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DIREITO TRIBUTÁRIO II

Parte 1 – IPTU ITBI


Prof. Andre Lacerda
A1
andre.uninorte@gmail.com
2021.2
Classificação e Função dos Tributos

Art. 145. CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:
I — impostos;
II — taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de
serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III — contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

Art. 148. CF. Empréstimos compulsórios

Art. 149. CF. Contribuições especiais


Classificação e Função dos Tributos

Art. 146. CF. Cabe à lei complementar:


I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios;
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos
discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e
contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades
cooperativas.
Classificação e Função dos Tributos
Art. 145. CF. (...)
§ 1º. Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para
conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos
da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

Art. 16, CTN. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

Art. 167, CF. São vedados:


IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas (...)

Art. 77, CTN. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas
respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização efetiva ou
potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Par. único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idêntico aos que correspondam a imposto nem ser
calculada em função do capital das empresas.
Classificação e Função dos Tributos

CLASSIFICAÇÃO:
• diretos ou indiretos
• pessoais e reais
• seletivos e não seletivos (essencialidade)
• cumulativos ou não cumulativos
• Ordinários, Residuais ou Extraordinários
Classificação e Função dos Tributos

CLASSIFICAÇÃO:
ORDINÁRIOS
Art. 153, 155 e 156 CF: União, Estados, Distrito Federal e Municípios
Impostos Federais: art. 153, CF (II, IE, IPI, IOF, IR, ITR, IGF)
Impostos Estaduais: art. 155, CF (ICMS, IPVA, ITCMD)
Impostos Municipais: art. 156, CF (ISSQN, ITBI, IPTU)

RESIDUAIS
Art. 154, I, CF: União

EXTRAORDINÁRIOS
Art. 154, II, CF: União (IEG)
Classificação e Função dos Tributos

CLASSIFICAÇÃO:
ORDINÁRIOS

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III - renda e proventos de qualquer natureza;
IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
VI - propriedade territorial rural;
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
Classificação e Função dos Tributos

Art. 155. CF. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se
iniciem no exterior;
III - propriedade de veículos automotores.

Art. 156. CF. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:


I - propriedade predial e territorial urbana;
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou
acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de
direitos a sua aquisição;
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei
complementar.
IMPOSTOS MUNICIPAIS

IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE


PREDIAL E TERRITORIAL URBANA – IPTU
IPTU

Art. 156. CF. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:


I - propriedade predial e territorial urbana; (...)
§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o
imposto previsto no inciso I poderá: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de
2000)
II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
IPTU

Art. 182. CF. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal,
conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das
funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no
plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado,
subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena,
sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais
e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais;
IPTU

Lei Federal n. 10.257/2001 - Estatuto da Cidade


Art. 2º. A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais
da cidade e da propriedade urbana.

Lei Municipal n. 2.222/2016 - Plano Diretor de Rio Branco


Art. 17. O Executivo exigirá do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não
utilizado que promova seu adequado aproveitamento.
Art. 24. Decorridos cinco anos de cobrança do IPTU progressivo no tempo sem que o proprietário
tenha cumprido a obrigação de parcelamento, edificação e utilização, o Município poderá
proceder à desapropriação do imóvel com pagamento em títulos da dívida pública.
Critério Material IPTU

Lei n. 5.175/1966 - Código Tributário Nacional


Art. 32. CTN. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial
urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por
natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município.

Eduardo Sabbag: “O proprietário é aquele que tem domínio exclusivo do bem, com gozo jurídico,
fruição e disposição do bem imóvel. Aquele que detém o domínio útil, utiliza um dos elementos
de gozo jurídico da propriedade plena, como exemplo, o enfiteuta e o usufrutuário. E, por fim, a
posse para fins de IPTU, refere-se ao possuidor que age como titular fosse do domínio útil, em
posse caracterizada como usucapione.”
Critério Material IPTU

Propriedade: uso, gozo, disposição do bem e o direito de retomá-lo, com título de propriedade
no Registro Imobiliário. (art. 1.228, CC)

Domínio útil: uso, gozo e disposição da coisa, reservado ao titular o domínio do bem. (enfiteuse)

Posse: uso e gozo do bem com animus domini. Possui benefícios do conteúdo econômico do
direito de propriedade exercício. (art. 1.196, CC) Ex.: Usufrutuário.
Critério Material IPTU

Bem imóvel
• Direito de superfície (art. 1369, CC)

por natureza: terreno


por acessão física: incorporado permanentemente ao solo pelo homem. (construção)

L. C. n. 1.508/2003 (CTMRB)
Art. 11. Para os efeitos do Imposto Territorial Urbano, considera-se terreno o solo, sem edificação
ou que contenha:
I - construção provisória que possa ser removida sem destruição ou alteração;
II - construção em andamento ou paralisada;
III - construção em ruínas, em demolição, condenada ou interditada.
Critério Material IPTU

Área de preservação permanente não afasta a incidência do IPTU


Art. 1.228. CC. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de
reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
§ 1º O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades
econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido
em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio
histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.
Critério Material IPTU

Faixa de domínio
Resolução N. 9/2020 do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit),
assegurado aos Municípios a redução da reserva da faixa não edificável em até cinco metros de
cada lado das rodovias federais em perímetro urbano.

