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Processo Civil – Teoria Geral do Processo

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários
e na jurisprudência dos Tribunais.

Sumário
1. Introdução.................................................................................................................2
2. Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (Continuação)............................2
2.1 Modalidades de manifestação..........................................................................2
2.2 IRDR nos Juizados Especiais Federais...............................................................5
2.3 Questões polêmicas.........................................................................................7
3. Incidente de Assunção de Competência (IAC)..........................................................11
4. Regime Jurídico do Recursos Especiais e Extraordinários Repetitivos
(art.1.036)....................................................................................................................13
4.1 Introdução ao instituto...................................................................................17
4.2 Decisão de afetação........................................................................................19

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1. Introdução
Na aula passada fora abordada a Teoria dos Precedentes, embasada na Teoria Geral
do Processo, e a partir daquela teoria, iniciou-se o estudo dos instrumentos de aplicação desta
presentes no Código de Processo Civil de 2015, sendo estes, IRDR, IAC, a forma de julgamento
do Recurso Especial e do Recurso Extraordinário repetitivo.1

2. Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (Continuação)


Os artigos 983 em diante, tratam da abertura do procedimento para que hajam
manifestações de pessoas interessadas, com vistas a cumprir a missão de dar concretude ao
princípio do contraditório em um processo no qual a sua decisão não atingirá as partes
originárias, mas todas as pessoas que possuam ou venham a possuir ações que envolvam a
matéria que será decidida no IRDR.
Percebe-se, portanto, que nesse caso, tem-se o problema da legitimação histórica,
relativo a legitimidade democrática (ou do déficit de legitimidade democrática) do Supremo
Tribunal Federal, quando julga Ações Diretas de Inconstitucionalidade, posto que pelos
membros do Supremo não serem eleitos pelo povo, possuem menos legitimidade
democrática do que os parlamentares que aprovaram a lei ou do que o Presidente que
sancionou a lei.
Assim, tal déficit deverá ser suprido com a abertura do procedimento, de modo que as
pessoas que serão afetadas pela decisão possam se manifestar, diretamente (mais difícil
tendo em vista a grande quantidade de pessoas) ou indiretamente (através de entes que
tenham a representatividade dessas pessoas, normalmente esses entes são os Amici Curiae).

2.1 Modalidades de manifestação:


Os artigos 983 e 984 do CPC/2015 retratam três modalidades de manifestação:
Art. 983. O relator ouvirá as partes e os demais interessados, inclusive pessoas, órgãos e
entidades com interesse na controvérsia, que, no prazo comum de 15 (quinze) dias,
poderão requerer a juntada de documentos, bem como as diligências necessárias para a
elucidação da questão de direito controvertida, e, em seguida, manifestar-se-á o
Ministério Público, no mesmo prazo.

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O professor enfatiza que há outras situações em que os precedentes serão aplicados para acelerar o
procedimento, entretanto, estas serão estudadas ao longo do curso, no estudo de outros procedimentos, sendo
estes relatados nos novos instrumentos introduzidos no CPC/2015, por tal, mais relevantes.

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§ 1o Para instruir o incidente, o relator poderá designar data para, em audiência pública,
ouvir depoimentos de pessoas com experiência e conhecimento na matéria.
§ 2o Concluídas as diligências, o relator solicitará dia para o julgamento do incidente.
Art. 984. No julgamento do incidente, observar-se-á a seguinte ordem:
I - o relator fará a exposição do objeto do incidente;
II - poderão sustentar suas razões, sucessivamente:
a) o autor e o réu do processo originário e o Ministério Público, pelo prazo de 30 (trinta)
minutos;
b) os demais interessados, no prazo de 30 (trinta) minutos, divididos entre todos, sendo
exigida inscrição com 2 (dois) dias de antecedência.
§ 1o Considerando o número de inscritos, o prazo poderá ser ampliado.
§ 2o O conteúdo do acórdão abrangerá a análise de todos os fundamentos suscitados
concernentes à tese jurídica discutida, sejam favoráveis ou contrários.

 1ª possibilidade de manifestação: Os indivíduos, pessoas, órgãos abaixo relatados


poderão requerer a juntada de documentos e a feitura de diligências, cujo prazo é
de 15 dias.
Quanto ao artigo 983, caput temos:
(i) Partes: partes do processo originário;
(ii) Demais interessados: Trata-se de uma expressão muito ampla. A tendência é que se
considere os demais interessados somente os Amici Curiae, ou no máximo, as partes dos
processos sobrestados (suspensos).2
(iii) Pessoas, órgãos e entidades com interesse na controvérsia: Trata-se de expressão
normalmente utilizada para reportar-se ao Amicus Curiae.
 2ª possibilidade de manifestação:
Já no artigo 983, §1º, tem-se a Audiência pública, no qual “pessoas com experiência e
conhecimento da matéria”, trata-se de mais uma expressão que designa o Amicus Curiae.
Por exemplo, pessoas que compraram valores mobiliários no sistema financeiro
internacional, milhares de pessoas tem ações de uma determinada empresa, determinada
conduta da empresa gera prejuízo aos investidores, que ingressam ações individuais. Isso está
ocorrendo com a Petrobrás nos EUA, investidores individuais que se sentiram lesados e que

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O professor tende a ser mais restritivo.

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estão se aglutinando pelo modelo norte-americano conhecido como Class Actions,


analogamente no Brasil, seria caso de IRDR, nesse caso quem poderia ser o Amicus Curiae,
seria um técnico ou funcionário de alto escalão da CVM, ou um renomado professor de
economia.
O professor defende que a abertura do procedimento inclui a manifestação direta da
sociedade, na medida do possível, dentro do período e respeitando os limites quantitativos
da audiência, que pelo próprio nome, define-se como pública, não podendo estar restrita
apenas a manifestação de pessoas com experiência e conhecimento na matéria.
 3ª possibilidade de manifestação:
Constante no artigo 984/CPC, trata-se da Sustentação oral no momento do
julgamento. Trata-se (para o professor) de manifestação mais direta, com uma maior
capacidade de influência dentre as 3.
Podendo se manifestar:
(i) O autor e o réu do processo originário: O que acarretará nos escritórios de advocacia
a busca de ingressar inicialmente com o processo originário do IRDR, por gerarem uma grande
influência futuramente. Pelo prazo de 30 minutos.
(ii) Ministério Público: Pelo prazo de 30 minutos.
(iii) Demais interessados: Pelo prazo de 30 minutos divididos entre todos. Trata-se de
uma expressão muito ampla. A tendência é que se considere os demais interessados somente
os Amici Curiae, ou no máximo, as partes dos processos sobrestados (suspensos).
Art. 985. Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada:
I - a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de
direito e que tramitem na área de jurisdição do respectivo tribunal, inclusive àqueles que
tramitem nos juizados especiais do respectivo Estado ou região;
II - aos casos futuros que versem idêntica questão de direito e que venham a tramitar no
território de competência do tribunal, salvo revisão na forma do art. 986.
§ 1o Não observada a tese adotada no incidente, caberá reclamação.
§ 2o Se o incidente tiver por objeto questão relativa a prestação de serviço concedido,
permitido ou autorizado, o resultado do julgamento será comunicado ao órgão, ao ente
ou à agência reguladora competente para fiscalização da efetiva aplicação, por parte dos
entes sujeitos a regulação, da tese adotada.

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2.2 IRDR nos Juizados Especiais Federais3


A interpretação gramatical da lei, nos dá a entender que formado o IRDR pelo TRF
suspendem-se todos os processos inclusive os dos Juizados. Entretanto os juizados não se
submetem juridicamente ao TRF, salvo Mandado de Segurança em caso de competência – o
que torna o tema bastante controverso.
Há todo um sistema de Turmas, regionais e nacional, que existem em paralelo aos TRF’s
e que deveras, nesse caso, subordinam os Juizados.
Por conta disso a ENFAM editou um enunciado relativo a essa problemática:
Enunciado nº44/ENFAM: Admite-se o IRDR nos juizados especiais, que deverá ser julgado
por órgão colegiado de uniformização do próprio sistema.

