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Medicina Legal

Introdução à sexologia criminal


Centros de Referência para atendimento às vítimas de violência sexual
Aborto legal e aborto criminoso | Infanticídio.
Professor: Gustavo Nogueira Cardoso - CRMMG 45.787
Médico Legista concursado (PC-MG)
Professor Universitário de Medicina Legal
Especialista em Medicina Legal e Perícia Médica - AMB / ABMLPM - RQE Nᵒ 45520
Especialista em Geriatria - AMB / SBGG - RQE Nᵒ 42935
Especialista em Medicina de Família e Comunidade - AMB / SBMFC - RQE Nᵒ 30816
Mestrando em Ciências da Saúde pela UFVJM

2º Semestre de 2022
Sexologia médico-legal
Crimes contra a dignidade sexual
e provas periciais
Sexologia médico-legal
Conceitos
◦ Sexologia médico-legal (criminal ou forense):
“Área da Medicina Legal voltada para o estudo das questões médico-biológicas
e periciais ligadas aos delitos contra a dignidade e a liberdade sexual.”
(França, G.V. – Medicina Legal. 11ª Ed.)

◦ Organização Mundial de Saúde, sob a ótica da saúde pública, definiu a violência sexual:
“Uso intencional da força ou o poder físico, de fato ou como ameaça, contra uma pessoa
ou um grupo ou comunidade, que cause ou tenha possibilidade de causar lesões, morte,
danos psicológicos, transtornos do desenvolvimento ou privações”.
Sexologia médico-legal
Conceitos
• Conjunção carnal: Introdução completa ou incompleta do pênis na cavidade vaginal, ocorrendo
ou não ejaculação, não se tendo como tal a cópula vestibular ou vulvar nem o coito oral ou anal.

• Ato libidinoso (além da conjunção carnal): Manifesta-se nas mais variadas situações, como no
coito ectópico, na masturbação, nos toques e apalpadelas de mamas, coxas e vagina, na palpação
de nádegas, na contemplação lasciva, nos contatos voluptuosos de forma constrangedora.

• Vulnerável: Pessoa menor de 14 anos de idade ou aquele que, pelo fato de ser portador de
deficiência ou enfermidade mental, não tem o devido entendimento para a prática do ato
sexual, ou aquele que, por qualquer outra causa, não pode resistir às investidas do autor ou dos
autores, mesmo que essa vítima seja maior de idade, mentalmente sadia ou fisicamente capaz.
Legislação: Código Penal - Parte Geral
TÍTULO VI – Dos crimes contra a dignidade sexual
CAPÍTULO I – Dos crimes contra a liberdade sexual

• Art. 213 - Estupro: Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso. (Lei no 12.015, de 2009.)
PENA – reclusão de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
• § 1O Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou
maior de 14 (catorze) anos:
PENA - reclusão de 8 (oito) a 12 (doze) anos.
• § 2O Se da conduta resulta morte:
PENA - reclusão de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
Legislação: Código Penal - Parte Geral
TÍTULO VI – Dos crimes contra a dignidade sexual
CAPÍTULO I – Dos crimes contra a liberdade sexual

• Art. 213 - Estupro: Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal
ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso. (Lei no 12.015, de 2009.)
• OBS.:
- Esse dispositivo absorveu a figura do atentado violento ao pudor, antes especificada no artigo 214 e
agora revogado.

- Agora, tanto o homem como a mulher poderão ser sujeitos ativos ou passivos do crime de estupro,
pois admite-se que qualquer ato libidinoso praticado de forma violenta ou de grave ameaça a alguém é
tido como estupro.
Legislação: Lei Nº 13.931 / 2019
Altera a Lei nº 10.778 / 2003, para dispor sobre a
Notificação compulsória dos casos de suspeita de violência contra a mulher.