Lei Municipal n. 2.222/2016 - Plano Diretor de Rio Branco


Art. 114. A Rodovia BR 364/Via Verde obedecerá a faixa de domínio de 35,00 metros do eixo da
via, conforme a legislação federal, observado ainda para edificações lindeiras o recuo non
aedificandi de 15,00 metros.
Art. 115. As Rodovias Estaduais obedecerão a faixa de domínio de 20,00 metros do eixo da via
conforme legislação estadual, observado ainda para edificações lindeiras o recuo non aedificandi
de 15,00 metros.
Critério Material IPTU

APELAÇÃO – EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE - EXECUÇÃO FISCAL – IPTU – Ação extinta em


primeiro grau em razão do reconhecimento de ilegitimidade passiva – Cabimento – Invasão
da área que compreende o imóvel tributado que é de conhecimento público e notório –
Esvaziamento do fato gerador do imposto e da faculdade da propriedade – Município que
deveria tomar providências para a regularização da área e/ou constituir o débito tributário
em nome dos atuais possuidores, que se encontram no imóvel com "animus domini",
qualidade que o executado não ostenta – Sentença mantida – Recurso desprovido. (TJSP;
Apelação Cível 1507928-81.2017.8.26.0114; Relator (a): Wanderley José Federighi; Órgão
Julgador: 18ª Câmara de Direito Público; Foro de Campinas - SEF - Setor de Execuções Fiscais;
Data do Julgamento: 21/03/2019; Data de Registro: 21/03/2019)
Critério Material IPTU

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXIGIBILDIADE – IPTU – Imóvel inundado, afetado ao


aleitamento do Rio Tietê – Autora que está impossibilitada de exercer os direitos inerentes
à propriedade do imóvel – Laudo do expert que corroboram as alegações da autora –
Inexigibilidade do débito que deve ser declarada – Sentença mantida. RECURSO NÃO
PROVIDO. (TJSP; Apelação Cível 0005744-93.2014.8.26.0063; Relator (a): Fortes Muniz; Órgão
Julgador: 15ª Câmara de Direito Público; Foro de Barra Bonita - 1ª Vara; Data do Julgamento:
04/10/2018; Data de Registro: 05/10/2018)
Critério Temporal IPTU

Lei Complementar n. 1.508/2003 – Código Tributário do Município de Rio Branco (CTMRB)


Art. 17. O imposto será lançado anualmente, observando-se a situação do imóvel no
Cadastro Fiscal Imobiliário, em 1º de janeiro do ano a que corresponder o lançamento.
Parágrafo único. Tratando-se de obras novas, o imposto será devido a partir do exercício
seguinte àquele de sua conclusão.

Aires F. Barreto: “O que opera, no caso, é a existência ela propriedade, do domínio útil ou da
posse do imóvel, na data considerada. Pouco importa que o lançamento seja válido por todo
o ano, uma vez que sua mensuração se dá em razão do instante configurado em lei. A ficção
jurídica é, na hipótese, abstrativa do superveniente.”
Critério Espacial IPTU

Art. 32. CTN. (...)


§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal;
observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois)
dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II - abastecimento de água;
III - sistema de esgotos sanitários;
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel
considerado.

Súmula 626 STJ: A incidência do IPTU sobre imóvel situado em área considerada pela lei local
como urbanizável ou de expansão urbana não está condicionada à existência dos melhoramentos
elencados no art. 32, § 1º, do CTN. (SÚMULA 626, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/12/2018, DJe
17/12/2018)
Critério Espacial IPTU

Decreto-Lei n. 57/1966 – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR)


Art. 15. O disposto no art. 32 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, não abrange o imóvel de que,
comprovadamente, seja utilizado em exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agro-
industrial (sic), incidindo assim, sôbre (sic) o mesmo, o ITR e demais tributos com o mesmo cobrados.
L. C. n. 1.508/2003 (CTMRB)
Art. 10. O imposto não é devido pelos proprietários, titulares do domínio útil ou possuidores, a
qualquer título, de imóvel construído que, mesmo localizado na zona urbana, seja utilizado,
comprovadamente, em exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial.
SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 198/2018 – RECEITA FEDERAL
ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL - ITR IMÓVEL LOCALIZADO EM ZONA
URBANA UTILIZADO EM EXPLORAÇÃO EXTRATIVA VEGETAL, AGRÍCOLA, PECUÁRIA OU
AGROINDUSTRIAL. TRIBUTAÇÃO. O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) não incide
sobre imóvel localizado na zona urbana, ainda quando seja utilizado em exploração extrativa vegetal,
agrícola, pecuária ou agroindustrial, uma vez que tal hipótese não se encontra prevista na lei ordinária
instituidora desse tributo.
Critério Espacial IPTU

PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL. IPTU. IMÓVEL LOCALIZADO EM
ÁREA URBANA DESTINADO À EXPLORAÇÃO DE ATIVIDADE EXTRATIVISTA, AGRÍCOLA, PECUÁRIA OU
AGROINDUSTRIAL. NÃO INCIDÊNCIA DO IPTU. PRECEDENTES DO STJ. I - Na origem, trata-se de ação
anulatória de lançamento fiscal para declarar inexistente a relação jurídica-tributária de incidência de IPTU
sobre o imóvel descrito na inicial. Na sentença, julgou-se procedente o pedido. No Tribunal, a sentença foi
mantida. II – No tocante à suposta violação do art. 32, § 2º, do CTN, não assiste razão ao recorrente. O
Superior Tribunal de Justiça, em julgamento submetido ao rito próprio dos recursos especiais repetitivos
(REsp n. 1.112.646/SP, Rel. Ministro Herman Benjamin, Primeira Seção, julgado em 26/8/2009, Dje
28/8/2009), firmou a tese (Tema n. 174/STJ) de acordo com a qual, sobre imóvel localizado na área urbana
do município, comprovadamente destinado à exploração de atividade extrativista, agrícola, pecuária ou
agroindustrial, nos termos do art. 15 do Decreto-Lei n. 57/1966, não incide Imposto Predial e Territorial
Urbano (IPTU), mas sim Imposto Territorial Rural (ITR) (...). Isto posto, no caso sub judice, verifica-se que
os apelados comprovaram a exploração de atividade agrícola no imóvel e apresentaram, a fls. 42/66, o
pagamento de contribuição sindical rural, a realização de projeto e a execução de plantio de mudas das
espécies guanandi e palmeiras (fls. 261), além do recolhimento do Imposto Territorial Rural, relativo ao
imóvel. (...) (AgInt no AREsp 1377458/SP, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, SEGUNDA TURMA, julgado em
06/06/2019, DJe 14/06/2019)
Critério Pessoal IPTU

Art. 34. CTN. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou
o seu possuidor a qualquer título.

AGRAVO DE INSTRUMENTO – Execução fiscal – IPTU do exercício de 2014 – Município de Osasco –


Exceção de pré-executividade – Insurgência contra decisão que rejeitou o incidente e afastou a
alegação de ilegitimidade passiva – Comprovação nos autos de entrega das chaves do imóvel
tributado no ano de 2015 – Coexecutada que não detinha a condição de proprietária, detentora
de domínio útil ou possuidora do imóvel tributado ao tempo do fato gerador – Entendimento do
art. 34 do Código Tributário Nacional – Precedentes do STJ – (...) . (TJSP; Agravo de Instrumento
2201627-60.2019.8.26.0000; Relator (a): Raul De Felice; Órgão Julgador: 15ª Câmara de Direito
Público; Foro de Osasco - 2ª Vara da Fazenda Pública; Data do Julgamento: 24/10/2019; Data de
Registro: 28/10/2019)
Critério Pessoal IPTU

Concessão de uso: Considera-se inexigível o IPTU sobre a posse decorrente de contrato de


concessão de uso, uma vez que se trata de negócio jurídico bilateral de natureza pessoal.

Concessão de direito real: O concessionário será o contribuinte do IPTU, não se aplicando a


imunidade tributária.

Súmula Vinculante 52: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel
pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da Constituição Federal,
desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram
constituídas.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos da lei;
Critério Pessoal IPTU

Súmula 399 – STJ: Cabe à legislação municipal estabelecer o sujeito passivo do IPTU. (SÚMULA
399, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 23/09/2009, DJe 07/10/2009)

Súmula 614 – STJ: O locatário não possui legitimidade ativa para discutir a relação jurídico-
tributária de IPTU e de taxas referentes ao imóvel alugado nem para repetir indébito desses
tributos. (SÚMULA 614, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/05/2018, DJe 14/05/2018)
Critério Pessoal IPTU

L. C. n. 1.508/2003 (CTMRB)
Art. 9º O imposto é devido, a critério da repartição competente:
I - por quem exerça a posse direta do imóvel, sem prejuízo da responsabilidade solidária dos
possuidores indiretos;
II - por qualquer dos possuidores indiretos, sem prejuízo da responsabilidade solidária dos
demais e do possuidor direto.
Parágrafo único. O Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana constitui ônus real e
acompanha o imóvel em todos os casos de transmissão de propriedade ou de direitos reais a ele
relativos, por ato "intervivos", doação ou "causa mortis".
Art. 10. O imposto não é devido pelos proprietários, titulares do domínio útil ou possuidores, a
qualquer título, de imóvel construído que, mesmo localizado na zona urbana, seja utilizado,
comprovadamente, em exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial.
Critério Pessoal IPTU

TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. IPTU. CONTRATO DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE


IMÓVEL. LEGITIMIDADE PASSIVA DO POSSUIDOR (PROMITENTE COMPRADOR) E DO
PROPRIETÁRIO (PROMITENTE VENDEDOR). 1. Segundo o art. 34 do CTN, consideram-se
contribuintes do IPTU o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil ou o seu possuidor a
qualquer título. 2. A jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de que tanto o promitente
comprador (possuidor a qualquer título) do imóvel quanto seu proprietário/promitente vendedor
(aquele que tem a propriedade registrada no Registro de Imóveis) são contribuintes responsáveis
pelo pagamento do IPTU. (...) 3. "Ao legislador municipal cabe eleger o sujeito passivo do tributo,
contemplando qualquer das situações previstas no CTN. Definindo a lei como contribuinte o
proprietário, o titular do domínio útil, ou o possuidor a qualquer título, pode a autoridade
administrativa optar por um ou por outro visando a facilitar o procedimento de arrecadação"
(REsp 475.078/SP, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ 27.9.2004). (...) (REsp 1111202/SP, Rel.
Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 10/06/2009, DJe
18/06/2009)
Base de Cálculo e Alíquota IPTU

