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DIREITO PENAL
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É cabível tanto o controle de constitucionalidade e convencionaldiade, em face da Lei Maria da Penha.
Definição: é o controle exercido a fim de verificar a compatibilidade do direito interno frente aos
Tratados que versam acerca dos Direitos Humanos. Precedente Case Law: ARELLANO E OUTROS VS.
CHILE. CASO DOS TRABALHADORES DEMITIDOS DO CONGRESSO VS. PERU (2006), julgado
pela Corte Interamericana de Direitos Humanos. Principais consequências: impor aos Estados o controle
de convencionalidade, o controle deverá ser ex officio, os Estados devem levar em consideração a
interpretação dada pela Corte ao Tratado em questão e a responsabilidade Internacional do Estado.
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Foi criada a Convenção do Conselho da Europa para a Prevenção e o Combate à Violência contra as
Mulheres e a Violência Doméstica, em 2011. No continente africano foi criada a Carta Africana sobre os
Direitos das Mulheres em 2003. E no Brasil, o case law Maria da Penha foi julgado pela Corte
Interamericana, que por sua vez, deu origem a criação da Lei que leva o nome da Maria da Penha que foi
vítima de violência doméstica pratica pelo seu cônjuge. A Corte condenou o Brasil e impôs a obrigação
de que fosse criada uma lei para punir e prevenir a violência doméstica no país. O brasil atendendo ao
mandamento da Corte criou a Lei 11.340/2006.
Criação da Lei n.º 11.340/2006
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Artigo 1º – Para fins da presente Convenção, a expressão "discriminação contra a mulher" significará
toda distinção, exclusão ou restrição baseada no sexo e que tenha por objeto ou resultado prejudicar ou
anular o reconhecimento, gozo ou exercício pela mulher, independentemente de seu estado civil, com
base na igualdade do homem e da mulher, dos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos
político, econômico, social, cultural e civil ou em qualquer outro campo.
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Artigo 1º - Para os efeitos desta Convenção, entender-se-á por violência contra a mulher qualquer ato ou
conduta baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher,
tanto na esfera pública como na esfera privada.
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3) Caracterizando a Violência:
A lei não especifica o que seria, propriamente dito, o conceito de
violência contra a mulher. Presume-se que o legislador faz referência a
qualquer sofrimento de origem física ou psicológica que ocorra em virtude de
Artigo 2º - Entende-se que a violência contra a mulher abrange a violência física, sexual e psicológica: a)
ocorrido no âmbito da família ou unidade domestica ou em qualquer relação interpessoal, quer o agressor
compartilhe, tenha compartilhado ou não a sua residência, incluindo- se, entre outras formas, o estupro,
maus-tratos e abuso sexual; b) ocorrida na comunidade e comedida por qualquer pessoa, incluindo, entre
outras formas, o estupro, abuso sexual, tortura, tráfego de mulheres, prostituição forçada, seqüestro e
assédio sexual no local de trabalho, bem como em instituições educacionais, serviços de saúde ou
qualquer outro local; e c) perpetra ou tolerada pelo Estado ou seus agente, onde quer que ocorra. Direitos
Protegidos
Artigo 3º - Toda mulher tem direito a uma vida livre de violência, tanto na esfera pública como na esfera
privada. Toda mulher tem direito ao reconhecimento, desfrute, exercício e proteção de todos os direitos
humanos e liberdades consagradas em todos os instrumentos regionais e internacionais relativos aos
direitos humanos. Estes direitos abrangem, entre outros: a) direitos a que se respeite sua vida; b) direitos a
que se respeite sua integridade física, mental e moral; c) direitos à liberdade e a segurança pessoais; d)
direito a não ser submetida a tortura; e) direito a que se respeite a dignidade inerente à sua pessoa e a que
se proteja sua família f) direito a igual proteção perante a lei e da lei; g) direito a recurso simples e
rápido perante tribunal competente que a proteja contra atos que violem seus direitos; h) direito de livre
associação; i) direito à liberdade de professar a própria religião e as próprias crenças, de acordo com a lei;
e j) direito a ter igualdade de acesso às funções públicas de seu próprio país e a participar nos assuntos
públicos, inclusive na tomada de decisões.
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Artigo 7º da LEI:
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Artigo 9º da Lei.
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Vide:
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As medidas elencadas nos artigos 22, 23 e 24, ambas são caracterizadas pela
urgência. Sendo assim, devem preencher o binômio perigo da demora e aparência do
bom direito.
As medidas protetivas podem ser concedidas de ofício ou a requerimento
da vítima, sem a audiência do agressor que será posteriormente comunicado. É possível
a substituição das medidas,quando ineficazes.