• Art. 1º - Constituem objeto de notificação compulsória, em todo o território nacional, os casos em


que houver indícios ou confirmação de violência contra a mulher atendida em serviços de saúde
públicos e privados.
• § 4º Os casos em que houver indícios ou confirmação de violência contra a mulher
referidos no caput deste artigo serão obrigatoriamente comunicados à autoridade
policial no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, para as providências cabíveis e para fins
estatísticos.”
Legislação: Código Penal - Parte Geral
TÍTULO VI – Dos crimes contra a dignidade sexual
CAPÍTULO I – Dos crimes contra a liberdade sexual

• Art. 215 - Violação sexual mediante fraude: Ter conjunção carnal ou praticar outro ato
libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação
de vontade da vítima. (Lei no 12.015, de 2009.)
PENA – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
• Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se
também multa.
◦ OBS.: A pessoa ofendida concorda com o ato, por que está sendo enganada.
◦ Exemplos:
- Médico(a) >> paciente
- Tatuador(a) >> cliente
- Personal trainer >> aluno(a)
- “João de Deus” >> fiéis
Legislação: Código Penal - Parte Geral
TÍTULO VI – Dos crimes contra a dignidade sexual
CAPÍTULO I – Dos crimes contra a liberdade sexual

• Art. 215-A - Importunação sexual: Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato
libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro: (Lei nº 13.718, de 2018)
PENA - Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais grave.”
• As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-se independentemente do
consentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido relações sexuais anteriormente ao crime.
Legislação: Código Penal - Parte Geral
TÍTULO VI – Dos crimes contra a dignidade sexual
CAPÍTULO I – Dos crimes contra a liberdade sexual

• Art. 216-A - Assédio sexual: Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou
favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou
ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. (Lei no 10.224, de 2001.)
PENA – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
• § 2o A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos.
Legislação: Código Penal - Parte Geral
TÍTULO VI – Dos crimes contra a dignidade sexual
CAPÍTULO II – Dos crimes contra vulnerável

• Art. 217-A - Estupro de vulnerável: Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com
menor de 14 (catorze) anos. (Lei no 12.015, de 2009.)
PENA - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
• § 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que,
por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática
do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.
• § 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:
PENA - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.
• § 4o Se da conduta resulta morte:
PENA - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.”
Legislação: Código Penal - Parte Geral
TÍTULO VI – Dos crimes contra a dignidade sexual
CAPÍTULO II – Dos crimes contra vulnerável

• Art. 218 - Corrupção de menores: Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a
lascívia de outrem. (Lei no 12.015, de 2009.)
PENA - reclusão, de 2(dois) a 5(cinco) anos.

• Art. 218-A - Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente:


Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção
carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem. (Lei no 12.015, de 2009.)
PENA - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.”
• Comportamento desregrado com relação aos prazeres do sexo.
• Luxúria, libidinagem, sensualidade.
Legislação: Código Penal - Parte Geral
TÍTULO VI – Dos crimes contra a dignidade sexual
CAPÍTULO II – Dos crimes contra vulnerável

• Art. 218-B - Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de


vulnerável: Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém
menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário
discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone. (Lei nº 12.015, de 2009.)
PENA - Reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.
Legislação: Código Penal - Parte Geral
TÍTULO VI – Dos crimes contra a dignidade sexual
CAPÍTULO II – Dos crimes contra vulnerável

• Art. 218-B - Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de


vulnerável: Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém
menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário
discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone. (Lei nº 12.015, de 2009.)
PENA - Reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.
§ 1o Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.
§ 2o Incorre nas mesmas penas:
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14
(catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo;
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas
no caput deste artigo.
§ 3o Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de
localização e de funcionamento do estabelecimento.
Legislação: Código Penal - Parte Geral
TÍTULO VI – Dos crimes contra a dignidade sexual
CAPÍTULO II – Dos crimes contra vulnerável

• Art. 218-C - Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de


cena de sexo ou de pornografia: Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à
venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de comunicação de
massa ou sistema de informática ou telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que
contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática,
ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia. (Lei nº 13.718, de 2018.)
PENA - Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Legislação: Código Penal - Parte Geral
TÍTULO VI – Dos crimes contra a dignidade sexual
CAPÍTULO II – Dos crimes contra vulnerável

• Art. 218-C - Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de


cena de sexo ou de pornografia.
Aumento de pena
• § 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime é praticado por agente que
mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima ou com o fim de vingança ou
humilhação.

