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DIREITO PENAL
Crimes contra a Dignidade Sexual
Rodrigo Pardal
Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Crimes contra a Dignidade Sexual..........................................................................................................................4
Estupro – Art. 213.. ...........................................................................................................................................................4
Conceitos Relevantes....................................................................................................................................................4
Colocar Material – Diferença Importunação X Ato Obsceno...................................................................5
Estupro Qualificado pela Idade da Vítima (Art. 213, §1º)...........................................................................5
Estupro Qualificado pelo Resultado (Art. 213, §§ 1º e 2º).........................................................................6
Diversidade de Atos Libidinosos e Concurso de Crimes............................................................................6
Importunação Sexual – Art. 215-A. . ........................................................................................................................6
Registro Não Autorizado da Intimidade Sexual (Art. 216-B do CP).....................................................8
Estupro de Vulnerável (Art. 217-A do CP). .........................................................................................................9
Casa de Prostituição – Art. 229 do CP................................................................................................................11
Ato Obsceno – Art. 233 do CP.................................................................................................................................12
Mapas Mentais. . ...............................................................................................................................................................14
Questões de Concurso.................................................................................................................................................15
Gabarito...............................................................................................................................................................................36
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................37
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Crimes contra a Dignidade Sexual
Rodrigo Pardal
Apresentação
Alunas e alunos, segue nosso material sobre crimes contra a dignidade sexual.
Desejo a todas e todos ótimos estudos.
Abraços!
Rodrigo Pardal
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Crimes contra a Dignidade Sexual
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Conceitos Relevantes
Ato libidinoso: Todo ato objetivamente capaz de produzir prazer sexual
Conjunção carnal: É espécie de ato libidinoso, consistente na cópula vagínica, ou seja, rela-
ção sexual com introdução total ou parcial do pênis na vagina;
Sujeitos: Tanto homem quanto mulher podem ser sujeito ativo ou passivo do crime em tela.
Atualmente o estupro abrange três hipóteses em que o agente obriga a vítima:
a) Ter com ele conjunção carnal (penetração do pênis na vagina). Nessa modalidade a
antiga redação do estupro só podia ser praticado por homem contra mulher porque a redação
antiga era constranger mulher à conjunção carnal. Se uma mulher forçasse um homem a uma
penetração vaginal ela respondia por constrangimento ilegal. A redação atual é constranger
alguém a conjunção carnal de modo que pode ser praticado por homem contra mulher e por
mulher contra homem.
b) Quando o agente obriga a vítima a praticar outro ato libidinoso. Praticar pressupõe en-
volvimento ativo da vítima no ato sexual. Exemplo: a vítima fazer sexo oral no réu. Embora nor-
malmente ocorra envolvimento corporal do agente no ato sexual isso nem sempre ocorre. Se
alguém obriga a vítima a introduzir um pênis de borracha na própria vagina ou a fazer sexo oral
em um cachorro o crime se configura porque houve grave ameaça para que a vítima praticasse
um ato sexual.
c) Quando a vítima é obrigada a permitir que nela se pratique o ato libidinoso. Aqui o com-
portamento da vítima é passivo. Exemplos: o agente introduz o pênis nos ânus dela ou nela faz
sexo oral ou introduz o dedo em sua vagina ou passa as mãos em suas nádegas ou seus seios
ou esfrega o pênis no corpo da vítima etc.
Beijo lascivo, que é o beijo de língua, quando dado mediante violência ou grave ameaça é
considerado ato libidinoso e configura estupro. É possível praticar estupro sem tirar as roupas
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da vítima. Exemplo: o réu que emprega violência para imobilizar a vítima e depois esfrega o
pênis por sobre a saia da vítima.
Importunação sexual (art. 215-A): Aquele que se esfrega em alguém ao passar por um
vagão de trem apertado incorre no delito de importunação sexual. Prevalece que há este delito
ainda que não tenha contato físico.
Obs.: Nesta forma de estupro também é necessário o emprego de violência ou grave ameaça
e a pena é maior em razão da idade da vítima.
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alguém, “encoxada”, apalpar os seios, desde que sem qualquer vis (STJ já reconheceu este
crime em julgado sobre estes fatos).
Tais condutas eram tipificadas como contravenção penal do artigo 61 do Dec. Lei 3688/41
– importunação ofensiva ao pudor, o que gerava sensação de impunidade. Desta forma, a ideia
do legislador foi substituir a contravenção, tanto que a revogou, por um tipo intermediário entre
a contravenção e o estupro.
Houve abolitio criminis da conduta prevista na contravenção? Eu particularmente creio que
sim, pois houve permuta de elementos especializantes (Taipa de Carvalho). No entanto, parece
prevalecer que houve continuidade normativo-típica.
Descrição típica: “Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo
de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro”.
Prevalece que não se exige contato físico para que ocorra o delito em tela.
Se a vítima for vulnerável haverá o delito do art. 217-A.
Diferença entre este delito e o de ato obsceno (art. 233, CP): Neste o ato libidinoso é dirigi-
do ou é relacionado à pessoa específica, o que se extrai da expressão “contra alguém”. Já, no
ato obsceno o ato libidinoso ou ofensivo ao pudor é praticado sem se dirigir a pessoa específi-
ca. Ademais, o ato obsceno deve se dar em local público, aberto ou exposto ao público, o que
não se exige no crime do art. 215-A.
Trata-se de tipo subsidiário expresso.
Ação penal: Pública incondicionada
Assédio Sexual – 216-A
Conceito: O crime consiste em constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou
favorecimento sexual prevalecendo-se o agente de sua superioridade hierárquica ou de ascen-
dência inerente ao cargo, emprego ou função.
− Muitas vezes o assédio sexual é acompanhado de uma ameaça, mas isso não é ele-
mentar do crime, bastando que o agente coloque a vítima em uma situação constran-
gedora.
Crime próprio: o assédio sexual é crime próprio, pois apenas pode ser praticado pelo supe-
rior hierárquico ou por alguém que tenha ascendência em razão de cargo, emprego ou função
(exemplos: professores e diretores em relação a alunos de colégio ou faculdade; dos desem-
bargadores em relação aos juízes de direito).
O assédio sexual pode ocorrer tanto no âmbito das relações públicas, quanto privadas.
Consumação: o crime se consuma no momento do assédio, isto é, no momento em que o
agente importuna a vítima mediante palavras ou gestos. Trata-se de crime formal que se con-
suma independentemente da efetiva obtenção de alguma vantagem sexual. Muitas vezes, o
assédio sexual é praticado verbalmente, com cantadas indecorosas, comentários embaraços,
pedidos para que a vítima experimente uma roupa menor ou ainda mediante gestos.
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sexual em local público mitiga em muito o caráter íntimo e privado da prática. Neste caso, os
praticantes podem responder por ato obsceno.
Hipóteses de Vulnerabilidade
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ca, Quinta Turma., DJe 15/10/2020 e HC 478.310, Rel. Min. Rogério Schietti, Sexta Turma, por
unanimidade, 09/02/2021).
Questão interessante: É possível relativizar a vulnerabilidade? É possível alegar a exceção
de Romeu e Julieta (consentimento e diferença pequena de idade, pois Julieta tinha 13 anos
e Romeu, 18)? Segundo o STJ, não é possível: “Para a caracterização do crime de estupro de
vulnerável previsto no art. 217 - A, caput, do Código Penal, basta que o agente tenha conjunção
carnal ou pratique qualquer ato libidinoso com pessoa menor de 14 anos. O consentimento da
vítima, sua eventual experiência sexual anterior ou a existência de relacionamento amoroso
entre o agente e a vítima não afastam a ocorrência do crime” STJ. 3ª Seção. REsp 1.480.881-PI,
Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 26/8/2015 (recurso repetitivo) (Info 568). Editou-se
a Súmula 593 do STJ sedimentando o mesmo entendimento. Posteriormente, inseriu-se um
§5º que reforçou a ideia de irrelevância do consentimento da vítima, bem como irrelevância de
sua experiência sexual anterior para fins de caracterização deste crime.
Questão interessante 02: Beijo lascivo em criança de 05 anos caracteriza este crime ou
pode haver desclassificação? O STF entendeu por maioria que a conduta caracteriza estupro
de vulnerável, tendo havido no caso julgado conotação sexual e abuso de confiança (STF; Pri-
meira Turma; HC 134.591/SP; rel. para acórdão min. Alexandre de Moraes; j. 01/10/2019).
Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou ado-
lescente ou de vulnerável - artigo 218-B do CP
Este dispositivo revogou tacitamente o art. 244-A do ECA.
No artigo 218-B do Código Penal não basta aferir a idade da vítima, devendo-se averiguar
se o menor de 18 (dezoito) anos ou a pessoa enferma ou doente mental, não tem o necessário
discernimento para a prática do ato, ou por outra causa não pode oferecer resistência. Portan-
to, não basta que seja menor, enferma ou doente mental, além disso o STJ entende que deve a
pessoa não ter o necessário discernimento ou não pode oferecer resistência. Tal comprovação
se dá quando verificado que a vítima se entrega à prostituição devido às suas más condições
financeiras. É a idade aliada a má condição financeira que torna a vítima vulnerável (STJ; Quinta
Turma; HC 371.633; Quinta Turma; Rel. Min. Jorge Mussi; j. 19/03/2019).
§1º Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.
§ 2º Incorre nas mesmas penas:
I – quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e
maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo;
STJ: Nesta modalidade, diferentemente do caput, não se exige habitualidade para a carac-
terização do delito. O delito se consuma independentemente da reiteração de condutas (STJ;
HC 371.633/SP; Quinta Turma; Rel. Min. Jorge Mussi; j. 19/03/2019).
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STJ: O delito previsto no art. 218-B, § 2º, inciso I, do Código Penal, na situação de explora-
ção sexual, não exige a figura do terceiro intermediador (EREsp 1.530.637/SP, Rel. Min. Ribeiro
Dantas, Terceira Seção, por maioria, julgado em 24/03/2021).
