Você está na página 1de 40

LEGISLAÇÃO

CONTEÚDO

01 DEFINIÇÕES
04 SSA 2 07 ZEIS

02 ZAN Orla e UCN 05 ZEPH SPR

03 ZEDE CP CE 06 ZEPH SPA


01 DEFINIÇÕES
Para o melhor entendimento do trabalho, a seguir foram listados e definidos os intrumentos de política urbana, para
que então, no próximo capítulo, sejam apresentados os que compõem a região norte do bairro de Santo Amaro.

De acordo com o Art. 147. Instrumentos Jurídico-Urbanísticos > Instrumentos I - Solo urbano não edificado: os imóveis localizados em toda a Macrozona de
Indutores da Função Social da Propriedade > EC- Edificação ou Utilização Comul- Ambiente Construído-MAC e na Macrozona de Ambiente Natural - MAN cujo
sória coeficiente de aproveitamento não atingir o mínimo definido para a zona em
que se situam;
O imóvel que não cumpre a função social está sujeito à aplicação sucessiva de
três instrumentos urbanísticos: II - Imóveis não utilizados: os lotes ou glebas edificadas cuja área construída
não seja utilizada há mais de 05 (cinco) anos;
A. EC- Edificação ou Utilização Compulsória;
III - Imóveis subutilizados: aqueles cujos coeficientes de utilização não atin-
B. IPTU Progressivo no Tempo; jam o mínimo definido por zona, previsto no artigo 143, e que apresentem mais
de 60% (sessenta por cento) da edificação sem uso há mais de 05 (cinco)
C. Desapropriação mediante pagamento em títulos da dívida pública; anos.

Art. 150 Identificados os imóveis nas condições previstas no artigo anterior, o


01. EC- Edificação ou Utilização Comulsória: Município notificará seus proprietários para que promovam, no prazo de um
ano:
Art. 148 São passíveis de parcelamento, edificação ou utilização compulsórios,
incidência de imposto predial e territorial urbano progressivo no tempo e desapro- I - o parcelamento ou edificação compulsórias; e,
priação com pagamento mediante título da dívida pública os imóveis não edifica-
dos, subutilizados ou não utilizados localizados em toda a Macrozona de Ambiente II - utilização efetiva da edificação.
Construído - MAC e Macrozona de Ambiente Natural - MAN, observada a legislação
ambiental específica.
Art. 151 A notificação para os fins previstos no artigo anterior será feita:
Parágrafo único. Será facultado aos proprietários dos imóveis de que trata este
I - por funcionários do órgão competente do Executivo ao proprietário do
artigo, propor ao Poder Executivo Municipal o estabelecimento de consórcio imobi-
imóvel ou, no caso de pessoa jurídica, a quem tenha poderes de gerência geral
liário nos termos previstos no art. 46 da Lei Federal nº 10.257 - Estatuto da Cidade,
ou administrativa; e,
de 10 de julho de 2001.
II - por edital, quando frustradas por 3 (três) vezes as tentativas de notificação
Art. 149 Para fins desta lei, consideram-se:
na forma prevista no inciso I.
§ 1º A notificação deverá ser averbada no cartório de registro de imóveis. I.Edificação compulsória: Esta autoriza o município a impor a responsabilidade
de edificar ao proprietário do solo urbano não edificado ou subutilizado. Sendo
§ 2º Os proprietários deverão, no prazo máximo de um ano a partir do recebi- o mesmo obrigado a suprir o coeficiente de aproveitamento mínimo fixado pelo
mento da notificação, protocolar pedido de aprovação e execução de parcela- plano diretor. No primeiro caso de solo urbano não edificado, o proprietário
mento ou edificação. obrigado a construir de fato uma edificação e no segundo caso a demolir a
construção existente ou ao menos acrescentar uma construção para que o
§ 3º Apenas por duas vezes poderão ser apresentados pedidos de aprovação de aproveitamento mínimo corresponda ao mínimo indicado pelo plano diretor.,
projetos para o mesmo lote.
II. Utilização compulsória: Esta intende a autorizar o município a propor ao
§ 4º O parcelamento ou edificação deverá ser iniciado no prazo máximo de dois proprietário o compromisso de utilizar o solo não-utilizado tanto quantitativa-
anos a contar da aprovação do projeto. mente quanto qualitativamente, isso significa dizer que, além de se verificar se
há desatendimento ao coeficiente mínimo de aproveitamento, deve-se verificar,
§ 5º Em empreendimentos de grande porte, excepcionalmente, poderá o parce- também, se a utilização do imóvel está de acordo com o princípio da função
lamento e edificação compulsória serem realizados em etapas, assegurando- social da propriedade, através de outros indicadores elaborados pelo próprio
-se que o projeto aprovado compreenda o empreendimento como um todo. plano diretor.

§ 6º Os proprietários notificados em virtude da não utilização de edificações de 02. IPTU Progressivo no Tempo;
suas propriedades deverão garantir, no prazo de um ano a partir do recebimento
da notificação, que as mesmas cumpram sua função social. O Imposto Predial e Territorial Progressivo no Tempo, tem como objetivo deses-
timular terrenos ociosos na cidade, através da cobrança de um tributo de valor
Art. 152 A transmissão do imóvel por ato "inter vivos" ou "causa mortis" poste- crescent que pode ser duplicado ano a ano, pelo prazo de cinco anos consecuti-
rior à data da notificação transfere as obrigações de parcelamento, edificação vos até o limite de 15%. Este instrument é regularizado e estabelecido pelos
ou utilização do imóvel, sem interrupção de quaisquer prazos. artigos citados abaixo.