L. C. n. 1.508/2003 (CTMRB)
Art. 14. O valor venal do imóvel construído será apurado pela soma do valor do terreno com o
valor de edificação, calculados:
I. pelos valores declarados pelos contribuintes;
II. pelas transações ocorridas nas áreas respectivas;
III - pela avaliação do imóvel considerando:
a) características físicas dos imóveis;
b) localização geral e específicas dos imóveis;
c) equipamentos urbanos existentes.
IV - pelos valores fixados para desapropriação amigável ou judicial na área respectiva;
V - outros dados informativos obtidos pela Administração Municipal.
Base de Cálculo e Alíquota IPTU

EMENTA Recurso extraordinário. Tributário. IPTU. Princípio da legalidade tributária. Delegação de


matéria à esfera administrativa. Avaliação individualizada de imóvel. Imóveis não previstos na lei
que aprova Planta Genérica de Valores (PGV), como por exemplo os decorrentes de
parcelamento do solo urbano ocorrido após à publicação da lei. Repercussão geral reconhecida.
Possui repercussão geral a matéria consistente em saber se viola o princípio da legalidade
tributária lei que delega à esfera administrativa, para efeito de cobrança do IPTU, a avaliação
individualizada de imóvel não previsto na lei que aprova a Planta Genérica de Valores, como os
decorrentes de parcelamento do solo urbano e de inclusão de área, anteriormente rural, em zona
urbana após a edição da Planta Genérica de Valores. (ARE 1245097 RG, Relator(a): MINISTRO
PRESIDENTE, Tribunal Pleno, julgado em 09/04/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-102 DIVULG
27-04-2020 PUBLIC 28-04-2020)
Base de Cálculo e Alíquota IPTU

As alíquotas podem ser:


• progressivas em razão do valor do imóvel;
• diferenciadas conforme a localização e o uso;
• progressividade em razão do valor do imóvel (art. 156, § 1º na redação da EC nº 29/00)

AIRES BARRETO: “A progressividade de deve ter objetivo, apenas e tão-só, o de servir como
instrumento de mantença e do uso da propriedade em consonância com a função social que lhe
foi constitucionalmente atribuída. Se o texto constitucional assim dispôs, foi para evitar eventuais
abusos e coibir a fúria fiscal dos municípios”

Súmula 589 - STF: É inconstitucional a fixação de adicional progressivo do imposto predial e


territorial urbano em função do número de imóveis do contribuinte.
Súmula 160 - STJ: É defeso, ao município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual
superior ao índice oficial de correção monetária.
Base de Cálculo e Alíquota IPTU

L. C. n. 1.508/2003 (CTMRB)
Art. 12. A base de cálculo do Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana é o valor
venal do imóvel ao qual aplicar-se-ão as seguintes alíquotas:
I – Predial:
a) 0,5% (cinco décimos por cento) para os imóveis residenciais;
b) 2,0% (dois por cento) para os imóveis não residenciais.
II – Territorial: 2,0% (dois por cento).
§ 1º Nenhum lançamento do imposto a que se refere o caput deste artigo, será inferior a 50%
(cinquenta por cento) da Unidade Fiscal do Município de Rio Branco - UFMRB.
§ 2º Será considerada sobra de área, a área territorial excedente a 20 (vinte) vezes a área
construída, sujeitando-se a referida área à tributação prevista no inciso II deste artigo.

*UFMRB/2021 = R$ 138,66 (DECRETO Nº 1.075 DE 29 DE DEZEMBRO DE 2020)


Lançamento IPTU

L. C. n. 1.508/2003 (CTMRB)
Art. 15. O lançamento do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbano, sempre que
possível, será feito em conjunto com os demais tributos que recaem sobre o imóvel, tomando-se
por base a situação existente ao encerrar-se o exercício anterior.
Art. 17. O imposto será lançado anualmente, observando-se a situação do imóvel no Cadastro
Fiscal Imobiliário, em 1º de janeiro do ano a que corresponder o lançamento.
Parágrafo único. Tratando-se de obras novas, o imposto será devido a partir do exercício seguinte
àquele de sua conclusão.
Art. 18. Enquanto não extinto o direito da Fazenda Municipal, o lançamento poderá ser revisto,
de ofício.

