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CPV – 2021
Prof. Tatiana Batista
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis.
O Processo Legislativo. As diversas etapas que compõem o rito parlamentar. Controle
judicial do processo legislativo. Processo legislativo no Estado e no Município.
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
1. Introdução:
Comissões (art. 58 da CRFB): órgãos de natureza técnica competentes para examinar as
propostas legislativas em curso nas casas do Parlamento e sobre elas emitir pareceres ou para
controlar e investigar os fatos relevantes e determinados.
Essas comissões podem ser permanentes (mais de uma legislatura), temporárias
(finalidade específica), mistas, exclusivas.
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI – art. 58, §3º da CRFB e Lei 1579/52) é uma comissão
(conjunto de parlamentares) temporária, constituída dentro de qualquer uma das Casas
Legislativas existentes com o objetivo de investigar um fato determinado, por um prazo certo,
gozando, para isso de poderes de investigação próprios das autoridades judiciais (além de
outros previstos no Regimento Interno).
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias,
constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de
que resultar sua criação.
Outras Legislações:
• Constituições estaduais.
Assim, temos:
Comissão temporária que pode se dar no âmbito legislativo federal, estadual, distrital
e municipal, exclusiva ou mista, mediante requerimento de 1/3 de seus membros para a
apuração de fato determinado por prazo certo, com poderes de investigação próprio de
autoridades judiciais.
As CPIs refletem uma atividade típica do Poder Legislativo, a fiscalização. É uma
atividade de controle, investigação e fiscalização próprias do poder Legislativo.
2. Natureza Jurídica:
Inquisitiva (de forma contemporânea: investigativa ou INFORMATIVA), semelhante ao inquérito
policial. Por isso que a CPI pode decretar o sigilo das investigações e limitar a reunião às
presenças de indiciado, testemunha e advogados.
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
3. Requisitos:
A criação de uma CPI exige unicamente o preenchimento de três requisitos taxativos:
1) requerimento subscrito (assinado) por, no mínimo, 1/3 dos membros daquela Casa
Legislativa. Ex: com o requerimento de 1/3 dos Deputados Federais, pode ser instituída
uma CPI na Câmara dos Deputados.
As CPIs são importante instrumento de combate à disposição das MINORIAS PARLAMENTARES,
podem ser criadas por ato da respectiva mesa, mediante requerimento de 1/3 dos membros
de cada casa legislativa ou do Congresso Nacional, SEM a necessidade de deliberação
plenária para a criação da comissão – MS 24.831/STF
Minoria Parlamentar:
Preenchidos os requisitos constitucionais (CF, art. 58, § 3º), impõe-se a criação da Comissão
Parlamentar de Inquérito, que não depende, por isso mesmo, da vontade aquiescente da
maioria legislativa. Atendidas tais exigências (CF, art. 58, § 3º), cumpre, ao Presidente da Casa
legislativa, adotar os procedimentos subsequentes e necessários à efetiva instalação da CPI,
não se revestindo de legitimação constitucional o ato que busca submeter, ao Plenário da
Casa legislativa, quer por intermédio de formulação de Questão de Ordem, quer mediante
interposição de recurso ou utilização de qualquer outro meio regimental, a criação de
qualquer comissão parlamentar de inquérito.
STF. Plenário. MS 26441, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 25/04/2007.
Ainda que a maioria dos parlamentares não queira a CPI, ela deve ser instalada se houver a
subscrição do requerimento por, no mínimo, 1/3 dos parlamentares e o cumprimento dos
outros dois requisitos. A maioria não pode impedir essa instalação, sendo a criação da CPI
considerada como um direito das minorias que compõem o parlamento.
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
A norma inscrita no art. 58, § 3º, da Constituição da República destina-se a ensejar a
participação ativa das minorias parlamentares no processo de investigação legislativa, sem que,
para tanto, mostre-se necessária a concordância das agremiações que compõem a maioria
parlamentar. (...)
