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DIREITO PENAL
Crimes contra a Dignidade Sexual
Rodrigo Pardal
Sumário
Apresentação ................................................................................................................................. 2
Crimes contra a Dignidade Sexual ................................................................................................... 3
Estupro – Art. 213 ........................................................................................................................... 3
Conceitos Relevantes ...................................................................................................................... 3
Colocar Material – Diferença Importunação X Ato Obsceno ............................................................. 4
Estupro Qualificado pela Idade da Vítima (Art. 213, §1º) ................................................................. 4
Estupro Qualificado pelo Resultado (Art. 213, §§ 1º e 2º) ................................................................ 5
Diversidade de Atos Libidinosos e Concurso de Crimes .................................................................... 5
Importunação Sexual – Art. 215-A ................................................................................................... 5
Registro Não Autorizado da Intimidade Sexual (Art. 216-B do CP) .................................................... 7
Estupro de Vulnerável (Art. 217-A do CP) ........................................................................................ 8
Casa de Prostituição – Art. 229 do CP ............................................................................................. 10
Ato Obsceno – Art. 233 do CP ........................................................................................................ 11
Mapas Mentais .............................................................................................................................. 12
Questões de Concurso ................................................................................................................... 13
Gabarito ........................................................................................................................................ 32
Gabarito Comentado ..................................................................................................................... 33
ApresentAção
Alunas e alunos, segue nosso material sobre crimes contra a dignidade sexual.
Desejo a todas e todos ótimos estudos.
Abraços!
Rodrigo Pardal
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Crimes contra a Dignidade Sexual
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Segredo de justiça: de acordo com o artigo 234-B, os crimes contra a dignidade sexual se apuram
em segredo de justiça.
ConCeitos relevAntes
Ato libidinoso: Todo ato objetivamente capaz de produzir prazer sexual
Conjunção carnal: É espécie de ato libidinoso, consistente na cópula vagínica, ou seja, relação sexual
com introdução total ou parcial do pênis na vagina;
Sujeitos: Tanto homem quanto mulher podem ser sujeito ativo ou passivo do crime em tela.
Atualmente o estupro abrange três hipóteses em que o agente obriga a vítima:
a) Ter com ele conjunção carnal (penetração do pênis na vagina). Nessa modalidade a antiga
redação do estupro só podia ser praticado por homem contra mulher porque a redação antiga era
constranger mulher à conjunção carnal. Se uma mulher forçasse um homem a uma penetração vaginal
ela respondia por constrangimento ilegal. A redação atual é constranger alguém a conjunção carnal de
modo que pode ser praticado por homem contra mulher e por mulher contra homem.
b) Quando o agente obriga a vítima a praticar outro ato libidinoso. Praticar pressupõe envolvimento
ativo da vítima no ato sexual. Exemplo: a vítima fazer sexo oral no réu. Embora normalmente ocorra
envolvimento corporal do agente no ato sexual isso nem sempre ocorre. Se alguém obriga a vítima a
introduzir um pênis de borracha na própria vagina ou a fazer sexo oral em um cachorro o crime se
configura porque houve grave ameaça para que a vítima praticasse um ato sexual.
c) Quando a vítima é obrigada a permitir que nela se pratique o ato libidinoso. Aqui o com-
portamento da vítima é passivo. Exemplos: o agente introduz o pênis nos ânus dela ou nela faz sexo oral
ou introduz o dedo em sua vagina ou passa as mãos em suas nádegas ou seus seios ou esfrega o pênis
no corpo da vítima etc.
Beijo lascivo, que é o beijo de língua, quando dado mediante violência ou grave ameaça é
considerado ato libidinoso e configura estupro. É possível praticar estupro sem tirar as roupas da vítima.
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Exemplo: o réu que emprega violência para imobilizar a vítima e depois esfrega o pênis por sobre a saia
da vítima.
Importunação sexual (art. 215-A): Aquele que se esfrega em alguém ao passar por um vagão de
trem apertado incorre no delito de importunação sexual. Prevalece que há este delito ainda que não
tenha contato físico.
Obs.: Nesta forma de estupro também é necessário o emprego de violência ou grave ameaça e a
pena é maior em razão da idade da vítima.
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Tais condutas eram tipificadas como contravenção penal do artigo 61 do Dec. Lei 3688/41 –
importunação ofensiva ao pudor, o que gerava sensação de impunidade. Desta forma, a ideia do
legislador foi substituir a contravenção, tanto que a revogou, por um tipo intermediário entre a
contravenção e o estupro.
Houve abolitio criminis da conduta prevista na contravenção? Eu particularmente creio que sim,
pois houve permuta de elementos especializantes (Taipa de Carvalho). No entanto, parece prevalecer
que houve continuidade normativo-típica.
Descrição típica: “Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de
satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro”.
Prevalece que não se exige contato físico para que ocorra o delito em tela.
Se a vítima for vulnerável haverá o delito do art. 217-A.
Diferença entre este delito e o de ato obsceno (art. 233, CP): Neste o ato libidinoso é dirigido ou é
relacionado à pessoa específica, o que se extrai da expressão “contra alguém”. Já, no ato obsceno o ato
libidinoso ou ofensivo ao pudor é praticado sem se dirigir a pessoa específica. Ademais, o ato obsceno
deve se dar em local público, aberto ou exposto ao público, o que não se exige no crime do art. 215-A.
Trata-se de tipo subsidiário expresso.
Ação penal: Pública incondicionada
Assédio Sexual – 216-A
Conceito: O crime consiste em constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou
favorecimento sexual prevalecendo-se o agente de sua superioridade hierárquica ou de ascendência
inerente ao cargo, emprego ou função.
− Muitas vezes o assédio sexual é acompanhado de uma ameaça, mas isso não é elementar do
crime, bastando que o agente coloque a vítima em uma situação constrangedora.
Crime próprio: o assédio sexual é crime próprio, pois apenas pode ser praticado pelo superior
hierárquico ou por alguém que tenha ascendência em razão de cargo, emprego ou função (exemplos:
professores e diretores em relação a alunos de colégio ou faculdade; dos desembargadores em relação
aos juízes de direito).
O assédio sexual pode ocorrer tanto no âmbito das relações públicas, quanto privadas.
Consumação: o crime se consuma no momento do assédio, isto é, no momento em que o agente
importuna a vítima mediante palavras ou gestos. Trata-se de crime formal que se consuma
independentemente da efetiva obtenção de alguma vantagem sexual. Muitas vezes, o assédio sexual é
praticado verbalmente, com cantadas indecorosas, comentários embaraços, pedidos para que a vítima
experimente uma roupa menor ou ainda mediante gestos.
Sujeito passivo: Pode ser homem ou mulher.
Causa de aumento: O parágrafo segundo prevê aumento de até 1/3 se a vítima for menor de 18
anos.
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É possível tal delito na relação professor-aluno? irrazoável excluir a (nítida) relação de ascendência
elemento normativo do tipo por parte do docente no caso de violação de um de seus deveres funcionais
e morais, consistente em atribuir notas, reconhecer o mérito e aprovar o aluno não apenas pelo seu
desempenho intelectual, mas por eventual barganha sexual. Ademais, é notório o propósito do
legislador de punir aquele que se prevalece da condição de professor para obter vantagem de natureza
sexual. Nenhuma outra profissão suscita tamanha reverência e vulnerabilidade quanto a que envolve a
relação aluno-mestre, que alcança, por vezes, autoridade paternal dentro de uma visão mais tradicional
do ensino. O professor está presente na vida de crianças, jovens e também adultos durante considerável
quantidade de tempo, torna-se exemplo de conduta e os guias para a formação cidadã e profissional,
motivo pelo qual a “ascendência” constante do tipo penal do art. 216-A do Código Penal não pode se
limitar à ideia de relação empregatícia entre as partes. Assim, releva-se patente a aludida “ascendência”,
em virtude da “função” outro elemento normativo do tipo, dada a atribuição que tem a cátedra de
interferir diretamente no desempenho acadêmico do discente, situação que gera no estudante o receio
da reprovação (STJ; Resp 1.759.135/SP; Rel. Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz; por maioria; j. 13/08/2019).
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Hipóteses de Vulnerabilidade
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Segundo o STJ, não é possível: “Para a caracterização do crime de estupro de vulnerável previsto no art.
217 - A, caput, do Código Penal, basta que o agente tenha conjunção carnal ou pratique qualquer ato
libidinoso com pessoa menor de 14 anos. O consentimento da vítima, sua eventual experiência sexual
anterior ou a existência de relacionamento amoroso entre o agente e a vítima não afastam a ocorrência
do crime” STJ. 3ª Seção. REsp 1.480.881-PI, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 26/8/2015
(recurso repetitivo) (Info 568). Editou-se a Súmula 593 do STJ sedimentando o mesmo entendimento.
Posteriormente, inseriu-se um §5º que reforçou a ideia de irrelevância do consentimento da vítima, bem
como irrelevância de sua experiência sexual anterior para fins de caracterização deste crime.
Questão interessante 02: Beijo lascivo em criança de 05 anos caracteriza este crime ou pode haver
desclassificação? O STF entendeu por maioria que a conduta caracteriza estupro de vulnerável, tendo
havido no caso julgado conotação sexual e abuso de confiança (STF; Primeira Turma; HC 134.591/SP;
rel. para acórdão min. Alexandre de Moraes; j. 01/10/2019).
Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente
ou de vulnerável - artigo 218-B do CP
Este dispositivo revogou tacitamente o art. 244-A do ECA.
No artigo 218-B do Código Penal não basta aferir a idade da vítima, devendo-se averiguar se o menor
de 18 (dezoito) anos ou a pessoa enferma ou doente mental, não tem o necessário discernimento para
a prática do ato, ou por outra causa não pode oferecer resistência. Portanto, não basta que seja menor,
enferma ou doente mental, além disso o STJ entende que deve a pessoa não ter o necessário
discernimento ou não pode oferecer resistência. Tal comprovação se dá quando verificado que a vítima
se entrega à prostituição devido às suas más condições financeiras. É a idade aliada a má condição
financeira que torna a vítima vulnerável (STJ; Quinta Turma; HC 371.633; Quinta Turma; Rel. Min. Jorge
Mussi; j. 19/03/2019).
§1º Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.
§ 2º Incorre nas mesmas penas:
I – quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de
14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo;
STJ: Nesta modalidade, diferentemente do caput, não se exige habitualidade para a caracterização
do delito. O delito se consuma independentemente da reiteração de condutas (STJ; HC 371.633/SP;
Quinta Turma; Rel. Min. Jorge Mussi; j. 19/03/2019).
STJ: O delito previsto no art. 218-B, § 2º, inciso I, do Código Penal, na situação de exploração sexual,
não exige a figura do terceiro intermediador (EREsp 1.530.637/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Terceira
Seção, por maioria, julgado em 24/03/2021).
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Art. 229 - Manter, por conta própria ou de terceiro, casa de prostituição ou lugar destinado a encontros para
fim libidinoso, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente:
Pena – — reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Com a edição da Lei n.12.015, de 7 de agosto de 2009, a norma passou a dispor o seguinte:
Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja,
ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente:
Pena – — reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Ao interpretar a mudança do dispositivo entendeu o STJ que agora se exige exploração sexual para
que haja o delito sem a qual o fato é atípico.
Exige-se, por exemplo, a mantença da pessoa em condição de explorada, obrigada, coagida, não
raro em más condições, ou mesmo em condição análoga à de escravidão, impondo-lhe a prática de sexo
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sem liberdade de escolha, ou seja, com tolhimento de sua liberdade sexual e em violação de sua
dignidade sexual. Portanto, a prostituição, por si só não caracteriza este crime (STJ; Resp 1.683.375/SP;
Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura; 14/08/2018)
Conceito: O crime consiste em praticar ato obsceno em lugar público, aberto ou exposto ao público.
Ao obsceno: Ato que ofende o pudor público, considerado objetivamente em um dado meio social
e relacionado à sexualidade.
