC regulamentou a questão de forma mais abrangente do que o CPC
de 1973 (art. 47, parágrafo único).

Vê-se, pois, que, nos casos em que o litisconsórcio, além de ser necessário, for
também UNITÁRIO (inciso I), a sentença será NULA (inciso I).

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Quando se tratar de litisconsórcio necessário e SIMPLES (que são hipóteses


excepcionais), a sentença será considerada INEFICAZ para os que não foram citados,
preservando-se, com isto, os resultados (e a correspondente eficácia) obtidos pelos
litisconsortes.

O dispositivo (parágrafo único), evidentemente, tem como destinatário o magistrado


do processo em curso.

Litisconsórcio multitudinário e a limitação da quantidade de litisconsortes

O litisconsórcio multitudinário é aquele formado por uma quantidade considerável


de pessoas, de forma que o art. 113, § 1º e § 2º, do NCPC prevê a possibilidade de limitação
da quantidade de litisconsortes.

Cumpre ressaltar que a lei não indica o número de litisconsortes, deixando sua
determinação a cargo do juiz; aliás, conquanto seja recorrente na jurisprudência o número de
dez litisconsortes, encontram-se também julgados admitindo número maior.

ATENÇÃO! Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre
rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio, nos termos do artigo 1.015, VIII, do NCPC.

Obs.: Segundo o inciso VII do art. 1.015, do CPC/2015: “cabe agravo de instrumento contra as
decisões interlocutórias que versarem sobre exclusão de litisconsorte”.
Essa previsão abrange somente a decisão que exclui o litisconsorte.
Assim, cabe agravo de instrumento contra a decisão interlocutória que exclui o litisconsorte.
15
Por outro lado, não cabe agravo de instrumento contra a decisão que indefere o pedido de
exclusão de litisconsorte (decisão que mantém o litisconsorte).
STJ. 3ª Turma. REsp 1724453-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 19/03/2019 (Info 644).

Não cabimento de intepretação extensiva ou analogia no rol do art. 1.015


O STJ, no mesmo julgamentoCPF:
que definiu que o rol do art. 1.015 é de taxatividade mitigada,
018.442.323-60
também decidiu que não é possível o uso da interpretação extensiva e da analogia para
ampliar as hipóteses de cabimento do agravo de instrumento.

Cabe agravo de instrumento contra decisão interlocutória envolvendo LITISCONSORTE?


Juiz EXCLUIU o litisconsorte: SIM Juiz MANTEVE o litisconsorte: NÃO
cabe agravo de instrumento Não cabe agravo de instrumento
Há urgência em se definir essa questão Não há urgência em se definir essa questão
imediatamente. Isso porque se o Tribunal imediatamente. Isso porque mesmo que o
determinar o retorno, os atos processuais litisconsorte seja excluído mais para frente,
terão que ser repetidos com a participação não haverá prejuízo aos atos processuais
do litisconsorte. praticados.

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Há um risco de enorme prejuízo Não há risco de anulação da sentença por


endoprocessual com a anulação da sentença. esse motivo. O prejuízo, se houver, será
meramente econômico da parte que teve
que ficar no processo até o final.

CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Cabe agravo de instrumento contra decisão


interlocutória que exclui o litisconsorte; não cabe este recurso contra a decisão que mantém
o litisconsorte. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/93963474edfd08f1f
1e7244f663b4708>. Acesso em: 02/08/2021.

Impossibilidade do litisconsórcio ativo necessário

Apesar de existir um intenso debate doutrinário, o entendimento que prevalece é o


de que NÃO é possível um litisconsórcio ativo necessário, porque ninguém pode ser obrigado
a propor demanda contra a sua vontade, nem pode ser condicionado à vontade de outrem
para ajuizar uma ação (ou seja, não pode ser admitido que uma pessoa apenas possa ingressar
com uma demanda se outra pessoa também o quiser).

Princípio da autonomia

Art. 117 do NCPC. Os litisconsortes serão considerados, em suas


relações com a parte adversa, como litigantes distintos, exceto no
litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não 16
prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar.

Em suma: a regra é de que os prejuízos nunca se estenderão aos litisconsortes, mas


é sim possível haver comunicação de BENEFÍCIOS quando for litisconsórcio UNITÁRIO ou
quando a LEI assim determinar (exemplo: art. 345, I, 506 e 1.005 do NCPC).

Assim, o art. 117 abreCPF:


reserva018.442.323-60
expressa ao litisconsórcio unitário, caso no qual os atos
e as omissões de um litisconsorte não prejudicarão os outros, mas os podem beneficiar.

Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo e todos


devem ser intimados dos respectivos atos (art. 118 do NCPC).

Prerrogativas nos prazos

De acordo com o art. 229 do CPC, os litisconsortes poderão ter prazo em dobro em
suas manifestações, desde que atendidos alguns requisitos:

a) os litisconsortes devem ser assistidos por patronos diferentes;

b) os advogados dos litisconsortes devem ser de escritórios de


advocacia diferentes.

Isso ocorre porque, somente quando há a pluralidade de patronos e somente quando


eles forem de diferentes escritórios, é que haverá efetivamente dificuldade de acesso aos
autos, o que justificaria o prazo diferenciado.

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Frise-se que este prazo em dobro NÃO SE APLICA AOS PROCESSOS ELETRÔNICOS
(art. 229, § 2º, do NCPC), porque, nesse caso, NÃO HÁ A DIFICULDADE DE ACESSO aos autos
que justifique o referido prazo diferenciado.

ATENÇÃO!

a) O prazo em dobro aplica-se ao Ministério Público, à Advocacia Pública e à Defensoria


Pública, nos termos dos artigos 180, 183 e 186 do CPC, salvo quando a lei estabelecer, de
forma expressa, prazo próprio para estes entes.

b) O prazo em dobro aplica-se à impugnação ao cumprimento de sentença, conforme artigo


525, § 3º, do NCPC (art. 525, § 3º Aplica-se à impugnação o disposto no art. 229.).

c) NÃO SE aplica a contagem do prazo em dobro ao prazo para oferecimento dos embargos
à execução, conforme artigo 915, § 3º, do NCPC (art. 915, § 3º Em relação ao prazo para
oferecimento dos embargos à execução, não se aplica o disposto no art. 229.).

A despeito da previsão legal, a jurisprudência dos Tribunais Superiores firmou-se no


sentido de que “não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só um dos
litisconsortes haja sucumbido” (Súmula 641 do STF).
17
Fatos comuns e revelia

Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:

I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;

CPF: 018.442.323-60
Note que, se o litisconsorte que contestou e contesta um fato que é comum a um
outro litisconsorte que não contestou, o juiz irá julgar o fato da mesma forma, mesmo que se
trate de litisconsórcio simples.

Assim, “o simples fato de um dos litisconsortes ter apresentado contestação não é


suficiente para afastar os efeitos da revelia ao litisconsorte revel. É imprescindível que o
contestante impugne fato comum a ambos (STJ - AgRg no REsp 557418 / MG)”.

Recurso

Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos


aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses.

Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto


por um devedor aproveitará aos outros quando as defesas opostas ao
credor lhes forem comuns.

Pela leitura do dispositivo legal, observa-se que a interposição de recurso aproveita


aos litisconsortes unitários. Entretanto, quando se trata de solidariedade (que nem sempre

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implica a unitariedade do litisconsórcio), o recurso de um litisconsorte simples pode


aproveitar aos demais litisconsortes devedores solidários, desde que as defesas opostas ao
credor lhes sejam comuns.

DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
A intervenção de terceiro consiste na permissão legal para que um sujeito alheio à
relação jurídica processual originária ingresse em processo já em andamento, ampliando
subjetivamente a relação processual.

A intervenção de terceiros tem como propósito a economia processual (evitar a


repetição de atos processuais) e a harmonização dos julgados (evitar decisões contraditórias).

Mudanças do NCPC

Uma das mudanças promovidas pelo NCPC foi em relação à intervenção de terceiros,
pois a oposição deixou de ser intervenção e passou a ser procedimento especial (NCPC, art.
682 e seguintes). A nomeação à autoria foi excluída das espécies de intervenção de terceiro e
passou a ser mera correção do polo passivo da demanda (vide artigos 338 e 339 do NCPC).

Por outro lado, o NCPC incluiu como intervenção de terceiro a desconsideração da


personalidade jurídica e a figura do amicus curiae.

Portanto, as hipóteses de intervenção de terceiros previstas no NCPC são as seguintes:


18
a) Assistência (art. 119);

b) Denunciação da lide (art. 125);

c) Chamamento ao processo (art. 130);


CPF: 018.442.323-60
d) Desconsideração da personalidade jurídica (art. 133);

e) Amicus curiae (art. 138);

f) Recurso de terceiro prejudicado (art. 996).

Apesar da mudança supracitada promovida pelo NCPC, Daniel Amorim aduz que nem
todas as intervenções encontram sua justificação nessas modalidades típicas de intervenção
de terceiros, o que demonstra que o rol é meramente EXEMPLIFICATIVO.

Assim, previsões legais esparsas que permitem a intervenção de terceiros em


processos já em andamento e que não são tipificáveis em nenhumas das modalidades
supracitadas constituem as chamadas “intervenções de terceiros ATÍPICAS”.

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São espécies de intervenções de terceiros atípicas:

- Intervenção anômala da Fazenda Pública (art. 5º da lei nº 9.469/1997 – “Art. 5º A


União poderá intervir nas causas em que figurarem, como autoras ou rés, autarquias,
fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas federais.
Parágrafo único. As pessoas jurídicas de direito público poderão, nas causas cuja
decisão possa ter reflexos, ainda que indiretos, de natureza econômica, intervir,
independentemente da demonstração de interesse jurídico, para esclarecer questões
de fato e de direito, podendo juntar documentos e memoriais reputados úteis ao
exame da matéria e, se for o caso, recorrer, hipótese em que, para fins de
deslocamento de competência, serão consideradas partes”.);

- Intervenção do parente na Ação de alimentos (art. 1.698 do Código Civil – “Art.


1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições
de suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato;
sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na
proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as
demais ser chamadas a integrar a lide”.);

- Intervenções durante a fase de execução (exemplo: adjudicação por legitimados


que não o exequente / alienação do bem por corretor especializado ou por leiloeiro / 19
arrematação).

Mudança da competência

A intervenção de terceiros - em regra - não modifica a competência já fixada, em


CPF: 018.442.323-60
virtude do princípio da perpetuatio jurisdictiones. Contudo, nos casos de competência
absoluta, haverá a modificação da competência pela intervenção de terceiros, como, por
exemplo, quando alguns dos entes apontados no artigo 109 da Constituição ou no artigo 45
do NCPC requererem o ingresso nos autos. Nestas hipóteses, tramitando o feito perante a
Justiça Estadual, o simples requerimento de ingresso importa em remessa dos autos à Justiça
Federal, nos termos da súmula 150 do STJ.

ATENÇÃO!

No caso da Intervenção anômala (art. 5º da lei nº 9.469/1997), há apenas interesse


ECONÔMICO. Se houvesse interesse JURÍDICO, poderiam os entes federais intervir como
assistentes. Sendo assim, o STJ entende que "A intervenção anômala da União, com base
unicamente na demonstração de interesse econômico no resultado da lide (artigo 5º da Lei
9.469/97), para juntada de documentos e memoriais reputados úteis, não implica o
deslocamento automático da competência para a Justiça Federal. A lei ordinária não tem a
força de ampliar a enumeração taxativa da competência da Justiça Federal estabelecida no
art. 109, I, da Constituição Federal, razão pela qual o deslocamento da competência para a

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Justiça especializada somente se verificaria se configurado o efetivo interesse jurídico da


União ou de outro ente federal (AgRg no REsp 1045692 / DF)".

Concluindo:

1) Regra - Intervenção de Terceiros não descola a competência.

2) Exceção - Nos casos de competência absoluta haverá a modificação da competência pela


intervenção de terceiros, como por exemplo, quando alguns dos entes apontados no artigo
109 da Constituição ou no artigo 45 do NCPC requererem o ingresso nos autos. Nestas
hipóteses, tramitando o feito perante a Justiça Estadual, o simples requerimento de
ingresso importa em remessa dos autos à Justiça Federal, nos termos da súmula 150 do STJ.

3) Exceção à exceção - No caso de intervenção anômala (interesse econômico - sem


interesse jurídico), não haverá modificação da competência.

Cumpre ressaltar, que em razão do rol taxativo das possibilidades de interposição do


recurso de agravo de instrumento contra decisões interlocutórias, as decisões admitindo ou
inadmitindo as intervenções de terceiros são atacáveis por tal recurso, em razão da previsão
no art. 1.015, IX, do NCPC:

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões


interlocutórias que versarem sobre:
20
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros.

ATENÇÃO! Em que pese a previsão legal, da decisão que admite OU INADMITE a intervenção
do amicus curiae no processo NÃO CABE RECURSO, tendo em vista o artigo 138 do NCPC, bem
como o que fora decido pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal, recentemente, no
julgamento do RE 602.584, conforme será exposto mais abaixo.
CPF: 018.442.323-60
Vamos, agora, analisar detalhadamente cada uma das espécies típicas de intervenção
de terceiros prevista no NCPC.

Assistência

O CPC/2015 prevê apenas a assistência como modalidade de intervenção voluntária


de terceiros. O CPC/73 previa ainda a oposição (que agora é tratada como procedimento
especial).

A assistência será cabível quando um terceiro, que ainda não é parte no processo,
tem interesse JURÍDICO na solução do processo, ou seja, quando o terceiro tem interesse em
que a sentença seja favorável a uma das partes.

É dizer, na assistência (art. 119 e s. do CPC/2015) temos a intervenção de terceiro no


processo com o intuito de auxiliar uma das partes, seja autor ou réu, em razão da existência
de interesse jurídico na vitória da parte assistida.

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Art. 119. Pendendo causa entre 02 (duas) ou mais pessoas, o terceiro


juridicamente interessado em que a sentença seja favorável a uma
delas poderá intervir no processo para assisti-la.

Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer


procedimento e em todos os graus de jurisdição, recebendo o
assistente o processo no estado em que se encontre.

É modalidade interventiva voluntária, pois o próprio terceiro, por suas forças, decide
intervir no processo.

Pode ocorrer em qualquer tempo e grau de jurisdição, devendo o assistente receber


o processo no estado em que se encontra, ou seja, não existe a possibilidade de repetição dos
atos jurídicos já praticados. Dessa forma, o limite é a ocorrência da coisa julgada.

