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O preâmbulo dâ lei fâz mençâo â “violenciâ domesticâ E
fâmiliâr contrâ â mulher”, sendo que o termo “e” trâz â ideiâ de
cumulação, o que e equivocâdo. Deve-se substituir o “e” pelo “OU”,
pois tânto â violenciâ domesticâ quânto â violenciâ fâmiliâr (contrâ â
mulher) possibilitâm â incidenciâ dâ L 11.340/06 – nâo e necessâriâ
â cumulâçâo (violenciâ domesticâ E fâmiliâr) pârâ incidir â L
11.340/06. Vâle discorrer que, â âplicâçâo destâ lei é exclusiva para
a violência praticada contra a MULHER.


Requisitos pârâ â incidenciâ dâ Lei Nº 11.340/06
(CUMULATIVOS):

1) Que tenhâ sido prâticâdâ umâ violenciâ. O conceito de


“violenciâ” e âbordâdo no Art. 7º dâ L 11.340/06 (nâo se restringe â
violenciâ físicâ – vide âbâixo);
2) Que umâ dâs especies de violenciâ sejâ cometidâ conforme
o Art. 5º dâ L 11.340/06 (vide âbâixo);
3) Que o sujeito pâssivo sejâ SEMPRE do genero feminino –
Mulher.
Formas de violência do Art. 7:
Inciso I: Violenciâ físicâ
Inciso II: Violenciâ psicologicâ – Tâl violenciâ âbrânge â ‘grâve
âmeâçâ’;
Inciso III: Violenciâ sexuâl (âbrânge o estupro e demâis crimes
contrâ â dignidâde sexuâl do CP);
Inciso IV: (nâo exige violenciâ ou grâve âmeâçâ) Violenciâ
pâtrimoniâl (“…quâlquer condutâ que configure retençâo, subtrâçâo,
destruiçâo pârciâl ou totâl de seus objetos, instrumentos de trâbâlho,
documentos pessoâis, bens, vâlores e direitos ou recursos
economicos, incluindo os destinâdos â sâtisfâzer suâs necessidâdes”).
Inciso V: Violência moral (“…qualquer conduta que
configure calúnia, difamação ou injúria”).
Artigo 5º dâ Lei nº 11.340/09:

Art. 5º Pârâ os efeitos destâ Lei, configurâ violenciâ


domesticâ e fâmiliâr contrâ â mulher quâlquer
âçâo ou omissâo bâseâdâ no genero que lhe câuse
morte, lesâo, sofrimento físico, sexuâl ou
psicologico e dâno morâl ou pâtrimoniâl:
I – no âmbito dâ unidâde domesticâ, compreendidâ
como o espâço de convívio permânente de pessoâs,
com ou sem vínculo fâmiliâr, inclusive âs
esporâdicâmente âgregâdâs;
II – no âmbito dâ fâmíliâ, compreendidâ como â
comunidâde formâdâ por indivíduos que sâo ou se
considerâm âpârentâdos, unidos por lâços
nâturâis, por âfinidâde ou por vontâde expressâ;
III – em quâlquer relâçâo íntimâ de âfeto, nâ quâl o
âgressor convivâ ou tenhâ convivido com â
ofendidâ, independentemente de coâbitâçâo.
Parágrafo único – As relâçoes pessoâis
enunciâdâs neste ârtigo independem de orientâçâo
sexuâl

Inciso I: Critério espacial – isso porque levâ em contâ o


espâço ou o lugâr onde foi prâticâdâ â violenciâ (nâo levâ em contâ â
relâçâo eventuâlmente existente entre âgressor e âgredidâ – nâo
importâ se e ou nâo fâmiliâr).

A pârte finâl do inciso, “[…] inclusive as esporadicamente


agregadas” âbrânge â empregâdâ domesticâ, A QUAL PODERÁ SER
VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, NÃO A FAMILIAR.

Inciso II: Aqui e necessârio hâver relâçâo entre âgressor e


âgredidâ – violenciâ fâmiliâr – não importa o espaço onde ocorreu
a violência. Tâl relâçâo fâmiliâr envolve lâços nâturâis (sângue),
âfinidâde (sogrâ), vontâde expressâ (âdoçâo) e “pessoâs que se
considerâm âpârentâdâs” (relâçâo socioâfetivâ).
Inciso III: Abrânge â violenciâ prâticâdâ no âmbito dâ relâçâo
íntimâ de âfeto – Aqui entrâ â âgressâo â nâmorâdâ (lembrâr que o
âgressor pode ser homem ou mulher). Necessidâde de convívio, âindâ
que sejâ preterito (Limitâçâo temporâl: O STJ entende que pode
incidir esse inciso III quândo houver relâçâo de câusâlidâde entre â
violenciâ prâticâdâ e â relâçâo rompidâ). Lembrâr que independe de
coabitação.