Pornografia de VINGANÇA
Legislação: Código Penal - Parte Geral
TÍTULO VI – Dos crimes contra a dignidade sexual
CAPÍTULO II – Dos crimes contra vulnerável

• Art. 218-C - Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou
de pornografia.
Aumento de pena
• § 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime é praticado por agente que
mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima ou com o fim de vingança ou
humilhação.
Exclusão de ilicitude
• § 2º Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas no caput deste artigo em
publicação de natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica com a adoção de recurso que
impossibilite a identificação da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior de 18
(dezoito) anos.
Legislação: Código Penal - Parte Geral
TÍTULO VI – Dos crimes contra a dignidade sexual
CAPÍTULO VI – Dos ultraje público ao pudor

• Art. 233 – Ato obsceno: Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao
público. (Lei no 12.015, de 2009.)
PENA - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.
http://www.photojornalismo.com/2015/03/ato-obsceno-casal-faz-sexo-na-rua-e-so.html
Sexologia médico-legal
Exame pericial
◦ Íntegro
◦ Com rotura completa
◦ Com rotura incompleta
1) Exame do Hímen ◦ Com agenesia (ausência congênita)
(Possibilidades) ◦ Complacente (conceito relativo)
◦ Reduzido a carúnculas mirtiformes
(em mulheres que tiveram parto vaginal)

◦ Rotura de data recente:


2) Hímens rotos - Ocorreu até cerca de 10 dias.
(quanto à cicatrização) ◦ Rotura antiga ou cicatrizada:
- Ocorreu há mais de 10 dias (em média).
Hímen circular Hímen ovalar Hímen tetralabiado

Hímen septado Hímen complacente


Hímen cordiforme
Hímen septado oblíquo Hímen septado longitudinal Hímen septado transverso

Hímen cribriforme Hímen em bolsa Hímen roto


Os exames complementares na perícia de conjunção carnal

◦ A perícia deve buscar provas de ejaculação (sêmen):

- Fosfatase ácida: indício.

- PSA (antígeno prostático específico) ou Glicoproteína P30: confirmatório!

- Presença de espermatozóides: confirmatório!

Elemento pericial de maior certeza.


Útil em perícias de mulheres com vida sexual pregressa.
A presença de um único espermatozóide na vagina é
considerada prova material de conjunção carnal.
Espermatozóides visualizados em lâmina de esfregaço, ao microscópio.
Protocolo de Humanização
do atendimento à vítima
de violência sexual - PHAVVS

Orientações para abordagem às vítimas


nos hospitais de referência.
PHAVVS
Contexto histórico
◦ Dois exames médicos da vítima: um assistencialista e outro pericial.

◦ Fluxo complicado até os serviços médico-legais, com limitações físicas para


exame.

◦ Retardo na coleta de informações e vestígios (se coletados).

◦ Pela Legislação: “Estupro” e “Ato Libidinoso” eram crimes diferentes:

“Estupro” → Perícia de “conjunção carnal”

“Ato Libidinoso” → Perícia de “atentado violento ao pudor”


PHAVVS
Proposta

◦ Exame das vítimas nos hospitais referenciados, pelo médico plantonista, com tratamento
assistencial adequado e coleta de informações e vestígios necessários para posterior
confecção do laudo indireto, dispensando assim o reexame da vítima pelo médico-legista.
PHAVVS
Experiências exitosas
◦ Rede Hospitalar de Referência em Assistência à Saúde da Mulher em Belo Horizonte:
- Hospital Júlia Kubitschek
- Maternidade Odete Valadares
- Hospital Odilon Behrens
- Hospital das Clínicas da UFMG.

◦ Programa “Bem me Quer” – São Paulo.

◦ Modelo de atendimento descentralizado de vítimas de violência sexual em alguns estados


americanos (EUA).
PHAVVS
Legislação federal específica
PHAVVS
Legislação federal específica
PHAVVS
Legislação federal específica
PHAVVS
Legislação federal específica
PHAVVS
Legislação estadual específica
PHAVVS
Material de coleta de amostras biológicas
PHAVVS
Material de coleta de amostras biológicas
PHAVVS
Material de coleta de amostras biológicas
PHAVVS
Material de coleta de amostras biológicas
PHAVVS
Material de coleta de amostras biológicas
PHAVVS
Material de coleta de amostras biológicas
PHAVVS
Material de coleta de amostras biológicas
PHAVVS
Material de coleta de amostras biológicas
PHAVVS
Material de swabs em outros locais
PHAVVS
Material de material biológico subungueal
PHAVVS
Material de material biológico subungueal
PHAVVS
Observações

◦ Coleta de swabs na cavidade oral:


- Amostra para definir o perfil genético da própria paciente.

