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CONTEÚDO
01 DEFINIÇÕES
04 SSA 2 07 ZEIS
De acordo com o Art. 147. Instrumentos Jurídico-Urbanísticos > Instrumentos I - Solo urbano não edificado: os imóveis localizados em toda a Macrozona de
Indutores da Função Social da Propriedade > EC- Edificação ou Utilização Comul- Ambiente Construído-MAC e na Macrozona de Ambiente Natural - MAN cujo
sória coeficiente de aproveitamento não atingir o mínimo definido para a zona em
que se situam;
O imóvel que não cumpre a função social está sujeito à aplicação sucessiva de
três instrumentos urbanísticos: II - Imóveis não utilizados: os lotes ou glebas edificadas cuja área construída
não seja utilizada há mais de 05 (cinco) anos;
A. EC- Edificação ou Utilização Compulsória;
III - Imóveis subutilizados: aqueles cujos coeficientes de utilização não atin-
B. IPTU Progressivo no Tempo; jam o mínimo definido por zona, previsto no artigo 143, e que apresentem mais
de 60% (sessenta por cento) da edificação sem uso há mais de 05 (cinco)
C. Desapropriação mediante pagamento em títulos da dívida pública; anos.
§ 6º Os proprietários notificados em virtude da não utilização de edificações de 02. IPTU Progressivo no Tempo;
suas propriedades deverão garantir, no prazo de um ano a partir do recebimento
da notificação, que as mesmas cumpram sua função social. O Imposto Predial e Territorial Progressivo no Tempo, tem como objetivo deses-
timular terrenos ociosos na cidade, através da cobrança de um tributo de valor
Art. 152 A transmissão do imóvel por ato "inter vivos" ou "causa mortis" poste- crescent que pode ser duplicado ano a ano, pelo prazo de cinco anos consecuti-
rior à data da notificação transfere as obrigações de parcelamento, edificação vos até o limite de 15%. Este instrument é regularizado e estabelecido pelos
ou utilização do imóvel, sem interrupção de quaisquer prazos. artigos citados abaixo.
Art. 153 Nos casos de operações urbanas consorciadas, leis específicas sobre a Art. 148 São passíveis de parcelamento, edificação ou utilização compul-
matéria poderão determinar regras e prazos para adoção dos instrumentos do sórios, incidência de imposto predial e territorial urbano progressivo
parcelamento, edificação e utilização compulsória dos imóveis. no tempo e desapropriação com pagamento mediante título da dívida
pública os imóveis não edificados, subutilizados ou não utilizados
Esta posição está sedimentada na legislação, de acordo com a leitura dos localizados em toda a Macrozona de Ambiente Construído - MAC e Macro-
artigos 145 ao 153 da lei Lei 10.257/ 01 o instrumento jurídico de edificação ou zona de Ambiente Natural - MAN, observada a legislação ambien-
Utilização Compulsória (EC) trata-se de uma previsão constitucional e legal que tal específica.
permite e determina que o poder municipal imponha o princípio da função social
da propriedade urbana, com impedimento a retenção meramente especulativa Art. 154 Esgotados os prazos previstos nos artigos anteriores sem o cum-
em solos subutilizados, não edificados ou não-utilizados. A medida não possui primento pelos proprietários das obrigações estabelecidas, o Municí-
caráter punitivo, apenas aponta a providência que deve ser tomada pelo proprie- pio fará incidir sobre o imóvel a cobrança do imposto predial e ter-
tário. ritorial urbano progressivo no tempo.
§ 1º Após o transcurso do prazo para cobrança do IPTU progressivo, o Art. 181 O direito de preempção será exercido sempre que o Poder Público
Município poderá aplicar, de forma progressiva, a alíquota do IPTU necessitar de áreas para:
vigente no exercício anterior até atingir o limite máximo de 15%
(quinze por cento). I - regularização fundiária;
04. Direito de Preempção. § 1º À notificação mencionada no "caput" deste artigo será anexada a proposta
de compra, assinada por terceiro interessado na aquisição do imóvel, da qual
O direito de preempção, segundo o art. 180 do Plano Diretor de Recife, concede constarão preço, condições de pagamento e prazo de validade.
