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EMERJ

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CPV – 2021
Prof. Tatiana Batista
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis.
O Processo Legislativo. As diversas etapas que compõem o rito parlamentar. Controle
judicial do processo legislativo. Processo legislativo no Estado e no Município.
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis

1. Introdução:
Comissões (art. 58 da CRFB): órgãos de natureza técnica competentes para examinar as
propostas legislativas em curso nas casas do Parlamento e sobre elas emitir pareceres ou para
controlar e investigar os fatos relevantes e determinados.
Essas comissões podem ser permanentes (mais de uma legislatura), temporárias
(finalidade específica), mistas, exclusivas.

Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI – art. 58, §3º da CRFB e Lei 1579/52) é uma comissão
(conjunto de parlamentares) temporária, constituída dentro de qualquer uma das Casas
Legislativas existentes com o objetivo de investigar um fato determinado, por um prazo certo,
gozando, para isso de poderes de investigação próprios das autoridades judiciais (além de
outros previstos no Regimento Interno).
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis

Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias,
constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de
que resultar sua criação.

§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das


autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão
criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente,
mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e
por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público,
para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis

LEI Nº 1.579, DE 18 DE MARÇO DE 1952_ Dispõe sobre as Comissões Parlamentares de


Inquérito.

Art. 1o As Comissões Parlamentares de Inquérito, criadas na forma do § 3o do art. 58 da


Constituição Federal, terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além
de outros previstos nos regimentos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com
ampla ação nas pesquisas destinadas a apurar fato determinado e por prazo certo.
(Redação dada pela Lei nº 13.367, de 2016)

Parágrafo único. A criação de Comissão Parlamentar de Inquérito dependerá de


requerimento de um terço da totalidade dos membros da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal, em conjunto ou separadamente. (Redação dada pela Lei nº 13.367, de
2016)
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Outras Legislações:

• Lei federal nº 10.001/2000.

• Regimento interno da Câmara, do Senado e do Congresso.

• Constituições estaduais.

• Leis orgânicas dos Municípios.

• Lei orgânica distrital.


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Assim, temos:

Comissão temporária que pode se dar no âmbito legislativo federal, estadual, distrital
e municipal, exclusiva ou mista, mediante requerimento de 1/3 de seus membros para a
apuração de fato determinado por prazo certo, com poderes de investigação próprio de
autoridades judiciais.
As CPIs refletem uma atividade típica do Poder Legislativo, a fiscalização. É uma
atividade de controle, investigação e fiscalização próprias do poder Legislativo.

2. Natureza Jurídica:
Inquisitiva (de forma contemporânea: investigativa ou INFORMATIVA), semelhante ao inquérito
policial. Por isso que a CPI pode decretar o sigilo das investigações e limitar a reunião às
presenças de indiciado, testemunha e advogados.
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3. Requisitos:
A criação de uma CPI exige unicamente o preenchimento de três requisitos taxativos:

1) requerimento subscrito (assinado) por, no mínimo, 1/3 dos membros daquela Casa
Legislativa. Ex: com o requerimento de 1/3 dos Deputados Federais, pode ser instituída
uma CPI na Câmara dos Deputados.
As CPIs são importante instrumento de combate à disposição das MINORIAS PARLAMENTARES,
podem ser criadas por ato da respectiva mesa, mediante requerimento de 1/3 dos membros
de cada casa legislativa ou do Congresso Nacional, SEM a necessidade de deliberação
plenária para a criação da comissão – MS 24.831/STF

2) indicação de fato determinado que será objeto de apuração;

3) temporariedade da comissão parlamentar de inquérito.


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Minoria Parlamentar:
Preenchidos os requisitos constitucionais (CF, art. 58, § 3º), impõe-se a criação da Comissão
Parlamentar de Inquérito, que não depende, por isso mesmo, da vontade aquiescente da
maioria legislativa. Atendidas tais exigências (CF, art. 58, § 3º), cumpre, ao Presidente da Casa
legislativa, adotar os procedimentos subsequentes e necessários à efetiva instalação da CPI,
não se revestindo de legitimação constitucional o ato que busca submeter, ao Plenário da
Casa legislativa, quer por intermédio de formulação de Questão de Ordem, quer mediante
interposição de recurso ou utilização de qualquer outro meio regimental, a criação de
qualquer comissão parlamentar de inquérito.
STF. Plenário. MS 26441, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 25/04/2007.