◦ Vestes:
- Nos casos em que as vestes possuam vestígios do delito, deve-se coletá-las e acondicioná-las em
invólucros de papel para que o material seque, o que é fundamental para a preservação do DNA.

◦ Cuidados com a cadeia de custódia:


- Identificação de todos os indivíduos que portarem, mesmo que transitoriamente, o envelope principal.
Aborto legal e
Aborto criminoso
Aborto legal e Aborto criminoso
Conceitos médico-legais

• Ovo:

- Medicina legal: Produto normal da concepção até o momento do parto.

- Obstetrícia: Ovo >> embrião >> feto.


(Abortamento ou parto prematuro a depender da idade gestacional.)
Aborto legal e Aborto criminoso
Conceitos médico-legais
Medicina Legal Obstetrícia
Concepção Concepção

Aborto ovular,
embrionário ou fetal
Aborto
20 Semanas
Ou: Peso fetal < 500 g.
OBS.: O França cita 22 semanas. Estatura fetal < 25 cm.

Parto prematuro
Parto
37 Semanas
Aborto criminoso
Conceitos médico-legais

O objeto do crime de aborto não é a mulher,


mas a vida no álveo (útero) materno.

“Expulsão prematura e violentamente provocada do produto da concepção, independentemente


de todas as circunstâncias de idade, viabilidade e mesmo de formação regular.” (Tardieu)

“Morte intencional do ovo. Entende-se por ovo, em Medicina Legal,


o produto normal da concepção até o momento do parto.” (França)

“Morte dolosa do ovo no álveo materno, com ou sem expulsão, ou a sua expulsão violenta
seguida de morte.” (Carrara, modificado por Nelson Caparelli)
Constituição da República Federativa do Brasil- 1988
Inviolabilidade do direito à vida
• TÍTULO II - DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I - DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
(...)
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação
coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
prestação alternativa, fixada em lei.
Aborto criminoso
Conceitos médico-legais

◦ Elementos presentes:

- Gravidez.
- Dolo.
- Uso dos meios necessários.
- Morte do concepto.
Código Penal
Crimes contra a vida

Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento.

• Artigo 124.
Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque.
(Pena: detenção de um a três anos.)
Código Penal
Crimes contra a vida
Aborto provocado por terceiro

• Artigo 125.
Provocar aborto sem o consentimento da gestante.
(Pena: reclusão de três a dez anos.)

• Artigo 126.
Provocar aborto com o consentimento da gestante.
(Pena: reclusão de um a quatro anos.)
Parágrafo único:
Aplica-se a pena do artigo anterior se a gestante é menor de 14 anos, ou é alienada ou débil
mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, violência ou grave ameaça.
Código Penal
Crimes contra a vida
Forma qualificada

• Art. 127.
As penas cominadas nos dois artigo anteriores são aumentadas de um terço, se, em
consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão
de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Código Penal
Crimes contra a vida

• Artigo 128. Não se pune o aborto praticado por médico:

I – Se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto necessário


ou terapêutico
II – Se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da
gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
Aborto piedoso
ou sentimental
Aborto legal
Aborto terapêutico

• Realizado por médico para salvar a vida da gestante.


• Encontra guarida no estado de necessidade, quando:

Para se salvar a vida da mãe, sacrifica-se a vida do filho.

(bem jurídico maior) (bem jurídico menor).


Aborto legal
Aborto terapêutico

- A liceidade do aborto terapêutico em determinadas condições independe do


consentimento da gestante ou de terceiros, pois essa prática pode estar
circunstanciada de tal gravidade que a lei já ampara plenamente no parágrafo 3o do
artigo 146 do Código Penal.
- A Medicina conceitua como de indispensável intervenção desde que justificado por
iminente perigo de vida.
Intervenção médica em situações de perigo de vida
Código Penal
• Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver
reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou
a fazer o que ela não manda:
(Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.)
Aumento de pena
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a execução do crime, se
reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas.
§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência.
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo:
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu
representante legal, se justificada por iminente perigo de vida;
II - a coação exercida para impedir suicídio.
Intervenção médica em situações de perigo de vida
Código de Ética Médica
• Capítulo IV - DIREITOS HUMANOS
É vedado ao médico:
Art. 22. Deixar de obter consentimento do paciente ou de seu representante legal após
esclarecê-lo sobre o procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco iminente de
morte.