O enunciado refere-se às Turmas Regionais de Uniformização de jurisprudência,


portanto, ao instaurar o IRDR em um juizado, ele será julgado na Turma.
Há duas problemáticas:
 1) Cabe instaurar IRDR nos juizados?
R: Sim de acordo com o enunciado 44 da ENFAM
 2) Mas se for instaurado um IRDR sobre o mesmo tema no TRF e na TRU, o IRDR
vinculará os juizados?
R: Para o professor, a “letra” da lei deve ser aplicada nessa hipótese, tendo em vista
que não seria arrazoado ter a possibilidade de 2 IRDRs relativos a mesma temática sendo
julgados em paralelo, correndo o risco de gerar decisões distintas.4
Por razões de segurança jurídica pode ser requerido que o STJ/STF suspendam todos
os processos envolvendo aquele tema, mas o IRDR continuará sendo julgado no TRF. Desse
julgamento, caberá RE ou REsp, e diante de tal fato, a decisão será difundida a todo território
nacional.
Ademais, caso não haja recurso, a suspensão dos processos nos outros tribunais
cessará, podendo, eventualmente, ocorrer a formação de IRDR em outro âmbito, gerando
decisões conflitantes, o que acarretará prejuízos a segurança jurídica.

3
Trata-se de uma grande polêmica, na qual o professor irá apenas encaminhar uma possível solução.
4
O professor nesse ponto, ressalva que esta opinião é mais conveniente aos Juízes Federais das Turmas
Recursais, o que acarretaria uma “perda de poder” aos Desembargadores dos TRFs, os quais são os responsáveis
pela elaboração das provas, principalmente, a partir da segunda fase.

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Logo, o ideal é que se peça a suspensão e que com isso ocorra a interposição de RE ou
REsp para que essa demanda possa ser encaminhada ao STF ou STJ.
Art. 986. A revisão da tese jurídica firmada no incidente far-se-á pelo mesmo tribunal, de
ofício ou mediante requerimento dos legitimados mencionados no art. 977, inciso III.
Art. 977. O pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente de tribunal:
III - pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública, por petição.

Exclui-se, portanto, o juiz, pois nesse caso o IRDR já foi julgado no Tribunal, e assim, a
revisão só poderá ser feita de ofício pelo mesmo tribunal (art. 986), a pedido do MP ou da
Defensoria Pública (art. 77, III).
Ao se falar em revisão se deve lembrar dos artigos que retratam que em caso de revisão
deve-se atentar para a segurança jurídica e utilizar a técnica da modulação na medida que for
necessário.5
Em caso de urgência por parte das pessoas envolvidas em um determinado processo,
que não possa esperar o prazo máximo de 1 ano para o julgamento de IRDR, enquanto os
processos ficam suspensos, é possível pedir a tutela provisória para o próprio órgão onde o
processo tramita (art.982, §2º/CPC).
Art.982, § 2o Durante a suspensão, o pedido de tutela de urgência deverá ser dirigido ao
juízo onde tramita o processo suspenso.

Fundamentação da decisão do IRDR:


Art.984, § 2o O conteúdo do acórdão abrangerá a análise de todos os fundamentos
suscitados concernentes à tese jurídica discutida, sejam favoráveis ou contrários.

Trata-se de um incidente difícil de ser julgado, visto que argumentos serão efetuados
pelas partes dos processos originários, pelas partes dos processos sobrestados e pelos amici
curiae, além das inúmeras pessoas que tenham se manifestado em audiência pública,
devendo ser levados em consideração, para uma maior qualidade do precedente, visto que

5
Nota do Monitor:
Creio que nesse ponto, o professor se refere ao Artigo 927, §3º/CPC:
§ 3o Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal e dos
tribunais superiores ou daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação
dos efeitos da alteração no interesse social e no da segurança jurídica.
Ademais, o professor afirma que, por mais que o legislador nacional tenha adotado a técnica da
modulação, não excluiu as outras técnicas de overruling e distinguishing, mundialmente conhecidas
como a decisão alerta e o signaling, que podem ser combinadas com a modulação. O tribunal pode, por
exemplo, avisar que está prestes a modificar aquela decisão, não modificar naquele momento, mas
depois fazê-lo, aplicando a modulação.

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um precedente com uma decisão mais densa e com mais qualidade, tende a ser um
precedente mais estável.
2.3 Questões polêmicas
 De uma causa em que foi suscitada a instauração do incidente, gerar-se-á um
precedente no tribunal que será aplicado para todas as causas presentes e futuras no
âmbito daquele tribunal e que se gerar RE ou REsp da decisão do IRDR pode ser
vinculante a todo o território nacional.
Será que a causa paradigma só pode ser uma? Ou instaurado o IRDR a partir de uma
demanda individual o tribunal poderia solicitar aos juízes sobre sua jurisdição o envio de
outros processos sobre aquele tema, para que o tribunal já passe a ter contato com mais
argumentações?
Pela “letra da lei”, não se traz essa hipótese ao tratar de IRDR, mas quando o CPC refere-
se ao julgamento de RE ou REsp repetitivo, muito parecidos com o IRDR, em seu artigo 1036,
afirma que acolhido o recurso repetitivo o relator do STF/STJ pode requisitar aos tribunais
inferiores do Brasil que envie algumas causas representativas para aquela controvérsia, para
já agregarem outros pontos de vista e argumentos, com o fito de melhorar a qualidade deste
procedimento.
Art. 1.036. Sempre que houver multiplicidade de recursos extraordinários ou especiais
com fundamento em idêntica questão de direito, haverá afetação para julgamento de
acordo com as disposições desta Subseção, observado o disposto no Regimento Interno
do Supremo Tribunal Federal e no do Superior Tribunal de Justiça.
§ 1o O presidente ou o vice-presidente de tribunal de justiça ou de tribunal regional
federal selecionará 2 (dois) ou mais recursos representativos da controvérsia, que serão
encaminhados ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça para fins
de afetação, determinando a suspensão do trâmite de todos os processos pendentes,
individuais ou coletivos, que tramitem no Estado ou na região, conforme o caso.
§ 2o O interessado pode requerer, ao presidente ou ao vice-presidente, que exclua da
decisão de sobrestamento e inadmita o recurso especial ou o recurso extraordinário que
tenha sido interposto intempestivamente, tendo o recorrente o prazo de 5 (cinco) dias
para manifestar-se sobre esse requerimento.
§ 3º Da decisão que indeferir o requerimento referido no § 2º caberá apenas agravo
interno. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
§ 4o A escolha feita pelo presidente ou vice-presidente do tribunal de justiça ou do
tribunal regional federal não vinculará o relator no tribunal superior, que poderá
selecionar outros recursos representativos da controvérsia.
§ 5o O relator em tribunal superior também poderá selecionar 2 (dois) ou mais recursos
representativos da controvérsia para julgamento da questão de direito

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independentemente da iniciativa do presidente ou do vice-presidente do tribunal de


origem.
§ 6o Somente podem ser selecionados recursos admissíveis que contenham abrangente
argumentação e discussão a respeito da questão a ser decidida.

Boa parte da doutrina defende que existe no código um microssistema de julgamento


de recursos repetitivos e um microssistema de formação de precedentes, havendo uma
comunicação de fontes, sendo cabível o IRDR utilizar-se de mecanismo previsto para o
julgamento de RE/REsp repetitivo, mas não previsto no IRDR, como o supra.
Algo muito parecido no âmbito da tutela coletiva, conhecido com Diálogo das Fontes,
ação civil pública, código do consumidor, ação popular...
 É possível vários IRDRs sobre o mesmo tema?
Pode ocorrer, principalmente, se não ocorrer um pedido de sobrestamento feito antes
ao STF/STJ Caso isso aconteça cada tribunal terá seu próprio IRDR e ter-se-á o risco de
questões decididas de maneiras diferentes.
O Fórum dos Processualistas de Processo Civil (FPPC En. 90) enunciou que cada IRDR
tramita no seu tribunal, mas todos ficam suspensos se a causa for afetada a tribunal superior.
Enunciado 90/ FPPC: (art. 976) É admissível a instauração de mais de um incidente de
resolução de demandas repetitivas versando sobre a mesma questão de direito perante
tribunais de 2º grau diferentes.

