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Crimes Contra a Dignidade Sexual

TÍTULO VI - DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL

CAPÍTULO I - DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL

Estupro

Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou
permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:

Pena - reclusão, de 6 a 10 anos.

§ 1º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 ou maior de 14 anos:

Pena - reclusão, de 8 a 12 anos.

§ 2º Se da conduta resulta morte:

Pena - reclusão, de 12 a 30 anos.

STF/Súmula 608
No crime de estupro, praticado mediante violência real, a ação penal é pública incondicionada.

STF/RHC 117.978
1. Nos termos da Súmula 608 do Supremo Tribunal Federal, no crime de estupro, praticado mediante
violência real, a ação é pública incondicionada.

2. O Supremo Tribunal Federal registra precedente admitindo a legitimidade do Ministério Público para
propor a ação penal por reputar dispensável a ocorrência de lesões corporais para a caracterização da
violência real nos crimes de estupro (v.g. HC nº 102.683/RS).

3. O entendimento adotado pelo Superior Tribunal de Justiça legitimando a titularidade do Ministério


Público para o exercício da ação penal no caso concreto, apesar de as vítimas não terem sofrido
lesões corporais, encontra amparo na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.

STF/REsp 1.916.611-RJ
A simulação de arma de fogo pode sim configurar a "grave ameaça", para os fins do tipo do art. 213 do
Código Penal.

Violação sexual mediante fraude

Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio
que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima:

Pena - reclusão, de 2 a 6 anos.

Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.

Violação Sexual Mediante Fraude


O indivíduo utiliza de FRAUDE ou de outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade
da vítima para com ela praticar conjunção carnal ou outro ato libidinoso.
Estupro x Violação sexual mediante fraude
No estupro (Art.213) o autor utiliza de violência ou grave ameaça.
O delito do Art. 215 só admite a prática na forma dolosa.

A tentativa é admissível, e a consumação ocorre com a conjunção carnal ou com a prática do ato
libidinoso, nos mesmos moldes do estupro.

Se houver finalidade de lucro, aplica-se também uma multa.

A ação penal passou a ser pública incondicionada após a edição da Lei n. 13.718/2018.

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Crimes Contra a Dignidade Sexual

Importunação sexual

Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria
lascívia ou a de terceiro:

Pena - reclusão, de 1 a 5 anos, se o ato não constitui crime mais grave.

Frotteurismo
Ocorre quando um sujeito ativo toca ou esfrega-se nas partes íntimas de uma pessoa sem a permissão
desta. Normalmente, o ato ocorre em ambientes aglomerados de pessoas. Tal ato configura crime de
importunação sexual.

Assédio sexual

Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o
agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo
ou função.

Pena – detenção, de 1 a 2 anos.

§ 2º A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 anos.

Assédio Sexual
Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o
agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego,
cargo ou função.
Assédio sexual pressupõe superioridade hierárquica ou ascendência para sua configuração
Não se fala, pois, em assédio sexual entre colegas de trabalho que ocupam cargos de mesma
hierarquia.

STJ/REsp 1.759.135/SP
“O crime de assédio sexual (art. 216-A do CP) é geralmente associado à superioridade hierárquica em
relações de emprego, no entanto pode também ser caracterizado no caso de constrangimento cometido por
professores contra alunos.”

CAPÍTULO I-A - DA EXPOSIÇÃO DA INTIMIDADE SEXUAL

Registro não autorizado da intimidade sexual

Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, conteúdo com cena de nudez ou ato
sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos participantes:

Pena - detenção, de 6 meses a 1 ano, e multa.

Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza montagem em fotografia, vídeo, áudio ou qualquer outro
registro com o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo.

CAPÍTULO II - DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL

Sedução

Estupro de vulnerável (Crime Material)

Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos:

Pena - reclusão, de 8 a 15 anos.

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Crimes Contra a Dignidade Sexual

§ 1º Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou
deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra
causa, não pode oferecer resistência.

§ 3º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:

Pena - reclusão, de 10 a 20 anos.

§ 4º Se da conduta resulta morte:

Pena - reclusão, de 12 a 30 anos.