Art. 153 Nos casos de operações urbanas consorciadas, leis específicas sobre a Art. 148 São passíveis de parcelamento, edificação ou utilização compul-
matéria poderão determinar regras e prazos para adoção dos instrumentos do sórios, incidência de imposto predial e territorial urbano progressivo
parcelamento, edificação e utilização compulsória dos imóveis. no tempo e desapropriação com pagamento mediante título da dívida
pública os imóveis não edificados, subutilizados ou não utilizados
Esta posição está sedimentada na legislação, de acordo com a leitura dos localizados em toda a Macrozona de Ambiente Construído - MAC e Macro-
artigos 145 ao 153 da lei Lei 10.257/ 01 o instrumento jurídico de edificação ou zona de Ambiente Natural - MAN, observada a legislação ambien-
Utilização Compulsória (EC) trata-se de uma previsão constitucional e legal que tal específica.
permite e determina que o poder municipal imponha o princípio da função social
da propriedade urbana, com impedimento a retenção meramente especulativa Art. 154 Esgotados os prazos previstos nos artigos anteriores sem o cum-
em solos subutilizados, não edificados ou não-utilizados. A medida não possui primento pelos proprietários das obrigações estabelecidas, o Municí-
caráter punitivo, apenas aponta a providência que deve ser tomada pelo proprie- pio fará incidir sobre o imóvel a cobrança do imposto predial e ter-
tário. ritorial urbano progressivo no tempo.
§ 1º Após o transcurso do prazo para cobrança do IPTU progressivo, o Art. 181 O direito de preempção será exercido sempre que o Poder Público
Município poderá aplicar, de forma progressiva, a alíquota do IPTU necessitar de áreas para:
vigente no exercício anterior até atingir o limite máximo de 15%
(quinze por cento). I - regularização fundiária;

II - execução de programas e projetos habitacionais de interesse social;


03. Desapropriação mediante pagamento em títulos da dívida pública;
III - ordenamento e direcionamento da expansão urbana;
A Desapropriação mediante pagamento em títulos de dívida pública, trata-se
de um terceiro recurso jurídico para evitar a espaços ociosos na cidade e a IV - implantação de equipamentos urbanos e comunitários;
especulação fundiária e imobiliária, garantindo a função social da propriedade.
Permitindo que o poder público desaproprie o imóvel, podendo ser realizado V - criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes;
diretamente, por alienação ou por concessão a terceiros, sendo aplicada de
acordo com o Art 156 citado abaixo. VI - criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas de
interesse ambiental; e,
Art. 156 Decorridos 05 (cinco) anos de cobrança do IPTU progressivo sem
que o proprietário tenha cumprido a obrigação de parcelar, edificar VII - proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou paisagístico.
e utilizar os imóveis nos prazos e condições previstas nos artigos
anteriores, poderá o Município proceder à desapropriação com paga-
mento em títulos da dívida pública, na forma prevista no artigo 182, § 4º, Art. 182 O proprietário de imóvel situado em áreas delimitadas em lei específi-
inciso III da Constituição Federal e em conformidade com o artigo ca, sobre as quais incidirá o direito de preempção, deverá notificar sua intenção
8º da Lei Federal nº 10.257- Estatuto da Cidade, de 10 de julho de alienar o imóvel para que o Município, no prazo máximo de 30 (trinta) dias,
de 2001. manifeste, por escrito, seu interesse em comprá-lo.

04. Direito de Preempção. § 1º À notificação mencionada no "caput" deste artigo será anexada a proposta
de compra, assinada por terceiro interessado na aquisição do imóvel, da qual
O direito de preempção, segundo o art. 180 do Plano Diretor de Recife, concede constarão preço, condições de pagamento e prazo de validade.
ao poder público possibilidade legal de preferência para aquisição de imóvel
urbano, antes de sua comercialização no âmbito privado e acatando o valor § 2º O Município fará publicar, em órgão oficial e em, pelo menos, um jornal
vigente no mercado imobiliário. local ou regional de grande circulação, edital de aviso da notificação recebida,
nos termos do "caput", e da intenção de aquisição do imóvel nas condições da
Art. 180 O Poder Público municipal poderá exercer o direito de preempção para proposta apresentada.
aquisição de imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre particulares,
conforme o disposto nos artigos 25, 26 e 27 da Lei Federal nº 10.257 - Estatuto § 3º A alienação processada em condições diversas da proposta apresentada é
da Cidade, de 10 de julho de 2001. nula de pleno direito.
§ 4º Ocorrida a hipótese prevista no § 3º, o Município poderá adquirir o imóvel Coeficiente de Utilização Básico:
pelo valor da base de cálculo do IPTU ou pelo valor indicado na proposta apre- É o índice que determina a área de construção permitida para cada zona
sentada, se este for inferior àquele. da cidade, sem acréscimos decorrentes de importação de potenciais atra-
vés da Transferência do Direito de Construir ou da Outorga Onerosa;
Art. 183 Lei municipal delimitará as áreas e todas as demais condições em que
poderá ser exercido o direito de preempção. 06. Transferência do Direito de Construir.

