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CRIMES

CONTRA A
DIGNIDADE
SEXUAL
SUMÁRIO

CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL������������������������������������������������������������������� 3


1. FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU DE OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇA OU
ADOLESCENTE OU DE VULNERÁVEL.����������������������������������������������������������������������������������������������� 3
2. DIVULGAÇÃO DE CENA DE ESTUPRO OU DE CENA DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL, DE CENA DE SEXO
OU DE PORNOGRAFIA��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 4
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL 3

CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL


1. FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU DE OUTRA FORMA DE
EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE OU DE
VULNERÁVEL.
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual
alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não
tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que
a abandone:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.
§ 1º Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também
multa.
§ 2º Incorre nas mesmas penas:
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito)
e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo;
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas
referidas no caput deste artigo.
§ 3º Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação
da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento.
Trata-se de outra inovação que teve por objetivo adaptar o delito de corrupção de menores
às necessidades da sociedade atual.
Partindo dessa premissa, a Lei nº 12.015 objetivou regular, no art. 218-B, do CP, a grave ques-
tão da prostituição ou exploração sexual de menores de 18 anos e de pessoas sem condições de
compreensão mental. Por sua vez, a Lei nº 12.978/2014 pretendeu conferir proteção mais eficaz à
dignidade sexual de crianças e adolescentes, alterando a designação jurídica (nomen iuris) do art.
218-B, do Código Penal. O referido crime passou a se chamar “Favorecimento da prostituição ou
de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável”. Demais disso, a
Lei nº 12.978/2014 classificou o referido crime como “hediondo”, ou seja, submetido aos rigores
da Lei nº 8.072/1990 (Lei dos Crimes Hediondos).
A propósito, cumpre registrar que exploração sexual em questão diz respeito a dominação e
abuso sexual de crianças e adolescentes. Em geral, esse crime é praticado por “mercadores sexuais”,
que atuam em organizações criminosas locais ou internacionais, contando ou não com a participação
de pais ou responsáveis do menor.
Assim, o bem jurídico tutelado é a intangibilidade do vulnerável, resguardando-o de se pros-
tituir ou se tornar alvo de exploração sexual.
Diversas são as condutas previstas no tipo. Submeter (obrigar, forçar, sujeitar), induzir (fazer
surgir a ideia), atrair (seduzir, instigar, apresentar vantagens), facilitar (favorecer ou retirar obstá-
culos físicos ou morais) a vítima à prostituição ou outra forma de exploração sexual, ou impedir
(obstaculizar) ou dificultar (comportamento inverso do facilitar) que a abandone. Deve-se destacar
o verbo submeter, haja vista a frequência com que menores são subjugados à exploração sexual.
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O favorecimento pode ocorrer por ação ou por omissão, na hipótese em que o agente tenha
o dever jurídico de impedir que a vítima ingresse na prostituição e nada faz para impedi-la.
Reitere-se que a exploração sexual consiste em inovação legislativa e significa tirar proveito
da sua situação ou enganá-lo para fins de lucro. No caso, há uma relação de gênero e espécie entre
exploração sexual e prostituição. Demais disso, a prostituição em si, para o maior de 18 ou para o
mentalmente são, não é crime, embora seja, como dito, uma das formas de exploração sexual. Não
obstante, o Código criminaliza atividades em torno da prostituição, ou seja, como a de quem tira
proveito da prostituição alheia, isto é, o proxeneta e o rufião.
Por outro lado, a prostituição do menor de 18 anos, sem qualquer intermediação, constituir-
-se-ia fato atípico. O art. 218-B, do CP, deixa claro que deve existir alguma forma de submissão,
induzimento, atração, facilitação, impedimento ou dificuldade para o menor de 18 anos.
A doutrina majoritária entende que o art. 218-B do CP revogou tacitamente as disposições do art. 244-A do
Estatuto da Criança e do Adolescente.

2. DIVULGAÇÃO DE CENA DE ESTUPRO OU DE CENA DE ESTU-


PRO DE VULNERÁVEL, DE CENA DE SEXO OU DE PORNOGRAFIA
Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir,
publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de comunicação de massa ou
sistema de informática ou telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que
contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua
prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Aumento de pena
§ 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime é praticado por
agente que mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima ou com o fim
de vingança ou humilhação.
Exclusão de ilicitude
§ 2º Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas no caput deste artigo
em publicação de natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica com a adoção de
recurso que impossibilite a identificação da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso
seja maior de 18 (dezoito) anos.
O delito em tela é um tipo misto alternativo, na medida em que contempla diversas ações
nucleares na sua composição.
Nesse contexto, aquele que divulga, oferece, troca, disponibiliza, transmite, vende, expões
à venda ou publica, por qualquer meio, cena que contenha estupro (simples ou de vulnerável),
responde pelo crime.
Ademais, responde pela modalidade aquele que faça apologia ao estupro ou divulgue imagens
ou cenas de nudez sem o consentimento da vítima.
Haverá aumento de pena de 1 a 3/3 se a divulgação for feita por pessoa que tenha mantido
relações de afeto com a vítima ou com o dolo específico de humilhar, ridicularizar ou como vingança.
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Há ainda, causa expressa de exclusão de ilicitude quando o agente pratica as condutas do ar.
218-B, do CP, em publicação de natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica com a adoção
de recurso que impossibilite a identificação da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja
maior de 18 (dezoito) anos.

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