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PROCESSOS JUDICIAIS

ENVOLVENDO CRIANÇAS E
ADOLESCENTES
Maus-tratos
CP, art. 136: expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou
vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de
alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou
inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina.

Em 2020, foram feitas mas de 64 mil denúncias de violência física ou psíquica


contra criança e adolscente no país, através do Disque 100 da Ouvidoria Nacional de
Direitos Humanos.
Abandono de incapaz
CP, Art. 133: abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou
autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do
abandono.

Exposição ou abandono de recém-nascido


CP, art. 134: expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria.

Há alguns anos, por exemplo, a Justiça de Fernandópolis (SP)


determinou a prisão preventiva da mulher que deixou a filha de 6 anos
sozinha em casa por quatro dias para ir a São Paulo.
A criança passou por atendimento psicológico.  
Estupro de vulnerável
CP, art. 217-A: ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso
com menor de 14 (catorze) anos.

Corrupção de menores
CP, art. 218.: induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem.

Satisfação da lascívia mediante a presença de criança ou adolescente


CP, art. 218-A: praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a
presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de
outrem.
Favorecimeto da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou
adolescente ou de vulnerável
CP, Art. 218-B: submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de
exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou
deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-
la, impedir ou dificultar que a abandone.

Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de


sexo ou de pornografia
CP, art. 218-C: oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda,
distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de
comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática -, fotografia, vídeo
ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de
vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da
vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia.

ECA, art. 240: produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer
meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente.
ECA, art. 241: vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente.

ECA, art. 241-A: oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou


divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou
telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito
ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente.

ECA, art. 241-B: adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo
ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica
envolvendo criança ou adolescente.

ECA, art. 241-C: simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo


explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de
fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual.

ECA, art. 241-D: aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de
comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso.
LEI MENINO BERNARDO: 
                      A VIOLÊNCIA COMO FORMA DE EDUCAR

• A Lei Menino Bernardo refere-se à norma que visa proibir o uso de castigos físicos ou
tratamentos cruéis ou degradantes na educação de crianças e adolescentes.
• Segundo o ECA, em seu art. 18: "-  É dever de todos velar pela dignidade da criança e do
adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante,
vexatório ou constrangedor."

• O nome da lei (também chamada de lei da palmada) refere-se ao caso do Bernardo


Boldrini, menino de 11 anos que foi cruelmente assassinado por overdose de medicamentos
em abril de 2014, no interior do RS. Os responsáveis pelo crime são o pai e a madrasta da
criança, além de dois conhecidos do casal. 
Do direito à liberdade, ao respeito e à dignidade:

• Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados


sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como
formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos
pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes
públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa
encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los.

• Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os


agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou qualquer pessoa
encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los ou
protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou degradante
como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto
estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes
medidas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso.
  ARGUMENTOS FAVORÁVEIS E REAÇÕES CONTRÁRIAS:

• Segundo seus defensores, a lei da palmada é uma das ações que pretende educar as pessoas para
que resolvam os seus problemas através do diálogo e da compreensão mútuas, e não por meio de
agressões físicas e/ou humilhações.A necessidade da Lei surgiu para que a criança e o
adolescente também fossem enxergados como pessoas de direitos e não como objetos apenas de
proteção.

                                         X

• O principal argumento contra a lei é a rejeição, pelas famílias, da intervenção do Estado em


assuntos privados, como a educação de crianças em casa. Para muitos, a lei é redundante em boa
parte com a legislação anterior e não irá alterar significativamente a realidade, sendo que alguns
de seus pontos são subjetivos, pois não definem exatamente o que seria o "sofrimento físico"
suficiente para gerar consequências jurídicas.
• Mãe e padrasto foram presos em flagrante pela
Polícia Civil de Goiás suspeitos de terem
participado da morte de um bebê, de apenas
três anos de idade. A vítima morreu em
Trindade, região metropolitana da capital
goiana, na madrugada desta terça-feira
(14/09/2021)
•  O irmão da vítima, de 6 anos, foi ouvido pelo
Conselho Tutelar e afirmou que apanhava
sempre porque era “um menino teimoso”. Os
conselheiros procuram um familiar para acolher
o garoto. Ele também tinha lesões típicas de
espancamento e vai passar por atendimento
psicológico

• Segundo a delegada Silvana Nunes, a mãe


confessou o crime.
                             FIM

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