05. Outorga Onerosa. A transferência do direito de construir (TDC) é uma lei, que se consolidou como
instrumento de utilização nos casos onde a uma “perda” de potencial construti-
vo, seja por questões de interesse ambiental, funcional ou histórico. A lei
A Outorga Onerosa do Direito de Construir constitui a prerrogativa que o
funcional de modo que haja uma possibilidade de recolocação do potencial
proprietário de imóvel tem de edificar acima do limite permitido em virtude de
construtivo que é negado, pela lei, a determinado proprietário do imóvel, ou
contraprestação financeira. Veja-se que este limite consiste no Coeficiente de
seja, transferir área construída de uma propriedade que não é permitida, para
Aproveitamento Básico, que é estabelecido no Estatuto da Cidade ou no Plano
outra propriedade com potencial.
Diretor, em face da qualificação de cada imóvel dentro de determinada região.
A transferência do direito de construir, prevista no artigo 35 do estatuto da
O Índice de Aproveitamento básico aponta uma restrição sobre o direito de
cidade implica em estabelecer que a lei se encaixa em áreas onde o poder públi-
construir, com vistas a obstar um saturamento da infraestrutura urbana. Este
co considere necessárias para:
quantitativo é calculado por meio da divisão da área total do imóvel pela área
passível de ser construída. Nesse sentido, caso o Coeficiente Básico seja 1, isto
1. Implantação de equipamentos urbanos e comunitários;
significa que o proprietário do imóvel pode construir em toda a área disponível.
2. Preservação, quando o imóvel for considerado de interesse histórico,
A partir deste instituto, aquele que desejar construir a mais, deve fornecer uma
ambiental, paisagístico, social ou cultural;
contrapartida equivalente, “barganhado” seu direito de edificar. Nada obstante,
este excesso nunca pode ser superior ao Coeficiente Máximo de Aproveitamen-
3. Servir a programas de regularização fundiária, urbanização de áreas
to.
ocupadas por população de baixa renda e habitação de interesse social.
Na Lei No 10.257, que institui o Estatuto da Cidade, a outorga onerosa do direi-
to de construir é qualificada como um dos institutos jurídicos e políticos passí-
veis de utilização para o cumprimento dos fins do diploma legal. A regulação
específica a cada município deve ser verificada no Plano Diretor de cada locali-
dade, conforme aponta o estatuto.

Coeficiente de Utilização:
É o índice que, multiplicado pela área do terreno, resulta na área de cons-
trução permitida em cada zona da cidade, estabelecendo as condições de
utilização dos instrumentos urbanísticos, jurídicos e tributários definidos
no Plano Diretor do Recife.
07. Operações Urbanas Consorciadas. X - implementação dos serviços de saneamento ambiental; e,

Segundo o Plano Diretor do Recife (2008), considera-se operação urbana XI - Implantação de acessibilidade universal.
consorciada o conjunto de intervenções e medidas coordenadas pelo Poder
Público municipal, com a participação dos proprietários, moradores, usuários E por fim, a lei municipal específica delimitará as áreas para aplicação de
permanentes e investidores privados, com o objetivo de alcançar em uma área operações urbanas consorciadas, porém deve-se constar do plano da opera-
transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e a valorização ção:
ambiental (art.169).
I - definição da área a ser atingida;
Segundo o art. 171, as Operações Urbanas Consorciadas têm como objetivo
implementar projeto urbano e atender às seguintes finalidades: II - programa básico de ocupação da área;

I - implantação de equipamentos estratégicos para o desenvolvimento III - programa de atendimento econômico e social para a população
urbano; diretamente afetada pela operação;

II - otimização de áreas envolvidas em intervenções urbanísticas de IV - finalidades da operação;


porte e reabilitação de áreas consideradas subutilizadas;
V - estudo prévio de impacto de vizinhança;
III - implantação de programas de habitação de interesse social e de
regularização fundiária; VI - contrapartida a ser exigida dos proprietários, usuários permanentes
e investidores privados em função da utilização dos benefícios advindos
IV - ampliação e melhoria da rede estrutural de transporte público coleti- da respectiva operação;
vo;
VII - forma de controle da operação compartilhada com os munícipes;
V - implantação de espaços e equipamentos públicos;
VIII - implementação de programas habitacionais dentro do perímetro da
VI - valorização e conservação de patrimônio ambiental, histórico, arqui- operação, em caso da necessidade de remoção ou transferência de
tetônico, cultural e paisagístico; moradias;

VII - melhoria e ampliação da infra-estrutura e da rede viária; IX - preservação de imóveis ou espaços urbanos de especial valor cultu-
ral e ambiental;
VIII - requalificação, reabilitação ou transformação de áreas com carac-
terísticas singulares; X - destinação específica dos recursos oriundos de contrapartidas finan-
ceiras decorrentes da operação urbana prevista; e,
IX - potencialização da dinâmica econômica e de oportunidades de
novas localidades para o uso habitacional; XI - implementação de mecanismos de sustentabilidade ambiental.
02 ZAN Orla e UCN
EC-Se tratando da aplicação da PEUC na área ZAN orla e UCN DP-A aplicação do direito de preempção na UCN (anexo 1)
concluiu-se que esta previsão legislativa que pretende a não é concebível, pois na zona situa-se o território da Vila
imposição da função social na propriedade urbana é apenas Naval que é de propriedade da Marinha (público). Também
parcialmente exequível, tendo em vista que só poderia ser não é possível instituir o direito de preempção na ZAN ORLA
executada em plenas funções na ZAN Orla. Pois no que (anexo 1) de acordo com o Artigo 150 do ofício n°259/2018
condiz a UCN , referente a um território de conservação am- GP. a do IPTU Progressivo, conforme a legislação ambiental
biental, a construção de qualquer edificação é coibida, sendo
assim não há infraestrutura para que tanto a edificação
quanto a utilização compulsória sejam aplicadas
Art. 150. O Direito de Preempção incide em: I – Zonas Espe-
ciais de Interesse Social 2; e II – Zonas Especiais de Centra-
IP-O IPTU Progressivo pode ser aplicado na Zona de Ambien- lidade, com prioridade para a estratégia de implantação dos
te Natural (ZAN Orla) e Unidades de Conservação da Natureza Sistemas de Equipamentos Urbanos e Sociais. Parágrafo
(UCN) nos lotes que não cumprem suas funções sociais em único. A partir da elaboração de Projetos Especiais e Opera-
toda área que se insere no Ambiente Natural (MAN), seguindo ções Urbanas Consorciadas, em especial no que se refere à
a legislação ambiental específica, buscando a preservação da ampliação de áreas públicas verdes e de lazer, poderão
natureza estimulando a biofilia. surgir novas áreas sujeitas ao Direito de Preempção.

