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2
CP2-C – DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Vinícius Areias
EMERJ
2019.2
EMERJ CP2 – PROCESSO CIVIL
Aula 1- Rodolfo Kronemberg Hartmann ...........................................................................3
1 O processo de conhecimento e Petição Inicial ..........................................................3
1.1 O processo de conhecimento. ................................................................................ 3
1.1.1 Procedimento comum e procedimentos especiais ............................................. 3
1.1.2 Saneamento ........................................................................................................ 3
1.1.3 Cognição: conceito e espécies: .......................................................................... 4
1.2 Petição inicial ........................................................................................................ 4
1.2.1 Endereçamento ................................................................................................... 5
1.3 Petição inicial ........................................................................................................ 6
1.3.1 Distribuição e Registro ...................................................................................... 7
1.3.2 Emenda da Inicial .............................................................................................. 7
1.3.3 Indeferimento da Petição Inicial ........................................................................ 7
1.3.4 Juízo de Retratação ............................................................................................ 8
1.3.5 Indeferimento da petição inicial e improcedência liminar ................................. 8
Aula 2- Rodolfo Kronemberg Hartmann ...........................................................................9
2 Pedido e Comunicação dos Atos Processuais............................................................9
2.1 Pedido. Conceito e espécies................................................................................... 9
2.1.1 Cumulação de Pedidos ..................................................................................... 11
2.1.2 Classificação da Cumulação de Pedidos .......................................................... 13
2.1.3 Modificação do Pedido .................................................................................... 13
2.1.4 Concurso Eletivo de Ações .............................................................................. 14
2.2 Comunicação dos atos processuais ...................................................................... 14
2.2.1 Cartas ............................................................................................................... 14
2.2.2 Comunicação entre os sujeitos do processo ..................................................... 17
2.2.3 Citação pela via postal ..................................................................................... 20
2.2.4 Citação Eletrônica ............................................................................................ 20
2.2.5 Escrivão ou por Chefe de Secretaria ................................................................ 21
2.2.6 Citação por Hora Certa .................................................................................... 21
2.2.7 Audiência de Conciliação e Mediação ............................................................. 21
Aula 3 – Alexandre Câmara ............................................................................................23
3 Resposta do Réu e Reconvenção .............................................................................23
3.1 Resposta do Réu .................................................................................................. 23
3.1.1 Considerações Iniciais ..................................................................................... 23
3.1.2 Defesa .............................................................................................................. 23
3.1.3 Questões Preliminares x Questões Prejudiciais ............................................... 24
3.1.4 Prejudicial ........................................................................................................ 25
3.1.5 Preliminares impróprias ................................................................................... 27
3.1.6 Defesa de mérito direta e indireta .................................................................... 27
3.1.7 Revelia ............................................................................................................. 29
3.1.8 Efeito Material da Revelia ............................................................................... 29
3.1.9 Quanto o efeito material não se produz ........................................................... 30
3.1.10 Efeito Processual da Revelia............................................................................ 31
3.2 Reconvenção ........................................................................................................ 31
3.2.1 Requisitos......................................................................................................... 32
3.2.2 Características .................................................................................................. 33
3.2.3 Reconvenção Subjetivamente Ampliada ......................................................... 33
3.2.4 Reconvenção e Legitimidade Extraordinária ................................................... 34
1.1.2 SANEAMENTO
Há autores que falam de vícios de atos processuais com o rigor científico que
afastam da prática, ao inserirem termos como cognição superficial.
Dar nome a petição inicial ou as peças importantes do processo não estão nos
requisitos do art. 319, portanto é comum o fazerem como forma de praticidade.
O CPC no art. 319 não exige também que haja a citação do artigo.
A forma da petição inicial não é em regra obrigatória de ser seguida, mas há uma
tradição de seguí-la.
1.2.1 ENDEREÇAMENTO
Vale ressaltar que o art. 506 do CPC denota que a coisa julgada delimita quem é
autor e quem é réu.
Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre
as quais é dada, não prejudicando terceiros.
Art. 321, o juiz ao determinar a emenda o próprio juiz tem que indicar o que deve
ser corrigido.
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial
não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que
apresenta defeitos e irregularidades capazes de
dificultar o julgamento de mérito, determinará que o
autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a
complete, indicando com precisão o que deve ser
corrigido ou completado.