§ 5º. As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-se independentemente do
consentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido relações sexuais anteriormente ao crime.

STJ/Súmula 593
O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção carnal ou prática de ato libidinoso com
menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual consentimento da vítima para a prática do ato, sua
experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente.

STJ/RHC 70.976/MS
A maior parte da doutrina penalista pátria orienta no sentido de que a contemplação lasciva configura o
ato libidinoso constitutivo dos tipos dos arts. 213 e 217-A do Código Penal - CP, sendo irrelavante, para a
consumação dos delitos, que haja contato físico entre ofensor e ofendido.

STJ/HC 252.144/SP
Por força da alteração no Código Penal , veiculada pela Lei n. 12.015/2009, o Superior Tribunal de Justiça
pacificou o entendimento de que a prática de conjunção carnal e ato libidinoso diverso constitui crime único,
desde que praticado contra a mesma vítima e no mesmo contexto fático.

STJ/AREsp n. 694.061/SP
O trauma psicológico sofrido pela vítima menor de 14 anos justifica a valoração negativa das
consequências do crime.

STJ/REsp 1.110.520-SP
Os crimes de estupro e atentado violento ao pudor cometidos antes da edição da Lei n. 12.015/2009 são
considerados hediondos, ainda que praticados na forma simples.

STJ/REsp 1.707.920/RJ
Para a caracterização do crime de estupro de vulnerável, previsto no artigo 217-A do Código Penal, basta
que o agente tenha conjunção carnal ou pratique qualquer ato libidinoso com pessoa menor de 14
anos. O consentimento da vítima, sua eventual experiência sexual anterior ou a existência de
relacionamento amoroso entre o agente e a vítima não afastam a ocorrência do crime.

STJ/RvCr 4.969/DF
Não há como desclassificar o crime de estupro de vulnerável para o de importunação sexual. O Crime de
Estupro vulnerável é cometido mediante violência ou grave ameaça, já o de importunação sexual não possui
os elementos violência ou grave ameaça.
Estupro Vulnerável Importunação Sexual
Violência ou Grave ameaça. Não possui violência ou grave ameaça.

STF/Informativo 954
Crime de estupro e “beijo lascivo”
A Primeira Turma, em conclusão de julgamento e por maioria, denegou a ordem em habeas corpus no qual
se pretendia a desclassificação do delito previsto no art. 217-A do Código Penal (CP) (1) — “estupro de
vulnerável” — para a conduta versada no art. 65 da Lei das Contravenções Penais (LCP) (2) (Informativos
870 e 928).

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Crimes Contra a Dignidade Sexual

No caso, tratava-se de paciente condenado a oito anos de reclusão pelo delito de estupro de vulnerável com
base no caput do art. 217-A do CP. A ação consistiu em ato libidinoso (beijo lascivo) contra vítima de cinco
anos de idade.

Prevaleceu o voto do ministro Alexandre de Moraes (redator para o acórdão), que considerou que, para
determinadas idades, a conotação sexual é uma questão de poder, mais precisamente de abuso de
poder e confiança. Entendeu presentes, no caso, a conotação sexual e o abuso de confiança para a prática
de ato sexual. Para ele, não há como desclassificar a conduta do paciente para a contravenção de
molestamento — que não detém essa conotação.

STJ/REsp 897.734-PR
Em se tratando de crime sexual praticado contra menor de 14 anos, a experiência sexual anterior e a
eventual homossexualidade do ofendido não servem para justificar a diminuição da pena-base a título de
comportamento da vítima.

STJ/RHC 70.976-MS
A conduta de contemplar lascivamente, sem contato físico, mediante pagamento, menor de 14 anos
desnuda em motel pode permitir a deflagração da ação penal para a apuração do delito de estupro de
vulnerável.

STF/RHC 133.121/DF
Independentemente de penetração vaginal, o sujeito, que acaricia as coxas e seios de vítima menor de
14 anos, pratica estupro de vulnerável.