Art. 229 - Manter, por conta própria ou de terceiro, casa de prostituição ou lugar destinado a encon-
tros para fim libidinoso, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente:
Pena – — reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
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Com a edição da Lei n.12.015, de 7 de agosto de 2009, a norma passou a dispor o seguinte:
Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual,
haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente:
Pena – — reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Conceito: O crime consiste em praticar ato obsceno em lugar público, aberto ou exposto
ao público.
Ao obsceno: Ato que ofende o pudor público, considerado objetivamente em um dado meio
social e relacionado à sexualidade.
Obs.: Em regra os atos de natureza sexual como a conjunção carnal, sexo oral, bem como a
exposição da genitália no caso de masturbação em público, etc., configuram o crime em
análise, exceto quando ocorre de madrugada em ruas longínquas no interior de um veí-
culo de uma maneira que apenas serão vistos se o transeunte encostar o olho no vidro.
O crime existe pela possibilidade de um grande número de pessoas notarem, ainda que isso
não ocorra (exemplo: sexo oral feito em praça pública iluminada em um dos bancos da praça).
Locais públicos são as ruas, avenidas, praias etc.
O delito pode ainda ser ainda praticado em locais abertos ou expostos ao público. Locais
abertos ao público são: os trens, os shoppings, cinemas, teatros, casas de show.
Locais expostos ao público são as residências particulares nas partes que podem ser vis-
tas por pessoas que passam pela rua (exemplo: jardim, sacada de uma casa).
O crime se consuma no momento em que o ato é praticado, independentemente de qual-
quer outra consequência.
Diferença entre o crime de importunação sexual e este delito: Naquele o ato libidinoso é
dirigido ou é relacionado à pessoa específica. Já, no ato obsceno o ato libidinoso ou ofensivo
ao pudor é praticado sem se dirigir a pessoa específica.
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MAPAS MENTAIS
IMPORTUNAÇÃO
SEXUAL X ATO
Ato não se dirige a nenhuma pessoa específica
OBSCENO Ato obsceno
Exige-se local público, aberto ou exposto ao público
Menor de 14 anos
Pessoa que em razão de enfermidade ou doença mental não tem o necessário
Hipóteses de discernimento para o ato
vulnerabilidade Se a vítima não pode por qualquer outra causa oferecer resistência.
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (2021/VUNESP/TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO) A conduta daquele que beija, bem como
passa a mão no corpo e nas partes íntimas de uma criança de dez (10) anos de idade, não
ocasionando lesões físicas à vítima, configura crime de:
a) estupro tentado.
b) importunação sexual.
c) estupro de vulnerável tentado.
d) estupro de vulnerável.
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c) Paulo praticou o crime de assédio sexual consumado, uma vez que apesar de não ter con-
seguido a vantagem sexual pretendida, o crime é formal, consumando-se apenas com o cons-
trangimento visando a vantagem sexual.
d) Paulo não será responsabilizado penalmente, na medida em que não chegou a iniciar a exe-
cução do crime, ficando apenas nos atos preparatórios que, como tais, são impuníveis.
e) Paulo praticou o crime de assédio sexual consumado, uma vez que o crime é formal e os
crimes formais nunca admitem a modalidade tentada.
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e) a prévia relação íntima de afeto, por constituir elementar do tipo, não pode incidir como mo-
tivação para aumento de pena.
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d) A contemplação lasciva pode tipificar o crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do CP).
e) No estupro de vulnerável (art. 217-A do CP), o trauma psicológico, decorrente do fato, é sufi-
ciente para a valoração negativa das consequências do crime (art. 59 do CP).
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b) Caso o delito de violação sexual mediante fraude seja cometido com o fim de obtenção de
vantagem econômica, o infrator sujeitar-se-á também à pena de multa.
c) Segundo entendimento do STJ, após a Lei n.º 12.015/2009, o crime de corrupção de meno-
res passou a ser material, ou seja, é exigida prova do efetivo corrompimento do menor.
d) No estupro, se da conduta resultar lesão corporal de natureza grave ou se a vítima tiver me-
nos de dezoito anos de idade, aplicar-se-á causa especial de aumento de pena.
e) No assédio sexual, o fato de a vítima ter menos de dezoito anos de idade qualifica o cri-
me, razão pela qual as penas desse delito estarão majoradas em seus limites abstratamente
cominados.
016. (2012/CESPE / CEBRASPE/PC-AL) Acerca dos crimes em espécie, julgue o item seguinte.
Nos crimes contra a dignidade sexual, a vulnerabilidade da menor de 14 anos de idade é consi-
derada relativa diante de seu consentimento para a prática sexual, devendo, no caso concreto,
ser considerado o comportamento sexual da vítima, sua vida social e o grau de conscientiza-
ção da menor.
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Recebidos os autos do inquérito policial, o promotor de justiça com atribuição deverá oferecer
denúncia imputando a Tício o crime de:
a) estupro de vulnerável (art. 217-A do CP), podendo o emprego de violência real ser considera-
do na pena base para fins de aplicação da sanção penal, bem como cabendo reconhecimento
da causa de aumento de pena pelo fato de o autor ser padrasto da ofendida;
b) estupro de vulnerável (art. 217-A do CP), não podendo o emprego de violência real ser consi-
derado na pena base por já funcionar como elementar do delito, mas cabendo reconhecimento
da causa de aumento de pena pelo fato de o autor ser padrasto da ofendida;
c) estupro qualificado pela idade da vítima (art. 213, §1º do CP), diante da violência real empre-
gada, de modo que a idade da vítima não poderá funcionar como agravante, apesar de presen-
te a causa de aumento pelo fato de o autor ser padrasto da ofendida
d) estupro simples (art. 213 do CP), diante da violência real empregada, funcionando a idade
da vítima como agravante da pena, não havendo previsão de causa de aumento de pena, que
somente seria aplicável se o autor fosse pai da ofendida;
e) estupro qualificado pela idade da vítima (art. 213, §1º do CP), sem causa de aumento por ser
o autor padrasto da ofendida, diante da violência real empregada, podendo a idade da vítima
funcionar também como agravante da pena.
019. 1DOR) Júnia, de quatorze anos de idade, acusa Pierre, de dezoito anos de idade, de ter
praticado crime de natureza sexual consistente em conjunção carnal forçada no dia do último
aniversário da jovem. Pierre, contudo, alega que o ato sexual foi consentido.
A respeito dessa situação hipotética, julgue o item a seguir, tendo como referência aspectos
legais e jurisprudenciais a ela relacionados.
Caso fique comprovado o consentimento de Júnia para a prática do ato sexual, a conduta de
Pierre será considerada atípica.
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a) a prática de passar as mãos nas coxas e seios da vítima menor de 14 anos, por dentro de
sua roupa, não pode ser tipificado como crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do Código
Penal), haja vista que não houve a conjunção carnal.
b) o estupro (art. 213 do Código Penal), com redação dada pela Lei n. 12.015/2009, é tipo pe-
nal misto alternativo. Logo, se o agente, no mesmo contexto fático, pratica conjunção carnal
e outro ato libidinoso contra uma só vítima, pratica um só crime do art. 213 do Código Penal.
c) a conduta consistente em manter casa para fins libidinosos é suficiente para a caracteriza-
ção do crime tipificado no art. 229 do Código Penal, sendo desnecessário, para a configuração
do delito, que haja exploração sexual, assim entendida como a violação à liberdade das pesso-
as que ali exercem a mercancia carnal.
d) somente no crime de estupro, praticado mediante violência real, é que a ação penal é pública
incondicionada. Nas demais modalidades de violência, trata-se de crime de ação penal condi-
cionada a representação.
e) segundo a legislação brasileira, o estupro coletivo é aquele praticado mediante concurso de
três ou mais pessoas.
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a) a prática de relacionamento amoroso consensual por indivíduo com 18 anos com infante de
13 anos há mais de dois anos anteriores é fato atípico.
b) a contravenção penal de importunação ofensiva ao pudor foi tacitamente revogada pela Lei
n. 13.718, de 24.09.2018.
c) em relação à titularidade da ação penal, nos crimes de estupro, por violência real ou grave
ameaça, importunação sexual, assédio sexual e divulgação de cena de estupro, procede-se
mediante ação penal pública condicionada à representação.
d) é fato típico distribuir ou expor publicamente qualquer objeto obsceno.
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previsto no ECA, o que afasta a incidência do novo tipo penal previsto no art. 218-C do
Código Penal.
030. (2018/TRF - 2ª REGIÃO/ JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO) Leia as assertivas abaixo e as-
sinale a opção correta:
I – O crime específico de tráfico de pessoas consiste em agenciar, aliciar, recrutar, trans-
portar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência,
coação, fraude ou abuso, com a finalidade de remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do
corpo; submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo; submetê-la a qual-
quer tipo de servidão; adoção ilegal ou exploração sexual.
II – A pedofilia por meio da informática ou telemática também se caracteriza quando al-
guém assegura meios ou serviços para o armazenamento ou o acesso por rede de
computadores às fotografias, cenas, imagens ou outro registro que contenha cena de
sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente, mas não quando o
responsável legal pela prestação do serviço, embora notificado, deixa de desabilitar o
acesso ao conteúdo.
III – A aquisição, posse ou armazenamento de fotografia, vídeo ou outra forma de registro
que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescen-
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te é crime sempre punido com reclusão de um a quatro anos e multa, sendo irrelevante
para a aplicação da pena, que haja pequena quantidade de material pornográfico apre-
endido.
IV – O crime de estupro próprio, punido com a pena de reclusão de oito a doze anos e mul-
ta, consiste no constrangimento de mulher, mediante violência ou grave ameaça, a ter
conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ela se pratique qualquer outro ato li-
bidinoso diverso da conjunção carnal, assim como também quando da conduta resulta
lesão corporal de natureza grave, ou se a vítima é menor de dezoito ou maior de catorze
anos.
V – O recém introduzido crime de estupro de vulnerável consiste em ter conjunção carnal
ou praticar outro ato libidinoso com menor de catorze anos. E incorre na mesma pena
quem pratica as mesmas ações com alguém que, por enfermidade ou deficiência men-
tal, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra
causa, não pode oferecer resistência.