A inobservância das medidas pelo agressor não gera o crime de
desobediência, entretanto, existe posição doutrinária diversa. Para Guilherme Nucci,
pode configurar o crime. Em cada caso concreto vai depender da posição de cada
Tribunal.
Segundo o STJ, configura o crime do artigo 359, bem como seria
possível o pedido da prisão preventiva. A prisão preventiva só poderá ser decretada se o
descumprimento da medida volta-se para a prática de novo crime contra a vítima.
A lei impõe a criação dos Juizados Especiais como uma diretriz. É uma
tendência no âmbito do poder judiciário, entende-se que uma justiça especializada julga
melhor, tende a ter entendimentos uniformizados e, tecnicamente, seria mais célere,
além de todos os atuantes estarem sensibilidades e familiarizados com a problemática.
Nos Estados onde não foram criados os juizados especiais, o juiz julgará
a infração penal e a concessão ou não das medidas protetivas de caráter cível.
Outras ações de natureza civil poderão ser propostas na própria vara civil
competente.
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A Lei Maria da Penha pode ser aplicada para violência praticada contra a
cunhada?
A fim de regulamentar o §8º do art. 226 da CF/88 e dar maior efetividade aos
compromissos internacionais assumidos em defesa da mulher, foi editada a Lei n.°
11.340/2006, conhecida como “Lei Maria da Penha”.
A referida Lei cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a
mulher.
Indaga-se então:
Qual é o conceito legal de violência doméstica?
Algumas perguntas decorrentes deste conceito, que está previsto no art. 5º da Lei:
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Esta Lei pode ser aplicada a agressor que não se conforma com o término do namoro:
Incide a aplicação da Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) uma vez que a vítima
grávida mantinha íntima relação com o agressor, que vinha praticando agressões físicas
por não se conformar com o término do namoro, sendo ele o suposto pai. Assim,
competente a Justiça comum para processar e julgar a questão.
CC 92.591-MG, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 5/12/2008.
Mas cuidado: não é qualquer namoro que se enquadra na Lei Maria da Penha:
Como o art. 5º da Lei n.° 11.340/2006 dispõe que a “violência doméstica” abrange
qualquer relação íntima de afeto e dispensa a coabitação, cada demanda deve ter uma
análise cuidadosa, caso a caso. Deve-se comprovar se a convivência é duradoura ou se o
vínculo entre as partes é eventual, efêmero, uma vez que não incide a lei em comento
nas relações de namoro eventuais.
(CC 91.979-MG, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 16/2/2009)
3) Por fim, a Lei Maria da Penha pode ser aplicada para a agressão perpetrada
por um homem contra a sua cunhada?
SIM. Trata-se da hipótese prevista no inciso II, considerando que a cunhada é parente
por afinidade do agressor.
Assim, já decidiu o STJ:
(...)
2. Na espécie, apurou-se que a Vítima, irmã da companheira do Acusado, vivendo há
mais de um ano com o casal sob o mesmo teto, foi agredida por ele.
3. Nesse contexto, inarredável concluir pela incidência da Lei n.º 11.343/06 (rectius:
Lei n.° 11.340/2006), tendo em vista a ocorrência de ação baseada no gênero
causadora de sofrimento físico no âmbito da família, nos termos expressos do art. 5.º,
inciso II, da mencionada legislação.
4. "Para a configuração de violência doméstica, basta que estejam presentes as
hipóteses previstas no artigo 5º da Lei 11.343/2006 (Lei Maria da Penha) [...]" (HC
115.857/MG, 6.ª Turma, Rel. Min. JANE SILVA (Desembargadora Convocada do
TJ/MG), DJe de 02/02/2009). (...)
(HC 172634/DF, Rel. Ministra Laurita Vaz, Quinta Turma, julgado em 06/03/2012)
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Algumas situações nas quais o STJ já reconheceu ser possível a aplicação da Lei Maria
da Penha
Um dos temas que é enfrentado com frequência pelo STJ diz respeito às hipóteses em
que é cabível a aplicação da Lei Maria da Penha.
Pensando nisso, preparei uma breve pesquisa sobre alguns casos concretos já
enfrentados pela Corte.
É possível a aplicação da Lei Maria da Penha mesmo que agressor e vítima não
vivam sob o mesmo teto?
SIM. É possível que haja violência doméstica mesmo que agressor e vítima não
convivam sob o mesmo teto (não morem juntos). Isso porque o art. 5º, III, da Lei afirma
que há violência doméstica em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor
conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
Finalmente, confira alguns casos já analisados pelo STJ envolvendo a Lei Maria da
Penha:
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