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Direito Penal

Dos Crimes contra a Dignidade


ELEMENTOS
Sexual
A) Conduta de INDUZIR alguém
B) Com a finalidade de SATISFAZER A LASCÍVIA de
Capítulo II Dos Crimes Sexuais outrem

Contra Vulnerável - aula 03 1. Núcleo do tipo: “induzir” = inspirar a ideia ou


também convencer a vítima.
2. Meio de execução: “satisfazer a lascívia” não
Definição pode ser mediante conjunção carnal ou outro ato
libidinoso. Se assim for, aquele que induziu,
Crimes de LENOCÍNIO:
responderá por estupro de vulnerável, mediante a
1. ação de EXPLORAR, ESTIMULAR OU FAVORECER o regra do concurso de pessoas (artigo 29 do CP). Ex:
comércio carnal ilícito, OU INDUZIR OU induzir a vítima a ficar nua, a tomar banho na
CONSTRANGER alguém à sua prática. presença de outrem, fazer danças eróticas, atos
sensuais etc.
2. prestar assistência à libidinagem de outrem.
3. Finalidade: o agente atua não no sentido de
Aquele que pratica o lenocínio é chamado de satisfazer a sua própria lascívia, mas sim de
proxeneta. outrem, de terceira pessoa.
4. Objeto material (pessoa ou coisa sobre qual
recai a conduta): mulher ou homem, menor de 14
Art. 218 – Corrupção de menores anos, induzida a satisfazer a lascívia de outrem
5. Bem juridicamente protegido: dignidade,
Tipo Penal: liberdade e desenvolvimento sexual do menor de 14
anos.
Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos
a satisfazer a lascívia de outrem: 6. Sujeito ativo e passivo: crime comum em
relação ao sujeito ativo e crime próprio em relação
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. ao sujeito passivo.
Parágrafo único. (VETADO).
Direito Penal

tipo penal prevê “satisfazer lascívia de outrem” e


não própria.
7. Elemento subjetivo: dolo; elemento
subjetivo específico de satisfazer lascívia de OBS: Satisfazer a lascívia de outrem – PESSOA
outrem. DETERMINADA -, se a lascívia é de um número
indeterminado de pessoas, o crime passa a ser o de
8. Consumação e tentativa: crime material,
favorecimento de prostituição (artigo 218-B do CP).
consuma-se com a prática de pelo menos um ato
pela vítima, tendente a satisfazer a lascívia de OBS: Regra dos 14 anos vale também, ou seja,
terceiro, independente deste considerar-se NO DIA no seu 14º aniversário, NÃO SE
satisfeito; TENTATIVA É POSSÍVEL, ex: quando a CONFIGURA MAIS O CRIME DE
vítima ia se despindo, é interrompida por alguém que CORRUPÇÃO DE MENORES, mas sim aquele do
entra no quarto. artigo 227 do CP (mediação para servir a lascívia de
outrem).

Comentários

OBS: Em nenhum momento a vítima menor de 14


anos poderá ser submetida a conjunção carnal ou a
outros atos libidinosos, sob pena de configurar o
OBS: Erro de tipo – o agente tem que ter
estupro de vulnerável (artigo 217-A CP).
conhecimento da idade da vítima, caso contrário
OBS: NUCCI defende que trata-se de exceção será responsabilizado pelo delito do artigo 227 do
pluralística à teoria monística (artigo 29 CP), o que CP.
impediria a punição do partícipe de estupro de
OBS: Vítima que é induzida a satisfazer a lascívia
vulnerável pela pena prevista no artigo 217-A,
quando sua conduta fosse apenas induzir. A maioria de outrem PELA INTERNET, plenamente possível que
doutrinária discorda e defende que nesse caso se configure corrupção de menores do artigo
haverá estupro de vulnerável para os dois, isto é, estudado. O artigo 240 do ECA não prevê o
tanto para quem induz quanto para quem participa comportamento legal de apenas “assistir”, sendo
diretamente. necessário que o agente ao menos registre a cena.
OBS: A corrupção de menores estudada no artigo
OBS: Conduta em triângulo: mediador (aquele
que pratica o crime), a vítima e o destinatário (o que 218 do CP é diferente daquela prevista no artigo
tem a satisfação da lascívia). Ocorre que O 244-B do ECA, que prevê a conduta do agente que
pratica infração penal com menor:
DESTINATÁRIO NÃO SERÁ COAUTOR DO CRIME –
ainda que também tenha induzido a vítima, pois o
Direito Penal

Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de


§1º Se o crime é pratica do com o fim de obter
menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou vantagem econômica, aplica-se também multa.
induzindo-o a praticá-la:
§2º Incorre nas mesmas pena:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato
libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior
§ 1 º Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem
pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios
de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput
eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet. deste artigo;

§ 2 º As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo
de um terço no caso de a infração local em que se verifiquem as práticas referidas no
cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1 o da Lei n o caput deste artigo.
8.072, de 25 de julho de 1990 .
§3º Na hipótese do inciso II do §2º, constitui efeito
obrigatório da condenação a cassação da licença de
localização e de funcionamento do estabelecimento.
Art. 218-B – Favorecimento da

prostituição ou de outra forma de FAVORECIMENTO DE PROSTITUIÇÃO

ELEMENTOS
EXPLORAÇÃO SEXUAL de criança ou
A) Conduta de SUBMETER, INDUZIR, OU
ATRAIR à prostituição ou outra forma de
adolescente ou de vulnerável exploração sexual
B) Alguém menor de 18 (dezoito) anos
C) Ou que por enfermidade ou deficiência mental,
não tem o necessário discernimento para a prática
Tipo Penal: do ato
Art.218-B.SUBMETER, INDUZIR OU
ATRAIR à prostituição ou outra forma de D) Facilitando, impedindo ou dificultando que a vítima
exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) a abandone
anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental,
não tem o necessário discernimento para a prática
do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a
abandone:

Pena-reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.


Direito Penal
EXPLORAÇÃO SEXUAL
TRÁFICO PARA
PROSTITUIÇÃO TURISMO SEXUAL PORNOGRAFIA FINS SEXUAIS

Atos sexuais são negociados Comércio sexual em Produção, exibição, Movimento


em troca de pagamento, não cidades turísticas, distribuição, clandestino e ilícito de
compra, venda, pessoas através de
apenas monetário, podendo envolvendo turistas
fronteiras, com
ser necessidades básicas, nacionais e posse, utilização
objetivo de forçar
acesso a bens e serviços etc. estrangeiros. de material pessoas a entrarem
pornográfico em situações
sexualmente
1. Núcleo do tipo: opressoras e
exploradoras.
A) “submeter” = sujeitar, subjugar;
B) “induzir” = inspirar e instigar a ideia;
6. Consumação e tentativa: crime
C) “atrair” = estimular, aliciar; material, consuma-se no MOMENTO EM
QUE A VÍTIMA PASSA A SE
D) “facilitá-la” = proporcionar meios, afastar dificuldades, ex:
DEDICAR À PROSTITUIÇÃO,
arrumar clientes, colocando-a em pontos estratégicos;
colocando-se a disposição de clientes (ex: estar
E) “impedir” = opor-se, ex: tenha que saldar dívidas extorsivas em bordel), ainda que não tenha praticado ato
;F) “dificultar” = criar obstáculos. sexual com nenhum.

2. Objeto material (pessoa ou coisa sobre qual recai a


Na segunda modalidade (impedir ou dificultar o
conduta): mulher ou homem abandono da prostituição), consuma-se no
momento em que o agente se opõe a isso,
3. Bem juridicamente protegido: dignidade, sendo esse crime permanente, cuja
moralidade e desenvolvimento sexual. consumação se protrai no tempo.

4. Sujeito ativo e passivo: crime comum em relação


Tentativa possível.
ao sujeito ativo e crime próprio em relação ao sujeito passivo,
que será pessoa menor de 18 anos ou que, por enfermidade ou
deficiência mental, não tenha discernimento para a prática do
ato.
5. Elemento subjetivo: dolo; se houver também intuito
de obter vantagem econômica, aplica também multa (§1º).
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Comentários OBS: Art. 111 -A prescrição, antes de transitar