DS-A ZAN Orla é passível de aplicação da desapropriação por ON-A ZAN ORLA zona de ambiente natural e nas Unidades de
título da dívida pública, já na UCN não pode por se tratar de Conservação da Natureza, são áreas de restrição ambiental, e
uma zona de preservação ambiental. Atingem os lotes edifi- ambas possuem o coeficiente de ocupação máximo acima do
cados, subutilizados ou não utilizados que não cumprem com básico, então, para as áreas de ZAN Orla e UCN, não se aplica
a função social, podendo sofrer a desapropriação do lote em a outorga onerosa, haja vista que o coeficiente máximo é o
caso através de dividas geradas previamente pela cobrança próprio básico, tornando assim impraticável o uso do instru-
do IPTU Progressivo, conforme a legislação ambiental espe- mento em tela.
cífica da área.
TC-Predominantemente composta pela orla da Vila Naval e
por áreas de vegetação, a ZAN Orla e UCN, estão convenien-
tes a transferência do potencial constitutivo. Avaliasse que
em ambas as zonas, tanto na ZAN Orla como na UCN, se
encontram passiveis a aplicação da lei de transferência do
direito de construir pois corresponde a área de preservação
ambiental.

OU- Para a ZAN (Zonas de Ambiente Natural) e a UCN do


Estuário do Rio Capibaribe, o Plano Santo Amaro Norte prevê
a requalificação da frente d’água, com o tratamento das mar-
gens e implantação de parque público linear, integrando
desde o Parque da Rua da Aurora, o Cais Sinhá Menezes e a
área do estuário do Rio Capibaribe em frente à Vila Naval.
Assim, conclui-se que é possível a aplicação desta lei desde
que haja, de acordo com o Plano Diretor (2008), a compatibi-
lização dos padrões de ocupação com a preservação dos ele-
mentos naturais da paisagem urbana, para garantir a preser-
vação dos ecossistemas existentes. Ou seja, contanto que as
melhorias urbanas se adequem ao que o zoneamento define,
além da aprovação do poder público municipal, pode haver
transformações urbanísticas na área.
03 ZEDE CP CE
EC- Tratando-se dos instrumentos legislativos da utilização e DP- O direito de preempção pode ser aplicado na ZEDE CP CE,
edificação compulsória na ZEDE CP CE, tais instrumentos são já que a mesma é uma zona especial de dinamização econô-
tanto possíveis quanto necessários. Tendo em vista que a mica, tendo potencial para requalificação urbana com inclu-
ZEDE tem como objetivo geral promover a requalificação são sócio-espacial e dinamização econômica.
urbana e ambiental, visando o suporte a concentração de
atividades múltiplas. Os mecanismos de edificação e utiliza- Sobre a ZEDE:
ção compulsória são instrumentos essenciais para obter tais
resultados de requalificação urbana, sendo assim, primor- Art. 133 As Zonas Especiais de Dinamização Econômica -
diais para a área em questão. ZEDE têm como objetivo geral promover a requalificação
urbana e ambiental, para dar suporte à concentração de
IP-É possível aplicar o IPTU Progressivo na ZEDE CP CE, por atividades múltiplas.
se tratar de uma Zona Especial de Dinamização Econômica
onde estimula a economia local através de uma legislação Art. 135 Os Planos específicos para as ZEDE deverão respei-
mais permissiva. Desta forma, os lotes e imóveis que se tar, além do objetivo geral, os objetivos específicos abaixo
encontram ociosos que forem notificados pela PEUC estão relacionados:
sujeitos a cobrança de impostos.
a) Melhorar a infra-estrutura existente;

DS-A ZEDE CP CE permitem o uso do instrumento jurídico-ur- b) Reorganizar os sistemas de mobilidade urbana através da
banístico, assim como os recursos que a precedem por se implantação de corredores exclusivos de transporte coletivo
tratar de uma zona de dinamização econômica, onde os lotes e da requalificação dos corredores não exclusivos;
edificados, subutilizados ou não utilizados que estiverem em
divida pública podem ser desapropriados c) Garantir a acessibilidade através da recuperação dos pas-
seios públicos e remoção de obstáculos;
d) Reabilitar ou definir novos planos de quadra, dotados de SOBRE O DIREITO DE PREEMPÇÃO:
galerias para pedestres;

e) Proteger e conservar o patrimônio histórico, cultural e am- l) Garantir a mobilidade urbana através de melhorias na
biental; infra-estrutura viária e no incentivo aos espaços de estacio-
namento público e privado.
f) Reabilitar as áreas e imóveis ociosos ou subutilizados;
Art. 181 O direito de preempção será exercido sempre que o
g) Implantar mecanismos de combate à retenção imobiliária; Poder Público necessitar de áreas para:

h) Estimular o uso habitacional, o uso misto e promover pro- I - regularização fundiária;


gramas destinados à habitação social;
II - execução de programas e projetos habitacionais de inte-
i) Implantar espaços e equipamentos públicos voltados para resse social;
a saúde, educação, esportes, cultura, lazer e à inclusão para
o trabalho; III - ordenamento e direcionamento da expansão urbana;

j) Recuperar ou criar mercados públicos e apoiar as ativida- IV - implantação de equipamentos urbanos e comunitários;
des das pequenas e micro empresas;
V - criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes;
k) Fomentar as atividades econômicas e estimular os usos de
comércio e serviços VI - criação de unidades de conservação ou proteção de
SOBRE O DIREITO DE PREEMPÇÃO: outras áreas de interesse ambiental; e,

l) Garantir a mobilidade urbana através de melhorias na VII - proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou
infra-estrutura viária e no incentivo aos espaços de estacio- paisagístico.
namento público e privado.
ON- Para as áreas de ZEDE CP CE, são áreas, com potenciais OU- De acordo com o plano diretor vigente, as Zonas Espe-
ou consolidadas, destinadas a atividades múltiplas, com ciais de Dinamização Econômica - ZEDE têm como objetivo
perfil de ocupação para projetos habitacionais de interesse geral promover a requalificação urbana e ambiental, para dar
social e um estimulo para o mesmo uso, bem como empreen- suporte à concentração de atividades múltiplas e, em que
dimentos comerciais, então devido a função social e a dina- especificamente para ZEDE Centro Principal - do Centro
mização da economia, é permitido aplicar o instrumento da Expandido - podem ser desenvolvidos planos específicos que
Outorga Onerosa, visando a lei estimular que essas áreas requalifiquem a área de maneira a preservar e fortalecer o seu
sejam fomentadas com o crescimento da expansão urbana raio de influência regional e metropolitano. Com base nisso,
ordenada, movimentando a economia, sempre respeitando confirma-se a aplicação da lei OU, já que a mesma cita como
um raio de influência regional e metropolitano, artigo 132 da objetivo a melhoria urbanística e social, além da valorização
Lei 17.511/2015. ambiental, onde se traduz a requalificação e preservação
urbana.

TC- Partindo de análises das áreas que equivalem a ZEDE CP


CE, observa-se que edifícios como o shopping recife, o mer-
cado de Santo Amaro e os órgãos públicos existentes estão
presentes nessa zona. Com base nisso, conclui-se que a
mesma corresponde a área de centro expandido, e, portanto,
avaliasse que a lei de transferência do direito de construir não
pode ser aplicada a essa zona, pois a mesma não se encaixa
nos parâmetros necessários para sua utilização.
04 ZEDE SSA2
EC- A aplicação desse instrumento urbanístico na área em DP-Edificações localizadas nos Setores de Sustentabilidade
questão é factível, tanto no que diz respeito a utilização Ambiental 2 (SSA 2), estarão aptos a exportar potencial cons-
quanto a edificação compulsória. No entanto é mandatório trutivo através da lei de TDC, ou então por meio do limite de
que a área em questão atenda aos parâmetros definidos pela coeficiente básico. Conclui-se, portanto, que na SSA 2, é pos-
Lei Municipal 18.111/2015, a mesma define limites e meca- sível ocorrer a transferência do direito de construir, pois a
nismos de compensação, prevendo “áreas de amortecimen- zona se encontra em áreas de preservação rigorosa, histórica
to”, para terrenos situados em zonas limítrofes de praças e e ambiental. Acrescenta-se ainda que, na zona, existem áreas
parques com áreas superiores a 600m². Portanto, na utiliza- de preservação social e cultural, como por exemplo, o cemi-
ção compulsória, para que este parâmetro seja empregue é tério dos ingleses e a praça Onze de julho.
imprescindível que a extensão do lote apresente superfície
ON-As áreas de ZEDE no setor de sustentabilidade ambiental
disponível para tais áreas de amortecimento previstas pela
2 “SSA”, foi criado para promover o equilíbrio ambiental e pai-
lei, no que condiz a edificação compulsória a mesma neces-
sagístico, através de preservação ou compensação das áreas
sidade de solo disponível se aplica.
vegetadas dos imóveis incluídos no setor, como prevê o
artigo 126 da Lei 17.511/2015. Por isso, não é permitido a
aplicação do instrumento da outorga onerosa, sendo permiti-
IP- Não é possível aplicar a ferramenta legislativa do IPTU do apenas exportar potencial construtivo mediante Transfe-
Progressivo na ZEDE - SSA 2, em razão dos lotes compreen- rência do Direito de Construir ou edificar até o limite do coefi-
didos no perímetro serem isentos de impostos, por se trata- ciente básico, definido no artigo 143 dessa mesma lei.
rem de praças e parques urbanos.

DS-A lei de Desapropriação por Título da Dívida Pública não


se aplica a ZEDE - SSA 2, por se tratar de parques e praças
públicas, que são isentas da cobrança de impostos, impossi-
bilitando que haja uma dívida pública.
OU-Segundo o plano diretor vigente, as Unidades Protegidas
são espaços legalmente instituídos pelo Poder Público Muni-
cipal, que exigem definição de usos e diretrizes especiais,
tendo em vista sua importância ambiental ou paisagística,
sendo necessária a sua preservação, conservação, recupera-
ção dos recursos ambientais.