STF/REsp 1.959.697-SC
Presente o dolo específico de satisfazer à lascívia, própria ou de terceiro, a prática de ato libidinoso com
menor de 14 anos configura o crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do CP), independentemente
da ligeireza ou da superficialidade da conduta, não sendo possível a desclassificação para o delito de
importunação sexual (art. 215-A do CP).

Corrupção de menores

Art. 218. Induzir alguém menor de 14 anos a satisfazer a lascívia de outrem:

Pena - reclusão, de 2 a 5 anos.

Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente

Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal
ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem:

Pena - reclusão, de 2 a 4 anos.

Corrupção de Menores
É crime comum, praticável por qualquer pessoa.

Se configura quando um indivíduo induz o menor de 14 anos a satisfazer a lascívia de outrem.

É importante observar que o autor deve induzir o menor a satisfazer a lascívia de um terceiro
DETERMINADO.

Se o menor for induzido a satisfazer lascívia de terceiros indeterminados, de forma genérica, pode-se
configurar o delito de favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável
(Art. 218-B, CP).
Cuidado!
Se o autor desejar satisfazer a própria lascívia, não haverá corrupção de menores, e sim estupro de
vulnerável.
STJ/Súmula 500
“a configuração do crime previsto no artigo 244-B do Estatuto da Criança e do Adolescente independe da
prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal.”

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Crimes Contra a Dignidade Sexual

Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de


vulnerável.

Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de
18 anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do
ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone:

Pena - reclusão, de 4 a 10 anos.

§ 1º Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.

§ 2º Incorre nas mesmas penas:

I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 e maior de 14 anos na
situação descrita no caput deste artigo;

II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput
deste artigo.

STJ/HC 288.374-AM
O cliente que conscientemente se serve da prostituição de adolescente, com ele praticando conjunção carnal
ou outro ato libidinoso, incorre no tipo previsto no inciso I do § 2º do art. 218-B do CP (favorecimento da
prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável), ainda que
a vítima seja atuante na prostituição e que a relação sexual tenha sido eventual, sem habitualidade.

STJ/HC 371.633/SP
O crime previsto no inciso I do § 2º do artigo 218-B do Código Penal se consuma independentemente da
manutenção de relacionamento sexual habitual entre o ofendido e o agente.

No artigo 218-B do Código Penal não basta aferir a idade da vítima, devendo-se averiguar se o menor de 18
anos ou a pessoa enferma ou doente mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou
por outra causa não pode oferecer resistência.

STJ/EREsp 1.530.637/SP
O delito previsto no art. 218-B, § 2°, inciso I, do Código Penal, na situação de exploração sexual, não exige
a figura do terceiro intermediador.

§ 3º Na hipótese do inciso II do § 2º, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de


localização e de funcionamento do estabelecimento.

Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia

Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou
divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou
telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de
vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo,
nudez ou pornografia:

Pena - reclusão, de 1 a 5 anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Aumento de pena

§ 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime é praticado por agente que mantém
ou tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação.

Exclusão de ilicitude

§ 2º Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas no caput deste artigo em publicação de
natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica com a adoção de recurso que impossibilite a
identificação da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior de 18 anos.

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CAPÍTULO IV - DISPOSIÇÕES GERAIS

Ação penal

Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública
incondicionada.

Aumento de pena

Art. 226. A pena é aumentada:

I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas;

II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador,
preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela;

IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado:

Estupro coletivo

a) mediante concurso de 2 ou mais agentes;

Estupro corretivo

b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima.

CAPÍTULO V - DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE PROSTITUIÇÃO OU OUTRA


FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL

Mediação para servir a lascívia de outrem

Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem:

Pena - reclusão, de um a três anos.

§ 1º Se a vítima é maior de 14 e menor de 18 anos, ou se o agente é seu ascendente, descendente, cônjuge


ou companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de
tratamento ou de guarda:

Pena - reclusão, de dois a cinco anos.

§ 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude:

Pena - reclusão, de dois a oito anos, além da pena correspondente à violência.

§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual

Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou
dificultar que alguém a abandone:

Pena - reclusão, de 2 a 5 anos, e multa.

§ 1º Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou


curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado,
proteção ou vigilância:

Pena - reclusão, de 3 a 8 anos.