• Capítulo V - RELAÇÃO COM PACIENTES E FAMILIARES


É vedado ao médico:
Art. 31. Desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de decidir
livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de
iminente risco de morte.
Aborto legal
Aborto terapêutico

• Estado de necessidade deve ser aludido quando:

1- A mãe apresenta perigo vital.


2- O perigo está sob a dependência direta da gravidez.
3- A interrupção da gravidez faz cessar o perigo para a vida da mãe.
4- O procedimento é o único meio capaz de salvar a vida da gestante.
5- Sempre que possível com a confirmação ou concordância de outros 2 colegas.
Aborto legal
Aborto sentimental: Gravidez decorrente de estupro

- Também chamado de piedoso ou moral.


- Indicação em casos de estupro:
Defesa do princípio do estado de necessidade contra as consequências oriundas de
um grave dano à pessoa.
Aborto legal
Aborto sentimental: Gravidez decorrente de estupro

• Os médicos não podem ser punidos caso se descubra que a gravidez não foi decorrente de estupro.

• Código Penal:
Artigo 20.
§ 1º - Isenta de pena “quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação
de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima”.
Trata-se de uma descriminante putativa:
Erro que comete o indivíduo ao supor que sua ação está coberta por algum excludente de ilicitude, legítima
defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do dever legal ou exercício regular de direito.
O agente sabe perfeitamente o que faz (conduta), mas acredita estar agindo licitamente.
Notificação compulsória
Capítulo IX - SIGILO PROFISSIONAL Lei Nº 13.931 / 2019 dos casos de suspeita de
violência contra a mulher.
É vedado ao médico:
Art. 73. Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua profissão,
salvo por motivo justo, dever legal ou consentimento, por escrito, do paciente.
Parágrafo único. Permanece essa proibição:
a) mesmo que o fato seja de conhecimento público ou o paciente tenha falecido;
b) quando de seu depoimento como testemunha (nessa hipótese, o médico comparecerá
perante a autoridade e declarará seu impedimento);
c) na investigação de suspeita de crime, o médico estará impedido de revelar segredo que
possa expor o paciente a processo penal.
Por que é obrigatória a notificação à autoridade dos casos em que houver indícios
ou confirmação de estupro?

Lei Nº 13.931 / 2019


Altera a Lei nº 10.778 / 2003, para dispor sobre a notificação compulsória dos casos de
suspeita de violência contra a mulher.
• Art. 1º - Constituem objeto de notificação compulsória, em todo o território nacional, os casos em
que houver indícios ou confirmação de violência contra a mulher atendida em serviços de saúde
públicos e privados.
§ 4º Os casos em que houver indícios ou confirmação de violência contra a mulher referidos
no caput deste artigo serão obrigatoriamente comunicados à autoridade policial no prazo de
24 (vinte e quatro) horas, para as providências cabíveis e para fins estatísticos.”
Resumindo...

Pela legislação atual:

• A mulher grávida, em decorrência de estupro, não precisa comunicar o fato à Polícia ou levar
um Boletim de Ocorrência ao Hospital, para solicitar o aborto.
>> Art.128 do CP – II → “Aborto piedoso ou sentimental”

• A Equipe do Hospital deve notificar (de forma compulsória) todos os casos de suspeita de
violência contra a mulher (Lesão corporal, violência psicológica, violência sexual.).
>> Lei Nº 13.931 / 2019. OBS.: A mulher, vítima de violência sexual, será ouvida posteriormente pela
autoridade policial, no decorrer do inquérito para apuração do crime.

