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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários
e na jurisprudência dos Tribunais.
Sumário
1. Introdução.................................................................................................................2
2. Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (Continuação)............................2
2.1 Modalidades de manifestação..........................................................................2
2.2 IRDR nos Juizados Especiais Federais...............................................................5
2.3 Questões polêmicas.........................................................................................7
3. Incidente de Assunção de Competência (IAC)..........................................................11
4. Regime Jurídico do Recursos Especiais e Extraordinários Repetitivos
(art.1.036)....................................................................................................................13
4.1 Introdução ao instituto...................................................................................17
4.2 Decisão de afetação........................................................................................19
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Processo Civil – Teoria Geral do Processo
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1. Introdução
Na aula passada fora abordada a Teoria dos Precedentes, embasada na Teoria Geral
do Processo, e a partir daquela teoria, iniciou-se o estudo dos instrumentos de aplicação desta
presentes no Código de Processo Civil de 2015, sendo estes, IRDR, IAC, a forma de julgamento
do Recurso Especial e do Recurso Extraordinário repetitivo.1
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O professor enfatiza que há outras situações em que os precedentes serão aplicados para acelerar o
procedimento, entretanto, estas serão estudadas ao longo do curso, no estudo de outros procedimentos, sendo
estes relatados nos novos instrumentos introduzidos no CPC/2015, por tal, mais relevantes.
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§ 1o Para instruir o incidente, o relator poderá designar data para, em audiência pública,
ouvir depoimentos de pessoas com experiência e conhecimento na matéria.
§ 2o Concluídas as diligências, o relator solicitará dia para o julgamento do incidente.
Art. 984. No julgamento do incidente, observar-se-á a seguinte ordem:
I - o relator fará a exposição do objeto do incidente;
II - poderão sustentar suas razões, sucessivamente:
a) o autor e o réu do processo originário e o Ministério Público, pelo prazo de 30 (trinta)
minutos;
b) os demais interessados, no prazo de 30 (trinta) minutos, divididos entre todos, sendo
exigida inscrição com 2 (dois) dias de antecedência.
§ 1o Considerando o número de inscritos, o prazo poderá ser ampliado.
§ 2o O conteúdo do acórdão abrangerá a análise de todos os fundamentos suscitados
concernentes à tese jurídica discutida, sejam favoráveis ou contrários.
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O professor tende a ser mais restritivo.
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Trata-se de uma grande polêmica, na qual o professor irá apenas encaminhar uma possível solução.
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O professor nesse ponto, ressalva que esta opinião é mais conveniente aos Juízes Federais das Turmas
Recursais, o que acarretaria uma “perda de poder” aos Desembargadores dos TRFs, os quais são os responsáveis
pela elaboração das provas, principalmente, a partir da segunda fase.
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Logo, o ideal é que se peça a suspensão e que com isso ocorra a interposição de RE ou
REsp para que essa demanda possa ser encaminhada ao STF ou STJ.
Art. 986. A revisão da tese jurídica firmada no incidente far-se-á pelo mesmo tribunal, de
ofício ou mediante requerimento dos legitimados mencionados no art. 977, inciso III.
Art. 977. O pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente de tribunal:
III - pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública, por petição.
Exclui-se, portanto, o juiz, pois nesse caso o IRDR já foi julgado no Tribunal, e assim, a
revisão só poderá ser feita de ofício pelo mesmo tribunal (art. 986), a pedido do MP ou da
Defensoria Pública (art. 77, III).
Ao se falar em revisão se deve lembrar dos artigos que retratam que em caso de revisão
deve-se atentar para a segurança jurídica e utilizar a técnica da modulação na medida que for
necessário.5
Em caso de urgência por parte das pessoas envolvidas em um determinado processo,
que não possa esperar o prazo máximo de 1 ano para o julgamento de IRDR, enquanto os
processos ficam suspensos, é possível pedir a tutela provisória para o próprio órgão onde o
processo tramita (art.982, §2º/CPC).
Art.982, § 2o Durante a suspensão, o pedido de tutela de urgência deverá ser dirigido ao
juízo onde tramita o processo suspenso.
