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19/08/2018

IMPOSTOS MUNICIPAIS
IPTU
•IPTU
•ITBI
•ISS
SULAMITA NÓBREGA
OAB-PB 11087-B
sulamita.nobrega@hotmail.com

IPTU – Imposto sobre Propriedade Predial e


Territorial Urbana

Visão retrospectiva:
• A tributação imobiliária iniciou na maioria dos
países sobre terras cultivadas ou suscetíveis
de cultivo;
• NO BRASIL, o primeiro imposto instituído
sobre a propriedade recaía IMÓVEIS
URBANOS.
• Imposto predial foi criado pelo Alvará de
27.06.1808. “Décima urbana” – Competência
do governo central.
Professora Sulamita Nóbrega

• Lei Imperial nr 58, 08.10.1833, entregou a


competência para instituição do tributo a província.
(Imposto predial).

• CF 1891 – art. 9º § 2º - Imposto sobre imóveis


edificados ou não, urbanos e rurais.

• CF 1934 – art. 13, § 2º, II – Foram definidos DOIS


impostos diferentes – De competência dos
MUNICÍPIOS (o territorial e o predial), ficando o
Territorial rural na competência da União.

• CF 1937 – o imposto sobre a propriedade territorial era


dos Estados e o predial dos Municípios.

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• CF 1946 – estabeleceu a existência de um só


imposto (predial e territorial) de competência
dos Municípios.

• CF 1988 – manteve-se a competência,


ordinariamente, para os Municípios, em
decorrência da competência cumulativa,
alcançando o DF/União, nos termos do art.
147 CF.

Professora Sulamita Nóbrega

Fundamentos Normativos:

Constitucional:
• 156, I, § 1º, I e II; 182, §4º, I, II e III.
Infraconstitucional:
• Arts. 32 a 34 CTN
• Legislações dos Municípios (LC 53/2008,
João Pessoa-PB).
- LEI COMPLEMENTAR Nº 053/2008 (CTM João Pessoa-PB) – Art.183/197

- DECRETO Nº 6.829/2010 – Regulamento do CTM João Pessoa-PB

Professora Sulamita Nóbrega

Características Principais:

• Quanto à finalidade, em regra é FISCAL,


podendo compreender o caráter
EXTRAFISCAL quando empregado a
progressividade no tempo.

• Quanto à possibilidade de repercussão do


impacto econômico-financeiro: DIRETO – o
ônus recai no contribuinte – titular da
propriedade, domínio útil ou possuidor com
animus domini.
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• Quanto aos aspectos objetivos/subjetivos da HI:


imposto REAL – considera a coisa objeto da
tributação e não as características pessoais do
contribuinte.

• Imposto incide sobre o PATRIMÔNIO.

• Quanto a HI – não vinculado

• Lançamento – de Ofício

• PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL –


deve obedecer (EXCETO quanto a alteração da base
de cálculo – 150 § 1º CF)
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Critério MATERIAL:

• Hipótese de incidência:
Art. 156 I CF (propriedade de imóveis);

Art. 32 CTN (propriedade, o domínio útil ou


posse do imóvel por natureza ou por acessão
física LOCALIZADO na zona urbana).

A doutrina e a jurisprudência dominante têm


entendido que o CTN não ampliou o âmbito da
incidência do IPTU delineado pela CF.
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“A Constituição trata do conceito de propriedade em


sentido amplo, não havendo inconstitucionalidade nos
artigos do CTN que desmembram o conceito em
propriedade, domínio útil e posse.”(Cláudio Carneiro –
Impostos Federais, Estaduais e Municipais, Ed.
Saraiva, São Paulo, 4ª ed., 2013).

“O possuidor por direito real que exerce a posse


com o animus definitivo” (REsp 325.489 -
Ministra Relatora Eliana Calmon)

STJ – Súmula 399 – Cabe à legislação municipal


estabelecer o sujeito passivo do IPTU.
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Aspecto ESPACIAL:

• ZONA URBANA do território municipal.

• Lei municipal define os limites da zona urbana


devendo ser observado pelo menos DOIS dos
requisitos do art. 32 CTN.

• Áreas urbanizáveis ou de expansão urbana,


constantes de loteamentos aprovados pelo
município (art. 32 § 2º) se sujeitam ao
pagamento do IPTU, sem, contudo necessitar
de observar os requisitos do artigo 32 § 1º.
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• EXCEÇÃO: art. 15/DL 57/66 – Não incide IPTU


e sim ITR sobre imóvel localizado na área
urbana do Município, desde que
comprovadamente utilizado em EXPLORAÇÃO
EXTRATIVA vegetal, agrícola, pecuária ou
agroindustrial.