Ainda que a maioria dos parlamentares não queira a CPI, ela deve ser instalada se houver a
subscrição do requerimento por, no mínimo, 1/3 dos parlamentares e o cumprimento dos
outros dois requisitos. A maioria não pode impedir essa instalação, sendo a criação da CPI
considerada como um direito das minorias que compõem o parlamento.
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
A norma inscrita no art. 58, § 3º, da Constituição da República destina-se a ensejar a
participação ativa das minorias parlamentares no processo de investigação legislativa, sem que,
para tanto, mostre-se necessária a concordância das agremiações que compõem a maioria
parlamentar. (...)
A prerrogativa institucional de investigar, deferida ao Parlamento (especialmente aos grupos
minoritários que atuam no âmbito dos corpos legislativos), não pode ser comprometida pelo
bloco majoritário existente no Congresso Nacional, que não dispõe de qualquer parcela de
poder para deslocar, para o Plenário das Casas legislativas, a decisão final sobre a efetiva
criação de determinada CPI, sob pena de frustrar e nulificar de modo inaceitável e arbitrário, o
exercício, pelo Legislativo (e pelas minorias que o integram), do poder constitucional de
fiscalizar e de investigar o comportamento dos órgãos, agentes e instituições do Estado,
notadamente daqueles que se estruturam na esfera orgânica do Poder Executivo. A rejeição de
ato de criação de Comissão Parlamentar de Inquérito, pelo Plenário da Câmara dos Deputados,
ainda que por expressiva votação majoritária, proferida em sede de recurso interposto por
Líder de partido político que compõe a maioria congressual, não tem o condão de justificar a
frustração do direito de investigar que a própria Constituição da República outorga às minorias
que atuam nas Casas do Congresso Nacional.
STF. Plenário. MS 26441, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 25/04/2007.
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
4. Poderes da CPI:

• determinar diligências que reputarem necessárias;


• requerer a convocação de Ministros de Estado, Secretários de Estado ou Secretários
Municipais(de acordo com a esfera de atuação da CPI);
• tomar o depoimento de quaisquer autoridades federais, estaduais ou municipais;
• ouvir os investigados;
• inquirir testemunhas sob compromisso;
• requisitar da administração pública direta, indireta ou fundacional informações e
documentos; e
• transportar-se aos lugares onde se fizer mister a sua presença (“inspeção”);
• efetuar prisões em flagrante em caso de crime praticado na presença dos membros da
comissão.
• quebrar sigilo bancário, fiscal e de dados (inclusive telefônico, ou seja, extrato de conta
e não escuta ou grampo).
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
4. Poderes da CPI:
Não podem ferir a cláusula de reserva constitucional de jurisdição ( determinar prisões
cautelares, busca e apreensão domiciliares, interceptação telefônica).
Os dados obtidos pela CPI devem ser mantidos em sigilo, não podem ser divulgados pela CPI.

A CPI não pode:


• decretar o arresto, sequestro ou indisponibilidade de bens dos investigados;

• decretar busca domiciliar;

• decretar prisões preventivas (vimos acima que é possível a prisão em flagrante);

• decretar interceptação telefônica;

• investigar atos de conteúdo jurisdicional.


Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
4. Poderes da CPI:
O convocada para depor na CPI tem o direito não autoincriminação, o direito ao silêncio
e a comunicar-se a qualquer tempo com o seu advogado de forma separada e
reservada.

A CPI não pode punir delitos (Poder Judiciário somente) e formular acusações(cabe ao
Ministério Público):
Art. 6o-A. A Comissão Parlamentar de Inquérito encaminhará relatório circunstanciado, com suas conclusões,
para as devidas providências, entre outros órgãos, ao Ministério Público ou à Advocacia-Geral da União, com
cópia da documentação, para que promovam a responsabilidade civil ou criminal por infrações apuradas e
adotem outras medidas decorrentes de suas funções institucionais. (Incluído pela Lei nº 13.367, de 2016)

As CPIs possuem permissão legal para encaminhar relatório circunstanciado não só ao Ministério Público e
à AGU, mas, também, a outros órgãos públicos, podendo veicular, inclusive, documentação que possibilite
a instauração de inquérito policial em face de pessoas envolvidas nos fatos apurados (art. 58, § 3º,
CRFB/1988, c/c art. 6º-A da Lei 1.579/1952, incluído pela Lei 13.367/2016).
[MS 35.216 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 17-11-2017, P, DJE de 27-11-2017
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
CPIs nos Estados:
➢ Cabível e o modelo federal deve ser observado obrigatoriamente pelas Assembleias
Legislativas.
➢ Não podem investigar autoridades com prerrogativas de foro na Justiça Federal