Obs.: Em regra os atos de natureza sexual como a conjunção carnal, sexo oral, bem como a exposição
da genitália no caso de masturbação em público, etc., configuram o crime em análise, exceto
quando ocorre de madrugada em ruas longínquas no interior de um veículo de uma maneira
que apenas serão vistos se o transeunte encostar o olho no vidro.
O crime existe pela possibilidade de um grande número de pessoas notarem, ainda que isso não
ocorra (exemplo: sexo oral feito em praça pública iluminada em um dos bancos da praça).
Locais públicos são as ruas, avenidas, praias etc.
O delito pode ainda ser ainda praticado em locais abertos ou expostos ao público. Locais abertos ao
público são: os trens, os shoppings, cinemas, teatros, casas de show.
Locais expostos ao público são as residências particulares nas partes que podem ser vistas por
pessoas que passam pela rua (exemplo: jardim, sacada de uma casa).
O crime se consuma no momento em que o ato é praticado, independentemente de qualquer outra
consequência.
Diferença entre o crime de importunação sexual e este delito: Naquele o ato libidinoso é dirigido ou
é relacionado à pessoa específica. Já, no ato obsceno o ato libidinoso ou ofensivo ao pudor é praticado
sem se dirigir a pessoa específica.
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MAPAS MENTAIS
Menor de 14 anos
Hipóteses de Pessoa que em razão de enfermidade ou doença mental não tem o necessário discernimento para o
ato vulnerabilidade Se a vítima não pode por qualquer outra causa oferecer resistência.
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (2021/VUNESP/TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO) A conduta daquele que beija, bem como passa a mão no
corpo e nas partes íntimas de uma criança de dez (10) anos de idade, não ocasionando lesões físicas à
vítima, configura crime de: a) estupro tentado.
b) importunação sexual.
c) estupro de vulnerável tentado.
d) estupro de vulnerável.
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d) Paulo não será responsabilizado penalmente, na medida em que não chegou a iniciar a execução
do crime, ficando apenas nos atos preparatórios que, como tais, são impuníveis.
e) Paulo praticou o crime de assédio sexual consumado, uma vez que o crime é formal e os crimes
formais nunca admitem a modalidade tentada.
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b) Nos crimes de estupro ou de atentado violento ao pudor praticados com violência presumida,
não incide a regra da continuidade delitiva específica (art. 71, parágrafo único, do CP), que condiciona
a sua incidência às situações de emprego de violência real.
c) O segredo de justiça previsto no art. 234-B do Código Penal abrange apenas a vítima de crimes
sexuais, devendo constar da autuação somente as iniciais de seu nome.
d) O avançado estado de embriaguez da vítima, que lhe retire a capacidade de oferecer resistência,
é circunstância apta a revelar sua vulnerabilidade e, assim, configurar a prática do crime de estupro
previsto no §1º do art. 217-A do Código Penal.
e) Aquele que adere à determinação do comparsa e contribui para a consumação do crime de
estupro, ainda que não tenha praticado a conduta descrita no tipo penal, incide nas penas a ele
cominadas, nos exatos termos do art. 29 do Código Penal.
007. (2021/IDECAN/PC-CE/INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL) Aquele que, com intenção de estuprar uma
mulher, mantém com ela, sob coação, relação sexual e, após encerrada a prática delituosa do estupro,
resolve matar a vítima, desferindo contra ela facadas que provocam excessiva perda de sangue, sendo
causa da morte conforme laudo pericial, responderá por delito de a) estupro em concurso formal com
delito de homicídio.
b) estupro qualificado pelo resultado morte.
c) estupro em concurso material com delito de homicídio.
d) estupro em concurso material com lesão corporal seguida de morte.
e) estupro apenas; o delito de homicídio será absorvido pelo estupro.
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b) A respeito do dissenso da vítima, basta, para a configuração do crime de estupro, que o agente
atue com dolo eventual.
c) O delito de estupro se consuma com a prática da conjunção carnal ou de qualquer outro ato
libidinoso dela diverso. Caso ocorram ambas as condutas, trata-se de crime único.
d) A circunstância de a vítima ser maior de 14 e menor de 18 anos configura uma qualificadora do
tipo-base.
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015. (2011/CESPE / CEBRASPE/TJ-PI) Com referência às infrações penais contra a dignidade sexual,
assinale a opção correta.
a) O crime de satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente consuma-se com
dolo genérico, não se exigindo o chamado especial fim de agir.
b) Caso o delito de violação sexual mediante fraude seja cometido com o fim de obtenção de
vantagem econômica, o infrator sujeitar-se-á também à pena de multa.
c) Segundo entendimento do STJ, após a Lei n.º 12.015/2009, o crime de corrupção de menores
passou a ser material, ou seja, é exigida prova do efetivo corrompimento do menor.
d) No estupro, se da conduta resultar lesão corporal de natureza grave ou se a vítima tiver menos
de dezoito anos de idade, aplicar-se-á causa especial de aumento de pena.
e) No assédio sexual, o fato de a vítima ter menos de dezoito anos de idade qualifica o crime, razão
pela qual as penas desse delito estarão majoradas em seus limites abstratamente cominados.
016. (2012/CESPE / CEBRASPE/PC-AL) Acerca dos crimes em espécie, julgue o item seguinte. Nos crimes
contra a dignidade sexual, a vulnerabilidade da menor de 14 anos de idade é considerada relativa diante
de seu consentimento para a prática sexual, devendo, no caso concreto, ser considerado o
comportamento sexual da vítima, sua vida social e o grau de conscientização da menor.
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017. (2019/VUNESP/TJ-RO /JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) Tícia, de 16 anos, há dois anos namora Caio,
de 19 anos. Tícia é virgem e está decidida a apenas manter relação sexual após o casamento, já marcado
para ocorrer no dia em que ela completará 18 anos. Quando estavam sozinhos, na sala, assistindo TV,
Caio, aproveitando-se que Tícia cochilava, masturbou-se e ejaculou no corpo da namorada que,
imediatamente, acordou. Sentindo-se profundamente violada e agredida, Tícia grita e acorda os pais,
que dormiam no quarto da casa. Os pais, vendo a filha suja e em pânico, impedem Caio de fugir e
decidem chamar a polícia. Acionada a polícia, Caio é preso, em flagrante delito e, encerradas as
investigações, denunciado pelo crime sexual praticado. Diante da situação hipotética, Caio poderá ser
processado pelo crime de a) corrupção de menores, tratando-se de ação penal pública incondicionada.
b) violação sexual mediante fraude, haja vista que Tícia estava dormindo, sem possibilidade de resistir,
tratando-se de crime de ação penal pública condicionada.
c) importunação sexual, tratando-se de ação penal pública incondicionada.
d) estupro de vulnerável, haja vista que Tícia é menor, tratando-se de crime de ação penal pública
incondicionada.
e) estupro, incidindo causa de aumento em virtude de a vítima ser menor de 18, tratando-se de ação
penal pública condicionada.
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019. 1DOR) Júnia, de quatorze anos de idade, acusa Pierre, de dezoito anos de idade, de ter praticado
crime de natureza sexual consistente em conjunção carnal forçada no dia do último aniversário da
jovem. Pierre, contudo, alega que o ato sexual foi consentido.
A respeito dessa situação hipotética, julgue o item a seguir, tendo como referência aspectos legais e
jurisprudenciais a ela relacionados.
Caso fique comprovado o consentimento de Júnia para a prática do ato sexual, a conduta de Pierre será
considerada atípica.
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determinada madrugada, Gumercinda acerta um “programa sexual” com Caio e o leva até sua casa.
Durante o ato sexual, Joaquim acorda e presencia tudo, sem que Gumercinda ou Caio percebam que
ele está assistindo à cena. No dia seguinte, Joaquim vai para a escola e conta o fato a um amigo, o qual,
por sua vez, relata a história para Joana, sua mãe. Esta, abismada com a história, procura a delegacia do
bairro e narra os fatos acima descritos.
Diante desta situação hipotética, assinale a alternativa correta do ponto de vista legal.
a) Gumercinda e Caio responderão pelo delito de satisfação de lascívia mediante a presença de criança
ou adolescente.
b) Gumercinda e Caio não cometeram nenhum crime.
c) Gumercinda e Caio praticaram exploração sexual de criança ou adolescente.
d) Gumercinda e Caio praticaram crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente.
e) Apenas Gumercinda responderá pelo delito de satisfação de lascívia mediante a presença de criança
ou adolescente
023. (2019/CESPE / CEBRASPE/TJ-SC /JUIZ SUBSTITUTO) Julgue os itens a seguir com base no Código
Penal e na jurisprudência do STJ.
I – Um indivíduo poderá responder criminalmente por violação sexual mediante fraude, caso
pratique frotteurismo contra uma mulher em uma parada de ônibus coletivo lotada, sem o
consentimento dela.
II – Nos casos de parcelamento de contribuições previdenciárias cujo valor seja superior ao
estabelecido administrativamente como sendo o mínimo para ajuizamento de suas execuções
fiscais, é vedado ao juiz aplicar somente a pena de multa ao agente, ainda que ele seja réu
primário.
III – Tanto ao agente, maior e capaz, que praticar o crime de estupro coletivo quanto ao agente,
maior e capaz, que praticar o crime de estupro corretivo será aplicada a mesma majorante de
pena in abstrato.
IV – Situação hipotética: Um homem, em 31/12/2018, por volta das cinco horas da madrugada, com
a intenção de obter vantagem pecuniária, explodiu um caixa eletrônico situado em um posto de
combustível. Assertiva: De acordo com o STJ, ele responderá criminalmente por furto qualificado
em concurso formal impróprio com o crime de explosão majorada.
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024. (2019/FCC/DPE-SP/DEFENSOR PÚBLICO) No dia 23 de abril de 2013, Jailson, aproveitando que sua
esposa havia saído de casa para fazer compras, decidiu ir até o quarto de sua enteada Jéssica, que à
época contava com 19 anos de idade. Ao perceber que Jéssica estava dormindo, Jailson se aproximou
de sua cama, apalpou seus seios e começou a acariciar sua vagina por dentro da calcinha. Ocorre que,
nesse momento, o irmão de Jéssica chegou à casa e, ao presenciar a cena, começou a gritar, momento
em que Jailson se afastou da jovem e fugiu. O tipo penal em que incorreu Jailson, sem analisar se o
delito teria se dado na forma consumada ou tentada, é:
a) Constrangimento ilegal (art. 146, caput, do CP).
b) Estupro (art. 213, caput, do CP).
c) Estupro de vulnerável (art. 217-A, §1º, do CP).
d) Violação sexual mediante fraude (art. 215, caput, do CP).
e) Importunação sexual (art. 215-A, do CP).
026. (2012/TJ-SC /TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS - PROVIMENTO) Não constitui crime
contra a dignidade sexual: a) Exploração sexual de vulnerável.
b) Rapto violento ou mediante fraude.
c) Violência sexual mediante fraude.
d) Estupro de vulnerável.
e) Favorecimento à prostituição.
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028. (2019/CESPE / CEBRASPE/ TJ-PR/JUIZ SUBSTITUTO) Julgue os itens a seguir, relativos a delitos de
natureza sexual.
I – Praticar, em local público, ato libidinoso contra alguém e sem o seu consentimento ca-racteriza
contravenção penal tipificada como importunação ofensiva ao pudor.
II – Praticar conjunção carnal com o parceiro na presença de menor de catorze anos de idade, a fim
de satisfazer a própria lascívia, configura, a princípio, o tipo penal específico denominado
satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente.
III – Praticar ato obsceno em praça pública, ainda que sem a intenção de ultrajar alguém es-pecífico,
configura crime de importunação sexual, que, por equiparação, é considerado hediondo.
IV – Divulgar na Internet fotografias de conteúdo pornográfico envolvendo adolescente, como meio
de vingança pelo término de relacionamento, configura crime específico previsto no ECA, o que
afasta a incidência do novo tipo penal previsto no art. 218-C do Código Penal.