Tipos

Assistência Simples (adesiva, “ad Assistência Litisconsorcial (qualificada)


coadjuvandum”)

Quando o terceiro tiver interesse jurídico Na assistência litisconsorcial, o terceiro é


na solução da demanda, representado, no TITULAR da relação jurídica de direito
caso, pela existência de uma relação material discutida no processo, sendo, 21
jurídica NÃO controvertida, distinta portanto, diretamente atingido em sua esfera
daquela discutida no processo principal, jurídica pela decisão a ser proferida.
que possa vir a ser afetada pela decisão a
ser proferida no processo do qual NÃO Dessa forma, o assistente litisconsorcial tem
participa. relação jurídica tanto com o assistido como
com a parte contrária.
CPF: 018.442.323-60
Exemplo: intervenção assistencial do
sublocatário na ação de despejo Exemplo: quando um condômino está em
promovida pelo locador contra o locatário, juízo defendendo o bem do condomínio,
pois o sublocatário mantém com o admitir-se-á a intervenção dos demais
locatário uma relação jurídica não condôminos.
controvertida, diversa daquela discutida no
processo, que será afetada na hipótese de
sentença de procedência que decrete o
despejo.

Impugnação ao Pedido de Assistência

Uma vez tendo sido feito o pedido de assistência e não sendo o caso de
improcedência liminar, as partes terão o prazo de 15 dias para se opor a tal pedido de terceiro.

Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, o


pedido do assistente será deferido, salvo se for caso de rejeição
liminar.

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Parágrafo único. Se qualquer parte alegar que falta ao requerente


interesse jurídico para intervir, o juiz decidirá o incidente, SEM
suspensão do processo.

Observe que a instauração desse incidente NÃO suspenderá o andamento do


procedimento principal, que continuará tramitando normalmente.

Poderes do assistente simples

Como o assistente simples NÃO defende direito próprio na demanda, mas apenas
auxilia o assistido na defesa do seu direito, a atuação do assistente simples está condicionada
à vontade do assistido, NÃO se admitindo que sua atuação contrarie os interesses deste.

Isso NÃO significa que o assistente simples só possa praticar os atos que o assistido
já tenha praticado. O assistente simples pode, sim, praticar atos na omissão do assistido.
Exemplo: o assistente pode requerer a produção de provas mesmo quando o assistido ficou
em silêncio a respeito, mas o assistente NÃO pode requerer a produção de provas quando o
assistido pediu o julgamento antecipado da lide.

Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal,


exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus
processuais que o assistido.

Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o


assistido, o assistente será considerado seu substituto processual. 22
O assistente será considerado o substituto processual do assistido, de forma que
poderá livremente praticar os atos processuais.

Art. 122. A assistência simples NÃO obsta a que a parte principal


reconheça a procedência do pedido, desista da ação, renuncie ao
direitoCPF:
sobre 018.442.323-60
o que se funda a ação ou transija sobre direitos
controvertidos.

Poderes do assistente litisconsorcial

Exatamente porque o assistente litisconsorcial também é titular do direito que


compõe o objeto do processo, os atos de disposição praticados exclusivamente pelo assistido
NÃO terão efeito nenhum, sendo necessário que AMBOS pratiquem tais atos (como renúncia,
reconhecimento jurídico do pedido, transação etc.).

Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente


sempre que a sentença influir na relação jurídica entre ele e o
adversário do assistido.

Ou seja, o art. 122 do NCPC, que determina a natureza acessória da assistência, NÃO
será aplicado em relação à assistência litisconsorcial, considerada AUTÔNOMA em relação à
ação principal. Além disso, na assistência litisconsorcial, o assistente também NÃO será o

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substituto processual do assistente revel, porque o assistente está em nome próprio litigando
direito próprio.

Imutabilidade da justiça da decisão

A participação do assistente SIMPLES no processo faz com que a justiça da decisão


após o seu trânsito em julgado se torne imutável e indiscutível para o assistente. O que se
entende por “justiça da decisão”? Por justiça da decisão, entende-se que são os fundamentos
fáticos e jurídicos que motivaram a sentença.

Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que


interveio o assistente, este NÃO poderá, em processo posterior,
discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que:

Exceções: há, contudo, duas situações nas quais o assistente NÃO sofre o efeito da
imutabilidade e indiscutibilidade da justiça da decisão:

Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que


interveio o assistente, este NÃO poderá, em processo posterior,
discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que:

I - Pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos


atos do assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir
na sentença;
23
II - Desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o
assistido, por dolo ou culpa, não se valeu.

Denunciação da lide

A denunciação da lide é cabível para que uma das partes traga ao processo um
CPF:de018.442.323-60
terceiro que tem responsabilidade ressarci-la pelos eventuais danos advindos do resultado
desse processo. O direito regressivo da parte contra terceiros, portanto, é o fator principal
que legitima a denunciação da lide.

Possui natureza de verdadeira ação do denunciante contra o denunciado. Assim, são


duas relações processuais discutidas nos autos de um só processo.

Com ela, instaura-se uma nova demanda no mesmo processo, que será, em verdade,
uma “ação regressiva, in simultaneus processus”, ou seja, uma ação de regresso antecipada
em caso de sucumbência do denunciante.

Na denunciação da lide temos uma relação de prejudicialidade, já que vencendo o


denunciante na demanda principal, a segunda demanda instaurada por força da denunciação
restará prejudicada.

Características

a) Incidental - Exige que já exista ação em trâmite.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
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b) Regressiva - Seu objetivo é efetivar o direito de regresso.

c) Eventual - Caso a ação originária em face do denunciante seja


julgada improcedente, a litisdenunciação perde o objeto.

d) Antecipada - A denunciação da lide evita que haja a proposição de


outra demanda em outro processo. Dessa forma, antecipa o
julgamento de outra possível demanda.

e) Facultativa

ATENÇÃO!

A denunciação da lide NÃO É OBRIGATÓRIA. Em qualquer das hipóteses de cabimento da


denunciação da lide, caso o interessado não o faça (não promova a denunciação da lide),
nada impedirá que busque o seu direito de regresso por ação autônoma, conforme dispõe
o §1º do artigo 125 do NCPC, segundo o qual “o direito regressivo será exercido por ação
autônoma quando a denunciação da lide for indeferida, deixar de ser promovida ou não
for permitida”.

Ademais, deve-se observar que o próprio “caput” (ao contrário do que fazia o artigo 70 do 24
CPC/73) afirma ser ADMISSÍVEL a denunciação da lide, e não obrigatória.

Procedimentos que não aceitam denunciação

Alguns procedimentos não aceitam, em regra, a denunciação da lide, tais como:


CPF: 018.442.323-60
a) Procedimento dos Juizados Especiais Cíveis (art. 10, da Lei 9.099/95);

b) Processo de execução ou cumprimento de sentença (arts. 126 e 131


do NCPC);

c) Denunciação da Lide nas ações de reparação de dano oriundas de


relação de consumo, referentes à responsabilidade pelo fato do
produto ou serviço (art. 88, CDC e AgInt no REsp 1635254 / SP – É
pacífico o entendimento no Superior Tribunal de Justiça segundo o
qual, em se tratando de relação de consumo, descabe a denunciação
da lide, nos termos do art. 88 do Código de Defesa do Consumidor. O
STJ entende que "a vedação à denunciação da lide nas relações de
consumo refere-se tanto à responsabilidade pelo fato do serviço
quanto pelo fato do produto”).

ATENÇÃO!

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Segundo o artigo 88 do CDC, “na hipótese do art. 13, PARÁGRAFO ÚNICO deste código, a
ação de regresso poderá ser ajuizada em processo autônomo, facultada a possibilidade de
prosseguir-se nos mesmos autos, VEDADA A DENUNCIAÇÃO DA LIDE”.

A doutrina majoritária, entretanto, entende que a remissão apenas aos casos de


responsabilidade por FATO DO PRODUTO (art. 13 do CDC), e não aos demais, contudo, não
se justifica. É que também, nas outras hipóteses de responsabilidade, podem existir vários
responsáveis – fornecedores que compõem a cadeia de consumo –, cuja permissão de
ingresso em juízo, contra a vontade do consumidor-autor (que não os escolheu como réus,
embora pudesse fazê-lo, repita-se, em razão da solidariedade), poderia ser-lhe bastante
prejudicial.

Neste mesmo sentido, o STJ começou ampliando a vedação da denunciação à lide para as
hipóteses de responsabilidade para FATO DO SERVIÇO TAMBÉM – artigo 14 do CDC (já
houve uma ampliação, pois o art. 88 do CDC refere-se apenas ao artigo 13 do CDC, que trata
da responsabilidade pelo fato do produto) (REsp 1.165.279-SP).

Não bastasse isto, o STJ vem ampliando, CADA VEZ MAIS, as hipóteses de vedação à
denunciação da lide nas relações de consumo, existindo diversos julgados proibindo a
denunciação da lide, GENERICAMENTE, EM QUALQUER CASO DE RESPONSABILIDADE
CONSUMERISTA (AgInt no AREsp 803824 / RJ), e, até mesmo, em outros julgados,
mencionado, especificamente, a vedação à denunciação da lide nos casos de VÍCIOS DO
PRODUTO OU SERVIÇO (AgRg no REsp 1191577 / RS). 25
Não afirmaria que a vedação da denunciação da lide é pacífica nos casos de VÍCIO DO
PRODUTO, pois na maioria dos julgados, nos quais se afirma, genericamente, a vedação da
lide nas relações de consumo, trata-se de discussão por fato do produto ou serviço.

Todavia, acredito que esta seja a tendência, e se perguntarem em prova, afirmaria “ser
vedada a denunciação da lide em qualquer
CPF: lide consumerista”.
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Hipóteses da Cabimento

a) Denunciação para exercer os direitos da evicção:

Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer


das partes:

I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi


transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que
da evicção lhe resultam;

A primeira hipótese trata da denunciação da lide ao alienante sempre que o terceiro


reivindicar a coisa, possibilitando-se ao adquirente exercer os direitos que da evicção resultam.

Se o adquirente de um imóvel for demandado por um terceiro, que alega ter direito
sobre este imóvel, esse adquirente (réu) pode denunciar a lide à pessoa que lhe vendeu o
imóvel, a fim de que esta responda pelos prejuízos caso venha a ser sucumbente na ação.

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ATENÇÃO - Denunciação per saltum

Embora a denunciação da lide per saltum fosse admitida no CPC-1973, de forma que o
denunciante podia escolher qualquer um dos sujeitos que participou da cadeia de
transmissão do bem, inclusive aqueles com quem NÃO manteve relação jurídica, o NCPC
repudiou a denunciação per saltum ao prever expressamente que a denunciação da lide
deve ter como denunciado o alienante “imediato”. A denunciação per saltum foi VEDADA
pelo NCPC.

Art. 125. § 2º Admite-se uma ÚNICA denunciação sucessiva, promovida pelo


denunciado, contra seu antecessor IMEDIATO na cadeia dominial ou quem seja responsável
por indenizá-lo, NÃO podendo o denunciado sucessivo promover nova denunciação,
hipótese em que eventual direito de regresso será exercido por ação autônoma.

A DENUNCIAÇÃO SUCESSIVA consiste na situação na qual se permite que o


denunciado (o terceiro que foi denunciado à lide) também denuncie outro terceiro, ou seja, é
como se houvesse a denunciação da lide da denunciação da lide.

Contudo, o NCPC previu expressamente que a denunciação sucessiva só será


admitida UMA VEZ. Isto é, aquele que foi denunciado à lide (o terceiro que foi denunciado à 26
lide) poderá denunciar a lide também. Mas este outro terceiro denunciado não poderá fazer
o mesmo, sendo certo que, nesta hipótese, este outro terceiro poderá ajuizar ação autônoma
de regresso:

Art. 125. § 2º - Admite-se UMA ÚNICA denunciação sucessiva,


promovida pelo denunciado, contra seu antecessor imediato na
cadeiaCPF: 018.442.323-60
dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, NÃO
podendo o denunciado sucessivo promover nova denunciação,
hipótese em que eventual direito de regresso será exercido por ação
autônoma.

b) Denunciação ao obrigado, por lei ou contrato, a indenizar regressivamente

Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer


das partes:

II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar,


em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo.

É a hipótese mais comum de denunciação da lide, na qual a pessoa que está sendo
processada (réu) denuncia à lide um terceiro que tem obrigação legal ou contratual de lhe
indenizar. Exemplo típico é o da seguradora que é denunciada à lide para ressarcir o réu em
eventual condenação pelo acidente de veículo que provocou.

Legitimidade para a denunciação da lide

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Apesar de ser mais comum o réu denunciar à lide, nada impede que o autor também
o faça, nos termos dos artigos 126 e 127 do NCPC.

Caso a denunciação seja feita pelo autor, deverá ser requerida na própria petição
inicial ou através de petição de aditamento a esta última. Na petição inicial, será pedida a
citação do denunciado, juntamente com a do réu.

Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de


litisconsorte do denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial, procedendo-
se, em seguida, à citação do réu.

No caso do réu, este deverá requerer a denunciação na contestação.

Procedimento

Quanto ao procedimento aplicável, o art. 126 determina a citação do denunciado


juntamente com a do réu se o denunciante for autor, e, no prazo da contestação, caso o
denunciante seja o réu. Quanto à possibilidade de denunciações sucessivas, há uma
significativa diferença entre o CPC/73 (art. 73) e o CPC/2015 (art. 125, § 2º).

Art. 128. Feita a denunciação pelo réu:

I - se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o


processo prosseguirá tendo, na ação principal, em litisconsórcio,
denunciante e denunciado; 27
II - se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir
com sua defesa, eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer,
restringindo sua atuação à ação regressiva;

III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação


CPF:
principal, 018.442.323-60
o denunciante poderá prosseguir com sua defesa ou,
aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas a procedência da ação
de regresso.

Citado, o denunciado poderá adotar três condutas:

a) se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo prosseguirá tendo,


na ação principal, em litisconsórcio, denunciante e denunciado;

b) se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com sua defesa,
eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à ação regressiva;

c) se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal, o denunciante


poderá prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas a
procedência da ação de regresso.

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Perceba que o denunciado assume duas posições, quais sejam, a de réu da


denunciação e de assistente simples do denunciante (ou de litisconsorte, dependendo do
entendimento adotado), esta quando considerada a relação processual originária.