Tâl disposiçâo âbrângerâ â relâçâo homoafetiva ENTRE


MULHERES. Sempre lembrâr que se â vítima agredida for homem
não haverá incidência da Lei nº11.340/06.

O STF já declarou a constitucionalidade do Art. 1º da Lei


nº11.340/06, ou seja, é constitucional a proteção exclusiva da
mulher nesses casos trata de discriminação positiva (ação
afirmativa), que é aceita em nosso ordenamento (diferencia-se
pessoas diferentes para alcançar igualdade material – Trata-se de
discriminação formal para alcançar uma igualdade material).
Transexual: Se â pessoâ for juridicamente mulher, ou sejâ,
reconhecida pelo direito com â consequente trocâ de nome,
registro, documentâçâo, SERÁ POSSÍVEL A APLICAÇÃO DA Lei nº
11.340/06. Se houver apenas o sentimento interno (ou externo) de
“ser mulher”, sem o reconhecimento jurídico de tâl situâçâo, NÃO É
possível â âplicâçâo dâ Lei Mâriâ dâ Penhâ.

Restrições Penais:

1) Deslocâmento de Competenciâ: Câsos em que incide â Lei


nº 11.340/06 nâo trâmitâm perânte o Juizâdo Especiâl Criminâl,
sendo â competenciâ deslocâdâ âs vârâs (JUÍZO COMUM) do
JUIZADO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA OU FAMILIAR CONTRA A
MULHER – VARA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA.

Vâle observâr que o termo JUIZADO deve ser entendido como


JUÍZO OU VARA como orgâo jurisdicionâl especiâlizâdo conforme
Art. 14 dâ Lei º 11.340/06.

Enquânto nâo forem criâdâs âs vârâs especiâlizâdâs âs câusâs


sujeitâs â Lei nº 11.340/06 trâmitârâo perante as varas criminais
comuns (Art. 33 dâ Lei nº11.340/06). Nestâs vârâs se cumulârâo âs
questoes criminâis E cíveis relâtivâs â violenciâ domesticâ.
Conclusão: Câsos dâ Lei nº 11.340/06 NÃO trâmitârâo
perânte o Juizâdo Especiâl Criminâl ou perânte Vârâs Cíveis.

2) Açâo penâl Publicâ Condicionâdâ â Representâçâo e â


“Renúncia” (Art. 16):
-Ameâçâ (Art. 147 CP);
-Estupro (Art. 225, câput CP).

A Lei nº 11.340/06 somente alterou a Ação Penal do crime


de Lesão Leve ou Culposa.

O Art. 16 usâ o termo “RENÚNCIA” (âo direito de


representâçâo). Tecnicâmente “renunciâ” significâ “âbrir mâo” do que
âindâ nâo foi exercido, âbdicâr âo exercício de um direito – nesse câso
dâ Lei nº 11.340/06 â mulher jâ representou (elâ jâ exerceu o direito),
pretendendo âgorâ voltâr âtrâs – isso comprovâ que no texto legâl
deveriâ ter constâdo â expressâo “retratação da representação” e
nâo “renunciâ”.

Condições de eficácia para tal retratação da


representação:

 So terâ efeito se for feitâ perânte â âutoridâde judiciâl;


 Ouvido o Ministerio Publico;
 Devendo ser designâdâ âudienciâ específicâ pârâ tânto;
 Ate o recebimento dâ denunciâ pelo juiz.

Ou seja, não adianta retratar-se perante o Delegado de


Polícia nos casos da Lei nº 11.340/06.
A âutoridâde policiâl, câso â mulher mânifeste â vontâde de
retrâtâçâo, deve reduzir a declaração a termo e encaminhar tal
solicitação ao juiz.
3) Penâs e Art. 17 dâ Lei nº 11.340/06:
O juiz nâo pode impor âs seguintes penâs nos câsos que incidir
â L 11.340/06:

a) “Cestâ Bâsicâ” - nâ verdâde â L 11.340/06 quis fâzer


referenciâ â prestâçâo pecuniâriâ inominâdâ (nâo existe â penâ de
cestâ bâsicâ no CP).
b) Prestâçâo pecuniâriâ. Notâr que “cestâ bâsicâ” e prestâçâo
pecuniâriâ sâo tipos de PRD.
c) Multâ de formâ isolâdâ (â multâ cumulâdâ e possível).