É o núcleo essencial da petição inicial porque a jurisdição não pode ser prestada
de oficio. O pedido delimita a prestação jurisdicional, já que o princípio da convergência
diz que o juiz deve julgar aquilo que foi postulado.
O juiz pode dar a sentença de forma mais indicada mesmo não tendo sido o mesmo
do pedido inicial, mas é uma exceção ao princípio a congruência porque temos a
possibilidade da fungibilidade.
O art. 322 §2º do CPC estabelece como deve ser a interpretação do pedido, de
acordo c ou a boa fé e a postulação.
Art. 322 § 2º do CPC A interpretação do pedido
considerará o conjunto da postulação e observará o
princípio da boa-fé.
Pelo conjunto de postulação, o STJ entende que o juiz não pode conceder além do
que foi solicitado. Em regra, o pedido deve ser interpretado literalmente.
O art. 322, caput, pedido certo é sinônimo de pedido expresso na inicial. Existe
uma categoria de pedidos implícitos, ou seja, mesmo que não haja pedido na petição
inicial o juiz deve, na sentença, decidir expressamente. É o oposto do pedido certo. ex:
art 322 §1º (são os pedidos implícitos).
Art. 322. O pedido deve ser certo.
Art. 323 CPC, mais casos de pedidos implícitos, mesmo não mencionadas na
inicial as prestações que forem vencendo no curso da demanda devem ser abrangidas na
sentença.
Art. 323. Na ação que tiver por objeto cumprimento de
obrigação em prestações sucessivas, essas serão
consideradas incluídas no pedido, independentemente
de declaração expressa do autor, e serão incluídas na
condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor,
no curso do processo, deixar de pagá-las ou de
consigná-las.
O art. 324, §1º III – se refere a ação de exigir contas, pois o autor não sabe quanto
tem a receber, depende de ato do réu. O valor da causa será estridulando aleatoriamente
só p atender o disposto no art. 319 CPC.
O pedido de danos morais não pode mais ser genérico. Quem defendia que o
pedido fundamentava no inciso II. O juiz deve determinar a emenda, podendo ser causa
de indeferimento.
A lei do juizado especial 9.099, diz no art. 14 §2º que a petição inicial no juizado
especial pode ter pedido genérico (se o juiz pedir p emendar, significa que ele entende
que, quanto a danos morais, a norma mais especifica é a do CPC de forma subsidiária).
Art. 14 da Lei 9.099. O processo instaurar-se-á com a
apresentação do pedido, escrito ou oral, à Secretaria
do Juizado.
A pessoa propõe uma demanda para rever um contrato, mas ocorre que as vezes
para fazer um contrato de financiamento é necessário fazer um contrato de seguro.
Nessa hipótese é possível que sejam cumulados os pedidos no mesmo processo
desde que sejam conexos, conforme a jurisprudência do STF.
PROCESSUAL CIVIL. OFENSA AO ART. 535 DO CPC NÃO
CONFIGURADA. CUMULAÇÃO DE PEDIDOS. ART. 292 DO CPC.
CABIMENTO. REQUISITOS. DIVERSIDADE DE RÉUS 1. A
solução integral da controvérsia, com fundamento
suficiente, não caracteriza ofensa ao art. 535 do CPC.
2. É assente nesta Corte a possibilidade de cumulação
de pedidos, nos termos do art. 292 do Código de
Processo Civil, quando houver na demanda ponto comum
de ordem jurídica ou fática, ainda que contra réus
diversos. 3. A expressão "contra o mesmo réu" referida
no art. 292 do CPC deve ser interpretada cum grano
salis, de modo a se preservar o fundamento técnico-
político da norma de cumulação simples de pedidos,
que é a eficiência do processo e da prestação
jurisdicional. 4. Respeitados os requisitos do art.