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c) o crime de assédio sexual, por expressa disposição legal fruto de ativismo jurídico, é punido
mais gravemente se cometido por homem contra mulher do que vice-versa.
d) é fato típico induzir menor de 14 (quatorze) anos a presenciar ato libidinoso diverso da con-
junção carnal, a fim de satisfazer lascívia própria.
e) apenas pessoas dignas são objeto de proteção penal, excluídas as pessoas que voluntaria-
mente se entregam à má vida ou a práticas sexuais promíscuas.
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ela conjunção carnal e outros atos libidinosos diversos. A mãe da menor descobriu o caso e
denunciou José à polícia. A menor, em seu depoimento, afirmou que sempre consentiu com o
namoro e com os atos sexuais praticados e que, da mesma forma, já havia namorado outros
rapazes antes de José.
Acerca dessa situação hipotética, assinale a opção correta à luz da jurisprudência dominante,
atualmente, no STF e no STJ.
a) A prévia existência de relacionamento amoroso e duradouro entre a menor e José extingue
a punibilidade do agente por crime de estupro de vulnerável.
b) José praticou crime de estupro de vulnerável e atentado violento ao pudor em continuidade
delitiva.
c) José praticou crime de estupro de vulnerável, ainda que a adolescente tenha consentido
em manter com ele relações sexuais.
d) A ausência de representação formulada pela menor ou por sua mãe impede que José seja
processado pelos fatos ocorridos.
e) anterior experiência sexual da vítima afasta sua vulnerabilidade, de forma que José deve
responder apenas por corrupção de menor.
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c) A violência praticada no crime de estupro é uma imposição de ordem física direta, perpetra-
da contra a vítima. A violência indireta praticada contra terceiro que a vítima queira proteger
não caracteriza a tipicidade formal.
d) No estupro de vulnerável, o consentimento não opera como causa permissiva e sua aferição,
seja na forma direta ou por equiparação, é obtida pela conjunção dos critérios biológicos e
psicológicos da culpabilidade.
e) O consentimento da vítima, maior e capaz, obtido por meio de constrangimento pratica-
do em face de grave ameaça perpetrado pelo autor, não afasta a tipicidade formal do crime
de estupro.
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d) Manter relações sexuais, mediante remuneração, com adolescente de quatorze anos com-
pletos, o qual esteja submetido à prostituição.
e) Manipular, sob a roupa, a genitália de pessoa completamente bêbada, que esteja desacorda-
da em virtude da severa ingestão de álcool.
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e) No caso de crime de violação sexual mediante fraude, o fato de o ofensor ser o filho mais
velho do tio da vítima fará incidir a causa especial de aumento de pena por exercer relação de
autoridade sobre a vítima, de acordo com o Código Penal.
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GABARITO
1. d 37. c
2. b 38. c
3. c 39. c
4. e 40. a
5. C 41. e
6. c 42. e
7. c 43. c
8. a 44. e
9. a 45. b
10. e 46. c
11. a 47. c
12. d 48. b
13. c 49. d
14. d 50. E
15. b
16. E
17. c
18. a
19. C
20. E
21. b
22. b
23. b
24. c
25. d
26. b
27. a
28. d
29. e
30. c
31. e
32. d
33. c
34. e
35. d
36. d
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GABARITO COMENTADO
001. (2021/VUNESP/TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO) A conduta daquele que beija, bem como
passa a mão no corpo e nas partes íntimas de uma criança de dez (10) anos de idade, não
ocasionando lesões físicas à vítima, configura crime de:
a) estupro tentado.
b) importunação sexual.
c) estupro de vulnerável tentado.
d) estupro de vulnerável.
a) Errada. Na conduta descrita, a prática de “passar as mãos nas partes íntimas da vítima” já se
amolda ao conceito de ato libidinoso. Ou seja, não houve interrupção no inter criminis por fato
alheio a vontade do agente (art. 14, II do CP), não sendo adequado falar em tentativa.
b) Errada. Nos termos da Súmula 593 do STJ e do art. 217-A do Código Penal, o crime de estu-
pro de vulnerável se configura com a conjunção carnal ou prática de ato libidinoso com menor
de 14 anos, ainda que não haja lesão física. No caso apresentado, a vítima tinha 10 anos de
idade e praticou ato libidinoso, materializado no “beijo” e no “passar de mãos nas partes ínti-
mas”. A inexistência de lesões não descaracteriza o crime, mas a sua presença o qualificaria,
nos termos do art. 217-A, § 3º do Código Penal
c) Errada. Na conduta descrita, a prática de “passar as mãos nas partes íntimas da vítima” já se
amolda ao conceito de ato libidinoso. Ou seja, não houve interrupção no inter criminis por fato
alheio a vontade do agente, não sendo adequado falar em tentativa.
d) Certa. O caso concreto apresenta uma conduta de prática de ato libidinoso com menor de
14 anos de idade. Referida ação se amolda ao tipo penal do art. 217-A do Código Penal, inde-
pendentemente do consentimento da vítima ou da ocorrência de lesões físicas.
Letra d.
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a) Errada. Nos termos da edição 153 da “jurisprudência em teses do STJ”, nos crimes de estu-
pro ou de atentado violento ao pudor praticados com violência presumida, não incide a regra
da continuidade delitiva específica (art. 71, parágrafo único, do CP), que condiciona a sua
incidência às situações de emprego de violência real.
b) Certa. Em caso de estupro de vulnerável praticado contra duas ou mais vítimas, mediante
violência presumida, não há continuidade delitiva específica (art. 71, parágrafo único, do CP).
Isso porque a violência de que trata a continuidade delitiva especial é a real, não abarcando a
violência presumida. Nesse sentido, HC 232709/SP, 5ª Turma, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado
em 25/10/2016.
c) Errada Na ação em que o agente subtrai a coisa, e posteriormente exige uma ação (entregar
o cartão e a senha) da vítima, deve haver a imputação do crime de roubo em concurso material
com o crime de extorsão, não podendo ser aplicado o instituto da continuidade delitiva, pois
são crimes de espécies diferentes.
d) Errada. A fração de aumento pela continuidade delitiva, prevista no artigo 71 do Código Pe-
nal, deve obedecer a critérios objetivos, inclusive fazendo a valoração e a análise das circuns-
tâncias judiciais do art. 59 e do número de infrações cometidas, nos termos da edição 20 do
jurisprudência em teses do STJ.
e) Errada. Nos termos da tese fixada na edição 20 do jurisprudência em teses do STJ, a fixa-
ção da fração de aumento da pena em razão da continuidade delitiva, prevista no artigo 71 do
Código Penal, deve fazer a valoração e a análise das circunstâncias judiciais do art. 59 e do
número de infrações cometidas.
Letra b.
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a) Paulo praticou o crime de assédio sexual tentado, uma vez que não conseguiu obter a van-
tagem sexual pretendida, pois o crime é material, exigindo a produção do resultado para a sua
consumação.
b) Paulo praticou o crime de assédio sexual consumado, uma vez que apesar de não ter conse-
guido a vantagem sexual pretendida, o crime é de mera conduta, consumando-se apenas com
o constrangimento visando a vantagem sexual.
c) Paulo praticou o crime de assédio sexual consumado, uma vez que apesar de não ter con-
seguido a vantagem sexual pretendida, o crime é formal, consumando-se apenas com o cons-
trangimento visando a vantagem sexual.
d) Paulo não será responsabilizado penalmente, na medida em que não chegou a iniciar a exe-
cução do crime, ficando apenas nos atos preparatórios que, como tais, são impuníveis.
e) Paulo praticou o crime de assédio sexual consumado, uma vez que o crime é formal e os
crimes formais nunca admitem a modalidade tentada.
a) Errada. Não houve tentativa, pois o crime de assédio sexual é crime formal e se consumou no
momento em que Paulo fez a proposta constrangedora para a secretária Joana. A obtenção da
vantagem sexual é mero exaurimento do crime e não o critério definidor de sua consumação.
b) Errada. A alternativa não menciona um requisito indispensável para que haja crime de as-
sédio sexual: o agente deve se valer de sua condição de superior hierárquico ou ascendência
inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função.
c) Certa. O crime praticado por Paulo foi o de assédio sexual, na modalidade consumada. Nes-
se tipo penal não se exige a ocorrência efetiva da vantagem sexual, bastando a proposta cons-
trangedora com a finalidade de obter a vantagem sexual e prevalecendo-se da sua condição
de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função.
d) Errada. A alternativa enquadra incorretamente a conduta do agente, pois considera que a
“proposta” feita por Paulo é ato preparatório. Nos termos do art. 216-A do CP, a proposta gera-
dora de constrangimento já é ato executório.
e) Errada. A alternativa faz uma generalização incorreta. É possível haver tentativa em crimes
formais, acaso sejam plurissubsistentes. Ou seja, se o crime puder ser fracionado, ainda que
seja formal, pode haver tentativa. Por exemplo: o crime de extorsão é formal, mas se praticado
mediante o envio de uma carta e esta for interceptada pelo caminho, houve crime tentado.
Letra c.
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que não têm discernimento para a prática do ato ou que, por qualquer outra causa, não podem
oferecer resistência.
Acerca da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça sobre o tema, assinale a afirmativa
INCORRETA.
a) O delito de estupro de vulnerável (art. 217-A do CP) se consuma com a prática de qualquer
ato de libidinagem ofensivo à dignidade sexual da vítima.
b) Em razão do princípio da especialidade, é descabida a desclassificação do crime de estupro
de vulnerável (art. 217-A do Código Penal) para o crime de importunação sexual (art. 215-A do
CP), uma vez que este é praticado sem violência ou grave ameaça, e aquele traz ínsito ao seu
tipo penal a presunção absoluta de violência ou de grave ameaça.
c) A contemplação lasciva configura o ato libidinoso constitutivo dos tipos dos art. 213 e art.