030. (2018/TRF - 2ª REGIÃO/ JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO) Leia as assertivas abaixo e assinale a opção
correta:
I – O crime específico de tráfico de pessoas consiste em agenciar, aliciar, recrutar, transportar,
transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude
ou abuso, com a finalidade de remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; submetê-la a
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034. (2018/VUNESP/PC-BA/DELEGADO DE POLÍCIA) A respeito dos crimes sexuais, previstos no Título VI,
do Código Penal, assinale a alternativa correta.
a) Não se tipifica crime de estupro se o agente é cônjuge da vítima, já que o casamento impõe aos
cônjuges o dever de prestação sexual.
b) A prática de conjunção carnal ou outro ato libidinoso com menor de 18 (dezoito) anos é estupro
de vulnerável, previsto no artigo 217-A do Código Penal.
c) A prática de conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso com adolescente de idade entre
14 (catorze) e 18 (dezoito) anos, em situação de prostituição, é atípica.
d) Os crimes sexuais, com exceção do estupro de vulnerável, são processáveis mediante ação penal
pública condicionada à representação.
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treze anos de idade. Nesse período, constantemente, José, praticava com ela conjunção carnal e outros
atos libidinosos diversos. A mãe da menor descobriu o caso e denunciou José à polícia. A menor, em seu
depoimento, afirmou que sempre consentiu com o namoro e com os atos sexuais praticados e que, da
mesma forma, já havia namorado outros rapazes antes de José.
Acerca dessa situação hipotética, assinale a opção correta à luz da jurisprudência dominante,
atualmente, no STF e no STJ.
a) A prévia existência de relacionamento amoroso e duradouro entre a menor e José extingue a
punibilidade do agente por crime de estupro de vulnerável.
b) José praticou crime de estupro de vulnerável e atentado violento ao pudor em continuidade
delitiva.
c) José praticou crime de estupro de vulnerável, ainda que a adolescente tenha consentido em
manter com ele relações sexuais.
d) A ausência de representação formulada pela menor ou por sua mãe impede que José seja
processado pelos fatos ocorridos.
e) anterior experiência sexual da vítima afasta sua vulnerabilidade, de forma que José deve
responder apenas por corrupção de menor.
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d) No estupro de vulnerável, o consentimento não opera como causa permissiva e sua aferição,
seja na forma direta ou por equiparação, é obtida pela conjunção dos critérios biológicos e psicológicos
da culpabilidade.
e) O consentimento da vítima, maior e capaz, obtido por meio de constrangimento praticado em
face de grave ameaça perpetrado pelo autor, não afasta a tipicidade formal do crime de estupro.
043. (2017;FCC/POLITEC - AP/PERITO MÉDICO LEGISTA) A mídia noticiou que um médico endoscopista
foi flagrado em sua clínica tendo relação sexual com uma paciente de 35 anos enquanto ela estava sob
efeito do sedativo utilizado para o exame de endoscopia digestiva alta. Desse modo, o médico foi
acusado de ter cometido crime de a) estupro.
b) atentado violento do pudor.
c) estupro de vulnerável.
d) sedução.
e) assédio sexual.
044. (2017/IBADE/PC-AC/ ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL) O crime de estupro de vulnerável (art. 217-Ado
CP):
a) exige que a vítima seja mulher.
b) pressupõe violência ou grave ameaça como meios executórios.
c) é uma hipótese de lenocínio.
d) é subsidiário ao estupro (art. 213 do CP).
e) pode ser praticado mediante conjunção carnal ou ato libidinoso diverso.
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049. (2016/CESPE / CEBRASPE/PC-PE/ AGENTE DE POLÍCIA) Laura e Tiago são casados há seis anos, mas
estão separados, de fato, há três meses, embora mantenham contato por conta de um filho, ainda
criança, que possuem em comum. Certo dia, aproveitando-se da sua franca entrada na residência em
que Laura mora com a criança, Tiago conseguiu subtrair a chave de um dos portões da casa, fez uma
cópia dessa chave e devolveu o exemplar original ao seu lugar, sem que Laura disso tivesse
conhecimento. Tempos depois, em dia em que Laura estava ausente de casa e o filho deles estava na
casa da avó materna, Tiago entrou na casa da ex-esposa e ficou aguardando-a, com a intenção de
surpreendê-la e reconquistá-la. Próximo à meia-noite desse mesmo dia, Laura chegou e, por estar
bastante embriagada, adormeceu muito rapidamente, sem dar a Tiago a atenção de que ele acreditava
ser merecedor. Este ficou enfurecido e enciumado e tentou, sem sucesso, acordá-la. Não tendo
alcançado seu objetivo, Tiago resolveu manter, e efetivamente manteve, relação sexual com Laura, que
então já estava praticamente desacordada.
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Nessa situação hipotética, conforme os dispositivos pertinentes aos crimes contra a dignidade sexual
insertos na Lei Maria da Penha e no Código Penal,
a) para que o crime de estupro se configure, é preciso que tenha ocorrido conjunção carnal na relação
sexual.
b) Tiago não poderá ser acusado de crime de estupro porque Laura ainda é sua esposa.
c) Tiago não poderá ser acusado de crime de estupro porque não usou de grave ameaça ou violência
contra Laura.
d) Tiago poderá ser acusado de crime de estupro de vulnerável.
e) Tiago praticou o crime de assédio sexual, pois qualquer indivíduo pode ser sujeito ativo des-se
crime, independentemente de ostentar condição especial em relação à vítima.
GABARITO
1. d 37. c
2. b 38. c
3. c 39. c
4. e 40. a
5. C 41. e
6. c 42. e
7. c 43. c
8. a 44. e 9. a 45. b
10. e 46. c
11. a 47. c
12. d 48. b
13. c 49. d
14. d 50. E
15. b
16. E
17. c
18. a
19. C
20. E
21. b
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22. b
23. b
24. c
25. d
26. b
27. a
28. d
29. e
30. c
31. e
32. d
33. c
34. e
35. d
36. d
GABARITO COMENTADO
001. (2021/VUNESP/TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO) A conduta daquele que beija, bem como passa a mão no
corpo e nas partes íntimas de uma criança de dez (10) anos de idade, não ocasionando lesões físicas à
vítima, configura crime de: a) estupro tentado.
b) importunação sexual.
c) estupro de vulnerável tentado.
d) estupro de vulnerável.
a) Errada. Na conduta descrita, a prática de “passar as mãos nas partes íntimas da vítima” já se
amolda ao conceito de ato libidinoso. Ou seja, não houve interrupção no inter criminis por fato alheio a
vontade do agente (art. 14, II do CP), não sendo adequado falar em tentativa.
b) Errada. Nos termos da Súmula 593 do STJ e do art. 217-A do Código Penal, o crime de estupro
de vulnerável se configura com a conjunção carnal ou prática de ato libidinoso com menor de 14 anos,
ainda que não haja lesão física. No caso apresentado, a vítima tinha 10 anos de idade e praticou ato
libidinoso, materializado no “beijo” e no “passar de mãos nas partes íntimas”. A inexistência de lesões
não descaracteriza o crime, mas a sua presença o qualificaria, nos termos do art. 217-A, § 3º do Código
Penal
c) Errada. Na conduta descrita, a prática de “passar as mãos nas partes íntimas da vítima” já se
amolda ao conceito de ato libidinoso. Ou seja, não houve interrupção no inter criminis por fato alheio a
vontade do agente, não sendo adequado falar em tentativa.
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d) Certa. O caso concreto apresenta uma conduta de prática de ato libidinoso com menor de 14
anos de idade. Referida ação se amolda ao tipo penal do art. 217-A do Código Penal,
independentemente do consentimento da vítima ou da ocorrência de lesões físicas.
Letra d.
a) Errada. Nos termos da edição 153 da “jurisprudência em teses do STJ”, nos crimes de estupro
ou de atentado violento ao pudor praticados com violência presumida, não incide a regra da
continuidade delitiva específica (art. 71, parágrafo único, do CP), que condiciona a sua incidência às
situações de emprego de violência real.
b) Certa. Em caso de estupro de vulnerável praticado contra duas ou mais vítimas, mediante
violência presumida, não há continuidade delitiva específica (art. 71, parágrafo único, do CP). Isso
porque a violência de que trata a continuidade delitiva especial é a real, não abarcando a violência
presumida. Nesse sentido, HC 232709/SP, 5ª Turma, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 25/10/2016.
c) Errada Na ação em que o agente subtrai a coisa, e posteriormente exige uma ação (entregar o
cartão e a senha) da vítima, deve haver a imputação do crime de roubo em concurso material com o
crime de extorsão, não podendo ser aplicado o instituto da continuidade delitiva, pois são crimes de
espécies diferentes.
d) Errada. A fração de aumento pela continuidade delitiva, prevista no artigo 71 do Código Pe-nal,
deve obedecer a critérios objetivos, inclusive fazendo a valoração e a análise das circunstâncias judiciais
do art. 59 e do número de infrações cometidas, nos termos da edição 20 do jurisprudência em teses do
STJ.
e) Errada. Nos termos da tese fixada na edição 20 do jurisprudência em teses do STJ, a fixação da
fração de aumento da pena em razão da continuidade delitiva, prevista no artigo 71 do Código Penal,
deve fazer a valoração e a análise das circunstâncias judiciais do art. 59 e do número de infrações
cometidas.
Letra b.
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a) Errada. Não houve tentativa, pois o crime de assédio sexual é crime formal e se consumou no
momento em que Paulo fez a proposta constrangedora para a secretária Joana. A obtenção da vantagem
sexual é mero exaurimento do crime e não o critério definidor de sua consumação.
b) Errada. A alternativa não menciona um requisito indispensável para que haja crime de assédio
sexual: o agente deve se valer de sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao
exercício de emprego, cargo ou função.
c) Certa. O crime praticado por Paulo foi o de assédio sexual, na modalidade consumada. Nes-se
tipo penal não se exige a ocorrência efetiva da vantagem sexual, bastando a proposta constrangedora
com a finalidade de obter a vantagem sexual e prevalecendo-se da sua condição de superior hierárquico
ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função.
d) Errada. A alternativa enquadra incorretamente a conduta do agente, pois considera que a
“proposta” feita por Paulo é ato preparatório. Nos termos do art. 216-A do CP, a proposta geradora de
constrangimento já é ato executório.
e) Errada. A alternativa faz uma generalização incorreta. É possível haver tentativa em crimes
formais, acaso sejam plurissubsistentes. Ou seja, se o crime puder ser fracionado, ainda que seja formal,
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pode haver tentativa. Por exemplo: o crime de extorsão é formal, mas se praticado mediante o envio de
uma carta e esta for interceptada pelo caminho, houve crime tentado.
Letra c.
a) Certa. O crime de estupro de vulnerável, na modalidade prevista no caput do art. 217-A, exige
uma condição especial da vítima: ter idade inferior a 14 anos. Não basta a prática de qualquer ato de
libidinagem, mas deve também ser considerada a idade da vítima.
b) Certa. No crime de estupro de vulnerável, o legislador já criou uma presunção legal de violência
ou grave ameaça. Distintamente, no crime de importunação sexual, é dispensada a existência de
violência ou grave ameaça para a sua caracterização. Sendo assim, é descabida a desclassificação do
crime de estupro de vulnerável para o crime de importunação sexual.
c) Certa. Os tipos penais de estupro e estupro de vulnerável não apresentam, dentre as suas
elementares, a necessidade de contato físico entre autor e vítima. Nesse sentido a jurisprudência do
STJ, no HC 478.310/PA, Rel Min. Rogério Schietti, Sexta Turma, 09/02/21.
d) Certa. Não há bis in idem na incidência da agravante genérica do art. 61, II, f com a causa de
aumento de pena do art. 226, II, pois na primeira o agente pode apenas se valer da prevalência de
relações domésticas, ainda que não ostente as condições de parentesco previstas na causa de aumento
de pena do art. 226 do Código Penal.
