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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada
pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na
jurisprudência dos Tribunais.
Sumário
1. Tutela de urgência .................................................................................................. 2
1.1. Introdução ............................................................................................................ 2
1.2. Conceito de Tutela Antecipada ............................................................................ 2
1.3. Tutela Antecipada X Tutela Cautelar ................................................................... 2
1.3.1. Diferenças ...................................................................................................... 3
1.3.2. Semelhanças .................................................................................................. 4
1.3.3. Observações preliminares ............................................................................. 4
1.4. Requisitos de concessão ...................................................................................... 6
1.4.1. Requisitos comuns......................................................................................... 7
1.4.2. Requisitos comuns para tutela de urgência e de sanção .............................. 7
1.4.3. Requisitos da tutela em caso de pedido “incontroverso” ............................ 8
1.4.4. Requisitos da tutela das obrigações de fazer, não fazer e dar ..................... 9
1.5. Momento de concessão ..................................................................................... 10
1.6. Fungibilidade ...................................................................................................... 11
1.7. Sentença de procedência e agravo contra decisão que deferira tutela
antecipada ............................................................................................................................ 11
1.8. Revogação .......................................................................................................... 12
2. Tutela cautelar propriamente dita - temas relevantes ............................................ 14
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Módulo de Processo Civil
Tutela Provisória e Mandado de Segurança
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1. Tutela de urgência
1.1. Introdução
As tutelas de urgência possuem fundamento na melhor distribuição do ônus do
tempo no processo, na proporção da evidência do direito do autor, para evitar que aquele
que tem razão sofra com o decurso do tempo razoável do processo.
A tutela de urgência é uma tutela concedida em cognição verticalmente sumária, se
for exauriente, em regra, será sentença. Na cognição sumária, a tutela não gera preclusão
pro judicato, pois está atrelada a cláusula rebus sic stantibus.
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1.3.1. Diferenças
Como principal diferença de regime jurídico, tem-se a possibilidade das cautelares
serem concedidas de ofício, em casos excepcionais, com fundamento no poder geral de
cautela, na forma do previsto no artigo 797 do CPC, in verbis:
Art. 797. Só em casos excepcionais, expressamente autorizados por lei, determinará o
juiz medidas cautelares sem a audiência das partes.
Ressalte-se que a jurisprudência entende que o juiz precisa de uma previsão legal
expressa ou de excepcionalidade, sendo os requisitos alternativos.
Ao se analisar o artigo 273 do CPC, que versa sobre a tutela antecipada, fica bem
claro que a mesma só pode ser concedida mediante requerimento.
Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os
efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se
convença da verossimilhança da alegação e:
I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou
II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito
protelatório do réu.
§ 1o Na decisão que antecipar a tutela, o juiz indicará, de modo claro e preciso, as razões
do seu convencimento.
§ 2o Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de irreversibilidade
do provimento antecipado.
§ 3o A efetivação da tutela antecipada observará, no que couber e conforme sua
natureza, as normas previstas nos arts. 588, 461, §§ 4o e 5o, e 461-A.
§ 4o A tutela antecipada poderá ser revogada ou modificada a qualquer tempo, em
decisão fundamentada.
§ 5o Concedida ou não a antecipação da tutela, prosseguirá o processo até final
julgamento.
§ 6o A tutela antecipada também poderá ser concedida quando um ou mais dos pedidos
cumulados, ou parcela deles, mostrar-se incontroverso.
§ 7o Se o autor, a título de antecipação de tutela, requerer providência de natureza
cautelar, poderá o juiz, quando presentes os respectivos pressupostos, deferir a medida
cautelar em caráter incidental do processo ajuizado.
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1.3.2. Semelhanças
Importante frisar a possibilidade de haver fungibilidade entre as tutelas de urgência,
que está positivada no artigo 273, §7º do CPC, in verbis:
Art. 273, § 7o Se o autor, a título de antecipação de tutela, requerer providência de
natureza cautelar, poderá o juiz, quando presentes os respectivos pressupostos, deferir a
medida cautelar em caráter incidental do processo ajuizado.
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Art. 928. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu,
a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração; no caso contrário,
determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para
comparecer à audiência que for designada.
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Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não
fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido,
determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do
adimplemento. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994) (...)
§ 3o Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de
ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou
mediante justificação prévia, citado o réu. A medida liminar poderá ser revogada ou
modificada, a qualquer tempo, em decisão fundamentada. (Incluído pela Lei nº 8.952, de
13.12.1994)
Art. 461-A. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela
específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação. (Incluído pela Lei nº 10.444,
de 7.5.2002)
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inserta no par.2. do art. 273 do CPC não pode ser levada ao extremo, sob pena de o
novel instituto da tutela antecipatória não cumprir a excelsa missão a que se destina.