292, § 1º, do CPC (= compatibilidade de pedidos,
competência do juízo e adequação do tipo de
procedimento), aos quais se deve acrescentar a
exigência de que não cause tumulto processual
(pressuposto pragmático), nem comprometa a defesa dos
demandados (pressuposto político), é admissível,
inclusive em ação civil pública, a cumulação de
pedidos contra réus distintos e atinentes a fatos
igualmente distintos, desde que estes guardem alguma
relação entre si. 5. Seria um equívoco exigir a
propositura de ações civis públicas individuais para
cada uma das várias licitações impugnadas as quais,
embora formalmente diversas entre si, integram uma
sequência temporal de atos de uma única administração
municipal e ocorreram no âmbito do mesmo órgão e
programa social. 6. Agravo Regimental não provido
Réu I Réu II
Réu I Réu II
A Justiça Federal não julga caso entre particulares, portanto por exemplo o requisito do
§1º II não é possível reunir na mesma ação um réu particular e um estatal.
II - seja competente para conhecer deles o mesmo
juízo;
Art. 329 do CPC até a citação do réu, o autor pode mudar livremente o pedido. Se
o réu já foi citado, o autor pode requerer o aditamento do pedido com o consentimento do
réu, mas até o saneamento.
Art. 329. O autor poderá:
2.2.1 CARTAS
1º A carta de ordem: como o nome sugere, dentro do poder judiciário existe uma
hierarquia que conforme o caso determina-se que o juiz cumpra uma determinada ordem.
Os tribunais em geral não costumam colher depoimento de testemunha, logo
determinam que o juiz de 1º grau faça a instrução e tome o depoimento das testemunhas.
Quando se deseja apenas um ato, que não seja probatório, mas sim, apenas uma
informação, poderá ser por meio de ofício.
Quando se trata de uma carta de ordem expedida pelo STF, em regra são os juízes
de 1º grau federais.
O inciso II do art. 237 do CPC fala de carta rogatória, que é entre países diferentes.
Quando o Brasil tem que cumprir a carta é chamada de passiva, e quando requer é
chamada de ativa. A matéria se encontra dentro da Cooperação jurídica internacional.
A carta rogatória passiva deve passar inicialmente pelo STJ, que após dar o
exequatur1 é cumprida pelo juiz de 1º grau.
A carta rogatória vem deixada de lado, porque tem sido utilizado o auxílio direto,
que é cumprido entre órgãos administrativos.
Na carta precatória, ocorre entre órgão de mesma hierarquia, envolve a ideia de
cooperação jurídica nacional.
A carta arbitral é a forma de comunicação entre o juiz e o árbitro. O árbitro não
tem o poder de efetivação, portanto se uma testemunha faltar o árbitro não tem o poder
de conduzir coercitivamente uma testemunha, portanto nessa hipótese o juiz arbitral emite
1
É um termo jurídico que se pode definir como uma autorização para que uma sentença estrangeira
ou um pedido formulado por autoridade estrangeira por carta rogatória sejam cumpridos no Brasil.
Quem homologa sentença estrangeira e concede o exequatur às cartas rogatórias é o STJ (Superior
Tribunal de Justiça), conforme preceitua o artigo 105, I, "i", da Constituição Federal.
Antes da publicação da Emenda Constitucional 45 de 2004, essa competência era do STF
(Supremo Tribunal Federal).
Vinícius Areias – vinicius_aa@hotmail.com
Colaboração: Cristiane Netto
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EMERJ CP2 – PROCESSO CIVIL 08/11/2019
Rodolfo Kronemberg Hartmann
AULA 2
uma carta para que o juiz togado ouça a testemunha e caso ela falte, sejam tomadas
medidas coercitivas.
Dos arts. 260 ao 268 são estabelecidas outras modalidades, e requisitos, como por
exemplo a carta itinerante.
O juiz deprecado não julga o mérito do juízo deprecante. O juízo deprecado não é
o juiz natural, por isso é importante que na carta esteja estabelecido o objeto, do contrário
haveria burla ao juiz natural.
Art. 260. São requisitos das cartas de ordem,
precatória e rogatória:
A intimação pode ser para qualquer parte tomar ciência de algo ou para que faça
algo.
A citação é um processo extremamente solene, disciplinada no art. 238 do CPC,
no código anterior a citação era um ato em que o réu vinha se defender, a crítica era que
Segundo o artigo supracitado, há dois casos que o processo é válido mesmo sem
citação, que é o indeferimento da inicial e a improcedência liminar do pedido. O juiz só
pode agir dessa forma antes de realizar a citação do réu.