Trata-se de um incidente difícil de ser julgado, visto que argumentos serão efetuados
pelas partes dos processos originários, pelas partes dos processos sobrestados e pelos amici
curiae, além das inúmeras pessoas que tenham se manifestado em audiência pública,
devendo ser levados em consideração, para uma maior qualidade do precedente, visto que
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Nota do Monitor:
Creio que nesse ponto, o professor se refere ao Artigo 927, §3º/CPC:
§ 3o Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal e dos
tribunais superiores ou daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação
dos efeitos da alteração no interesse social e no da segurança jurídica.
Ademais, o professor afirma que, por mais que o legislador nacional tenha adotado a técnica da
modulação, não excluiu as outras técnicas de overruling e distinguishing, mundialmente conhecidas
como a decisão alerta e o signaling, que podem ser combinadas com a modulação. O tribunal pode, por
exemplo, avisar que está prestes a modificar aquela decisão, não modificar naquele momento, mas
depois fazê-lo, aplicando a modulação.
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um precedente com uma decisão mais densa e com mais qualidade, tende a ser um
precedente mais estável.
2.3 Questões polêmicas
De uma causa em que foi suscitada a instauração do incidente, gerar-se-á um
precedente no tribunal que será aplicado para todas as causas presentes e futuras no
âmbito daquele tribunal e que se gerar RE ou REsp da decisão do IRDR pode ser
vinculante a todo o território nacional.
Será que a causa paradigma só pode ser uma? Ou instaurado o IRDR a partir de uma
demanda individual o tribunal poderia solicitar aos juízes sobre sua jurisdição o envio de
outros processos sobre aquele tema, para que o tribunal já passe a ter contato com mais
argumentações?
Pela “letra da lei”, não se traz essa hipótese ao tratar de IRDR, mas quando o CPC refere-
se ao julgamento de RE ou REsp repetitivo, muito parecidos com o IRDR, em seu artigo 1036,
afirma que acolhido o recurso repetitivo o relator do STF/STJ pode requisitar aos tribunais
inferiores do Brasil que envie algumas causas representativas para aquela controvérsia, para
já agregarem outros pontos de vista e argumentos, com o fito de melhorar a qualidade deste
procedimento.
Art. 1.036. Sempre que houver multiplicidade de recursos extraordinários ou especiais
com fundamento em idêntica questão de direito, haverá afetação para julgamento de
acordo com as disposições desta Subseção, observado o disposto no Regimento Interno
do Supremo Tribunal Federal e no do Superior Tribunal de Justiça.
§ 1o O presidente ou o vice-presidente de tribunal de justiça ou de tribunal regional
federal selecionará 2 (dois) ou mais recursos representativos da controvérsia, que serão
encaminhados ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça para fins
de afetação, determinando a suspensão do trâmite de todos os processos pendentes,
individuais ou coletivos, que tramitem no Estado ou na região, conforme o caso.
§ 2o O interessado pode requerer, ao presidente ou ao vice-presidente, que exclua da
decisão de sobrestamento e inadmita o recurso especial ou o recurso extraordinário que
tenha sido interposto intempestivamente, tendo o recorrente o prazo de 5 (cinco) dias
para manifestar-se sobre esse requerimento.
§ 3º Da decisão que indeferir o requerimento referido no § 2º caberá apenas agravo
interno. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
§ 4o A escolha feita pelo presidente ou vice-presidente do tribunal de justiça ou do
tribunal regional federal não vinculará o relator no tribunal superior, que poderá
selecionar outros recursos representativos da controvérsia.
§ 5o O relator em tribunal superior também poderá selecionar 2 (dois) ou mais recursos
representativos da controvérsia para julgamento da questão de direito
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Ainda assim, trata-se de um ponto bastante polêmico/não pacificado na doutrina.
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Caso se entenda que não cabe recurso algum, a solução de tal problemática será
impetrar o Mandado de Segurança.
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O professor Antônio Cabral defende a possibilidade desta analogia para utilizar-se do Agravo Interno.
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Trata da legitimidade recursal do amicus curiae para recorrer na decisão final que
julga o mérito do IRDR.
Autores dos processos suspensos podem desistir, sem o consentimento do réu, se a
decisão do IRDR não os favorecer?