A Constituição do Brasil assegura a 1/3 dos membros da Câmara dos Deputados e a 1/3
dos membros do Senado Federal a criação da CPI, deixando, porém, ao próprio
parlamento o seu destino. A garantia assegurada a 1/3 dos membros da Câmara ou do
Senado estende-se aos membros das assembleias legislativas estaduais – garantia das
minorias. O modelo federal de criação e instauração das CPIs constitui matéria a ser
compulsoriamente observada pelas casas legislativas estaduais. A garantia da instalação
da CPI independe de deliberação plenária, seja da Câmara, do Senado ou da assembleia
legislativa. (...) Não há razão para a submissão do requerimento de constituição de CPI a
qualquer órgão da assembleia legislativa. Os requisitos indispensáveis à criação das CPIs
estão dispostos, estritamente, no art. 58 da Constituição do Brasil/1988. [ADI 3.619, rel.
min. Eros Grau, j. 1º-8-2006, P, DJ de 20-4-2007.]
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
CPIs nos Municípios:
➢ Art. 29, XI, da CRFB:
XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal;
➢ Diante do mandamento constitucional é possível a sua constituição, mesmo
quando não houver sido prevista expressamente como norma legal na LOM -
Lei Orgânica Municipal ou no Regimento Interno da respectiva Casa Legislativa.
➢ raio de ação: hão de limitar-se às questões de competência do município.
➢A única limitação investigativa: não pode quebrar sigilos fiscais, bancários ou
telefônicos por não existir Poder Judiciário Municipal.
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis

Princípio da Colegialidade:
O princípio da colegialidade traduz diretriz de fundamental importância na regência das
deliberações tomadas por qualquer CPI, notadamente quando esta, no desempenho de sua
competência investigatória, ordena a adoção de medidas restritivas de direitos, como aquelas que
importam na revelação (disclosure) das operações financeiras ativas e passivas de qualquer
pessoa. A legitimidade do ato de quebra do sigilo bancário, além de supor a plena adequação de
tal medida ao que prescreve a Constituição, deriva da necessidade de a providência em causa
respeitar, quanto à sua adoção e efetivação, o princípio da colegialidade, sob pena de essa
deliberação reputar-se nula.
[MS 24.817, rel. min. Celso de Mello, j. 3-2-2005, P, DJE de 6-11-2009.]

Em relação às deliberações tomadas pela CPI estadual, vigora o princípio da colegialidade,


embora algumas decisões urgentes relacionadas ao poder geral de cautela, como a
indisponibilidade de bens dos investigados, possam ser definidas de forma isolada pelo presidente
da CPI.
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
O investigado pode se recusar a comparecer na sessão da CPI na qual seria ouvido?

O investigado pode se recusar a comparecer na sessão da CPI na qual seria ouvido?


1ª corrente: SIM. Ministros Gilmar Mendes e Celso de Mello. O comparecimento do investigado perante a
CPI para ser ouvido é facultativo. Cabe a ele decidir se irá ou não comparecer. Se decidir comparecer, ele
terá direito: a) ao silêncio; b) à assistência de advogado; c de não prestar compromisso de dizer a verdade;
d de não sofrer constrangimentos. Caso o investigado não compareça, a CPI não pode determinar a sua
condução coercitiva. Aplica-se para as CPIs o mesmo entendimento da ADPF 395/DF.
2ª corrente: NÃO. Ministros Edson Fachin e Cármen Lúcia. O comparecimento do investigado perante a CPI
para ser ouvido é compulsório. Ele tem que comparecer. No entanto, chegando lá, o investigado tem
direito: a) ao silêncio; b) à assistência de advogado; c de não prestar compromisso de dizer a verdade; d de
não sofrer constrangimentos. Caso o investigado não compareça, a CPI poderia determinar a sua condução
coercitiva. Desse modo, tivemos dois votos favoráveis à tese de que o paciente não estava obrigado a
comparecer à CPI e dois votos contrários. Em caso de empate, prevalece a decisão mais favorável ao
paciente.
Assim, a 2ª Turma do STF concedeu a ordem de habeas corpus para transformar a compulsoriedade de
comparecimento em facultatividade e deixar a cargo do paciente a decisão de comparecer ou não à
Câmara dos Deputados, perante a CPI, para ser ouvido na condição de investigado. STF. 2ª Turma. HC
171438/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado 28/5/2019 (Info 942).
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
Dados obtidos com a quebra de sigilo bancário não podem ser divulgados abertamente em
site oficial

