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TÍTULO VI

DOS CRIMES CONTRA


A DIGNIDADE SEXUAL
CAPÍTULO II
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA
VULNERÁVEL
Art. 218-A. SATISFAÇÃO DE LASCÍVIA
MEDIANTE PRESENÇA DE CRIANÇA OU
ADOLESCENTE

Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou


induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a
fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem: (Incluído pela Lei
nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
ATENÇÃO: não é preciso a presença física
do menor de 14 anos
Art. 218-B.FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU
OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇA
OU ADOLESCENTE OU DE VULNERÁVEL
(Redação dada pela Lei nº 12.978, de 2014)

Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de


exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que,
por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário
discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou
dificultar que a abandone: (Incluído pela Lei nº 12.015,
de 2009)
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.
§ 1o Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica,
aplica-se também multa.
§ 2o Incorre nas mesmas penas:
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém
menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita
no caput deste artigo;
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se
verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo.
§ 3o Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito obrigatório da
condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento
do estabelecimento.
Revogação tácita do art. 244-A da Lei 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do
Adolescente

Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no caput do art. 2.º
desta Lei, à prostituição ou à exploração sexual:
Pena – reclusão de quatro a dez anos, e multa, além da perda de bens e valores
utilizados na prática criminosa em favor do Fundo dos Direitos da Criança e do
Adolescente da unidade da Federação (Estado ou Distrito Federal) em que foi
cometido o crime, ressalvado o direito de terceiro de boa-fé.
§ 1.º Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local
em que se verifique a submissão de criança ou adolescente às práticas referidas no
caput deste artigo.
§ 2.º Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de
localização e de funcionamento do estabelecimento.
CRIME HEDIONDO: Art. 1º, VIII, da Lei 8.072/90

anistia, graça e indulto


fiança
regime inicial
Progressão de regime
A realização de mais de uma conduta em
relação à mesma vítima em um mesmo
contexto fático configura vários crimes ou
crime único?
• Pornografia infantil: é qualquer representação através de
quaisquer meios de uma criança ou adolescente engajada
em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas ou
qualquer exibição impudica de seus genitais com a
finalidade de oferecer gratificação sexual ao usuário, e
envolve a produção, distribuição e/ou uso de tal material;

• Estatuto da Criança e do Adolescente, em seus arts. 240,


241 e 241-A a 241-E
Obs.:
a) Erro acerca da idade da vítima: art. 228 do CP.
b) Vitima menor de 14 anos: art. 217-A do CP.
Crime instantâneo: submeter, induzir, atrair
e facilitar.
Crime permanente: impedir e dificultar.
O cliente que conscientemente se serve da prostituição de
adolescente, com ele praticando conjunção carnal ou
outro ato libidinoso, incorre no tipo previsto no inciso I do §
2º do art. 218-B do CP (favorecimento da prostituição ou
de outra forma de exploração sexual de criança ou
adolescente ou de vulnerável), ainda que a vítima seja
atuante na prostituição e que a relação sexual tenha sido
eventual, sem habitualidade. STJ. 6ª Turma. HC 288.374-AM,
Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 5/6/2014 (Info 543).
Art. 218-C. Divulgação de cena de estupro ou de cena de
estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia
(Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda,


distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de
comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática -,
fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de
estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a
sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou
pornografia: (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime
mais grave. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
Aumento de pena (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
§ 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o
crime é praticado por agente que mantém ou tenha mantido relação
íntima de afeto com a vítima ou com o fim de vingança ou
humilhação. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
Exclusão de ilicitude (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
§ 2º Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas
no caput deste artigo em publicação de natureza jornalística, científica,
cultural ou acadêmica com a adoção de recurso que impossibilite a
identificação da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja
maior de 18 (dezoito) anos. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
Obs: vítima menor de dezoito anos, o comportamento do agente pode subsumir-se
ao disposto nos arts. 241 ou 241-A, ECA
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha
cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
adolescente: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei
nº 11.829, de 2008)

Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar


por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático,
fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou
pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de
2008)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de
2008)
“expor à venda” o crime é permanente;
“publicar”, pode ser instantâneo ou permanente
AUMENTO DE PENA (aplicáveis aos crimes anteriores)
Art. 226. A pena é aumentada: (Redação dada pela Lei nº 11.106, de
2005)
I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou
mais pessoas; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005)
II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão,
cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima
ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela; (Redação dada pela
Lei nº 13.718, de 2018)
III - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é
praticado: (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
Estupro coletivo (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais
agentes; (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
Estupro corretivo (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
b) para controlar o comportamento social ou sexual da
vítima. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
QUESTÕES
(VUNESP - 2018 - PC-SP - Delegado de Polícia) No que concerne aos crimes contra a
dignidade sexual, é correto afirmar que
A) dadas as condições de evolução social, não se pune atualmente a violação sexual
mediante fraude e nem a sedução.
B) o crime de favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de
maiores de 18 anos não-vulneráveis só é punido se o agente tem intuito de lucro.
C) o crime de assédio sexual, por expressa disposição legal fruto de ativismo jurídico, é
punido mais gravemente se cometido por homem contra mulher do que vice-versa.
D)é fato típico induzir menor de 14 (quatorze) anos a presenciar ato libidinoso diverso da
conjunção carnal, a fim de satisfazer lascívia própria.
E)apenas pessoas dignas são objeto de proteção penal, excluídas as pessoas que
voluntariamente se entregam à má vida ou a práticas sexuais promíscuas.
(FUNCAB - 2013 - PC-ES - Escrivão de Polícia) Valtemir praticou conjunção
carnal com sua enteada Flaviana, que possui 12 anos de idade. Assim,
Valtemir deve responder pelo crime de:
A)satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente
(artigo 218-Ado CP).
B)submissão de criança ou adolescente à prostituição ou à exploração
sexual (artigo 244-A da Lei nº 8.069/1990).
C)estupro de vulnerável (artigo 217-Ado CP).
D)corrupção demenores (Lei nº 2.252/1954).
E)assédio sexual (artigo 216-Ado CP).
(FUNCAB - 2013 - PC-ES - Delegado de Polícia) Maria, a pedido de sua prima
Joana, por concupiscência desta, convenceu sua vizinha Pauliana, de 12 anos de
idade, a assistir Joana e seu namorado Paulo em intimidades sexuais. Assim, pode-
se concluir que Maria obrou para o delito de:
A)submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a
vexame ou a constrangimento.
B)aliciar criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso.
C)favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de
vulnerável.
D)satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente.
E)corrupção de menores.
(CESPE - 2016 - PC-PE - Escrivão de Polícia Civil - ADAPTADA) Assinale verdadeiro ou falso.
Situação hipotética: Mário, aliciador de garotas de programa, induziu Bruna, de quinze
anos de idade, a manter relações sexuais com várias pessoas, com a promessa de uma
vida luxuosa. Bruna decidiu não se prostituir e voltou a estudar. Assertiva: Nessa situação, é
atípica a conduta de Mário.

Considere que em uma casa de prostituição, uma garota de dezessete anos de idade
tenha sido explorada sexualmente. Nesse caso, o cliente que praticar conjunção carnal
com essa garota responderá pelo crime de favorecimento à prostituição ou outra forma
de exploração sexual de vulnerável.
Situação hipotética: Em uma boate, João, segurança do local,
sorrateiramente colocou entorpecente na bebida de Maria, o que a
levou a perder os sentidos. Aproveitando-se da situação, João levou
Maria até seu veículo, onde praticou sexo com ela, sem qualquer
resistência, dada a condição da vítima. Assertiva: Nessa situação, João
responderá pelo crime de violação sexual mediante fraude

Indivíduo que mantiver conjunção carnal com menor de quinze anos de


idade responderá pelo crime de estupro de vulnerável, ainda que tenha
cometido o ato sem o emprego de violência e com o consentimento da
menor.

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