A prerrogativa institucional de investigar, deferida ao Parlamento (especialmente aos grupos
minoritários que atuam no âmbito dos corpos legislativos), não pode ser comprometida pelo
bloco majoritário existente no Congresso Nacional, que não dispõe de qualquer parcela de
poder para deslocar, para o Plenário das Casas legislativas, a decisão final sobre a efetiva
criação de determinada CPI, sob pena de frustrar e nulificar de modo inaceitável e arbitrário, o
exercício, pelo Legislativo (e pelas minorias que o integram), do poder constitucional de
fiscalizar e de investigar o comportamento dos órgãos, agentes e instituições do Estado,
notadamente daqueles que se estruturam na esfera orgânica do Poder Executivo. A rejeição de
ato de criação de Comissão Parlamentar de Inquérito, pelo Plenário da Câmara dos Deputados,
ainda que por expressiva votação majoritária, proferida em sede de recurso interposto por
Líder de partido político que compõe a maioria congressual, não tem o condão de justificar a
frustração do direito de investigar que a própria Constituição da República outorga às minorias
que atuam nas Casas do Congresso Nacional.
STF. Plenário. MS 26441, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 25/04/2007.
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
4. Poderes da CPI:
A CPI não pode punir delitos (Poder Judiciário somente) e formular acusações(cabe ao
Ministério Público):
Art. 6o-A. A Comissão Parlamentar de Inquérito encaminhará relatório circunstanciado, com suas conclusões,
para as devidas providências, entre outros órgãos, ao Ministério Público ou à Advocacia-Geral da União, com
cópia da documentação, para que promovam a responsabilidade civil ou criminal por infrações apuradas e
adotem outras medidas decorrentes de suas funções institucionais. (Incluído pela Lei nº 13.367, de 2016)
As CPIs possuem permissão legal para encaminhar relatório circunstanciado não só ao Ministério Público e
à AGU, mas, também, a outros órgãos públicos, podendo veicular, inclusive, documentação que possibilite
a instauração de inquérito policial em face de pessoas envolvidas nos fatos apurados (art. 58, § 3º,
CRFB/1988, c/c art. 6º-A da Lei 1.579/1952, incluído pela Lei 13.367/2016).
[MS 35.216 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 17-11-2017, P, DJE de 27-11-2017
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
CPIs nos Estados:
➢ Cabível e o modelo federal deve ser observado obrigatoriamente pelas Assembleias
Legislativas.
➢ Não podem investigar autoridades com prerrogativas de foro na Justiça Federal
A Constituição do Brasil assegura a 1/3 dos membros da Câmara dos Deputados e a 1/3
dos membros do Senado Federal a criação da CPI, deixando, porém, ao próprio
parlamento o seu destino. A garantia assegurada a 1/3 dos membros da Câmara ou do
Senado estende-se aos membros das assembleias legislativas estaduais – garantia das
minorias. O modelo federal de criação e instauração das CPIs constitui matéria a ser
compulsoriamente observada pelas casas legislativas estaduais. A garantia da instalação
da CPI independe de deliberação plenária, seja da Câmara, do Senado ou da assembleia
legislativa. (...) Não há razão para a submissão do requerimento de constituição de CPI a
qualquer órgão da assembleia legislativa. Os requisitos indispensáveis à criação das CPIs
estão dispostos, estritamente, no art. 58 da Constituição do Brasil/1988. [ADI 3.619, rel.
min. Eros Grau, j. 1º-8-2006, P, DJ de 20-4-2007.]
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
CPIs nos Municípios:
➢ Art. 29, XI, da CRFB:
XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal;
➢ Diante do mandamento constitucional é possível a sua constituição, mesmo
quando não houver sido prevista expressamente como norma legal na LOM -
Lei Orgânica Municipal ou no Regimento Interno da respectiva Casa Legislativa.
➢ raio de ação: hão de limitar-se às questões de competência do município.
➢A única limitação investigativa: não pode quebrar sigilos fiscais, bancários ou
telefônicos por não existir Poder Judiciário Municipal.
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
Princípio da Colegialidade:
O princípio da colegialidade traduz diretriz de fundamental importância na regência das
deliberações tomadas por qualquer CPI, notadamente quando esta, no desempenho de sua
competência investigatória, ordena a adoção de medidas restritivas de direitos, como aquelas que
importam na revelação (disclosure) das operações financeiras ativas e passivas de qualquer
pessoa. A legitimidade do ato de quebra do sigilo bancário, além de supor a plena adequação de
tal medida ao que prescreve a Constituição, deriva da necessidade de a providência em causa
respeitar, quanto à sua adoção e efetivação, o princípio da colegialidade, sob pena de essa
deliberação reputar-se nula.