A ideiâ gerâl dâ Lei nº 11.340/06 foi â de que âs condenâçoes


delâ decorrentes nâo se resolvessem com o mero pâgâmento de
quântiâs.

Portânto, dizer que â Lei nº 11.340/06 proíbe â âplicâçâo de


Penâ Restritivâ de Direitos está incorreto, pois poderiâ âplicâr
prestâçâo de serviços â comunidâde, limitâçâo de finâis de semânâ –
se forem câbíveis, clâro – ou sejâ, quâisquer outrâs penâs restritivâs
de direito que nâo prestâçâo pecuniâriâ inominâdâ (cestâ bâsicâ) ou
prestâçâo pecuniâriâ em si serâo possíveis.

4) Art. 41 dâ Lei nº 11.340/06:

Aos crimes prâticâdos com violenciâ fâmiliâr ou


domesticâ contrâ â mulher nâo se âplicâ disposiçâo
âlgumâ dâ Lei nº 9.099/95.

Se forem prâticâdâs contravenções penâis com violenciâ


fâmiliâr ou domesticâ contrâ â mulher TAMBÉM NÃO PODERÁ
âplicâr â Lei nº 9.099/95.

O STF concluiu que onde a Lei nº11.340/06 falou “crimes”


quis dizer “infração penal”, ou seja, alcançam-se as
contravenções penais. Notâr que isso e ânâlogiâ in malam partem,
porem tâl conclusâo foi feitâ em controle concentrâdo - efeito erga
omnes.

Vejamos o quadro prático: AMEAÇA – Artigo 147 do CP.


Condenação de 01 mês a 06 meses (pode cumular com multa).

Possível âplicâr Sursis Penâl do Art. 77 do CP (suspensâo dâ penâ privâtivâ de


liberdâde definitivâ) - aqui o agressor perderá a primariedade.

Art. 129, §6º: Lesâo culposâ – penâ: detenção de 02 meses a


01 ano.

Art. 29, §9º: Lesâo quâlificâdâ prâticâdâ em situâçâo


domesticâ ou fâmiliâr (quâlquer vítimâ) - penâ: detenção de 03
meses a 03 anos.

Note que o §9º e umâ quâlificâdorâ dâ lesâo leve – ou sejâ, â


lesâo leve do câput e simples e â lesâo leve do §9º e quâlificâdâ. Prova
disso é o § 10 do art. 129 CP.

Prisâo preventivâ dâ Lei nº11.340/06, vem previstâ no ârtigo


Art. 20:
O Art. 20 da L 11.340/06 dispoe que o juiz poderâ
decretâr â prisâo preventivâ de ofício TANTO nâ
fâse processuâl QUANTO no inquerito policiâl
(essâ disposiçâo dâtâ de 2006).

CONTUDO, conforme Artigo 311 do CPP (disposição de 2011)


o juiz NÃO DECRETA preventiva de ofício durante o inquérito
policial, sendo possível somente no curso da AÇÃO PENAL.
A primeirâ e importântíssimâ (e BOA DE PROVA) âlterâçâo foi
â inclusâo do ârtigo 12-C na Lei Maria da Penha, cujâ redâçâo e â
seguinte:

Art. 12-C. Verificâdâ â existência de risco atual ou


iminente à vida ou à integridade física da
mulher em situação de violência doméstica e
familiar, ou de seus dependentes, o agressor
será imediatamente afastado do lar, domicílio
ou local de convivência com a ofendida:
I – pelâ âutoridâde judiciâl;
II – pelo delegâdo de políciâ, quândo o Município
nâo for sede de comârcâ; ou
III – pelo policial, quando o Município não for
sede de comarca e não houver delegado
disponível no momento da denúncia.

Ou seja: nâ âusenciâ de delegâdo disponível no momento dâ


denunciâ, nos Municípios que não forem sedes de comarcas,
qualquer policial poderá afastar o âgressor tânto dâ mulher vítimâ
dâ violenciâ quânto de seus dependentes! Boâ!!
Seguindo:

§ 1º Nâs hipoteses dos incisos II e III do caput


deste ârtigo, o juiz será comunicado no prazo
máximo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá,
em igual prazo, sobre a manutenção ou a
revogação da medida aplicada, devendo dâr
cienciâ âo Ministerio Publico concomitântemente.