Súmula 239 – STF: Decisão que declara indevida a cobrança do imposto em determinado
exercício não faz coisa julgada em relação aos posteriores.
Lançamento IPTU

L. C. n. 1.508/2003 (CTMRB)
Art. 20. O lançamento considera-se regularmente notificado ao sujeito passivo com a entrega do
carnê de pagamento, no local do imóvel ou no local por ele indicado, ao contribuinte ou
responsável ou ainda a seus prepostos ou empregados.
§ 1º. Na hipótese da notificação ser feita pelo correio deverá ser precedida de divulgação, a cargo
do Executivo, das datas de entrega nas agências postais dos carnês de pagamento e das suas
correspondentes datas de vencimento.
§ 2º. Para todos os efeitos de direito, no caso do parágrafo anterior e respeitadas as suas
disposições, presume-se feita a notificação do lançamento, e regularmente constituído o crédito
tributário correspondente, 30 (trinta) dias após a entrega dos carnês de pagamento nas agências
postais.
Lançamento IPTU

Súmula 397 – STJ: O contribuinte do IPTU é notificado do lançamento pelo envio do carnê ao seu
endereço. (SÚMULA 397, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 23/09/2009, DJe 07/10/2009)

TRIBUTÁRIO - EXECUÇÃO FISCAL - TAXAS ADJETAS AO IPTU - DESNECESSIDADE DE NOTIFICAÇÃO


PRÉVIA PARA A REGULAR CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO - NOTIFICAÇÃO PRESUMIDA
IN SPECIE - SENTENÇA CASSA - RECURSO PROVIDO. “Segundo a orientação do Superior Tribunal
de Justiça e desta Corte, o envio dos carnês aos respectivos contribuintes é prova bastante da
notificação pela qual se dá ciência ao contribuinte do lançamento, ensejando a apresentação de
defesa administrativa e, além do mais, tratando-se de IPTU e taxas de coleta de lixo a notificação
seria dispensável, eis que esses tributos são de obrigação anual e sucessiva, levando à presunção
de ciência do devedor acerca da existência do débito.” (Apelação Cível, da Capital. Relator: Des.
Substituto Jaime Ramos, j. em 13.02.07) (...) (TJ-SC AC: 343028 SC 2007.034302-8, Relator: Sérgio
Roberto Baasch Luz, Data de Julgamento: 04/04/2018, Primeira Câmara de Direito Público)
Isenção IPTU

L. C. n. 1.508/2003 (CTMRB)
Art. 25. São isentos do imposto os imóveis:
V - pertencente à viúva ou viúvo, órfão menor ou pessoa inválida para o trabalho em caráter
permanente, reconhecidamente pobre, quando nele resida e desde que não possua outro imóvel
no Município;
VI - pertencente ao contribuinte reconhecidamente pobre e que preencha as seguintes condições:
a) resida no imóvel;
b) não possua outro imóvel no município;
c) a área do terreno não seja superior a 300 m²;
d) a área da construção não ultrapasse 60 m².
§ 1º. Será considerado reconhecidamente pobre o contribuinte cuja renda per capita dos
residentes do imóvel não ultrapasse a 1/3 (um terço) do salário mínimo vigente.
§ 2º. Excepcionalmente, nas hipóteses de tratamento de saúde de um dos residentes do imóvel,
será desconsiderado o valor fixado no § 1º deste artigo para o efeito de reconhecimento de
pobreza. Neste caso, um agente da administração visitará a residência e informarão em relatório as
circunstâncias especiais a justificar o estado de pobreza.
IMPOSTOS MUNICIPAIS

IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO “INTER VIVOS”,


A QUALQUER TÍTULO, POR ATO ONEROSO,
E DE DIREITOS REAIS SOBRE IMÓVEIS – ITBI
Critério Material ITBI
O Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis passou a existir no direito brasileiro em 1809.

Art. 156. CF. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:


lI - transmissão “inter vivos” a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou
acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de
direitos a sua aquisição;

§ 2º O imposto previsto no inciso II:


II - compete ao Município da situação do bem.

ITBI ≠ ITCMD
Critério Material ITBI

L. C. n. 1.508/2003 (CTMRB)

Art. 30. O Imposto Sobre Transmissão de Propriedade "Inter Vivos", a qualquer título, por ato
oneroso, de bens imóveis e de direitos reais sobre estes tem como fato gerador:
I - a transmissão de bem imóvel por natureza ou por acessão física;
II - a transmissão de direitos reais sobre bens imóveis, exceto os de garantia;
III - a cessão de direitos relativos à aquisição de bens imóveis.

Art. 31. O fato gerador desse imposto ocorrerá no território do Município da situação do bem.
Critério Material ITBI
L. C. n. 1.508/2003 (CTMRB) Art. 32. O imposto incidirá especificamente sobre:
I - a compra e venda;
III - a permuta;
V - a adjudicação;
VI - o valor dos imóveis que, na divisão de patrimônio comum ou na partilha, forem atribuídos a um dos cônjuges
separados ou divorciados, ao cônjuge supérstite ou a qualquer herdeiro, acima da respectiva meação ou quinhão;
VII - as divisões para a extinção de condomínio de bem imóvel, quando for recebida por qualquer condômino quota-
parte material cujo valor seja maior do que o de sua quota-parte ideal;
VIII - o uso, o usufruto e a enfiteuse;
IX - a cessão de direitos do arrematante ou adjudicatário, depois de assinado o auto de arrematação ou adjudicação;
X - a cessão de direitos decorrentes de compromisso de compra e venda e de promessa de cessão;
XI - a cessão de direitos de concessão real de uso e de uso especial;
XII - a cessão de direitos à sucessão;
XIII - a cessão de benfeitorias e construções em terreno compromissado à venda ou alheio;
XIV - a acessão física quando houver pagamento de indenização;
XV - a cessão de direitos possessórios;
XVI - a promessa de transmissão de propriedades, através de compromisso devidamente quitado;
XVII - todos os demais atos onerosos, translativos de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e
constitutivos de direitos reais sobre bens imóveis e demais cessões de direitos a eles relativos.
Critério Material ITBI

Desapropriação:
É um instituto de direito público pelo qual ocorre a retirada compulsória da propriedade mediante
pagamento de indenização, uma forma originária de aquisição da propriedade.
Não há negócio jurídico dentro do Direito Privado.