Os dados obtidos por meio da quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal devem ser
mantidos sob reserva. Assim, a página do Senado Federal na internet não pode divulgar
os dados obtidos por meio da quebra de sigilo determinada por comissão parlamentar de
inquérito (CPI). STF. Plenário. MS 25940, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/4/2018
(Info 899).
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
O privilégio contra a autoincriminação – que é plenamente invocável perante as CPIs – traduz
direito público subjetivo assegurado a qualquer pessoa, que, na condição de testemunha, de
indiciado ou de réu, deva prestar depoimento perante órgãos do Poder Legislativo, do Poder
Executivo ou do Poder Judiciário. O exercício do direito de permanecer em silêncio não autoriza
os órgãos estatais a dispensarem qualquer tratamento que implique restrição à esfera jurídica
daquele que regularmente invocou essa prerrogativa fundamental. (...) O direito ao silêncio –
enquanto poder jurídico reconhecido a qualquer pessoa relativamente a perguntas cujas
respostas possam incriminá-la (nemo tenetur se detegere) – impede, quando concretamente
exercido, que aquele que o invocou venha, por tal específica razão, a ser preso, ou ameaçado de
prisão, pelos agentes ou pelas autoridades do Estado. Ninguém pode ser tratado como culpado,
qualquer que seja a natureza do ilícito penal cuja prática lhe tenha sido atribuída, sem que exista,
a esse respeito, decisão judicial condenatória transitada em julgado. O princípio constitucional da
não culpabilidade, em nosso sistema jurídico, consagra uma regra de tratamento que impede o
poder público de agir e de se comportar, em relação ao suspeito, ao indiciado, ao denunciado ou
ao réu, como se estes já houvessem sido condenados definitivamente por sentença do Poder
Judiciário.
[HC 79.812, rel. min. Celso de Mello, j. 8-11-2000, P, DJ de 16-2-2001.]
Vide HC 100.200, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 8-4-2010, P, DJE de 27-8-2010
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
Ano: 2020 Banca: FCC Órgão: TJ-MS Prova: FCC - 2020 - TJ-MS - Juiz Substituto
A Câmara Municipal de uma Capital estadual pretende instalar Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar
possível ilicitude na conduta de empresas que, embora prestem serviço na Capital, recolhem o Imposto sobre Serviços
em Município vizinho, onde tais empresas têm filiais, e no qual a alíquota incidente sobre a base de cálculo do imposto
é menor, prática que, entendem os Vereadores, tem redundado em sonegação fiscal vultosa, causadora de prejuízos à
Prefeitura da Capital. Nesse caso, considerada a disciplina da matéria na Constituição Federal e a jurisprudência
pertinente do Supremo Tribunal Federal,
A. se instalada, a CPI estará impedida de exigir informações contábeis das empresas investigadas, por não dispor de
poderes para determinar a quebra do sigilo bancário e fiscal das empresas contribuintes investigadas, ambas matérias
sujeitas à reserva jurisdicional.
B. os atos de investigação da CPI estarão sujeitos a controle jurisdicional, mediante provocação dos interessados,
inclusive por meio de mandado de segurança, em defesa de direito líquido e certo próprio, não se aplicando, nessa
hipótese, a regra da prejudicialidade por perda de objeto, ainda que haja a extinção da CPI em virtude da conclusão dos
trabalhos investigatórios.
C. para ser instalada, a CPI dependerá do requerimento de, no mínimo, um terço dos membros da Câmara dos
Vereadores, sujeitando-se ainda a eventual aprovação do Plenário, caso assim previsto na Lei Orgânica municipal ou
Regimento Interno do órgão legislativo respectivo.
D. para seu funcionamento, a CPI estará sujeita ao prazo determinado em seu ato de instalação, admitidas
prorrogações, igualmente determinadas e devidamente justificadas, dentro da legislatura respectiva, cabendo-lhe, se
for o caso, o encaminhamento de suas conclusões ao Ministério Público, para promoção da responsabilidade civil ou
criminal dos infratores.
E. a CPI não poderá ser instalada, uma vez que o objeto de investigação não se insere dentro das competências do
Município, mas sim do Estado, seja por recair sobre conduta que extrapola os limites territoriais municipais, seja por
existir suspeita da prática de crime, sujeita, portanto, à investigação e persecução penal.
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
Ano: 2020 Banca: FCC Órgão: TJ-MS Prova: FCC - 2020 - TJ-MS - Juiz Substituto
A Câmara Municipal de uma Capital estadual pretende instalar Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) para investigar possível ilicitude na conduta de empresas que, embora prestem
serviço na Capital, recolhem o Imposto sobre Serviços em Município vizinho, onde tais empresas
têm filiais, e no qual a alíquota incidente sobre a base de cálculo do imposto é menor, prática
que, entendem os Vereadores, tem redundado em sonegação fiscal vultosa, causadora de
prejuízos à Prefeitura da Capital. Nesse caso, considerada a disciplina da matéria na Constituição
Federal e a jurisprudência pertinente do Supremo Tribunal Federal,
A. se instalada, a CPI estará impedida de exigir (erro) informações contábeis das empresas
investigadas, por não dispor de poderes para determinar a quebra do sigilo bancário e fiscal das
empresas contribuintes investigadas, ambas matérias sujeitas à reserva jurisdicional.