As quadras limítrofes às Unidades de Equilíbrio Ambiental -


UEA, referentes a praças e parques são consideradas Setores
de Sustentabilidade Ambiental 2 - SSA 2, com o objetivo de
promover o equilíbrio ambiental e paisagístico, através da
preservação ou compensação das áreas vegetadas dos imó-
veis inseridos no Setor.
Desta forma, pode-se concluir que para a atuação de opera-
ções urbanísticas em uma SSA 2, tais ações devem seguir um
regramento específico e de aprovação própria para a zona, o
que não impede que hajam intervenções de operações urba-
nas consorciadas, mas sim, que limita tais atividades sobre a
área, principalmente à planejamentos de conservação, pre-
servação, recuperação.
05 ZEPH SPR
EC- A aplicação desse instrumento urbanístico só é praticá- OU- Para a ZEPH SPR que se tratar de uma área de setor de
vel parcialmente na ZEPH SPR. Por se tratar de uma área de preservação rigorosa, também é impraticável a aplicação do
preservação do patrimônio histórico  rigorosa  a aplicação instrumento da outorga onerosa nesta zona, conforme os
desse instrumento  só pode ser feita em caso de utilização parâmetros definidos na lei 18.046/2014, (SPR 1 da ZEPH -
compulsória e contanto que para atingir o coeficiente mínimo 8.1 e SPR 2 da ZEPH - 8.1; SPR 1 da ZEPH - 8.2 e SPR 2 da
de aproveitamento a ampliação da construção não seja man- ZEPH - 8.2; e, SPR da ZEPH - 8.3), permanecendo como
datória , pois caso isso aconteça o instrumento urbanístico objeto de análise especial pelo órgão competente.
utilizado será caracterizada como obrigação de edificar  ou
edificação compulsória que é inexequível em virtude das leis TC- Partindo de  análises das áreas que equivalem a ZEPH
de proteção que a área desfruta. SPR, observa-se que edifícios como os hospitais do câncer e
de Santo Amaro, o cemitério dos ingleses e a escola técnica
estadual (ETE)  estão presentes nessa zona. Baseado nisso, 
IP- O Imposto Progressivo, não é aplicável na zona ZEPH conclui-se que a mesma corresponde a área de preservação
SPR, por se tratar de uma Zona de Preservação Histórica no histórica rigorosa, social e cultural, e, portanto, a lei de trans-
Setor de Preservação Rigorosa. A legislação dessa zona é ferência do direito de construir é possível de ser aplicada.
restritiva e voltada para a sua preservação, os seus imóveis
OU- Mesmo a ZEPH SPR tratando-se de uma área de Preser-
por edifícios de caráter público como Hospitais, Cemitério,
vação do setor de preservação rigorosa, tal zona por possuir
Escolas, Área militar, entre outros, impossibilitando a aplica-
um significado histórico e/ou cultural requer sua manuten-
ção do IPTU Progressivo no Tempo.
ção, restauração ou compatibilização com o sítio integrante
do conjunto. Desta forma, há a possibilidade para a aplicação
da melhoria urbanística e social, prevista pela OU, desde que
DS-A Desapropriação por Título da Dívida Pública não é pos- haja uma aprovação do poder público municipal.
sível ocorrer na ZEPH SPR, visto que a zona não permite a
aplicação dos recursos jurídicos-urbanísticos que precedem A seguir, citam-se algumas diretrizes previstas pelo plano
a sua aplicação, em razão os perímetros dessa zona já se específico Santo Amaro Norte, que já servem como parâme-
encontrarem sob domínio público. tros norteadores em futuros projetos que, como já dito ante-
riormente, só serão aplicados com aprovação municipal.
OU- Mesmo a ZEPH SPR tratando-se de uma área de Preser- II. Propostas de Intervenções Físico-Territoriais na ZEPH-23
vação do setor de preservação rigorosa, tal zona por possuir e Entorno (Setores 3 e 4 da ZEDE), compreendendo;
um significado histórico e/ou cultural requer sua manuten-
ção, restauração ou compatibilização com o sítio integrante a. Requalificação dos passeios e da Praça General Abreu e
do conjunto. Desta forma, há a possibilidade para a aplicação Lima, integrando-a à Igreja de Santo Amaro das Salinas e
da melhoria urbanística e social, prevista pela OU, desde que Escola Técnica Almirante Soares Dutra;
haja uma aprovação do poder público municipal.A seguir,
citam-se algumas diretrizes previstas pelo plano específico b. Requalificação da Avenida Cruz Cabugá, com alargamento
Santo Amaro Norte, que já servem como parâmetros nortea- permitindo a plena implantação do corredor exclusivo do
dores em futuros projetos que, como já dito anteriormente, só transporte público – BRT;
serão aplicados com aprovação municipal.O anexo que se
segue corresponde à partes do “ANEXO II-A – INTERVEN-
ÇÕES NO TERRITÓRIO” do Plano Específico Santo Amaro c. Criação de espaço para equipamento público;
Norte, que exemplifica pontualmente as propostas para a
ZEPH. d. Implantação de vias para melhor articulação do território;
e. Interligação do Cais Sinhá Menezes ao Parque Linear pro-
posto.