217-A do CP, sendo irrelevante, para a consumação dos delitos, que haja contato físico entre
ofensor e vítima.
d) Não há bis in idem na incidência da agravante genérica do art. 61, II, f, concomitantemente
com a causa de aumento de pena do art. 226, II, ambas do CP, no crime de estupro.
e) Não se configura crime de assédio sexual (art. 216-A do CP) na relação entre profes-
sor e aluno.
a) Certa. O crime de estupro de vulnerável, na modalidade prevista no caput do art. 217-A, exige
uma condição especial da vítima: ter idade inferior a 14 anos. Não basta a prática de qualquer
ato de libidinagem, mas deve também ser considerada a idade da vítima.
b) Certa. No crime de estupro de vulnerável, o legislador já criou uma presunção legal de vio-
lência ou grave ameaça. Distintamente, no crime de importunação sexual, é dispensada a exis-
tência de violência ou grave ameaça para a sua caracterização. Sendo assim, é descabida a
desclassificação do crime de estupro de vulnerável para o crime de importunação sexual.
c) Certa. Os tipos penais de estupro e estupro de vulnerável não apresentam, dentre as suas
elementares, a necessidade de contato físico entre autor e vítima. Nesse sentido a jurisprudên-
cia do STJ, no HC 478.310/PA, Rel Min. Rogério Schietti, Sexta Turma, 09/02/21.
d) Certa. Não há bis in idem na incidência da agravante genérica do art. 61, II, f com a causa de
aumento de pena do art. 226, II, pois na primeira o agente pode apenas se valer da prevalência
de relações domésticas, ainda que não ostente as condições de parentesco previstas na causa
de aumento de pena do art. 226 do Código Penal.
e) Errada. A jurisprudência do STJ admite a ocorrência do crime de assédio sexual na relação
entre aluno e professor, por entender que há ascedência na função docente. Nesse sentido:
(Sexta Turma; REsp 1759135/SP; Relator para o Acórdão Ministro Rogerio Schietti Cruz; Publi-
cado no DJe de 01/10/2019)
Letra e.
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Nos termos do art. 217-A do Código Penal, a conduta de praticar ato libidinoso ou conjunção
carnal com quem não pode oferecer resistência se equipara ao estupro de vulnerável. Sendo
assim, considerando que o estado de sono reduz a capacidade de resistência, estaria confi-
gurada a conduta de estupro de vulnerável nessa circunstância. Essa é a posição do STJ na
edição n. 151 de sua Jurisprudência em Teses.
Certo.
a) Certa. Nas hipóteses em que há imprecisão acerca do número exato de eventos delituo-
sos, o STJ considera incorreta a determinação da fração de aumento da continuidade delitiva
tomando como critério o longo período de tempo em que praticados os eventos abusivos.
Nesse sentido o AgRg nos EDcl no AgRg no AREsp 1.629.001/SP, j. 19/05/2020.
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b) Certa. A violência mencionada no art. 71, parágrafo único, do Código Penal é a real. Não é
permitido agravar a pena com base no critério da violência ficta, com base na ficção jurídica
criada pelo legislador penal. Nesse sentido o HC 232.709/SP, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS,
Quinta Turma, julgado em 25/10/2016, DJe 09/11/2016.
c) Errada. O art. 234-B do Código Penal expressa que os processos em que se apuram crimes
definidos neste Título correrão em segredo de justiça. Sendo assim, o segredo não abrange
apenas a vítima, mas todos os sujeitos que são partes no processo.
d) Certa. O crime de estupro de vulnerável não ocorre apenas quando é vítima tem menos de 14
anos de idade. Nas hipóteses em que o sujeito passivo não tem o discernimento para a prática
do ato ou não pode oferecer resistência, como no caso apresentado na alternativa, haverá o
crime do art. 217-A, §1º do Código Penal.
e) Certa. A alternativa apresenta a teoria unitária do concurso de pessoas, em que cada um da-
quele que concorre para o crime incide nas penas a ele cominadas na medida de sua culpabili-
dade, ainda que não pratique especificamente o núcleo do tipo penal. Nesse caso o “comparsa
que contribui para a consumação do crime” responde por estupro.
Letra c.
a) Errada. O agente praticou dois crimes mediante duas ações. Primeiro “com a intenção de
estuprar”, pratica o crime de estupro e, posteriormente, “resolvendo matar a vítima”, pratica o
crime de homicídio. Sendo assim, é incorreto falar em concurso formal (art. 70 do CP).
b) Errada. No caso apontado a morte não ocorreu por consequência do estupro. O agente agiu
com a intenção de, após estuprar, matar a vítima.
c) Certa. O agente, mediante duas ações e com desígnios autônomos (art. 69 do CP) prati-
cou dois crimes: o de estupro e o de homicídio. Sendo assim, aplica-se o instituto do concur-
so material.
d) Errada. Não se pode imputar ao agente o crime de lesão corporal, pois o caso aponta que
este “resolveu matar a vítima”.
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e) Errada. Tendo em vista que o crime de estupro- crime contra a dignidade sexual- e o crime
de homicídio- crime contra a vida- tutelam diferentes bens jurídicos, não se pode falar em ab-
sorção de um pelo outro.
Letra c.
a) Certa. Nos termos do art. 218-C, § 1º do Código Penal, incluído pela Lei n. 13.718/18, quan-
do o agente pratica o crime com o fim de vingança ou humilhação, incide causa de aumento
de pena de 1/3 a 2/3.
b) Errada. O crime se consuma com o oferecimento, troca, disponibilização, transmissão, ven-
da ou exposição à venda, distribuição, publicação ou divulgação da cena de estupro. Não há
consumação no momento da invasão do dispositivo.
c) Errada. a tipicidade não exige que a cena de sexo divulgada contenha violência. Basta que
seja de estupro, estupro de vulnerável ou contenha apologia ou induza a sua prática.
d) Errada. A norma do art. 218-C não apresenta nenhuma previsão de proteção especial ao
gênero feminino. O tratamento dado pela norma é equiparado para ambos os gêneros.
e) Errada. A prévia relação íntima de afeto não constitui elementar do tipo, mas causa de au-
mento, nos termos do art. 218-C, § 1º do Código Penal.
Letra a.
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a) Errada. O crime de estupro qualificado pela lesão grave é preterdoloso, ou seja, a morte
ocorre por culpa do agente. Considerando que não há tentativa em crime culposo, mesmo que
a conjunção carnal tenha sido apenas tentada, mas ocorra o resultado agravador (lesão grave)
por culpa, há crime de estupro qualificado consumado.
b) Certa. O Código Penal não prevê a figura do crime de estupro culposo, apenas doloso.
Nesse sentido, para que reste caracterizado o crime, não se exige o dolo direto, bastando o
dolo eventual.
c) Errada. O crime de estupro é tipo misto alternativo, ou seja, basta que ocorra a conjunção
carnal ou o ato libidinoso, preenchidos os outros requisitos, para que o crime esteja consuma-
do. Acaso ocorra conjunção carnal e ato libidinoso, estaremos diante de crime único.
d) Errada. Nos termos do art. 213, § 1º do Código Penal, se a vítima do crime de estupro possui
idade inferior a 18 anos e superior a 14 anos, estamos diante de estupro qualificado, com pena
de 8 a 12 anos de reclusão.
Letra a.
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hipotética, pode-se afirmar que a conduta dela adequa-se ao crime de lesão corporal segui-
da de morte.
c) Honório efetuou compra de uma bicicleta e emitiu um cheque sem fundos, de sua conta
corrente, para pagar a referida bicicleta. O cheque foi devolvido pelo banco por ausência de
fundos. Em razão desse fato, foi instaurado inquérito policial contra ele por violação ao art.
171, § 2º, inciso VI, do Código Penal (estelionato mediante fraude no pagamento por meio de
cheque). Ainda na fase investigativa, Honório, voluntariamente, restituiu integralmente o prejuí-
zo à vítima, pagando o valor devido. Nesse caso hipotético, segundo entendimento do Superior
Tribunal de Justiça, ele terá em seu favor uma excludente legal de ilicitude, que obstará a pro-
positura da ação penal.
d) Esdras e Efraim, em coautoria, ajustaram a prática do crime de furto contra o Restaurante
Bom Prato, em horário em que não houvesse ninguém, ou seja, que estivesse fechado. A exi-
gência de Efraim, para a prática delituosa, seria para que fossem desarmados, pois ele não
aceitava o emprego de qualquer violência. Na ocasião em que o crime foi praticado, Esdras
disse a Efraim para ficar do lado de fora dando cobertura, enquanto ele entraria no restaurante
para furtar. Ao entrar no restaurante sozinho, Esdras se depara com o vigia e, de posse de uma
faca (que trazia em sua cintura, sem o conhecimento de Efraim), desfere vários golpes no vigia
que não resiste aos ferimentos e morre no local. Em seguida, Esdras foge e deixa seu colega
sem saber do ocorrido. Com base nesse contexto hipotético, pode-se afirmar que Efraim agiu
em cooperação dolosamente distinta, razão pela qual responderá por crime de roubo com cau-
sa especial de diminuição de pena.
e) Para o Superior Tribunal de Justiça, o estupro de vulnerável se consuma com a prática de
qualquer ato libidinoso ofensivo à dignidade sexual da vítima, sendo dispensável o contato
físico direto entre ela e o réu para a configuração do delito.
a) Errada. Nos termos do art. 16 do Código Penal, o arrependimento posterior não se aplica aos
crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa. Sendo assim, tendo em vista que
no caso houve grave ameaça, não se aplica referido instituto.
b) Errada. Um dos elementos da culpa é a previsibilidade objetiva do resultado. Ou seja, a pos-
sibilidade de uma pessoa prever o resultado. Nesse caso, tendo em vista que a pedra não era
visível, era única, estava encoberta, o autor não poderá responder pelo resultado morte, mas
apenas pelo crime de lesão corporal que teve a intenção de praticar.
c) Errada. Nos termos da Súmula 554 do STF, o pagamento de cheque emitido sem provisão
de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal. A
restituição integral à vítima, antes do início da ação penal, no crime de estelionato mediante
pagamento de cheque sem provisão de fundos é causa extintiva de punibilidade. Ou seja, não
há excludente de ilicitude, mas apenas de punibilidade.
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d) Errada. Efraim agiu em cooperação dolosamente distinta (art. 29, parágrafo 2º do Código
Penal), pois não assentiu com a prática do crime que envolver violência- latrocínio. Sendo as-
sim, responde apenas pelo crime que queria praticar, no caso, o furto. Caso o crime de latrocí-
nio lhe fosse previsível, incide uma causa de aumento de pena.
e) Certa. O tipo penal de estupro de vulnerável não tem como elementar a necessidade de con-
tato físico entre autor e vítima. Nesse sentido a jurisprudência do STJ, no HC 478.310/PA, Rel
Min. Rogério Schietti, Sexta Turma, 09/02/21.