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Crimes Contra a Dignidade Sexual

§ 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude:

Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da pena correspondente à violência.

§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Casa de prostituição

Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou
não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente:

Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Rufianismo

Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no
todo ou em parte, por quem a exerça:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º Se a vítima é menor de 18 e maior de 14 anos ou se o crime é cometido por ascendente, padrasto, madrasta,
irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou por quem
assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância:

Pena - reclusão, de 3 a 6 anos, e multa.

§ 2º Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça, fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre
manifestação da vontade da vítima:

Pena - reclusão, de 2 a 8 anos, sem prejuízo da pena correspondente à violência.

Rufianismo
Rufião nada mais é do que o indivíduo que é popularmente conhecido como “cafetão”, cujo meio de vida
consiste em auferir lucro através da prostituição alheia.
Características:
O delito em estudo não admite a forma culposa.
A consumação ocorre quando o agente tira proveito da prostituição da vítima.
É também um crime habitual, motivo pelo qual não admite a tentativa.
A ação penal é pública incondicionada.

Promoção de migração ilegal

Art. 232-A. Promover, por qualquer meio, com o fim de obter vantagem econômica, a entrada ilegal de estrangeiro
em território nacional ou de brasileiro em país estrangeiro:

Pena - reclusão, de 2 a 5 anos, e multa.

§ 1º Na mesma pena incorre quem promover, por qualquer meio, com o fim de obter vantagem econômica, a
saída de estrangeiro do território nacional para ingressar ilegalmente em país estrangeiro.

§ 2º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço) se:

I - o crime é cometido com violência; ou

II - a vítima é submetida a condição desumana ou degradante.

§ 3º A pena prevista para o crime será aplicada sem prejuízo das correspondentes às infrações conexas.

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Crimes Contra a Dignidade Sexual

CAPÍTULO VI - DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR

Ato obsceno

Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Escrito ou objeto obsceno

Art. 234 - Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua guarda, para fim de comércio, de distribuição ou de
exposição pública, escrito, desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto obsceno:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem:

I - vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer dos objetos referidos neste artigo;

II - realiza, em lugar público ou acessível ao público, representação teatral, ou exibição cinematográfica de


caráter obsceno, ou qualquer outro espetáculo, que tenha o mesmo caráter;

III - realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo rádio, audição ou recitação de caráter obsceno.

CAPÍTULO VII - DISPOSIÇÕES GERAIS

Aumento de pena

Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título (Crimes contra a Dignidade Sexual) a pena é aumentada:

III - de metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta gravidez;


IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o agente transmite à vítima doença sexualmente transmissível de
que sabe ou deveria saber ser portador, ou se a vítima é idosa ou pessoa com deficiência.

Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão em segredo de justiça.

STJ – Teses sobre Crimes Contra a Dignidade Sexual I – Edição 151


Tese 01
É facultado aos Tribunais de Justiça atribuir às Varas da Infância e da Juventude competência para
processar e julgar crimes de natureza sexual praticados contra crianças e adolescentes.
Tese 02
Em delitos sexuais, comumente praticados às ocultas, a palavra da vítima possui especial relevância,
desde que esteja em consonância com as demais provas acostadas aos autos.
Tese 03
Os crimes de estupro e atentado violento ao pudor praticados antes da edição da Lei n. 12.015/2009, ainda
que em sua forma simples, configuram modalidades de crime hediondo.
Tese 04
Os crimes de estupro e de atentado violento ao pudor foram reunidos em um único dispositivo após a edição
da Lei n. 12.015/2009, não ocorrendo abolitio criminis do delito do art. 214 do Código Penal – CP, diante
do princípio da continuidade normativa.
Tese 05
Por força da aplicação do princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica, a Lei n. 12.015/2009 deve
alcançar os delitos previstos nos arts. 213 e 214 do Código Penal, cometidos antes de sua vigência.
Tese 06
Após o advento da Lei n. 12.015/2009, que tipificou no mesmo dispositivo penal (art. 213 do CP) os crimes
de estupro e de atentado violento ao pudor, é possível o reconhecimento de crime único entre as condutas,
desde que tenham sido praticadas contra a mesma vítima e no mesmo contexto-fático.
Tese 07
Sob a normativa anterior à Lei n. 12.015/2009, na antiga redação do art. 224, a, do CP, já era absoluta a
presunção de violência nos crimes de estupro e de atentado violento ao pudor quando a vítima não fosse
maior de 14 anos de idade, ainda que esta anuísse voluntariamente ao ato sexual.