ao poder público possibilidade legal de preferência para aquisição de imóvel
urbano, antes de sua comercialização no âmbito privado e acatando o valor § 2º O Município fará publicar, em órgão oficial e em, pelo menos, um jornal
vigente no mercado imobiliário. local ou regional de grande circulação, edital de aviso da notificação recebida,
nos termos do "caput", e da intenção de aquisição do imóvel nas condições da
Art. 180 O Poder Público municipal poderá exercer o direito de preempção para proposta apresentada.
aquisição de imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre particulares,
conforme o disposto nos artigos 25, 26 e 27 da Lei Federal nº 10.257 - Estatuto § 3º A alienação processada em condições diversas da proposta apresentada é
da Cidade, de 10 de julho de 2001. nula de pleno direito.
§ 4º Ocorrida a hipótese prevista no § 3º, o Município poderá adquirir o imóvel Coeficiente de Utilização Básico:
pelo valor da base de cálculo do IPTU ou pelo valor indicado na proposta apre- É o índice que determina a área de construção permitida para cada zona
sentada, se este for inferior àquele. da cidade, sem acréscimos decorrentes de importação de potenciais atra-
vés da Transferência do Direito de Construir ou da Outorga Onerosa;
Art. 183 Lei municipal delimitará as áreas e todas as demais condições em que
poderá ser exercido o direito de preempção. 06. Transferência do Direito de Construir.
05. Outorga Onerosa. A transferência do direito de construir (TDC) é uma lei, que se consolidou como
instrumento de utilização nos casos onde a uma “perda” de potencial construti-
vo, seja por questões de interesse ambiental, funcional ou histórico. A lei
A Outorga Onerosa do Direito de Construir constitui a prerrogativa que o
funcional de modo que haja uma possibilidade de recolocação do potencial
proprietário de imóvel tem de edificar acima do limite permitido em virtude de
construtivo que é negado, pela lei, a determinado proprietário do imóvel, ou
contraprestação financeira. Veja-se que este limite consiste no Coeficiente de
seja, transferir área construída de uma propriedade que não é permitida, para
Aproveitamento Básico, que é estabelecido no Estatuto da Cidade ou no Plano
outra propriedade com potencial.
Diretor, em face da qualificação de cada imóvel dentro de determinada região.
A transferência do direito de construir, prevista no artigo 35 do estatuto da
O Índice de Aproveitamento básico aponta uma restrição sobre o direito de
cidade implica em estabelecer que a lei se encaixa em áreas onde o poder públi-
construir, com vistas a obstar um saturamento da infraestrutura urbana. Este
co considere necessárias para:
quantitativo é calculado por meio da divisão da área total do imóvel pela área
passível de ser construída. Nesse sentido, caso o Coeficiente Básico seja 1, isto
1. Implantação de equipamentos urbanos e comunitários;
significa que o proprietário do imóvel pode construir em toda a área disponível.
2. Preservação, quando o imóvel for considerado de interesse histórico,
A partir deste instituto, aquele que desejar construir a mais, deve fornecer uma
ambiental, paisagístico, social ou cultural;
contrapartida equivalente, “barganhado” seu direito de edificar. Nada obstante,
este excesso nunca pode ser superior ao Coeficiente Máximo de Aproveitamen-
3. Servir a programas de regularização fundiária, urbanização de áreas
to.
ocupadas por população de baixa renda e habitação de interesse social.
Na Lei No 10.257, que institui o Estatuto da Cidade, a outorga onerosa do direi-
to de construir é qualificada como um dos institutos jurídicos e políticos passí-
veis de utilização para o cumprimento dos fins do diploma legal. A regulação
específica a cada município deve ser verificada no Plano Diretor de cada locali-
dade, conforme aponta o estatuto.
Coeficiente de Utilização:
É o índice que, multiplicado pela área do terreno, resulta na área de cons-
trução permitida em cada zona da cidade, estabelecendo as condições de
utilização dos instrumentos urbanísticos, jurídicos e tributários definidos
no Plano Diretor do Recife.
07. Operações Urbanas Consorciadas. X - implementação dos serviços de saneamento ambiental; e,
Segundo o Plano Diretor do Recife (2008), considera-se operação urbana XI - Implantação de acessibilidade universal.
consorciada o conjunto de intervenções e medidas coordenadas pelo Poder
Público municipal, com a participação dos proprietários, moradores, usuários E por fim, a lei municipal específica delimitará as áreas para aplicação de
permanentes e investidores privados, com o objetivo de alcançar em uma área operações urbanas consorciadas, porém deve-se constar do plano da opera-
transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e a valorização ção:
ambiental (art.169).
