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IPTU

IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE


PREDIAL E TERRITORIAL URBANA
BASE LEGAL
 Constituição - Art. 156, I, § 1º, I e II; Art. 182, §
4ª, II;

 CTN – Arts. 32 a 34;

 Lei Federal Nº 10.257/01 – Estatuto das Cidades,


Art. 7º, §§ 1º a 3º;

 Lei Ordinária Municipal.


SUJEITO PASSIVO
 A sujeição passiva é aquele que detém qualquer
direito de gozo, de bem imóvel, seja pleno ou
limitado, Art. 34 CTN.
 Proprietário
 Pleno, de domínio exclusivo ou na condição de
coproprietário;
 Tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa e o direito

de reavê-la do poder de quem injustamente a possua ou


detenha (art. 1128 CC)
 Titular do domínio útil
 Enfiteuta e usufrutuário
 Possuidor
 Ad usucapionem – possibilidade do domínio ou propriedade
pela usucapião
SUJEITO PASSIVO
 Proprietário, titular do domínio útil e possuidor são
considerados contribuintes na medida que revelem
efetiva capacidade econômica:
 Usufrutuário (art. 718 CC) é contribuinte porque tem
direito a posse, uso, administração e percepção dos frutos do
imóvel;
 Usuário não são titular de direito de habitação (art. 1412 a

1416 CC) não são contribuintes apenas usam a coisa e


percebem seus frutos e habitam gratuitamente casa alheia e
não possuem a titularidade do imóvel e sequer a posse com
animus domini.
 O locatário, arrendante e comodatário de bens imóveis não

são contribuintes, porque somente possuem a posse direita


do imóvel. As convenções particulares não podem ser
opostas à Fazenda Pública.
SUJEITO PASSIVO
 O promitente comprador do imóvel somente será
contribuinte se tratar de promessa irrevogável de venda,
houver pago as parcelas contratuais e habilitado a a
lavratura da escritura, ou promover a adjudicação
compulsória;
 O cessionário do direito de uso é possuidor por relação de
direito pessoal e como tal, não é contribuinte relativamente
do imóvel que ocupa;
 O adjudicante na qualidade de adquirente (credor) é
obrigado ao pagamento dos tributos incidentes sobre o bem
adjudicado, pois trata-se de uma obrigação propter rem;
 O arrematante não é responsável pelos débitos anteriores
que se somam ao preço da hasta pública, uma vez que a
arrematação extingue o ônus do imóvel arrematado;
 O fiduciante diante da lei nº 9515/97 alterada pela Lei
11.148/07 o fiduciante responde pelo pagamento dos
impostos que recaiam ou venham a recair sobre o imóvel,
cuja posse tenha sido transferida para o fiduciário, até a
data que o fiduciário vier a ser imitido na posse.
SUJEITO PASSIVO
 Definição de bem imóvel
 De acordo com o artigo 79 do Código Civil (Lei
10.406/2002), o bem imóvel é o solo e tudo quanto se
lhe incorporar natural ou artificialmente.
 O CTN, art. 32, faz distinção entre bem imóvel por
natureza e por acessão física.
SUJEITO PASSIVO
 Bem imóvel por natureza
 Seria o solo com a sua superfície, os seus
acessórios e suas adjacências naturais,
compreendendo as árvores e frutos pendentes, o
espaço aéreo e o subsolo, por força da natureza.
(art. 79, 1ª PARTE, do Código Civil 2002).
 Bem imóvel por acessão física
 É tudo aquilo que o homem incorporar
permanentemente ao solo, como a semente lançada
à terra, os edifícios, as construções, de modo que
não se possa retirar sem destruição, fratura ou
dano (art. 43, II, do Código Civil 1916).
SUJEITO PASSIVO
 Possuidor
 De acordo com o artigo 1.196 do atual Código Civil
possuidor é todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou
não, de algum dos poderes inerentes a propriedade.
 Entretanto, o STJ no REsp 325.489 que entendeu que para

