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Imposto Predial Territorial

Urbano
Prof. Msc. Bernardo Mendonça Nobrega
bernardomnobrega@gmail.com
• Fundamentos
- Art. 156, I, CF
- Arts. 32 a 34, CTN
- Art. 7º, Lei 10.257/2011
- Leis municipal
Art. 156/CF. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
I - propriedade predial e territorial urbana

Art. 32/CTN. O imposto, de competência dos Municípios,


sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato
gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem
imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na
lei civil, localizado na zona urbana do Município.
- Propriedade
Art. 1.228/CC. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da
coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a
possua ou detenha.
• Os 4 poderes: Usar / Gozar / Dispor / Reaver

- Domínio Útil
• Somente 1 poder: Usar

- Posse
Art. 1.196/CC. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o
exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Regra-Matriz de Incidência do IPTU
• Critério Material: artigo 32/CTN - “ser proprietário,
possuidor ou detentor de domínio útil de propriedade
predial e territorial”

Extensão da Propriedade - Propriedade PREDIAL (acessões


artificiais) e TERRITORIAL (nua-propriedade + acessões
naturais)
• Critério Temporal: dia primeiro de cada ano.

• Critério Espacial: área urbana do município.


- Tem IPTU em Zona Rural?
Art. 32/CTN. (...) §2º. A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis,
ou de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos
competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que
localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior.

Art. 2º/ Lei 6.766/79 . O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante
loteamento ou desmembramento, observadas as disposições desta Lei e as das
legislações estaduais e municipais pertinentes.
§1º. Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a
edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou
prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes.
Súmula 626/STF - A incidência do IPTU sobre imóvel situado em área considerada pela
lei local como urbanizável ou de expansão urbana não está condicionada à existência
dos melhoramentos elencados no art. 32, § 1º, do CTN (Súmula 626, PRIMEIRA SEÇÃO,
julgado em 12/12/2018, DJe 17/12/18)

Para relembrar
§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei
municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em
pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II - abastecimento de água;
III - sistema de esgotos sanitários;
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros
do imóvel considerado.
• Critério Pessoal
a) ativo: Município

b) passivo: art. 34, CTN - “proprietário, possuidor ou


detentor do domínio útil”

Cabe à legislação municipal estabelecer o sujeito passivo


do IPTU (Súmula 399, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
23/09/2009, DJe 07/10/2009)
• IPTU x Multipropriedade

Art. 1.358-C/CC. Multipropriedade é o regime de condomínio


em que cada um dos proprietários de um mesmo imóvel é
titular de uma fração de tempo, à qual corresponde a
faculdade de uso e gozo, com exclusividade, da totalidade do
imóvel, a ser exercida pelos proprietários de forma alternada.

Art. 124/CTN. São solidariamente obrigadas:


I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que
constitua o fato gerador da obrigação principal;
• IPTU x Locatário

Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções


particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de
tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para
modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações
tributárias correspondentes.

Súmula 614-STF. O locatário não possui legitimidade ativa para


discutir a relação jurídico-tributária de IPTU e de taxas
referentes ao imóvel alugado nem para repetir indébito desses
tributos.
• IPTU x Bem público ocupado por entidade com fins lucrativos

- Incide o IPTU, considerado imóvel de pessoa jurídica de direito público


cedido a pessoa jurídica de direito privado, devedora do tributo.
[Tese definida no RE 601.720, rel. min. Edson Fachin, red. p/ o ac. min.
Marco Aurélio, P, j. 19-4-2017, DJE 200 de 5-9-2017 - Tema 437.]

- A imunidade recíproca, prevista no art. 150, VI, a, da Constituição não se


estende a empresa privada arrendatária de imóvel público, quando seja
ela exploradora de atividade econômica com fins lucrativos. Nessa
hipótese é constitucional a cobrança do IPTU pelo Município
[Tese definida no RE 594.015, rel. min. Marco Aurélio, P, j. 6-4-2017, DJE
188 de 25-8-2017 - Tema 385.]
• Critério Quantitativo
a) base de cálculo: art. 33, CTN - “valor venal do imóvel”: valores fixados oficialmente
por processos técnicos, independentes do arbítrio pessoal

Súmula 160/STJ - É defeso, ao município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em


percentual superior ao índice oficial de correção monetária (Súmula 160, PRIMEIRA
SEÇÃO, julgado em 12/06/1996, DJ 19/06/1996, p. 21940)

• Base de Cálculo x Anterioridade nonagesimal

Art. 150, §1º, CF: A vedação do inciso III, b [ anterioridade de exercício ], não se aplica
aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III,
c [ anterioridade nonagesimal ], não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I,
153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos
arts. 155, III, e 156, I.
b) alíquota: definidas pela lei municipal

- Pode ser DIFERENTE de acordo com a localização e o uso do imóvel


Art. 156. §1º, II, CF: “Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º,
inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e
o uso do imóvel.

- Pode ser PROGRESSIVA (capacidade contributiva e extrafiscalidade)

Art. 156, §1º, II, CF: “Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º,
inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá ser progressivo em razão do valor do imóvel.

Art. 182, §4º, II, CF: É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área
incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não
edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena,
sucessivamente, de imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
• Progressividade no tempo nos termos da lei federal
Lei 10.257/2001 – Estatuto da Cidade (norma geral)
Seção III Do IPTU progressivo no tempo
Art. 7º. Em caso de descumprimento das condições e dos prazos previstos na forma
do caput do art. 5o desta Lei, ou não sendo cumpridas as etapas previstas no § 5o do
art. 5o desta Lei, o Município procederá à aplicação do imposto sobre a propriedade
predial e territorial urbana (IPTU) progressivo no tempo, mediante a majoração da
alíquota pelo prazo de cinco anos consecutivos.
§1º. O valor da alíquota a ser aplicado a cada ano será fixado na lei específica a que se
refere o caput do art. 5o desta Lei e não excederá a duas vezes o valor referente ao
ano anterior, respeitada a alíquota máxima de quinze por cento.
§2º. Caso a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar não esteja atendida em cinco
anos, o Município manterá a cobrança pela alíquota máxima, até que se cumpra a
referida obrigação, garantida a prerrogativa prevista no art. 8o.
§3º. É vedada a concessão de isenções ou de anistia relativas à tributação progressiva
de que trata este artigo.

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