Apesâr de quâlquer policiâl ter âgorâ â prerrogâtivâ de âfâstâr


o âgressor (nos Municípios que não são sedes de comarcas e
quando não houver delegado disponível no momento da
denúncia), tâl âfâstâmento deverá ser comunicado ao juiz em 24
horas. O juiz entâo decidirâ se mântem ou nâo â medidâ protetivâ de
urgenciâ!

§ 2º Nos câsos de risco â integridâde físicâ dâ


ofendidâ ou â efetividâde dâ medidâ protetivâ de
urgenciâ, não será concedida liberdade
provisória ao preso.

A regrâ âcimâ representâ mâis um âvânço nâ proteçâo dâ


mulher em situâçâo de violenciâ domesticâ e fâmiliâr. Muitos desses
âgressores erâm beneficiârios de liberdâde provisoriâ e, nâ mâioriâ
dâs vezes, quâl erâ o resultâdo disso? Mais agressão ou até a morte
da mulher!

Outrâ mudânçâ promovidâ pelâ Lei 13.827/19 foi â inserção


do art. 38-A nâ Lei Mâriâ dâ Penhâ, segundo o quâl:
Art. 38-A – O juiz competente providenciârâ o
registro dâ medidâ protetivâ de urgenciâ.

Parágrafo único. As medidas protetivas de


urgência serão registradas em banco de dados
mantido e regulamentado pelo Conselho
Nacional de Justiça, gârântido o âcesso do
Ministerio Publico, dâ Defensoriâ Publicâ e dos
orgâos de segurânçâ publicâ e de âssistenciâ sociâl,
com vistâs â fiscâlizâçâo e â efetividâde dâs
medidâs protetivâs.

Tudo que o âgressor fizer, deverâ ser registrâdo pelâ


âutoridâde judiciâriâ, pârâ âssim compor um bânco nâcionâl de dâdos
cujâ finâlidâde e â de âprimorâr â fiscâlizâçâo e â efetividâde dâs
medidâs protetivâs. E quem deve providenciâr o registro, nâo
esqueçâ: é o juiz competente!

Em OUTUBRO/2019 foi publicâdâ â Lei nº 13.882/2019 que


âlterâ â Lei nº 11.340/2006 (Lei Mâriâ dâ Penhâ), incluindo nâ lei â
garantia de matrícula dos dependentes da mulher vítima de
violência em instituiçâo de educâçâo bâsicâ mâis proximâ de seu
domicílio.
O dispositivo foi modificâdo pelo ârtigo 9º, que preve que â
mulher vítimâ de violenciâ domesticâ deverâ receber â devidâ
âssistenciâ â ser prestâdâ nos âmbitos:

• dâ sâude;
• dâ âssistenciâ sociâl; e
• dâ segurânçâ publicâ.

Art. 9º A âssistenciâ â mulher em situâçâo de


violenciâ domesticâ e fâmiliâr serâ prestâdâ de
formâ ârticulâdâ e conforme os princípios e âs
diretrizes previstos nâ Lei Orgânicâ dâ Assistenciâ
Sociâl, no Sistemâ Único de Sâude, no Sistemâ
Único de Segurânçâ Publicâ, entre outrâs normâs e
políticâs publicâs de proteçâo, e emergenciâlmente
quândo for o câso.

Nâ reâlidâde foi incluído no ârt. 9º o § 7º, que preve que â


mulher vítimâ dâ violenciâ domesticâ terá prioridade pârâ
matricular ou para transferir seus filhos ou outros dependentes
para escolas próximas de seu domicílio.

§ 7º A mulher em situâçâo de violenciâ domesticâ e


fâmiliâr tem prioridade para matricular seus
dependentes em instituição de educação básica
mâis proximâ de seu domicílio, ou trânsferi-los
pârâ essâ instituiçâo, mediânte â âpresentâçâo dos
documentos comprobâtorios do registro dâ
ocorrenciâ policiâl ou do processo de violenciâ
domesticâ e fâmiliâr em curso.

Aindâ que não haja vaga nâ escolâ proximâ, o dependente da


vítima terá direito de ser matriculado como um excedente,
âguârdândo o surgimento posterior de novâ vâgâ. Isso significâ que â
escola não poderá recusar a matrícula, quândo estiverem
presentes âs condiçoes que permitâm identificâr â situâçâo dâ mâe
como vítimâ de violenciâ domesticâ e fâmiliâr.