[MS 24.817, rel. min. Celso de Mello, j. 3-2-2005, P, DJE de 6-11-2009.]
Os dados obtidos por meio da quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal devem ser
mantidos sob reserva. Assim, a página do Senado Federal na internet não pode divulgar
os dados obtidos por meio da quebra de sigilo determinada por comissão parlamentar de
inquérito (CPI). STF. Plenário. MS 25940, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/4/2018
(Info 899).
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
O privilégio contra a autoincriminação – que é plenamente invocável perante as CPIs – traduz
direito público subjetivo assegurado a qualquer pessoa, que, na condição de testemunha, de
indiciado ou de réu, deva prestar depoimento perante órgãos do Poder Legislativo, do Poder
Executivo ou do Poder Judiciário. O exercício do direito de permanecer em silêncio não autoriza
os órgãos estatais a dispensarem qualquer tratamento que implique restrição à esfera jurídica
daquele que regularmente invocou essa prerrogativa fundamental. (...) O direito ao silêncio –
enquanto poder jurídico reconhecido a qualquer pessoa relativamente a perguntas cujas
respostas possam incriminá-la (nemo tenetur se detegere) – impede, quando concretamente
exercido, que aquele que o invocou venha, por tal específica razão, a ser preso, ou ameaçado de
prisão, pelos agentes ou pelas autoridades do Estado. Ninguém pode ser tratado como culpado,
qualquer que seja a natureza do ilícito penal cuja prática lhe tenha sido atribuída, sem que exista,
a esse respeito, decisão judicial condenatória transitada em julgado. O princípio constitucional da
não culpabilidade, em nosso sistema jurídico, consagra uma regra de tratamento que impede o
poder público de agir e de se comportar, em relação ao suspeito, ao indiciado, ao denunciado ou
ao réu, como se estes já houvessem sido condenados definitivamente por sentença do Poder
Judiciário.
[HC 79.812, rel. min. Celso de Mello, j. 8-11-2000, P, DJ de 16-2-2001.]
Vide HC 100.200, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 8-4-2010, P, DJE de 27-8-2010
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
Ano: 2020 Banca: FCC Órgão: TJ-MS Prova: FCC - 2020 - TJ-MS - Juiz Substituto
A Câmara Municipal de uma Capital estadual pretende instalar Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar
possível ilicitude na conduta de empresas que, embora prestem serviço na Capital, recolhem o Imposto sobre Serviços
em Município vizinho, onde tais empresas têm filiais, e no qual a alíquota incidente sobre a base de cálculo do imposto
é menor, prática que, entendem os Vereadores, tem redundado em sonegação fiscal vultosa, causadora de prejuízos à
Prefeitura da Capital. Nesse caso, considerada a disciplina da matéria na Constituição Federal e a jurisprudência
pertinente do Supremo Tribunal Federal,
A. se instalada, a CPI estará impedida de exigir informações contábeis das empresas investigadas, por não dispor de
poderes para determinar a quebra do sigilo bancário e fiscal das empresas contribuintes investigadas, ambas matérias
sujeitas à reserva jurisdicional.
B. os atos de investigação da CPI estarão sujeitos a controle jurisdicional, mediante provocação dos interessados,
inclusive por meio de mandado de segurança, em defesa de direito líquido e certo próprio, não se aplicando, nessa
hipótese, a regra da prejudicialidade por perda de objeto, ainda que haja a extinção da CPI em virtude da conclusão dos
trabalhos investigatórios.
C. para ser instalada, a CPI dependerá do requerimento de, no mínimo, um terço dos membros da Câmara dos
Vereadores, sujeitando-se ainda a eventual aprovação do Plenário, caso assim previsto na Lei Orgânica municipal ou
Regimento Interno do órgão legislativo respectivo.
D. para seu funcionamento, a CPI estará sujeita ao prazo determinado em seu ato de instalação, admitidas
prorrogações, igualmente determinadas e devidamente justificadas, dentro da legislatura respectiva, cabendo-lhe, se
for o caso, o encaminhamento de suas conclusões ao Ministério Público, para promoção da responsabilidade civil ou
criminal dos infratores.