Não há nada no capítulo do IRDR a respeito desse assunto, mas aplicando o
microssistema, analisando o 1.040, §§1º e 3º, a possibilidade de afetado REsp ou RE para
julgamento a parte do processo repetitivo desistir da ação, inclusive com a isenção de custas
e honorários advocatícios se for antes da contestação, podendo o réu até ser citado, havendo
“output” em razão da admissibilidade do RE/REsp paradigma e da suspensão dos demais
processos.
Entretanto, após a contestação não parece razoável, devendo nesse caso haver
concordância da outra parte. Porquanto, menos razoável ainda é a possibilidade de após a
decisão do IRDR.
No que se refere ao processo onde o IRDR é instaurado, se houver desistência de
ambas as partes, não prejudicará o julgamento do IRDR, havendo uma “desubjetivação” da
LIDE, posto que há o interesse de toda a sociedade de que o precedente seja estabelecido e
possa ser aplicado a todos os processos presentes e futuros.
O julgamento relativo à prestação de serviço concedido, permitido ou autorizado será
comunicado ao órgão, ao ente ou à agência reguladora competente para fiscalização.
Art.985 § 1o Não observada a tese adotada no incidente, caberá reclamação.
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Fim da aula 2.1
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O caput nos declara que se for questão de direito, mas COM repetição em múltiplos
processos, caberá IRDR e não IAC.
§2º O regimento deverá indicar o órgão colegiado especifico encarregado pelo
julgamento do IAC, possivelmente, serão os mesmos órgãos que já julgavam o
Incidente de Deslocamento de Competência, que existia no CPC/73, ou Incidente de
Uniformização de Jurisprudência, que também não existe mais.
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Tendo em vista, que o código pouco trata do IAC, muito embora ele possua relevância
equiparada ao IRDR, deve-se atentar para a formação do microssistema de formação de
precedentes e um microssistema de julgamento de casos repetitivos, podendo nesse caso,
utilizar-se das regras do IRDR e do Julgamento de RE/REsp repetitivos que não digam respeito
a repetição, pois nesse caso – IAC – não é repetitivo, mas que digam respeito a formação de
precedente vinculante.
Com isso, é fundamental para que se conceda a devida legitimidade democrática a esse
precedente vinculante formado pelo IAC que se utilize dos institutos do IRDR e do RE/REsp
repetitivos a participação do amicus curiae e a realização de audiências públicas.
Não há previsão recursal da decisão de instauração de incidente e deslocamento da
competência, porque a bem da verdade, não haveria prejuízo algum, não havendo interesse
recursal.
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O professor enfatiza que os Recursos Especiais e Extraordinários e suas especificidades serão
(re)estudados mais a frente com a devida prioridade e profundidade.
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alterado para incluir os artigos 543-A e 543-B, para tratar da problemática relativa a
repercussão geral no RE.
Ocorre que o código avançou um pouco (no 543-B) para tratar do problema de
reconhecimento da repercussão geral, quando houvesse vários recursos extraordinários
repetindo a mesma tese. Sobrestavam-se todos os processos no tribunal de origem que
tinham RE interposto com aquela tese, escolhiam-se alguns recursos representativos dessa
controvérsia e analisavam se possuía repercussão geral.
Art. 543-A. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso
extraordinário, quando a questão constitucional nele versada não oferecer repercussão
geral, nos termos deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).
§ 1º Para efeito da repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de questões
relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os
interesses subjetivos da causa. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).
§ 2º O recorrente deverá demonstrar, em preliminar do recurso, para apreciação exclusiva
do Supremo Tribunal Federal, a existência da repercussão geral. (Incluído pela Lei nº
11.418, de 2006).
§ 3º Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar decisão contrária a súmula
ou jurisprudência dominante do Tribunal. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).
§ 4º Se a Turma decidir pela existência da repercussão geral por, no mínimo, 4 (quatro)
votos, ficará dispensada a remessa do recurso ao Plenário. (Incluído pela Lei nº 11.418,
de 2006).
§ 5º Negada a existência da repercussão geral, a decisão valerá para todos os recursos
sobre matéria idêntica, que serão indeferidos liminarmente, salvo revisão da tese, tudo
nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. (Incluído pela Lei nº
11.418, de 2006).