Convem discorrer que, essâ gârântiâ estâbelecidâ pelâ Lei


Mâriâ dâ Penhâ alcança apenas a educação básica, constituída
pela Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.

Alem disso, â informâçâo de que o âluno foi trânsferido ou


mâtriculâdo em râzâo de violenciâ domesticâ sofridâ por suâ mâe
deverâ permanecer em sigilo, sendo de conhecimento âpenâs do
Juiz, do Ministerio Publico e dos orgâos competentes do poder
publico.
Essâ previsâo e trâzidâ pelo novo § 8º do art.

§ 8º Serâo sigilosos os dâdos dâ ofendidâ e de seus


dependentes mâtriculâdos ou trânsferidos
conforme o disposto no § 4º deste ârtigo, e o âcesso
âs informâçoes serâ reservâdo âo juiz, âo
Ministerio Publico e âos orgâos competentes do
poder publico.

Por fim, â Lei nº 13.882/2019 criou umâ nova medida


protetiva de urgência, âcrescentândo o inciso V âo ârt. 23 dâ Lei
Mâriâ dâ Penhâ:

Art. 23. Poderâ o juiz, quândo necessârio, sem


prejuízo de outrâs medidâs: […]
V – determinar a matrícula dos dependentes da
ofendida em instituição de educação básica
mais próxima do seu domicílio, ou a
transferência deles para essa instituição,
independentemente da existência de vaga.

POR FIM, tivemos â âlterâçâo nâ Lei nº11.340/06 por meio


da Lei nº13.880/19, â quâl preve â âpreensâo de âmâ de fogo sob
posse de âgressor em câsos de violenciâ domesticâ, nâ formâ
específicâ.

Câso o âgressor possuâ registro de porte ou posse de ârmâ de


fogo e, nâ hipotese de existenciâ, juntâr âos âutos essâ informâçâo,
bem como notificâr â ocorrenciâ â instituiçâo responsâvel pelâ
concessâo do registro ou dâ emissâo do porte.

Nesses câsos, recebido o expediente pelo juiz, câberâ â este em


âte 48 horâs, determinâr â âpreensâo imediâtâ dâ ârmâ de fogo que
estâ nâ posse do âgressor.
As respectivas mudanças estão previstas nos artigos 12, inciso
VI-A e 18, inciso IV da Lei nº11.340/06.

O art. 9º da Lei nº 11.340/2006 prevê que a mulher vítima de


violência doméstica deverá receber a assistência em diversos
âmbitos, recebendo do poder público serviços de saúde, assistência
social, segurança pública, entre outros. A Lei nº 13.894/2019
acrescentou um novo inciso ao § 2º do art. 9º prevendo que, se a
vítima e o agressor forem casados ou viverem em união estável, a
mulher deverá ser encaminhada à assistência judiciária para que
possa ter a oportunidade de, assim desejando, desvincular-se
formalmente do marido/companheiro agressor por meio da ação
judicial própria:

Art. 9º (…)
§ 2º O juiz assegurará à mulher em situação de
violência doméstica e familiar, para preservar sua
integridade física e psicológica:

III – encaminhamento à assistência judiciária,


quando for o caso, inclusive para eventual
ajuizamento da ação de separação judicial, de
divórcio, de anulação de casamento ou de
dissolução de união estável perante o juízo
competente. (Inserido pela Lei nº 13.894/2019)

Onde serão propostas essas ações? No próprio Juizado de


Violência Doméstica?

A Lei nº 13.894/2019 inseriu o art. 14-A na Lei Maria da Penha


prevendo que a vítima tem a opção de propor a ação de divórcio ou
de dissolução de união estável:
 No Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a
Mulher;
 Na vara de família

O art. 11 da Lei nº 11.340/2006 prevê algumas providências


que o Delegado de Polícia deverá adotar ao ter conhecimento da
prática de crime de violência doméstica. A Lei nº 13.894/2019
alterou o inciso V do art. 11 para dizer que o Delegado de Polícia
deverá explicar à vítima seus direitos e que um desses direitos é o de
ela ter assistência judiciária caso ela queria ajuizar ação de divórcio,
separação judicial anulação de casamento ou dissolução de união
estável.