Letra e.
a) Certa. No caso concreto há o crime de estupro de vulnerável, pois a vítima possuía menos de
14 anos na data da ocorrência do fato e o consentimento ou a experiência sexual anterior não
excluem a tipicidade da conduta. Além disso, aplica-se a majorante do art. 226, II do Código
Penal, pela posição de ascendente ocupada por Joana.
b) Errada. Joana concorreu para o crime de estupro de vulnerável, devendo responder nos ter-
mos do art. 217-A e não por corrupção de menores. Joana não induziu a filha ao crime, mas
induziu o namorado, por este motivo não se pode falar em corrupção de menores.
c) Errada. O consentimento não é fator excludente da tipicidade do crime de estupro de vulne-
rável, nos termos da Súmula 593 do STJ. Além disso, o crime de estupro de vulnerável apre-
senta presunção absoluta de violência ou grave ameaça contra a vítima, não podendo haver
consentimento legítimo de seu representante legal.
d) Errada. A experiência sexual anterior da vítima não é fator excludente da tipicidade do cri-
me de estupro de vulnerável, nos termos da Súmula 593 do STJ e do art. 217-A, § 5º do Có-
digo Penal.
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e) Errada. Ambos responderão pelo crime de estupro de vulnerável na forma majorada, nos
termos do art. 226, II, por conta da ascendência de Joana em relação à vítima.
Letra a.
a) Errada. Ainda que as carícias sejam por cima da roupa, acaso a vítima tenha menos de 14
anos, aplica-se o crime do art. 217-A, por caracterizar-se ato libidinoso. Não pode haver a des-
classificação. Nesse sentido, a jurisprudência do STJ (AgRg no HC 584.799/GO, j. 23/06/2020)
invocando o princípio da especialidade, para demonstrar que no estupro de vulnerável há pre-
sunção de violência/grave ameaça, o que não ocorre na importunação sexual, tornando inca-
bível a desclassificação.
b) Errada. Nos termos da jurisprudência do STJ, na relação entre aluno e professor há a relação
de ascendência que se exige para a configuração do crime de assédio sexual. Nesse sentido,
o REsp 1.759.135
c) Errada. Não há bis in idem na aplicação da agravante genérica do art. 61, II “f” e da causa de
aumento de pena do art. 226, II do Código Penal, pois o autor pode ter se valido das relações
domésticas, mas não ostentar as condições de parentesco previstas na causa de aumento.
Nesse sentido, a edição n. 152 da jurisprudência em teses do STJ
d) Certa. Nos termos da jurisprudência do STJ, a contemplação lasciva configura o ato libidi-
noso constitutivo dos tipos dos art. 213 e art. 217-A do CP. Nesse sentido, o enunciado pre-
visto na edição n. 152 da jurisprudência em teses do STJ.
e) Errada. No estupro de vulnerável, o trauma psicológico que pode ser utilizado como funda-
mento para a valoração negativa das consequências do crime é apenas aquela que transborda
a ínsita ao crime, que é superior à inerente ao tipo penal. Nesse sentido: AgRg nos EDcl no
AREsp 1.565.652/RJ, j. 16/06/2020.
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Letra d.
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a) Certa. Nos termos da jurisprudência do STF, compete à Justiça Federal julgar os crimes
consistentes em disponibilizar ou adquirir material pornográfico envolvendo criança ou ado-
lescente quando praticados por meio da rede mundial de computadores. Nesse sentido, o RE
628624/MG, Rel. orig. Min. Marco Aurélio, Red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em
29/10/2015.
b) Errada. Nos termos da jurisprudência do STJ, o crime de corrupção de menores é crime
formal, não se exigindo a comprovação do efetivo corrompimento do menor. Nesse sentido, a
Súmula 500 do STJ
c) Errada. O STJ não admite a tese de que, se o menor já era corrompido ao tempo da conduta
do autor, não há crime de corrupção de menores. Essa conclusão é fundada no argumento de
que a corrupção de menores é crime formal, que não exige a efetiva prova de que o menor foi
corrompido.
d) Certa. Nos termos da Súmula 593 do STJ e do art. 217-A, § 5º do Código Penal, o consenti-
mento da vítima, sua eventual experiência sexual anterior ou vínculo amoroso com o autor do
crime não são fatores excludentes de tipicidade. Sendo assim, a alternativa está correta.
e) Errada. No crime de corrupção de menores, é possível que uma das teses defensivas seja
o erro de tipo, com base na alegação de que o autor do crime não conhecia a menoridade
do coautor.
Letra d.
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e) No assédio sexual, o fato de a vítima ter menos de dezoito anos de idade qualifica o cri-
me, razão pela qual as penas desse delito estarão majoradas em seus limites abstratamente
cominados.
a) Errada. O art. 218-A do Código Penal exige um especial fim de agir para que se consume. O
próprio tipo menciona os seguintes termos: “a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem”.
b) Certa. Nos termos do art. 215, parágrafo único do Código Penal, se houver a finalidade de
obtenção de vantagem econômica no crime de violação sexual mediante fraude aplica-se
também a pena de multa.
c) Errada. Nos termos da jurisprudência do STJ, o crime de corrupção de menores é crime
formal e não se exige a prova do efetivo corrompimento. Nesse sentido, a Súmula 500 do STJ
d) Errada. Nos casos apresentados pela alternativa, há a qualificadora do art. 213, § 1º e não
causa de aumento de pena.
e) Errada. No crime de assédio sexual, o fato de a vítima possuir menos de 18 anos é uma causa
de aumento de pena e não uma qualificadora, nos termos do art. 216-A, § 2º do Código Penal.
Letra b.
016. (2012/CESPE / CEBRASPE/PC-AL) Acerca dos crimes em espécie, julgue o item seguinte.
Nos crimes contra a dignidade sexual, a vulnerabilidade da menor de 14 anos de idade é consi-
derada relativa diante de seu consentimento para a prática sexual, devendo, no caso concreto,
ser considerado o comportamento sexual da vítima, sua vida social e o grau de conscientiza-
ção da menor.
Nos termos da Súmula n. 593 do STJ, o consentimento da vítima para a prática do ato é irre-
levante para a caracterização do crime de estupro de vulnerável. Ou seja, a vulnerabilidade é
considerada absoluta, não podendo haver consentimento que afaste a incidência do tipo penal
previsto no art. 217-A do Código Penal
Errado.
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Caio é preso, em flagrante delito e, encerradas as investigações, denunciado pelo crime sexual
praticado. Diante da situação hipotética, Caio poderá ser processado pelo crime de
a) corrupção de menores, tratando-se de ação penal pública incondicionada.
b) violação sexual mediante fraude, haja vista que Tícia estava dormindo, sem possibilidade de
resistir, tratando-se de crime de ação penal pública condicionada.
c) importunação sexual, tratando-se de ação penal pública incondicionada.
d) estupro de vulnerável, haja vista que Tícia é menor, tratando-se de crime de ação penal pú-
blica incondicionada.
e) estupro, incidindo causa de aumento em virtude de a vítima ser menor de 18, tratando-se de
ação penal pública condicionada.
a) Errada. A corrupção de menores exige que o agente induza menor de 14 anos a satisfazer a
lascívia de outrem. No caso ora analisado, Tícia possui 16 anos, devendo ser afastado o tipo
penal do art. 218 do Código Penal.
b) Errada. O crime de violação sexual mediante fraude, por estar no Capítulo I dos crimes
contra a dignidade sexual, é de ação penal pública incondicionada, nos termos do art. 255 do
Código Penal.
c) Certa. A conduta de Caio, ao ejacular em sua namorada enquanto esta dormia, se amolda
ao tipo penal do art. 215-A do Código Penal, pois praticou contra Tícia, sem a sua anuência, ato
libidinoso com o objetivo de satisfazer sua própria lascívia.
d) Errada. A alternativa denota que os menores de 18 anos poderiam ser vítimas do crime de
estupro de vulnerável pela sua idade. Nada obstante isso, o Código Penal apresenta a idade
de 14 anos para que a idade seja o fator a ser considerado no crime de estupro de vulnerável.
e) Errada. O crime de estupro, por estar no Capítulo I dos crimes contra a dignidade sexual, é de
ação penal pública incondicionada, nos termos do art. 255 do Código Penal.
Letra c.
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b) estupro de vulnerável (art. 217-A do CP), não podendo o emprego de violência real ser consi-
derado na pena base por já funcionar como elementar do delito, mas cabendo reconhecimento
da causa de aumento de pena pelo fato de o autor ser padrasto da ofendida;
c) estupro qualificado pela idade da vítima (art. 213, §1º do CP), diante da violência real empre-
gada, de modo que a idade da vítima não poderá funcionar como agravante, apesar de presen-
te a causa de aumento pelo fato de o autor ser padrasto da ofendida
d) estupro simples (art. 213 do CP), diante da violência real empregada, funcionando a idade
da vítima como agravante da pena, não havendo previsão de causa de aumento de pena, que
somente seria aplicável se o autor fosse pai da ofendida;
e) estupro qualificado pela idade da vítima (art. 213, §1º do CP), sem causa de aumento por ser
o autor padrasto da ofendida, diante da violência real empregada, podendo a idade da vítima
funcionar também como agravante da pena.
a) Certa. A prática de atos libidinosos com menores de 14 anos configura o crime de estupro
de vulnerável. No caso, tendo em vista que o autor do crime é padrasto da vítima, incide a
causa de aumento do art. 226, II do Código Penal. Além disso, a violência, mesmo não sendo
exigida para que o crime esteja consumado, pode ser considerada no momento da fixação da
pena-base, nos termos do art. 59 do Código Penal.
b) Errada. No crime de estupro de vulnerável, diferente do que ocorre com o crime de estupro
do art. 213 do CP, a violência não é elementar do crime.
c) Errada. No crime de estupro qualificado pela idade da vítima, esta deve ter mais de 14 e me-
nos de 18 anos. No caso analisado a vítima tinha 11 anos de idade.
d) Errada. No art. 226, II do Código Penal, haveria causa de aumento de pena acaso o agente
fosse pai ou padrasto. A alternativa faz uma distinção entre pai e padrasto que não é correta à
luz do art. 226, II do Código Penal.
e) Errada. O caso concreto não se amolda com a figura do crime de estupro qualificado pela
idade da vítima previsto no art. 213, §1º. Nesse artigo a vítima deve ter idade superior a 14
anos e inferior a 18 anos. No caso analisado, a vítima possuía apenas 11 anos.