E. a CPI não poderá ser instalada, uma vez que o objeto de investigação não se insere dentro das competências do
Município, mas sim do Estado, seja por recair sobre conduta que extrapola os limites territoriais municipais, seja por
existir suspeita da prática de crime, sujeita, portanto, à investigação e persecução penal.
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
Ano: 2020 Banca: FCC Órgão: TJ-MS Prova: FCC - 2020 - TJ-MS - Juiz Substituto
A Câmara Municipal de uma Capital estadual pretende instalar Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) para investigar possível ilicitude na conduta de empresas que, embora prestem
serviço na Capital, recolhem o Imposto sobre Serviços em Município vizinho, onde tais empresas
têm filiais, e no qual a alíquota incidente sobre a base de cálculo do imposto é menor, prática
que, entendem os Vereadores, tem redundado em sonegação fiscal vultosa, causadora de
prejuízos à Prefeitura da Capital. Nesse caso, considerada a disciplina da matéria na Constituição
Federal e a jurisprudência pertinente do Supremo Tribunal Federal,
A. se instalada, a CPI estará impedida de exigir (erro) informações contábeis das empresas
investigadas, por não dispor de poderes para determinar a quebra do sigilo bancário e fiscal das
empresas contribuintes investigadas, ambas matérias sujeitas à reserva jurisdicional.
D. para seu funcionamento, a CPI estará sujeita ao prazo determinado em seu ato de instalação,
admitidas prorrogações, igualmente determinadas e devidamente justificadas, dentro da legislatura
respectiva, cabendo-lhe, se for o caso, o encaminhamento de suas conclusões ao Ministério
Público, para promoção da responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
Ano: 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-SC Prova: CESPE - 2019 - TJ-SC - Juiz
Substituto
Com relação à disciplina constitucional das comissões parlamentares de inquérito (CPI),
assinale a opção correta de acordo com a doutrina e a jurisprudência do STF.
A. Para o STF, é nula a intimação de indígena não aculturado para oitiva em CPI, na
condição de testemunha, fora de sua comunidade.
B. É constitucional a criação de CPI por assembleia legislativa de estado federado ficar
condicionada à aprovação de seu requerimento no plenário do referido órgão.
C. À CPI não é oponível o sigilo imposto a processos judiciais que tramitem sob o segredo
de justiça.
D. Diferentemente do que ocorre com as investigações policiais, o procedimento das CPI
não é caracterizado pela unilateralidade.
E. É inconstitucional norma regimental da Câmara dos Deputados que limite o número de
CPI em funcionamento simultâneo.
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
Ano: 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-SC Prova: CESPE - 2019 - TJ-SC - Juiz
Substituto
Com relação à disciplina constitucional das comissões parlamentares de inquérito (CPI),
assinale a opção correta de acordo com a doutrina e a jurisprudência do STF.
A. Para o STF, é nula a intimação de indígena não aculturado para oitiva em CPI, na
condição de testemunha, fora de sua comunidade.
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: TJ-AC Prova: VUNESP - 2019 - TJ-AC - Juiz de Direito
Substituto
Considerando o disposto na Constituição Federal no tocante às Comissões Parlamentares
de Inquérito (CPIs), à luz do direito pátrio vigente, assinale a alternativa correta.
A. Diferentemente do entendimento que se aplica às CPIs em âmbito federal, uma CPI
estadual não pode requerer a quebra de sigilo de dados bancários do investigado.
B. As ações de mandado de segurança e de habeas corpus impetradas contra CPIs não se
extinguem em virtude da conclusão dos seus trabalhos investigatórios se não aprovado
seu relatório final.
C. A CPI tem poderes para determinar a busca e apreensão de bens, objetos e
computadores, desde que essa diligência não se efetive em local inviolável, como os
espaços domiciliares.
D. Tem competência a CPI para expedir decreto de indisponibilidade de bens de
particular, como medida de instrução a embasar futura medida cautelar perante o Poder
Judiciário.
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: TJ-AC Prova: VUNESP - 2019 - TJ-AC - Juiz de Direito
Substituto
Considerando o disposto na Constituição Federal no tocante às Comissões Parlamentares
de Inquérito (CPIs), à luz do direito pátrio vigente, assinale a alternativa correta.