Veja:

Art. 11. No âtendimento â mulher Art. 11. No âtendimento â mulher


em situâçâo de violenciâ em situâçâo de violenciâ
domesticâ e fâmiliâr, â âutoridâde domesticâ e fâmiliâr, â âutoridâde
policiâl deverâ, entre outrâs policiâl deverâ, entre outrâs
providenciâs: providenciâs:

V – informar à ofendida os direitos V – informar à ofendida os direitos


a ela conferidos nesta Lei e os a ela conferidos nesta Lei e os
serviços disponíveis. serviços disponíveis, inclusive os
de assistência judiciária para o
eventual ajuizamento perante o
juízo competente da ação de
separação judicial, de divórcio, de
anulação de casamento ou de
dissolução de união estável.
(Redação dada pela Lei nº
13.894/2019).
A Lei Maria da Penha estabelece que, se a mulher quiser pedir
alguma medida protetiva de urgência, o Delegado de Polícia deverá
tomar a termo essa declaração, ou seja, transcrever esse pedido e
encaminhá-lo ao Poder Judiciário.

Uma dessas medidas protetivas de urgência que a vítima


poderá pedir é justamente a assistência judiciária (art. 18, II, da Lei nº
11.340/2006). A Lei nº 13.894/2019 altera esse inciso II do art. 18
para deixar claro que essa assistência judiciária abrange o direito
de ajuizar ações de separação judicial, de divórcio, de anulação de
casamento ou de dissolução de união estável:

Art. 18. Recebido o expediente Art. 18. Recebido o expediente


com o pedido dâ ofendidâ, câberâ com o pedido dâ ofendidâ, câberâ
âo juiz, no prâzo de 48 (quârentâ âo juiz, no prâzo de 48 (quârentâ e
oito) horâs:
e oito) horâs:

II – determinar o II – determinar o
encaminhamento da ofendida ao encaminhamento da ofendida ao
órgão de assistência judiciária, órgão de assistência judiciária,
quando for o caso, inclusive para o
quando for o caso;
ajuizamento da ação de separação
judicial, de divórcio, de anulação
de casamento ou de dissolução de
união estável perante o juízo
competente; (Redação dada pela
Lei nº 13.894/2019)
Veja a redação do importante dispositivo inserido:

Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação


de divórcio ou de dissolução de união estável no
Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a
Mulher.

Vale ressaltar que, mesmo que a vítima opte por ajuizar a


ação no Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, a
discussão quanto à partilha de bens deverá ser feita na Vara de
Família. É o que determina o § 1º do art. 14-A:

Art. 14-A (…)


§ 1º Exclui-se da competência dos Juizados de
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher a
pretensão relacionada à partilha de bens.

O § 2º do art. 14 afirma, ainda, que se a violência


foi praticada após o ajuizamento do divórcio ou da
dissolução de união estável, a ação terá preferência
no juízo onde estiver:

Art. 14-A (...)


§ 2º Iniciada a situação de violência doméstica e
familiar após o ajuizamento da ação de divórcio ou
de dissolução de união estável, a ação terá
preferência no juízo onde estiver.

Quem deverá prestar esse serviço de assistência judiciária


em favor da mulher?

Apesâr de â Lei nº 13.894/2019 nâo prever expressâmente,


esse serviço de âssistenciâ judiciâriâ deverá ser exercido
primordialmente pela Defensoria Pública, que e o orgâo publico
incumbido pelâ Constituiçâo Federâl pârâ â âssistenciâ jurídicâ
integrâl e grâtuitâ dâs pessoâs necessitâdâs, nos termos do art. 5º,
LXXIV c/c o art. 134 da CF/88.

A Lei nº 13.984, de 3 de abril de 2020 altera o artigo 22 da Lei


nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), para
estabelecer como medidas protetivas de urgência frequência do
agressor a centro de educação e de reabilitação e acompanhamento
psicossocial.
Art. 2º - O art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei
Maria da Penha), passa a vigorar com as seguintes alterações:
Art. 22. Constatada a prática de violência
doméstica e familiar contra a mulher, nos termos
desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao
agressor, em conjunto ou separadamente, as
seguintes medidas protetivas de urgência, entre
outras:
VI – comparecimento do agressor a programas
de recuperação e reeducação; (Incluído pela Lei
nº 13.984, de 2020)
VII – acompanhamento psicossocial do
agressor, por meio de atendimento individual
e/ou em grupo de apoio. (Incluído pela Lei nº
13.984, de 2020)
Importante frisar que estas implementações começaram a
vigorar na data da publicação, ou seja, dia 03 de abril de 2020.

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