Letra a.
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A prática sexual consentida com pessoas de 14 anos ou mais não punida na esfera penal, sen-
do fato atípico. O art. 217-A (estupro de vulnerável) criminaliza a prática de conjunção carnal e
ato libidinoso apenas com menores de 14 anos de idade.
Certo.
O art. 217-A (estupro de vulnerável) criminaliza a prática de conjunção carnal e ato libidinoso
apenas com menores de 14 anos de idade. No caso ora analisado, Júnia tem 14 anos, não
podendo mais ser enquadrada na condição de vítima do crime do art. 217-A apenas pela sua
idade. O erro da alternativa está nas expressões “haja vista a idade da vítima”.
Errado.
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a) Errada. Para que esteja caracterizado o crime previsto no art. 217-A não se exige que haja
exclusivamente a prática de conjunção carnal. O ato libidinoso também é suficiente para que
esteja tipificado o crime de estupro de vulnerável.
b) Certa. O crime de estupro é tipo misto alternativo, bastando que, preenchidos os demais
requisitos, seja praticado o ato libidinoso ou a conjunção carnal. Não se exige que sejam prati-
cados ambos para a consumação do crime do art. 213.
c) Errada. O crime do art. 299 tem como uma de suas elementares o mantimento de estabele-
cimento em que ocorra exploração sexual, ou seja, esta é necessária para que esteja caracte-
rizado o crime de casa de prostituição.
d) Errada. Nos termos do art 225 do Código Penal, os crimes contra a dignidade sexual previs-
tos no Capítulo I e II, neles incluído o estupro, a ação penal será sempre pública incondicionada.
e) Errada. Nos termos do art. 226, IV, “a”, o crime de estupro coletivo é aquele cometido median-
te concurso de 2 ou mais agentes.
Letra b.
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a) Certa. Para que este crime esteja configurado é preciso que haja dolo específico dos agentes,
materializado nas expressões “a fim de satisfazer a lascívia própria ou de outrem” (art. 218-A).
b) Certa. A conduta de ambos é atípica, pois não há modalidade culposa do crime previsto no
art. 218-A.
c) Errada. Gumercinda e Caio não praticaram o crime de exploração sexual de criança ou ado-
lescente, pois não submeteram ou atraíram Joaquim à prostituição ou outra forma de explora-
ção sexual.
d) Errada. Gumercinda e Caio, ambos maiores de idade, não praticaram crime previsto no Es-
tatuto da Criança e do Adolescente, pois a conduta não se amolda a nenhum tipo previsto
naquele Estatuto.
e) Errada. Gumercinda não agiu com o dolo específico de submeter Joaquim a presenciar o ato
sexual para satisfazer sua própria lascívia ou a de outrem. Não houve dolo e, portanto, não está
caracterizado o crime do art. 218-A.
Letra b.
023. (2019/CESPE / CEBRASPE/TJ-SC /JUIZ SUBSTITUTO) Julgue os itens a seguir com base
no Código Penal e na jurisprudência do STJ.
I – Um indivíduo poderá responder criminalmente por violação sexual mediante fraude,
caso pratique frotteurismo contra uma mulher em uma parada de ônibus coletivo lota-
da, sem o consentimento dela.
II – Nos casos de parcelamento de contribuições previdenciárias cujo valor seja superior
ao estabelecido administrativamente como sendo o mínimo para ajuizamento de suas
execuções fiscais, é vedado ao juiz aplicar somente a pena de multa ao agente, ainda
que ele seja réu primário.
III – Tanto ao agente, maior e capaz, que praticar o crime de estupro coletivo quanto ao
agente, maior e capaz, que praticar o crime de estupro corretivo será aplicada a mesma
majorante de pena in abstrato.
IV – Situação hipotética: Um homem, em 31/12/2018, por volta das cinco horas da madru-
gada, com a intenção de obter vantagem pecuniária, explodiu um caixa eletrônico situa-
do em um posto de combustível. Assertiva: De acordo com o STJ, ele responderá crimi-
nalmente por furto qualificado em concurso formal impróprio com o crime de explosão
majorada.
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c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) I, III e IV.
a) Errada. O crime praticado por Jailson violou a dignidade sexual da vítima e não sua liberdade
individual. Sendo assim, não há que se imputar o crime de constrangimento ilegal.
b) Errada. No caso analisado não houve violência ou grave ameaça, descaracterizando o crime
de estupro.
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c) Certa. Nos termos da jurisprudência do STJ, o estado de sono, que diminua a capacidade da
vítima de oferecer resistência, caracteriza a vulnerabilidade prevista no art. 217-A, § 1º, do
Código Penal. É esse o crime praticado por Jailson.
d) Errada. O autor Jailson não agiu mediante fraude ou utilizando algum artifício, afastando o
tipo penal do art. 215. Em verdade, o estado de sono da vítima faz com que haja o crime de
estupro de vulnerável.
e) Errada. O estado de sono é um fator que deve ser levado em consideração no momento da
tipificação. Referido fator faz com que seja afastado o crime do art. 215-A e imputado o crime
de estupro de vulnerável por incapacidade de oferecimento de resistência.
Letra c.
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e) Favorecimento à prostituição.
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I – Praticar, em local público, ato libidinoso contra alguém e sem o seu consentimento ca-
racteriza contravenção penal tipificada como importunação ofensiva ao pudor.
II – Praticar conjunção carnal com o parceiro na presença de menor de catorze anos de
idade, a fim de satisfazer a própria lascívia, configura, a princípio, o tipo penal específico
denominado satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente.
III – Praticar ato obsceno em praça pública, ainda que sem a intenção de ultrajar alguém es-
pecífico, configura crime de importunação sexual, que, por equiparação, é considerado
hediondo.
IV – Divulgar na Internet fotografias de conteúdo pornográfico envolvendo adolescente,
como meio de vingança pelo término de relacionamento, configura crime específico
previsto no ECA, o que afasta a incidência do novo tipo penal previsto no art. 218-C do
Código Penal.
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c) Em regra, o crime de importunação sexual pode ter como agente passivo pessoa vulnerável,
dados a especificidade da conduta e seu caráter de crime não subsidiário
d) Caracteriza o crime de assédio sexual a conduta de médico ginecologista que, durante aten-
dimento, pratica ato libidinoso contra paciente, aproveitando-se do consentimento dado por
ela para a realização de exame ginecológico.
e) Em se tratando de crime de estupro em que a vítima seja maior de dezoito anos de idade e
plenamente capaz, a ação penal é pública incondicionada, ainda que não tenha ocorrido violên-
cia real na prática do crime.
a) Errada. Nos termos da Súmula 593 do STJ, a existência de relacionamento amoroso entre
a vítima e o agente não é relevante para a caracterização do crime de estupro de vulnerável.
b) Errada. O entendimento do STJ, materializado na Súmula 593, é o de que o consentimento
da vítima não afasta a tipicidade do crime de estupro de vulnerável.
c) Errada. A alternativa apresenta as características do crime de estupro de vulnerável, dada a
especificidade do sujeito passivo e da conduta do agente. O crime que possui, em regra, sujeito
passivo vulnerável é o do art. 217-A e não o de importunação sexual.
d) Errada. Para que reste configurado o crime de assédio sexual é preciso que haja relação
de ascendência inerente ao cargo, emprego ou função entre a vítima e o autor do crime. Essa
circunstância de ascendência não está presente na relação entre o médico ginecologista e
sua paciente.
e) Certa. Nos termos do art. 225 do Código Penal, nos crimes contra a dignidade sexual defini-
dos no Capítulo I e II, a ação penal é pública incondicionada. É esse o caso do crime de estupro.
Letra e.
030. (2018/TRF - 2ª REGIÃO/ JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO) Leia as assertivas abaixo e as-
sinale a opção correta:
I – O crime específico de tráfico de pessoas consiste em agenciar, aliciar, recrutar, trans-
portar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência,
coação, fraude ou abuso, com a finalidade de remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do
corpo; submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo; submetê-la a qual-
quer tipo de servidão; adoção ilegal ou exploração sexual.
II – A pedofilia por meio da informática ou telemática também se caracteriza quando al-
guém assegura meios ou serviços para o armazenamento ou o acesso por rede de
computadores às fotografias, cenas, imagens ou outro registro que contenha cena de
sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente, mas não quando o
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a) Errada. A conduta de João, em praticar relação sexual com Maria, pessoa menor de 14 anos
de idade, se amolda ao tipo penal de estupro de vulnerável, ficando afastado o tipo penal de
satisfação de lascívia contra pessoa menor de 14 anos.
b) Errada. Nos termos da Súmula 593 do STJ o relacionamento amoroso entre o casal não
torna a conduta atípica.
c) Errada. Nos termos do art. 217-A, § 5º do Código Penal, o consentimento da vítima é irrele-
vante para que o crime de estupro de vulnerável seja caracterizado. O consentimento da vítima
não torna o crime impossível.
d) Errada. O art. 217-A, § 5º do Código Penal e a Súmula 593 do STJ enunciam que a experiên-
cia sexual anterior não tem relevância para a caracterização do crime de estupro de vulnerável.
Essas circunstâncias não tornam o crime privilegiado.
e) Certa. A conduta de João preenche todos os requisitos do art. 217-A do Código Penal, ao
praticar conjunção carnal ou ato libidinoso com pessoa menor de 14 anos de idade.
Letra e.