§ 6º O Relator poderá admitir, na análise da repercussão geral, a manifestação de
terceiros, subscrita por procurador habilitado, nos termos do Regimento Interno do
Supremo Tribunal Federal. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).
§ 7º A Súmula da decisão sobre a repercussão geral constará de ata, que será publicada
no Diário Oficial e valerá como acórdão. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).
Art. 543-B. Quando houver multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica
controvérsia, a análise da repercussão geral será processada nos termos do Regimento
Interno do Supremo Tribunal Federal, observado o disposto neste artigo. (Incluído pela
Lei nº 11.418, de 2006).
§ 1º Caberá ao Tribunal de origem selecionar um ou mais recursos representativos da
controvérsia e encaminhá-los ao Supremo Tribunal Federal, sobrestando os demais até o
pronunciamento definitivo da Corte. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).
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Caso não tivesse repercussão geral, todos os recursos que estavam sobrestados,
aguardando o juízo de admissibilidade, também eram inadmitidos.
Mas caso houvesse repercussão geral, admitir-se-ia o recurso e se julgaria a tese, a
qual faria precedente vinculante aplicável aos processos sobrestados.
Nesse caso, se aqueles processos recorridos possuíam decisões idênticas a que o STF
decidiu, os recursos não seriam admitidos, mas se o STF modificava a decisão do tribunal o
STF concederia oportunidade para o tribunal se retratar e, caso o fizesse, o recurso perderia
o objeto. Por outro lado, caso não o fizesse, o recurso teria que ser conhecido, para que o STF
julgasse de acordo com o seu entendimento firmado na decisão de repercussão geral por
amostragem.
Em meados de 2008, com a Lei 11.672/08, criou-se o artigo 543-C, com relação ao
REsp, por perceber que a mesma problemática relatada acima (ainda que não tivesse o
requisito da repercussão geral), quanto a repetição de processos e seu acúmulo no tribunal
era evidente. Desse modo, estabelecia-se mecanismo parecido com o do RE.
Art. 543-C. Quando houver multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica
questão de direito, o recurso especial será processado nos termos deste
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.672, de 2008).
§ 1o Caberá ao presidente do tribunal de origem admitir um ou mais recursos
representativos da controvérsia, os quais serão encaminhados ao Superior Tribunal de
Justiça, ficando suspensos os demais recursos especiais até o pronunciamento definitivo
do Superior Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei nº 11.672, de 2008).
§ 2o Não adotada a providência descrita no § 1o deste artigo, o relator no Superior
Tribunal de Justiça, ao identificar que sobre a controvérsia já existe jurisprudência
dominante ou que a matéria já está afeta ao colegiado, poderá determinar a suspensão,
nos tribunais de segunda instância, dos recursos nos quais a controvérsia esteja
estabelecida. (Incluído pela Lei nº 11.672, de 2008).
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Essa sistemática já permitia que o relator no STJ/STF antes de julgar se a questão tinha
repercussão geral ou não, no RE, e antes de julgar o mérito no REsp já admitido, poderia abrir
para manifestação no processo do amicus curiae. Entretanto, possuía inúmeros defeitos que
a jurisprudência teve de buscar sanar.
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O novo (atual) CPC adveio com o fito de estabelecer um regime jurídico único PARA
julgamento de recurso especial e extraordinário repetitivos, resolvendo muitas problemáticas
existentes no sistema anterior.10
10
Ressalta-se a importância do PL168, que foi convertido na Lei 13.256/2016.
11
Por exemplo, remessas de recursos para o exterior, com o fito de manutenção de estudante que esteja
fazendo curso em uma universidade no estrangeiro submete-se a incidência do Imposto de Renda. Trata-se de
uma polêmica, a qual a Secretaria da Receita Federal deu parecer negando tal afirmação, que na verdade, a
alteração recente que houve foi para a aquisição de serviços no estrangeiro prestados por agências de turismo,
por exemplo, as quais foram prejudicadas.
12
O professor refere-se nesse ponto, ao momento anterior à reforma advinda com a lei 13.256/2015,
no qual a reclamação, na hipótese em espécie, poderia ser utilizada sem que fosse necessário esgotar as vias
recursais ordinárias.
A qual agora, passou a ser tratada como um instrumento subsidiário.