Há uma sentença mesmo sem a citação. Como foi visto na hipótese de
improcedência ou indeferimento da petição inicial, a decisão é favorável ao réu. A
ausência de citação válida é tão grave que as partes dispõem de vários meios para lançar
mão de tal vício.
O jeito mais fácil é através de uma simples petição nos autos apontando a citação,
é um vício que não preclui, é grave e pode ser conhecido de ofício. Se hipoteticamente o
processo estiver em execução, no prazo da impugnação, é possível que seja apresentado
nela, art. 525, §1º, I.
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523
sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15
(quinze) dias para que o executado, independentemente
de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios
autos, sua impugnação.
Postal
Por Oficial de
Justiça
Pessoal
Por Meio Eletrônico
Citação
Por Escrivão ou
Chefe de Secretaria
Por Edital
Fictícia
Por Hora Certa
Quando a citação é pessoal e o réu não apresenta contestação no prazo ele é revel.
A revelia permite o julgamento antecipado do mérito.
A citação ficta por edital ou por hora certa, vale para o processo, mas existe uma
dúvida se ele realmente tomou conhecimento do processo. Se ele não se manifestar nem
nomear procurador o juiz dá um curador especial, em regra a defensoria pública.
Há estados que não tem defensoria pública, principalmente federal.
Não basta o réu contestas, tem que impugnar cada fato afirmado pelo autor, do
contrário tem-se o ônus da impugnação específico descumprido, assim são considerados
como verdadeiros.
É chamada de preferencial, ocorre que em alguns casos não é possível, mas não é
cabível quando trata-se de pessoa jurídica de direito público.
Nota-se que não existe mais a proibição, no art. 247 desta modalidade em
execução.
O art. 248, §2º, prevê que se o réu for pessoa jurídica a citação será válida se o
AR for assinado por funcionário do setor de correspondência.
No §4º do art. 248, é válido o porteiro assinar o AR ou mandado postal.
Art. 248. Deferida a citação pelo correio, o escrivão
ou o chefe de secretaria remeterá ao citando cópias
da petição inicial e do despacho do juiz e comunicará
o prazo para resposta, o endereço do juízo e o
respectivo cartório.
Por exemplo, o sujeito põe seu nome no Tribunal de Justiça, e vai ao Tribunal, e
no momento em que vai no Cartório é citado na própria serventia.
O Oficial de justiça vai duas vezes ao local e desconfia da ocultação do réu, assim
marca uma terceira vez que caso o réu não esteja é considerado citado, mas ainda assim
é enviado um AR para o endereço.
Uma vez citado o réu irá comparecer a uma audiência de conciliação ou mediação
do art. 334. CPC.
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos
essenciais e não for o caso de improcedência liminar
do pedido, o juiz designará audiência de conciliação
ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta)
dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20
(vinte) dias de antecedência.
Se qualquer um deles faltar terá que pagar uma multa, sendo autor ou réu, multa
por ato atentatório a dignidade da justiça, no valor de 2% do conteúdo econômico para a
fazenda pública.
Há outros artigos que falam em multas com o mesmo nome, porém por outros
fatos geradores, com percentuais e destinatários diferentes. Exemplo art. 77, §2º e 774 do
CPC.
Só não ocorre se o autor informar na petição inicial que não quer a audiência e o
réu também informa que não quer, ou se o direito não permitir transação.
O código quis que os dois informem o desinteresse, salvo se já tiver entrado nos
10 dias anteriores a audiência.
A contestação é o ato pelo qual o réu apresenta a sua defesa (art. 336 do CPC),
sendo que o não alegado (em regra) estará precluso.
Art. 336 do CPC. Incumbe ao réu alegar, na
contestação, toda a matéria de defesa, expondo as
razões de fato e de direito com que impugna o pedido
do autor e especificando as provas que pretende
produzir.
3.1.2 DEFESA
Perempção
Preliminares ao mérito
Processual (preliminar a todo o Litispendência
mérito)
Ao longo do processo vão surgindo questões que o juiz precisa resolver, quando
são chamadas de independentes, a ordem em que são resolvidas é indiferente. Entretanto,
quando há questões com encadeamento lógico entre elas, sendo uma o antecedente
necessário da outra.
Por isso, o juiz precisa resolver o antecedente para depois a posterior. A questão
antecedente chama-se questão prévia e aquela posterior, chama-se questão posterior.