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e) Errada. A jurisprudência do STJ admite a ocorrência do crime de assédio sexual na relação entre
aluno e professor, por entender que há ascedência na função docente. Nesse sentido: (Sexta Turma;
REsp 1759135/SP; Relator para o Acórdão Ministro Rogerio Schietti Cruz; Publicado no DJe de
01/10/2019) Letra e.
Nos termos do art. 217-A do Código Penal, a conduta de praticar ato libidinoso ou conjunção carnal com
quem não pode oferecer resistência se equipara ao estupro de vulnerável. Sendo assim, considerando
que o estado de sono reduz a capacidade de resistência, estaria configurada a conduta de estupro de
vulnerável nessa circunstância. Essa é a posição do STJ na edição n. 151 de sua Jurisprudência em Teses.
Certo.
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a) Certa. Nas hipóteses em que há imprecisão acerca do número exato de eventos delituosos, o
STJ considera incorreta a determinação da fração de aumento da continuidade delitiva tomando como
critério o longo período de tempo em que praticados os eventos abusivos.
Nesse sentido o AgRg nos EDcl no AgRg no AREsp 1.629.001/SP, j. 19/05/2020.
b) Certa. A violência mencionada no art. 71, parágrafo único, do Código Penal é a real. Não é
permitido agravar a pena com base no critério da violência ficta, com base na ficção jurídica criada pelo
legislador penal. Nesse sentido o HC 232.709/SP, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, Quinta Turma, julgado
em 25/10/2016, DJe 09/11/2016.
c) Errada. O art. 234-B do Código Penal expressa que os processos em que se apuram crimes
definidos neste Título correrão em segredo de justiça. Sendo assim, o segredo não abrange apenas a
vítima, mas todos os sujeitos que são partes no processo.
d) Certa. O crime de estupro de vulnerável não ocorre apenas quando é vítima tem menos de 14
anos de idade. Nas hipóteses em que o sujeito passivo não tem o discernimento para a prática do ato
ou não pode oferecer resistência, como no caso apresentado na alternativa, haverá o crime do art. 217-
A, §1º do Código Penal.
e) Certa. A alternativa apresenta a teoria unitária do concurso de pessoas, em que cada um daquele
que concorre para o crime incide nas penas a ele cominadas na medida de sua culpabilidade, ainda que
não pratique especificamente o núcleo do tipo penal. Nesse caso o “comparsa que contribui para a
consumação do crime” responde por estupro.
Letra c.
007. (2021/IDECAN/PC-CE/INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL) Aquele que, com intenção de estuprar uma
mulher, mantém com ela, sob coação, relação sexual e, após encerrada a prática delituosa do estupro,
resolve matar a vítima, desferindo contra ela facadas que provocam excessiva perda de sangue, sendo
causa da morte conforme laudo pericial, responderá por delito de a) estupro em concurso formal com
delito de homicídio.
b) estupro qualificado pelo resultado morte.
c) estupro em concurso material com delito de homicídio.
d) estupro em concurso material com lesão corporal seguida de morte.
e) estupro apenas; o delito de homicídio será absorvido pelo estupro.
a) Errada. O agente praticou dois crimes mediante duas ações. Primeiro “com a intenção de
estuprar”, pratica o crime de estupro e, posteriormente, “resolvendo matar a vítima”, pratica o crime
de homicídio. Sendo assim, é incorreto falar em concurso formal (art. 70 do CP).
b) Errada. No caso apontado a morte não ocorreu por consequência do estupro. O agente agiu com
a intenção de, após estuprar, matar a vítima.
c) Certa. O agente, mediante duas ações e com desígnios autônomos (art. 69 do CP) prati-cou dois
crimes: o de estupro e o de homicídio. Sendo assim, aplica-se o instituto do concurso material.
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d) Errada. Não se pode imputar ao agente o crime de lesão corporal, pois o caso aponta que este
“resolveu matar a vítima”.
e) Errada. Tendo em vista que o crime de estupro- crime contra a dignidade sexual- e o crime de
homicídio- crime contra a vida- tutelam diferentes bens jurídicos, não se pode falar em absorção de um
pelo outro.
Letra c.
a) Certa. Nos termos do art. 218-C, § 1º do Código Penal, incluído pela Lei n. 13.718/18, quan-do o
agente pratica o crime com o fim de vingança ou humilhação, incide causa de aumento de pena de 1/3
a 2/3.
b) Errada. O crime se consuma com o oferecimento, troca, disponibilização, transmissão, venda ou
exposição à venda, distribuição, publicação ou divulgação da cena de estupro. Não há consumação no
momento da invasão do dispositivo.
c) Errada. a tipicidade não exige que a cena de sexo divulgada contenha violência. Basta que seja
de estupro, estupro de vulnerável ou contenha apologia ou induza a sua prática.
d) Errada. A norma do art. 218-C não apresenta nenhuma previsão de proteção especial ao gênero
feminino. O tratamento dado pela norma é equiparado para ambos os gêneros.
e) Errada. A prévia relação íntima de afeto não constitui elementar do tipo, mas causa de au-mento,
nos termos do art. 218-C, § 1º do Código Penal.
Letra a.
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b) A respeito do dissenso da vítima, basta, para a configuração do crime de estupro, que o agente
atue com dolo eventual.
c) O delito de estupro se consuma com a prática da conjunção carnal ou de qualquer outro ato
libidinoso dela diverso. Caso ocorram ambas as condutas, trata-se de crime único.
d) A circunstância de a vítima ser maior de 14 e menor de 18 anos configura uma qualificadora do
tipo-base.
a) Errada. O crime de estupro qualificado pela lesão grave é preterdoloso, ou seja, a morte ocorre
por culpa do agente. Considerando que não há tentativa em crime culposo, mesmo que a conjunção
carnal tenha sido apenas tentada, mas ocorra o resultado agravador (lesão grave) por culpa, há crime
de estupro qualificado consumado.
b) Certa. O Código Penal não prevê a figura do crime de estupro culposo, apenas doloso. Nesse
sentido, para que reste caracterizado o crime, não se exige o dolo direto, bastando o dolo eventual.
c) Errada. O crime de estupro é tipo misto alternativo, ou seja, basta que ocorra a conjunção carnal
ou o ato libidinoso, preenchidos os outros requisitos, para que o crime esteja consumado. Acaso ocorra
conjunção carnal e ato libidinoso, estaremos diante de crime único.
d) Errada. Nos termos do art. 213, § 1º do Código Penal, se a vítima do crime de estupro possui
idade inferior a 18 anos e superior a 14 anos, estamos diante de estupro qualificado, com pena de 8 a
12 anos de reclusão.
Letra a.
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Código Penal (estelionato mediante fraude no pagamento por meio de cheque). Ainda na fase
investigativa, Honório, voluntariamente, restituiu integralmente o prejuízo à vítima, pagando o valor
devido. Nesse caso hipotético, segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, ele terá em seu
favor uma excludente legal de ilicitude, que obstará a propositura da ação penal.
d) Esdras e Efraim, em coautoria, ajustaram a prática do crime de furto contra o Restaurante Bom
Prato, em horário em que não houvesse ninguém, ou seja, que estivesse fechado. A exigência de Efraim,
para a prática delituosa, seria para que fossem desarmados, pois ele não aceitava o emprego de
qualquer violência. Na ocasião em que o crime foi praticado, Esdras disse a Efraim para ficar do lado de
fora dando cobertura, enquanto ele entraria no restaurante para furtar. Ao entrar no restaurante
sozinho, Esdras se depara com o vigia e, de posse de uma faca (que trazia em sua cintura, sem o
conhecimento de Efraim), desfere vários golpes no vigia que não resiste aos ferimentos e morre no local.
Em seguida, Esdras foge e deixa seu colega sem saber do ocorrido. Com base nesse contexto hipotético,
pode-se afirmar que Efraim agiu em cooperação dolosamente distinta, razão pela qual responderá por
crime de roubo com causa especial de diminuição de pena.
e) Para o Superior Tribunal de Justiça, o estupro de vulnerável se consuma com a prática de
qualquer ato libidinoso ofensivo à dignidade sexual da vítima, sendo dispensável o contato físico direto
entre ela e o réu para a configuração do delito.
a) Errada. Nos termos do art. 16 do Código Penal, o arrependimento posterior não se aplica aos
crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa. Sendo assim, tendo em vista que no caso
houve grave ameaça, não se aplica referido instituto.
b) Errada. Um dos elementos da culpa é a previsibilidade objetiva do resultado. Ou seja, a
possibilidade de uma pessoa prever o resultado. Nesse caso, tendo em vista que a pedra não era visível,
era única, estava encoberta, o autor não poderá responder pelo resultado morte, mas apenas pelo
crime de lesão corporal que teve a intenção de praticar.
c) Errada. Nos termos da Súmula 554 do STF, o pagamento de cheque emitido sem provisão de
fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal. A restituição
integral à vítima, antes do início da ação penal, no crime de estelionato mediante pagamento de cheque
sem provisão de fundos é causa extintiva de punibilidade. Ou seja, não há excludente de ilicitude, mas
apenas de punibilidade.
d) Errada. Efraim agiu em cooperação dolosamente distinta (art. 29, parágrafo 2º do Código Penal),
pois não assentiu com a prática do crime que envolver violência- latrocínio. Sendo assim, responde
apenas pelo crime que queria praticar, no caso, o furto. Caso o crime de latrocínio lhe fosse previsível,
incide uma causa de aumento de pena.
e) Certa. O tipo penal de estupro de vulnerável não tem como elementar a necessidade de contato
físico entre autor e vítima. Nesse sentido a jurisprudência do STJ, no HC 478.310/PA, Rel Min. Rogério
Schietti, Sexta Turma, 09/02/21.
Letra e.
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a) Certa. No caso concreto há o crime de estupro de vulnerável, pois a vítima possuía menos de 14
anos na data da ocorrência do fato e o consentimento ou a experiência sexual anterior não excluem a
tipicidade da conduta. Além disso, aplica-se a majorante do art. 226, II do Código Penal, pela posição de
ascendente ocupada por Joana.
b) Errada. Joana concorreu para o crime de estupro de vulnerável, devendo responder nos termos
do art. 217-A e não por corrupção de menores. Joana não induziu a filha ao crime, mas induziu o
namorado, por este motivo não se pode falar em corrupção de menores.
c) Errada. O consentimento não é fator excludente da tipicidade do crime de estupro de vulne-
rável, nos termos da Súmula 593 do STJ. Além disso, o crime de estupro de vulnerável apresenta
presunção absoluta de violência ou grave ameaça contra a vítima, não podendo haver consentimento
legítimo de seu representante legal.
d) Errada. A experiência sexual anterior da vítima não é fator excludente da tipicidade do cri-me de
estupro de vulnerável, nos termos da Súmula 593 do STJ e do art. 217-A, § 5º do Código Penal.
e) Errada. Ambos responderão pelo crime de estupro de vulnerável na forma majorada, nos termos
do art. 226, II, por conta da ascendência de Joana em relação à vítima.
Letra a.
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c) A incidência da causa de aumento de pena referente à condição de padrasto do autor (art. 226, II, do
CP) afasta a aplicação da agravante relativa à prevalência das relações domésticas em ambiente
familiar (art. 61, II, “f”, do CP), sob pena de bis in idem.
d) A contemplação lasciva pode tipificar o crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do CP).
e) No estupro de vulnerável (art. 217-A do CP), o trauma psicológico, decorrente do fato, é suficiente
para a valoração negativa das consequências do crime (art. 59 do CP).
a) Errada. Ainda que as carícias sejam por cima da roupa, acaso a vítima tenha menos de 14 anos,
aplica-se o crime do art. 217-A, por caracterizar-se ato libidinoso. Não pode haver a desclassificação.