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Link Regimento Interno STJ:
<http://www.stj.jus.br/publicacaoinstitucional/index.php/Regimento/issue/view/1/showToc>
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um dos tribunais superiores; caso fosse a mesma decisão do tribunal o recurso seria
inadmitido, caso fosse diferente o tribunal deveria se retratar. A principal problemática é que
essa retratação era feita antes do próprio juízo de admissibilidade do recurso interposto.
Por exemplo, em caso de processo no TRF, com REsp sobrestado aguardando decisão
do STJ, tal sobrestamento, era efetuado antes do próprio juízo de admissibilidade do REsp.
Surgindo o problema de que os recursos poderiam ser intempestivos, podendo já ter ocorrido
o trânsito em julgado do acórdão do tribunal (e ainda assim teria ocorrido o sobrestamento),
não fazendo, nesse caso, sentido a hipótese de retratação pelo tribunal se já houve o trânsito
em julgado. Com isso o §2º do artigo 1.036 adveio para sanar tal falha.
§ 2o O interessado pode requerer, ao presidente ou ao vice-presidente, que exclua da
decisão de sobrestamento e inadmita o recurso especial ou o recurso extraordinário que
tenha sido interposto intempestivamente, tendo o recorrente o prazo de 5 (cinco) dias
para manifestar-se sobre esse requerimento.
Uma vez que a decisão realmente excluir, o feito que possuía recurso intempestivo, do
sobrestamento, caberá agravo interno, de acordo com o §3º do artigo 1.036, possibilitando
que a decisão seja reapreciada por um colegiado do próprio TRF, a ser definida pelo regimento
interno.
Existe, portanto, uma possibilidade de reexame horizontal dessa decisão do presidente
do tribunal que definir acerca da exclusão ou não do sobrestamento, cabendo Agravo Interno.
Não havia nenhum parâmetro qualitativo de seleção dos recursos paradigmas na
legislação anterior, agora com o §6º do artigo 1.036 nós temos.
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§ 2o É vedado ao órgão colegiado decidir, para os fins do art. 1.040, questão não
delimitada na decisão a que se refere o inciso I do caput. (Revogado pela Lei nº 13.256,
de 2016)
§ 3o Havendo mais de uma afetação, será prevento o relator que primeiro tiver proferido
a decisão a que se refere o inciso I do caput.
§ 4o Os recursos afetados deverão ser julgados no prazo de 1 (um) ano e terão preferência
sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas
corpus.
§ 5o Não ocorrendo o julgamento no prazo de 1 (um) ano a contar da publicação da
decisão de que trata o inciso I do caput, cessam automaticamente, em todo o território
nacional, a afetação e a suspensão dos processos, que retomarão seu curso
normal. (Revogado pela Lei nº 13.256, de 2016)
§ 6o Ocorrendo a hipótese do § 5o, é permitido a outro relator do respectivo tribunal
superior afetar 2 (dois) ou mais recursos representativos da controvérsia na forma do art.
1.036.
§ 7o Quando os recursos requisitados na forma do inciso III do caput contiverem outras
questões além daquela que é objeto da afetação, caberá ao tribunal decidir esta em
primeiro lugar e depois as demais, em acórdão específico para cada processo.
§ 8o As partes deverão ser intimadas da decisão de suspensão de seu processo, a ser
proferida pelo respectivo juiz ou relator quando informado da decisão a que se refere o
inciso II do caput.
§ 9o Demonstrando distinção entre a questão a ser decidida no processo e aquela a ser
julgada no recurso especial ou extraordinário afetado, a parte poderá requerer o
prosseguimento do seu processo.
§ 10. O requerimento a que se refere o § 9o será dirigido:
I - ao juiz, se o processo sobrestado estiver em primeiro grau;
II - ao relator, se o processo sobrestado estiver no tribunal de origem;
III - ao relator do acórdão recorrido, se for sobrestado recurso especial ou recurso
extraordinário no tribunal de origem;
IV - ao relator, no tribunal superior, de recurso especial ou de recurso extraordinário cujo
processamento houver sido sobrestado.
§ 11. A outra parte deverá ser ouvida sobre o requerimento a que se refere o § 9 o, no
prazo de 5 (cinco) dias.
