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IPTU

PROGRESSIVO
NO TEMPO

BRUNA BRAUER + JULIA REIS + MATHEUS CHEREM


IPTU CÓDIGO TRIBUTARIO NACIONAL - Lei nº 5.172 de 25 de Outubro de 1966
Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios.

Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a § 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas
propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de
propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por loteamentos aprovados pelos órgãos competentes,
natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo

localizado na zona urbana do Município. que localizados fora das zonas definidas nos termos do

§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona parágrafo anterior.

urbana a definida em lei municipal; observado o requisito


Art. 33. A base do cálculo do imposto é o valor venal do
mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo
imóvel.
menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos
pelo Poder Público:
DECRETO-LEI Nº 57/66
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; CRITÉRIOS DA SITUAÇÃO E DA DESTINAÇÃO DO IMÓVEL.
II - abastecimento de água;
Art 15. O disposto no art. 32 da Lei nº 5.172, de 25 de
III - sistema de esgotos sanitários; outubro de 1966, não abrange o imóvel de que,
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para comprovadamente, seja utilizado em exploração extrativa
vegetal, agrícola, pecuária ou agro-industrial, incidindo
distribuição domiciliar; assim, sôbre o mesmo, o ITR e demais tributos com o
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima mesmo cobrados.
de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado.
URBANIZAÇÃO
PREDATÓRIA
EXCLUDENTE
X
FUNÇÃO SOCIAL
DA PROPRIEDADE
URBANIZAÇÃO

Especulação Imobiliária

CIDADES - NEGÓCIO URBANIZAÇÃO


Dispersão urbana
PREDATÓRIA E EXCLUDENTE

X FUNÇÃO SOCIAL Áreas SUPERvalorizadas X Áreas SUBvalorizadas


DA PROPRIEDADE DIFERENÇA DE PREÇO EM DIFERENTES ÁREAS
MAIORES DEMANDAS DE MOBILIDADE

INFRAESTRUTURA
PREÇO ELEVADO DA TERRA
IMÓVEIS VAZIOS OU SUBUTILIZADOS

Imóveis vazios ou subutilizados, retidos


especulativamente, à espera de uma (ainda maior)
valorização, enquanto a cidade se expande e a
periferia se adensa.
FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE

Segundo nossa CONSTITUIÇÃO FEDERAL a propriedade


cumpre sua função social quando é utilizado de acordo
com as necessidade da sociedade e não apenas a partir
do interesse do proprietário.

Segundo o ESTATUTO DA CIDADE, a ordenação e o


controle do uso do solo, agem de forma a evitar a
retenção especulativa do imóvel urbano, e sua
subutilização ou não utilização.
INSTRUMENTOS
JURÍDICOS
Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios

IMPOSTO PREDIAL TERRITORIAL URBANO PROGRESSIVO NO TEMPO

Desapropriação com pagamentos em títulos de dívida pública

Segue a lógica do estado nacional burguês, ou seja, não é


ferramenta disruptiva, mas tentativa de por meio da
legislação limitar as consequências dos interesses individuais
que são em si predatórios e excludentes.
INSTRUMENTOS DE POLÍTICA PÚBLICA URBANA

O IPTU Progressivo no Tempo junto ao PEUC e a Desapropriação com pagamento em título de divida pública
são instrumentos dependentes e progressivos de política urbana previstos na Constituição Federal
regulamentados pelo Estatuto da Cidade.

Art. 182. (...)

§ 4º – É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado,
subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena,
sucessivamente, de:

I – parcelamento ou edificação compulsórios;


II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais
e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

A redação original da Emenda trazia a aplicação de forma independente.


Critérios de fiscalização

“Parcelamento, Edificação ou
Utilização Compulsórios” (PEUC)

IPTU Progressivo no tempo

Desapropriação com pagamentos em


títulos de dívida pública

caso o proprietário não cumpra os prazos e obrigações


sobre sua propriedade a prefeitura passará a cobrar o IPTU
Progressivo.

a alíquota do IPTU progressivo no tempo não excederá a


duas vezes o valor referente ao ano anterior, respeitada a
alíquota máxima de 15% e o tempo de aplicação de 5 anos.
IPTU Progressivo no Tempo

Influênciada pelas legislações europeias


Italiana, Francesa, Alemã e Expanhola, as quais já
utilizavam de instrumentos semelhantes na
aplicação de suas leis em meados do século XX,
que o Brasil veio por incorporar o PEUC e
posteriormente o IPTU Progressivo a sua
legislação.

Antes de ser regulamentado pela Constituição a


progressividade das alíquotas do IPTU constava
da regulamentação do Projeto Comunidades
Urbanas para Recuperação Acelerada (CURA), em
1973, como exigência para os municípios que
viessem a participar do programa, cujo objetivo
era racionalizar o uso do espaço urbano e
Constituição Federal (art. 32, §1º; art. 156, I, § 1°; art. 182, § 4°, II)
melhorar as condições habitacionais. O IPTU
progressivo foi entendido como um mecanismo Código Tributário Nacional - CNT (art. 18, II; arts. 32 a 34)
extrafiscal que visava ao controle do uso do solo Estatuto da Cidade - Lei federal n° 10.257/2001 (art. 7°)
urbano (PESSOA, 1981, p. 120-121).
Lei municipal que institua o imposto (verificar a lei local)
IPTU Progressivo no Tempo

instrumento jurídico que autoriza ao governo municipal


aumentar, progressivamente, o valor da alíquota do IPTU de um
imóvel, caso seu proprietário não lhe dê a utilização conforme o
previsto no Plano Diretor.

a medida consiste em desincentivo fiscal aos proprietários em


manter imóveis abandonados, terrenos vazios sem edificação, ou
glebas sem utilização e parcelamento, de forma a racionalizar e
otimizar a ocupação das cidades segundo constituição federal.