Existe entendimento doutrinário no sentido de que o denunciado não é titular do


direito discutido no processo, razão pela qual não poderia ser considerado um litisconsorte.
No entanto, é evidente que a lei, ao menos, efetuou sua equiparação ao litisconsorte,
conforme se depreende da redação dos artigos 127 e 128, I, do NCPC.

A propósito, o Superior Tribunal de Justiça já se manifestou no sentido de que “o


acordo celebrado entre o autor e o réu denunciante na ação principal não vincula o
denunciado” (REsp 316.046).

Fosse um assistente simples, o denunciado estaria nas mãos do réu, que poderia
reconhecer a procedência do pedido sem poder fazer nada, ante a redação do artigo 122 do
NCPC (A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do
pedido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a ação ou transija sobre
direitos controvertidos.).

Apesar de a denunciação consistir num novo exercício do direito de ação,


caracterizando uma relação jurídica autônoma, esta não se processa mediante a instauração
de um novo processo, e ambos os objetos serão decididos através de uma única sentença, art.
129 do NCPC:

Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará


28
ao julgamento da denunciação da lide.

Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a ação de


denunciação não terá o seu pedido examinado, sem prejuízo da
condenação do denunciante ao pagamento das verbas de
sucumbência
CPF: em favor do denunciado.
018.442.323-60
Possibilidade de cumprimento de sentença direto contra o denunciado

O Superior Tribunal de Justiça já vinha admitindo a possibilidade da condenação


direta da seguradora denunciada. Assim, comparecendo a seguradora em juízo, aceitando a
denunciação da lide feita pelo réu e contestando o pedido principal, assume a condição de
litisconsorte passiva, sendo possível ser condenada e executada, direta e solidariamente, com
o réu.

Súmula nº 537 do STJ: Em ação de reparação de danos, a seguradora


denunciada, se aceitar a denunciação ou contestar o pedido do autor,
pode ser condenada, DIRETA e SOLIDARIAMENTE junto com o
segurado, ao pagamento da indenização devida à vítima, nos limites
contratados na apólice.

Para fundamentar tal entendimento, o STJ se baseia na celeridade processual e na


concreção do princípio da função social do contrato de seguro, ampliando o âmbito de eficácia
da relação contratual.

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Corroborando com tal entendimento, o NCPC trouxe em seu art. 128, parágrafo único,
a possibilidade expressa de cumprimento de sentença direto contra o denunciado:

Art. 128. Parágrafo único. Procedente o pedido da ação principal, pode


o autor, se for o caso, requerer o cumprimento da sentença também
contra o denunciado, nos limites da condenação deste na ação
regressiva.

Impossibilidade de Ação Direta Contra a Seguradora

De acordo com o do STJ, descabe ação de terceiro prejudicado ajuizada direta e


exclusivamente contra seguradora do apontado causador do dano. Para o Tribunal, não há
que se falar em legitimidade passiva da seguradora em demanda contra ela proposta
diretamente por terceiro, pois este não possui vínculo jurídico com aquela.

Súmula nº 529 do STJ: No seguro de responsabilidade civil facultativo,


NÃO cabe o ajuizamento de ação pelo terceiro prejudicado direta e
exclusivamente em face da seguradora do apontado causador do
dano.

Chamamento ao processo

O chamamento ao processo é uma intervenção de terceiros no qual o RÉU tem a


faculdade de chamar outrem para com ele responder solidariamente, sendo esta um tipo de
intervenção própria das ações de conhecimento. 29
Trata-se de uma modalidade de intervenção forçada de terceiros, em que é facultado
ao réu fazer citar os coobrigados, a fim de que se tornem seus litisconsortes.

Verifica-se exclusivamente em questões de natureza obrigacional (art. 130 do NCPC).


Com efeito, dispõe o artigo 130 do NCPC que:
CPF: 018.442.323-60
Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo RÉU:

I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu;

II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles;

III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou


de alguns o pagamento da dívida comum.

Vê-se, pois, que são pressupostos do chamamento ao processo as seguintes relações:

a) a existência de uma relação de direito material, da qual o chamado


também é devedor (em caráter principal, ou em caráter subsidiário)
ao mesmo credor;

b) a existência do direito de reembolso, no qual, em face da relação


de direito “material” deduzida em juízo, o pagamento da dívida pelo

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“chamante” dê a este o direito de reembolso, total ou parcialmente,


contra o chamado.

ATENÇÃO! Impossibilidade de Chamamento do Fiador pelo Devedor.

Se a ação de cobrança for ajuizada contra o “devedor principal”, não poderá este chamar
ao processo seu fiador (mesmo na hipótese em que o fiador seja também “principal
pagador”, como prevê o art. 828, II, do CC), pois a relação de direito material evidentemente
não lhe autoriza qualquer pretensão de regresso contra o fiador.

ATENÇÃO! NÃO CABIMENTO do chamamento ao processo em caso de demandas de


medicamento.

Não é adequado o chamamento ao processo (art. 77, III, do CPC) da União em demanda
que verse sobre fornecimento de medicamento proposta contra outro ente federativo.
Com efeito, o instituto do chamamento ao processo é típico das obrigações solidárias de
pagar quantia. Entretanto, a situação aqui controvertida representa obrigação solidária
entre os Municípios, os Estados, o Distrito Federal e a União, concernente à prestação
específica de fornecimento de medicamento. Neste contexto, por se tratar de hipótese 30
excepcional de formação de litisconsórcio passivo facultativo, não se admite interpretação
extensiva do referido instituto jurídico para alcançar prestação de entrega de coisa certa.
Além do mais, a jurisprudência do STJ e do STF assentou o entendimento de que o
chamamento ao processo (art. 77, III, do CPC) não é adequado às ações que tratam de
fornecimento de medicamentos, por ser obstáculo inútil ao cidadão que busca garantir
seu direito fundamental à saúde. Frisa-se, ainda, que a referida questão foi decidida em
sede de recurso repetitivo CPF: 018.442.323-60
na 1ª Seção. REsp 1203244-SC, Rel. Min. Herman Benjamin,
julgado em 9/4/2014. Outros precedentes citados do STJ: AgRg no AREsp 13.266-SC,
Segunda Turma, DJe 4/11/2011; e AgRg no Ag 1.310.184-SC, Primeira Turma, DJe 9/4/2012.
Precedente do STF: RE 607.381 AgR-SC, Primeira Turma, DJe 17/6/2011.

“Obs.: Há dúvidas se o STJ manterá esse entendimento considerando o que decidiu o STF
no RE 855178 ED/SE abaixo:

Responsabilidade pelo fornecimento do medicamento ou pela realização do tratamento de


saúde

Os entes da Federação, em decorrência da competência comum, são solidariamente


responsáveis nas demandas prestacionais na área da saúde e, diante dos critérios
constitucionais de descentralização e hierarquização, compete à autoridade judicial
direcionar o cumprimento conforme as regras de repartição de competências e
determinar o ressarcimento a quem suportou o ônus financeiro. STF. Plenário. RE 855178
ED/SE, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 23/5/2019 (Info
941)”. (Negrito nosso). (Fonte: CAVALCANTE, Márcio André

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Lopes. Chamamento ao processo e fornecimento de medicamento. Buscador Dizer o


Direito, Manaus. Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/b139e104214a08ae
3f2ebcce149cdf6e>. Acesso em: 03/07/2021).

O Chamamento ao Processo deve ser feito pelo réu NA PRÓPRIA CONTESTAÇÃO (e


não no prazo de contestação).

Igualmente, o réu deverá providenciar toda a documentação e efetuar o pagamento


das despesas processuais necessárias para viabilizar a citação do terceiro chamado no prazo
de 30 dias, sob pena de ficar sem efeito o chamamento.

Caso o chamado estiver em outro foro ou estiver em local incerto, este prazo será de
dois meses.

Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio


passivo será requerida pelo réu na contestação e deve ser promovida
no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de ficar sem efeito o
chamamento.

Parágrafo único. Se o chamado residir em outra comarca, seção ou


subseção judiciárias, ou em lugar incerto, o prazo será de 02 (dois)
meses. 31
Sentença

A sentença de procedência valerá como título executivo em favor do réu que


satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-la, por inteiro, do devedor principal ou de cada um
dos codevedores a quota devida, na proporção que lhes tocar.
CPF: 018.442.323-60
Ou seja, a sentença opera efeito direto ao autor e ao chamante, mas já traz embutida
a sub-rogação deste último no direito do credor.

Art. 132. A sentença de procedência valerá como título executivo em


favor do réu que satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-la, por
inteiro, do devedor principal, ou, de cada um dos codevedores, a sua
quota, na proporção que lhes tocar.

Incidente de desconsideração da personalidade jurídica

A matéria agora prevista no CPC/2015, nos arts. 133 a 137, já está positivada há
algum tempo em nosso ordenamento jurídico. Neste particular, uma das novidades trazidas
pelo NCPC foi a previsão do incidente de desconsideração da personalidade jurídica como uma
espécie de intervenção de terceiros.

O fato de o incidente de desconsideração da personalidade jurídica ter sido


disciplinado pelo NCPC entre as intervenções de terceiro cabíveis no procedimento civil
comum não exclui sua aplicação aos procedimentos especiais e à execução forçada.

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Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases


do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na
execução fundada em título executivo extrajudicial.

Segundo o art. 1.062 do NCPC, o incidente de desconsideração da personalidade


jurídica aplica-se, inclusive, ao processo de competência dos juizados especiais.

Nos termos do art. 795, § 4º, do NCPC, para a desconsideração da personalidade


jurídica, é obrigatória a observância do incidente previsto no Código, mas, o art. 134, § 2º, do
NCPC consagra a dispensa da instauração do incidente se a desconsideração da personalidade
jurídica for requerida na petição inicial da própria ação.

Art. 795. § 4º - Para a desconsideração da personalidade jurídica é


obrigatória a observância do incidente previsto neste Código.

Art. 134. § 2º - Dispensa-se a instauração do incidente se a


desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição
inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.

ATENÇÃO!

De acordo com o Superior Tribunal de Justiça, “É PRESCINDÍVEL o incidente de


desconsideração da personalidade jurídica para o redirecionamento da execução fiscal na 32
sucessão de empresas com a configuração de grupo econômico de fato e em confusão
patrimonial”. Quando evidenciadas as situações previstas nos arts. 124, 133 e 135, todos
do CTN, não se apresenta impositiva a instauração do incidente de desconsideração da
personalidade jurídica, podendo o julgador determinar diretamente o redirecionamento
da execução fiscal para responsabilizar a sociedade na sucessão empresarial, uma vez que
a previsão constante no art. 134, caput, do CPC/2015, sobre o cabimento do incidente de
CPF: 018.442.323-60
desconsideração da personalidade jurídica, na execução fundada em título executivo
extrajudicial, não implica a sua incidência na execução fiscal, regida pela Lei n. 6.830/1980,
verificando-se verdadeira incompatibilidade entre o regime geral do Código de Processo
Civil e a Lei de Execuções, que diversamente da Lei geral, não comporta a apresentação de
defesa sem prévia garantia do juízo, nem a automática suspensão do processo, conforme
a previsão do art. 134, § 3º, do CPC/2015. Na execução fiscal "a aplicação do CPC é
subsidiária, ou seja, fica reservada para as situações em que as referidas leis são silentes e
no que com elas compatível" (REsp 1786311/PR, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO,
SEGUNDA TURMA, julgado em 09/05/2019, DJe 14/05/2019 – Informativo 648).

OBS: o entendimento acima, refere-se à desnecessidade de instauração do incidente de


desconsideração da personalidade jurídica na Execução Fiscal, quando a Fazenda exequente
pretende alcançar pessoa jurídica distinta (MAS DO MESMO GRUPO ECONÔMICO) daquela
contra a qual, originalmente, foi ajuizada a execução quando demonstrada a
responsabilidade, na qualidade de terceiro, em consonância com os artigos 134 e 135 do
CTN, ou ainda, quando o nome daquela consta na Certidão de Dívida Ativa, após regular
procedimento administrativo (já que a CDA goza de presunção de legitimidade). Não sendo
esse o caso, “é necessária a instauração do incidente de desconsideração da

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personalidade da pessoa jurídica devedora para o redirecionamento de execução fiscal a


pessoa jurídica que integra o mesmo grupo econômico, mas que não foi identificada no
ato de lançamento (Certidão de Dívida Ativa) ou que não se enquadra nas hipóteses dos
arts. 134 e 135 do CTN.

Como dito acima, existem núncias acerca do tema, motivo pelo qual se transcreve um
quadro explicativo do autor Márcio André Lopes Cavalcante:

Para que haja o redirecionamento da execução fiscal, é necessária a instauração


de incidente de desconsideração da personalidade jurídica?

SIM, em algumas hipóteses. Julgado da


NÃO. Julgado da 2ª Turma do STJ
1ª Turma do STJ

Como foi divulgado no Informativo: Como foi divulgado no Informativo:

É prescindível o incidente de É necessária a instauração do incidente


desconsideração da personalidade de desconsideração da personalidade da
jurídica para o redirecionamento da pessoa jurídica devedora para o
execução fiscal na sucessão de redirecionamento de execução fiscal a
empresas com a configuração de pessoa jurídica que integra o mesmo
grupo econômico de fato e em grupo econômico, mas que não foi 33
confusão patrimonial. identificada no ato de lançamento
(Certidão de Dívida Ativa) ou que não se
STJ. 2ª Turma. REsp 1.786.311-PR, Rel. enquadra nas hipóteses dos arts. 134 e
Min. Francisco Falcão, julgado em 135 do CTN.
09/05/2019 (Info 648).
STJ. 1ª Turma. REsp 1.775.269-PR, Rel.
CPF: 018.442.323-60
Min. Gurgel de Faria, julgado em
21/02/2019 (Info 643).