Nesse sentido, a jurisprudência do STJ (AgRg no HC 584.799/GO, j. 23/06/2020) invocando o princípio
da especialidade, para demonstrar que no estupro de vulnerável há presunção de violência/grave
ameaça, o que não ocorre na importunação sexual, tornando incabível a desclassificação.
b) Errada. Nos termos da jurisprudência do STJ, na relação entre aluno e professor há a relação de
ascendência que se exige para a configuração do crime de assédio sexual. Nesse sentido, o REsp
1.759.135
c) Errada. Não há bis in idem na aplicação da agravante genérica do art. 61, II “f” e da causa de
aumento de pena do art. 226, II do Código Penal, pois o autor pode ter se valido das relações
domésticas, mas não ostentar as condições de parentesco previstas na causa de aumento.
Nesse sentido, a edição n. 152 da jurisprudência em teses do STJ
d) Certa. Nos termos da jurisprudência do STJ, a contemplação lasciva configura o ato libidinoso
constitutivo dos tipos dos art. 213 e art. 217-A do CP. Nesse sentido, o enunciado previsto na edição
n. 152 da jurisprudência em teses do STJ.
e) Errada. No estupro de vulnerável, o trauma psicológico que pode ser utilizado como fundamento
para a valoração negativa das consequências do crime é apenas aquela que transborda a ínsita ao crime,
que é superior à inerente ao tipo penal. Nesse sentido: AgRg nos EDcl no AREsp 1.565.652/RJ, j.
16/06/2020.
Letra d.
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a) Certa. Nos termos da jurisprudência do STF, compete à Justiça Federal julgar os crimes
consistentes em disponibilizar ou adquirir material pornográfico envolvendo criança ou adolescente
quando praticados por meio da rede mundial de computadores. Nesse sentido, o RE 628624/MG, Rel.
orig. Min. Marco Aurélio, Red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 29/10/2015.
b) Errada. Nos termos da jurisprudência do STJ, o crime de corrupção de menores é crime formal,
não se exigindo a comprovação do efetivo corrompimento do menor. Nesse sentido, a
Súmula 500 do STJ
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c) Errada. O STJ não admite a tese de que, se o menor já era corrompido ao tempo da conduta do
autor, não há crime de corrupção de menores. Essa conclusão é fundada no argumento de que a
corrupção de menores é crime formal, que não exige a efetiva prova de que o menor foi corrompido.
d) Certa. Nos termos da Súmula 593 do STJ e do art. 217-A, § 5º do Código Penal, o consentimento
da vítima, sua eventual experiência sexual anterior ou vínculo amoroso com o autor do crime não são
fatores excludentes de tipicidade. Sendo assim, a alternativa está correta.
e) Errada. No crime de corrupção de menores, é possível que uma das teses defensivas seja o erro
de tipo, com base na alegação de que o autor do crime não conhecia a menoridade do coautor.
Letra d.
015. (2011/CESPE / CEBRASPE/TJ-PI) Com referência às infrações penais contra a dignidade sexual,
assinale a opção correta.
a) O crime de satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente consuma-se com
dolo genérico, não se exigindo o chamado especial fim de agir.
b) Caso o delito de violação sexual mediante fraude seja cometido com o fim de obtenção de
vantagem econômica, o infrator sujeitar-se-á também à pena de multa.
c) Segundo entendimento do STJ, após a Lei n.º 12.015/2009, o crime de corrupção de menores
passou a ser material, ou seja, é exigida prova do efetivo corrompimento do menor.
d) No estupro, se da conduta resultar lesão corporal de natureza grave ou se a vítima tiver menos
de dezoito anos de idade, aplicar-se-á causa especial de aumento de pena.
e) No assédio sexual, o fato de a vítima ter menos de dezoito anos de idade qualifica o crime, razão
pela qual as penas desse delito estarão majoradas em seus limites abstratamente cominados.
a) Errada. O art. 218-A do Código Penal exige um especial fim de agir para que se consume. O
próprio tipo menciona os seguintes termos: “a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem”.
b) Certa. Nos termos do art. 215, parágrafo único do Código Penal, se houver a finalidade de
obtenção de vantagem econômica no crime de violação sexual mediante fraude aplica-se também a
pena de multa.
c) Errada. Nos termos da jurisprudência do STJ, o crime de corrupção de menores é crime formal e
não se exige a prova do efetivo corrompimento. Nesse sentido, a Súmula 500 do STJ
d) Errada. Nos casos apresentados pela alternativa, há a qualificadora do art. 213, § 1º e não causa
de aumento de pena.
e) Errada. No crime de assédio sexual, o fato de a vítima possuir menos de 18 anos é uma causa de
aumento de pena e não uma qualificadora, nos termos do art. 216-A, § 2º do Código Penal.
Letra b.
016. (2012/CESPE / CEBRASPE/PC-AL) Acerca dos crimes em espécie, julgue o item seguinte. Nos crimes
contra a dignidade sexual, a vulnerabilidade da menor de 14 anos de idade é considerada relativa diante
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de seu consentimento para a prática sexual, devendo, no caso concreto, ser considerado o
comportamento sexual da vítima, sua vida social e o grau de conscientização da menor.
Nos termos da Súmula n. 593 do STJ, o consentimento da vítima para a prática do ato é irrelevante para
a caracterização do crime de estupro de vulnerável. Ou seja, a vulnerabilidade é considerada absoluta,
não podendo haver consentimento que afaste a incidência do tipo penal previsto no art. 217-A do
Código Penal Errado.
017. (2019/VUNESP/TJ-RO /JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) Tícia, de 16 anos, há dois anos namora Caio,
de 19 anos. Tícia é virgem e está decidida a apenas manter relação sexual após o casamento, já marcado
para ocorrer no dia em que ela completará 18 anos. Quando estavam sozinhos, na sala, assistindo TV,
Caio, aproveitando-se que Tícia cochilava, masturbou-se e ejaculou no corpo da namorada que,
imediatamente, acordou. Sentindo-se profundamente violada e agredida, Tícia grita e acorda os pais,
que dormiam no quarto da casa. Os pais, vendo a filha suja e em pânico, impedem Caio de fugir e
decidem chamar a polícia. Acionada a polícia, Caio é preso, em flagrante delito e, encerradas as
investigações, denunciado pelo crime sexual praticado. Diante da situação hipotética, Caio poderá ser
processado pelo crime de a) corrupção de menores, tratando-se de ação penal pública incondicionada.
b) violação sexual mediante fraude, haja vista que Tícia estava dormindo, sem possibilidade de resistir,
tratando-se de crime de ação penal pública condicionada.
c) importunação sexual, tratando-se de ação penal pública incondicionada.
d) estupro de vulnerável, haja vista que Tícia é menor, tratando-se de crime de ação penal pública
incondicionada.
e) estupro, incidindo causa de aumento em virtude de a vítima ser menor de 18, tratando-se de ação
penal pública condicionada.
a) Errada. A corrupção de menores exige que o agente induza menor de 14 anos a satisfazer a
lascívia de outrem. No caso ora analisado, Tícia possui 16 anos, devendo ser afastado o tipo penal do
art. 218 do Código Penal.
b) Errada. O crime de violação sexual mediante fraude, por estar no Capítulo I dos crimes contra a
dignidade sexual, é de ação penal pública incondicionada, nos termos do art. 255 do Código Penal.
c) Certa. A conduta de Caio, ao ejacular em sua namorada enquanto esta dormia, se amolda ao
tipo penal do art. 215-A do Código Penal, pois praticou contra Tícia, sem a sua anuência, ato libidinoso
com o objetivo de satisfazer sua própria lascívia.
d) Errada. A alternativa denota que os menores de 18 anos poderiam ser vítimas do crime de
estupro de vulnerável pela sua idade. Nada obstante isso, o Código Penal apresenta a idade de 14 anos
para que a idade seja o fator a ser considerado no crime de estupro de vulnerável.
e) Errada. O crime de estupro, por estar no Capítulo I dos crimes contra a dignidade sexual, é de
ação penal pública incondicionada, nos termos do art. 255 do Código Penal.
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Letra c.
a) Certa. A prática de atos libidinosos com menores de 14 anos configura o crime de estupro de
vulnerável. No caso, tendo em vista que o autor do crime é padrasto da vítima, incide a causa de
aumento do art. 226, II do Código Penal. Além disso, a violência, mesmo não sendo exigida para que o
crime esteja consumado, pode ser considerada no momento da fixação da pena-base, nos termos do
art. 59 do Código Penal.
b) Errada. No crime de estupro de vulnerável, diferente do que ocorre com o crime de estupro do
art. 213 do CP, a violência não é elementar do crime.
c) Errada. No crime de estupro qualificado pela idade da vítima, esta deve ter mais de 14 e menos
de 18 anos. No caso analisado a vítima tinha 11 anos de idade.
d) Errada. No art. 226, II do Código Penal, haveria causa de aumento de pena acaso o agente fosse
pai ou padrasto. A alternativa faz uma distinção entre pai e padrasto que não é correta à luz do art. 226,
II do Código Penal.
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e) Errada. O caso concreto não se amolda com a figura do crime de estupro qualificado pela idade
da vítima previsto no art. 213, §1º. Nesse artigo a vítima deve ter idade superior a 14 anos e inferior a
18 anos. No caso analisado, a vítima possuía apenas 11 anos.
Letra a.
A prática sexual consentida com pessoas de 14 anos ou mais não punida na esfera penal, sendo fato
atípico. O art. 217-A (estupro de vulnerável) criminaliza a prática de conjunção carnal e ato libidinoso
apenas com menores de 14 anos de idade.
Certo.
O art. 217-A (estupro de vulnerável) criminaliza a prática de conjunção carnal e ato libidinoso apenas
com menores de 14 anos de idade. No caso ora analisado, Júnia tem 14 anos, não podendo mais ser
enquadrada na condição de vítima do crime do art. 217-A apenas pela sua idade. O erro da alternativa
está nas expressões “haja vista a idade da vítima”.
Errado.
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a) a prática de passar as mãos nas coxas e seios da vítima menor de 14 anos, por dentro de sua
roupa, não pode ser tipificado como crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do Código Penal), haja
vista que não houve a conjunção carnal.
b) o estupro (art. 213 do Código Penal), com redação dada pela Lei n. 12.015/2009, é tipo penal
misto alternativo. Logo, se o agente, no mesmo contexto fático, pratica conjunção carnal e outro ato
libidinoso contra uma só vítima, pratica um só crime do art. 213 do Código Penal.
c) a conduta consistente em manter casa para fins libidinosos é suficiente para a caracterização do
crime tipificado no art. 229 do Código Penal, sendo desnecessário, para a configuração do delito, que
haja exploração sexual, assim entendida como a violação à liberdade das pessoas que ali exercem a
mercancia carnal.
d) somente no crime de estupro, praticado mediante violência real, é que a ação penal é pública
incondicionada. Nas demais modalidades de violência, trata-se de crime de ação penal condicionada a
representação.
e) segundo a legislação brasileira, o estupro coletivo é aquele praticado mediante concurso de três
ou mais pessoas.
a) Errada. Para que esteja caracterizado o crime previsto no art. 217-A não se exige que haja
exclusivamente a prática de conjunção carnal. O ato libidinoso também é suficiente para que esteja
tipificado o crime de estupro de vulnerável.
b) Certa. O crime de estupro é tipo misto alternativo, bastando que, preenchidos os demais
requisitos, seja praticado o ato libidinoso ou a conjunção carnal. Não se exige que sejam praticados
ambos para a consumação do crime do art. 213.
c) Errada. O crime do art. 299 tem como uma de suas elementares o mantimento de estabele-
cimento em que ocorra exploração sexual, ou seja, esta é necessária para que esteja caracterizado o
crime de casa de prostituição.
d) Errada. Nos termos do art 225 do Código Penal, os crimes contra a dignidade sexual previs-tos
no Capítulo I e II, neles incluído o estupro, a ação penal será sempre pública incondicionada.
e) Errada. Nos termos do art. 226, IV, “a”, o crime de estupro coletivo é aquele cometido median-
te concurso de 2 ou mais agentes.
Letra b.