D. para seu funcionamento, a CPI estará sujeita ao prazo determinado em seu ato de instalação,
admitidas prorrogações, igualmente determinadas e devidamente justificadas, dentro da legislatura
respectiva, cabendo-lhe, se for o caso, o encaminhamento de suas conclusões ao Ministério
Público, para promoção da responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
Ano: 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-SC Prova: CESPE - 2019 - TJ-SC - Juiz
Substituto
Com relação à disciplina constitucional das comissões parlamentares de inquérito (CPI),
assinale a opção correta de acordo com a doutrina e a jurisprudência do STF.
A. Para o STF, é nula a intimação de indígena não aculturado para oitiva em CPI, na
condição de testemunha, fora de sua comunidade.
B. É constitucional a criação de CPI por assembleia legislativa de estado federado ficar
condicionada à aprovação de seu requerimento no plenário do referido órgão.
C. À CPI não é oponível o sigilo imposto a processos judiciais que tramitem sob o segredo
de justiça.
D. Diferentemente do que ocorre com as investigações policiais, o procedimento das CPI
não é caracterizado pela unilateralidade.
E. É inconstitucional norma regimental da Câmara dos Deputados que limite o número de
CPI em funcionamento simultâneo.
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
Ano: 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-SC Prova: CESPE - 2019 - TJ-SC - Juiz
Substituto
Com relação à disciplina constitucional das comissões parlamentares de inquérito (CPI),
assinale a opção correta de acordo com a doutrina e a jurisprudência do STF.
A. Para o STF, é nula a intimação de indígena não aculturado para oitiva em CPI, na
condição de testemunha, fora de sua comunidade.
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: TJ-AC Prova: VUNESP - 2019 - TJ-AC - Juiz de Direito
Substituto
Considerando o disposto na Constituição Federal no tocante às Comissões Parlamentares
de Inquérito (CPIs), à luz do direito pátrio vigente, assinale a alternativa correta.
A. Diferentemente do entendimento que se aplica às CPIs em âmbito federal, uma CPI
estadual não pode requerer a quebra de sigilo de dados bancários do investigado.
B. As ações de mandado de segurança e de habeas corpus impetradas contra CPIs não se
extinguem em virtude da conclusão dos seus trabalhos investigatórios se não aprovado
seu relatório final.
C. A CPI tem poderes para determinar a busca e apreensão de bens, objetos e
computadores, desde que essa diligência não se efetive em local inviolável, como os
espaços domiciliares.
D. Tem competência a CPI para expedir decreto de indisponibilidade de bens de
particular, como medida de instrução a embasar futura medida cautelar perante o Poder
Judiciário.
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: TJ-AC Prova: VUNESP - 2019 - TJ-AC - Juiz de Direito
Substituto
Considerando o disposto na Constituição Federal no tocante às Comissões Parlamentares
de Inquérito (CPIs), à luz do direito pátrio vigente, assinale a alternativa correta.
C. A CPI tem poderes para determinar a busca e apreensão de bens, objetos e
computadores, desde que essa diligência não se efetive em local inviolável, como os
espaços domiciliares.
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ-MT Prova: VUNESP - 2018 - TJ-MT - Juiz Substituto
No tocante ao Poder Legislativo, a Constituição Federal estabeleceu que as Comissões
Parlamentares de Inquérito (CPIs) terão poderes de investigação próprios das autoridades
judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas. Nesse sentido,
portanto, no que diz respeito às CPIs, assinale a alternativa correta.
A. Com base no seu poder geral de cautela, as CPIs podem decretar a indisponibilidade
de bens do indiciado.
B. As CPIS têm poderes para quebrar sigilo bancário, fiscal e de dados, inclusive telefônico
do indiciado.
C. As CPIs têm poderes para impor medida judicial determinando a proibição do indiciado
deixar o território nacional.
D. É garantido ao indiciado o direito de contar com a presença de seu advogado durante
seu interrogatório na CPI, mas o causídico não pode intervir no curso do depoimento.
E. A decretação de prisão pelas CPIs somente se admite no caso de crime em estado de
flagrância.
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ-MT Prova: VUNESP - 2018 - TJ-MT - Juiz Substituto
No tocante ao Poder Legislativo, a Constituição Federal estabeleceu que as Comissões
Parlamentares de Inquérito (CPIs) terão poderes de investigação próprios das autoridades
judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas. Nesse sentido,
portanto, no que diz respeito às CPIs, assinale a alternativa correta.
E. A decretação de prisão pelas CPIs somente se admite no caso de crime em estado de
flagrância.
O Processo Legislativo. As diversas etapas que
compõem o rito parlamentar. Controle judicial do
processo legislativo. Processo legislativo no Estado
e no Município.
Do processo legislativo
Processo legislativo — art. 59 até 69 da Constituição Federal Bicameral (norma de reprodução
obrigatória observando o legislativo estadual e municipal unicameral).