C. A CPI tem poderes para determinar a busca e apreensão de bens, objetos e
computadores, desde que essa diligência não se efetive em local inviolável, como os
espaços domiciliares.
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ-MT Prova: VUNESP - 2018 - TJ-MT - Juiz Substituto
No tocante ao Poder Legislativo, a Constituição Federal estabeleceu que as Comissões
Parlamentares de Inquérito (CPIs) terão poderes de investigação próprios das autoridades
judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas. Nesse sentido,
portanto, no que diz respeito às CPIs, assinale a alternativa correta.
A. Com base no seu poder geral de cautela, as CPIs podem decretar a indisponibilidade
de bens do indiciado.
B. As CPIS têm poderes para quebrar sigilo bancário, fiscal e de dados, inclusive telefônico
do indiciado.
C. As CPIs têm poderes para impor medida judicial determinando a proibição do indiciado
deixar o território nacional.
D. É garantido ao indiciado o direito de contar com a presença de seu advogado durante
seu interrogatório na CPI, mas o causídico não pode intervir no curso do depoimento.
E. A decretação de prisão pelas CPIs somente se admite no caso de crime em estado de
flagrância.
Comissão Parlamentar de Inquérito. Atribuições. Limitações. Princípios aplicáveis
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ-MT Prova: VUNESP - 2018 - TJ-MT - Juiz Substituto
No tocante ao Poder Legislativo, a Constituição Federal estabeleceu que as Comissões
Parlamentares de Inquérito (CPIs) terão poderes de investigação próprios das autoridades
judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas. Nesse sentido,
portanto, no que diz respeito às CPIs, assinale a alternativa correta.
E. A decretação de prisão pelas CPIs somente se admite no caso de crime em estado de
flagrância.
O Processo Legislativo. As diversas etapas que
compõem o rito parlamentar. Controle judicial do
processo legislativo. Processo legislativo no Estado
e no Município.
Do processo legislativo
Processo legislativo — art. 59 até 69 da Constituição Federal Bicameral (norma de reprodução
obrigatória observando o legislativo estadual e municipal unicameral).
Contrabando Legislativo:
Durante a tramitação de uma medida provisória no Congresso Nacional, os
parlamentares poderão apresentar emendas? SIM, no entanto, tais emendas deverão
ter relação de pertinência temática com a medida provisória que está sendo apreciada.
Assim, a emenda apresentada deverá ter relação com o assunto tratado na medida
provisória. Desse modo, é incompatível com a Constituição a apresentação de emendas
sem relação de pertinência temática com medida provisória submetida à sua
apreciação. STF. Plenário. ADI 5127/DF, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o acórdão
Min. Edson Fachin, julgado em 15/10/2015 (Info 803). STF. Plenário. ADI 5012/DF, Rel.
Min. Rosa Weber, julgado em 16/3/2017 (Info 857)
É possível que haja emendas parlamentares em projetos de lei de iniciativa dos Poderes
Executivo e Judiciário, desde que cumpram dois requisitos: a) guardem pertinência
temática com a proposta original (tratem sobre o mesmo assunto); b) não acarretem em
aumento de despesas. STF. Plenário. ADI 5087 MC/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado
em 27/8/2014 (Info 756). STF. Plenário. ADI 1333/RS, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado
em 29/10/2014 (Info 765). STF. Plenário. ADI 3942/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, jugado
em 5/2/2015 (Info 773). STF. Plenário. ADI 2810/RS, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado
em 20/4/2016 (Info 822). Exemplo: O Governador de Santa Catarina enviou projeto de
lei instituindo regime de subsídio para os Procuradores do Estado. Durante a tramitação
do projeto, um Deputado apresentou emenda criando uma gratificação para os
servidores da PGE. O projeto foi aprovado e sancionado, convertendo-se em lei. O STF
julgou essa lei inconstitucional por vício formal de iniciativa, pois a proposta de aumento
de remuneração, tema de iniciativa privativa do Poder Executivo (art. 61, § 2º, II, “b”, da
CF/88), foi incluída durante a tramitação na Assembleia Legislativa, desrespeitando o
princípio da independência dos poderes, prevista no art. 2º da CF/88. A relatora
observou ainda a falta de pertinência temática, pois a criação da gratificação aos
servidores do Poder Executivo estadual foi incluída por meio de emenda parlamentar
em medida provisória destinada a estabelecer o subsídio mensal como forma de
remuneração da carreira de procurador do estado. STF. Plenário. ADI 4433/SC, Rel. Min.
