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Estupro
Caso concreto: o acusado, fingindo que estava portando uma arma de
fogo, obrigou a vítima a retirar a sua própria blusa, ocasião em que
passou a tocar nos seios da mulher. Além disso, ele obrigou a vítima a
masturbá-lo. Vale ressaltar que, na realidade, o acusado não estava, de
fato, portando uma arma de fogo. A todo instante, contudo, o indivíduo
afirmava que, se a vítima não atendesse as suas ordens, ele iria atirar
contra ela.
A simulação de arma de fogo pode sim configurar a “grave ameaça”.
Isso porque a “grave ameaça” deve ser analisada com base no
sentimento unilateral que é provocado no espírito da vítima subjugada.
A existência de grave ameaça não depende do risco objetivo e concreto
a que a vítima foi efetivamente submetida.
STJ. 6ª Turma. REsp 1916611-RJ, Rel. Min. Olindo Menezes
(Desembargador convocado do TRF 1ª Região), julgado em 21/09/2021
(Info 711).
O estupro (art. 213 do CP), com redação dada pela Lei 12.015/2009, é
tipo penal misto alternativo. Logo, se o agente, no mesmo contexto
fático, pratica conjunção carnal e outro ato libidinoso contra uma só
vítima, pratica um só crime do art. 213 do CP.
A Lei 12.015/2009, ao revogar o art. 214 do CP, não promoveu a
descriminalização do atentado violento ao pudor (não houve abolitio
criminis). Ocorreu, no caso, a continuidade normativo-típica,
considerando que a nova Lei inseriu a mesma conduta no art. 213.
Houve, então, apenas uma mudança no local onde o delito era previsto,
mantendo-se, contudo, a previsão de que essa conduta se trata de
crime.
É possível aplicar retroativamente a Lei 12.015/2009 para o agente que
praticou estupro e atentado violento ao pudor, no mesmo contexto
fático e contra a mesma vítima, e que havia sido condenado pelos dois
crimes (arts. 213 e 214) em concurso. Segundo entende o STJ, como a
Lei 12.015/2009 unificou os crimes de estupro e atentado violento ao
pudor em um mesmo tipo penal, deve ser reconhecida a existência de
crime único na conduta do agente, caso as condutas tenham sido
praticadas contra a mesma vítima e no mesmo contexto fático,
devendo-se aplicar essa orientação aos delitos cometidos antes da
vigência da Lei nº 12.015/2009, em face do princípio da retroatividade
da lei penal mais benéfica.
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1262650/RS, Rel. Min. Regina Helena
Costa, julgado em 05/08/2014.
STJ. 6ª Turma. HC 212305/DF, Rel. Min. Marilza Maynard (Des. Conv.
TJ/SE), julgado em 24/04/2014 (Info 543).
Assédio Sexual
O crime de assédio sexual (art. 216-A do CP) é geralmente associado à
superioridade hierárquica em relações de emprego, no entanto pode
também ser caracterizado no caso de constrangimento cometido por
professores contra alunos.
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou
favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de
superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de
emprego, cargo ou função. Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
Caso concreto: o réu, ao conversar com uma aluna adolescente em sala
de aula sobre suas notas, teria afirmado que ela precisava de dois
pontos para alcançar a média necessária e, nesse momento, teria se
aproximado dela e tocado sua barriga e seus seios.
STJ. 6ª Turma. REsp 1759135/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Rel.
p/ Acórdão Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 13/08/2019 (Info
658).
Estupro de vulnerável
Ana Luiza Aguilar * Fernanda Castro* Fernanda* Gabriel Paraízo Braz *Isabel Cristina Prazeres * Isabela Santana* Ilzyane Lima Silva * Licia Reis * Lucas Gabriel* Marcus Vinicius
Soares * Mariana Malta *Pedro Klein* Tatiane Barreto *Thiago Pinheiro
Caso concreto: “J” (30 anos) era casado com “M” (20 anos). “J”
praticou, durante anos, estupro de vulnerável contra a sua cunhada “L”
(criança de 6 anos de idade). “L” era irmã de “M”. Os abusos ocorriam
nas vezes em que “L” ia visitar sua irmã. Certo dia, “M” descobriu que
os estupros estavam ocorrendo, mas, apesar disso, não tomou
qualquer atitude para impedir que as condutas criminosas
continuassem. Ao contrário, continuou permitindo que a irmã fosse até
a sua casa e que ficasse sozinha na residência com o marido.
“M”, a irmã da vítima, deve responder pelo delito de estupro de
Ana Luiza Aguilar * Fernanda Castro* Fernanda* Gabriel Paraízo Braz *Isabel Cristina Prazeres * Isabela Santana* Ilzyane Lima Silva * Licia Reis * Lucas Gabriel* Marcus Vinicius
Soares * Mariana Malta *Pedro Klein* Tatiane Barreto *Thiago Pinheiro
Competência:
De quem é a competência para julgar o crime de estupro praticado
contra criança e adolescente no contexto de violência doméstica e
familiar?
1ª opção: juizado ou vara especializada em crimes contra a criança e o
adolescente (caput do art. 23 da Lei nº 13.431/2017);
2ª opção: caso não exista a vara especializada em crimes contra a
criança e o adolescente, esse crime será julgado no juizado ou vara
especializada em violência doméstica, independentemente de
considerações acerca da idade, do sexo da vítima ou da motivação da
violência (parágrafo único do art. 23 da Lei nº 13.431/2017);
3ª opção: nas comarcas em que não houver varas especializadas em
violência contra crianças e adolescentes ou juizados/varas de violência
doméstica, a competência para julgar será da vara criminal comum.
STJ. 6ª Turma. REsp 2005974/RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em
14/2/2023 (Info 765).
O “cliente” pode ser punido sozinho, ou seja, mesmo que não haja um
proxeneta. Assim, ainda que o próprio cliente tenha negociado o
programa sem intermediários, haverá o crime. Nos termos do art. 218-
B do Código Penal, são punidos tanto aquele que capta a vítima,
inserindo-a na prostituição ou outra forma de exploração sexual
(caput), como também o cliente do menor prostituído ou sexualmente
explorado (§ 1º).
STJ. 5ª Turma. HC 371633/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em
19/03/2019 (Info 645).
Causa de aumento:
No caso de crimes contra a liberdade sexual (arts. 213 a 216-A) e crimes
sexuais contra vulnerável (arts. 217-A a 218-B), se o autor do delito for
ascendente da vítima, a pena deverá ser aumentada de metade (art.
226, II, do CP).
O bisavô está incluído dentro dessa expressão “ascendente”.
O bisavô está no terceiro grau da linha reta e não há nenhuma regra de
limitação quanto ao número de gerações.
Assim, se o bisavô pratica estupro de vulnerável contra sua bisneta,
deverá incidir a causa de aumento de pena prevista no art. 226, II, do
CP.
STF. 2ª Turma. RHC 138717/PR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado
em 23/5/2017 (Info 866).
SÍNTESE:
Ana Luiza Aguilar * Fernanda Castro* Fernanda* Gabriel Paraízo Braz *Isabel Cristina Prazeres * Isabela Santana* Ilzyane Lima Silva * Licia Reis * Lucas Gabriel* Marcus Vinicius
Soares * Mariana Malta *Pedro Klein* Tatiane Barreto *Thiago Pinheiro