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por sua vez, relata a história para Joana, sua mãe. Esta, abismada com a história, procura a delegacia do
bairro e narra os fatos acima descritos.
Diante desta situação hipotética, assinale a alternativa correta do ponto de vista legal.
a) Gumercinda e Caio responderão pelo delito de satisfação de lascívia mediante a presença de criança
ou adolescente.
b) Gumercinda e Caio não cometeram nenhum crime.
c) Gumercinda e Caio praticaram exploração sexual de criança ou adolescente.
d) Gumercinda e Caio praticaram crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente.
e) Apenas Gumercinda responderá pelo delito de satisfação de lascívia mediante a presença de criança
ou adolescente
a) Certa. Para que este crime esteja configurado é preciso que haja dolo específico dos agentes,
materializado nas expressões “a fim de satisfazer a lascívia própria ou de outrem” (art. 218-A).
b) Certa. A conduta de ambos é atípica, pois não há modalidade culposa do crime previsto no art.
218-A.
c) Errada. Gumercinda e Caio não praticaram o crime de exploração sexual de criança ou
adolescente, pois não submeteram ou atraíram Joaquim à prostituição ou outra forma de exploração
sexual.
d) Errada. Gumercinda e Caio, ambos maiores de idade, não praticaram crime previsto no Estatuto
da Criança e do Adolescente, pois a conduta não se amolda a nenhum tipo previsto naquele Estatuto.
e) Errada. Gumercinda não agiu com o dolo específico de submeter Joaquim a presenciar o ato
sexual para satisfazer sua própria lascívia ou a de outrem. Não houve dolo e, portanto, não está
caracterizado o crime do art. 218-A.
Letra b.
023. (2019/CESPE / CEBRASPE/TJ-SC /JUIZ SUBSTITUTO) Julgue os itens a seguir com base no Código
Penal e na jurisprudência do STJ.
I – Um indivíduo poderá responder criminalmente por violação sexual mediante fraude, caso
pratique frotteurismo contra uma mulher em uma parada de ônibus coletivo lotada, sem o
consentimento dela.
II – Nos casos de parcelamento de contribuições previdenciárias cujo valor seja superior ao
estabelecido administrativamente como sendo o mínimo para ajuizamento de suas execuções
fiscais, é vedado ao juiz aplicar somente a pena de multa ao agente, ainda que ele seja réu
primário.
III – Tanto ao agente, maior e capaz, que praticar o crime de estupro coletivo quanto ao agente,
maior e capaz, que praticar o crime de estupro corretivo será aplicada a mesma majorante de
pena in abstrato.
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IV – Situação hipotética: Um homem, em 31/12/2018, por volta das cinco horas da madrugada, com
a intenção de obter vantagem pecuniária, explodiu um caixa eletrônico situado em um posto de
combustível. Assertiva: De acordo com o STJ, ele responderá criminalmente por furto qualificado
em concurso formal impróprio com o crime de explosão majorada.
I – Errado, pois a prática de esfregar os genitais em outras pessoas (frotteurismo) não se enquadra
no tipo penal de violação sexual mediante fraude, pois não é praticado por meio de recurso que impeça
ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima.
II – Certo. Nos termos do art. 168-A, é facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente
a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes. Porém, o § 4 º dispõe que essa faculdade
não se aplica aos casos de parcelamento de contribuições cujo valor seja superior àquele estabelecido,
administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.
III – Certo. Nos termos do art. 226, IV, “a” e “b” do Código Penal o aumento de pena no estupro
corretivo e no estupro coletivo são iguais, de 1/3 a 2/3.
IV – Errado, pois o art. 155, §4º-A apresenta uma figura qualificada do crime de furto, que hipótese
de haver emprego de explosivo ou artefato que cause perigo comum. Sendo assim, não há que se falar
em concurso formal impróprio. Há crime único de furto qualificado.
Letra b.
024. (2019/FCC/DPE-SP/DEFENSOR PÚBLICO) No dia 23 de abril de 2013, Jailson, aproveitando que sua
esposa havia saído de casa para fazer compras, decidiu ir até o quarto de sua enteada Jéssica, que à
época contava com 19 anos de idade. Ao perceber que Jéssica estava dormindo, Jailson se aproximou
de sua cama, apalpou seus seios e começou a acariciar sua vagina por dentro da calcinha. Ocorre que,
nesse momento, o irmão de Jéssica chegou à casa e, ao presenciar a cena, começou a gritar, momento
em que Jailson se afastou da jovem e fugiu. O tipo penal em que incorreu Jailson, sem analisar se o
delito teria se dado na forma consumada ou tentada, é:
a) Constrangimento ilegal (art. 146, caput, do CP).
b) Estupro (art. 213, caput, do CP).
c) Estupro de vulnerável (art. 217-A, §1º, do CP).
d) Violação sexual mediante fraude (art. 215, caput, do CP).
e) Importunação sexual (art. 215-A, do CP).
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a) Errada. O crime praticado por Jailson violou a dignidade sexual da vítima e não sua liberdade
individual. Sendo assim, não há que se imputar o crime de constrangimento ilegal.
b) Errada. No caso analisado não houve violência ou grave ameaça, descaracterizando o crime de
estupro.
c) Certa. Nos termos da jurisprudência do STJ, o estado de sono, que diminua a capacidade da
vítima de oferecer resistência, caracteriza a vulnerabilidade prevista no art. 217-A, § 1º, do Código
Penal. É esse o crime praticado por Jailson.
d) Errada. O autor Jailson não agiu mediante fraude ou utilizando algum artifício, afastando o tipo
penal do art. 215. Em verdade, o estado de sono da vítima faz com que haja o crime de estupro de
vulnerável.
e) Errada. O estado de sono é um fator que deve ser levado em consideração no momento da
tipificação. Referido fator faz com que seja afastado o crime do art. 215-A e imputado o crime de estupro
de vulnerável por incapacidade de oferecimento de resistência.
Letra c.
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026. (2012/TJ-SC /TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS - PROVIMENTO) Não constitui crime
contra a dignidade sexual: a) Exploração sexual de vulnerável.
b) Rapto violento ou mediante fraude.
c) Violência sexual mediante fraude.
d) Estupro de vulnerável.
e) Favorecimento à prostituição.
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028. (2019/CESPE / CEBRASPE/ TJ-PR/JUIZ SUBSTITUTO) Julgue os itens a seguir, relativos a delitos de
natureza sexual.
I – Praticar, em local público, ato libidinoso contra alguém e sem o seu consentimento ca-racteriza
contravenção penal tipificada como importunação ofensiva ao pudor.
II – Praticar conjunção carnal com o parceiro na presença de menor de catorze anos de idade, a fim
de satisfazer a própria lascívia, configura, a princípio, o tipo penal específico denominado
satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente.
III – Praticar ato obsceno em praça pública, ainda que sem a intenção de ultrajar alguém es-pecífico,
configura crime de importunação sexual, que, por equiparação, é considerado hediondo.
IV – Divulgar na Internet fotografias de conteúdo pornográfico envolvendo adolescente, como meio
de vingança pelo término de relacionamento, configura crime específico previsto no ECA, o que
afasta a incidência do novo tipo penal previsto no art. 218-C do Código Penal.
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c) Em regra, o crime de importunação sexual pode ter como agente passivo pessoa vulnerável,
dados a especificidade da conduta e seu caráter de crime não subsidiário
d) Caracteriza o crime de assédio sexual a conduta de médico ginecologista que, durante
atendimento, pratica ato libidinoso contra paciente, aproveitando-se do consentimento dado por ela
para a realização de exame ginecológico.
e) Em se tratando de crime de estupro em que a vítima seja maior de dezoito anos de idade e
plenamente capaz, a ação penal é pública incondicionada, ainda que não tenha ocorrido violência real
na prática do crime.
a) Errada. Nos termos da Súmula 593 do STJ, a existência de relacionamento amoroso entre a vítima
e o agente não é relevante para a caracterização do crime de estupro de vulnerável.
b) Errada. O entendimento do STJ, materializado na Súmula 593, é o de que o consentimento da
vítima não afasta a tipicidade do crime de estupro de vulnerável.
c) Errada. A alternativa apresenta as características do crime de estupro de vulnerável, dada a
especificidade do sujeito passivo e da conduta do agente. O crime que possui, em regra, sujeito passivo
vulnerável é o do art. 217-A e não o de importunação sexual.
d) Errada. Para que reste configurado o crime de assédio sexual é preciso que haja relação de
ascendência inerente ao cargo, emprego ou função entre a vítima e o autor do crime. Essa circunstância
de ascendência não está presente na relação entre o médico ginecologista e sua paciente.
e) Certa. Nos termos do art. 225 do Código Penal, nos crimes contra a dignidade sexual definidos
no Capítulo I e II, a ação penal é pública incondicionada. É esse o caso do crime de estupro.
Letra e.
030. (2018/TRF - 2ª REGIÃO/ JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO) Leia as assertivas abaixo e assinale a opção
correta:
I – O crime específico de tráfico de pessoas consiste em agenciar, aliciar, recrutar, transportar,
transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude
ou abuso, com a finalidade de remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; submetê-la a
trabalho em condições análogas à de escravo; submetê-la a qualquer tipo de servidão; adoção
ilegal ou exploração sexual.
II – A pedofilia por meio da informática ou telemática também se caracteriza quando alguém
assegura meios ou serviços para o armazenamento ou o acesso por rede de computadores às
fotografias, cenas, imagens ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica
envolvendo criança ou adolescente, mas não quando o responsável legal pela prestação do
serviço, embora notificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo.
III – A aquisição, posse ou armazenamento de fotografia, vídeo ou outra forma de registro que
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente é crime
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sempre punido com reclusão de um a quatro anos e multa, sendo irrelevante para a aplicação da
pena, que haja pequena quantidade de material pornográfico apreendido.
IV – O crime de estupro próprio, punido com a pena de reclusão de oito a doze anos e multa, consiste
no constrangimento de mulher, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a
praticar ou permitir que com ela se pratique qualquer outro ato libidinoso diverso da conjunção
carnal, assim como também quando da conduta resulta lesão corporal de natureza grave, ou se a
vítima é menor de dezoito ou maior de catorze anos.
V – O recém introduzido crime de estupro de vulnerável consiste em ter conjunção carnal ou
praticar outro ato libidinoso com menor de catorze anos. E incorre na mesma pena quem pratica
as mesmas ações com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário
discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer
resistência.
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a) Errada. A conduta de João, em praticar relação sexual com Maria, pessoa menor de 14 anos de
idade, se amolda ao tipo penal de estupro de vulnerável, ficando afastado o tipo penal de satisfação de
lascívia contra pessoa menor de 14 anos.
b) Errada. Nos termos da Súmula 593 do STJ o relacionamento amoroso entre o casal não torna a
conduta atípica.
c) Errada. Nos termos do art. 217-A, § 5º do Código Penal, o consentimento da vítima é irrele-vante
para que o crime de estupro de vulnerável seja caracterizado. O consentimento da vítima não torna o
crime impossível.
d) Errada. O art. 217-A, § 5º do Código Penal e a Súmula 593 do STJ enunciam que a experiência
sexual anterior não tem relevância para a caracterização do crime de estupro de vulnerável.
Essas circunstâncias não tornam o crime privilegiado.
e) Certa. A conduta de João preenche todos os requisitos do art. 217-A do Código Penal, ao praticar
conjunção carnal ou ato libidinoso com pessoa menor de 14 anos de idade.