Existem dois tipos de questões prévias: preliminar e prejudicial. Existem também
dois tipos de questões posteriores: principal e prejudicada. Havendo relação lógica entre
elas:
AO mérito
Preliminar
DE mérito
Questão Prévia
AO mérido
Pre|judicial
A questão
processual
Principal
Questão Posterior
Pre|judicada
a) Preliminar:
3.1.4 PREJUDICIAL
A prejudicial é diferente:
Há duas questões, uma antecedente da outra, agora seja qual for a solução dada a
primeira questão, a segunda também será examinada. Obrigatoriamente as duas serão
examidas.
A propõe uma demanda contra B em BH, B alega que o processo deveria tramitar
em SP porque é onde ele tem domicílio. Segundo o autor, deve ser BH em razão da
cláusula de eleição de foro. Se a cláusula de eleição de foro for válida, ou não, ela será
prejudicial para a competência, mas não tem qualquer relação com o mérito.
No art. 503, §1º do CPC(...) dessa resolução depender a resolução do mérito.
Nesse exemplo da eleição de foro, o que o juiz disser sobre a validade dessa
cláusula não faz coisa julgada.
O significado prático é que o juiz em um caso pode dizer que é válida e no outro
dizer que não é. São fenômenos que não se confundem.
Na defesa de mérito direta, o réu nega o fato constitutivo do direito alegado pelo
autor.
Na defesa de mérito indireta, o réu admite o fato constitutivo e lhe opõe outro,
impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
Exemplo: o autor alega uma cobrança e o réu defende que nunca houve dinheiro
emprestado – Defesa de mérito direta.
Ou, o autor alega que já foi paga a dívida. Ele admite a dívida, mas alega que o
direito do autor foi extinto. – Defesa indireta.
Toda defesa processual e de mérito tem que vir na contestação.
3.1.7 REVELIA
O inciso III não está presente na revelia, pode acontecer de o réu na contestação
não ter impugnado, mas ao mesmo tempo ele pode ter apresentado a impugnação na
reconvenção.
Portanto se automaticamente na reconvenção o Réu, embora não tenha
formalmente contestado, não é possível dar presunção ao fato, como se não impugnado
fosse. Em outras palavras, o art. 341 deve ser interpretado com o 345 e o que vale para
um, vale para outro.
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no
art. 344 se:
3.2 RECONVENÇÃO
Existe um verbo que não se usa mais no sentido que tinha no passado, no
Português arcaico. O verbo convir tinha um significado que era de propor ação. “O autor
convém contra o réu”, portanto quando o autor convém contra o réu, o réu convém de
volta, logo ele reconvém2.
É uma demanda proposta pelo réu contra o autor dentro do mesmo processo. Não
é propriamente uma defesa no sentido mais estrito, mas sim um contra-ataque.
2
Reconvir conjuga-se como vir e não como ver, portanto o réu reconveio.
1 – Temporal:
•Deve ser no mesmo momento da contestação, mesmo prazo, etc. Se a contestação for
apresentada, e mesmo dentro do prazo para contestar posteriormente apresentada a
reconvenção, esta será preclusa.
2 – Forma:
•O Código diz que deve ser na mesma petição, mas embora pela instrumentalidade das formas é
admitida.
3 – Competência:
•O juízo da causa original tem que ser competente para julgar a causa. Para se admitir a
competência, tem que ser a absoluta, mas a relativa é dispensada.
4 – Conexão de causas:
•Art. 343 do CPC, essa conexão que é pressuposto da conexão não é a mesma que a da
competência (art. 55 do CPC). É mais ampla que aquela, e até a engloba. A palavra conexão nessa
hipótese significa algum ponto em comum. Qualquer elemento de contato que permita que a
reunião dessas duas demandas no mesmo processo aumente a eficiência do processo.
3.2.2 CARACTERÍSTICAS
B C
(Devedor (Devedor
Solidário) Solidário)
A
(Credor)
A questão é: pode o réu reconvir com terceiro que não é parte da ação
original contra o autor?
É possível, inclusive poderia ser contra A e D, desde que o autor seja sempre
reconvindo.