IV. Diretrizes para Plano Específico da ZEPH 19, compreen-


dendo:

a. Reordenamento da ocupação dentro do polígono da SPR


da ZEPH no intuito de respeitar e revalorizar o patrimônio;

b. Adequação das interfaces do passeio público do Hospital


da Santa Casa, permitindo aumentar o conforto do pedestre e
ampliar a visibilidade ao monumento.
06 ZEPH SPA
EC- A aplicação dessa previsão constitucional que permite Não é possível a aplicação desse instrumento jurídico-urba-
que o poder municipal imponha o princípio da função social nístico no território ZEPH SPA 1 e 2 (Anexo 1), não só por tra-
na propriedade urbana, torna-se apenas parcialmente exe- tar-se de uma Zona de Preservação Histórica, que visa prote-
quível no território ZEPH de Santo Amaro Norte. Além de se ger e preservar tudo que à abrange, mas diante o território ser
tratar de uma área de preservação do patrimônio histórico- privativo, sob posse militar – A Vila Naval –, impossibilitando
-cultural, o território é também uma área militar pertencente a notificação dos proprietários pela lei da Parcelamento, Edi-
a Marinha brasileira, a Vila Naval. Essa parcialidade de execu- ficação ou Utilização Compulsórios (PEUC), visto que é
ção deve-se ao fato de que, tratando-se da edificação com- necessária a sua notificação prévia para que ocorra o IPTU
pulsória, está medida legal só poderia ser tomada em casos Progressivo no tempo.
de solos urbanos não edificados ou subutilizados que apre- Entretanto o território não está cumprindo a sua função
sentassem superfície suficiente para a adição de uma cons- social em sua maioria para a cidade, apesar dele se encontrar
trução pois tratando-se do solo urbano subutilizado em que protegido pela lei, a mesma visa a aplicações de recursos
essa superfície não é suficiente, a demolição é impossibilita- jurídicos no caso de obsolescência funcional, deve existir a
da devido a proteção legislativa que a área desfruta. No que negociação entre Prefeitura e a Vila Naval, deverão dar cum-
diz respeito a utilização compulsória, a imposição da utiliza- primento às determinações da Constituição Federal e do
ção só pode ser aplicada diretamente, caso essa obrigação Estatuto da Cidade através do plano diretor e planos específi-
do uso não consistir na ampliação da construção para atingir cos, visando o interesse coletivo.
o coeficiente mínimo de aproveitamento, caso contrário esta
será caracterizada como obrigação de edificar, tendo assim
que se submeter as condições da edificação compulsória.

IP- O Imposto Predial e Territorial Progressivo no Tempo, tem


como objetivo desestimular terrenos ociosos na cidade, apli-
cando-se um tributo de valor crescente, ano a ano pelo prazo
de cinco anos consecutivos.
ANEXO 01
DS- A Desapropriação mediante pagamento em títulos de
dívida pública, trata-se de um terceiro recurso jurídico para
evitar a espaços ociosos na cidade e a especulação fundiária
e imobiliária. A utilização da lei é inviável na ZEPH SPA 1 e 2
(Anexo 1), devido o território está sob posse militar – A Vila
Naval –, não sendo passível de dívida ao município.
Entretanto, o território é extenso e mal utilizado, restando
muitos espaços ociosos dentro da Vila Naval, permitindo que
exista a negociação entre as partes para que ocorra uma
renovação na área, desta forma o plano especifico de Santo
Amaro Norte visa uma intervenção no área. Realizando um
parcelamento do território em 7 quadras (Anexo 2), respei-
tando os lotes que comportam equipamentos (O hospital
Naval do Recife e o Clube dos Cisnes), propondo o remaneja-
mento da Vila Naval para a zona SPA 2 na quadra G, liberando
a zona SPA 1 onde se encontram as demais quadras para
propor novos usos e formas de beneficiar a população local.
Contanto, deve se propor um projeto de lei pode ser contem-
ANEXO 02 plada algum recurso para viabilizar a intervenção no local,
visando o cumprimento de sua função social da cidade.

DP- O direito de preempção não se aplica na ZEPH SPA 1 e 2


(anexo 1), pois a zona se encontra no território da Vila Naval,
ou seja, já é uma área pertencente ao poder público e não
passível à comercialização entre particulares.
ON-A ZEPH SPA se tratar de uma área de setor de preserva- Assim, entendemos que com a regulamentação do projeto
ção ambiental, dessa forma, é impraticável a aplicação do seria legalmente permitido ao proprietário do imóvel, adquirir
instrumento da outorga onerosa nesta área, nos setores (SPA junto ao Município a outorga onerosa do direito de construir
1, SPA 2, SPA 3 e SPA 4 da ZEPH - 8.1; e, SPA da ZEPH - 8.3), para os imóveis localizados no bairro de Santo Amaro, que
de acordo com os parâmetros urbanísticos da lei 18.06/2014 pretendam edificar acima do limite permitido pelo Município
zona. do Recife, em face de uma contraprestação financeira, con-
forme prevê o artigo 220 e 221 da Lei 17.511/2008, e mais
o artigo 45 do PROJETO DE LEI N° XX/2017 que Institui e
Entretanto é público e notório que a Prefeitura da Cidade do regulamenta o Plano Santo Amaro Norte, estabelece diretri-
Recife projetou um plano urbanístico que regulamenta o uso zes, parâmetros e condições de parcelamento, uso e ocupa-
dos 125 mil metros quadrados da Vila Naval, no bairro de ção do solo, assim como intervenções urbanísticas para a
Santo Amaro, esse plano foi concluído e discutido em audiên- área de sua influência, em observância aos artigos 192 a 194
cia pública. Só depois de ele ser aprovado, a área poderá ser da Lei nº 17.511/2008.
negociada pela Marinha do Brasil, que pretende trocar lotes
por área construída para habitações militares.