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Crimes Contra a Dignidade Sexual

Tese 08
O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção carnal ou prática de ato libidinoso com
menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual consentimento da vítima para a prática do ato, sua
experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente.
Tese 09
O estado de sono, que diminua a capacidade da vítima de oferecer resistência, caracteriza a
vulnerabilidade prevista no art. 217-A, § 1º, do Código Penal – CP.
Tese 10
No crime de estupro em que a vulnerabilidade é decorrente de enfermidade ou deficiência mental (art. 217-A,
§ 1º, do CP), o magistrado não está vinculado à existência de laudo pericial para aferir a existência de
discernimento ou a possibilidade de oferecer resistência à prática sexual, desde que a decisão esteja
devidamente fundamentada, em virtude do princípio do livre convencimento motivado.
Tese 11
O beijo lascivo integra o rol de atos libidinosos e configura o crime de estupro se obtido mediante
emprego de força física do agressor contra vítima maior de 14 anos.

STJ – Teses sobre Crimes Contra a Dignidade Sexual II – Edição 152


Tese 01
É incabível a desclassificação do crime de atentado violento ao pudor para quaisquer das
contravenções penais dos arts. 61 ou 65 do Decreto-Lei n. 3. 688/1941, pois aquele se caracteriza pela
prática de atos libidinosos ofensivos à dignidade sexual da vítima, praticados mediante violência ou grave
ameaça, com finalidade lasciva, sucedâneo ou não da conjunção carnal, evidenciando-se com o contato
físico entre agressor e ofendido.
Tese 02
Em razão do princípio da especialidade, é descabida a desclassificação do crime de estupro de
vulnerável (art. 217-A do Código Penal – CP) para o crime de importunação sexual (art. 215-A do CP),
uma vez que este é praticado sem violência ou grave ameaça, e aquele traz ínsito ao seu tipo penal a
presunção absoluta de violência ou de grave ameaça.
Tese 03
O delito de estupro de vulnerável (art. 217-A do CP) se consuma com a prática de qualquer ato de
libidinagem ofensivo à dignidade sexual da vítima.
Tese 04
A contemplação lasciva configura o ato libidinoso constitutivo dos tipos dos art. 213 e art. 217-A do CP,
sendo irrelevante, para a consumação dos delitos, que haja contato físico entre ofensor e vítima.
Tese 05
É possível a configuração do crime de assédio sexual (art. 216-A do CP) na relação entre professor e
aluno.
Tese 06
A prática de crime contra a dignidade sexual por professor faz incidir a causa de aumento de pena prevista
no art. 226, II, do Código Penal, por sua evidente posição de autoridade e ascendência sobre os alunos.
Tese 07
Não há bis in idem na incidência da agravante genérica do art. 61, II, f, concomitantemente com a causa
de aumento de pena do art. 226, II, ambas do CP, no crime de estupro.
Tese 08
No estupro de vulnerável (art. 217-A, caput, do CP), a condição de a vítima ser criança é elemento ínsito ao
tipo penal, tornando impossível a aplicação da agravante genérica prevista no art. 61, II, h, do Código
Penal Brasileiro, sob pena de bis in idem.
Tese 09
O fato de o ofensor valer-se de relações domésticas para a prática do crime de estupro não pode, ao
mesmo tempo, ser usado como circunstância judicial desfavorável (art. 59 do CP) e como agravante
genérica (art. 61, II, f, do CP), sob pena de bis in idem.
Tese 10
No estupro de vulnerável, o trauma psicológico que justifica a valoração negativa das consequências do
crime (art. 59 do CP) é aquele cuja intensidade for superior à inerente ao tipo penal.
Tese 11
No estupro de vulnerável, a tenra idade da vítima pode ser utilizada como circunstância judicial do art. 59 do
CP e, portanto, incidir sobre a pena-base do réu.