Na ementa consta, de forma genérica, Para a 1ª Turma, o incidente somente é


que o incidente de desconsideração necessário em algumas situações de
seria incompatível com a execução redirecionamento. Podemos assim
fiscal: resumir:

“A previsão constante no art. 134, • Não é necessária a instauração do


caput, do CPC/2015, sobre o incidente de desconsideração da
cabimento do incidente de personalidade jurídica (art. 133 do
desconsideração da personalidade CPC/2015) no processo de execução fiscal
jurídica, na execução fundada em no caso em que a Fazenda Pública
título executivo extrajudicial, não exequente pretende alcançar pessoa
implica a incidência do incidente na distinta daquela contra a qual,
execução fiscal regida pela Lei nº originalmente, foi ajuizada a execução,
6.830/1980, verificando-se verdadeira mas cujo nome consta na Certidão de

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incompatibilidade entre o regime geral Dívida Ativa, após regular procedimento


do Código de Processo Civil e a Lei de administrativo, ou, mesmo o nome não
Execuções, que diversamente da Lei estando no título executivo, o Fisco
geral, não comporta a apresentação de demonstre a responsabilidade, na
defesa sem prévia garantia do juízo, qualidade de terceiro, em consonância
nem a automática suspensão do com os arts. 134 e 135 do CTN.
processo, conforme a previsão do art.
134, § 3º, do CPC/2015. Na execução • Por outro lado, é necessária a
fiscal a aplicação do CPC é subsidiária, instauração do incidente de
ou seja, fica reservada para as desconsideração da personalidade da
situações em que as referidas leis são pessoa jurídica devedora para o
silentes e no que com elas compatível redirecionamento de execução fiscal a
(...)” pessoa jurídica que integra o mesmo
grupo econômico, mas que NÃO foi
“Evidenciadas as situações previstas identificada no ato de lançamento
nos arts. 124, 133 e 135, todos do CTN, (Certidão de Dívida Ativa) ou que NÃO se
não se apresenta impositiva a enquadra nas hipóteses dos arts. 134 e
instauração do incidente de 135 do CTN.
desconsideração da personalidade
jurídica, podendo o julgador
determinar diretamente o
redirecionamento da execução fiscal
para responsabilizar a sociedade na
sucessão empresarial.” 34
OBS2.: MEMBROS DO CONSELHO FISCAL DE UMA COOPERATIVA NÃO PODEM SER ATINGIDOS PELA
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA SE NÃO PRATICARAM NENHUM ATO DE ADMINISTRAÇÃO

A desconsideração da personalidade jurídica, ainda que com fundamento na Teoria


Menor, NÃO pode atingir oCPF: 018.442.323-60
patrimônio pessoal de membros do Conselho Fiscal sem que
haja a mínima presença de indícios de que estes contribuíram, ao menos culposamente e
com desvio de função, para a prática de atos de administração.

Caso concreto: consumidor comprou um imóvel de uma cooperativa habitacional, mas este
nunca foi entregue; o consumidor ajuizou ação de cobrança contra a cooperativa, tendo o
pedido sido julgado procedente para devolver os valores pagos; durante o cumprimento de
sentença, o juiz, com base na teoria menor, fez
a desconsideração da personalidade jurídica para atingir o patrimônio pessoal dos
membros do Conselho Fiscal da cooperativa; o STJ afirmou que eles não poderiam ter sido
atingidos.

A despeito de não se exigir prova de abuso ou fraude para fins de aplicação da Teoria Menor
da desconsideração da personalidade jurídica, tampouco de confusão patrimonial, o § 5º
do art. 28 do CDC não dá margem para admitir a responsabilização pessoal de quem jamais
atuou como gestor da empresa.

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STJ. 3ª Turma. REsp 1766093-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min. Ricardo Villas Bôas
Cueva, julgado em 12/11/2019 (Info 661). Fonte: Dizer o direito. (Negrito nosso).

Desconsideração INVERSA da personalidade jurídica

Caracteriza-se pelo afastamento da autonomia patrimonial da sociedade, para,


contrariamente do que ocorre na desconsideração da personalidade jurídica propriamente
dita, atingir o ente coletivo e seu patrimônio social, de modo a responsabilizar a pessoa
jurídica por obrigações do sócio.

É dizer, a desconsideração inversa da personalidade jurídica poderá ocorrer quando


o sócio, pessoa física, for réu em uma ação, mas, fraudulentamente, transferir o seu
patrimônio para a pessoa jurídica da qual é sócio, a fim de frustrar a execução contra si.

Art. 133. § 2º - Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de


desconsideração inversa da personalidade jurídica.

Enunciado 283 da IV Jornada de Direito Civil CJF/STJ: É cabível a


desconsideração da personalidade jurídica denominada "inversa"
para alcançar bens de sócio que se valeu da pessoa jurídica para
ocultar ou desviar bens pessoais, com prejuízo a terceiros.

Será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber 35


intervir no processo.

Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica


será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando
lhe couber intervir no processo.
CPF:leva
A hermenêutica do artigo 018.442.323-60
à conclusão de que o juiz NÃO pode declarar de ofício
o incidente.

ATENÇÃO! Caso o pedido de desconsideração seja feito na própria petição inicial, dispensa-se
a instauração do incidente, devendo o sócio ser citado, juntamente com a pessoa jurídica,
conforme dispõe o artigo 134, § 2º do NCPC (Dispensa-se a instauração do incidente se a
desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que
será citado o sócio ou a pessoa jurídica).

A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo se o requerimento de


desconsideração da personalidade jurídica for feito na própria petição inicial.

Art. 134, § 3º A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo


na hipótese do § 2º.

Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será


citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15
(quinze) dias.

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O incidente deverá ser julgado pelo juiz logo após a defesa ou depois de realizada a
instrução, se necessária, por meio de decisão interlocutória, contra a qual caberá agravo de
instrumento (arts. 136, caput, e 1.015, IV, do CPC).

Se o incidente for resolvido em sede recursal, pelo relator, a decisão será atacável
por meio de agravo interno (art. 136, parágrafo único, do CPC).

O conteúdo da decisão para fins de recorribilidade é irrelevante, podendo ter sido o


pedido acolhido, rejeitado ou mesmo decidido sem a análise do mérito em razão de alguma
imperfeição formal.

Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será


resolvido por decisão interlocutória.

Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo


interno.

O incidente de desconsideração pode ser manejado em processos que tramitam na


1ª instância como também ser requerido originalmente no Tribunal, sendo que se este
incidente for solicitado em processo que tramita no órgão colegiado, este pleito será decidido
monocraticamente pelo Relator:

Art. 932. Incumbe ao relator: (...) VI - decidir o incidente de


desconsideração da personalidade jurídica, quando este for
instaurado originariamente perante o tribunal; 36
Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida
em fraude de execução, será INEFICAZ em relação ao requerente.

Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a


oneração de bens, havida em fraude de execução, será INEFICAZ em
CPF:
relação 018.442.323-60
ao requerente.

Duas outras modalidades de desconsideração da personalidade jurídica:

a) desconsideração INDIRETA existe a figura de uma empresa controladora


cometendo fraudes e abusos por meio de outra empresa que figura como controlada ou
coligada, sendo neste caso cabível a desconsideração da personalidade jurídica, em razão da
controlada configurar como um simples “longa manus” da controlada;

b) desconsideração EXPANSIVA busca-se atingir patrimônio do sócio oculto da


sociedade, quando há a utilização de "laranjas" (pessoa que intermedia transações
fraudulentas, emprestando seu nome, documentos ou conta bancária para ocultar a
identidade de quem a contrata) para cometimento de atos ilícitos. (Fonte Dizer o Direito).

Enunciado 11 da I Jornada de Direito Processual Civil: Aplica-se o


disposto nos arts. 133 a 137 do CPC às hipóteses de desconsideração
indireta e expansiva da personalidade jurídica.

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Ressalta-se, ainda, que o incidente de desconsideração da personalidade jurídica é


aplicável na fase de conhecimento, no cumprimento de sentença, na execução fundada em
título extrajudicial, nos processos de competência dos juizados especiais (art. 1.062 do CPC)
e no processo falimentar (Enunciado 247 FPPC).

Art. 1.062. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica


aplica-se ao processo de competência dos juizados especiais.

Enunciado 247 FPPC: Aplica-se o incidente de desconsideração da


personalidade jurídica no processo falimentar.

Resumo:

• Desconsideração da personalidade jurídica: atinge bens da empresa que estão em


nome dos sócios;

• Desconsideração da personalidade jurídica INVERSA: atinge bens dos sócios que


estão em nome da empresa;

• Desconsideração da personalidade jurídica INDIRETA: atinge bens da empresa


controladora que estão em nome da controlada/coligada;

• Desconsideração da personalidade jurídica EXPANSIVA: atinge bens do sócio oculto


que estão em nome de terceiro (“laranja”);
37
• Despersonalização: dissolução da pessoa jurídica. (Fonte: Blog da Editora Juspodvm,
Autora: Mila Gouveia).

Enunciados do Conselho da Justiça Federal – CJF/STJ, que anteriormente não foram


citados, acerca da desconsideração da personalidade jurídica:
CPF: 018.442.323-60
Enunciado 7 da I Jornada de Direito Civil: Só se aplica a
desconsideração da personalidade jurídica quando houver a prática de
ato irregular e, limitadamente, aos administradores ou sócios que nela
hajam incorrido.

Enunciado 9 da I Jornada de Direito Comercial: Quando aplicado às


relações jurídicas empresariais, o art. 50 do Código Civil não pode ser
interpretado analogamente ao art. 28, § 5º, do CDC ou ao art. 2º, § 2º,
da CLT.

Enunciado 12 da I Jornada de Direito Comercial: A regra contida no


art. 1.055, § 1º, do Código Civil deve ser aplicada na hipótese de
inexatidão da avaliação de bens conferidos ao capital social; a
responsabilidade nela prevista não afasta a desconsideração da
personalidade jurídica quando presentes seus requisitos legais.

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Enunciado 42 da I Jornada de Direito Processual Civil: É cabível a


concessão de tutela provisória de urgência em incidente de
desconsideração da personalidade jurídica.

Enunciado 45 da I Jornada de Direito Comercial: O magistrado pode


desconsiderar o voto de credores ou a manifestação de vontade do
devedor, em razão de abuso de direito.

Enunciado 48 da I Jornada de Direito Comercial: A apuração da


responsabilidade pessoal dos sócios, controladores e administradores
feita independentemente da realização do ativo e da prova da sua
insuficiência para cobrir o passivo, prevista no art. 82 da Lei n.
11.101/2005, não se refere aos casos de desconsideração da
personalidade jurídica.

Enunciado 49 da I Jornada de Direito Comercial: Os deveres impostos


pela Lei n. 11.101/2005 ao falido, sociedade limitada, recaem apenas
sobre os administradores, NÃO sendo cabível nenhuma restrição à
pessoa dos sócios não administradores.

Enunciado 50 da I Jornada de Direito Comercial: A extensão dos


efeitos da quebra a outras pessoas jurídicas e físicas confere
legitimidade à massa falida para figurar nos polos ativo e passivo das
ações nas quais figurem aqueles atingidos pela falência. 38
Enunciado 51 da I Jornada de Direito Civil: A teoria da
desconsideração da personalidade jurídica - disregard doctrine - fica
positivada no novo Código Civil, mantidos os parâmetros existentes
nos microssistemas legais e na construção jurídica sobre o tema.

Enunciado
CPF:77018.442.323-60
da II Jornada de Direito Comercial: As alterações do
plano de recuperação judicial devem ser submetidas à assembleia
geral de credores, e a aprovação obedecerá ao quorum previsto no art.
45 da Lei n. 11.101/05, tendo caráter vinculante a todos os credores
submetidos à recuperação judicial, observada a ressalva do art. 50, §
1º, da Lei n. 11.101/05, ainda que propostas as alterações após dois
anos da concessão da recuperação judicial e desde que ainda não
encerrada por sentença.

Enunciado 146 da III Jornada de Direito Civil: Nas relações civis,


interpretam-se restritivamente os parâmetros de desconsideração da
personalidade jurídica previstos no art. 50 (desvio de finalidade social
ou confusão patrimonial).

Enunciado 177 da III Jornada de Direito Civil: Por erro de tramitação,


que retirou a segunda hipótese de anulação de venda entre parentes
(venda de descendente para ascendente), deve ser desconsiderada a
expressão "em ambos os casos", no parágrafo único do art. 496.

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Enunciado 229 da III Jornada de Direito Civil: A responsabilidade


ilimitada dos sócios pelas deliberações infringentes da lei ou do
contrato torna desnecessária a desconsideração da personalidade
jurídica, por não constituir a autonomia patrimonial da pessoa jurídica
escudo para a responsabilização pessoal e direta.

Enunciado 281 da IV Jornada de Direito Civil: A aplicação da teoria da


desconsideração, descrita no art. 50 do Código Civil, prescinde da
demonstração de insolvência da pessoa jurídica.

Enunciado 282 da IV Jornada de Direito Civil: O encerramento


irregular das atividades da pessoa jurídica, por si só, não basta para
caracterizar abuso da personalidade jurídica.

Enunciado 284 da IV Jornada de Direito Civil: As pessoas jurídicas de


direito privado sem fins lucrativos ou de fins não-econômicos estão
abrangidas no conceito de abuso da personalidade jurídica.

Enunciado 285 da IV Jornada de Direito Civil: A teoria da


desconsideração, prevista no art. 50 do Código Civil, pode ser invocada
pela pessoa jurídica, em seu favor.

Enunciado 406 da V Jornada de Direito Civil: A desconsideração da


personalidade jurídica alcança os grupos de sociedade quando
estiverem presentes os pressupostos do art. 50 do Código Civil e
39
houver prejuízo para os credores até o limite transferido entre as
sociedades.

Enunciado 470 da V Jornada de Direito Civil: O patrimônio da empresa


individual de responsabilidade limitada responderá pelas dívidas da
pessoaCPF:
jurídica, não se confundindo com o patrimônio da pessoa
018.442.323-60
natural que a constitui, sem prejuízo da aplicação do instituto da
desconsideração da personalidade jurídica.

Amicus curiae

O Amicus Curiae/Amigo da Corte/Amigo do Tribunal é uma pessoa que atua em


causas de relevância social, repercussão geral ou cujo objeto seja bastante específico, de
modo que o magistrado não necessite de apoio técnico.

O amicus curiae tem por objetivo melhorar o debate processual e contribuir para uma
decisão mais justa e fundamentada.

Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a


especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da
controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a
requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar
ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou

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entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo


de 15 (quinze) dias de sua intimação.

Sua função é, basicamente, chamar a atenção da corte para fatos ou circunstâncias


que poderiam não ser notados, tornando-se um portador de vozes da sociedade e do próprio
Estado, aprimorando a decisão jurisdicional a ser proferida.

A intervenção somente será cabível se:

a) a matéria discutida nos autos for relevante;

b) o tema objeto da demanda for específico;

c) ou a controvérsia tiver repercussão social.

A participação do amicus curiae no processo pode se dar: a) por iniciativa do juiz, de


ofício; b) a requerimento das partes; c) a requerimento do próprio amigo do tribunal.

O amicus curiae pode ser pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada,
com representatividade adequada (art. 138 do CPC).