 Aplicabilidade à Justiça do Trabalho e à Justiça Eleitoral


O professor Leandro Antunes, professor da casa de direito do trabalho, concorda com
a tese de que o IRDR também se aplica à Justiça do Trabalho, visto que o CPC se aplica
subsidiariamente à Justiça do Trabalho.
 Aplicabilidade ao processo administrativo (CARF e CRSFN)
O professor Erik Navarro, entende aplicar-se subsidiariamente o CPC aos processos
administrativos, principalmente, em sede de CARF -Conselho Administrativo de Recursos
Fiscais - órgão de cúpula da Receita Federal que julga os processos administrativos fiscais e o
CRSFN - Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional- que julga os processos do
sistema financeiro nacional, multas da CVM, por exemplo.
Inclusive na Alemanha uma das fontes de origem do Musterverfahlen, o qual foi o
instituto inspirador do IRDR, foi o processo administrativo, não havendo óbices para tal
analogia e aplicação.6

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Ainda assim, trata-se de um ponto bastante polêmico/não pacificado na doutrina.

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 Impossibilidade de decisão monocrática de admissibilidade de IRDR


Art. 981. Após a distribuição, o órgão colegiado competente para julgar o incidente
procederá ao seu juízo de admissibilidade, considerando a presença dos pressupostos
do art. 976.

 Suspensão parcial de processos?


Imagine que fora ajuizada uma ação com cumulação de pedidos, onde um dos pedidos
versa tese repetitiva e outro não versa tese repetitiva. Em caso de instauração de IRDR o
processo não será sobrestado por inteiro, apesar de o código não trazer uma solução para tal
problema. Nesse sentido, a solução deve ser a de que haja um desmembramento dos pedidos
para que a causa possa continuar no julgamento da questão não repetitiva e fiquem
sobrestado apenas o pedido atrelado a tese repetitiva.
Enunciado 205/ FPPC: (art. 982, caput, I e §3º) Havendo cumulação de pedidos simples, a
aplicação do art. 982, I e §3º, poderá provocar apenas a suspensão parcial do processo,
não impedindo o prosseguimento em relação ao pedido não abrangido pela tese a ser
firmada no incidente de resolução de demandas repetitivas.

 A decisão de suspensão é recorrível?


Por um lado, sim, porque pode ocorrer uma injustiça, pode ser que seja caso de
distinguishing ou de erro do juiz, por não ser semelhante a demanda repetitiva. Por outro
lado, deve-se pensar que se toda decisão de suspensão for recorrível, para que servirá o IRDR?
Se a sua ideia é exatamente que esses processos aguardem o IRDR.
O CPC atualmente não prevê qualquer tipo de recurso diretamente. Utilizando-se do
microssistema de formação de precedentes em casos repetitivos, pode-se analisar o artigo
1.037, §13, que afirma que contra a decisão de sobrestamento no tribunal inferior, tribunal
de origem, cabe Agravo Interno, podendo-se fazer distinguishing por Agravo Interno,
permitindo o reexame em mesma instância, o que não é o caso, visto que deseja-se que o
tribunal hierarquicamente superior trate da temática, com efeitos verticais e não horizontais.7
§ 13. Da decisão que resolver o requerimento a que se refere o § 9o caberá:
I - agravo de instrumento, se o processo estiver em primeiro grau;
II - agravo interno, se a decisão for de relator.

Caso se entenda que não cabe recurso algum, a solução de tal problemática será
impetrar o Mandado de Segurança.

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O professor Antônio Cabral defende a possibilidade desta analogia para utilizar-se do Agravo Interno.

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Outra alternativa é fazer analogia com o artigo 1.015, do Agravo de Instrumento,


sendo este um rol taxativo, sendo difícil apoiar o cabimento de tal analogia.
 Regulamentação dos poderes do Amicus Curiae:
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do
tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão
irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se,
solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade
especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua
intimação.
§ 1o A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem
autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e
a hipótese do § 3o.
§ 2o Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir
os poderes do amicus curiae.
§ 3o O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de
demandas repetitivas.

Trata da legitimidade recursal do amicus curiae para recorrer na decisão final que
julga o mérito do IRDR.
 Autores dos processos suspensos podem desistir, sem o consentimento do réu, se a
decisão do IRDR não os favorecer?
Não há nada no capítulo do IRDR a respeito desse assunto, mas aplicando o
microssistema, analisando o 1.040, §§1º e 3º, a possibilidade de afetado REsp ou RE para
julgamento a parte do processo repetitivo desistir da ação, inclusive com a isenção de custas
e honorários advocatícios se for antes da contestação, podendo o réu até ser citado, havendo
“output” em razão da admissibilidade do RE/REsp paradigma e da suspensão dos demais
processos.
Entretanto, após a contestação não parece razoável, devendo nesse caso haver
concordância da outra parte. Porquanto, menos razoável ainda é a possibilidade de após a
decisão do IRDR.
No que se refere ao processo onde o IRDR é instaurado, se houver desistência de
ambas as partes, não prejudicará o julgamento do IRDR, havendo uma “desubjetivação” da
LIDE, posto que há o interesse de toda a sociedade de que o precedente seja estabelecido e
possa ser aplicado a todos os processos presentes e futuros.
 O julgamento relativo à prestação de serviço concedido, permitido ou autorizado será
comunicado ao órgão, ao ente ou à agência reguladora competente para fiscalização.
Art.985 § 1o Não observada a tese adotada no incidente, caberá reclamação.
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§ 2o Se o incidente tiver por objeto questão relativa a prestação de serviço concedido,


permitido ou autorizado, o resultado do julgamento será comunicado ao órgão, ao ente
ou à agência reguladora competente para fiscalização da efetiva aplicação, por parte dos
entes sujeitos a regulação, da tese adotada.

Imagine-se uma ação envolvendo o serviço de telefonia, que se trata de um serviço


regulado, o que for decidido pelo IRDR será comunicado à ANATEL, que terá o dever de
fiscalização, e caso esta não siga o decidido no incidente, parece não caber reclamação, sendo
o único caso de aplicação da Reclamação para ato administrativo é no caso de Súmula
Vinculante.
De acordo com o entendimento do professor seria mais viável a aplicação de
Mandado de Segurança, ainda que não tenha nenhum posicionamento pacificado com relação
ao assunto, visto que há quem afirme que se observado o §1º isoladamente poder-se-ia
utilizar a reclamação.8

3. Incidente de Assunção de Competência (IAC)


Enquanto o IRDR promove a formação de precedentes vinculantes a partir de causas
repetitivas, o Incidente de Assunção de Competência promove a formação de precedentes
vinculantes antes de que a causa se torne repetitiva ou em situações de grande relevância
para o progresso do direito, quando não há repetição de processos e se deseja criar
precedentes vinculantes.
A técnica de ambos os institutos não é a mesma, visto que o IRDR trabalha com
processos múltiplos, necessitando do sobrestamento desses processos, podendo ser gerado
em primeira instância. Este gera a cisão de julgamentos, posto que a tese repetitiva é julgada
em IRDR e depois aquele julgamento serve de parâmetro para se julgarem os processos
individuais.
Já no IAC não há cisão de julgamentos, o processo tem que estar no Tribunal, por meio
das vias recursais ou por se tratar de ação de competência originária do tribunal (TJ/TRF).
Ocorrendo o IAC no tribunal, ocorrerá um deslocamento de competência e o processo deixa
de ser julgado pela turma ordinária que o julgaria ocasionalmente e será julgado por um órgão
específico tratado pelo regimento interno que trabalhe com a uniformização de
jurisprudências no tribunal, por exemplo, uma reunião de turmas, um órgão especial ou até
mesmo o pleno.