4.1.1 TIPOS
Especificação de Provas
Art. 348. Se o réu não contestar a ação, o juiz,
verificando a inocorrência do efeito da revelia
previsto no art. 344, ordenará que o autor especifique
as provas que pretenda produzir, se ainda não as tiver
indicado.
No momento em que advogado elabora a petição inicial ele ainda não sabe o que
deverá provar, não sabe o que o réu vai fazer; se vai contestar, ficar revel, confessar. Ele
no máximo pode imaginar. Por isso, muito frequentemente o advogado faz um
requerimento genérico de provas, que não serve para nada (a lei manda especificar).
4.1.2 RÉPLICA
Pode acontecer de ter ocorrido alguma das hipóteses do art. 485 ou dos incisos II
e III do art. 487, mas de modo a não alcançar todos os elementos do processo, só uma
parte. Ex. só um dos réus é parte ilegítima ou o autor formulou 3 pedidos e 1 falta interesse
de agir, ou o autor formulou dois pedidos e um deles há previsão no contrato de cláusula
de arbitragem, ou ainda, o autor formulou dois pedidos e um está prescrito, ou as partes
celebraram uma transação com relação a um dos pedidos.
Nesses casos terá um decisão n-t do art. 354, parágrafo único do CPC - decisão do
processo que diz respeito apenas uma parcela do processo, caso em que ela não vai
extinguir, vai reduzir o processo, que pode ser objetiva (se reduzir o pedido) o subjetiva
(se diminuir as partes), essa decisão é por decisão interlocutória que será atacada por
agravo de instrumento. Não existe extinção parcial, extinção é apenas total. Errado falar
que julga extinto o processo com relação a uma parte, o processo não acaba para ele,
continua sem ele. Assim como com relação ao pedido. Por isso o ato que exclui algo não
encerra e por isso o CPC diz que é decisão interlocutória, este não é um pronunciamento
de extinção parcial é de redução.
É o julgamento imediato do pedido porque ele vem logo após a fase postulatória
e as providências preliminares, sem necessidade de dilação probatória, uma fase destinada
a produção de provas. Nesse momento o juiz vai julgar o pedido. O art. 487, I do CPC diz
que o juiz julga o mérito quando resolve o pedido, por isso não é caso de extinção.
Ocorrerá quando para julgar o pedido o juiz não precisar de prova, com o material
que ele já tem, já é capaz de julgar o pedido. Ex. prova documental é suficiente e veio
com a inicial e-ou contestação. Houve um processo de produção antecipada de prova.
Outro caso é quando ocorrer o efeito previsto no art. 344, que o autor alegou se
presume verdadeiro e o réu não requereu a produção da contraprova.
Ex. o autor cobra uma dívida e o réu contesta de forma que uma parcela se torna
incontroversa. Pode julgar quanto à parcela incontroversa.
O autor formulou pedidos cumulados, o julgamento de um não depende de novas
provas, o outro depende. E o processo continuará para produzir provas do outro pedido.
Quando for caso de julgar o mérito, mas ainda não tem com resolver o mérito.
Então organiza o processo para poder continuar com ele e mais a frente julgar o mérito.
4.1.4 SANEAMENTO
A delimitação das questões de fato, devem ser elencadas, bem como os meios de
provas a serem admitidos elencados.
Consequentemente a decisão de saneamento também deve constar de quem será o
ônus da prova.
Se entre os meios de prova que o juiz definiu houver alguma prova oral, o juiz
deverá marcar audiência de instrução e julgamento.
4.2 PROVAS
4.2.1 CONCEITO
O Objeto da prova não é o fato, mas sim a alegação. A prova não muda se o fato
ocorreu ou não, mas sim, o juiz se convence que a prova serve para convencer a alegação.
Por isso na revelia se consideram verdadeiras as alegações e não os fatos.
Evidentemente trata-se de alegações relevantes. Não basta a alegação ser
relevante, mas tem que ser controvertida, para que seja objeto de prova.
Art. 374. Não dependem de prova os fatos:
Pode acontecer de o juiz ter que aplicar no processo um direito que ele não está
acostumado a conhecer, como por exemplo o derivado dos costumes (consuetudinário)
Presunção não é uma matéria que se estuda no diretio, mas sim que lhe apresentam
e se decora.
Há duas espécies, a relativa e a absoluta.