§ 12. Reconhecida a distinção no caso:
I - dos incisos I, II e IV do § 10, o próprio juiz ou relator dará prosseguimento ao processo;
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De acordo com o estudo da Fundação Getúlio Vargas conhecido como “Supremo em números”, no
qual mede-se a média temporal que o Supremo leva para um recurso extraordinário com repercussão geral, e
ao multiplicar esse tempo pelo acervo que o STF possui de repercussões gerais pendentes de julgamento,
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Há bem da verdade, já havia no CPC/2015 redação original, uma forma de burlar o §5º,
através do §6º, o qual permite uma nova afetação perante um relator diferente, o qual passou
a não ter mais relevância.
O §7º, trata da situação de que quando se afeta um recurso ao Supremo com um tema
de repercussão geral repetitivo, mas junto com esse tema há outro com repercussão geral,
mas não repetitivo, em tese, não se deve afetar o recurso inteiro. Logo o parágrafo em espécie
afirma que serão decididos dois acórdãos sobre a questão, um sobre a questão repetitiva,
prioritária, e outro sobre a questão não repetitiva.
As partes serão intimadas, de acordo com o §8º, cabendo recurso, em caso de
sobrestamento em 1ª instancia, caberá Agravo de Instrumento (o que fora utilizado por
analogia para tornar recorrível a decisão de 1º grau que suspende o IRDR, visto no início da
aula); lado outro, em caso de o processo suspenso já encontrar-se no tribunal, caberá Agravo
Interno no âmbito do próprio tribunal, o que nunca caberá será agravo para o STJ/STF. (§13)
Logo, primeiro se faz um pedido de distinguishing para o próprio juiz da causa ou
relator, somente em caso de negativa, ouvindo-se a parte contrária, é que caberá o agravo de
instrumento (nos processos de 1º grau) ou agravo interno (processo no tribunal de origem ou
no âmbito do próprio STJ).
Modalidades de Manifestação e poderes do relator:
Art. 1.038. O relator poderá:
I - solicitar ou admitir manifestação de pessoas, órgãos ou entidades com interesse na
controvérsia, considerando a relevância da matéria e consoante dispuser o regimento
interno;
II - fixar data para, em audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência
e conhecimento na matéria, com a finalidade de instruir o procedimento;
III - requisitar informações aos tribunais inferiores a respeito da controvérsia e, cumprida
a diligência, intimará o Ministério Público para manifestar-se.
§ 1o No caso do inciso III, os prazos respectivos são de 15 (quinze) dias, e os atos serão
praticados, sempre que possível, por meio eletrônico.
§ 2o Transcorrido o prazo para o Ministério Público e remetida cópia do relatório aos
demais ministros, haverá inclusão em pauta, devendo ocorrer o julgamento com
preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos
de habeas corpus.
concluindo que se não fossem incluídos mais nenhum processo com repercussão geral hoje, o STF levaria
aproximadamente 10 anos para acabar com esse estoque.
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e na jurisprudência dos Tribunais.
Quanto ao “inciso I” ressalta-se que essa expressão se refere aos Amici Curiae.
No inciso II, faz-se mister lembrar que o professor defende que a abertura do
procedimento inclui a manifestação direta da sociedade, por meio da audiência pública, na
medida do possível, dentro do período e respeitando os limites quantitativos da audiência,
que pelo próprio nome, define-se como pública, não podendo estar restrita apenas a
manifestação de pessoas com experiência e conhecimento na matéria.
A redação original do §3º é idêntica à redação do artigo correspondente relativo ao
IRDR, o qual não foi revogado, fazendo com que os desembargadores dos TJs e dos TRFs em
sede de IRDR devam acolher todos os fundamentos levados por todos. Já os Ministros do STF
ou do STJ em julgamento de RE/REsp não terão tal problema, pois a lei 13.256 alterou o texto,
afirmando que o acórdão destes abrangerá a análise dos fundamentos relevantes.
Fazendo uso do microssistema, parece óbvia a aplicação desse dispositivo para
interpretar o dispositivo do IRDR, afirmando que basta analisar os fundamentos relevantes,
sendo o STJ ou o STF responsáveis pela delimitação de quais seriam os fundamentos
relevantes.