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Fim da aula 2.1

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Critica-se a nomenclatura “Assunção” de competência, visto que não há assunção


alguma, o órgão especial – supra – não “captura” o processo autonomamente, na verdade,
instaura-se um incidente que “decide” encaminhar o processo a esse órgão.
Nesse sentido, seria mais correto chamá-lo de Incidente de Deslocamento de
Competência. Entretanto, não possui tal nomenclatura, para que não fosse confundido com
os institutos já existentes na vigência do CPC/73 e que provocavam o deslocamento de
competência para órgãos que tivessem mais capacidade dentro do tribunal de uniformizar a
jurisprudência, mas que não geravam precedentes vinculantes. Já o IAC gera, porque cabe
reclamação se a decisão formada no Incidente de Assunção de Competência for
desrespeitada.
Frisando-se, não há cisão de julgamento, não é a tese sobre a qual se quer firmar
precedente que vai para o colegiado mais qualificado, mas sim todo o processo originário. Por
tal, o órgão que recebe o IAC não julga só a tese, ele julga a tese, forma o precedente, e julga
o caso concreto.
Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de
remessa necessária ou de processo de competência originária envolver relevante questão
de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos.
§ 1o Ocorrendo a hipótese de assunção de competência, o relator proporá, de ofício ou a
requerimento da parte, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, que seja o
recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária julgado pelo órgão
colegiado que o regimento indicar.
§ 2o O órgão colegiado julgará o recurso, a remessa necessária ou o processo de
competência originária se reconhecer interesse público na assunção de competência.
§ 3o O acórdão proferido em assunção de competência vinculará todos os juízes e órgãos
fracionários, exceto se houver revisão de tese.
§ 4o Aplica-se o disposto neste artigo quando ocorrer relevante questão de direito a
respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a composição de divergência entre
câmaras ou turmas do tribunal.

 O caput nos declara que se for questão de direito, mas COM repetição em múltiplos
processos, caberá IRDR e não IAC.
 §2º O regimento deverá indicar o órgão colegiado especifico encarregado pelo
julgamento do IAC, possivelmente, serão os mesmos órgãos que já julgavam o
Incidente de Deslocamento de Competência, que existia no CPC/73, ou Incidente de
Uniformização de Jurisprudência, que também não existe mais.

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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários
e na jurisprudência dos Tribunais.

 §3º A doutrina critica a redação do dispositivo, principalmente, quanto ao termo


“exceto se houver revisão da tese”, visto que se houver revisão da tese também
ocorrerá vinculação, vinculação à tese revista e não à tese revogada – que sofreu
overruling ou overriding.
 §4º Se tem uma questão de direito relevante que pode gerar uma multiplicidade de
processos, com isso, dispersão jurisprudencial, e para que se evite a instauração do
IRDR se opta pela instauração do IAC.
O cabimento da reclamação não se encontra no capítulo deste incidente, mas sim no
capítulo da própria reclamação (Artigo 988, inciso IV/CPC)
Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:
IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução
de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência; (Redação dada
pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

Tendo em vista, que o código pouco trata do IAC, muito embora ele possua relevância
equiparada ao IRDR, deve-se atentar para a formação do microssistema de formação de
precedentes e um microssistema de julgamento de casos repetitivos, podendo nesse caso,
utilizar-se das regras do IRDR e do Julgamento de RE/REsp repetitivos que não digam respeito
a repetição, pois nesse caso – IAC – não é repetitivo, mas que digam respeito a formação de
precedente vinculante.
Com isso, é fundamental para que se conceda a devida legitimidade democrática a esse
precedente vinculante formado pelo IAC que se utilize dos institutos do IRDR e do RE/REsp
repetitivos a participação do amicus curiae e a realização de audiências públicas.
Não há previsão recursal da decisão de instauração de incidente e deslocamento da
competência, porque a bem da verdade, não haveria prejuízo algum, não havendo interesse
recursal.

4. Regime Jurídico do Recursos Especiais e Extraordinários Repetitivos(art.1.036) 9


Esta novidade contempla uma evolução dos artigos 543-A, 543-B e 543-C do CPC/73.
Depois da EC 45/2004, com a imposição da Súmula Vinculante e da demonstração de
repercussão geral como requisito de admissibilidade do Recurso Extraordinário, o CPC/73 foi

9
O professor enfatiza que os Recursos Especiais e Extraordinários e suas especificidades serão
(re)estudados mais a frente com a devida prioridade e profundidade.

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alterado para incluir os artigos 543-A e 543-B, para tratar da problemática relativa a
repercussão geral no RE.
Ocorre que o código avançou um pouco (no 543-B) para tratar do problema de
reconhecimento da repercussão geral, quando houvesse vários recursos extraordinários
repetindo a mesma tese. Sobrestavam-se todos os processos no tribunal de origem que
tinham RE interposto com aquela tese, escolhiam-se alguns recursos representativos dessa
controvérsia e analisavam se possuía repercussão geral.
Art. 543-A. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso
extraordinário, quando a questão constitucional nele versada não oferecer repercussão
geral, nos termos deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).
§ 1º Para efeito da repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de questões
relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os
interesses subjetivos da causa. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).
§ 2º O recorrente deverá demonstrar, em preliminar do recurso, para apreciação exclusiva
do Supremo Tribunal Federal, a existência da repercussão geral. (Incluído pela Lei nº
11.418, de 2006).
§ 3º Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar decisão contrária a súmula
ou jurisprudência dominante do Tribunal. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).
§ 4º Se a Turma decidir pela existência da repercussão geral por, no mínimo, 4 (quatro)
votos, ficará dispensada a remessa do recurso ao Plenário. (Incluído pela Lei nº 11.418,
de 2006).
§ 5º Negada a existência da repercussão geral, a decisão valerá para todos os recursos
sobre matéria idêntica, que serão indeferidos liminarmente, salvo revisão da tese, tudo
nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. (Incluído pela Lei nº
11.418, de 2006).
§ 6º O Relator poderá admitir, na análise da repercussão geral, a manifestação de
terceiros, subscrita por procurador habilitado, nos termos do Regimento Interno do
Supremo Tribunal Federal. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).
§ 7º A Súmula da decisão sobre a repercussão geral constará de ata, que será publicada
no Diário Oficial e valerá como acórdão. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).
Art. 543-B. Quando houver multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica
controvérsia, a análise da repercussão geral será processada nos termos do Regimento
Interno do Supremo Tribunal Federal, observado o disposto neste artigo. (Incluído pela
Lei nº 11.418, de 2006).
§ 1º Caberá ao Tribunal de origem selecionar um ou mais recursos representativos da
controvérsia e encaminhá-los ao Supremo Tribunal Federal, sobrestando os demais até o
pronunciamento definitivo da Corte. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).

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§ 2º Negada a existência de repercussão geral, os recursos sobrestados considerar-se-ão


automaticamente não admitidos. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).
§ 3º Julgado o mérito do recurso extraordinário, os recursos sobrestados serão
apreciados pelos Tribunais, Turmas de Uniformização ou Turmas Recursais, que poderão
declará-los prejudicados ou retratar-se. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).
§ 4º Mantida a decisão e admitido o recurso, poderá o Supremo Tribunal Federal, nos
termos do Regimento Interno, cassar ou reformar, liminarmente, o acórdão contrário à
orientação firmada. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).
§ 5º O Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal disporá sobre as atribuições dos
Ministros, das Turmas e de outros órgãos, na análise da repercussão geral. (Incluído
pela Lei nº 11.418, de 2006).