efeitos de IPTU, somente é contribuinte o possuidor por que


exerce a posse com “animus” definitivo.
 É este o entendimento que vem sendo adotado pela doutrina

ao definir posse para efeitos de incidência de IPTU, quando


alguém age como se fosse titular do domínio útil, portanto, a
posse caracterizada como usucapionem. Desta forma, trata-
se da posse juridicamente perfeita e não aquela de índole
irregular.
FATO GERADOR
 Fato gerador do IPTU dar-se-á com a
propriedade, com o domínio útil ou com a posse
de bem imóvel, localizado na zona urbana do
município, consubstanciado, mediante ficção
jurídica, no primeiro dia do ano civil.
FATO GERADOR
 Elemento espacial do fato gerador
 É o território urbano do município. Ressalte-se que no
Artigo 32, §§ 1º e 2º do CTN constam os requisitos para
definição de zona urbana;
 Poderão, as áreas urbanizáveis ou de expansão urbana serem
consideradas áreas urbanas(§ 2º) mesmo que localizadas fora das
zonas definidas como tais, desde que cumpram duas exigências:
 Previsão na lei municipal

 Inserção em loteamento aprovado pelos órgãos competentes e

que se destine à moradia, indústria ou comércio, mesmo que não


sejam áreas não servidas por quaisquer dos melhoramentos do
§1º
FATO GERADOR

 Elemento temporal do fato gerador


 A maioria dos municípios estabelecem por ficção que
o considera-se ocorrido o fato gerador em 1º de janeiro
de cada exercício.
BASE DE CÁLCULO

 A base de cálculo é o valor venal do imóvel, não


considerando o valor dos bens móveis mantidos
em caráter permanente ou temporário, para
efeito de sua utilização aformoseamento ou
comodidade.
 Art 33 do CTN
BASE DE CÁLCULO
 O valor venal será o preço á vista que o imóvel
alcançaria se colocado à venda em condições
normais no mercado imobiliário;

 Entretanto, na prática, os municípios em geral


têm fórmulas próprias para calcular este valor,
obtendo, a maioria das vezes, um valor inferior ao
preço que o imóvel alcançaria no mercado.
ALÍQUOTAS
 De acordo com este artigo, o IPTU pode ter
alíquotas diferenciadas de acordo com a
localização e uso do imóvel;
 A Constituição aborda a progressividade das
alíquotas que está disposta no artigo 156, § 1º, I
e art.182, § 4º , II da CF/88.
 Progressividade é a incidência de alíquotas variadas,
cujo aumento se dá com o aumento da base de cálculo
do imposto(valor do imóvel).
ALÍQUOTAS
PROGRESSIVIDADE FISCAL EM FUNÇÃO DO
VALOR DO IMÓVEL

 Mesmo antes desta emenda, vários municípios


adotaram tal técnica sob o argumento de que
seria presumível que os imóveis mais valiosos
pertencessem a pessoas com maior capacidade
contributiva, de forma que a progressividade da
alíquota seria uma maneira de tornar a
incidência tributária mais isonômica.
ALÍQUOTAS
PROGRESSIVIDADE FISCAL EM FUNÇÃO DO
VALOR DO IMÓVEL

 O STF (Súmula 668) entendeu que o artigo145,


§1º da CF somente permitia que os tributos
pessoais tivessem sua incidência ajustada com a
capacidade contributiva como o IPTU e julgou
inconstitucional todas as leis municipais
anteriores a EC 29/2000 que instituíram este tipo
de progressividade.
ALÍQUOTAS
PROGRESSIVIDADE EXTRA FISCAL
 Está disposta no artigo 182, § 4º e tem como
objetivo estimular o cumprimento da função
social da propriedade por meio de carga
tributária suportada pelo proprietário do solo
urbano que não promove o adequado
aproveitamento;
 A arrecadação neste caso é mero efeito colateral
da tributação.
ALÍQUOTAS
PROGRESSIVIDADE EXTRA FISCAL
 Uma outra diferença desta progressividade em
relação a aquela discorrido no item anterior, é
que o parâmetro desta, não é o valor do imóvel e
sim o passar do tempo sem o adequado
aproveitamento do solo urbano.
ALÍQUOTAS
PROGRESSIVIDADE EXTRA FISCAL
 Na progressividade fiscal quanto mais
valioso for o imóvel maiores são as
alíquotas;