Rosa Weber, julgado em 18/6/2015 (Info 790).
C) VOTAÇÃO
Precedido de discussão e estudo pelas comissões parlamentares e
plenários de cada casa legislativa, é o ato de decisão.
Votação – Princípio da Colegialidade porque é ato necessariamente
coletivo das casas do Congresso.
Voto de liderança:
No processo simbólico de votação das matérias legislativas o voto dos
líderes dos partidos representará o de seus liderados presentes à sessão.
No processo nominal de votação, os líderes votam em primeiro lugar, para
que os demais parlamentares conheçam o voto da liderança de seu
partido. Após o voto da liderança, votam os demais parlamentares.
C) VOTAÇÃO
A votação possui quórum determinado:
- Lei ordinária: quórum de maioria simples ou relativa – maioria dos
presentes, encontrando-se necessariamente, a maioria absoluta.
- Lei complementar: quórum de maioria absoluta – primeiro número inteiro
superior a metade.
- Emenda Constitucional: 3/5 de cada casa, com dupla votação.
Em regra, as Casas do Congresso deliberam separadamente, e o projeto de
lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um turno de
discussão e votação, enviado à sanção ou promulgação se a Casa revisora o
aprovar, ou arquiva se o rejeitar (ART. 65).
C) VOTAÇÃO
Contudo, há casos de deliberação em sessão conjunta das CASAS DO
CONGRESSO, de acordo com o art. 57, §3º, em especial sobre o veto.
O que não podemos faze é confundir SESSÃO CONJUNTA com SESSÃO
UNICAMERAL. Na sessão conjunta, as Casas discutem juntas, mas os votos
são apurados em cada Casa, simultaneamente.
Ex. Rejeição de Veto do Presidente – art. 66 § 4º: precisamos de maioria
absoluta do Deputados (257) + maioria absoluta dos Senadores (41).
Promulgar é o ato que faz nascer a lei. E a publicação que dar publicidade a lei. O
decreto-lei 46574/42 — Lei de introdução às normas do Direito Brasileiro que
trata sobre esses efeitos. O artigo primeiro dessa lei fala como começa a produzir
os feitos— depois de publicada ela passa vigorar em 45 dias. Se for fora do Brasil,
ela se inicia três meses depois da publicação.
E) Promulgação e Publicação
Se antes da entrada em vigor ocorre nova publicação do texto — destinada
a correção — o prazo de 45 dias começa correr da nova publicação. Isso é
diferente se for o caso de correção, ou seja, se antes de produzir efeitos
surgiu nova lei com fatos novos, ela vai ter seu prazo próprio de 45 dias.
Se surgir uma lei nova para corrigir o texto já em vigor, considera-se lei
nova.
Uma lei só deixa de existir no ordenamento jurídico se outra revogar ou
modificar.
Formas de revogação: expressamente nova lei revoga; com ela seja
incompatível; regula A matéria inteiramente, tratamento de outra forma.
Repristinação e efeito repristinatório
A repristinação não existe no ordenamento jurídico. Aliás, lei revogada não se restaura
por ter ali a lei revogadora perdido a sua vigência. Até pode acontecer esta repristinação, mas a
lei tem que ser expressa neste sentido.
Já o efeito repristinatório ocorre na hipótese da Lei 9868/99, que fala do efeito repristinatório
automático, art. 11, parágrafo segundo da citada lei.
Processo Legislativo e o Controle de Constitucionalidade:
É possível que o STF, ao julgar MS impetrado por parlamentar, exerça controle de
constitucionalidade de projeto que tramita no Congresso Nacional e o declare inconstitucional,
determinando seu arquivamento?
Em regra, não. Existem, contudo, duas exceções nas quais o STF pode determinar o
arquivamento da propositura:
a) proposta de emenda constitucional que viole cláusula pétrea;
b) proposta de emenda constitucional ou projeto de lei cuja tramitação esteja ocorrendo com
violação às regras constitucionais sobre o processo legislativo.
STF. Plenário. MS 32033/DF, rel. orig. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o acórdão Min. Teori Zavascki,
20/6/2013 (Info 711).