Por exemplo a lei diz que há presunção absoluta de que se há averbação da penhora
do imóvel no registro público de imóveis, então é de conhecimento público. Portanto
torna-se irrelevante saber se as outras pessoas tomaram ou não conhecimento desta
penhora.
Portanto por isso não se faz prova na hipótese de prova em contrário da presunção,
porque não se produz prova contra fatos irrelevantes.
Por outro lado há quem diga que é perfeitamente possível tal compatibilização,
segundo o Prof. Miqueli Taruffo, a relação de iniciativa probatória não tem correlação
com o Estado Democrático ou Autoritário, porque na prática não se verificou na prática.
Na Alemanha nazista não existia tal poder entre os juízes, já na Suíça há tal poder aos
juízes.
O fato de a lei brasileira dizer que o juiz tem poder de iniciativa probatória não é
cabível para alegar que seria compatível com o Estado Democrático de Direito.
Ocorre que a questão é o limite do poder de prova do juiz, que é chamada de
complementar.
Fontes de Prova
Pessoas
Coisas
Fenômenos
Serviços
Depoimento
Pessoal
Confissão
Meios de Prova
Testemunhal
Inspeção Judicial
Documental
Prova Pericial
Ata Notarial
Conforme o art. 369 as partes podem usar todos os meios de prova, ainda que não
relacionados no processo.
Exemplo, prova por amostragem.
O professor Alexandre Câmara traz um tipo de prova em que o comportamento
das partes pode servir como meio de prova, por exemplo quando um advogado sempre
demora fazendo as cargas de um processo pode demonstrar que prova seu interesse em
procrastinar.
Para o CPC é atípico, mas na legislação extravagante é típica, que é o
procedimento do mandado de segurança. A peculiaridade é que só pode produzir provas
documentais pré-existentes. O Mandado de Segurança diz que a autoridade coatora presta
suas informações por escrito.
Parte da doutrina entende que essa é uma prova testemunhal quem vem por escrito.
As provas podem ser divididas ainda em oral e escrita. Ocorre que a prova oral
tem um momento específico para ser produzida, que é na Audiência de Instrução e
Julgamento (AIJ).
4.2.11 CONFISSÃO
Embora não possam ser testemunhas, conforme o §4º o juiz pode colher os
depoimentos dos impedidos e dos incapazes, inclusive menores salvo .....
Quando a parte que quer a exibição formular seu pedido terá que observar o art.
397/398 do CPC.
Art. 397. O pedido formulado pela parte conterá:
Nos casos em que não se sabe exatamente o que quer se provar, nem seja possível
presumi-la a partir da negativa injustificada, deve-se aplicar o parágrafo único do art. 400
do CPC.
Art. 400 Parágrafo único. Sendo necessário, o juiz
pode adotar medidas indutivas, coercitivas,
mandamentais ou sub-rogatórias para que o documento
seja exibido.
Ocorre que o STJ antes da vigência do CPC sumulou no enunciado 372, que o juiz
não pode fixar multa.
Ocorre que quando se trata de exibição de documento contra terceiro, se admitia
a multa, mas não cabia quando o pedido era contra a parte contrária.
Já no caso atual o código diz ao contrário, então, segundo a doutrina o enunciado
372 do STJ está superado pelo CPC/15.
Súmula 372 do STJ. Na ação de exibição de documentos,
não cabe a aplicação de multa cominatória.
Ocorre que quando o terceiro não cumpre a exibição de documentos ele comete
crime de desobediência.
Quando a lei fala no texto do art. 358, do CPC, quando a audiência é determinada,
marca-se dia e hora, mas não se marca o lugar, porque os atos o processuais se realizam
na sede do juízo, conforme art. 217 do CPC.
Art. 217. Os atos processuais realizar-se-ão
ordinariamente na sede do juízo, ou,
excepcionalmente, em outro lugar em razão de
deferência, de interesse da justiça, da natureza do
ato ou de obstáculo arguido pelo interessado e
acolhido pelo juiz.
O pregão3 é a convocação em alto e bom som das pessoas que devem participar
da audiência.
Para as partes não há lugar marcado, mas há o costume em que o autor se senta a
mão do lado direito e o réu ao lado esquerdo. “O Réu mais próximo do coração”. A justiça
do trabalho, adaptou de forma que é o “trabalhador” seja autor ou réu à esquerda do juiz.