Caso não tivesse repercussão geral, todos os recursos que estavam sobrestados,
aguardando o juízo de admissibilidade, também eram inadmitidos.
Mas caso houvesse repercussão geral, admitir-se-ia o recurso e se julgaria a tese, a
qual faria precedente vinculante aplicável aos processos sobrestados.
Nesse caso, se aqueles processos recorridos possuíam decisões idênticas a que o STF
decidiu, os recursos não seriam admitidos, mas se o STF modificava a decisão do tribunal o
STF concederia oportunidade para o tribunal se retratar e, caso o fizesse, o recurso perderia
o objeto. Por outro lado, caso não o fizesse, o recurso teria que ser conhecido, para que o STF
julgasse de acordo com o seu entendimento firmado na decisão de repercussão geral por
amostragem.
Em meados de 2008, com a Lei 11.672/08, criou-se o artigo 543-C, com relação ao
REsp, por perceber que a mesma problemática relatada acima (ainda que não tivesse o
requisito da repercussão geral), quanto a repetição de processos e seu acúmulo no tribunal
era evidente. Desse modo, estabelecia-se mecanismo parecido com o do RE.
Art. 543-C. Quando houver multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica
questão de direito, o recurso especial será processado nos termos deste
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.672, de 2008).
§ 1o Caberá ao presidente do tribunal de origem admitir um ou mais recursos
representativos da controvérsia, os quais serão encaminhados ao Superior Tribunal de
Justiça, ficando suspensos os demais recursos especiais até o pronunciamento definitivo
do Superior Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei nº 11.672, de 2008).
§ 2o Não adotada a providência descrita no § 1o deste artigo, o relator no Superior
Tribunal de Justiça, ao identificar que sobre a controvérsia já existe jurisprudência
dominante ou que a matéria já está afeta ao colegiado, poderá determinar a suspensão,
nos tribunais de segunda instância, dos recursos nos quais a controvérsia esteja
estabelecida. (Incluído pela Lei nº 11.672, de 2008).

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§ 3o O relator poderá solicitar informações, a serem prestadas no prazo de quinze dias,


aos tribunais federais ou estaduais a respeito da controvérsia. (Incluído pela Lei nº
11.672, de 2008).
§ 4o O relator, conforme dispuser o regimento interno do Superior Tribunal de Justiça e
considerando a relevância da matéria, poderá admitir manifestação de pessoas, órgãos
ou entidades com interesse na controvérsia. (Incluído pela Lei nº 11.672, de 2008).
§ 5o Recebidas as informações e, se for o caso, após cumprido o disposto no § 4o deste
artigo, terá vista o Ministério Público pelo prazo de quinze dias. (Incluído pela Lei nº
11.672, de 2008).
§ 6o Transcorrido o prazo para o Ministério Público e remetida cópia do relatório aos
demais Ministros, o processo será incluído em pauta na seção ou na Corte Especial,
devendo ser julgado com preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam
réu preso e os pedidos de habeas corpus. (Incluído pela Lei nº 11.672, de 2008).
§ 7o Publicado o acórdão do Superior Tribunal de Justiça, os recursos especiais
sobrestados na origem: (Incluído pela Lei nº 11.672, de 2008).
I - terão seguimento denegado na hipótese de o acórdão recorrido coincidir com a
orientação do Superior Tribunal de Justiça; ou (Incluído pela Lei nº 11.672, de 2008).
II - serão novamente examinados pelo tribunal de origem na hipótese de o acórdão
recorrido divergir da orientação do Superior Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei nº
11.672, de 2008).
§ 8o Na hipótese prevista no inciso II do § 7o deste artigo, mantida a decisão divergente
pelo tribunal de origem, far-se-á o exame de admissibilidade do recurso
especial. (Incluído pela Lei nº 11.672, de 2008).
§ 9o O Superior Tribunal de Justiça e os tribunais de segunda instância regulamentarão,
no âmbito de suas competências, os procedimentos relativos ao processamento e
julgamento do recurso especial nos casos previstos neste artigo. (Incluído pela Lei nº
11.672, de 2008).

Essa sistemática já permitia que o relator no STJ/STF antes de julgar se a questão tinha
repercussão geral ou não, no RE, e antes de julgar o mérito no REsp já admitido, poderia abrir
para manifestação no processo do amicus curiae. Entretanto, possuía inúmeros defeitos que
a jurisprudência teve de buscar sanar.

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O novo (atual) CPC adveio com o fito de estabelecer um regime jurídico único PARA
julgamento de recurso especial e extraordinário repetitivos, resolvendo muitas problemáticas
existentes no sistema anterior.10

4.1 Introdução ao instituto


No código antigo se fossem comparados os artigos 543-B e o 543-C, perceber-se-ia que
o sistema não era perfeitamente idêntico. Agora há um regime jurídico único, no qual não há
artigos separados para tratar especificamente de RE ou REsp.
A mudança sistêmica mais relevante é a que a partir do momento em que os recursos
paradigma forem afetados ao STF ou ao STJ, o sobrestamento dos processos repetitivos será
muito mais amplo do que no CPC/73, pois no antigo CPC só os recursos que já tinham RE/REsp
interpostos no tribunal de origem que ficavam sobrestados.
Agora todos os processos que versem sobre a mesma tese ficarão sobrestados. Em
todas as instâncias e em todo o Brasil.11
A partir do momento em que o STF/STJ decide, todos os processos têm de ser julgados
a partir desse precedente, cabendo recurso se houver violação do precedente, além de
Reclamação quando esgotadas todas as instâncias recursais ordinárias e ainda assim o
precedente for desrespeitado.
Na redação original do CPC/2015, cabia reclamação em “qualquer hipótese”12, hoje,
após a Lei 13.256/2016 que reformou o NCPC, ao julgamento de juiz de primeiro grau que
concede uma liminar adotando uma tese contrária ao REsp repetitivo (antes caberia
reclamação dessa decisão para o STJ, assoberbando este egrégio tribunal), cabe Agravo de
Instrumento, subindo ao tribunal. Caso este mantenha a decisão, como não há nenhum outro
recurso ordinário para interpor, não é necessário valer-se necessariamente do REsp, cabendo
a Reclamação em caso de precedente formado.

10
Ressalta-se a importância do PL168, que foi convertido na Lei 13.256/2016.
11
Por exemplo, remessas de recursos para o exterior, com o fito de manutenção de estudante que esteja
fazendo curso em uma universidade no estrangeiro submete-se a incidência do Imposto de Renda. Trata-se de
uma polêmica, a qual a Secretaria da Receita Federal deu parecer negando tal afirmação, que na verdade, a
alteração recente que houve foi para a aquisição de serviços no estrangeiro prestados por agências de turismo,
por exemplo, as quais foram prejudicadas.
12
O professor refere-se nesse ponto, ao momento anterior à reforma advinda com a lei 13.256/2015,
no qual a reclamação, na hipótese em espécie, poderia ser utilizada sem que fosse necessário esgotar as vias
recursais ordinárias.
A qual agora, passou a ser tratada como um instrumento subsidiário.

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Art. 1.036. Sempre que houver multiplicidade de recursos extraordinários ou especiais


com fundamento em idêntica questão de direito, haverá afetação para julgamento de
acordo com as disposições desta Subseção, observado o disposto no Regimento Interno
do Supremo Tribunal Federal e no do Superior Tribunal de Justiça.
§ 1o O presidente ou o vice-presidente de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal
selecionará 2 (dois) ou mais recursos representativos da controvérsia, que serão
encaminhados ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça para fins
de afetação, determinando a suspensão do trâmite de todos os processos pendentes,
individuais ou coletivos, que tramitem no Estado ou na região, conforme o caso.
§ 2o O interessado pode requerer, ao presidente ou ao vice-presidente, que exclua da
decisão de sobrestamento e inadmita o recurso especial ou o recurso extraordinário que
tenha sido interposto intempestivamente, tendo o recorrente o prazo de 5 (cinco) dias
para manifestar-se sobre esse requerimento.
§ 3º Da decisão que indeferir o requerimento referido no § 2º caberá apenas agravo
interno. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
§ 4o A escolha feita pelo presidente ou vice-presidente do tribunal de justiça ou do tribunal
regional federal não vinculará o relator no tribunal superior, que poderá selecionar outros
recursos representativos da controvérsia.
§ 5o O relator em tribunal superior também poderá selecionar 2 (dois) ou mais recursos
representativos da controvérsia para julgamento da questão de direito
independentemente da iniciativa do presidente ou do vice-presidente do tribunal de
origem.
§ 6o Somente podem ser selecionados recursos admissíveis que contenham abrangente
argumentação e discussão a respeito da questão a ser decidida. 13