I - definição da área a ser atingida;
Segundo o art. 171, as Operações Urbanas Consorciadas têm como objetivo
implementar projeto urbano e atender às seguintes finalidades: II - programa básico de ocupação da área;
I - implantação de equipamentos estratégicos para o desenvolvimento III - programa de atendimento econômico e social para a população
urbano; diretamente afetada pela operação;
VII - melhoria e ampliação da infra-estrutura e da rede viária; IX - preservação de imóveis ou espaços urbanos de especial valor cultu-
ral e ambiental;
VIII - requalificação, reabilitação ou transformação de áreas com carac-
terísticas singulares; X - destinação específica dos recursos oriundos de contrapartidas finan-
ceiras decorrentes da operação urbana prevista; e,
IX - potencialização da dinâmica econômica e de oportunidades de
novas localidades para o uso habitacional; XI - implementação de mecanismos de sustentabilidade ambiental.
02 ZAN Orla e UCN
EC-Se tratando da aplicação da PEUC na área ZAN orla e UCN DP-A aplicação do direito de preempção na UCN (anexo 1)
concluiu-se que esta previsão legislativa que pretende a não é concebível, pois na zona situa-se o território da Vila
imposição da função social na propriedade urbana é apenas Naval que é de propriedade da Marinha (público). Também
parcialmente exequível, tendo em vista que só poderia ser não é possível instituir o direito de preempção na ZAN ORLA
executada em plenas funções na ZAN Orla. Pois no que (anexo 1) de acordo com o Artigo 150 do ofício n°259/2018
condiz a UCN , referente a um território de conservação am- GP. a do IPTU Progressivo, conforme a legislação ambiental
biental, a construção de qualquer edificação é coibida, sendo
assim não há infraestrutura para que tanto a edificação
quanto a utilização compulsória sejam aplicadas
Art. 150. O Direito de Preempção incide em: I – Zonas Espe-
ciais de Interesse Social 2; e II – Zonas Especiais de Centra-
IP-O IPTU Progressivo pode ser aplicado na Zona de Ambien- lidade, com prioridade para a estratégia de implantação dos
te Natural (ZAN Orla) e Unidades de Conservação da Natureza Sistemas de Equipamentos Urbanos e Sociais. Parágrafo
(UCN) nos lotes que não cumprem suas funções sociais em único. A partir da elaboração de Projetos Especiais e Opera-
toda área que se insere no Ambiente Natural (MAN), seguindo ções Urbanas Consorciadas, em especial no que se refere à
a legislação ambiental específica, buscando a preservação da ampliação de áreas públicas verdes e de lazer, poderão
natureza estimulando a biofilia. surgir novas áreas sujeitas ao Direito de Preempção.
DS-A ZAN Orla é passível de aplicação da desapropriação por ON-A ZAN ORLA zona de ambiente natural e nas Unidades de
título da dívida pública, já na UCN não pode por se tratar de Conservação da Natureza, são áreas de restrição ambiental, e
uma zona de preservação ambiental. Atingem os lotes edifi- ambas possuem o coeficiente de ocupação máximo acima do
cados, subutilizados ou não utilizados que não cumprem com básico, então, para as áreas de ZAN Orla e UCN, não se aplica
a função social, podendo sofrer a desapropriação do lote em a outorga onerosa, haja vista que o coeficiente máximo é o
caso através de dividas geradas previamente pela cobrança próprio básico, tornando assim impraticável o uso do instru-
do IPTU Progressivo, conforme a legislação ambiental espe- mento em tela.
cífica da área.
TC-Predominantemente composta pela orla da Vila Naval e
por áreas de vegetação, a ZAN Orla e UCN, estão convenien-
tes a transferência do potencial constitutivo. Avaliasse que
em ambas as zonas, tanto na ZAN Orla como na UCN, se
encontram passiveis a aplicação da lei de transferência do
direito de construir pois corresponde a área de preservação
ambiental.