• A mulher que comete o crime de aborto e busca atendimento hospitalar para tratamento de
intercorrências (Ex.: hemorragia por hipotonia uterina.) deve ser atendida de forma oportuna e
adequada e a Equipe não pode denunciar a paciente à Polícia.
>> Cód. Ética Médica. Art. 73 - C: na investigação de suspeita de crime, o médico estará
impedido de revelar segredo que possa expor o paciente a processo penal.
Aborto legal
Antecipação terapêutica do parto em casos de Anencefalia

- O Supremo Tribunal Federal aprovou a interrupção de gravidez de fetos anencéfalos.


- Também chamada antecipação terapêutica do parto.
- Por maioria de votos acompanhando o voto do Ministro Marco Aurélio de Mello, relator da
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamenta (ADPF) 54, foi declarada
inconstitucional a interpretação dada aos artigos 124, 126 e 128 (incisos I e II) do Código
Penal que criminaliza esse ato (aborto).
Aborto legal
Antecipação terapêutica do parto em casos de Anencefalia

• “A incolumidade física do feto anencéfalo, que, se sobreviver ao parto, o será por


poucas horas ou dias, não pode ser preservada a qualquer custo, em detrimento dos
direitos básicos da mulher.”
• “Cabe à mulher, e não ao Estado, sopesar valores e sentimentos de ordem
estritamente privada, para deliberar pela interrupção, ou não, da gravidez.”
• “Aborto é crime contra a vida. Tutela-se a vida potencial. No caso do anencéfalo,
repito, não existe vida possível. O anencéfalo jamais se tornará uma pessoa. Em
síntese, não se cuida de vida em potencial, mas de morte segura.”
(Ministro Marco Aurélio de Mello, STF.
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental - ADPF 54, 2004.)
Antecipação terapêutica do parto em casos de Anencefalia
Resolução CFM Nº 1.989/2012

• Dispõe sobre o diagnóstico de anencefalia para a antecipação terapêutica do parto e dá outras


providências.
CONSIDERANDO que o Supremo Tribunal Federal julgou procedente a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental
nº 54, de 17 de junho de 2004 (ADPF-54), e declarou a constitucionalidade da antecipação terapêutica do parto nos casos de
gestação de feto anencéfalo, o que não caracteriza o aborto tipificado nos artigos 124, 126 e 128 (incisos I e II) do Código
Penal, nem se confunde com ele;

RESOLVE:

• Artigo 1º - Na ocorrência do diagnóstico inequívoco de anencefalia o médico pode, a pedido


da gestante, independente de autorização do Estado, interromper a gravidez.
Antecipação terapêutica do parto em casos de Anencefalia
Resolução CFM Nº 1.989/2012
• Artigo 2º - O diagnóstico de anencefalia é feito por exame ultrassonográfico realizado a partir da
12ª (décima segunda) semana de gestação e deve conter:

I – duas fotografias, identificadas e datadas: uma com a face do feto em posição sagital; a outra,
com a visualização do polo cefálico no corte transversal, demonstrando a ausência da calota
craniana e de parênquima cerebral identificável;

II – laudo assinado por dois médicos, capacitados para tal diagnóstico.


Antecipação terapêutica do parto em casos de Anencefalia
Resolução CFM Nº 1.989/2012
• Artigo 3º - Concluído o diagnóstico de anencefalia, o médico deve prestar à gestante todos os
esclarecimentos que lhe forem solicitados, garantindo a ela o direito de decidir livremente sobre a
conduta a ser adotada, sem impor sua autoridade para induzi-la a tomar qualquer decisão ou para
limitá-la naquilo que decidir:

§1º É direito da gestante solicitar a realização de junta médica ou buscar outra opinião sobre o
diagnóstico.

§2º Ante o diagnóstico de anencefalia, a gestante tem o direito de:


I - manter a gravidez;
II - interromper imediatamente a gravidez, independente do tempo de gestação, ou adiar
essa decisão para outro momento.
Antecipação terapêutica do parto em casos de Anencefalia
Resolução CFM Nº 1.989/2012
§3º Qualquer que seja a decisão da gestante, o médico deve informá-la das consequências,
incluindo os riscos decorrentes ou associados de cada uma.

§4º Se a gestante optar pela manutenção da gravidez, ser-lhe-á assegurada assistência médica
pré-natal compatível com o diagnóstico.