A primeira controvérsia, anteriormente citada, era relativa a escolha de quais seriam


os recursos relativos à controvérsia, tratando-se de um problema tanto quantitativo, quanto
qualitativo. O STF no passado afirmava ser 2 (dois) ou mais, mas agora está positivado na lei
este mesmo limite quantitativo, válido para o STF e para o STJ.
O §1º trata da abrangência territorial regional, pois iniciam-se os efeitos a partir do
tribunal local, mas ao chegar no STJ/STF esse sobrestamento se estenderá a todo o território
nacional.
Havia uma situação muito delicada no CPC/73, sendo esta que: O processo só ficaria
sobrestado se já possuísse RE/REsp interposto na origem, portanto, este ficaria esperando
julgamento no tribunal e quando o STF/STJ julgasse o caso, o tribunal aplicaria a decisão de

13
Link Regimento Interno STJ:
<http://www.stj.jus.br/publicacaoinstitucional/index.php/Regimento/issue/view/1/showToc>

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um dos tribunais superiores; caso fosse a mesma decisão do tribunal o recurso seria
inadmitido, caso fosse diferente o tribunal deveria se retratar. A principal problemática é que
essa retratação era feita antes do próprio juízo de admissibilidade do recurso interposto.
Por exemplo, em caso de processo no TRF, com REsp sobrestado aguardando decisão
do STJ, tal sobrestamento, era efetuado antes do próprio juízo de admissibilidade do REsp.
Surgindo o problema de que os recursos poderiam ser intempestivos, podendo já ter ocorrido
o trânsito em julgado do acórdão do tribunal (e ainda assim teria ocorrido o sobrestamento),
não fazendo, nesse caso, sentido a hipótese de retratação pelo tribunal se já houve o trânsito
em julgado. Com isso o §2º do artigo 1.036 adveio para sanar tal falha.
§ 2o O interessado pode requerer, ao presidente ou ao vice-presidente, que exclua da
decisão de sobrestamento e inadmita o recurso especial ou o recurso extraordinário que
tenha sido interposto intempestivamente, tendo o recorrente o prazo de 5 (cinco) dias
para manifestar-se sobre esse requerimento.

Uma vez que a decisão realmente excluir, o feito que possuía recurso intempestivo, do
sobrestamento, caberá agravo interno, de acordo com o §3º do artigo 1.036, possibilitando
que a decisão seja reapreciada por um colegiado do próprio TRF, a ser definida pelo regimento
interno.
Existe, portanto, uma possibilidade de reexame horizontal dessa decisão do presidente
do tribunal que definir acerca da exclusão ou não do sobrestamento, cabendo Agravo Interno.
Não havia nenhum parâmetro qualitativo de seleção dos recursos paradigmas na
legislação anterior, agora com o §6º do artigo 1.036 nós temos.

4.2 Decisão de afetação


Art. 1.037. Selecionados os recursos, o relator, no tribunal superior, constatando a
presença do pressuposto do caput do art. 1.036, proferirá decisão de afetação, na qual:
I - identificará com precisão a questão a ser submetida a julgamento;
II - determinará a suspensão do processamento de todos os processos pendentes,
individuais ou coletivos, que versem sobre a questão e tramitem no território nacional;
III - poderá requisitar aos presidentes ou aos vice-presidentes dos tribunais de justiça ou
dos tribunais regionais federais a remessa de um recurso representativo da controvérsia.
§ 1o Se, após receber os recursos selecionados pelo presidente ou pelo vice-presidente de
tribunal de justiça ou de tribunal regional federal, não se proceder à afetação, o relator,
no tribunal superior, comunicará o fato ao presidente ou ao vice-presidente que os houver
enviado, para que seja revogada a decisão de suspensão referida no art. 1.036, § 1o.

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§ 2o É vedado ao órgão colegiado decidir, para os fins do art. 1.040, questão não
delimitada na decisão a que se refere o inciso I do caput. (Revogado pela Lei nº 13.256,
de 2016)
§ 3o Havendo mais de uma afetação, será prevento o relator que primeiro tiver proferido
a decisão a que se refere o inciso I do caput.
§ 4o Os recursos afetados deverão ser julgados no prazo de 1 (um) ano e terão preferência
sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas
corpus.
§ 5o Não ocorrendo o julgamento no prazo de 1 (um) ano a contar da publicação da
decisão de que trata o inciso I do caput, cessam automaticamente, em todo o território
nacional, a afetação e a suspensão dos processos, que retomarão seu curso
normal. (Revogado pela Lei nº 13.256, de 2016)
§ 6o Ocorrendo a hipótese do § 5o, é permitido a outro relator do respectivo tribunal
superior afetar 2 (dois) ou mais recursos representativos da controvérsia na forma do art.
1.036.
§ 7o Quando os recursos requisitados na forma do inciso III do caput contiverem outras
questões além daquela que é objeto da afetação, caberá ao tribunal decidir esta em
primeiro lugar e depois as demais, em acórdão específico para cada processo.
§ 8o As partes deverão ser intimadas da decisão de suspensão de seu processo, a ser
proferida pelo respectivo juiz ou relator quando informado da decisão a que se refere o
inciso II do caput.
§ 9o Demonstrando distinção entre a questão a ser decidida no processo e aquela a ser
julgada no recurso especial ou extraordinário afetado, a parte poderá requerer o
prosseguimento do seu processo.
§ 10. O requerimento a que se refere o § 9o será dirigido:
I - ao juiz, se o processo sobrestado estiver em primeiro grau;
II - ao relator, se o processo sobrestado estiver no tribunal de origem;
III - ao relator do acórdão recorrido, se for sobrestado recurso especial ou recurso
extraordinário no tribunal de origem;
IV - ao relator, no tribunal superior, de recurso especial ou de recurso extraordinário cujo
processamento houver sido sobrestado.
§ 11. A outra parte deverá ser ouvida sobre o requerimento a que se refere o § 9 o, no
prazo de 5 (cinco) dias.
§ 12. Reconhecida a distinção no caso:
I - dos incisos I, II e IV do § 10, o próprio juiz ou relator dará prosseguimento ao processo;

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II - do inciso III do § 10, o relator comunicará a decisão ao presidente ou ao vice-presidente


que houver determinado o sobrestamento, para que o recurso especial ou o recurso
extraordinário seja encaminhado ao respectivo tribunal superior, na forma do art. 1.030,
parágrafo único.
§ 13. Da decisão que resolver o requerimento a que se refere o § 9o caberá:
I - agravo de instrumento, se o processo estiver em primeiro grau;
II - agravo interno, se a decisão for de relator.

Trata-se de instituto inovador que melhorará a formação do precedente em sede de


RE/REsp repetitivo.
São três os conteúdos da decisão de afetação:
(i) Identificar com precisão a questão a ser submetida a julgamento:
Dentre todo objeto do recurso, a questão repetitiva que gerará o precedente deve
estar muito bem identificada;
(ii) Determinará a suspensão do processamento de todos os processos pendentes,
individuais ou coletivos, que versem sobre a questão e tramitem no território
nacional;
(iii) Poderá requisitar aos presidentes ou aos vice-presidentes dos tribunais de
justiça ou dos tribunais regionais federais a remessa de um recurso representativo
da controvérsia.
Nada impede que requisite mais de um recurso.
Se o relator não proceder a afetação em caráter definitivo, o sobrestamento dos feitos
fica revogado, ou seja, os feitos voltam a tramitar normalmente. Caso não publique a decisão
de afetação ficará revogada a decisão de suspensão.
Um dos efeitos mais importantes da decisão de afetação estava no §2º do artigo 1.037
que foi revogado pela Lei 13.256/2016.
O efeito prático do §4º era exposto no §5º que caso o julgamento não ocorresse em 1
ano, os processos sobrestados voltavam a tramitar automaticamente. Entretanto, o §5º foi
revogado pela lei 13.256, o que é muito ruim, pois esse prazo virou mera recomendação. 14

14
De acordo com o estudo da Fundação Getúlio Vargas conhecido como “Supremo em números”, no
qual mede-se a média temporal que o Supremo leva para um recurso extraordinário com repercussão geral, e
ao multiplicar esse tempo pelo acervo que o STF possui de repercussões gerais pendentes de julgamento,