Letra e.
a) Errada. O crime de violação sexual mediante fraude ainda está em vigor no ordenamento jurídico
pátrio, nos termos do art. 215 do Código Penal.
b) Errada. O crime de favorecimento de prostituição previsto no Código Penal dispõe expressa-
mente que a exploração sexual deve ser de alguém menor de 18 anos ou que, por enfermidade ou
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deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato. Além disso, o intuito de
lucro não é elementar do tipo previsto no art. 218-B, mas existindo esse intuito, aplica-se também a
pena de multa.
c) Errada. O crime de assédio sexual não faz essa distinção de pena tomando em consideração o
gênero da vítima. Não há punição abstratamente mais grave por conta de a vítima ser mulher e o autor
ser homem.
d) Certa. A conduta descrita na alternativa se amolda ao tipo penal do art. 218-A do Código Penal,
de satisfação de lascívia mediante a presença de criança ou adolescente.
e) Errada. O Código Penal não apresenta como elementar dos crimes contra a dignidade sexual que
as vítimas sejam “pessoas dignas”. Referido conceito não é utilizado para afastar a tipicidade dos crimes
contra a dignidade sexual em relação aos não dignos.
Letra d.
I – Errado, pois a Súmula 593 do STJ enuncia que o consentimento da vítima não afasta o crime
de estupro de vulnerável.
II – Errado. Toques e apalpações fugazes em partes íntimas são considerados atos libidinosos
diversos da conjunção carnal e que, quando praticados contra menor de 14 anos, configuram estupro
de vulnerável.
III – Certo. No crime do art. 217-A, o trauma psicológico que pode ser utilizado como fundamento
para a valoração negativa das consequências do crime quando da fixação da pena-base. Nesse sentido:
AgRg nos EDcl no AREsp 1.565.652/RJ, j. 16/06/2020.
Letra c.
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034. (2018/VUNESP/PC-BA/DELEGADO DE POLÍCIA) A respeito dos crimes sexuais, previstos no Título VI,
do Código Penal, assinale a alternativa correta.
a) Não se tipifica crime de estupro se o agente é cônjuge da vítima, já que o casamento impõe aos
cônjuges o dever de prestação sexual.
b) A prática de conjunção carnal ou outro ato libidinoso com menor de 18 (dezoito) anos é estupro
de vulnerável, previsto no artigo 217-A do Código Penal.
c) A prática de conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso com adolescente de idade entre
14 (catorze) e 18 (dezoito) anos, em situação de prostituição, é atípica.
d) Os crimes sexuais, com exceção do estupro de vulnerável, são processáveis mediante ação penal
pública condicionada à representação.
e) Haverá aumento de pena se o agente transmite à vítima doença sexualmente transmissível de
que sabe ou deveria saber ser portador.
a) Errada. A existência de relacionamento amoroso entre autor e vítima do crime de estupro não é
relevante para a tipificação do delito. O Código Penal não apresenta o casamento como um dos fatores
de excludente de tipicidade do crime de estupro.
b) Errada. O art. 217-A apresenta que a prática de conjunção carnal ou ato libidinoso com menor
de 14 anos é crime de estupro de vulnerável. O sujeito passivo deve ter menos de 14 anos e não menos
de 18.
c) Errada. O Código Penal tipifica essa conduta como sendo estupro qualificado pela idade da
vítima, nos termos do art. 213, § 1º.
d) Errada. Os crimes sexuais previstos no Capítulo I e II, incluindo o estupro e outros, são de ação
penal pública incondicionada, nos termos do art. 225 do Código Penal.
e) Certa. Nos termos do art. 234-A, IV, a pena é aumentada de 1/3 a 2/3 se o agente transmite à
vítima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador.
Letra e.
035. (2018/FCC/DPE-AP/DEFENSOR PÚBLICO) Conforme o ordenamento penal pátrio e o entendimento
dos tribunais superiores:
a) Compete à Justiça Estadual do local do upload processar e julgar os crimes consistentes em
disponibilizar ou adquirir material pornográfico envolvendo criança ou adolescente (arts. 241, 241-A e
241-B da Lei n. 8.069/1990) quando praticados por meio da rede mundial de computadores.
b) Para a configuração do crime de corrupção de menores, atual artigo 244-B do Estatuto da Criança
e do Adolescente, se faz necessária a prova da efetiva corrupção do menor, uma vez que se trata de
delito material, cujo bem jurídico tutelado pela norma visa, sobretudo, a impedir que o maior imputável
induza ou facilite a inserção ou a manutenção do menor na esfera criminal.
c) Não configura o crime de corrupção de menores na hipótese em que o maior imputável pratica
com o menor a infração penal ou induz a praticá-la, quando o adolescente possui outros antecedentes
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infracionais, pois, a cada nova prática criminosa em que o menor participa não ser pode falar de um
aumento da degradação de sua personalidade.
d) Para a caracterização do crime de estupro de vulnerável previsto no art. 217-A, caput, do Código
Penal, basta que o agente tenha conjunção carnal ou pratique qualquer ato libidinoso com pessoa
menor de 14 anos. O consentimento da vítima, sua eventual experiência sexual anterior ou a existência
de relacionamento amoroso entre o agente e a vítima não afastam a ocorrência do crime.
e) Ocorre erro de tipo no crime de corrupção de menores, não cabendo à defesa apresentar
elementos probatórios capazes de sustentar a alegação de desconhecimento do acusado acerca da
menoridade do coautor.
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a) Errada. Nos termos da Sumula 593, a existência de relacionamento amoroso não exclui a
antijuridicidade do crime de estupro de vulnerável.
b) Errada. Nos termos da Sumula 593, o consentimento da vítima não é causa excludente de
ilicitude no crime de estupro de vulnerável. Nesse mesmo sentido o art. 217-A, § 5º do Código Penal.
c) Errada. Nos termos da Sumula 593, a experiência sexual anterior da vítima não é relevante para
a tipificação do delito de estupro de vulnerável. Nesse mesmo sentido o art. 217-A, § 5º do Código
Penal.
d) Certa. A alternativa apresenta os termos da modalidade equiparada de estupro de vulne-rável,
cujo sujeito passivo não precisa ser menor de 14 anos, mas exige-se que não possua discernimento para
a prática do ato.
e) Errada A Lei n. 8.072/90 apresenta, em seu art.´1º, VI, o estupro de vulnerável como sendo crime
hediondo.
Letra d.
a) Errada. Nos termos da Súmula 593 do STJ, a prévia existência de relacionamento amoroso e
duradouro entre a menor e José não extingue a punibilidade do agente por crime de estupro de
vulnerável.
b) Errada. No caso narrado há apenas o crime de estupro de vulnerável, sendo incorreto falar em
continuidade delitiva. Além disso, houve a revogação expressa do crime de atentado violento ao pudor.
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a) Errada. O art. 1º da Lei n. 12.845 utiliza o termo “se for o caso” em relação ao encaminhamento
da vítima para posterior amparo social, tornando a alternativa errada.
b) Errada. O art. 3º da Lei n. 12.845 utiliza o termo “todos” em relação ao atendimento imediato e
obrigatório nos hospitais da rede SUS e não apenas em hospitais específicos.
c) Certa. A alternativa apresenta os termos do art. 2º e art. 3º, caput, da Lei n. 12.845. Ou seja, o
médico atendente tem o dever de preservar os materiais que possam ser coletados no exame médico
legal, bem como assegurar atendimento a qualquer atividade sexual não consentida,
independentemente de ter havido conjunção carnal.
d) Errada. A alternativa afirma que a internação das vítimas ocorrerá em hospitais específicos,
porém art. 3º da Lei n. 12.845 utiliza o termo “todos” em relação a esse encaminhamento e internação.
e) Errada. O art. 3º, § 3º da Lei n. 12.845 enuncia que cabe ao órgão de medicina legal o exame de
DNA para identificação do agressor e não ao próprio equipamento atendente.
Letra c.
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a) Errada. O crime de estupro admite a modalidade tentada, sendo crime material e plurissub-
sistente. Acaso o constrangimento, mediante violência ou grave ameaça, para a prática de ato libidinoso
ou conjunção carnal não se concretize por fato alheio a vontade do autor, estaremos diante de tentativa
de estupro.
b) Certa Nos termos do art. 213, § 1º do Código Penal, se da conduta resulta lesão corporal grave,
há a figura do estupro qualificado, com pena de 8 a 12 anos de reclusão.
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c) Certa. O tipo penal previsto no art. 213 do Código Penal não faz referência acerca do gênero do
sujeito ativo ou passivo do crime. Sendo assim, podemos ter ambos os gêneros em qualquer polo da
relação.
d) Certa. O art. 213 do Código Penal não exige que haja contato físico entre sujeito ativo e passivo
para que o crime de estupro seja consumado. O contato físico, por não ser elementar do crime, é
dispensado para sua caracterização. Nesse mesmo sentido o entendimento do STJ.
Vide HC 478.310/PA, Rel. Min. Rogério Schietti, Sexta Turma, 09/02/2021.
Letra a.
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passaram nos últimos tempos por grandes modificações, a fim de se adequarem à nova realidade, que
envolve em particular a liberdade sexual das pessoas, garantindo a sua livre manifestação e reprimindo
quem de alguma forma lhe cause limitação ou aflição. No que diz respeito aos crimes de estupro e
estupro de vulnerável, assinale a alternativa correta.
a) O ato de manter relações sexuais, mediante violência ou grave ameaça, com pessoa maior de
quatorze e menor de dezoito anos de idade caracteriza estupro de vulnerável, em virtude dos efeitos
mais gravosos aos adolescentes.
b) No crime de estupro, exige-se da vítima retidão moral, não caracterizando constrangimento
ilegal a prática do ato contra prostituta, ou pessoa que de qualquer modo utilize a relação sexual como
modo de vida.
c) A violência praticada no crime de estupro é uma imposição de ordem física direta, perpetrada
contra a vítima. A violência indireta praticada contra terceiro que a vítima queira proteger não
caracteriza a tipicidade formal.
d) No estupro de vulnerável, o consentimento não opera como causa permissiva e sua aferição,
seja na forma direta ou por equiparação, é obtida pela conjunção dos critérios biológicos e psicológicos
da culpabilidade.
e) O consentimento da vítima, maior e capaz, obtido por meio de constrangimento praticado em
face de grave ameaça perpetrado pelo autor, não afasta a tipicidade formal do crime de estupro.
a) Errada. O caso exposto, em verdade, é exemplo de estupro qualificado pela idade da vítima,
previsto no art. 213, § 1º do Código Penal. O estupro de vulnerável exigiria idade da vítima inferior a 14
anos.
b) Errada. O art. 213 do Código Penal não apresenta essas condições especiais do sujeito pas-sivo.
Não se exige que a vítima tenha retidão moral.
c) Errada. Para que esteja satisfeito o requisito da “violência” no crime de estupro, não se exige
que esta seja necessariamente contra a vítima. A violência, acaso levada a efeito para gerar
constrangimento na vítima, é suficiente para caracterizar o crime de estupro.
d) Errada. Os critérios para aferição do consentimento não têm nenhuma relação com a
culpabilidade. Quem consente é a vítima, ainda que esse consentimento não seja suficiente para afastar
o crime de estupro de vulnerável. A culpabilidade, diferentemente, é elemento que se liga ao autor do
crime, em nada se relacionando com o sujeito passivo.
e) Certa. No caso descrito na alternativa, o consentimento foi viciado, pois prestado mediante grave
ameaça. Sendo assim, houve a prática de ato libidinoso mediante grave ameaça perpetrada para
constranger o sujeito passivo, restando caracterizado o crime de estupro.
Letra e.
043. (2017;FCC/POLITEC - AP/PERITO MÉDICO LEGISTA) A mídia noticiou que um médico endoscopista
foi flagrado em sua clínica tendo relação sexual com uma paciente de 35 anos enquanto ela estava sob
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efeito do sedativo utilizado para o exame de endoscopia digestiva alta. Desse modo, o médico foi
acusado de ter cometido crime de a) estupro.
b) atentado violento do pudor.
c) estupro de vulnerável.
d) sedução.
e) assédio sexual.
a) Errada. Tendo em vista que no caso não foi relatada violência ou grave ameaça, não se pode imputar
o crime de estupro.
b) Errada. A conduta que se amoldava ao tipo de atentado violento ao pudor deixou de ser criminosa,
havendo revogação expressa do tipo penal. Sendo assim, não pode ser imputada ao médico.
c) Certa. A conduta do endoscopista se amolda ao crime de estupro de vulnerável previsto no parágrafo
único do art. 217-A, que, pelo efeito do sedativo, não pode oferecer a resistência necessária.
d) Errada. O crime de sedução estava previsto no art. 217 do Código Penal, mas foi revogado.