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e) apenas pessoas dignas são objeto de proteção penal, excluídas as pessoas que voluntaria-
mente se entregam à má vida ou a práticas sexuais promíscuas.
a) Errada. O crime de violação sexual mediante fraude ainda está em vigor no ordenamento
jurídico pátrio, nos termos do art. 215 do Código Penal.
b) Errada. O crime de favorecimento de prostituição previsto no Código Penal dispõe expressa-
mente que a exploração sexual deve ser de alguém menor de 18 anos ou que, por enfermidade
ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato. Além disso,
o intuito de lucro não é elementar do tipo previsto no art. 218-B, mas existindo esse intuito,
aplica-se também a pena de multa.
c) Errada. O crime de assédio sexual não faz essa distinção de pena tomando em consideração
o gênero da vítima. Não há punição abstratamente mais grave por conta de a vítima ser mulher
e o autor ser homem.
d) Certa. A conduta descrita na alternativa se amolda ao tipo penal do art. 218-A do Código
Penal, de satisfação de lascívia mediante a presença de criança ou adolescente.
e) Errada. O Código Penal não apresenta como elementar dos crimes contra a dignidade sexual
que as vítimas sejam “pessoas dignas”. Referido conceito não é utilizado para afastar a tipici-
dade dos crimes contra a dignidade sexual em relação aos não dignos.
Letra d.
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I – Errado, pois a Súmula 593 do STJ enuncia que o consentimento da vítima não afasta o cri-
me de estupro de vulnerável.
II – Errado. Toques e apalpações fugazes em partes íntimas são considerados atos libidinosos
diversos da conjunção carnal e que, quando praticados contra menor de 14 anos, configuram
estupro de vulnerável.
III – Certo. No crime do art. 217-A, o trauma psicológico que pode ser utilizado como funda-
mento para a valoração negativa das consequências do crime quando da fixação da pena-ba-
se. Nesse sentido: AgRg nos EDcl no AREsp 1.565.652/RJ, j. 16/06/2020.
Letra c.
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e) Errada. A defesa pode apresentar como tese defensiva o “erro de tipo” no caso de crime
de corrupção de menores, alegando desconhecimento do acusado acerca da menoridade
do coautor.
Letra d.
a) Errada. Nos termos da Sumula 593, a existência de relacionamento amoroso não exclui a
antijuridicidade do crime de estupro de vulnerável.
b) Errada. Nos termos da Sumula 593, o consentimento da vítima não é causa excludente de
ilicitude no crime de estupro de vulnerável. Nesse mesmo sentido o art. 217-A, § 5º do Có-
digo Penal.
c) Errada. Nos termos da Sumula 593, a experiência sexual anterior da vítima não é relevante
para a tipificação do delito de estupro de vulnerável. Nesse mesmo sentido o art. 217-A, § 5º
do Código Penal.
d) Certa. A alternativa apresenta os termos da modalidade equiparada de estupro de vulne-
rável, cujo sujeito passivo não precisa ser menor de 14 anos, mas exige-se que não possua
discernimento para a prática do ato.
e) Errada A Lei n. 8.072/90 apresenta, em seu art.´1º, VI, o estupro de vulnerável como sendo
crime hediondo.
Letra d.
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denunciou José à polícia. A menor, em seu depoimento, afirmou que sempre consentiu com o
namoro e com os atos sexuais praticados e que, da mesma forma, já havia namorado outros
rapazes antes de José.
Acerca dessa situação hipotética, assinale a opção correta à luz da jurisprudência dominante,
atualmente, no STF e no STJ.
a) A prévia existência de relacionamento amoroso e duradouro entre a menor e José extingue
a punibilidade do agente por crime de estupro de vulnerável.
b) José praticou crime de estupro de vulnerável e atentado violento ao pudor em continuidade
delitiva.
c) José praticou crime de estupro de vulnerável, ainda que a adolescente tenha consentido
em manter com ele relações sexuais.
d) A ausência de representação formulada pela menor ou por sua mãe impede que José seja
processado pelos fatos ocorridos.
e) A anterior experiência sexual da vítima afasta sua vulnerabilidade, de forma que José deve
responder apenas por corrupção de menor.
a) Errada. Nos termos da Súmula 593 do STJ, a prévia existência de relacionamento amoroso
e duradouro entre a menor e José não extingue a punibilidade do agente por crime de estupro
de vulnerável.
b) Errada. No caso narrado há apenas o crime de estupro de vulnerável, sendo incorreto falar
em continuidade delitiva. Além disso, houve a revogação expressa do crime de atentado vio-
lento ao pudor.
c) Certa. No crime de estupro de vulnerável o consentimento da vítima é irrelevante para a con-
figuração do crime, nos termos do art. 217-A, § 5º do Código Penal
d) Errada. A ação penal no crime de estupro de vulnerável é pública incondicionada, nos termos
do art. 225 do Código Penal, não sendo necessária a representação da menor ou da mãe.
e) Errada. Nos termos do 217-A, § 5º do Código Penal a anterior experiência sexual da vítima
não afasta a sua vulnerabilidade, devendo José responder por estupro de vulnerável.
Letra c.
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c) que o médico atendente preserve materiais que possam ser coletados no exame médico
legal, bem como assegure atendimento a qualquer atividade sexual não consentida, indepen-
dentemente de ter havido conjunção carnal.
d) a facilitação para o registro da ocorrência, bem como assegure a internação da vítima, caso
seja necessária, em hospitais específicos da rede SUS, desde que a mesma comprove a impos-
sibilidade de ser encaminhada a convênio privado.
d) a realização do exame de DNA imediato, pelo próprio equipamento atendente, com poste-
rior ratificação pelo órgão de medicina legal oficial, bem como assegure a profilaxia da gravi-
dez.
a) Errada. O art. 1º da Lei n. 12.845 utiliza o termo “se for o caso” em relação ao encaminha-
mento da vítima para posterior amparo social, tornando a alternativa errada.
b) Errada. O art. 3º da Lei n. 12.845 utiliza o termo “todos” em relação ao atendimento imediato
e obrigatório nos hospitais da rede SUS e não apenas em hospitais específicos.
c) Certa. A alternativa apresenta os termos do art. 2º e art. 3º, caput, da Lei n. 12.845. Ou seja, o
médico atendente tem o dever de preservar os materiais que possam ser coletados no exame
médico legal, bem como assegurar atendimento a qualquer atividade sexual não consentida,
independentemente de ter havido conjunção carnal.
d) Errada. A alternativa afirma que a internação das vítimas ocorrerá em hospitais específicos,
porém art. 3º da Lei n. 12.845 utiliza o termo “todos” em relação a esse encaminhamento e
internação.
e) Errada. O art. 3º, § 3º da Lei n. 12.845 enuncia que cabe ao órgão de medicina legal o exame
de DNA para identificação do agressor e não ao próprio equipamento atendente.
Letra c.
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c) Certa. Nesse caso estamos diante da figura equiparada ao estupro de vulnerável, prevista
no art. 217-A, § 1º,, cujo sujeito passivo pode ser aquele que, por enfermidade ou deficiência
mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato sexual.
d) Errada. Nos termos do art. 217-A, a vulnerabilidade ocorre até os 14 anos incompletos. A
partir de 14 anos, inexiste vulnerabilidade baseada na idade da vítima.
e) Errada. O marco temporal da vulnerabilidade é de 14 anos incompletos, nos termos do art.
217-A do Código Penal e não 18 anos de idade.
Letra c.
a) Errada. O crime de estupro admite a modalidade tentada, sendo crime material e plurissub-
sistente. Acaso o constrangimento, mediante violência ou grave ameaça, para a prática de ato
libidinoso ou conjunção carnal não se concretize por fato alheio a vontade do autor, estaremos
diante de tentativa de estupro.
b) Certa Nos termos do art. 213, § 1º do Código Penal, se da conduta resulta lesão corporal
grave, há a figura do estupro qualificado, com pena de 8 a 12 anos de reclusão.
c) Certa. O tipo penal previsto no art. 213 do Código Penal não faz referência acerca do gênero
do sujeito ativo ou passivo do crime. Sendo assim, podemos ter ambos os gêneros em qual-
quer polo da relação.
d) Certa. O art. 213 do Código Penal não exige que haja contato físico entre sujeito ativo e pas-
sivo para que o crime de estupro seja consumado. O contato físico, por não ser elementar do
crime, é dispensado para sua caracterização. Nesse mesmo sentido o entendimento do STJ.
Vide HC 478.310/PA, Rel. Min. Rogério Schietti, Sexta Turma, 09/02/2021.
Letra a.
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b) agente que, se valendo de lotação elevada em veículo de transporte público, praticar ato
libidinoso sem o consentimento da vítima.
c) indivíduo que constranger a vítima, em ambiente virtual, a se expor ou a praticar ato libidino-
so diverso da conjunção carnal.
d) sujeito que praticar ato libidinoso diverso da conjunção carnal com vítima alcoolizada inca-
paz de manifestar livremente sua vontade.
e) empregador que, fora do ambiente laboral, constranger funcionário a conceder favorecimen-
to sexual, valendo-se de sua condição hierárquica.
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c) A violência praticada no crime de estupro é uma imposição de ordem física direta, perpetra-
da contra a vítima. A violência indireta praticada contra terceiro que a vítima queira proteger
não caracteriza a tipicidade formal.
d) No estupro de vulnerável, o consentimento não opera como causa permissiva e sua aferição,
seja na forma direta ou por equiparação, é obtida pela conjunção dos critérios biológicos e
psicológicos da culpabilidade.
e) O consentimento da vítima, maior e capaz, obtido por meio de constrangimento pratica-
do em face de grave ameaça perpetrado pelo autor, não afasta a tipicidade formal do crime
de estupro.
a) Errada. O caso exposto, em verdade, é exemplo de estupro qualificado pela idade da vítima,
previsto no art. 213, § 1º do Código Penal. O estupro de vulnerável exigiria idade da vítima infe-
rior a 14 anos.
b) Errada. O art. 213 do Código Penal não apresenta essas condições especiais do sujeito pas-
sivo. Não se exige que a vítima tenha retidão moral.
c) Errada. Para que esteja satisfeito o requisito da “violência” no crime de estupro, não se exige
que esta seja necessariamente contra a vítima. A violência, acaso levada a efeito para gerar
constrangimento na vítima, é suficiente para caracterizar o crime de estupro.
d) Errada. Os critérios para aferição do consentimento não têm nenhuma relação com a cul-
pabilidade. Quem consente é a vítima, ainda que esse consentimento não seja suficiente para
afastar o crime de estupro de vulnerável. A culpabilidade, diferentemente, é elemento que se
liga ao autor do crime, em nada se relacionando com o sujeito passivo.
e) Certa. No caso descrito na alternativa, o consentimento foi viciado, pois prestado mediante
grave ameaça. Sendo assim, houve a prática de ato libidinoso mediante grave ameaça perpe-
trada para constranger o sujeito passivo, restando caracterizado o crime de estupro.