em julgado a sentença final, começa a correr:(.. )
OBS: Erro de tipo – o agente tem que ter
conhecimento da idade da vítima, caso contrário V -nos crimes contra a dignidade sexual de crianças
será responsabilizado pelo delito do artigo 228 do CP e adolescentes, previstos neste Código ou em
(exploração da prostituição de adultos). legislação especial, da data em que a vítima
completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo
OBS: Crime do artigo 218-B pune o já houver sido proposta a ação penal.
proxeneta/aliciador. Quem efetivamente mantém
conjunção carnal ou prática de outro ato libidinoso OBS: Com a Lei nº 12.978/2014, o crime em
com vulneráveis (menores de 14 anos, enfermos ou comento passou a ser HEDIONDO. OBS: Importante
deficientes mentais, ou que por outra causa não ter em mente que as condutas de “impedir” e
podem oferecer resistência) responde pelo “dificultar” são crimes permanentes, isto é, a
estupro de vulnerável, art. 217-A CP. consumação se prolonga no tempo enquanto o
agente estiver praticando o ato. Assim sendo,
OBS: Quem efetivamente pratica conjunção carnal nestas modalidades, aplica-se a súmula 711 do STF
ou prática de outro ato libidinoso com maiores de 14 (exceção da regra da irretroatividade da lei penal
anos e menores de 18, responde pelo §2º, inciso I, maléfica):
do artigo 218-B.
Súmula 711-A lei penal mais grave aplica-se ao
OBS: Também poderá ser alegado erro de tipo no crime continuado ou ao crime permanente, se a sua
§2º, inciso I, quando, por exemplo, uma pessoa vigência é anterior à cessação da continuidade ou da
acreditando contratar uma prostituta de 19 anos, permanência.
contrata uma de 17 anos. O erro de tipo exclui o
dolo e afasta da tipicidade da conduta. OBS: Sujeito oferece dinheiro para menores em
troca de favores sexuais (proxeneta e usuário dos
OBS: Também será responsabilizado o serviços na mesma pessoa). STJ reconheceu o
proprietário, o gerente ou o responsável pelo local crime do artigo 218-B, §2º, inciso I.
em que se verifiquem as práticas referidas no
caput deste artigo, desde que tenha conhecimento
de que naquele local há a exploração sexual de
menores de 18 anos (responsabilidade penal
objetiva).
Direito Penal
Art. 218-C -Divulgação de cena
IMPOSSIBILITE A IDENTIFICAÇÃO DA VÍTIMA,
ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior
de estupro ou de cena de estupro de 18 (dezoito) anos.

de vulnerável, de cena de sexo ou

de pornografia

Tipo Penal:
Art.218-B. Art.218-C. OFERECER, TROCAR, ELEMENTOS
DISPONIBILIZAR, TRANSMITIR, VENDER OU EXPOR À
VENDA, DISTRIBUIR, PUBLICAR OU DIVULGAR, por A)Conduta de oferecer, trocar, disponibilizar,
qualquer meio-inclusive por meio de comunicação de transmitir, vender ou expor à venda, distribuir,
massa ou sistema de informática ou telemática- publicar ou divulgar (nove ações nucleares)
,fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que
contenha cena de estupro ou de estupro de A)Por qualquer meio
vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua
prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena
de sexo, nudez ou pornografia: B)Fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual

Pena-reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato C)Com cena de estupro ou de estupro de vulnerável
não constitui crime mais grave. ou que faça apologia ou induza a sua prática

Aumento de pena
D)Sem o consentimento da vítima, cena de sexo,
nudez ou pornografia
§1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3
(dois terços) se o crime é praticado por agente que
1. Objeto material (pessoa ou coisa sobre
mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto
qual recai a conduta): fotografias, vídeos ou outros
com a vítima ou com o fim de vingança ou
humilhação. registros audiovisuais.

Exclusão de ilicitude

§2º Não há crime quando o agente pratica as


condutas descritas no caput deste artigo em
publicação de natureza jornalística, científica,
cultural ou acadêmica com a adoção de recurso que
Direito Penal

Estupro ou estupro de vulnerável: o vulnerável 2. Divulgação de imagens como forma de


aqui é aquele que, por enfermidade ou deficiência autodefesa: caso Neymar x Najila. Doutrina
mental, não tem o necessário discernimento para a aponta para causa excludente de ilicitude –legítima
prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, defesa –ou de culpabilidade –inexigibilidade de
não pode oferecer resistência. conduta diversa.
Que façam apologia ou induzam a prática do
estupro: nesta modalidade não há necessidade de
cenas sexuais, mas apenas a apologia ao crime,
ex: pessoa que defende o estupro, que incita etc.
Sem o consentimento da vítima, cena de sexo,
nudez ou pornografia: não há violência sexual, mas
sim ausência de consentimento da vítima, que tem
sua imagem exposta.