É fundamental, no entanto, que tenha conhecimento específico sobre a matéria


objeto da lide, de modo a propiciar ao juiz elementos e informações relevantes para bem
solucionar a causa.
40
Do ponto de vista prático, a análise de julgados do STF demonstra que o parâmetro
mais utilizado em seus acórdãos é o da pertinência temática entre o assunto debatido e os
objetivos institucionais das entidades que se candidatam à participação no processo na
qualidade de amicus curiae.

Exige-se do amicus curiae, que poderá ser pessoa natural ou jurídica, órgão ou
CPF: 018.442.323-60
entidade especializada, ‘representatividade adequada’, isto é, que mostre satisfatoriamente
a razão de sua intervenção e de que maneira seu ‘interesse institucional’ – que é o traço
distintivo desta modalidade interventiva, que não se confunde com o ‘interesse jurídico’ das
demais modalidades interventivas – relaciona-se com o processo.

Uma vez convocado a se manifestar, o amigo do tribunal deve fazê-lo no prazo de 15


dias, a contar de sua intimação (art. 138, in fine, do CPC).

Sua intervenção é meramente colaborativa, isto é, não tem por função comprovar
fatos, mas, sim, opinar sobre eles, interpretá-los segundo seus conhecimentos técnicos
específicos, a fim de auxiliar o juiz no julgamento do feito. Pela especialidade da intervenção
colaborativa, não se há de cogitar de preclusão a seu respeito.

O Código nada dispôs acerca da oportunidade em que a intervenção deva ocorrer.


Assim, entende a doutrina que a participação do amicus curiae pode dar-se a qualquer
momento, desde que seja assegurado o contraditório para as partes com ele dialogarem.

Cassio Scarpinella Bueno, porém, ensina que o ingresso do amicus curiae deve ser
admitido apenas até o julgamento da ação. O STF, nos julgamentos de ações de controle

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concentrado de constitucionalidade, já decidiu que a intervenção pode ocorrer até a liberação


do processo, pelo relator, para inclusão em pauta (STF - ACO 779 AgR-segundo / RJ -
30/11/2016). Ou seja, acostado relatório nos autos e pedido pauta para julgamento.

Além disso, é intuitivo que sua manifestação somente é cabível no processo de


conhecimento, mesmo porque a atuação do amicus curiae, como intervenção de terceiro, é
voltada, naturalmente, para contribuir para o proferimento de melhor julgamento da causa.
Assim, não há lugar para sua participação nos processos executivos, que não se destinam a
julgar a lide.

ATENÇÃO!

Se o examinador perguntar, em sua prova, de maneira “crua e fria”, se o Amicus Curiae é


cabível em qualquer processo, marcaria a opção que entenda a afirmação como correta,
pois o artigo 138 do NCPC não faz qualquer ressalva neste sentido, bastando que se trate
de causa RELEVANTE, com tema muito ESPECÍFICO ou em que haja REPERCUSSÃO SOCIAL.

No entanto, conforme exposto, o amicus curiae não tem por função comprovar fatos, mas,
sim, opinar sobre eles, interpretá-los segundo seus conhecimentos técnicos específicos, a
fim de auxiliar o juiz no julgamento do feito.

No Processo de Execução já existe um título executivo, dotado de liquidez, certeza e


exigibilidade, ou seja, o direito ali contido JÁ ESTÁ ESCLARECIDO, razão pela qual não 41
necessita de um terceiro que venha a juízo explicar alguma situação ao juiz.

Todavia, é certo que, em eventual Embargos à Execução (que possuem natureza de


processo de conhecimento), pode ser que exista alguma situação que mereça ser melhor
esclarecida por um amicus curiae, mas confesso que seria raríssimo.
CPF:
De qualquer forma, para fins 018.442.323-60
de provas, a dica é prestar bastante atenção ao enunciado,
pois a questão é mais profunda do que está prevista na lei.

A intervenção do terceiro, como amicus curiae, quando realizada espontaneamente,


só pode dar-se por meio de representação por advogado, por ser esta a forma legal obrigatória
de pleitear em juízo. Quando, porém, a iniciativa é do próprio órgão judicial, que procura obter
contribuição técnica para melhor avaliação da causa, não há como sujeitar o interveniente a
se fazer representar por advogado para apresentar a manifestação requisitada pelo juízo.

Poderes do amicus curiae

O NCPC NÃO determinou especificamente os poderes do amicus curiae, dispondo


apenas que caberá ao juiz ou relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir
os seus poderes (NCPC, art. 138, § 2º, do CPC). Isto é, o magistrado deverá delimitar a atuação
do terceiro, caso a caso, sempre levando em consideração sua função de auxiliar no
julgamento, assim como a adequação de sua representatividade.

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Art. 138. § 2º - Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou


admitir a intervenção, definir os poderes do amicus curiae.

Todavia, poderá - segundo o STF - fazer sustentação oral e apresentar informações e


memoriais nos autos: na dicção do Ministro Celso de Mello, ocorre “a necessidade de
assegurar, ao amicus curiae, mais do que o simples ingresso formal no processo de fiscalização
abstrata de constitucionalidade, a possibilidade de exercer a prerrogativa da sustentação oral
perante esta Suprema Corte”.

Embora não tenha previsto, de maneira expressa, os atos que o amicus curiae possa
praticar, é certo que a lei NÃO o autorizou a interpor recursos, em regra. Apenas lhe permitiu
opor embargos de declaração (art. 138, § 1º, “in fine”, do CPC) e recorrer da decisão que julgar
o incidente de resolução de demandas repetitivas (art. 138, § 3º, do CPC).

Art. 138. § 1º - A intervenção de que trata o caput não implica


alteração de competência nem autoriza a interposição de recursos,
ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do
§3º.

§ 3º - O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente


de resolução de demandas repetitivas.

O entendimento que prevalecia no Supremo Tribunal Federal, a respeito da regra do


artigo 7º, § 2º, da Lei nº 9.868/99, com conteúdo bem semelhante ao do artigo 138 do NCPC,
era no sentido de que somente a decisão que ADMITISSE a intervenção do amicus curiae seria
42
IRRECORRÍVEL. De maneira que, se a decisão NÃO ADMITISSE a intervenção do amicus curiae,
este poderia interpor o recurso pertinente.

ATENÇÃO!
CPF: 018.442.323-60
O PLENÁRIO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, em 17/10/2018, no julgamento do RE
602.584, em sede de repercussão geral, decidiu “é irrecorrível a decisão denegatória de
ingresso no feito como amicus curiae. Segundo o Ministro Fux, condutor do voto vencedor,
tanto o artigo 7º, §2º, da Lei nº 9.868/99 como o artigo 138 do NCPC vedam a interposição
de recurso contra a decisão do relator que decide sobre a possibilidade de ingresso do
amicus curiae no processo, seja essa decisão de admissão ou de inadmissão. Outrossim,
concluiu o Ministro, “o amigo da Corte não é parte, nem terceiro, mas apenas agente
colaborador. A razão é meramente colaborativa, não constitui um direito, mas apenas um
privilégio para aquele que pleiteia”.

Desta forma, tanto a decisão do Relator que ADMITE como a que INADMITE o ingresso do
amicus curiae é irrecorrível. STF. Plenário. RE 602584 AgR/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio,
red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, julgado em 17/10/2018 (repercussão geral) (Info 920).

OBS.: ILEGITIMIDADE DO AMICUS CURIAE PARA PLEITEAR MEDIDA CAUTELAR

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O amicus curiae NÃO tem legitimidade para propor ação direta; logo, também NÃO possui
legitimidade para pleitear medida cautelar.

Assim, a entidade que foi admitida como amicus curiae em ADPF NÃO tem legitimidade para,
no curso do processo, formular pedido para a concessão de medida cautelar.”STF. Plenário.
ADPF 347 TPI-Ref/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 18/3/2020 (Info 970). (Fonte: Dizer o Direito).

Deslocamento de competência

A legislação atual (art. 138, § 1º, do CPC) foi expressa em determinar que a
intervenção do amicus curiae “NÃO implica alteração de competência”, razão pela qual, ainda
que o terceiro seja ente da administração pública federal, não haverá, nos processos afetos a
outras justiças, o deslocamento de competência para a justiça federal (NCPC, art. 138, § 1º,
primeira parte). Isso se deve à circunstância de que o interveniente, “in casu”, não assume a
qualidade de parte.

Custas e honorários processuais

O amicus curiae é um colaborador do juízo, razão pela qual se encontra dispensado


do pagamento de custas, despesas e honorários processuais. Entretanto, ressalta-se que ele
poderá ser condenado como litigante de má-fé (NCPC, art. 79), se incidir numa das hipóteses
do art. 80 do CPC.

Intervenção anômala das pessoas jurídicas de direito público


43
Cuida-se da intervenção feita pelas pessoas jurídicas de direito público como
anômala, pois não é necessária a demonstração de interesse jurídico na intervenção.

A expressão “anômala” pode ser justificada em razão da desnecessidade de


demonstração de interesse jurídico na intervenção, conforme o estabelecido pela Lei no
CPF: 018.442.323-60
9.469/97, que, em seu art. 5º:

Art. 5º. A União poderá intervir nas causas em que figurarem, como
autoras ou rés, autarquias, fundações públicas, sociedades de
economia mista e empresas públicas federais.

Parágrafo único. As pessoas jurídicas de direito público poderão, nas


causas cuja decisão possa ter reflexos, ainda que indiretos, de
natureza ECONÔMICA, intervir, independentemente da demonstração
de interesse jurídico, para esclarecer questões de fato e de direito,
podendo juntar documentos e memoriais reputados úteis ao exame
da matéria e, se for o caso, recorrer, hipótese em que, para fins de
deslocamento de competência, serão consideradas partes.

Essa intervenção se satisfaz com a simples evidência de uma potencial e reflexa


repercussão econômica, a ser realizada em qualquer tipo de demanda judicial, seja naquelas
que envolvem entes da Administração indireta, seja naquelas que tenham particulares como
partes.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
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A concretização dessa intervenção de terceiros caracteriza-se pelo imediato


comparecimento da Fazenda Pública em juízo, com apresentação de documentos, provas e
memoriais tidos como úteis para o desfecho da causa.

Requerida a intervenção anômala pela Fazenda pública, as partes originárias devem


ser intimadas para pronunciamento sobre o pedido de intervenção, podendo questionar a
presença ou não do interesse econômico, em observância do princípio da ampla defesa e do
contraditório.

Na intervenção anômala, a Fazenda Pública tem sua atuação limitada a


esclarecimento de questões de fato de direito, podendo juntar documentos e memoriais úteis
a matéria posta em cognição.

Além disso, quando intervém com fundamento no parágrafo único do mencionado


art. 5º, confere-se a Fazenda Pública o poder de recorrer. Logo, nesse caso, poderá interpor o
recurso cabível a espécie, a fim de garantir o interesse econômico.

DA FORMAÇÃO DO PROCESSO
Para que haja a formação do processo, basta que a petição inicial seja protocolada,
de forma que se observa que não é preciso a citação do réu para a formação do processo. Isto
é, desde o protocolo da petição inicial já existe uma relação jurídica processual linear entre o
autor da ação e o juiz.

A citação do réu não diz respeito à formação do processo, mas à relação jurídica
44
processual, que, após a citação válida, deixa de ser linear a passa a ser tríplice, completando
toda a relação jurídica processual.

Suspensão do processo
Suspensão do procedimentoCPF: 018.442.323-60
Em que pese a regra seja o andamento do processo sem interrupções, há situações
em que, em razão de determinadas circunstâncias, é preferível a sua suspensão.

Observe que o que se suspende é o procedimento e não o processo em si, pois o que
realmente cessa é tão somente o seu regular andamento por um determinado momento.

Suspensão própria e imprópria

SUSPENSÃO PRÓPRIA SUSPENSÃO IMPRÓPRIA

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Na suspensão PRÓPRIA, todo o Na suspensão IMPRÓPRIA, a suspensão atinge


procedimento cessa seu andamento por um somente uma parcela do procedimento, de
determinado período de tempo. forma que a outra parte tramita normalmente.

Ex.: Quando há a arguição de impedimento ou


suspeição em determinado processo, o
procedimento principal, onde se discute a
questão de mérito, ficará suspenso (art. 313, III,
do NCPC), mas o incidente de arguição de
impedimento, que faz parte do mesmo
processo, tramitará normalmente pelo
Tribunal (art. 146, § 1º, do NCPC).

Natureza jurídica da decisão de suspensão do processo

Para a doutrina majoritária, trata-se de uma decisão meramente declaratória, que


se limita a dar certeza jurídica da presença de uma das causas legais de suspensão do processo.

Efeitos

A decisão de suspensão do processo tem eficácia ex tunc, ou seja, retroage à data do


evento que deu causa à suspensão. Assim, por exemplo, nos casos de morte da parte no curso
do processo (que é uma das causas de suspensão – art. 313, I, do NCPC), a suspensão é
45
automática, sendo que a decisão terá efeito ex tunc e eventuais atos praticados após o
falecimento serão nulos em razão da mesma causa: a morte do mandante extingue
automaticamente os efeitos do mandato (EAR 3358 / SC – STJ).

Vedação à prática de atos durante a suspensão do processo


CPF: 018.442.323-60
Durante a suspensão, é vedada a prática de quaisquer atos processuais. E se forem
praticados atos durante o período de suspensão? O ato NÃO urgente praticado durante o
período de suspensão do processo é NULO, já que foi praticado em desconformidade com a
regra legal, mas aplica-se aqui o princípio da instrumentalidade das formas, ou seja, a nulidade
só será reconhecida se restar comprovado o prejuízo.

Exceção: o juiz poderá, mesmo durante a suspensão, determinar a realização dos


atos urgentes, a fim de evitar danos irreparáveis.

Exceção da exceção: sendo arguida a suspeição ou impedimento do juiz, o


procedimento principal será suspenso e esta suspensão poderá ser prorrogada pelo relator
do incidente até o seu julgamento final. Nesse caso, o art. 314 do NCPC veda ao juiz proferir
qualquer decisão, inclusive os atos urgentes necessários para evitar dano irreparável.

O objetivo dessa regra é salvaguardar as partes diante de um juiz potencialmente


parcial. E se as partes precisarem produzir atos urgentes? Havendo a necessidade da prática
de atos urgentes, a parte que dela necessita NÃO ficará sem respaldo jurisdicional, cabendo

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ao substituto legal do juiz acusado de ser parcial a prática de tal espécie de ato, mesmo
quando o procedimento principal ainda está suspenso.