Vale destacar que na Alemanha foi aprovada a lei que aprova o mobiliário dos
fóruns, de forma que as mesas de audiência são redondas, sem posição de destaque.
A tentativa de autocomposição, conforme art. 359, segundo a doutrina há um erro
técnico grosseiro, quando diz que a arbitragem é uma tentativa de autocomposição.
3
Na idade média, sempre que era preciso fazer um anúncio público sobre algo, ia alguém para
uma praça pública, tocava uma corneta (arauto) pegava uma folha de papel e lia. E depois para dar maior
publicidade, ele pregava esse papel num poste na praça, portanto ficou conhecido como pregão.
Tentativa de
Declaração Colheita da Alegações
AIJ Pregão Autocomposi Sentença
de abertura ção Prova Oral Finais
Esclarecimen
to do Perito Cada PArte
e A. terá 20
Técnicos. Há minutos,
a prova prorrogáveis
técnica por mais
Simplificada 10min.
também.
Depoimento
Min. Público
s Pessoais, 1º
fala depois
autor, depois
das partes.
réu
Inquirição
Testemunhas
, 1º autor,
depois réu.
8.2 SENTENÇA.
Terminativa
(Art. 485)
Sentença
Pronunciamentos Definitiva
Decisórios (Art. 487)
Decisão
Interlocutória
Toda sentença tem que preencher alguns requisitos formais, conforme o art. 489
do CPC.
O código anterior não chamava os elementos do código atual de requisitos.
O Código Civil Brasileiro, tem peculiaridades, nunca se elaborou uma lei tão
complexa de forma tão democrática. Por exemplo o Código Civil da França, o Francês, o
Alemão e até mesmo o Código Civil de 16 não foram produzidos em democracias, de
certa forma o projeto do CC foi feito em 73, mantendo o mito de que democracias não
fazem bons códigos.
Ocorre que o CPC quebrou esse paradigma, porque houve amplo debate, com
comissões de processualistas, ofícios para todos os tribunais, MPs etc. para que todos
pudessem opinar. Havia um portal chamado e-democracia que aceitou sugestões sobre o
texto.
O único texto do mundo até então conhecido com tamanha popularidade foi a
Constituição da Islândia, com seus 250 mil habitantes.
Foram mais de 900 emendas apresentadas por deputados, 10 mil propostas no
portal e-democracia e 2 mil propostas de professores processualistas.
Segundo o professor Barbosa Moreira Relatório Fundamentação e dispositivo não
não são requisitos porque requisito é pressuposto, ou seja, algo que se pré supõe e pré
existe, ou seja existe antes, mas existem dentro da sentença, portanto não podem ser
requisitos, mas sim elementos.
Segundo Barbosa Moreira Sentença tem 3 partes integrantes, um resumo, a
justificativa da decisão e a decisão propriamente dita.
Sentença é um conjunto de fundamentação, relatório e dispositivo, portanto, um
conjunto é formado por elementos.
Elemento é cada parte do todo, ou cada integrante do conjunto.
Elementos essenciais, se faltar haverá um vício.
A falta de dispositivo torna o ato inexistente, o dispositivo é a parte decisória,
portanto sentença sem dispositivo não possui decisão, e sentença por definição é
pronunciamento decisório, ou seja, sentença sem dispositivo é uma contradição dos
próprios termos, logo não é sentença.
8.2.3 FUNDAMENTAÇÃO
O juiz a partir da justificativa que apresentou não podia mesmo ter chegado a
conclusão que chegou.
Se a justificativa está boa e a conclusão não, resolve-se por embargos de
declaração.
No Estado Democrático de Direito, a atividade estatal tem que ser legítima, mas
não basta ser apenas legal. Proporcionar legalidade não é difícil. O que acontece é que
quem exerce função administrativa ou legislativa recebeu legitimidade pelo voto popular
e recebe antes de atuar, portanto já atua legitimado.
O problema da atividade jurisdicional é que não tem voto, nem prestação de contas
periódicas porque o cargo é vitalício, assim essa legitimação ocorre por meio da
justificação. Nenhuma decisão é em si boa ou ruim, o que a faz ser correta ou incorreta é
a fundamentação.
8.2.4 DISPOSITIVO