O referido projeto visa recuperar uma área degradada e


devolver a população uma área de uso comum e qualificado.
TC- Conforme a análise da ZEPH SPA, é possível afirmar que
Contudo o custo de um empreendimento desse porte é muito
a lei de TDC pode ser aplicada a essa área, através da expor-
alto, para viabilizar financeiramente esse investimento, serão
tação de potencial construtivo, pois a zona corresponde a
necessárias ações mitigadoras, compensatórias e estipular
localização da vila naval, na qual é uma região de preserva-
um valor de outorga onerosa (a ser paga caso se queira exce-
ção ambiental e histórica.
der o coeficiente de utilização do terreno), que é prevista em
lei desde 2008.
ANEXO 02
d. Criação de parque linear ao longo do SPA 1;

e. Dotação de arborização;

f. Oferta de espaços para equipamentos públicos;

g. Implantação de usos diversificados voltados à vitalidade


urbana;

V. ZEPH SPA 01 & 02

a. Implantação de vias permitindo acesso à frente d’água e


melhorias na mobilidade;

b. Implantação de praça na frente do hospital de Santo Amaro


interligando a visada do monumento à frente d’água;

c. Requalificação da Avenida Cruz Cabugá na interface dos


SPAs, com alargamento permitindo a plena implantação do
corredor de transporte público – BRT;
07 ZEIS SANTO AMARO
DS- A Desapropriação por Título da Dívida Pública não pode
EC-No que condiz da aplicação da PEUC nas áreas da ZEIS ser aplicada na ZEIS, em razão dos lotes não poderem ser
Santo Amaro, deve ser considerado que, segundo a Lei de uso negociados ou retirado de seu respectivo dono, sendo prote-
e ocupação do solo, são caracterizadas como ZEIS as áreas gidos por lei, inibindo a especulação imobiliária e comercial
de assentamentos habitacionais de população de baixa sobre os imóveis situados nessas áreas. Visando garantir o
renda, surgidos espontaneamente, existentes, consolidados direito de moradia e subsistência de sua população, os lotes
ou propostos pelo Poder Público, onde haja possibilidade de remanescentes e sem uso devem ser apropriados em prol do
urbanização, assim a urbanização e a regularização das ZEIS uso coletivo, a partir do Art.108 do Plano diretor (2008).
obedecerão às normas estabelecidas no Plano de Regulariza-
ção das Zonas Especiais de Interesse Social - PREZEIS, apli-
cando-se as condições de uso e ocupação do solo previstas
na Lei, onde for possível. Porém pela tipologia das edifica- DP- A aplicação do direito de preempção na ZEIS (anexo 1) é
ções e pela demanda de moradia do local é inverossímil a Regulamentado no Estatuto da Cidade (artigos 26 a 28).
existência de solo subutilizado, não edificado ou não-utiliza- Sendo possível pois a área é viável para: regularização fundi-
do. Em virtude disso concluiu-se que esta previsão legislativa ária; execução de programas e projetos habitacionais de inte-
é exequível, porém improvável. resse social; e constituição de reserva fundiária, entre outras
finalidades.

IP- O IPTU Progressivo (Imposto Predial e Territorial Urbano ON-Na Zonas Especial de Interesse Social, são áreas destina-
Progressivo) não pode ser aplicado na Zona de Interesse das a oferta de serviços de assistência técnica, jurídica,
Social (ZEIS), em razão dos lotes e seus respectivos proprie- social e urbanística gratuita à população com renda familiar,
tários estarem protegidas pela legislação é inviável a cobran- visando promover processos de regularização urbanística e
ça desse imposto devido a baixa renda da população. Se- fundiária, por isso, é possível negociar e aplicar a outorga
gundo o Art.108 do Plano diretor (2008), deve-se destinar os onerosa do direito de construir; e, ainda devido a existência
imóveis com solo urbano não edificado, subutilizado ou não da diferença entre o coeficiente máximo e o coeficiente
básico estipulado para a área e a possibilidade de um maior
investimento público.
TC-As edificações  presentes na  Zona Especial de Interesse
social (ZEIS),  se encontram favoráveis a exportação de 
potencial construtivo através da lei de TDC, ou então por
meio do limite de coeficiente básico. Portanto, na ZEIS, é pos-
sível ocorrer a transferência do direito de construir, pois a
zona é composta de áreas ocupadas por população de baixa
renda e habitação de interesse social.

OU- De acordo com a legislação vigente, a Zona Especial de


Interesse Social (ZEIS) Santo Amaro tem como objetivo geral
garantir a sua integração socioespacial e a sua regularização
urbanística e fundiária, de maneira que promova o acesso da
população às infraestruturas, áreas de lazer, oportunidades e
serviços existentes e projetados. Assim, faz-se claro que as
operações urbanas consorciadas podem ser aplicadas nesta
zona, pois seu objetivo é a implementação de projetos urba-
nos a fim de atender à diversas finalidades como a implanta-
ção de espaços públicos, a reabilitação de áreas subutiliza-
das, e às questões de desenvolvimento de interesse da zona.
Desta forma, há uma potencialização da sua dinâmica urbana
em que pode-se incluir a participação tanto privada, quanto –
e mais importante ainda - dos proprietários e moradores no
processo de desenvolvimento urbanístico.
Universidade Católica de Pernambuco
Legislação e ética profissional-2019.2
Prof.André Pina
Gabriela Damasceno
Giovanna Beltrão
Júlia Vasconcelos
Paloma Tabosa
Rafaela Black
Thalita Brasileiro

Você também pode gostar