§5º Tanto a gestante que optar pela manutenção da gravidez quanto a que optar por sua
interrupção receberão, se assim o desejarem, assistência de equipe multiprofissional nos locais
onde houver disponibilidade.

§6º A antecipação terapêutica do parto pode ser realizada apenas em hospital que disponha de
estrutura adequada ao tratamento de complicações eventuais, inerentes aos respectivos
procedimentos.
Antecipação terapêutica do parto em casos de Anencefalia
Resolução CFM Nº 1.989/2012
• Artigo 4º - Será lavrada ata da antecipação terapêutica do parto, na qual deve constar o
consentimento da gestante e/ou, se for o caso, de seu representante legal.
Parágrafo único. A ata, as fotografias e o laudo do exame referido no artigo 2º desta
resolução integrarão o prontuário da paciente.

• Artigo 5º - Realizada a antecipação terapêutica do parto, o médico deve informar à paciente os


riscos de recorrência da anencefalia e referenciá-la para programas de planejamento familiar com
assistência à contracepção, enquanto essa for necessária, e à preconcepção, quando for
livremente desejada, garantindo-se, sempre, o direito de opção da mulher.
Parágrafo único. A paciente deve ser informada expressamente que a assistência
preconcepcional tem por objetivo reduzir a recorrência da anencefalia.
Aborto ilegal
Condutas não respaldadas pelo Código Penal

• Aborto eugênico:
- Intervenção em fetos defeituosos ou com possibilidade de o serem.

• Aborto social:
- Interrupção de gravidez por motivos econômicos ou sociais
Aborto
Meios abortivos
• Tóxico (medicamentoso):
- Intoxicação do organismo materno e, consequentemente, a morte ovular, embrionária ou fetal
por meio da circulação placentária.
- Ex.: Medicamentos.
Plantas diversas: jalapa, sene, sabina, apiol, arruda, quinino, centeio-espigado, cabeça-de-
negro, quebra-pedra, etc.
Minerais: Fósforo, arsênico, antimônio, bário, chumbo e mercúrio.
Aborto
Meios abortivos
• Mecânico:
Diretos: Usados na cavidade vaginal, no colo do útero e na cavidade uterina.
- Cavidade vaginal: tamponamentos, duchas alternadas (de água fria e quente), cópulas repetidas,
- Colo uterino: cauterização, esponjas, dilatadores.
- Cavidade uterina: punção das membranas por sondas de borracha, agulhas de crochê, penas de
ganso, varetas de bambu, palitos de picolé, aspas de sombrinhas, curetagem, aspiração a vácuo,
histerectomia (microcesárea), injeção de formol no saco amniótico, curage (descolamento das
membranas fetais com o dedo.
Método de Cohen: descolamento por meio de líquidos na cavidade amniótica (água ou mesmo cáusticos.)
Indiretos: Utilização extragenital.
- Ex: Traumatismos abdominais, uso de Raio-X, excitações mamárias e enemas
com líquidos quentes.
Aborto
Perícia médico-legal

1- Exame da vítima.
2- Exclusão do aborto espontâneo e do aborto traumático

Patológico Acidental
3- Evidências de provocação do aborto.
4- Identificação do meio ou instrumento causador.
5- Exame dos restos fetais.
Aborto legal – PORTARIA No. 2.282/2020.
Procedimento de Justificação e Autorização de Interrupção da Gravidez

https://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-2.282-de-27-de-agosto-de-2020-
274644814#:~:text=Disp%C3%B5e%20sobre%20o%20Procedimento%20de,Sistema%20%C3%9Anico%20de%20Sa%C3%BAde%2DSUS.
Aborto legal – PORTARIA No. 2.282/2020.
Procedimento de Justificação e Autorização de Interrupção da Gravidez
Aborto legal – PORTARIA No. 2.282/2020.
Procedimento de Justificação e Autorização de Interrupção da Gravidez
Aborto legal – PORTARIA No. 2.282/2020.
Procedimento de Justificação e Autorização de Interrupção da Gravidez

1ª FASE
Aborto legal – PORTARIA No. 2.282/2020.
Procedimento de Justificação e Autorização de Interrupção da Gravidez

2ª FASE
Aborto legal – PORTARIA No. 2.282/2020.
Procedimento de Justificação e Autorização de Interrupção da Gravidez