ATOS DO PROCESSO LEGISLATIVO


Sendo um processo, ele é compreendido por um conjunto de atos, que seriam:
A. INCIATIVA
B. Emendas Parlamentares
C. Votação
D. Sanção e Veto
E. Promulgação e Publicação
A) INICIATIVA LEGISLATIVA
Ato inaugural do processo legislativo e é a sua deflagração. É a capacidade
atribuída pela Constituição a alguém ou a algum órgão para propor
projetos de emendas constitucionais ou leis ao Poder Legislativo
competente.
A iniciativa pode ser:
- Concorrente ou Geral – art. 60, I,II e III e art. 61, caput e §2º: porque
compete a qualquer membro ou órgão do Poder Legislativo, ao Presidente
da República e ao povo. Ex. LC 135/2010.
- Reservada ou exclusiva – art. 61, §1º, art. 93 e art. 96: a CF reservou
determinados assuntos à esfera de disponibilidade de certas autoridades e
órgãos.
É o caso do art. 61, §1º, II, b.
A) INICIATIVA LEGISLATIVA
As regras do processo legislativo, EM ESPECIAL A INCIATIVA LEGISLATIVA, por
forma da simetria são de observância obrigatória para os Estados, Distrito
Federal e Municípios. A violação à reserva de iniciativa revela conduta
inconstitucional que não pode ser convalidada com a sanção do chefe do
executivo se a iniciativa invadida era dele.
Destaco ainda a iniciativa legislativa VINCULADA que é a apresentação do projeto
de lei sobre determinada questão exigida pela Constituição em data e prazo
certo. Ex: lei orçamentária.
É exigência constitucional que quando a iniciativa competir as Presidente, ao STF,
aos Tribunais Superiores e ao Povo, o projeto de lei deve ser apresentado na
Câmara dos Deputados.
A iniciativa de cada parlamentar é exercida em sua própria casa.
Vê-se que a Câmara dos Deputados funciona como a casa iniciadora do processo
legislativo e o Senado é a casa revisora.
A) INICIATIVA LEGISLATIVA
Diferença entre iniciativa e competência:
A iniciativa é própria do processo legislativo, é apenas uma das fases do
processo legislativo. Já a competência é a capacidade de um ente criar uma
lei. Ela diz respeito especificamente a competência do ente para criar uma
lei. Veja que a competência está ligada ao ente público. Já a iniciativa é
simplesmente uma fase do processo legislativo.
Jurisprudências:
A regra da iniciativa privativa do art. 61, § 1º, II, “c” da CF/88 deve ser aplicada também
no âmbito municipal? SIM. Ex: a Lei Orgânica de Cambuí/MG concedeu benefícios a
servidores públicos daquela municipalidade. O STF julgou a referida lei inconstitucional
por ofender justamente o art. 61, § 1º, II, “c” da CF/88, a ensejar sua
inconstitucionalidade formal. STF. Plenário. RE 590829/MG, Rel. Min. Marco Aurélio,
julgado em 5/3/2015 (Info 776).

É inconstitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que imponha ao DETRAN a


obrigação de publicar, no diário oficial e na internet, a relação de cada um dos veículos
sinistrados, seus respectivos dados, com destinação para os que sofreram desmonte
e/ou comercialização das peças e partes. Essa lei trata sobre “atribuições” de
órgãos/entidades da administração pública, matéria que é de iniciativa privativa do
chefe do Poder Executivo (art. 61, § 1º, II, “e”, da CF/88). A correta interpretação que
deve ser dada ao art. 61, § 1º, II, “e” c/c o art. 84, VI, da CF/88 é a de que a iniciativa
para leis que disponham sobre “estruturação e atribuições” dos órgãos públicos é do
chefe do Poder Executivo. STF. Plenário. ADI 4704/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
21/3/2019 (Info 934).
Jurisprudências:
É inconstitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que obriga a Secretaria
de Segurança Pública a avisar, pelos Correios, que o prazo de validade da Carteira
Nacional de Habilitação da pessoa está prestes a vencer. Essa norma, que trata
sobre organização administrativa e cria ônus para a Administração Pública, não
poderia ter sido tratada em lei de iniciativa parlamentar. STF. Plenário. ADI
3169/SP, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, julgado
em 11/12/2014 (Info 771).

É inconstitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que trate sobre isenção