Art. 1.039. Decididos os recursos afetados, os órgãos colegiados declararão
prejudicados os demais recursos versando sobre idêntica controvérsia ou os decidirão
aplicando a tese firmada.
Parágrafo único. Negada a existência de repercussão geral no recurso extraordinário
afetado, serão considerados automaticamente inadmitidos os recursos extraordinários
cujo processamento tenha sido sobrestado.
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III - inadmitir recurso extraordinário, com base no art. 1.035, § 8o, ou no art. 1.039,
parágrafo único, sob o fundamento de que o Supremo Tribunal Federal reconheceu a
inexistência de repercussão geral da questão constitucional discutida.
III – (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
§ 1o Sob pena de não conhecimento do agravo, incumbirá ao agravante demonstrar, de
forma expressa:
§ 1º (Revogado): (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
I - a intempestividade do recurso especial ou extraordinário sobrestado, quando o recurso
fundar-se na hipótese do inciso I do caput deste artigo;
I – (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
II - a existência de distinção entre o caso em análise e o precedente invocado, quando a
inadmissão do recurso:
II – (Revogado): (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
a) especial ou extraordinário fundar-se em entendimento firmado em julgamento de
recurso repetitivo por tribunal superior;
a) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
b) extraordinário fundar-se em decisão anterior do Supremo Tribunal Federal de
inexistência de repercussão geral da questão constitucional discutida.
b) (Revogada). (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
§ 2o A petição de agravo será dirigida ao presidente ou vice-presidente do tribunal de
origem e independe do pagamento de custas e despesas postais.
§ 2º A petição de agravo será dirigida ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal de
origem e independe do pagamento de custas e despesas postais, aplicando-se a ela o
regime de repercussão geral e de recursos repetitivos, inclusive quanto à possibilidade de
sobrestamento e do juízo de retratação. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
§ 3o O agravado será intimado, de imediato, para oferecer resposta no prazo de 15
(quinze) dias.
§ 4o Após o prazo de resposta, não havendo retratação, o agravo será remetido ao tribunal
superior competente.
§ 5o O agravo poderá ser julgado, conforme o caso, conjuntamente com o recurso especial
ou extraordinário, assegurada, neste caso, sustentação oral, observando-se, ainda, o
disposto no regimento interno do tribunal respectivo.
§ 6o Na hipótese de interposição conjunta de recursos extraordinário e especial, o
agravante deverá interpor um agravo para cada recurso não admitido.
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15
Tratando-se de um tema que será melhor aprofundado nas aulas de RE/REsp.
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e na jurisprudência dos Tribunais.
cabendo também, nessa ocasião, reclamação constitucional, cabível quando não couber
recurso ordinário. Cabendo, simultaneamente, o RE/REsp e a Reclamação.16,17
16
O professor citou o artigo e entendimento de outro renomado professor, Alexandre Câmera, o qual
relata que ao alegar distinguishing está sendo levado um fato novo, e nesse caso, obrigatoriamente não há
precedente, com isso, o recurso supra (agravo) deverá ser admitido.
Ademais, além de buscar agravar, caberá um novo RE/REsp sobre um tema que, há bem da verdade, é
novo, podendo ocorrer apenas uma vez, pois o tribunal superior julgará e sobre aquele fundamento/argumento
ter-se-á um precedente.
Entretanto, poderá causar um grave problema, pois cada vez que alguém pensar em um argumento
novo interpor um novo recurso especial, o sistema para desobstruir os tribunais superiores fracassará.
Outra ideia, é considerar que a partir do momento que o precedente é fixado, todos os argumentos
possíveis de serem apresentados, mesmo que não o tenham sido, consideram-se rejeitados. Seria uma espécie
de eficácia preclusiva da coisa julgada e somente novos argumentos decorrentes de modificações na sociedade
é que permitiriam o distinguishing e permitiriam a solução trazida pelo Professor Alexandre Câmara, com a
interposição de um novo RE/REsp da decisão do tribunal que simplesmente ignora essa nova questão.
17
O professor atenta para o fato de que o principal material a ser disposto na área do aluno, está
desatualizado a partir do artigo 1.042, devendo-se utilizar do segundo material que possui a tabela comparativa,
demonstrado no decorrer da aula.
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