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Existe uma corrente de pensamento, defendida por Nicola Coviello, que nega
a existência dos direitos da personalidade, já que considera ser algo inconcebível
admitir-se alguém tendo direitos cujo objeto seria sua própria pessoa. A escola do
direito positivista também aparece como contraria a ideia da existência de direitos da
personalidade inatos, explicando o decorrer da personalidade baseada apenas em
sua concepção jurídico-normativa.
Essas ideias, porém, não gozam de muita aprovação por falta de adequação
ao nosso ordenamento jurídico. A escola jusnaturalista é, evidentemente, grande
defensora dos direitos inerentes à pessoa humana, prerrogativas individuais que as
legislações modernas reconhecem e a jurisprudência vem protegendo.
O art.11 do Código Civil diz que, com “exceção dos casos previstos em lei, os
direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu
exercício sofrer limitação voluntário”. Quanto a intransmissibilidade e
irrenunciabilidade compreende-se a não existência de possibilidade de os titulares
desses direitos dispor, transmitir a terceiros, renunciar seu uso ou abandoná-los, já
que os direitos da personalidade nascem e se extinguem com eles, se tornando
assim inseparáveis.
Porém, alguns desses direitos podem ser cedidos, como os direitos autorais e
o relativo à imagem, por exemplo. Pode-se autorizar também, contratualmente, a
edição de uma obra literária, a inserção, em produtos, de marcar, desenhos ou
qualquer outra criação intelectual. Admite-se, inclusive, a cessão gratuita de órgãos
do corpo humano para finalidades terapêuticas e altruístas, como diz Maria Helena
Diniz, em “Curso de Direito Civil Brasileiro”.