de custas judiciais. Isso porque, os órgãos superiores do Poder Judiciário
possuem reserva de iniciativa (competência privativa) para apresentar os
projetos de lei que tenham por objetivo tratar sobre redução das custas judiciais
(artigos 98, § 2º, e 99, caput e § 1º da CF). STF. Plenário. ADI 3629, Rel. Min.
Gilmar Mendes, julgado em 03/03/2020.
1. Iniciativa - art. 61, CRFB
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral
da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II - disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a organização do Ministério Público
e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e
transferência para a reserva. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por
cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada
um deles.
B) EMENDAS PARLAMENTARES
São propostas parlamentares apresentadas como acessórios de outras
proposições ao projeto de lei. Ou seja, é a proposta de modificação ao direito
proposto.
O parlamentar pode propor as emendas e sugerirem as modificações na matéria
contida no projeto de lei.
Essas emendas podem ser: SUPRESSIVAS, AGLUTINATIVAS, SUBSTITUTIVAS,
MODIFICATIVAS E ADITIVAS.
SUPRESSIVAS – o seu objetivo é erradicar qualquer parte de outra proposição ao
projeto. Não é suprimir o projeto, mas outras proposições já feitas nele.
AGLUTINATIVAS – fusão de emendas parlamentares ou da emenda com o texto
por grande aproximação dos seus objetos, tornam-se um só.
SUBSTITUTIVAS – quando a emenda altera, substancialmente, o projeto de lei.
MODIFICATIVAS – altera a proposição sem a alterar substancialmente.
ADITIVAS - emenda que se acrescenta a outra proposição.
B) EMENDAS PARLAMENTARES
É regra poder emendar projetos de lei. Mas há exceção: art. 63 – vedação de emenda
que aumente despesas nos projetos de leis de iniciativa reservada do Presidente.
A CF não proibiu emenda parlamentar sobre projetos de iniciativa exclusiva ou
reservada do Chefe do Poder Executivo, vedou apenas as emendas que cause aumento
de despesas em projeto de iniciativa exclusiva do chefe do executivo.

Contrabando Legislativo:
Durante a tramitação de uma medida provisória no Congresso Nacional, os
parlamentares poderão apresentar emendas? SIM, no entanto, tais emendas deverão
ter relação de pertinência temática com a medida provisória que está sendo apreciada.
Assim, a emenda apresentada deverá ter relação com o assunto tratado na medida
provisória. Desse modo, é incompatível com a Constituição a apresentação de emendas
sem relação de pertinência temática com medida provisória submetida à sua
apreciação. STF. Plenário. ADI 5127/DF, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o acórdão
Min. Edson Fachin, julgado em 15/10/2015 (Info 803). STF. Plenário. ADI 5012/DF, Rel.
Min. Rosa Weber, julgado em 16/3/2017 (Info 857)
É possível que haja emendas parlamentares em projetos de lei de iniciativa dos Poderes
Executivo e Judiciário, desde que cumpram dois requisitos: a) guardem pertinência
temática com a proposta original (tratem sobre o mesmo assunto); b) não acarretem em
aumento de despesas. STF. Plenário. ADI 5087 MC/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado
em 27/8/2014 (Info 756). STF. Plenário. ADI 1333/RS, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado
em 29/10/2014 (Info 765). STF. Plenário. ADI 3942/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, jugado
em 5/2/2015 (Info 773). STF. Plenário. ADI 2810/RS, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado
em 20/4/2016 (Info 822). Exemplo: O Governador de Santa Catarina enviou projeto de
lei instituindo regime de subsídio para os Procuradores do Estado. Durante a tramitação
do projeto, um Deputado apresentou emenda criando uma gratificação para os
servidores da PGE. O projeto foi aprovado e sancionado, convertendo-se em lei. O STF
julgou essa lei inconstitucional por vício formal de iniciativa, pois a proposta de aumento
de remuneração, tema de iniciativa privativa do Poder Executivo (art. 61, § 2º, II, “b”, da
CF/88), foi incluída durante a tramitação na Assembleia Legislativa, desrespeitando o
princípio da independência dos poderes, prevista no art. 2º da CF/88. A relatora
observou ainda a falta de pertinência temática, pois a criação da gratificação aos
servidores do Poder Executivo estadual foi incluída por meio de emenda parlamentar
em medida provisória destinada a estabelecer o subsídio mensal como forma de
remuneração da carreira de procurador do estado. STF. Plenário. ADI 4433/SC, Rel. Min.
Rosa Weber, julgado em 18/6/2015 (Info 790).
C) VOTAÇÃO
Precedido de discussão e estudo pelas comissões parlamentares e
plenários de cada casa legislativa, é o ato de decisão.
Votação – Princípio da Colegialidade porque é ato necessariamente
coletivo das casas do Congresso.
Voto de liderança:
No processo simbólico de votação das matérias legislativas o voto dos
líderes dos partidos representará o de seus liderados presentes à sessão.
No processo nominal de votação, os líderes votam em primeiro lugar, para
que os demais parlamentares conheçam o voto da liderança de seu
partido. Após o voto da liderança, votam os demais parlamentares.
C) VOTAÇÃO
A votação possui quórum determinado:
- Lei ordinária: quórum de maioria simples ou relativa – maioria dos
presentes, encontrando-se necessariamente, a maioria absoluta.
- Lei complementar: quórum de maioria absoluta – primeiro número inteiro
superior a metade.
- Emenda Constitucional: 3/5 de cada casa, com dupla votação.
Em regra, as Casas do Congresso deliberam separadamente, e o projeto de
lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um turno de
discussão e votação, enviado à sanção ou promulgação se a Casa revisora o
aprovar, ou arquiva se o rejeitar (ART. 65).
C) VOTAÇÃO
Contudo, há casos de deliberação em sessão conjunta das CASAS DO
CONGRESSO, de acordo com o art. 57, §3º, em especial sobre o veto.
O que não podemos faze é confundir SESSÃO CONJUNTA com SESSÃO
UNICAMERAL. Na sessão conjunta, as Casas discutem juntas, mas os votos
são apurados em cada Casa, simultaneamente.
Ex. Rejeição de Veto do Presidente – art. 66 § 4º: precisamos de maioria
absoluta do Deputados (257) + maioria absoluta dos Senadores (41).