Usucapião:
Aquisição originária da propriedade, não se trata de transmissão voluntária e onerosa.
Realizada por mandado judicial que determina o registro da propriedade imóvel.

Herança:
Herdeiro passa seu quinhão para outro de forma:
• gratuita – doação: ITCMD
• onerosa – por meio de pagamento: ITBI
Critério Material ITBI
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO TRIBUTÁRIO.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. DEVIDO PROCESSO LEGAL. ITBI. FATO GERADOR. PROMESSA DE
COMPRA E VENDA. 1. A jurisprudência do STF se consolidou no sentido de que suposta ofensa aos
princípios do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório e dos limites da coisa
julgada, quando a violação é debatida sob a ótica infraconstitucional, não apresenta repercussão
geral. Precedente: RE-RG 748.371, de relatoria do Ministro Gilmar Mendes, Dje 1º.8.2013. 2. A
transferência do domínio sobre o bem torna-se eficaz a partir do registro público, momento em
que incide o Imposto Sobre Transferência de Bens Imóveis (ITBI), de acordo com a jurisprudência
do Supremo Tribunal Federal. Logo, a promessa de compra e venda não representa fato gerador
idôneo para propiciar o surgimento de obrigação tributária. 3. Agravo regimental a que se nega
provimento. (ARE 807255 AgR, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, Primeira Turma, julgado em
06/10/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-218 DIVULG 29-10-2015 PUBLIC 03-11-2015)

“Consoante afirmado na decisão, a jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que o fator
gerador do ITBI ocorre com a transferência efetiva da propriedade no cartório de registro de
imóveis” (ARE 825019 AgR, Segunda Turma, j. 01/03/2016)
Critério Material ITBI

Tema 1124 - STF


O fato gerador do imposto sobre transmissão intervivos de bens imóveis (ITBI) somente ocorre
com a efetiva transferência da propriedade imobiliária, que se dá mediante o registro.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. IMPOSTO


SOBRE TRANSMISSÃO DE BENS IMÓVEIS - ITBI. FATO GERADOR. COBRANÇA DO TRIBUTO SOBRE
CESSÃO DE DIREITOS. IMPOSSIBILIDADE. EXIGÊNCIA DA TRANSFERÊNCIA EFETIVA DA
PROPRIEDADE IMOBILIÁRIA MEDIANTE REGISTRO EM CARTÓRIO. PRECEDENTES. MULTIPLICIDADE
DE RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS. ENTENDIMENTO CONSOLIDADO NA JURISPRUDÊNCIA DO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. CONTROVÉRSIA CONSTITUCIONAL DOTADA DE REPERCUSSÃO
GERAL. REAFIRMAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO
CONHECIDO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO DESPROVIDO. (STF ARE 1.294.969 SP 1008285-
73.2018.8.26.0053, Data 19/02/2021)
Critério Material ITBI

RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO – PROMESSA DE CESSÃO DE DIREITO À AQUISIÇÃO DE


PROPRIEDADE IMOBILIÁRIA – INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE TRANSMISSÃO “INTER VIVOS” DE BENS
IMÓVEIS (ITBI) – IMPOSSIBILIDADE – DECISÃO QUE SE AJUSTA À JURISPRUDÊNCIA PREVALECENTE
NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – CONSEQUENTE INVIABILIDADE DO RECURSO QUE A IMPUGNA
– SUBSISTÊNCIA DOS FUNDAMENTOS QUE DÃO SUPORTE À DECISÃO RECORRIDA – SUCUMBÊNCIA
RECURSAL – MAJORAÇÃO DA VERBA HONORÁRIA – PRECEDENTE (PLENO) – NECESSÁRIA
OBSERVÂNCIA DOS LIMITES ESTABELECIDOS NO ART. 85, §§ 2º E 3º, DO CPC – AGRAVO INTERNO
IMPROVIDO. (ARE 1037372 AgR, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, julgado em
24/05/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-136 DIVULG 21-06-2019 PUBLIC 24-06-2019)
Critério Material ITBI

APELAÇÃO - MANDADO DE SEGURANÇA - ITBI - Divisão do imóvel em glebas, para fins de extinção
do condomínio de fato – Ajuste amigável e igualitário entre os impetrantes que decorre de ato não
oneroso e que não implicou em aumento de nenhuma das cotas partes, a afastar a incidência do
ITBI – Violação a direito líquido e certo configurada - Sentença que denegou a segurança
reformada – Recurso provido. (TJSP; Apelação Cível 1002799-69.2015.8.26.0132; Relator (a):
Rezende Silveira; Órgão Julgador: 15ª Câmara de Direito Público; Foro de Catanduva - 3ª Vara Cível;
Data do Julgamento: 09/11/2017; Data de Registro: 14/11/2017)
Critério Material ITBI

Súmula 82 - STF: São inconstitucionais o imposto de cessão e a taxa sobre inscrição de promessa
de venda de imóvel, substitutivos do imposto de transmissão, por incidirem sobre ato que não
transfere o domínio.