3ª FASE
Aborto legal – PORTARIA No. 2.282/2020.
Procedimento de Justificação e Autorização de Interrupção da Gravidez

4ª FASE
Aborto legal – PORTARIA No. 2.282/2020.
Procedimento de Justificação e Autorização de Interrupção da Gravidez
Não há restrição de idade gestacional
para o Aborto Legal.
Nenhuma Lei ou mesmo a Norma Técnica do MS
definem uma restrição de idade gestacional.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_humanizada_abortamento_norma_tecnica_2ed.pdf
Infanticídio
Infanticídio

• CÓDIGO PENAL
Artigo 123:
Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após.
(Pena: detenção de dois a seis anos.)

• A exposição de motivos do Código Penal qualifica o infanticídio como delictum exceptum, quando
praticado pela parturiente sob a influência do estado puerperal, afirmando: “Essa cláusula, como é óbvio,
não quer significar que o puerpério acarrete sempre um perturbação psíquica: é preciso que fique
averiguado ter esta realmente sobrevindo em consequência daquele, de modo a diminuir a capacidade
de entendimento ou de autoinibição da parturiente. Fora daí, não há por que distinguir entre infanticídio
e homicídio. Ainda quando ocorra a honoris causa, a pena aplicável é a de homicídio.”

*Delictum exceptum: Crime com tratamento especial.


*Honoris causa: por causa de honra.
Infanticídio
Perícia

• Provas de vida extra-uterina:


- Docimásias (do grego: dokimos >> “eu provo”)

• Estado psíquico da parturiente.

• Exame de parto pregresso.


Infanticídio
Docimásia hidrostática pulmonar de Galeno

• 1ª Fase: Põe-se em um recipiente com líquido o bloco


constituído de todo o sistema respiratório (pulmões, traqueia
e laringe) e mais língua, timo e coração.
>> Se estes órgãos flutuam: Fase POSITIVA.
>> Se estes órgãos afundam: Fase NEGATIVA.

• 2ª Fase: Mantendo-se o bloco no fundo do recipiente com


líquido, separam-se os pulmões pelo hilo das demais vísceras.
>> Se os pulmões flutuam: Fase POSITIVA.
>> Se os pulmões afundam: Fase NEGATIVA. https://www.facebook.com/esenciaforense/photos/pcb.1667
626649965865/1667626626632534/
Infanticídio
Docimásia hidrostática pulmonar de Galeno

• 3ª Fase: Com os pulmões no fundo do recipiente, cortam-se,


no interior do líquido, vários fragmentos de pulmão e
observa-se seus comportamentos.
>> Se alguns fragmentos flutuam: Fase POSITIVA.
>> Se os fragmentos afundam: Fase NEGATIVA.

• 4ª Fase: Tomam-se os fragmentos dos pulmões que


permanecem no fundo do recipiente, comprimindo-os entre
os dedos e de encontro à parede do vaso.
>> Se há desprendimento de finas bolhas gasosas
misturadas com sangue: Fase POSITIVA.
>> Se não há desprendimento de bolhas: Fase NEGATIVA. https://www.facebook.com/esenciaforense/photos/
pcb.1667626649965865/1667626609965869/
Infanticídio
Docimásia hidrostática pulmonar de Galeno

Conclusões possíveis:
- Se houve flutuação na 1ª fase, a presunção é de que o infante respirou bastante.
- Se a 2ª e a 3ª fases são positivas, conclui-se por uma respiração precária.
- Se apenas a 4ª fase é positiva, a prova é duvidosa ou há presunção de raras incursões
respiratórias.
- Se as quatro fases são negativas, opina-se pela inexistência de vida autônoma, ou
seja, não houve respiração.
Exposição ou abandono de recém-nascido

• CÓDIGO PENAL
Artigo 134: Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria.
(Pena: Detenção de 6 meses a 2 anos.)

• § 1º Se do fato resulta lesão de natureza grave:


Pena: detenção. De 1 a 3 anos.

• § 2º Se resulta a morte:
Pena: detenção, de 2 a 6 anos.
http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2012/04/mae-condenada-
por-jogar-filha-na-lagoa-da-pampulha-esta-em-liberdade.html

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