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Crimes Contra a Dignidade Sexual

STJ – Teses sobre Crimes Contra a Dignidade Sexual III - Edição 153
Tese 01
Aquele que adere à determinação do comparsa e contribui para a consumação crime de estupro, ainda
que não tenha praticado a conduta descrita no tipo penal, incide nas penas a ele cominadas, nos exatos
termos do art. 29 do Código Penal.
Tese 02
Nas hipóteses em que há imprecisão acerca do número exato de eventos abusivos à dignidade sexual da
vítima, praticados em um longo período de tempo, é adequado o aumento de pena pela continuidade
delitiva (art. 71 do CP) em patamar superior ao mínimo legal.
Tese 03
Nos crimes de estupro ou de atentado violento ao pudor praticados com violência presumida, não incide a
regra da continuidade delitiva específica (art. 71, parágrafo único, do CP), que condiciona a sua
incidência às situações de emprego de violência real.
Tese 04
A orientação da Súmula n. 593/STJ não importa na retroatividade de lei penal mais gravosa (novatio legis
in pejus) e apresenta adequada interpretação jurisprudencial das modificações introduzidas pela Lei n.
12.015/2009.
Tese 05
A prática de conjunção carnal ou de atos libidinosos diversos contra vítima imobilizada configura o crime de
estupro de vulnerável do art. 217-A, § 1º, do CP, ante a impossibilidade de oferecer resistência ao emprego
de violência sexual.
Tese 06
O avançado estado de embriaguez da vítima, que lhe retire a capacidade de oferecer resistência, é
circunstância apta a revelar sua vulnerabilidade e, assim, configurar a prática do crime de estupro previsto no
§ 1º do art. 217-A do Código Penal.
Tese 07
Com o advento da Lei n. 12.015/2009, o crime de corrupção sexual de maiores de 14 e menores de 18 anos,
previsto na redação anterior do art. 218 do CP, deixou de ser tipificado, ensejando abolitio criminis.
Tese 08
No crime de favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual (art. 218-B do CP), a
vulnerabilidade relativa do menor de 18 anos deve ser aferida pela inexistência do necessário discernimento
para a prática do ato ou pela impossibilidade de oferecer resistência, inclusive por más condições
financeiras.
Tese 09
A conduta daquele que pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com menor de 18 anos e maior de 14
anos em situação de prostituição ou de exploração sexual somente foi tipificada com a entrada em vigor da
Lei n. 12.015/2009, que incluiu o art. 218-B, § 2º, I, no CP, não podendo a lei retroagir para incriminar atos
praticados antes de sua entrada em vigor.
Tese 10
O segredo de justiça previsto no art. 234-B do Código Penal abrange o autor e a vítima de crimes sexuais,
devendo constar da autuação apenas as iniciais de seus nomes.
Tese 11
O Juizado Especial de Violência Doméstica é competente para julgar e processar o delito de estupro de
vulnerável (art. 217-A do CP) quando estiver presente a motivação de gênero ou quando a vulnerabilidade
da vítima for decorrente da sua condição de mulher.
Tese 12
Reconhecida a existência de crime único entre as condutas descritas nos art. 213 e art. 214 do CP,
unificadas pela Lei n. 12.015/2009 na redação do novo art. 213, compete ao Juízo das Execuções o
redimensionamento de pena imposta ao condenado, conforme a Súmula n. 611 do Supremo Tribunal
Federal.
Tese 13
Nos crimes sexuais praticados contra criança e adolescente, admite-se a oitiva da vítima por profissional
preparado e em ambiente diferenciado na modalidade do "depoimento sem dano", prevista na Lei n.
13.431/2017, medida excepcional que respeita sua condição especial de pessoa em desenvolvimento.
Tese 14
Na apuração de suposta prática de crime sexual, é lícita a utilização de prova extraída de gravação
telefônica efetivada pelo ofendido, ou por terceiro com a sua anuência, sem o conhecimento do agressor.

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