 na progressividade extra fiscal quanto


mais tempo mantida a situação do imóvel
que não atenda a finalidade social da
propriedade, maior será a alíquota
aplicável no lançamento do IPTU.
ALÍQUOTAS
PROGRESSIVIDADE EXTRA FISCAL
 Esta hipótese está regulamentada pelo estatuto
da cidade ( Decreto 10.257/2001) que em seu
artigo 7º determina o seguinte:
 Art. 7º Em caso de descumprimento das condições e
dos prazos previstos na forma do caput do art. 5º
desta Lei, ou não sendo cumpridas as etapas
previstas no § 5º do art. 5º desta Lei, o Município
procederá à aplicação do imposto sobre a propriedade
predial e territorial urbana (IPTU) progressivo no
tempo, mediante a majoração da alíquota pelo prazo
de cinco anos consecutivos.
ALÍQUOTAS
PROGRESSIVIDADE EXTRA FISCAL
 § 1º O valor da alíquota a ser aplicado a cada ano será
fixado na lei específica a que se refere o caput do art.
5º desta Lei e não excederá a duas vezes o valor
referente ao ano anterior, respeitada a alíquota
máxima de quinze por cento.
 § 2º Caso a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar
não esteja atendida em cinco anos, o Município
manterá a cobrança pela alíquota máxima, até que se
cumpra a referida obrigação, garantida a
prerrogativa prevista no art. 8º.
 § 3ºÉ vedada a concessão de isenções ou de anistia
relativas à tributação progressiva de que trata este
artigo.
ATIVIDADE DE PESQUISA
 Pesquisar na Legislação do Município de
Salvador, qual Lei, e o quais artigos atendem a
progressividade do IPTU.
NOTAS GERAIS
 No caso de imóveis invadidos, se ficar decidido
que o Município é responsável pela invasão, o
proprietário poderá eximir-se do imposto, em
razão do esvaziamento da propriedade (AGRAVO
DE INSTRUMENTO Nº1.211.094-
SP(2009/0152555-1);
NOTAS GERAIS
 Obediência aos princípios da legalidade,
anterioridade e noventena;
 há uma exceção relativa a base de cálculo ( Art 150, §
1º, da CF/88 introduzido pela EC 42/03)
 O IPTU é um imposto incidente sobre a
propriedade, portanto, um imposto real, não
podendo incidir sobre a renda do proprietário do
imóvel.
NOTAS GERAIS
LOCATÁRIO DE IMÓVEL

 O LOCATÁRIO jamais pode figurar na condição


de contribuinte do IPTU, pois a posse do imóvel, é
mero detentor da coisa alheia;

 No caso de contrato entre locador e locatário que


tenha uma clausula prevendo que o locatário é
deve pagar o IPTU em questão somente surte
efeito entre as partes, pois para o município o
contribuinte é o locador e é ele que vai ser
acionado em caso de não recolhimento do citado
tributo.
NOTAS GERAIS
SÍTIOS DE RECREIO

A propriedade de sítios de recreio pode ser


considerada fato gerador do IPTU se
estiver localizada na zona urbana, ou seja,
se atender aos requisitos do artigo 32 do
CTN;
 O que prevalece é o critério da localização
do imóvel ou critério geográfico ( tanto
para IPTU como para ITR).
 Ressalte-se que havia uma discussão em relação a estes dois
tributos, pois a Lei 5.868/72 estabeleceu o critério da destinação
econômica, entretanto, esta controvérsia foi sanada pela Lei 9.396/96
que regulamentou o ITR e estabeleceu o critério geográfico, bem como
pela jurisprudência reiterada do STF. Vale-se referenciar que o
critério para a destinação econômica está no Decreto Lei 57/66 art. 15.
Questionamentos e dúvidas

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