Art. 146, § 3º - Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido


o incidente ou quando este for recebido com efeito suspensivo, a
tutela de urgência será requerida ao substituto legal.

Hipóteses que autorizam a suspensão

Morte ou pela perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante
legal ou de seu procurador

Art. 313. Suspende-se o processo:

I - Pela morte ou pela perda da capacidade processual de qualquer das


partes, de seu representante legal ou de seu procurador;

Morte da parte

No caso de falecimento da parte, somente haverá a suspensão do processo se o


direito discutido na demanda for TRANSMISSÍVEL. E se o direito discutido na demanda NÃO
for transmissível? Nesse caso, então, o processo será EXTINTO, nos termos do art. 485, IX, do
NCPC.

Não sendo intransmissível o direito e tendo tomado conhecimento do falecimento 46


da PARTE AUTORA, o juiz deverá determinar a intimação de seu espólio, de quem for o
sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, pelos meios de divulgação que reputar mais
adequados, para que manifestem interesse na sucessão processual e promovam a respectiva
habilitação (processo de habilitação – art. 687 e segs.) no prazo designado, sob pena de
extinção do processo sem resolução de mérito (art. 313, § 2º, II, do NCPC).

Falecendo a PARTE CPF: 018.442.323-60


RÉ, o juiz deverá determinar a intimação do autor para que
promova a citação do respectivo espólio, de quem for o sucessor ou, se for o caso, dos
herdeiros, no prazo que designar, de no mínimo 2 (dois) e no máximo 6 (seis) meses (art. 313,
§ 2º, I, do NCPC).

Perda da capacidade processual da parte

Na hipótese de perda da capacidade processual da parte, a suspensão do processo


serve para que ingresse no processo um representante processual, porque nesse caso a parte
perde a capacidade de estar em juízo, só podendo atuar no processo por meio de um
representante processual. Nesse caso deve ser seguido o procedimento previsto no artigo 76
do NCPC.

Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da


representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará
prazo razoável para que seja sanado o vício.

§ 1º Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância


originária:

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I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor;

II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber;

III - o terceiro será considerado revel ou excluído do processo,


dependendo do polo em que se encontre.

§ 2º Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal


de justiça, tribunal regional federal ou tribunal superior, o relator:

I - NÃO conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente;

II - determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a


providência couber ao recorrido.

Morte ou perda da capacidade processual do representante legal

Se existe um representante legal no processo é porque falta à parte representada a


capacidade de estar em juízo, razão pela qual no caso de morte ou perda da capacidade
processual desse representante, a parte volta a não ter capacidade de estar em juízo, razão
pela qual deve indicar um novo representante.

Morte ou perda da capacidade processual do advogado

Falecendo o advogado ou perdendo a sua capacidade processual, faltará à parte 47


capacidade postulatória, e sem este pressuposto processual subjetivo o processo será extinto
sem resolução de mérito, caso a parte não o substitua (art. 485, IV, do NCPC).

Esta perda da capacidade processual do advogado deve ser lida de forma ampliativa,
de forma que o processo deve ser suspenso não só quando o advogado perde a sua
capacidade civil, mas também quando perde sua capacidade postulatória, quando, por
CPF: 018.442.323-60
exemplo, é suspenso pela OAB.

Veja que a suspensão só tem razão de ser quando este advogado for o único
advogado constituído pela parte.

No caso de morte do procurador de qualquer das partes, ainda que iniciada a


audiência de instrução e julgamento, o juiz determinará que a parte constitua novo
mandatário, no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual extinguirá o processo sem resolução
de mérito, se o autor não nomear novo mandatário, ou ordenará o prosseguimento do
processo à revelia do réu, se falecido o procurador deste (art. 313, § 3º, do NCPC).

Convenção das partes

Art. 313. Suspende-se o processo:

II - pela convenção das partes;

O processo pode ser suspenso por convenção das partes, sendo esta uma das
especificações da cláusula geral dos negócios jurídicos processuais.

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Tratando-se de acordo bilateral, está sujeito às exigências formais do art. 190 do


NCPC.

As partes devem motivar? NÃO. NÃO há exigência de motivação do acordo, NÃO


sendo possível o juiz indeferir o pedido formulado pelas partes.

Essa suspensão por convenção das partes pode durar até quanto tempo? Esse acordo
específico de suspensão do processo tem uma limitação temporal, pois NÃO pode ser superior
a 06 meses.

Art. 313. § 4º - O prazo de suspensão do processo nunca poderá


exceder 01 (um) ano nas hipóteses do inciso V e 06 (seis) meses
naquela prevista no inciso II.

ATENÇÃO! Esse prazo não é aplicável à execução, a qual poderá ser suspensa, por acordo
entre as partes, pelo prazo necessário para que o executado consiga cumprir a obrigação (Art.
922. Convindo as partes, o juiz declarará suspensa a execução durante o prazo concedido pelo
exequente para que o executado cumpra voluntariamente a obrigação).

Não obstante a previsão de prazo máximo de suspensão de 6 meses, cumpre lembrar que o
NCPC, em seu artigo 139, VI, permite ao juiz dilatar os prazos processuais, adequando-os às
necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito.

Segundo a doutrina majoritária, reforçando a natureza meramente declaratória de


decisão de suspensão, o processo estará suspenso desde a data em que o acordo for celebrado,
48
sendo irrelevante o momento em que é levado ao conhecimento do juízo e por ele
homologado.

Arguição de impedimento ou de suspeição

Art. 313. Suspende-se o processo:


CPF: 018.442.323-60
III - Pela arguição de impedimento ou de suspeição;

São causas de suspensão do processo a arguição de impedimento e a arguição de


suspeição.

Isso só vale para a arguição de impedimento e de suspeição do juiz!

A única arguição de impedimento e de suspeição capaz de suspender o processo é do JUIZ.


Portanto, NÃO há suspensão quando a arguição se dirigir a MEMBRO DO MP ou a AUXILIARES
DA JUSTIÇA.

Sendo arguida a suspeição ou impedimento do juiz, o procedimento principal será


suspenso, sendo que a suspensão poderá (não necessariamente) ser prorrogada pelo relator
do incidente até o seu julgamento final, nos termos artigo 146, § 2º, II:

Art. 146, § 2º Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus


efeitos, sendo que, se o incidente for recebido:

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I - sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr;

II - com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o


julgamento do incidente.

Nesse caso, o artigo 314 do NCPC veda ao juiz proferir qualquer decisão, inclusive os
atos urgentes necessários para evitar dano irreparável.

Art. 314. Durante a suspensão é vedado praticar qualquer ato


processual, podendo o juiz, todavia, determinar a realização de atos
urgentes a fim de evitar dano irreparável, salvo no caso de arguição
de impedimento e de suspeição.

O objetivo dessa regra é salvaguardar as partes diante de um juiz potencialmente


imparcial. E se as partes precisarem produzir atos urgentes? Havendo a necessidade da prática
de atos urgentes, a parte que dela necessita NÃO ficará sem respaldo jurisdicional, cabendo
ao substituto legal do juiz acusado de ser imparcial a prática de tal espécie de ato, mesmo
quando o procedimento principal ainda está suspenso.

Art. 146, § 3º - Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido


o incidente ou quando este for recebido com efeito suspensivo, a
tutela de urgência será requerida ao substituto legal.
49
Admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas

Art. 313. Suspende-se o processo:

IV - Pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas;

A admissão (e não aCPF:


simples018.442.323-60
interposição) do incidente de resolução de demanda
repetitiva pelo relator também é motivo para a suspensão do processo, nos termos do artigo
313, IV e artigo 982, I, do NCPC (Art. 982. Admitido o incidente, o relator: I - suspenderá os
processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitam no Estado ou na região,
conforme o caso;).

O tempo de suspensão será de até 1 ano. Esgotado esse prazo, o processo volta a
correr normalmente, salvo decisão do relator prorrogando este prazo, conforme dispõe o
artigo 980 e Parágrafo único do NCPC:

Art. 980. O incidente será julgado no prazo de 01 (um) ano e terá


preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu
preso e os pedidos de habeas corpus.

Parágrafo único. Superado o prazo previsto no caput, cessa a


suspensão dos processos prevista no art. 982, salvo decisão
fundamentada do relator em sentido contrário.

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Na verdade, o artigo 313, inciso IV deveria referir-se à admissão do julgamento de casos


repetitivos, gênero de que o incidente de resolução de demandas repetitivas é espécie. É que
também no caso de julgamento de recursos especiais ou extraordinários repetitivos haverá
suspensão do processo (art. 1.037, II, do NCPC).

Prejudicialidade

Questões prejudiciais são aquelas que, além de constituírem premissas lógicas da


sentença, reúnem condições suficientes para ser objeto de ação autônoma.

Assim, por exemplo, para decidir um pedido de condenação a pagamento de


alimentos, o juiz deve necessariamente decidir se o réu é ou não é pai do autor (questão
prejudicial).

CLASSIFICAÇÃO DAS QUESTÕES PREJUDICIAIS

Surgem dentro do mesmo processo, não gerando


Internas ou Endógenas
a suspensão do processo.

São objeto de processos distintos e podem ser 50


classificadas em:

a) homogêneas – a questão prejudicial refere-se a


Externas ou Exógenas
outro processo da jurisdição civil.

b) heterogêneas – a questão prejudicial refere-se


CPF: 018.442.323-60
a um processo de natureza criminal.

Prejudicialidade externa homogênea

Art. 313. Suspende-se o processo:

V - Quando a sentença de mérito:

a) depender do julgamento de outra causa ou da declaração de


existência ou de inexistência de relação jurídica que constitua o objeto
principal de outro processo pendente;

O dispositivo mencionado versa sobre a questão prejudicial externa homogênea,


hipótese na qual é permitido ao juiz suspender o processo no qual a relação jurídica
controvertida é discutida incidentalmente, enquanto o outro processo no qual a mesma
relação jurídica é discutida de forma principal não é decidido.

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Torna-se imprescindível lembrar que, quando duas ações possuírem causas de pedir
em comum ou, quando duas ações distintas puderem gerar risco de decisões conflitantes, o
NCPC determina que elas deverão ser reunidas para julgamento conjunto, atendendo-se as
regras do artigo 55, caput, §§1º e 3º do NCPC.

Sendo assim, a doutrina vem entendendo que a suspensão do processo mencionada


no artigo 313, V, “a”, do NCPC somente se justifica se não for possível a reunião dos processos
perante o mesmo juízo para julgamento conjunto.

ATENÇÃO! A suspensão NÃO é obrigatória, a qual dependerá de decisão judicial expressa.

Frise-se que é irrelevante a ordem cronológica de propositura da ação prejudicada e


da ação prejudicial, porque o art. 313, V, “a”, do NCPC somente exige que haja processo
prejudicial pendente, pouco importando se ele ficou pendente antes ou depois do
ajuizamento da ação prejudicial.

Essa suspensão em razão da prejudicialidade pode durar até quanto tempo? Essa
suspensão do processo tem uma limitação temporal, pois NÃO pode ser superior a 01 ano.

Art. 313, § 4º - O prazo de suspensão do processo nunca poderá


exceder 01 (um) ano nas hipóteses do inciso V e 06 (seis) meses
naquela prevista no inciso II.

§ 5º - O juiz determinará o prosseguimento do processo assim que


esgotados os prazos previstos no § 4º.
51
O dispositivo faz, claramente, uma opção pela celeridade processual em detrimento
da segurança jurídica, pois prefere correr o risco da prolação de decisões contraditórias do
que postergar indefinidamente o andamento do processo.

Entretanto, o STJ tem decisões estendendo a suspensão do processo por período


CPF: 018.442.323-60
superior a 01 ano, por meio da renovação do prazo, ou até mesmo determinando a suspensão
até o trânsito em julgado do processo prejudicial (AgRg no Ag 1.053.555/MT).

Necessidade de verificação de determinado fato ou a produção de certa prova, requisitada


a outro juízo

Art. 313. Suspende-se o processo:

V - Quando a sentença de mérito:

b) tiver de ser proferida somente após a verificação de determinado


fato ou a produção de certa prova, requisitada a outro juízo;

A hipótese mencionada no referido dispositivo legal não trata de questão prejudicial,


mas de questão preliminar ao julgamento do mérito, aqui compreendida como fato ou prova
que deve ser verificada ou produzida anteriormente à prolação da decisão de mérito, cujo
esclarecimento foi requisitado a outro juízo por meio de carta rogatória, precatória ou de
ordem.

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Nesta hipótese, o prazo de suspensão também será de 1 ano, conforme mencionado


no artigo 313, §§4º e 5º, do NCPC, devendo ser aplicado o mesmo entendimento referente ao
temperamento da regra.

Força maior

Art. 313. Suspende-se o processo:

VI - Por motivo de força maior;

Havendo motivo de força maior, o processo será suspenso. Entende-se por força
maior como qualquer evento insuperável, alheio às vontades dos sujeitos processuais e que
os impeça de praticar atos processuais (exemplo: epidemias, calamidades públicas etc.).

Acidentes e fatos da navegação de competência do Tribunal Marítimo

Art. 313. Suspende-se o processo:

VII - Quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e


fatos da navegação de competência do Tribunal Marítimo;

O processo também será suspenso quando se discutir em juízo questões decorrentes


de acidentes e fatos da navegação de competência do Tribunal Marítimo.

Observe, contudo, que o processo NÃO deve ser suspenso pelo simples fato de tratar 52
desses assuntos; é preciso se interpretar esse dispositivo legal da seguinte maneira: já estando
em trâmite processo perante esse tribunal administrativo e, sendo a questão lá discutida
repetida no processo judicial, caberá a suspensão do processo JUDICIAL.

Por óbvio, o Tribunal Marítimo NÃO integra o Poder Judiciário, sendo um órgão
vinculado ao Ministério da Marinha. As decisões do Tribunal Marítimo quanto à matéria
técnica têm valor probatórioCPF: 018.442.323-60
e se presumem certas, mas são suscetíveis de reexame pelo
Poder Judiciário (art. 18 da lei nº 2.180/1954).

Demais casos regulados pelo NCPC

Art. 313. Suspende-se o processo:

VIII - nos demais casos que este Código regula.

O art. 313, VIII, do NCPC traz um rol de causas para a suspensão do processo
meramente EXEMPLIFICATIVO.

Gravidez ou adoção

Os prazos processuais serão suspensos por 30 dias quando a advogada der à luz ou
adotar, desde que seja a ÚNICA advogada de uma das partes.