DS-A ZEDE CP CE permitem o uso do instrumento jurídico-ur- b) Reorganizar os sistemas de mobilidade urbana através da
banístico, assim como os recursos que a precedem por se implantação de corredores exclusivos de transporte coletivo
tratar de uma zona de dinamização econômica, onde os lotes e da requalificação dos corredores não exclusivos;
edificados, subutilizados ou não utilizados que estiverem em
divida pública podem ser desapropriados c) Garantir a acessibilidade através da recuperação dos pas-
seios públicos e remoção de obstáculos;
d) Reabilitar ou definir novos planos de quadra, dotados de SOBRE O DIREITO DE PREEMPÇÃO:
galerias para pedestres;
e) Proteger e conservar o patrimônio histórico, cultural e am- l) Garantir a mobilidade urbana através de melhorias na
biental; infra-estrutura viária e no incentivo aos espaços de estacio-
namento público e privado.
f) Reabilitar as áreas e imóveis ociosos ou subutilizados;
Art. 181 O direito de preempção será exercido sempre que o
g) Implantar mecanismos de combate à retenção imobiliária; Poder Público necessitar de áreas para:
j) Recuperar ou criar mercados públicos e apoiar as ativida- IV - implantação de equipamentos urbanos e comunitários;
des das pequenas e micro empresas;
V - criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes;
k) Fomentar as atividades econômicas e estimular os usos de
comércio e serviços VI - criação de unidades de conservação ou proteção de
SOBRE O DIREITO DE PREEMPÇÃO: outras áreas de interesse ambiental; e,
l) Garantir a mobilidade urbana através de melhorias na VII - proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou
infra-estrutura viária e no incentivo aos espaços de estacio- paisagístico.
namento público e privado.
ON- Para as áreas de ZEDE CP CE, são áreas, com potenciais OU- De acordo com o plano diretor vigente, as Zonas Espe-
ou consolidadas, destinadas a atividades múltiplas, com ciais de Dinamização Econômica - ZEDE têm como objetivo
perfil de ocupação para projetos habitacionais de interesse geral promover a requalificação urbana e ambiental, para dar
social e um estimulo para o mesmo uso, bem como empreen- suporte à concentração de atividades múltiplas e, em que
dimentos comerciais, então devido a função social e a dina- especificamente para ZEDE Centro Principal - do Centro
mização da economia, é permitido aplicar o instrumento da Expandido - podem ser desenvolvidos planos específicos que
Outorga Onerosa, visando a lei estimular que essas áreas requalifiquem a área de maneira a preservar e fortalecer o seu
sejam fomentadas com o crescimento da expansão urbana raio de influência regional e metropolitano. Com base nisso,
ordenada, movimentando a economia, sempre respeitando confirma-se a aplicação da lei OU, já que a mesma cita como
um raio de influência regional e metropolitano, artigo 132 da objetivo a melhoria urbanística e social, além da valorização
Lei 17.511/2015. ambiental, onde se traduz a requalificação e preservação
urbana.
e. Dotação de arborização;
IP- O IPTU Progressivo (Imposto Predial e Territorial Urbano ON-Na Zonas Especial de Interesse Social, são áreas destina-
Progressivo) não pode ser aplicado na Zona de Interesse das a oferta de serviços de assistência técnica, jurídica,
Social (ZEIS), em razão dos lotes e seus respectivos proprie- social e urbanística gratuita à população com renda familiar,
tários estarem protegidas pela legislação é inviável a cobran- visando promover processos de regularização urbanística e
ça desse imposto devido a baixa renda da população. Se- fundiária, por isso, é possível negociar e aplicar a outorga
gundo o Art.108 do Plano diretor (2008), deve-se destinar os onerosa do direito de construir; e, ainda devido a existência
imóveis com solo urbano não edificado, subutilizado ou não da diferença entre o coeficiente máximo e o coeficiente
básico estipulado para a área e a possibilidade de um maior
investimento público.
TC-As edificações presentes na Zona Especial de Interesse
social (ZEIS), se encontram favoráveis a exportação de
potencial construtivo através da lei de TDC, ou então por
meio do limite de coeficiente básico. Portanto, na ZEIS, é pos-
sível ocorrer a transferência do direito de construir, pois a
zona é composta de áreas ocupadas por população de baixa
renda e habitação de interesse social.