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Há bem da verdade, já havia no CPC/2015 redação original, uma forma de burlar o §5º,
através do §6º, o qual permite uma nova afetação perante um relator diferente, o qual passou
a não ter mais relevância.
O §7º, trata da situação de que quando se afeta um recurso ao Supremo com um tema
de repercussão geral repetitivo, mas junto com esse tema há outro com repercussão geral,
mas não repetitivo, em tese, não se deve afetar o recurso inteiro. Logo o parágrafo em espécie
afirma que serão decididos dois acórdãos sobre a questão, um sobre a questão repetitiva,
prioritária, e outro sobre a questão não repetitiva.
As partes serão intimadas, de acordo com o §8º, cabendo recurso, em caso de
sobrestamento em 1ª instancia, caberá Agravo de Instrumento (o que fora utilizado por
analogia para tornar recorrível a decisão de 1º grau que suspende o IRDR, visto no início da
aula); lado outro, em caso de o processo suspenso já encontrar-se no tribunal, caberá Agravo
Interno no âmbito do próprio tribunal, o que nunca caberá será agravo para o STJ/STF. (§13)
Logo, primeiro se faz um pedido de distinguishing para o próprio juiz da causa ou
relator, somente em caso de negativa, ouvindo-se a parte contrária, é que caberá o agravo de
instrumento (nos processos de 1º grau) ou agravo interno (processo no tribunal de origem ou
no âmbito do próprio STJ).
 Modalidades de Manifestação e poderes do relator:
Art. 1.038. O relator poderá:
I - solicitar ou admitir manifestação de pessoas, órgãos ou entidades com interesse na
controvérsia, considerando a relevância da matéria e consoante dispuser o regimento
interno;
II - fixar data para, em audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência
e conhecimento na matéria, com a finalidade de instruir o procedimento;
III - requisitar informações aos tribunais inferiores a respeito da controvérsia e, cumprida
a diligência, intimará o Ministério Público para manifestar-se.
§ 1o No caso do inciso III, os prazos respectivos são de 15 (quinze) dias, e os atos serão
praticados, sempre que possível, por meio eletrônico.
§ 2o Transcorrido o prazo para o Ministério Público e remetida cópia do relatório aos
demais ministros, haverá inclusão em pauta, devendo ocorrer o julgamento com
preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos
de habeas corpus.

concluindo que se não fossem incluídos mais nenhum processo com repercussão geral hoje, o STF levaria
aproximadamente 10 anos para acabar com esse estoque.

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ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários
e na jurisprudência dos Tribunais.

§ 3o O conteúdo do acórdão abrangerá a análise de todos os fundamentos da tese jurídica


discutida, favoráveis ou contrários.
§ 3º O conteúdo do acórdão abrangerá a análise dos fundamentos relevantes da tese
jurídica discutida. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

Quanto ao “inciso I” ressalta-se que essa expressão se refere aos Amici Curiae.
No inciso II, faz-se mister lembrar que o professor defende que a abertura do
procedimento inclui a manifestação direta da sociedade, por meio da audiência pública, na
medida do possível, dentro do período e respeitando os limites quantitativos da audiência,
que pelo próprio nome, define-se como pública, não podendo estar restrita apenas a
manifestação de pessoas com experiência e conhecimento na matéria.
A redação original do §3º é idêntica à redação do artigo correspondente relativo ao
IRDR, o qual não foi revogado, fazendo com que os desembargadores dos TJs e dos TRFs em
sede de IRDR devam acolher todos os fundamentos levados por todos. Já os Ministros do STF
ou do STJ em julgamento de RE/REsp não terão tal problema, pois a lei 13.256 alterou o texto,
afirmando que o acórdão destes abrangerá a análise dos fundamentos relevantes.
Fazendo uso do microssistema, parece óbvia a aplicação desse dispositivo para
interpretar o dispositivo do IRDR, afirmando que basta analisar os fundamentos relevantes,
sendo o STJ ou o STF responsáveis pela delimitação de quais seriam os fundamentos
relevantes.
Art. 1.039. Decididos os recursos afetados, os órgãos colegiados declararão
prejudicados os demais recursos versando sobre idêntica controvérsia ou os decidirão
aplicando a tese firmada.
Parágrafo único. Negada a existência de repercussão geral no recurso extraordinário
afetado, serão considerados automaticamente inadmitidos os recursos extraordinários
cujo processamento tenha sido sobrestado.

Se o Supremo decidir da mesma forma que o TRF, os recursos restarão prejudicados,


entretanto se o STF decidiu de maneira diferente é preciso aplicar a tese firmada.
Art. 1.040. Publicado o acórdão paradigma:
I - o presidente ou o vice-presidente do tribunal de origem negará seguimento aos recursos
especiais ou extraordinários sobrestados na origem, se o acórdão recorrido coincidir com
a orientação do tribunal superior;
II - o órgão que proferiu o acórdão recorrido, na origem, reexaminará o processo de
competência originária, a remessa necessária ou o recurso anteriormente julgado, se o
acórdão recorrido contrariar a orientação do tribunal superior;
III - os processos suspensos em primeiro e segundo graus de jurisdição retomarão o curso
para julgamento e aplicação da tese firmada pelo tribunal superior;

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IV - se os recursos versarem sobre questão relativa a prestação de serviço público objeto


de concessão, permissão ou autorização, o resultado do julgamento será comunicado ao
órgão, ao ente ou à agência reguladora competente para fiscalização da efetiva aplicação,
por parte dos entes sujeitos a regulação, da tese adotada.
§ 1o A parte poderá desistir da ação em curso no primeiro grau de jurisdição, antes de
proferida a sentença, se a questão nela discutida for idêntica à resolvida pelo recurso
representativo da controvérsia.
§ 2o Se a desistência ocorrer antes de oferecida contestação, a parte ficará isenta do
pagamento de custas e de honorários de sucumbência.
§ 3o A desistência apresentada nos termos do § 1o independe de consentimento do réu,
ainda que apresentada contestação.

O artigo 1.040 irá conceder a possibilidade do tribunal se retratar, havendo, nesse


caso, uma falha, ao ver do professor Erik Navarro, visto que como o precedente é vinculante
o tribunal deveria ser obrigado a se retratar, mas caso ele não se retrate, será um dos poucos
casos, preenchidos os requisitos e admissibilidade, em que os recursos sobrestados deverão
ser admitidos e encaminhados ao tribunal superior.
Portanto, vê-se que a retratação não é obrigatória.
O §1º trata do problema do processo sobrestado. Por exemplo, o feito foi sobrestado
em primeiro grau de jurisdição: para o IRDR, poder-se-ia desistir sem nenhum ônus se a
contestação ainda não tivesse sido apresentada; já no caso de RE/REsp repetitivos, criou-se
um “output”, cabendo a desistência sem a concordância da parte contrária até ser proferida
a sentença, e em caso de já ter ocorrido a contestação, arcar-se-á com os honorários
sucumbências.
A diferença principal está no aspecto de que em uma ação ordinária, necessita-se, após
a contestação, da anuência da parte contrária para a desistência da ação, posto que o réu
também possui direito a formação da coisa julgada. No caso do RE/REsp repetitivos, criou-se
verdadeiramente um output, sendo - para o professor - possível a aplicação analógica deste
instituto ao IRDR também.
Art. 1.041. Mantido o acórdão divergente pelo tribunal de origem, o recurso especial ou
extraordinário será remetido ao respectivo tribunal superior, na forma do art. 1.036, § 1o.
§ 1o Realizado o juízo de retratação, com alteração do acórdão divergente, o tribunal de
origem, se for o caso, decidirá as demais questões ainda não decididas cujo enfrentamento
se tornou necessário em decorrência da alteração.
§ 2o Quando ocorrer a hipótese do inciso II do caput do art. 1.040 e o recurso versar sobre
outras questões, caberá ao presidente do tribunal, depois do reexame pelo órgão de
origem e independentemente de ratificação do recurso ou de juízo de admissibilidade,