Atualmente não se pode imputar o crime de sedução ao médico endoscopista.
e) Errada. No caso ora analisado não há relação de ascendência inerente ao exercício de emprego, cargo
ou função e nem superioridade hierárquica do autor do crime em relação à vítima.
Sendo assim, não há assédio sexual.
Letra c.
044. (2017/IBADE/PC-AC/ ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL) O crime de estupro de vulnerável (art. 217-Ado
CP):
a) exige que a vítima seja mulher.
b) pressupõe violência ou grave ameaça como meios executórios.
c) é uma hipótese de lenocínio.
d) é subsidiário ao estupro (art. 213 do CP).
e) pode ser praticado mediante conjunção carnal ou ato libidinoso diverso.
a) Errada. O tipo penal do art. 217-A não apresenta especial qualidade da vítima, podendo ser
homem ou mulher.
b) Errada. O crime de estupro de vulnerável não exige que haja violência ou grave ameaça,
diferentemente do que ocorre no crime de estupro do art. 213.
c) Errada. O lenocínio é uma prática criminosa que visa explorar e estimular a prostituição sob
qualquer forma, havendo ou não mediação ou intuito de lucro. Essas características não estão presentes
no crime de estupro de vulnerável do art. 217-A.
d) Errada. O crime de estupro de vulnerável possui elementares distintas do crime de estupro. Por
exemplo, o tipo do art. 217-A, exige que a vítima seja menor de 14 anos e o tipo do art. 213 exige que
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haja violência ou grave ameaça. Sendo assim, não há que se falar em um ser “soldado de reserva” ou
“subsidiário” ao outro.
e) Certa. O crime de estupro de vulnerável é tipo misto alternativo, ou seja, pode ser praticado
mediante conjunção carnal ou ato libidinoso diverso. Não se exige a cumulação dessas duas condutas
para que o crime esteja consumado.
Letra e.
a) Errada. Não tendo havido violência ou grave ameaça na conduta do agente, não há crime de
estupro do art. 213.
b) Certa. Nesse caso há o crime de estupro consumado previsto no art. 213, pois, apesar de o
sujeito passivo ser pessoa portadora de deficiência, este possui discernimento para o exercício da
sexualidade.
c) Errada. O crime de estupro do art. 213, para que reste caracterizado, requer a existência de
violência ou grave ameaça, o que não ocorre na proposta apresentada.
d) Errada. Nessa situação não há crime. Havendo relação sexual consentida com maior de 14 anos,
o fato é atípico.
e) Errada. Tendo em vista que inexiste violência ou grave ameaça, não se pode falar em crime de
estupro do art. 213. No caso apontado, pode-se estar diante do crime de estupro de vulnerável do art.
217-A do Código Penal.
Letra b.
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solicita os serviços de uma prostituta, deixando clara sua preferência por mulheres que não tenham
completado 18 anos. Demétrio, assim, encaminha Maitê, adolescente de 16 anos de idade, ao hotel em
que Romildo se encontra hospedado. No local, a adolescente é barrada pelo gerente Gastão, que,
percebendo nela uma profissional do sexo, questiona sua idade, sendo-lhe respondido por Maitê que
conta com 18 anos. Gastão acredita na mentira contada pela adolescente, precoce em seus atributos
corporais, embora não tome o cuidado de solicitar seu documento de identidade, autorizando-a a subir
ao quarto de Romildo. Efetivamente, Romildo e a adolescente mantêm relações sexuais mediante
remuneração, sendo parcela do lucro auferido por Maitê posteriormente repassado a Demétrio.
Analisando o caso concreto, é correto afirmar que:
a) Demétrio cometeu crime de rufianismo (art. 230, CP); Romildo cometeu crime equiparado ao
favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de
vulnerável (art. 218-B, § 2º, I, CP); Gastão também cometeu crime equiparado ao favorecimento da
prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art.
218-B, § 2º, ll, CP).
b) Demétrio cometeu o crime de favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração
sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, § 1º, CP); Romildo cometeu crime
equiparado ao favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou
adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, § 2º, I, CP); Gastão também cometeu crime equiparado ao
favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de
vulnerável (art. 218-B, § 2º, II, CP).
c) Demétrio cometeu o crime de favorecimento da prostituição ou de outra forma de explora-ção
sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, § 1º, CP); Romildo cometeu crime
equiparado ao favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou
adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, § 2º, I, CP); Gastão não cometeu crime.
d) Demétrio cometeu o crime de rufianismo (art. 230 do CP); Romildo cometeu crime equiparado
ao favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou
de vulnerável (art. 218-B, § 2º, I, CP); Gastão não cometeu crime.
e) Demétrio cometeu o crime de favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração
sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, § 1º, CP); Romildo cometeu crime de
estupro de vulnerável (art. 217- A, CP); Gastão não cometeu crime.
a) Errada. Tendo em vista que a vítima possui 16 anos, o crime cometido por Demétrio é o do art.
218-B, § 1º, do Código Penal, ficando afastado o crime de rufianismo. A imputação feita a Romildo
pela alternativa é correta, nos termos do art. 218-B, § 2º, I, do Código Penal, pois praticou conjunção
carnal com alguém menor de 18 e maior de 14 anos, na situação descrita no enunciado. Gastão não
cometeu crime, a conduta foi atípica, pois há previsão da modalidade culposa para o crime do art. 218-
B.
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b) Errada. Gastão não cometeu crime, pois sua conduta não foi dolosa. Barrando Maitê e ques
tionando sua idade, foi informado de que ela possuía 18 anos. Tendo em vista que não há modalidade
culposa do art. 218-B, a conduta de Gastão é atípica.
c) Certa. Todas as condutas estão corretamente tipificadas nos termos do Código Penal. Demétrio
cometeu o crime de favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança
ou adolescente, ao encaminhar Maitê para o hotel com a finalidade descrita no enunciado. Romildo, ao
praticar a conjunção carnal com a adolescente, também responde pelo crime do art. 218-B, mas nos
termos de seu parágrafo 2º, I. Gastão não cometeu crime algum.
d) Errada. Aquela que praticou a conjunção carnal possuía 16 anos de idade, havendo previsão
específica para essa hipótese, que é o crime do art. 218-B, ficando afastado o rufianismo.
e) Errada. Romildo não cometeu o crime de estupro de vulnerável, pois a vítima tinha 16 anos de
idade, ou seja, o sujeito passivo não possuía menos de 14 anos de idade para que esteja tipificado o
crime do art. 217-A do Código Penal.
Letra c.
a) Errada. O tipo penal do art. 217-A exige que a vítima tenha menos de 14 anos de idade. A partir
de 14 anos, a idade não pode ser mais considerada como fator para a caracterização do crime de estupro
de vulnerável.
b) Errada. Acaso a vítima tenha o necessário discernimento para a prática do ato sexual, não se está
diante do crime de estupro de vulnerável.
c) Certa. Referida conduta se amolda ao tipo penal do art. 217-A, § 1º do Código Penal, em que a
vítima não tem a capacidade para oferecer resistência, independente da idade.
d) Errada. Há tipo penal específico para esse tipo de conduta. É o crime de satisfação de las cívia
mediante a presença de criança ou adolescente e não o crime de estupro de vulnerável.
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e) Errada. O crime de estupro de vulnerável, para que a idade seja o fator determinante para a
caracterização, exige que a vítima tenha menos de 14 anos de idade. Estando errado falar em 16 anos.
Letra c.
a) Errada. A Mário pode ser imputado o crime do art. 218-B do Código Penal. Referido crime se
consuma no momento em que Mário induz Bruna, não havendo necessidade de que esta efetivamente
se prostitua.
b) Certa. O crime do art. 218-B apresenta figuras equiparadas, dentre elas a do § 2º , I que imputa
o crime ao agente que pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 e
maior de 14 anos na situação descrita no caput.
c) Errada. Nessa situação, considerando que Maria estava impossibilitada de oferecer qualquer
resistência, João poderá responder pelo crime de estupro de vulnerável, sendo incorreta a imputação
de violação sexual mediante fraude.
d) Errada. Estará configurado o crime de estupro de vulnerável do art. 217-A acaso haja conjun ção
carnal com criança menor de 14 anos e não 15 anos.
e) Errada. O Código Penal não apresenta causa de aumento de pena para a situação descrita na
alternativa.
Letra b.
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049. (2016/CESPE / CEBRASPE/PC-PE/ AGENTE DE POLÍCIA) Laura e Tiago são casados há seis anos, mas
estão separados, de fato, há três meses, embora mantenham contato por conta de um filho, ainda
criança, que possuem em comum. Certo dia, aproveitando-se da sua franca entrada na residência em
que Laura mora com a criança, Tiago conseguiu subtrair a chave de um dos portões da casa, fez uma
cópia dessa chave e devolveu o exemplar original ao seu lugar, sem que Laura disso tivesse
conhecimento. Tempos depois, em dia em que Laura estava ausente de casa e o filho deles estava na
casa da avó materna, Tiago entrou na casa da ex-esposa e ficou aguardando-a, com a intenção de
surpreendê-la e reconquistá-la. Próximo à meia-noite desse mesmo dia, Laura chegou e, por estar
bastante embriagada, adormeceu muito rapidamente, sem dar a Tiago a atenção de que ele acreditava
ser merecedor. Este ficou enfurecido e enciumado e tentou, sem sucesso, acordá-la. Não tendo
alcançado seu objetivo, Tiago resolveu manter, e efetivamente manteve, relação sexual com Laura, que
então já estava praticamente desacordada.
Nessa situação hipotética, conforme os dispositivos pertinentes aos crimes contra a dignidade sexual
insertos na Lei Maria da Penha e no Código Penal,
a) para que o crime de estupro se configure, é preciso que tenha ocorrido conjunção carnal na relação
sexual.
b) Tiago não poderá ser acusado de crime de estupro porque Laura ainda é sua esposa.
c) Tiago não poderá ser acusado de crime de estupro porque não usou de grave ameaça ou violência
contra Laura.
d) Tiago poderá ser acusado de crime de estupro de vulnerável.
e) Tiago praticou o crime de assédio sexual, pois qualquer indivíduo pode ser sujeito ativo desse crime,
independentemente de ostentar condição especial em relação à vítima.
a) Errada. Para que o crime de estupro se configure, não é preciso que tenha ocorrido a conjunção
carnal na relação sexual. Por exemplo, a ocorrência de ato libidinoso diverso da conjunção carnal
também pode ser considerada para o efeito de imputar o crime de estupro ao agente.
b) Errada. O art. 213 do Código Penal não exclui a tipicidade da conduta de estupro acaso a vítima
seja esposa do autor. O bem jurídico tutelado é a dignidade sexual, bem este que pode, inclusive, ser o
da esposa do autor do crime.
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c) Errada. No caso houve o crime de estupro de vulnerável, em sua modalidade equiparada. Sendo
assim, a violência ou a grave ameaça é presumida pelo próprio legislador e não precisa ocorrer
efetivamente no caso concreto.
d) Certa. Tendo em vista que Tiago praticou conjunção carnal com a esposa enquanto esta estava
em situação de não poder oferecer resistência, há o crime de estupro de vulnerável do art. 217-A, 1º do
Código Penal.
e) Errada. Tiago praticou o crime de estupro de vulnerável, previsto no art. 217-A, § 1º, pois praticou
conjunção carnal com a esposa enquanto esta estava desacordada, sem poder oferecer resistência.
Letra d.
Um dos critérios para caracterizar o crime de violência sexual é o questionamento sobre a idade da
vítima, que deve ser superior a 14 anos. Acaso seja inferior, poderemos estar diante de tipo penal
distinto, denominado “estupro de vulnerável”.
Errado.