Sessão unicameral, os votos são apurados juntamente, como se fosse uma


única casa. Ex. Revisão Constitucional (art. 3º, ADCT) é maioria absoluta dos
Congressistas (513 + 81 =594) ou seja, precisamos de 298 votos.
D) Sanção e Veto
Sanção é o ato de competência exclusiva do Chefe do Poder Executivo, que
manifesta de forma expressa ou tácita a sua concordância com o projeto de
lei já aprovado pelo Congresso. É a sanção que transforma o projeto de lei
em Lei.
É sanção expressa quando há assinatura do projeto ou tácita quando o
silêncio ultrapassa os 15 dias do recebimento do projeto.
Veto é discordância do Chefe do Executivo por dois motivos:
INCONSTITUCIONAL ou CONTRÁRIO AO INTERESSE PÚBLICO. É forma de
controle preventivo de constitucionalidade.
O veto deve ser fundamentado sempre! Sob pena de não validade.
O veto pode ser total ou parcial, mas o parcial não pode ser sobre palavra ou
grupo de palavra. O veto parcial é sobre artigo, alínea, parágrafo.
D) Sanção e Veto
Caso vete o projeto, o Presidente expõe as suas razões em até 48 horas ao
Presidente do Congresso Nacional.
O Congresso em sessão conjunta, dentro de 30 dias a contar do
recebimento, aprecia o veto. O veto do Presidente deve ser rejeitado pelo
voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto.
Se o veto não for mantido, ou seja, se tornará uma lei, o projeto será enviado
para PROMULGAÇÃO ao Presidente. (não levo para nova sanção ou veto e
sim para ele Promulgar). Se o Presidente não promulgar, o Presidente do
Senado ou o Vice-Presidente do Senado pode promulgar.
E) Promulgação e Publicação
Promulgação – é a declaração oficial que a lei existe, é autêntica e está pronta
para ser executada. É a comunicação que se faz aos destinatários da lei que Lei
foi criada.

Publicação – é o meio através do qual se transmite a lei promulgada aos seus


destinatários. É a comunicação oficial.

Promulgar é o ato que faz nascer a lei. E a publicação que dar publicidade a lei. O
decreto-lei 46574/42 — Lei de introdução às normas do Direito Brasileiro que
trata sobre esses efeitos. O artigo primeiro dessa lei fala como começa a produzir
os feitos— depois de publicada ela passa vigorar em 45 dias. Se for fora do Brasil,
ela se inicia três meses depois da publicação.
E) Promulgação e Publicação
Se antes da entrada em vigor ocorre nova publicação do texto — destinada
a correção — o prazo de 45 dias começa correr da nova publicação. Isso é
diferente se for o caso de correção, ou seja, se antes de produzir efeitos
surgiu nova lei com fatos novos, ela vai ter seu prazo próprio de 45 dias.
Se surgir uma lei nova para corrigir o texto já em vigor, considera-se lei
nova.
Uma lei só deixa de existir no ordenamento jurídico se outra revogar ou
modificar.
Formas de revogação: expressamente nova lei revoga; com ela seja
incompatível; regula A matéria inteiramente, tratamento de outra forma.
Repristinação e efeito repristinatório
A repristinação não existe no ordenamento jurídico. Aliás, lei revogada não se restaura
por ter ali a lei revogadora perdido a sua vigência. Até pode acontecer esta repristinação, mas a
lei tem que ser expressa neste sentido.

Já o efeito repristinatório ocorre na hipótese da Lei 9868/99, que fala do efeito repristinatório
automático, art. 11, parágrafo segundo da citada lei.
Processo Legislativo e o Controle de Constitucionalidade:
É possível que o STF, ao julgar MS impetrado por parlamentar, exerça controle de
constitucionalidade de projeto que tramita no Congresso Nacional e o declare inconstitucional,
determinando seu arquivamento?
Em regra, não. Existem, contudo, duas exceções nas quais o STF pode determinar o
arquivamento da propositura:
a) proposta de emenda constitucional que viole cláusula pétrea;
b) proposta de emenda constitucional ou projeto de lei cuja tramitação esteja ocorrendo com
violação às regras constitucionais sobre o processo legislativo.
STF. Plenário. MS 32033/DF, rel. orig. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o acórdão Min. Teori Zavascki,
20/6/2013 (Info 711).

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