E o advogado homem? Quando se tornar pai suspende o processo por 08 dias.

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IX - Pelo parto ou pela concessão de adoção, quando a advogada


responsável pelo processo constituir a ÚNICA patrona da causa;

X - Quando o advogado responsável pelo processo constituir o ÚNICO


patrono da causa e tornar-se pai.

§ 6º - No caso do inciso IX, o período de suspensão será de 30 (trinta)


dias, contado a partir da data do parto ou da concessão da adoção,
mediante apresentação de certidão de nascimento ou documento
similar que comprove a realização do parto, ou de termo judicial que
tenha concedido a adoção, desde que haja notificação ao cliente.

§ 7º - No caso do inciso X, o período de suspensão será de 08 (oito)


dias, contado a partir da data do parto ou da concessão da adoção,
mediante apresentação de certidão de nascimento ou documento
similar que comprove a realização do parto, ou de termo judicial que
tenha concedido a adoção, desde que haja notificação ao cliente.

ATENÇÃO!

“A suspensão do processo em razão da paternidade do único patrono da causa se opera tão 53


logo ocorra o fato gerador (nascimento ou adoção), INDEPENDENTEMENTE DA
COMUNICAÇÃO IMEDIATA AO JUÍZO (REsp 1.799.166-GO, Rel. Min. Nancy Andrighi, por
unanimidade, julgado em 02/04/2019, DJe 04/04/2019 – Informativo 645)”. A disposição
legal do art. 313, X e § 7º, do CPC/2015, ao lado do previsto no inciso IX do mesmo artigo,
visa dar concretude aos princípios constitucionais da proteção especial à família e da
prioridade absoluta assegurada à criança, na medida em que permite aos genitores prestar
CPF: 018.442.323-60
toda a assistência necessária – material e imaterial – ao seu filho recém-nascido ou adotado,
além de possibilitar o apoio recíproco em prol do estabelecimento da nova rotina familiar
que se inaugura com a chegada do descendente. Assim, se a lei concede ao pai a faculdade
de se afastar do trabalho para acompanhar o filho nos seus primeiros dias de vida ou de
convívio familiar, não é razoável lhe impor o ônus de atuar no processo, durante o gozo
desse nobre benefício, apenas para comunicar e justificar aquele afastamento. Logo, a
legislação não impõe ao advogado o ônus de comunicar ao Juízo o nascimento de seu filho
para só a partir de então se beneficiar da suspensão. Por força da lei, a suspensão do
processo pela paternidade tem início imediatamente à data do nascimento ou adoção,
ainda que outra seja a data da comprovação nos autos, que pode ser feita no momento da
interposição do recurso ou da prática do primeiro ato processual do advogado, desde que
aquelase dê antes de operada a preclusão, já considerado no cômputo do respectivo prazo
o período suspenso de 8 (oito) dias.

Verificação da existência de fato delituoso pela justiça criminal

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Art. 315. Se o conhecimento do mérito depender de verificação da


existência de fato delituoso, o juiz pode determinar a suspensão do
processo até que se pronuncie a justiça criminal.

Quando o fato ensejar tanto uma ação cível quanto uma ação criminal, é possível a
suspensão da ação cível enquanto tramita a ação penal que lhe é prejudicial.

Extinção do processo
O artigo 316 do NCPC dispõe que a extinção do processo se dá por meio de
SENTENÇA, mas é preciso nos lembrarmos também de que, embora todo processo seja
extinto por meio de sentença, nem toda sentença extingue o processo, como é o caso
daquelas que dependem de atos subsequentes para a satisfação do direito nelas reconhecidos
(é o que ocorre, por exemplo, com as sentenças condenatórias, executivas e mandamentais),
pois, nessa hipótese, a sentença NÃO extingue o processo, mas apenas a fase procedimental
de conhecimento.

Art. 316. A extinção do processo dar-se-á por sentença.

Cumpre lembrarmos que o processo foi projetado pelo legislador para resultar,
sempre que possível e em regra, num julgamento de MÉRITO (sentença definitiva), mas há
situações em que impreterivelmente haverá a extinção do processo por meio de sentença
terminativa (aquela que não analisa o mérito da questão). Contudo, o NCPC é claro ao dispor
que esse fim anômalo do processo (sentença terminativa, ou seja, SEM julgamento do
mérito) deve ser evitado sempre que possível.
54
Assim, com fulcro no princípio da cooperação e princípio da extinção do processo
com resolução de mérito, o artigo 317 do NCPC, consubstanciando a regra que já era prevista
no artigo 6º do NCPC, exige que, antes de proferir sentença terminativa, cabe ao juiz
conceder à parte oportunidade, sempre que possível, de corrigir o vício.
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Art. 317. Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz
deverá conceder à parte oportunidade para, se possível, CORRIGIR O
VÍCIO.

LEGISLAÇÃO E ENUNCIADOS DE SÚMULA

➢ Dispositivos legais pertinentes:

1) Código de Processo Civil

TÍTULO II

DO LITISCONSÓRCIO

Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou
passivamente, quando:

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I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide;

II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir;

III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito.

§ 1º O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase


de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a
rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença.

§ 2º O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou resposta, que


recomeçará da intimação da decisão que o solucionar.

Art. 114. O litisconsórcio será NECESSÁRIO por disposição de lei ou quando, pela natureza da
relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam
ser litisconsortes.

Art. 115. A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório, será:

I - nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter integrado o
processo;

II - ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados.

Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor 55
que requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar,
sob pena de extinção do processo.

Art. 116. O litisconsórcio será UNITÁRIO quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver
de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes.

Art. 117. Os litisconsortes serão


CPF: considerados, em suas relações com a parte adversa, como
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litigantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um
não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar.

Art. 118. Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo, e todos
devem ser intimados dos respectivos atos.

TÍTULO III

DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

CAPÍTULO I

DA ASSISTÊNCIA

Seção I

Disposições Comuns

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
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Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado
em que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la.

Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus


de jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se encontre.

Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, o pedido do assistente será
deferido, salvo se for caso de rejeição liminar.

Parágrafo único. Se qualquer parte alegar que falta ao requerente interesse jurídico para
intervir, o juiz decidirá o incidente, sem suspensão do processo.

Seção II

Da Assistência Simples

Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos
poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido.

Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente
será considerado seu substituto processual.

Art. 122. A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do
pedido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a ação ou transija sobre
direitos controvertidos. 56
Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este
não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que:

I - pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido, foi
impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença;
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II - desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa,
não se valeu.

Seção III

Da Assistência Litisconsorcial

Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que a sentença
influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido.

CAPÍTULO II

DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE

Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes:

I - ao alienante IMEDIATO, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao


denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam;

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
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II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o
prejuízo de quem for vencido no processo.

§ 1º O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide for
indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida.

§ 2º Admite-se UMA ÚNICA denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu
antecessor imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, não
podendo o denunciado sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que eventual
direito de regresso será exercido por ação autônoma.

Art. 126. A citação do denunciado será requerida na petição inicial, se o denunciante for autor,
ou na contestação, se o denunciante for réu, devendo ser realizada na forma e nos prazos
previstos no art. 131.

Art. 127. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de
litisconsorte do denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial, procedendo-
se em seguida à citação do réu.

Art. 128. Feita a denunciação pelo réu:

I - se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo prosseguirá tendo,


na ação principal, em litisconsórcio, denunciante e denunciado;

II - se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com sua defesa, 57
eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à ação regressiva;

III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal, o denunciante
poderá prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas a
procedência da ação de regresso.

CPF:
Parágrafo único. Procedente o pedido018.442.323-60
da ação principal, pode o autor, se for o caso, requerer
o cumprimento da sentença também contra o denunciado, nos limites da condenação deste
na ação regressiva.

Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará ao julgamento da
denunciação da lide.

Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a ação de denunciação não terá o seu pedido
examinado, sem prejuízo da condenação do denunciante ao pagamento das verbas de
sucumbência em favor do denunciado.

CAPÍTULO III

DO CHAMAMENTO AO PROCESSO

Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu:

I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu;

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II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles;

III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento
da dívida comum.

Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo será requerida pelo
réu na contestação e deve ser promovida no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de ficar sem
efeito o chamamento.

Parágrafo único. Se o chamado residir em outra comarca, seção ou subseção judiciárias, ou


em lugar incerto, o prazo será de 2 (dois) meses.

Art. 132. A sentença de procedência valerá como título executivo em favor do réu que
satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou, de cada
um dos codevedores, a sua quota, na proporção que lhes tocar.

CAPÍTULO IV

DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido


da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.

§ 1º O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos


previstos em lei. 58
§ 2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da
personalidade jurídica.

Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de


conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo
extrajudicial. CPF: 018.442.323-60
§ 1º A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as
anotações devidas.

§ 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica


for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.

§ 3º A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2º.

§ 4º O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos


para desconsideração da personalidade jurídica.

Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e
requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.

Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão
interlocutória.

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Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno.

Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida


em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente.

Art. 1.062. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica APLICA-SE ao processo


de competência dos JUIZADOS ESPECIAIS.

CAPÍTULO V

DO AMICUS CURIAE

Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema


objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível,
de ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou
admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com
representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação.

§ 1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem autoriza a
interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do
§ 3º.

§ 2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os


poderes do amicus curiae.
59
§ 3º O amicus curiae PODE recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de
demandas repetitivas.

TÍTULO IV

LIVRO VI
CPF: 018.442.323-60
DA FORMAÇÃO, DA SUSPENSÃO E DA EXTINÇÃO DO PROCESSO

TÍTULO I

DA FORMAÇÃO DO PROCESSO

Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, todavia, a
propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240 depois que
for validamente citado.

TÍTULO II

DA SUSPENSÃO DO PROCESSO

Art. 313. Suspende-se o processo:

I – pela morte ou pela perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu
representante legal ou de seu procurador;

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II - pela convenção das partes;

III - pela arguição de impedimento ou de suspeição;

IV - pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas;

V - quando a sentença de mérito:

a) depender do julgamento de outra causa ou da declaração de existência ou de inexistência


de relação jurídica que constitua o objeto principal de outro processo pendente;

b) tiver de ser proferida somente após a verificação de determinado fato ou a produção de


certa prova, requisitada a outro juízo;

VI - por motivo de força maior;

VII - quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e fatos da navegação de


competência do Tribunal Marítimo;

VIII - nos demais casos que este Código regula;

IX - pelo parto ou pela concessão de adoção, quando a advogada responsável pelo processo
constituir a única patrona da causa; (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)

X - quando o advogado responsável pelo processo constituir o único patrono da causa e


tornar-se pai. (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)
60
§ 1º Na hipótese do inciso I, o juiz suspenderá o processo, nos termos do art. 689.

§ 2º Não ajuizada ação de habilitação, ao tomar conhecimento da morte, o juiz determinará


a suspensão do processo e observará o seguinte:
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I - falecido o réu, ordenará a intimação do autor para que promova a citação do respectivo
espólio, de quem for o sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, no prazo que designar, de
no mínimo 2 (dois) e no máximo 6 (seis) meses;

II - falecido o autor e sendo transmissível o direito em litígio, determinará a intimação de


seu espólio, de quem for o sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, pelos meios de
divulgação que reputar mais adequados, para que manifestem interesse na sucessão
processual e promovam a respectiva habilitação no prazo designado, sob pena de extinção
do processo sem resolução de mérito.

§ 3º No caso de morte do procurador de qualquer das partes, ainda que iniciada a audiência
de instrução e julgamento, o juiz determinará que a parte constitua novo mandatário, no
prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual extinguirá o processo sem resolução de mérito,
se o autor não nomear novo mandatário, ou ordenará o prosseguimento do processo à
revelia do réu, se falecido o procurador deste.

§ 4º O prazo de suspensão do processo nunca poderá exceder 1 (um) ano nas hipóteses do
inciso V e 6 (seis) meses naquela prevista no inciso II.

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§ 5º O juiz determinará o prosseguimento do processo assim que esgotados os prazos


previstos no § 4º.

§ 6º No caso do inciso IX, o período de suspensão será de 30 (trinta) dias, contado a partir
da data do parto ou da concessão da adoção, mediante apresentação de certidão de
nascimento ou documento similar que comprove a realização do parto, ou de termo judicial
que tenha concedido a adoção, desde que haja notificação ao cliente. (Incluído pela Lei nº
13.363, de 2016)

§ 7º No caso do inciso X, o período de suspensão será de 8 (oito) dias, contado a partir da


data do parto ou da concessão da adoção, mediante apresentação de certidão de
nascimento ou documento similar que comprove a realização do parto, ou de termo judicial
que tenha concedido a adoção, desde que haja notificação ao cliente. (Incluído pela Lei nº
13.363, de 2016)

Art. 314. Durante a suspensão é vedado praticar qualquer ato processual, podendo o juiz,
todavia, determinar a realização de atos urgentes a fim de evitar dano irreparável, salvo no
caso de arguição de impedimento e de suspeição.

Art. 315. Se o conhecimento do mérito depender de verificação da existência de fato


delituoso, o juiz pode determinar a suspensão do processo até que se pronuncie a justiça
criminal.

§ 1º Se a ação penal não for proposta no prazo de 3 (três) meses, contado da intimação do
ato de suspensão, cessará o efeito desse, incumbindo ao juiz cível examinar incidentemente
61
a questão prévia.

§ 2º Proposta a ação penal, o processo ficará suspenso pelo prazo máximo de 1 (um) ano,
ao final do qual aplicar-se-á o disposto na parte final do § 1º.

TÍTULO III
CPF: 018.442.323-60
DA EXTINÇÃO DO PROCESSO

Art. 316. A extinção do processo dar-se-á por sentença.

Art. 317. Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz deverá conceder à parte
oportunidade para, se possível, corrigir o vício.

➢ Súmulas sobre o assunto

1) Superior Tribunal de Justiça

SÚMULA 529

No seguro de responsabilidade civil facultativo, não cabe o ajuizamento de ação pelo terceiro
prejudicado direta e exclusivamente em face da seguradora do apontado causador do dano.

SÚMULA 537

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Em ação de reparação de danos, a seguradora denunciada, se aceitar a denunciação ou


contestar o pedido do autor, pode ser condenada, direta e solidariamente junto com o
segurado, ao pagamento da indenização devida à vítima, nos limites contratados na apólice.