A alíquota do imposto será majorada, podendo ser duplicada ano


a ano, por cinco anos, até o limite de 15%. Se, ainda assim, o
proprietário não der uma função social ao imóvel, faz-se possível
a desapropriação-sanção, isto é, a desapropriação com
pagamento em títulos da dívida pública.
ESTUDO DE CASO - São Bernardo Do Campo, São Paulo

o município pratica diferentes


alíquotas (de 0,30% a 2,50%)

quaisquer que sejam as alíquotas


aplicadas elas são duplicadas a
cada ano, mantendo-se unificadas,
isto é, a progressividade não se
constitui em alíquota adicional –
não se soma à alíquota original.
ESTUDO DE CASO - Salvador, Bahia

OBJETIVO FUNDAMENTOS CONSIDERADOS:


Modernizar o Imposto sobre - A legislação tributária, nos níveis federal, estadual e municipal, com ênfase nas
a propriedade Predial e leis, decretos e normas jurídicas incidentes sobre o IPTU;
Territorial Urbana (IPTU) do - O perfil estimado das rendas médias mensais dos contribuintes e suas respectivas
município, tendo como capacidades contributivas, e a progressividade das alíquotas;
objetivo principal obter uma - Os principais fundamentos da metodologia de cálculo do IPTU praticada no
arrecadação superior à do município de Salvador, o banco de dados de 2008 relativo aos valores venais dos
ano anterior (2008), imóveis.
adotando-se uma política - A construção de diversos modelos de otimização matemática, e a realização de
tributária mais justa e capaz simulações com estes modelos, tendo como objetivo precípuo a determinação de
de corrigir algumas alíquotas ótimas coerentes com a capacidade contributiva dos munícipes e,
distorções identificadas na deste modo, socialmente mais justas.
metodologia de cálculo do
tributo.
ESTUDO DE CASO - Salvador, Bahia

Cálculo do IPTU até 2008:


[(Alíquota . Valor Venal Principal) + (Alíquota de Terreno. Valor Venal Excedente)]. Fator de Correção do Valor Venal

Para o cálculo da arrecadação global do IPTU


Em que:
de Salvador, são considerados cinco tipos de
imóvel e sete padrões construtivos.
Valor Venal Principal = Valor Venal do Terreno + Valor Venal da Construção
Valor Venal do Terreno = Área de Uso Privativo. VUPt. Fator de Correção 1) Residenciais - Apartamentos
Valor Venal da Construção = Área Construída. VUPc. Fator de Correção 2) Residenciais - Casas
Valor Venal Excedente = Área Excedente. VUPt. Fator de Correção 3) Comerciais e de Serviços
4) Industriais
Área Excedente = Área do Terreno - (5. Área da Construção)
5) Especiais e Institucionais.
VUPt = Valor do m2 do Terreno
VUPc = Valor do m2 da Construção 1) Alto Luxo
Fator de Correção = É um valor que se aplica ao Valor Venal da unidade 2) Luxo
imobiliária objetivando uma aproximação do valor de mercado. 3) Alto
4) Bom
5) Médio
6) Simples
7) Precário
ESTUDO DE CASO - Salvador, Bahia
1. REAVALIAR inicialmente as alíquotas a serem adotadas para os imóveis
residenciais (apartamentos).

2. TESTAR a mudança do atual sistema de atribuição de alíquotas,


utilizando-se de um determinado número de FAIXAS DE VALORES VENAIS
(intervalos) da base de cálculo, em substituição aos critérios relacionados ao
padrão construtivo dos imóveis.

3. Aplicação do princípio da progressividade de forma coerente com a RENDA


MEDIA FAMILIAR brasileira, considerando as oito classes sociais definidas
pelo critério da Abep, evitando-se manter a carga tributária na mesma
proporção para contribuintes com diferentes capacidades contributivas,
adotando-se, portanto, a PROGRESSIVIDADE EXPONENCIAL.

4. Cogitar a hipótese de que é possível conseguir o incremento da


arrecadação do IPTU praticando-se JUSTIÇA TRIBUTÁRIA, por meio da
utilização de um modelo de otimização NÃO LINEAR paramétrica,
considerando-o, portanto, o método mais adequado para se atingir os
objetivos esperados.

5. SUBSTITUIR a atual sistemática, em que as alíquotas são determinadas de


acordo com o padrão construtivo de cada tipo de imóvel, pela alternativa
relacionada a faixas de valores venais (intervalos) nas quais os imóveis estão
inseridos.
http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/marco-regulatorio/plano-diretor/estrategias-ilustradas/
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2018/05/04/O-que-%C3%A9-IPTU-progressivo.-E-como-tem-sido-sua-aplica
%C3%A7%C3%A3o-em-S%C3%A3o-Paulo
http://infoecidade.blogspot.com/2010/05/iptu-progressivo-no-tempo.html
https://www.significados.com.br/iptu/
http://www.caubr.gov.br/wp-content/uploads/2017/10/CAPACIDADES2.pdf
https://www1.folha.uol.com.br/cot’
http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/2179-2/

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