DL 57/66) Art 15. O disposto no art. 32 da Lei nº 5.172,


de 25 de outubro de 1966, não abrange o imóvel de
que, comprovadamente, seja utilizado em exploração
extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agro-industrial,
incidindo assim, sobre o mesmo, o ITR e demais
tributos com o mesmo cobrados.
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Aspecto TEMPORAL:

• A legislação municipal estabelece o momento


da ocorrência do Fato Gerador, sendo
escolhido como REGRA 1º de janeiro.

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Aspecto PESSOAL:

• Ordinariamente, MUNICÍPIO em que


SUJEITO estiver localizado o imóvel.
ATIVO: • Com base na competência
cumulativa, DF e UNIÃO

SUJEITO • Art. 34 CTN (proprietário, o titular do


PASSIVO: domínio útil ou o seu possuidor a
qualquer título).

Professora Sulamita Nóbrega

STJ - Resp 475.078: TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. IPTU.


CONTRATO DE PROMESSA DE COMPRA-E-VENDA.
LEGITIMIDADE PASSIVA. PROPRIETÁRIO E POSSUIDOR.
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL. 1. O art. 34 do CTN estabelece que
contribuinte do IPTU "é o proprietário do imóvel, o titular do seu
domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título". 2. A
existência de possuidor apto a ser considerado contribuinte do
IPTU não implica a exclusão automática, do pólo passivo da
obrigação tributária, do titular do domínio (assim entendido
aquele que tem a propriedade registrada no Registro de
Imóveis). 3. Ao legislador municipal cabe eleger o sujeito
passivo do tributo, contemplando qualquer das situações
previstas no CTN. Definindo a lei como contribuinte o
proprietário, o titular do domínio útil, ou o possuidor a qualquer
título, pode a autoridade administrativa optar por um ou por
outro visando a facilitar o procedimento de arrecadação. 4.
Recurso especial a que se nega provimento.
Professora Sulamita Nóbrega

Súmula 583 STF: Promitente-comprador de


imóvel residencial transcrito em nome de
autarquia é contribuinte do IPTU.

O simples DETENTOR do imóvel (sem animus


domini) NÃO é sujeito passivo do IPTU.

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Aspecto QUANTITATIVO:

• BASE DE CÁLCULO (art 33 CTN) – valor venal


do imóvel (valor de mercado do bem em
condições normais de venda à vista).

• Planta genérica de valores.

Súmula 160 STJ: É defeso ao Município,


atualizar o IPTU, mediante decreto, em
percentual superior ao índice oficial de
correção monetária”.
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DESMEMBRAMENTO DE UNIDADE: cabe ao Município o lançamento de forma


proporcional ao número das unidades criadas.

STJ – Resp: 739419 PB - TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. IPTU. DESTINAÇÃO DE IMÓVELANTERIORMENTE


RESIDENCIAL A TRÊS ATIVIDADES COMERCIAIS. TRIPLICAÇÃODO VALOR VENAL DO BEM. IMPOSSIBILIDADE.
ART. 33 DO CTN. DISSÍDIOJURISPRUDENCIAL NÃO DEMONSTRADO. AUSÊNCIA DE
PREQUESTIONAMENTO.SÚMULA 282/STF.33CTN2821. Ação declaratória negativa proposta por Joás de Brito
Pereira contra o Município de João Pessoa/PB em que se discute a existência de três cobranças de IPTU
referentes ao mesmo imóvel, em decorrênciada exploração de três atividades comerciais no mesmo. Sentença
julgando improcedente o pedido sob o fundamento de que há três imóveis com finalidade comercial, alterando
significativamente o fato gerador do tributo. Interposta apelação pelo autor, o TJPB deu-lhe provimento
considerando não ter ocorrido o necessário desmembramento em unidades distintas, sendo o valor venal do
imóvel a base de cálculo do imposto, e não o seu uso. Recurso especial doente público alegando violação dos
arts. 33 e 97, § 2º, do CTN, além de dissídio jurisprudencial, em razão da modificação da finalidade do imóvel,
sendo subdividido em três, restando correto o valor cobrado, tendo havido mera atualização da base de cálculo
(valor venal do imóvel). Contrarrazões sustentando que a destinação dada ao imóvel não equivale a transformá-
lo em três outros.3397§ 2º CTN2. Não se conhece de recurso especial fincado na alínea c, inciso III, do art. 105,
da CF/88, quando a alegada divergência jurisprudencial não é devidamente demonstrada, nos moldes em que
exigida pelo parágrafo único, do artigo 541, do CPC, c/c o art. 255e seus §§, do RISTJ.105CF/88 parágrafo único
541 CPC3. Ausência de pronunciamento do acórdão recorrido quanto ao art. 97do CTN. Incidência do enunciado
nº 282 da Súmula do STF.Não-conhecimento.CTN4. A base de cálculo do IPTU é o valor venal do imóvel (art. 33
do CTN), sendo indiferente a destinação que lhe é dada. Existente apenas uma matrícula e um registro
imobiliário do bem, incabível a existência de três lançamentos tributários. Bitributação verificada.5. O exame do
acerto do valor venal arbitrado pelo Município encontra óbice na Súmula nº 7/STJ.6. Recurso especial
parcialmente conhecido e não provido. (739419 PB 2005/0054844-8, Relator: Ministro JOSÉ DELGADO, Data de
Julgamento: 02/06/2005, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJ 27/06/2005 p. 294)