JURISPRUDÊNCIA

AgRg no CC 122.940-MS, Rel. Min. Regina Helena Costa, Primeira Seção, por unanimidade,
julgado em 07/04/2020, DJe 16/04/2020

• DECISUM (DECISÃO): O Ministério Público do Trabalho não tem legitimidade para


atuar no âmbito do Superior Tribunal de Justiça na condição de parte.

• RATIO DECIDENDI (FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA): Os Ministérios Públicos dos Estados,


consoante orientação firmada pelo Supremo Tribunal Federal, em julgado sob a
sistemática da repercussão geral, podem atuar, diretamente, na condição de partes,
perante os Tribunais Superiores, em razão da não existência de vinculação ou
subordinação entre o Parquet Estadual e o Ministério Público da União. Tal conclusão,
entretanto, não pode ser amoldada ao Ministério Público do Trabalho, órgão vinculado
ao Ministério Público da União, conforme dispõe o art. 128, I, b, da Constituição da
República.

Agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre exclusão de 62


litisconsorte - STJ. 3ª Turma. REsp 1.724.453-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
19/03/2019 (Info 644).

• DECISUM (DECISÃO): cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias


que versarem sobre exclusão de litisconsorte”.

• CPF: 018.442.323-60
RATIO DECIDENDI (FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA): Segundo o inciso VII do art. 1.015,
do CPC/2015: “cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que
versarem sobre exclusão de litisconsorte”. Essa previsão abrange somente a decisão
que exclui o litisconsorte. Assim, cabe agravo de instrumento contra a decisão
interlocutória que exclui o litisconsorte. Por outro lado, NÃO cabe agravo de
instrumento contra a decisão que indefere o pedido de exclusão de litisconsorte
(decisão que mantém o litisconsorte).

Intervenção de terceiros - STJ. 3ª Turma. REsp 1.726.292-CE, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas
Cueva, julgado em 12/02/2019 (Info 642).

• DECISUM (DECISÃO): Não cabe intervenção de terceiros na modalidade de oposição


na ação de usucapião.

• RATIO DECIDENDI (FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA): In casu, a tutela buscada por meio


da oposição pode ser alcançada pela simples contestação à ação de usucapião, de
modo que a intervenção pretendida é totalmente desnecessária. Dessa forma, inexiste
a condição de terceiro da opoente em relação ao direito material discutido na ação de
usucapião. Isso porque a existência de convocação por meio de edital, a fim de chamar

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aos autos toda universalidade de sujeitos indeterminados para que integrem o polo
passivo da demanda se assim desejarem, elimina a figura do terceiro nesse
procedimento tão peculiar.

Desconsideração da personalidade jurídica - (REsp 1.766.093-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi,


Rel. Acd. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, por maioria, julgado em
12/11/2019, DJe 28/11/2019 – Informativo 661).

• DECISUM (DECISÃO): “A desconsideração da personalidade jurídica, ainda que com


fundamento na Teoria Menor (art. 28, § 5º, do Código de Defesa do Consumidor), não
pode atingir o patrimônio pessoal de membros do Conselho Fiscal sem que haja a
mínima presença de indícios de que estes contribuíram, ao menos culposamente, e
com desvio de função, para a prática de atos de administração”.

• RATIO DECIDENDI (FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA): Isso porque, a atuação do conselho


fiscal e dos seus membros está sujeita a limites precisos. De um lado, é mero fiscal e
não pode substituir os administradores da companhia no tocante à melhor forma de
conduzir os negócios sociais. Não lhe compete apreciar a economicidade das decisões
da diretoria ou conselho de administração nem interferir na conveniência dos negócios
realizados. Sua tarefa limita-se aos aspectos da legalidade e regularidade dos atos de
gestão. De outro lado, o conselho fiscal tem atuação interna, ou seja, os destinatários
de seus atos são os órgãos sociais".

63
QUESTÕES COMENTADAS

1. Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: Prefeitura prejudicarão os outros, mas os poderão
de Caruaru - PE Prova: FCC - 2018 - beneficiar.
Prefeitura de Caruaru - PE - Procurador do
Município CPF: 018.442.323-60
c) será unitário por previsão legal ou
quando, pela natureza da relação jurídica
O litisconsórcio controvertida, a requerimento da parte
adversa, a eficácia da sentença depender
a) necessário poderá ser limitado pelo juiz da citação de todos que devam ser
quanto ao número de litigantes na fase de litisconsortes.
conhecimento, na liquidação de sentença
ou na execução, quando o número d) implica sempre a necessidade de o juiz
excessivo de litigantes comprometer a decidir o mérito de modo uniforme para
rápida solução do litígio ou dificultar a todos os litisconsortes.
defesa ou o cumprimento de sentença.
e) também ocorre quando terceiro jurídica
b) conduz a que os litisconsortes sejam ou economicamente interessado em que a
considerados, em suas relações com a sentença seja favorável a uma das partes,
parte adversa, como litigantes distintos, passe a integrar o polo ativo ou passivo da
exceto no litisconsórcio unitário, caso em lide.
que os atos e as omissões de um não
RESPOSTA: Letra B. Justificativa:

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A – INCORRETA: Não se trata de necessário, Quando devedores solidários forem


mas do litisconsórcio multitudinário, que é citados para compor o polo passivo da lide,
aquele formado por uma quantidade na condição jurídica de terceiros, na
considerável de pessoas, de forma que o hipótese de o credor exigir de um ou de
art. 113, §1º e §2º, do NCPC prevê a alguns deles o pagamento da dívida
possibilidade de limitação da quantidade comum, ter-se-á a figura processual
de litisconsortes.
a) da assistência litisconsorcial.
B – CORRETA: CPC: Art. 117. Os
litisconsortes serão considerados, em suas b) da denunciação da lide
relações com a parte adversa, como
litigantes distintos, exceto no litisconsórcio c) da assistência simples.
unitário, caso em que os atos e as omissões
d) do chamamento ao processo.
de um não prejudicarão os outros, mas os
poderão beneficiar. e) da substituição processual.
C – INCORRETA: Não é unitário, mas RESPOSTA: Letra D. Justificativa:
necessário, CPC: Art. 114. O litisconsórcio
será necessário por disposição de lei ou A – INCORRETA: Vide comentários letra D.
quando, pela natureza da relação jurídica
controvertida, a eficácia da sentença B – INCORRETA: Vide comentários letra D.
depender da citação de todos que devam
ser litisconsortes. C – INCORRETA: Vide comentários letra D.

D – CORRETA: CPC: Art. 130. É admissível


64
D – INCORRETA: não é sempre, só decide
igual se o litisconsórcio for unitário. CPC: o chamamento ao processo, requerido
Art. 116. O litisconsórcio será unitário pelo réu:
quando, pela natureza da relação jurídica,
I - do afiançado, na ação em que o fiador
o juiz tiver de decidir o mérito de modo
for réu;
uniforme para todos os litisconsortes.
CPF: 018.442.323-60
II - dos demais fiadores, na ação proposta
E – INCORRETA: CPC - Art. 119. Pendendo
contra um ou alguns deles;
causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o
terceiro juridicamente interessado em que III - dos demais devedores solidários,
a sentença seja favorável a uma delas quando o credor exigir de um ou de alguns
poderá intervir no processo para assisti-la. o pagamento da dívida comum.
Parágrafo único. A assistência será E – INCORRETA: Vide comentários letra D.
admitida em qualquer procedimento e em
todos os graus de jurisdição, recebendo o 3. Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: PGE-TO
assistente o processo no estado em que se Prova: FCC - 2018 - PGE-TO - Procurador do
encontre. Estado

Sobre o incidente de desconsideração de


personalidade jurídica, é coreto afirmar:
2. Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: Prova: FCC
- 2018 - PGE-AP - Procurador do Estado a) Acolhido o pedido de desconsideração,
a alienação ou a oneração de bens, havida

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em fraude contra credores, será nula em E – INCORRETA: Dispõe o art. 134, §3º, do
relação ao adquirente. CPC/15, que "a instauração do incidente
suspenderá o processo, salvo na hipótese
b) É cabível em todas as fases do processo do §2º", que é justamente aquela em que a
de conhecimento, inclusive no desconsideração da personalidade jurídica
cumprimento de sentença e na execução é requerida na petição inicial, senão
fundada em título executivo extrajudicial. vejamos: "§2º. Dispensa-se a instauração
do incidente se a desconsideração da
c) Após a instauração do incidente, o sócio personalidade jurídica for requerida na
ou a pessoa jurídica serão intimados para petição inicial, hipótese em que será citado
manifestar-se e requerer as provas o sócio ou a pessoa jurídica".
cabíveis no prazo de quinze dias.
4. Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: PGE-MT
d) Concluída a instrução, se necessária, o Prova: FCC - 2016 - PGE-MT - Procurador
incidente será resolvido por sentença. do Estado
e) A instauração do incidente suspenderá Sobre as previsões do novo Código de
o processo ainda que a desconsideração Processo Civil a respeito da intervenção do
da personalidade jurídica tenha sido amicus curiae, considere:
requerida na petição inicial.
I. A intervenção de amicus curiae é
RESPOSTA: Letra B. Justificativa: admitida expressamente tanto no juízo de
piso como perante órgãos colegiados.
A – INCORRETA: CPC: Art. 137. Acolhido o
pedido de desconsideração, a alienação ou II. A intervenção de pessoa natural ou
65
a oneração de bens, havida em fraude de jurídica, órgão ou entidade especializada
execução, será ineficaz em relação ao na condição de amicus curiae independe
requerente. de pedido das partes, pois a lei prevê
expressamente a possibilidade de ser
B – CORRETA: É o que dispõe o art. 134,
determinada de ofício pelo magistrado.
caput, do CPC/15: "O incidente de
CPF: 018.442.323-60
desconsideração é cabível em todas as III. A intervenção de pessoa jurídica de
fases do processo de conhecimento, no direito público na condição de amicus
cumprimento de sentença e na execução curiae pode ensejar a modificação da
fundada em título executivo extrajudicial". competência e a remessa dos autos ao
juízo competente.
C – INCORRETA: CPC: Art. 135. Instaurado
o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica IV. Da decisão que admite a intervenção
será citado para manifestar-se e requerer de amicus curiae, cabe recurso pela parte
as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) interessada.
dias.
Está correto o que se afirma APENAS em
D – INCORRETA: CPC: Art. 136. Concluída
a instrução, se necessária, o incidente será a) I, II e III.
resolvido por decisão interlocutória.
b) I e IV.
Parágrafo único. Se a decisão for proferida
pelo relator, cabe agravo interno. c) III e IV.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
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d) I, II e IV. a) O litisconsórcio será necessário por


disposição de lei ou quando, pela natureza
e) I e II. da relação jurídica controvertida, a
eficácia da sentença depender da citação
RESPOSTA: Letra E. Justificativa: de todos que devam ser litisconsortes.
A – INCORRETA: Vide comentários letra E. b) Os litisconsortes sempre serão
considerados, em suas relações com a
B – INCORRETA: Vide comentários letra E.
parte adversa, como litigantes únicos,
C – INCORRETA: Vide comentários letra E. motivo pelo qual os atos e omissões de um
não prejudicarão nem poderão beneficiar
D – INCORRETA: Vide comentários letra E. os demais.

E – CORRETA: c) O juiz poderá limitar o litisconsórcio


facultativo quanto ao número de
Afirmativa I: certo, CPC: Art. 138., caput: “O litigantes, somente na fase de
juiz ou o relator, considerando a relevância conhecimento, quando esse número
da matéria, a especificidade do tema comprometer a rápida solução do litígio
objeto da demanda ou a repercussão social ou dificultar a defesa.
da controvérsia, poderá, por decisão
irrecorrível, de ofício ou a requerimento d) Se um dos litisconsortes passivos
das partes ou de quem pretenda contestar a ação, esse fato não obstará a
manifestar-se, solicitar ou admitir a ocorrência dos efeitos da revelia em
participação de pessoa natural ou jurídica, relação a quem não a contestou. 66
órgão ou entidade especializada, com
representatividade adequada, no prazo de e) Cada litisconsorte tem o direito de
15 (quinze) dias de sua intimação. promover o andamento do processo, mas
somente quem pleiteou o andamento será
(....)” intimado do ato respectivo.

CPF:
Afirmativa II: certo, CPC: art 138. 018.442.323-60
RESPOSTA: Letra A. Justificativa:

Afirmativa III: errado. CPC: Art. 138, §1º, do A – CORRETA: CPC: Art. 114. O
CPC/15, que "a intervenção de que trata o litisconsórcio será necessário por
caput [intervenção do amicus curiae] não disposição de lei ou quando, pela natureza
implica alteração de competência...". da relação jurídica controvertida, a eficácia
Afirmativa incorreta. da sentença depender da citação de todos
que devam ser litisconsortes.
Afirmativa IV: errado: CPC, art. 139, caput:
“O juiz dirigirá o processo conforme as B – INCORRETA: CPC: Art. 117. Os
disposições deste Código, incumbindo-lhe: litisconsortes serão considerados, em suas
(...)” relações com a parte adversa, como
litigantes distintos, exceto no litisconsórcio
5. Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: Prefeitura unitário, caso em que os atos e as omissões
de Campinas - SP Prova: FCC - 2016 - de um não prejudicarão os outros, mas os
Prefeitura de Campinas - SP - Procurador poderão beneficiar.

Quanto ao litisconsórcio, é correto afirmar: C – INCORRETA: CPC: art. 113, §1º, que "o
juiz poderá limitar o litisconsórcio

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facultativo quanto ao número de litigantes 6. (CESPE - TCE-PA/2016) Marque Certo ou


na fase de conhecimento, na liquidação de Errado.
sentença ou na execução, quando este
comprometer a rápida solução do litígio ou O juiz que constatar a incapacidade
dificultar a defesa ou o cumprimento da processual da parte em determinada ação
sentença". deverá julgar extinto o processo.

D – INCORRETA: Dispõe o art. 345, I, do (ERRADO). Justificativa:


CPC/15, que a revelia não produz o efeito
da confissão ficta "se havendo pluralidade Artigos 76 e 317 do NCPC – “Art. 76.
de réus, algum deles contestar a ação". Verificada a incapacidade processual ou a
Afirmativa incorreta. irregularidade da representação da parte,
o juiz suspenderá o processo e designará
E – INCORRETA: CPC: Art. 118. Cada prazo razoável para que seja sanado o
litisconsorte tem o direito de promover o vício. /Art. 317. Antes de proferir decisão
andamento do processo, e todos devem sem resolução de mérito, o juiz deverá
ser intimados dos respectivos atos. conceder à parte oportunidade para, se
possível, corrigir o vício”.

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