Letra e.
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a) Errada. Tendo em vista que no caso não foi relatada violência ou grave ameaça, não se pode
imputar o crime de estupro.
b) Errada. A conduta que se amoldava ao tipo de atentado violento ao pudor deixou de ser
criminosa, havendo revogação expressa do tipo penal. Sendo assim, não pode ser imputada
ao médico.
c) Certa. A conduta do endoscopista se amolda ao crime de estupro de vulnerável previsto
no parágrafo único do art. 217-A, que, pelo efeito do sedativo, não pode oferecer a resistência
necessária.
d) Errada. O crime de sedução estava previsto no art. 217 do Código Penal, mas foi revogado.
Atualmente não se pode imputar o crime de sedução ao médico endoscopista.
e) Errada. No caso ora analisado não há relação de ascendência inerente ao exercício de em-
prego, cargo ou função e nem superioridade hierárquica do autor do crime em relação à vítima.
Sendo assim, não há assédio sexual.
Letra c.
a) Errada. O tipo penal do art. 217-A não apresenta especial qualidade da vítima, podendo ser
homem ou mulher.
b) Errada. O crime de estupro de vulnerável não exige que haja violência ou grave ameaça, dife-
rentemente do que ocorre no crime de estupro do art. 213.
c) Errada. O lenocínio é uma prática criminosa que visa explorar e estimular a prostituição sob
qualquer forma, havendo ou não mediação ou intuito de lucro. Essas características não estão
presentes no crime de estupro de vulnerável do art. 217-A.
d) Errada. O crime de estupro de vulnerável possui elementares distintas do crime de estupro.
Por exemplo, o tipo do art. 217-A, exige que a vítima seja menor de 14 anos e o tipo do art. 213
exige que haja violência ou grave ameaça. Sendo assim, não há que se falar em um ser “solda-
do de reserva” ou “subsidiário” ao outro.
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e) Certa. O crime de estupro de vulnerável é tipo misto alternativo, ou seja, pode ser praticado
mediante conjunção carnal ou ato libidinoso diverso. Não se exige a cumulação dessas duas
condutas para que o crime esteja consumado.
Letra e.
a) Errada. Não tendo havido violência ou grave ameaça na conduta do agente, não há crime de
estupro do art. 213.
b) Certa. Nesse caso há o crime de estupro consumado previsto no art. 213, pois, apesar de o
sujeito passivo ser pessoa portadora de deficiência, este possui discernimento para o exercí-
cio da sexualidade.
c) Errada. O crime de estupro do art. 213, para que reste caracterizado, requer a existência de
violência ou grave ameaça, o que não ocorre na proposta apresentada.
d) Errada. Nessa situação não há crime. Havendo relação sexual consentida com maior de 14
anos, o fato é atípico.
e) Errada. Tendo em vista que inexiste violência ou grave ameaça, não se pode falar em crime
de estupro do art. 213. No caso apontado, pode-se estar diante do crime de estupro de vulne-
rável do art. 217-A do Código Penal.
Letra b.
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rência por mulheres que não tenham completado 18 anos. Demétrio, assim, encaminha Maitê,
adolescente de 16 anos de idade, ao hotel em que Romildo se encontra hospedado. No local,
a adolescente é barrada pelo gerente Gastão, que, percebendo nela uma profissional do sexo,
questiona sua idade, sendo-lhe respondido por Maitê que conta com 18 anos. Gastão acredita
na mentira contada pela adolescente, precoce em seus atributos corporais, embora não tome
o cuidado de solicitar seu documento de identidade, autorizando-a a subir ao quarto de Romil-
do. Efetivamente, Romildo e a adolescente mantêm relações sexuais mediante remuneração,
sendo parcela do lucro auferido por Maitê posteriormente repassado a Demétrio.
Analisando o caso concreto, é correto afirmar que:
a) Demétrio cometeu crime de rufianismo (art. 230, CP); Romildo cometeu crime equiparado
ao favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou ado-
lescente ou de vulnerável (art. 218-B, § 2º, I, CP); Gastão também cometeu crime equiparado
ao favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou ado-
lescente ou de vulnerável (art. 218-B, § 2º, ll, CP).
b) Demétrio cometeu o crime de favorecimento da prostituição ou de outra forma de explora-
ção sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, § 1º, CP); Romildo cometeu
crime equiparado ao favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual
de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, § 2º, I, CP); Gastão também cometeu
crime equiparado ao favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de
criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, § 2º, II, CP).
c) Demétrio cometeu o crime de favorecimento da prostituição ou de outra forma de explora-
ção sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, § 1º, CP); Romildo cometeu
crime equiparado ao favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de
criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, § 2º, I, CP); Gastão não cometeu crime.
d) Demétrio cometeu o crime de rufianismo (art. 230 do CP); Romildo cometeu crime equipa-
rado ao favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou
adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, § 2º, I, CP); Gastão não cometeu crime.
e) Demétrio cometeu o crime de favorecimento da prostituição ou de outra forma de explora-
ção sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, § 1º, CP); Romildo cometeu
crime de estupro de vulnerável (art. 217- A, CP); Gastão não cometeu crime.
a) Errada. Tendo em vista que a vítima possui 16 anos, o crime cometido por Demétrio é o do
art. 218-B, § 1º, do Código Penal, ficando afastado o crime de rufianismo. A imputação feita a
Romildo pela alternativa é correta, nos termos do art. 218-B, § 2º, I, do Código Penal, pois pra-
ticou conjunção carnal com alguém menor de 18 e maior de 14 anos, na situação descrita no
enunciado. Gastão não cometeu crime, a conduta foi atípica, pois há previsão da modalidade
culposa para o crime do art. 218-B.
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b) Errada. Gastão não cometeu crime, pois sua conduta não foi dolosa. Barrando Maitê e ques-
tionando sua idade, foi informado de que ela possuía 18 anos. Tendo em vista que não há mo-
dalidade culposa do art. 218-B, a conduta de Gastão é atípica.
c) Certa. Todas as condutas estão corretamente tipificadas nos termos do Código Penal. De-
métrio cometeu o crime de favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração se-
xual de criança ou adolescente, ao encaminhar Maitê para o hotel com a finalidade descrita no
enunciado. Romildo, ao praticar a conjunção carnal com a adolescente, também responde pelo
crime do art. 218-B, mas nos termos de seu parágrafo 2º, I. Gastão não cometeu crime algum.
d) Errada. Aquela que praticou a conjunção carnal possuía 16 anos de idade, havendo previsão
específica para essa hipótese, que é o crime do art. 218-B, ficando afastado o rufianismo.
e) Errada. Romildo não cometeu o crime de estupro de vulnerável, pois a vítima tinha 16 anos
de idade, ou seja, o sujeito passivo não possuía menos de 14 anos de idade para que esteja
tipificado o crime do art. 217-A do Código Penal.
Letra c.
a) Errada. O tipo penal do art. 217-A exige que a vítima tenha menos de 14 anos de idade. A
partir de 14 anos, a idade não pode ser mais considerada como fator para a caracterização do
crime de estupro de vulnerável.
b) Errada. Acaso a vítima tenha o necessário discernimento para a prática do ato sexual, não
se está diante do crime de estupro de vulnerável.
c) Certa. Referida conduta se amolda ao tipo penal do art. 217-A, § 1º do Código Penal, em que
a vítima não tem a capacidade para oferecer resistência, independente da idade.
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d) Errada. Há tipo penal específico para esse tipo de conduta. É o crime de satisfação de las-
cívia mediante a presença de criança ou adolescente e não o crime de estupro de vulnerável.
e) Errada. O crime de estupro de vulnerável, para que a idade seja o fator determinante para
a caracterização, exige que a vítima tenha menos de 14 anos de idade. Estando errado falar
em 16 anos.
Letra c.
a) Errada. A Mário pode ser imputado o crime do art. 218-B do Código Penal. Referido crime
se consuma no momento em que Mário induz Bruna, não havendo necessidade de que esta
efetivamente se prostitua.
b) Certa. O crime do art. 218-B apresenta figuras equiparadas, dentre elas a do § 2º , I que impu-
ta o crime ao agente que pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor
de 18 e maior de 14 anos na situação descrita no caput.
c) Errada. Nessa situação, considerando que Maria estava impossibilitada de oferecer qual-
quer resistência, João poderá responder pelo crime de estupro de vulnerável, sendo incorreta a
imputação de violação sexual mediante fraude.
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d) Errada. Estará configurado o crime de estupro de vulnerável do art. 217-A acaso haja conjun-
ção carnal com criança menor de 14 anos e não 15 anos.
e) Errada. O Código Penal não apresenta causa de aumento de pena para a situação descrita
na alternativa.
Letra b.
a) Errada. Para que o crime de estupro se configure, não é preciso que tenha ocorrido a conjun-
ção carnal na relação sexual. Por exemplo, a ocorrência de ato libidinoso diverso da conjunção
carnal também pode ser considerada para o efeito de imputar o crime de estupro ao agente.
b) Errada. O art. 213 do Código Penal não exclui a tipicidade da conduta de estupro acaso a
vítima seja esposa do autor. O bem jurídico tutelado é a dignidade sexual, bem este que pode,
inclusive, ser o da esposa do autor do crime.
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Um dos critérios para caracterizar o crime de violência sexual é o questionamento sobre a ida-
de da vítima, que deve ser superior a 14 anos. Acaso seja inferior, poderemos estar diante de
tipo penal distinto, denominado “estupro de vulnerável”.
Errado.
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