Súmula 326 - STF: É legítima a incidência do imposto de transmissão Inter vivos sobre a
transferência do domínio útil.

Súmula 656 - STF: É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de
transmissão inter vivos de bens imóveis - ITBI com base no valor venal do imóvel.
Critério Material ITBI
Incidência do ITBI na integralização no capital de pessoa jurídica

Art. 156, CF
§ 2° - O imposto previsto no inciso II:
I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa
jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de
fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade
preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens
imóveis ou arrendamento mercantil;
Critério Material ITBI
Incidência do ITBI na integralização no capital de pessoa jurídica

Art. 37. CTN. O disposto no artigo anterior não se aplica quando a pessoa jurídica adquirente tenha
como atividade preponderante a venda ou locação de propriedade imobiliária ou a cessão de
direitos relativos à sua aquisição.
§ 1º Considera-se caracterizada a atividade preponderante referida neste artigo quando mais de
50% (cinquenta por cento) da receita operacional da pessoa jurídica adquirente, nos 2 (dois) anos
anteriores e nos 2 (dois) anos subsequentes à aquisição, decorrer de transações mencionadas
neste artigo.
§ 2º Se a pessoa jurídica adquirente iniciar suas atividades após a aquisição, ou menos de 2 (dois)
anos antes dela, apurar-se-á a preponderância referida no parágrafo anterior levando em conta os
3 (três) primeiros anos seguintes à data da aquisição.
§ 3º Verificada a preponderância referida neste artigo, tornar-se-á devido o imposto, nos termos
da lei vigente à data da aquisição, sobre o valor do bem ou direito nessa data.
Critério Material ITBI
Incidência do ITBI na integralização no capital de pessoa jurídica

Tema 796 - Alcance da imunidade tributária do ITBI, prevista no art. 156, § 2º, I, da Constituição, sobre
imóveis incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica, quando o valor total desses bens excederem o limite
do capital social a ser integralizado.

CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE TRANSMISSÃO DE BENS IMÓVEIS - ITBI. IMUNIDADE PREVISTA


NO ART. 156, § 2º, I DA CONSTITUIÇÃO. APLICABILIDADE ATÉ O LIMITE DO CAPITAL SOCIAL A SER
INTEGRALIZADO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO IMPROVIDO. 1. A Constituição de 1988 imunizou a
integralização do capital por meio de bens imóveis, não incidindo o ITBI sobre o valor do bem dado em
pagamento do capital subscrito pelo sócio ou acionista da pessoa jurídica (art. 156, § 2º,). 2. A norma não
imuniza qualquer incorporação de bens ou direitos ao patrimônio da pessoa jurídica, mas exclusivamente o
pagamento, em bens ou direitos, que o sócio faz para integralização do capital social subscrito. Portanto,
sobre a diferença do valor dos bens imóveis que superar o capital subscrito a ser integralizado, incidirá a
tributação pelo ITBI. 3. Recurso Extraordinário a que se nega provimento. Tema 796, fixada a seguinte tese
de repercussão geral: “A imunidade em relação ao ITBI, prevista no inciso I do § 2º do art. 156 da
Constituição Federal, não alcança o valor dos bens que exceder o limite do capital social a ser integralizado”.
(RE 796376/SC, Publicação: 25/08/2020)
Critério Temporal ITBI
• TRANSMISSÃO DA PROPRIEDADE DO BEM

• MOMENTO DA FORMAÇÃO DO ATO / NEGÓCIO JURÍDICO

Súmula 108 - STF: É legítima a incidência do imposto de transmissão "inter vivos" sobre o valor do
imóvel ao tempo da alienação e não da promessa, na conformidade da legislação local.

Súmula 110 - STF: O imposto de transmissão ‘inter vivos’ não incide sobre a construção, ou parte
dela, realizada pelo adquirente, mas sobre o que tiver sido construído ao tempo da alienação do
terreno.

Súmula 470 – STF: O imposto de transmissão ‘inter vivos’ não incide sobre a construção, ou parte
dela, realizada, inequivocamente, pelo promitente comprador, mas sobre o valor do que tiver sido
construído antes da promessa de venda.
Critério Temporal ITBI

Art. 108. CC. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos
negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos
reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Art. 1.245. CC. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no
Registro de Imóveis.
§ 1º Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do
imóvel.

DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ITBI. FATO
GERADOR: REGISTRO DA TRANSFERÊNCIA EFETIVA DA PROPRIEDADE. ACÓRDÃO RECORRIDO ALINHADO
COM A JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRECEDENTES. 1. Nos termos da jurisprudência
da Corte, o fato gerador do ITBI somente ocorre com a transferência efetiva da propriedade no cartório de
registro de imóveis. Precedentes. 2. (...) (ARE 934091 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira
Turma, julgado em 18/11/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-258 DIVULG 02-12-2016 PUBLIC 05-12-2016)
Critério Pessoal ITBI

Sujeito Passivo:
Art. 42. CTN. Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser
a lei.