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determinar a remessa do recurso ao tribunal superior para julgamento das demais


questões.
§ 2º Quando ocorrer a hipótese do inciso II do caput do art. 1.040 e o recurso versar sobre
outras questões, caberá ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, depois
do reexame pelo órgão de origem e independentemente de ratificação do recurso, sendo
positivo o juízo de admissibilidade, determinar a remessa do recurso ao tribunal superior
para julgamento das demais questões. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

A segunda alteração do §2º, incluiu o “sendo positivo o juízo de admissibilidade”,


voltou o juízo de admissibilidade a ser feito na instância de origem.
Na vigência do antigo CPC, ocorria o juízo de admissibilidade pelo presidente ou pelo
vice do TRF, cabendo agravo nos próprios autos com recurso a essa decisão. O CPC/2015 com
sua redação originária instaurou esse juízo de admissibilidade diretamente nos tribunais
superiores, o que torná-los-ia ainda mais assoberbados. Com isso, a Lei 13.256/2016,
reestabeleceu a antiga sistemática, sendo feito nas instancias originárias.
Entretanto, não continua cabendo recurso de agravo nos próprios autos para o tribunal
superior caso esse juízo de admissibilidade seja negativo, posto que esse recurso ficou muito
mais restrito.
Enunciado 363/FPPC: (arts. 1.036-1.040). O procedimento dos recursos extraordinários e
especiais repetitivos aplica-se por analogia às causas repetitivas de competência
originária dos tribunais superiores, como a reclamação e o conflito de competência.

Podem se ter ações de competência originária repetitivas, podendo utilizar-se da


mesma sistemática dos RE/REsp repetitivos, julgando-se 2 ou mais, sobrestando as demais.
Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão de presidente ou de vice-presidente do tribunal
que:
Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente do tribunal
recorrido que inadmitir recurso extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada
na aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento
de recursos repetitivos. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
I - indeferir pedido formulado com base no art. 1.035, § 6o, ou no art. 1.036, § 2o, de
inadmissão de recurso especial ou extraordinário intempestivo;
I – (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
II - inadmitir, com base no art. 1.040, inciso I, recurso especial ou extraordinário sob o
fundamento de que o acórdão recorrido coincide com a orientação do tribunal superior;
II – (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

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III - inadmitir recurso extraordinário, com base no art. 1.035, § 8o, ou no art. 1.039,
parágrafo único, sob o fundamento de que o Supremo Tribunal Federal reconheceu a
inexistência de repercussão geral da questão constitucional discutida.
III – (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
§ 1o Sob pena de não conhecimento do agravo, incumbirá ao agravante demonstrar, de
forma expressa:
§ 1º (Revogado): (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
I - a intempestividade do recurso especial ou extraordinário sobrestado, quando o recurso
fundar-se na hipótese do inciso I do caput deste artigo;
I – (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
II - a existência de distinção entre o caso em análise e o precedente invocado, quando a
inadmissão do recurso:
II – (Revogado): (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
a) especial ou extraordinário fundar-se em entendimento firmado em julgamento de
recurso repetitivo por tribunal superior;
a) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
b) extraordinário fundar-se em decisão anterior do Supremo Tribunal Federal de
inexistência de repercussão geral da questão constitucional discutida.
b) (Revogada). (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
§ 2o A petição de agravo será dirigida ao presidente ou vice-presidente do tribunal de
origem e independe do pagamento de custas e despesas postais.
§ 2º A petição de agravo será dirigida ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal de
origem e independe do pagamento de custas e despesas postais, aplicando-se a ela o
regime de repercussão geral e de recursos repetitivos, inclusive quanto à possibilidade de
sobrestamento e do juízo de retratação. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
§ 3o O agravado será intimado, de imediato, para oferecer resposta no prazo de 15
(quinze) dias.
§ 4o Após o prazo de resposta, não havendo retratação, o agravo será remetido ao tribunal
superior competente.
§ 5o O agravo poderá ser julgado, conforme o caso, conjuntamente com o recurso especial
ou extraordinário, assegurada, neste caso, sustentação oral, observando-se, ainda, o
disposto no regimento interno do tribunal respectivo.
§ 6o Na hipótese de interposição conjunta de recursos extraordinário e especial, o
agravante deverá interpor um agravo para cada recurso não admitido.

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§ 7o Havendo apenas um agravo, o recurso será remetido ao tribunal competente, e,


havendo interposição conjunta, os autos serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça.
§ 8o Concluído o julgamento do agravo pelo Superior Tribunal de Justiça e, se for o caso,
do recurso especial, independentemente de pedido, os autos serão remetidos ao Supremo
Tribunal Federal para apreciação do agravo a ele dirigido, salvo se estiver prejudicado.

As duas principais modificações dizem respeito ao exame de admissibilidade do


recurso especial e extraordinário voltar a ser feito na instância de origem e a consequência
direta disso, ou seja, quais os recursos cabíveis quando esse exame de admissibilidade for
negativo.15
A redação original previa além de fazer juízo de admissibilidade na instância superior,
trazia duas exceções em que o exame de admissibilidade continuaria ocorrendo na origem,
sendo uma delas, por exemplo, quando já havia o julgamento do RE/REsp com a formação do
precedente e depois com a aplicação do precedente, e até para essa hipótese havia a previsão
de recurso de agravo para o tribunal superior.
Com isso, após a nova redação, além do juízo de admissibilidade ser feito nos tribunais
de origem, todas as hipóteses de agravo foram revogadas, sobrando apenas o caput.
 Explicando melhor a hipótese de agravo da parte final do artigo 1.042, caput:
Se o recurso for inadmitido na origem em razão da existência de precedente firmado
em julgamento de casos repetitivos, não cabe agravo para o tribunal superior dessa
inadmissão, no máximo, agravo interno, caso queira alegar distinguishing.
 O recurso de agravo (parte inicial do artigo 1.042, caput) caberá a partir de 2(duas)
inadmissibilidades:
(i) Quando for inadmitido um recurso na origem, cujo tema ainda não foi decidido em
julgamento de casos repetitivos, sendo um tema ainda não repetitivo ou até inédito.
Preenchendo-se, nesse caso, os requisitos de admissibilidade e sendo inadmitido na
origem, certamente, a parte agravará e o STJ/STF receberá o recurso.
(ii) Quando a inadmissão for para manter um acórdão contrário ao precedente: Nesse
caso, o tribunal não se retrata, com isso, o agravo terá o fito de proteger o precedente,

15
Tratando-se de um tema que será melhor aprofundado nas aulas de RE/REsp.

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cabendo também, nessa ocasião, reclamação constitucional, cabível quando não couber
recurso ordinário. Cabendo, simultaneamente, o RE/REsp e a Reclamação.16,17

16
O professor citou o artigo e entendimento de outro renomado professor, Alexandre Câmera, o qual
relata que ao alegar distinguishing está sendo levado um fato novo, e nesse caso, obrigatoriamente não há
precedente, com isso, o recurso supra (agravo) deverá ser admitido.
Ademais, além de buscar agravar, caberá um novo RE/REsp sobre um tema que, há bem da verdade, é
novo, podendo ocorrer apenas uma vez, pois o tribunal superior julgará e sobre aquele fundamento/argumento
ter-se-á um precedente.
Entretanto, poderá causar um grave problema, pois cada vez que alguém pensar em um argumento
novo interpor um novo recurso especial, o sistema para desobstruir os tribunais superiores fracassará.
Outra ideia, é considerar que a partir do momento que o precedente é fixado, todos os argumentos
possíveis de serem apresentados, mesmo que não o tenham sido, consideram-se rejeitados. Seria uma espécie
de eficácia preclusiva da coisa julgada e somente novos argumentos decorrentes de modificações na sociedade
é que permitiriam o distinguishing e permitiriam a solução trazida pelo Professor Alexandre Câmara, com a
interposição de um novo RE/REsp da decisão do tribunal que simplesmente ignora essa nova questão.
17
O professor atenta para o fato de que o principal material a ser disposto na área do aluno, está
desatualizado a partir do artigo 1.042, devendo-se utilizar do segundo material que possui a tabela comparativa,
demonstrado no decorrer da aula.

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