III - recurso especial não conhecido (STJ - REsp: 144656 ES 1997/0052333-0, Relator:
Ministro ADHEMAR MACIEL, Data de Julgamento: 06/10/1997, T2 - SEGUNDA TURMA,
Data de Publicação: DJ 27.10.1997 p. 54778 REVJMG vol. 142 p. 464)
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juiz na sentença. Com efeito, enquanto nos demais casos de antecipação de tutela são
indispensáveis os requisitos do perigo de dano, da aparência e da verossimilhança para a
sua concessão, na tutela antecipada do § 6º do art. 273 do CPC basta o caráter
incontroverso de uma parte dos pedidos, que pode ser reconhecido pela confissão, pela
revelia e, ainda, pela própria prova inequívoca nos autos. Se um dos pedidos, ou parte
deles, já se encontre comprovado, confessado ou reconhecido pelo réu, não há razão que
justifique o seu adiamento até a decisão final que aprecie a parte controversa da
demanda que carece de instrução probatória, podendo ser deferida a antecipação de
tutela para o levantamento da parte incontroversa (art. 273, § 6º, do CPC). Verifica-se,
portanto, que a antecipação em comento não é baseada em urgência, muito menos se
refere a um juízo de probabilidade – ao contrário, é concedida mediante técnica de
cognição exauriente após a oportunidade do contraditório. Entretanto, por política
legislativa, a tutela do incontroverso, ainda que envolva técnica de cognição exauriente,
não é suscetível de imunidade pela coisa julgada, o que inviabiliza o adiantamento dos
consectários legais da condenação (juros de mora e honorários advocatícios). De fato, a
despeito das reformas legislativas que se sucederam visando à modernização do sistema
processual pátrio, deixou o legislador de prever expressamente a possibilidade de cisão
da sentença. Daí a diretiva de que o processo brasileiro não admite sentenças parciais,
recaindo sobre as decisões não extintivas o conceito de “decisão interlocutória de
mérito”. REsp 1.234.887-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 19/9/2013.
Este acórdão trata perfeitamente deste tema, inclusive prevendo que a questão dos
honorários será avaliada posteriormente, haja vista não se admitir a cisão da sentença.
Será, portanto, uma decisão interlocutória de mérito, que é um termo cunhado para
justificar a impossibilidade de sentença parcial na tutela antecipada da parte incontroversa
do pedido, ainda que reconhecendo o caráter exauriente da cognição.
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Art. 461-A. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela
específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação. (Incluído pela Lei nº 10.444,
de 7.5.2002)
Por fim, ressalta-se que também pode ser concedida no caso de abuso do direito de
defesa e de incontrovérsia do pedido.
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1.6. Fungibilidade
A fungibilidade entre as tutelas de urgência está expressa no artigo 273, §7º do CPC,
in verbis:
Art. 273, § 7o Se o autor, a título de antecipação de tutela, requerer providência de
natureza cautelar, poderá o juiz, quando presentes os respectivos pressupostos, deferir a
medida cautelar em caráter incidental do processo ajuizado.
Se o autor pede uma medida cautelar, e faz prova dos requisitos da antecipação de
tutela o juiz poderá conceder uma pela outra. E vice-versa, assim, a fungibilidade não é de
mão única, mas de duplo sentido vetorial, expressão cunhada pelo professor Cândido
Dinamarco Rangel. A ideia é, portanto, o Juiz conceder a medida mais adequada.
Frise-se que, em sua redação original, o CPC/73 já trazia a fungibilidade das
cautelares entre si.
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1.8. Revogação
A tutela antecipada é concedida em caráter precário, não gerando nenhuma
preclusão para o Juiz, conforme já estudado, e podendo ser revogada a qualquer tempo.
Caso haja revogação, deve-se retornar ao status quo ante. Mas aqui se deve ter
cuidado com as verbas alimentares que são irrepetíveis, como, teoricamente, seria o caso do
benefício previdenciário, por exemplo.
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executado, o INSS poderá fazer o desconto em folha de até 10% da remuneração dos
benefícios previdenciários em manutenção até a satisfação do crédito. Isso porque o
caráter alimentar dos benefícios previdenciários está ligado ao princípio constitucional
da dignidade da pessoa humana, de forma que as imposições obrigacionais sobre os
respectivos proventos não podem comprometer o sustento do segurado. REsp
1.384.418-SC, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 12/6/2013.
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Existem duas exceções à regra de que a cautelar será direcionada ao Tribunal no caso
de já ter sido interposto recurso, são elas: ALIMENTOS PROVISIONAIS E ATENTADO, na forma
dos artigos 853 e 880 p. único do CPC.
Art. 853. Ainda que a causa principal penda de julgamento no tribunal, processar-se-á no
primeiro grau de jurisdição o pedido de alimentos provisionais.
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A ação principal deve ser proposta em até 30 dias, contados da data da efetivação da
medida cautelar, na forma do disposto no artigo 806 do CPC.
Art. 806. Cabe à parte propor a ação, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da
efetivação da medida cautelar, quando esta for concedida em procedimento
preparatório.
Frise-se que em não sendo uma cautelar constritiva, mas sim uma cautelar
conservativa ou protetiva, não há prazo para propositura da ação principal.
No caso da cautelar constritiva de arresto, caso a dívida vença em mais de 30 dias, o
prazo só inicia-se após o vencimento da dívida, que é onde nasce o interesse de agir para
ajuizamento da ação principal.
Pergunta-se: sentença cautelar faz coisa julgada material? Em regra não, pois é uma
tutela precária, provisória, sendo fruto de cognição sumária. Entretanto, a mesma
poderá fazer coisa julgada quando o Juiz, no bojo do processo cautelar, reconhecer a
prescrição ou decadência do direito principal, na forma do artigo 810 do CPC.
Art. 810. O indeferimento da medida não obsta a que a parte intente a ação, nem influi
no julgamento desta, salvo se o juiz, no procedimento cautelar, acolher a alegação de
decadência ou de prescrição do direito do autor.
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