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LANÇAMENTO: lançamento de OFÍCIO.

Súmula 397 STJ: a simples remessa do carnê para


pagamento do IPTU ao endereço do contribuinte
configura notificação do lançamento.

ALÍQUOTAS:
• Cabe a Lei municipal estabelecer.
• Não existe na CF nem no CTN qualquer
limitação acerca de alíquotas máximas e
mínimas.
• Alíquotas determinadas por lei municipal.
(João Pessoa – art. 193 Código Tributário
Municipal) Professora Sulamita Nóbrega

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A PROGRESSIVIDADE
FISCAL e EXTRAFISCAL do IPTU:
PROGRESSIVIDADE

FISCAL
Art. 156 § 1º, I, CF
CAPACIDADE CONTRIBUTIVA

EXTRAFISCAL
Art. 182 § 4º, CF
FUNÇÃO SOCIAL DA
PROPRIEDADE Professora Sulamita Nóbrega

LEI Nº 10.257/2001 (ESTATUTO DAS CIDADES)


Do IPTU progressivo no tempo

Art. 7ºEm caso de descumprimento das condições e dos prazos previstos na forma do
caput do art. 5ºdesta Lei, ou não sendo cumpridas as etapas previstas no § 5º do art.
5ºdesta Lei, o Município procederá à aplicação do imposto sobre a propriedade predial
e territorial urbana (IPTU) progressivo no tempo, mediante a majoração da alíquota
pelo prazo de cinco anos consecutivos.

§ 1º O valor da alíquota a ser aplicado a cada ano será fixado na lei específica a que
se refere o caput do art. 5º desta Lei e não excederá a duas vezes o valor referente ao
ano anterior, respeitada a alíquota máxima de quinze por cento.

§ 2º Caso a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar não esteja atendida em cinco


anos, o Município manterá a cobrança pela alíquota máxima, até que se cumpra a
referida obrigação, garantida a prerrogativa prevista no art. 8º.

§ 3º É vedada a concessão de isenções ou de anistia relativas à tributação


progressiva de que trata este artigo.

Professora Sulamita Nóbrega

ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS do IPTU

• Em razão do USO – art. 156, § 1º II – CF

• Em razão da LOCALIZAÇÃO DO IMÓVEL


– art. 156, § 1º II - CF

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* FISCAL - Art. 156 § 1º, I, CF


CAPACIDADE CONTRIBUTIVA

PROGRESSIVAS
I * EXTRAFISCAL - Art. 182 § 4º, CF
FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE

P
Alíquotas
T * Em razão do USO – art. 156, §
1º II – CF
U
DIFERENCIADAS
* Em razão da LOCALIZAÇÃO
DO IMÓVEL – art. 156, § 1º II -
CF
Professora Sulamita Nóbrega

SÚMULAS:

160 - É defeso, ao Município, atualizar o


IPTU, mediante decreto, em percentual
STJ superior ao índice oficial de correção
monetária.

Professora Sulamita Nóbrega

539 - É constitucional a lei do Município que


reduz o imposto predial urbano sobre imóvel
ocupado pela residência do proprietário, que não
possua outro.
STF
583 - Promitente comprador de imóvel residencial
transcrito em nome de autarquia é contribuinte
do imposto predial territorial urbano.

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589 - É inconstitucional a fixação de adicional


progressivo do imposto predial e territorial
urbano em função do número de imóveis do
contribuinte.

STF
668 - É inconstitucional a lei municipal que tenha
estabelecido, antes da Emenda Constitucional
29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU,
salvo se destinada a assegurar o cumprimento da
função social da propriedade urbana.

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