Comentários Art. 225 – Ação penal

OBS: Vítima criança (até 12 anos) e adolescente Art.225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II
(entre 12 e 18 anos), teremos crimes do ECA (arts. deste Título, procede-se mediante ação penal pública
241 e 241-A). incondicionada.
OBS: Excludentes do crime:  Lei nº 13.718/18= crimes contra a liberdade
1. Quando há autorização da vítima, desde que maior sexual e crimes sexuais contra vulneráveis,
de 18 anos, pois menor é irrelevante o a ação penal será sempre PÚBLICA
consentimento (incide ECA). Autorização presumida: INCONDICIONADA.
se exibem nuas publicamente,
 Súmula 608 do STF superada.
ex. carnaval, desfiles etc.
 S.608 STF. “No crime de estupro, pratica do
mediante violência real, a ação penal é
pública incondicionada”.
Direito Penal

“(.. ) ou por qualquer outro título tiver autoridade


Art. 226 – Aumento da pena – sobre ela”. = STJ diz que há relação de autoridade
majorantes entre professor e aluno, reverência e temor, razão
pela qual eventual crime também atrai a majorante.
Art.226.Apena é aumentada:
I-de quarta parte, se o crime é cometido com o OBS: inciso I (concurso de duas ou mais pessoas) e
concurso de 2 (duas) ou mais pessoas; estupro coletivo (dois ou mais agentes) = se o crime
for de estupro (arts. 213 e 217-A CP), aplica-se o
II-de metade, se o agente é ascendente, padrasto aumento do estupro coletivo. Nos demais crimes,
ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, aplica-se o aumento do concurso de pessoas.
tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima
ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre OBS: importante rememorar que as majorantes
ela; são aplicadas pelo juiz na terceira fase da
dosimetria da pena, após a fixação da pena-base (1ª
III-(RevogadopelaLeinº11.106,de2005) fase) e agravantes/atenuantes (2ª fase).

IV -de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o


crime é praticado:
Art. 229 –Estabelecimento
Estupro coletivo

a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes;


para exploração sexual
Estupro corretivo

b) para controlar o comportamento social ou sexual


da vítima Tipo Penal:

OBS: no estupro corretivo, geralmente, o Art.229. Manter, por conta própria ou de terceiro,
abusador quer “corrigir” a orientação sexual da estabelecimento em que ocorra exploração sexual,
pessoa (ex. lésbicas, transexuais etc), ou aplicar haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do
“castigo” por sua conduta sexual. proprietário ou gerente:
Pena-reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Direito Penal

elementos Rogério Sanches Cunha defende que o sujeito


passivo também será a pessoa explorada e, que se
for menor de 18 e maior de 14 anos, o crime será o
do artigo 218-B, §2º, inciso II (Favorecimento da
A)Conduta de manter prostituição ou de outra forma de exploração sexual
de criança ou adolescente ou de vulnerável,
B)Por conta própria ou de terceiro praticado por proprietário, gerente ou responsável
pelo local).
C)Estabelecimento em que ocorra exploração sexual “A pessoa que se prostitui não é o sujeito passivo,
tendo em vista que o ato em si não é considerado
ilícito penal” –NUCCI, Guilherme de Souza. Código
D)Haja ou não intuito de lucro Penal Comentado, p. 817.
 Em relação ao sistema utilizado pelo Estado
E)Ou medição direta do proprietário ou gerente
acerca da prostituição, o Brasil adotou o
abolicionista, onde o exercício da
1. Núcleo do tipo: “manter”, o que dá a ideia de prostituição não é punido, sendo punido
habitualidade/permanência, com persistência no apenas a conduta daqueles que tomam
tempo. proveito da prostituição alheia.

* Manutenção: por conta própria (próprio


agente) ou de terceiros, desde que saiba da 5. Consumação e tentativa: crime habitual
destinação ilícita do local, sob pena de termos (manutenção com certa habitualidade), não se
atipicidade de sua conduta por ausência de dolo (ex. admite a tentativa. Rogério Greco: consuma-se no
pai que dá dinheiro ao filho para que ele pague dia da inauguração, ainda que sem nenhuma prática
aluguel, acreditando ser residencial). sexual, e é possível a tentativa.
2. Objeto material (pessoa ou coisa sobre qual 6. Elemento subjetivo: dolo.
recai a conduta): estabelecimento onde ocorre a
exploração sexual.
3. Bem juridicamente protegido: Comentários
moralidade pública sexual e dignidade sexual. OBS: Não se confunde com o crime de
favorecimento da prostituição ou outra forma de
4. Sujeito ativo e passivo: crime comum exploração sexual (art. 228), pois aqui a conduta do
em relação ao sujeito ativo e sujeito passivo é a agente é geral e indeterminada, de “manter” o
coletividade. estabelecimento, e naquele crime há pessoa certa e
determinada, conduta de facilitar a prostituição de
alguém.
Direito Penal
elementos
OBS: Se a prostituta mantiver a casa onde exerce
a prostituição, recebendo seus clientes, o fato será
atípico, salvo se a casa servir para outras A)Conduta de tirar proveito da prostituição alheia
prostitutas exerceram a atividade (RT 401/85).
OBS: Motéis? Somente se houver exploração B)Participando diretamente de seus lucros
sexual (mercancia carnal) de forma habitual.
C)Ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte

D)Por quem a exerça


Art. 230 –Rufianismo
1. Núcleo do tipo:“tirar proveito”, natureza
econômica.
Tipo Penal:
Art.230-Tirar proveito da prostituição alheia, *Rufianismo ativo: agente faz parte
participando diretamente de seus lucros ou diretamente do negócio e dos lucros.
fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por
quem a exerça: *Rufianismo passivo: agente não faz nada,
Pena-reclusão, de um a quatro anos, e multa. somente se faz sustentar pelo fruto da
prostituição. “gigolô”.
§1º Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de
14 (catorze) anos ou se o crime é cometido por Espontaneidade do oferecimento do proveito da
ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, pessoa explorada é indiferente para a configuração
cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor do crime.
ou empregador da vítima, ou por quem assumiu, por
2. Objeto material
lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção
ou vigilância: (pessoa ou coisa sobre qual recai a conduta): pessoa
explorada.
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos,e multa.
3. Bem juridicamente protegido:
§2º Se o crime é cometido mediante violência, grave moralidade pública sexual e dignidade sexual.
ameaça, fraude ou outro meio que impeça ou
4. Elemento subjetivo: dolo de tirar o
dificulte a livre manifestação da vontade da vítima:
Pena-reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sempre proveito, sabendo-se ser oriundo da prostituição,
juízo da pena correspondente à violência sob pena de erro de tipo.
OBS: perfeitamente possível concurso de crimes entre casa
de prostituição (art. 229 CP) e rufianismo (art. 230 CP).
Direito Penal

O STJ tem entendimento que, no caso de


Art. 234-A –Aumento da TRANSMISSÃO DO VÍRUS HIV, não se
aplica a presente majorante, isto porque nesse caso
constitui LESÃO CORPORAL DE
pena –majorantes NATUREZA GRAVÍSSIMA (HC
160.982/DF, Rel. Min. LauritaVaz,Dje 28/05/2012).

Art.234-A.Nos crimes previstos neste Título a pena


é aumentada:

I–(VETADO);
II–(VETADO);

III-de metade a 2/3 (dois terços), se do crime Nesse caso, haverá concurso material de crimes,ou
resulta gravidez; a lesão gravíssima consistirá na qualificadora (nos
casos de crimes preterdolosos que admitem).
IV-de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o
agente transmite à vítima doença sexualmente Uso de preservativo e mesmo assim resulta
transmissível de que sabe ou deveria saber ser gravidezoutransmissão de doença = irrelevante,
portador, ou se a vítima é idosa ou pessoa com incide majorante mesmo assim.
deficiência.
Incide sobre todos os capítulos do Título VI –Crimes
contra a dignidade sexual Stealthing
 Se resulta gravidez: independente da vontade Ato de RETIRAR O PRESERVATIVO
consciente do agente. Homem sujeito passivo do DURANTE o ato sexual.
crime e a mulher engravida: Rogério Sanches
defende incidir o aumento.  Se a vítima percebe e oferece resistência,
há estupro.
 *Transmite à vítima doença sexualmente
transmissível de que sabe (dolo direto) ou  Se a vítima não percebe, há violação sexual
deveria saber (dolo eventual) ser portador. mediante fraude.

 Para que incida a majorante, há a necessidade  Se houver efetiva transmissão da doença,


da transmissão efetiva, que será comprovada incide a majorante. Se não houver, concurso
medianteexamepericial.Seháapenasaexposiçãoda de crime com o artigo 130 CP.
vítimaacontágio de moléstia venérea, teremos o
concurso formal de crimes entre o crime
contra a dignidade e o perigo de contágio
venéreo (art. 130 CP).

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