L. C. n. 1.508/2003 (CTMRB)
Art. 35. O Imposto de Transmissão de Propriedade "Inter Vivos" é devido e, como tal, será pago
integralmente:
I - pelo adquirente do bem, direito ou ação;
II - pelas pessoas jurídicas cujo patrimônio sejam ou estejam incorporados aos imóveis.
Critério Pessoal ITBI

L. C. n. 1.508/2003 (CTMRB)
Art. 36. São responsáveis solidariamente pelo pagamento do imposto devido:
I - o transmitente e o cedente nas transmissões que se efetuarem sem o pagamento do imposto;
II - os oficiais dos Cartórios do Registro de Imóveis e demais serventuários do ofício, desde que o
ato de transmissão tenha sido praticado por eles.

Lei 89.351/94 – Regulamenta o art. 236 da CF, dispondo sobre serviços notariais e de registro.
Art. 30. São deveres dos notários e dos oficiais de registro:
XI - fiscalizar o recolhimento dos impostos incidentes sobre os atos que devem praticar;

Lei 6.015/73 – Dispõe sobre os registros públicos, e dá outras providências.


Art. 289. No exercício de suas funções, cumpre aos oficiais de registro fazer rigorosa fiscalização do
pagamento dos impostos devidos por força dos atos que lhes forem apresentados em razão do
ofício.
Critério Pessoal ITBI
L. C. n. 1.508/2003 (CTMRB)
Art. 45. Não serão lavrados, registrados, inscritos ou averbados pelos Notários, Oficiais de Registro
de Imóveis ou seus prepostos, os atos e termos relacionados com a transmissão de bens imóveis
ou de direitos a eles relativos, sem a prova do pagamento do imposto ou do reconhecimento
administrativo da não incidência, da imunidade ou da concessão de isenção.

Art. 50. A falta de pagamento do Imposto nos prazos fixados sujeitará o contribuinte e/ou responsável:
I - à multa de 2% (dois por cento) sobre o valor do débito atualizado monetariamente, se o pagamento
ocorrer até o último dia útil do exercício do lançamento do imposto;
II - à multa de 10% (dez por cento) sobre o valor do débito atualizado monetariamente, se o pagamento
ocorrer em exercício posterior ao do lançamento do imposto;
III - cobrança de juros moratórios à razão de 1% (um por cento) ao mês, incidente sobre o valor do débito
atualizado monetariamente;
IV – à atualização monetária do débito calculada com base no valor da UFMRB vigente a data da quitação do
tributo;
V - inscrita ou ajuizada a dívida, serão devidos, também, custas e honorários de advogado, na forma da
legislação.
Base de Cálculo e Alíquota ITBI
Art. 38. CTN. A base de cálculo do imposto é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos.

Base de cálculo do ITBI → Art. 38 CTN – É o valor venal dos bens ou direitos

Base de cálculo do IPTU → Art. 33 CTN – É o valor venal do imóvel

TRIBUTÁRIO. ITBI. IPTU. BASES DE CÁLCULO. VALOR VENAL. IDENTIDADE NECESSÁRIA.


INEXISTÊNCIA. 1. O valor venal do imóvel apurado para fins de ITBI não coincide, necessariamente,
com aquele adotado para lançamento do IPTU. (...) 3. Recurso Especial provido. (REsp 1199964/SP,
Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/09/2013, DJe 23/10/2013)

Kiyoshi Harada: o valor venal do imóvel é o preço alcançado nas operações de venda à vista,
consideradas as condições normais do mercado imobiliário.
Base de Cálculo e Alíquota ITBI
L. C. n. 1.508/2003 (CTMRB)
Art. 38. Para efeito de recolhimento do imposto, deverá ser utilizado o valor constante do
instrumento de transmissão ou cessão.
§ 1º. Prevalecerá o valor venal do imóvel apurado no exercício, com base na Planta Genérica de
Valores do Município, ou preço de mercado, quando o valor referido no "caput" for inferior.
(...)
§ 5º. Nos casos de divisão do patrimônio comum, partilha ou extinção de domínio, a base de
cálculo será o valor da fração ideal superior à meação ou à parte ideal.
§ 7º. Nas permutas o imposto será cobrado dos adquirentes permutantes, tomando-se por base
um dos valores permutados, quando iguais, ou o valor maior, quando diferentes.

Art. 52. Sempre que sejam omissos ou não mereçam fé às declarações ou os esclarecimentos
prestados ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo, ou pelo terceiro legalmente obrigado,
mediante processo regular, a Administração Pública poderá arbitrar o valor referido no artigo 37.
Parágrafo único. Caberá arbitramento se o valor do bem imóvel constar de avaliação contraditória
administrativa ou judicial.
Base de Cálculo e Alíquota ITBI
L. C. n. 1.508/2003 (CTMRB)
Art. 39. As alíquotas do imposto são as seguintes:

I. transmissões realizadas pelo Sistema Financeiro de Habitação:


a) sobre o valor efetivamente financiado: 0,5% (meio por cento);
b) sobre o valor restante: 2% (dois por cento).

II - demais transmissões: 2% (dois por cento).

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