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PROTEÇAO DO DIREITO DA PERSONALIDADE.

A exigência de respeito à dignidade da pessoa humana encontra-se


insculpido na Constituição Federal, como um dos fundamentos do Estado
Democrático de Direito, decorrem outros princípios maiores como, a
inviolabilidade da vida, do corpo, seja ele vivo ou morto, intimidade, a honra, da
vida privada, da imagem, dentre outros, que sendo violados, o titular deve
buscar a devida reparação por dano moral. Estão na lei maior os fundamentos
mais importantes da proteção dos direitos de personalidade, porém encontramos
diversas outra proteção no Código Civil.
O Código Civil prevê uma regra geral tendente a garantir os meios
necessários a resguardar a dignidade humana preventivamente, com
possibilidades de medidas de caráter cautelar, com fins de suspender ou cessar
atos ofensivos à integridade física, intelectual ou moral de qualquer pessoa
(Código Civil, art. 12).
Mesmo a pessoa morta, mesmo não tendo personalidade, a lei tem a
proteção no que diz respeito à sua memória e ao culto que seus parentes vivos
podem lhe dedicar. Esta previsão existe para dar concretude àquilo que foi
previsto na declaração Universal dos Direitos Humanos (ONU).
O Direito à integridade física protege a pessoa humana não só com
relação à sua própria vida, mas também no que diz ao seu corpo, incluindo
partes separadas, órgãos e tecidos, assim como o próprio corpo morto. A
proteção à vida tem status constitucional, até porque, como dizem alguns, é do
direito à vida que decorrem todos os demais direitos, assim como na nossa
primeira legislação.
No Brasil vale lembrar, que é proibida a comercialização de órgãos,
tecidos e outras partes do corpo humano. O Código Civil impõe ao médico o
dever de atuar somente mediante a autorização do paciente ou de algum
representante, tendo assim, a finalidade desta norma a proteção à inviolabilidade
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do corpo humano. Quer dizer, antes de realizar qualquer procedimento, o


médico deve ter o consentimento informado do paciente, ou na sua
impossibilidade, parentes mais próximos. O nome é um dos mais sagrados
direitos da personalidade porque ele é o que nos diferencia e individualiza no
seio da sociedade, indicando sua origem familiar, e integra a personalidade do
indivíduo. Todos nós temos o direito de se individualizar na sociedade e de ter
uma identificação, sendo direito oponível erga omnes. A lei brasileira protege
não somente o nome, mas o pseudônimo, desde que adotado para atividades
lícitas, conforme previsto no Código Civil.
Dentro desse conceito de proteção ao nome, existem algumas subdivisões.
São elas: O pronome, que é o nome próprio de cada pessoa, pode ser simples ou
composto. O sobrenome (ou apelido familiar), é o nome da família na qual o
indivíduo faz parte que identifica a filiação, pode ser tanto do pai, como da mãe.
Podendo mudar o sobrenome somente em situações autorizadas, como,
casamento, divórcio, adoção... etc. Agnome, é o sinal que se acresce ao final do
nome da pessoa, cujo o nome é igual de outra pessoa. Hipocorístico, é o
diminutivo ou aumentativo do nome, normalmente utilizado pelas pessoas mais
próximas do portador. Por exceção, é possível mover a ação de retificação do
nome ou pronome para correção, havendo erro gráfico no registro civil de
qualquer pessoa, a mesma tem o direito de ter esse erro corrigido. Os agentes do
cartório tem a expressa autorização legal de recusar-se a registrar uma pessoa
com prenome que possa expor seu portador a situações de vexame ou ridículo.
Qualquer pessoa poderá pleitear a alteração do nome junto ao registro público,
após ter atingido a maioridade civil. Poderá ser feita através de um procurador
ou através de um processo judicial.
Ninguém poderá sem a autorização do titular, utilizar a imagem, a voz ou
escrito, podendo o prejudicado fazer cessar a utilização liminarmente sem
prejuízo da exigência de indenização por dano material, se for a caso de fins
comerciais. Conforme o art. 20, do Código Civil, a proteção também se estende
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ás pessoas mortas, cujo exercício do direito de ação será dos parentes mais
próximos.
Não é fácil distinguir intimidade de privacidade, ambas se confundem, mas
alertando que as mesmas estão garantidas e protegidas na Constituição Federal,
art. 5°, inciso X (que diz: “São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra
e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material
ou moral decorrente de sua violação;”).
A intimidade tem a ver com a vida interior das pessoas, sobre coisas de
família, da vida íntima, da vida amorosa, ou seja, segredos que a ninguém é
dado o direito de violar ou intrometer-se, sendo como aspectos íntimos da vida
das pessoas que hoje se encontram ameaçados constantemente principalmente
em face de desenvolvimento tecnológico, que permitem a invasão a intromissões
indesejadas, um exemplo dos “paparazzi”.
A vida privada das pessoas tem a ver com o recato no próprio lar, fatos e
hábitos, às comunicações, sigilos bancários e fiscal. Portanto, são aspectos da
vida da pessoa que que mesmo sendo notória e famosa, tem o direito de ficar só
e não ser importunada.
Mesmo as pessoas famosas ou notórias, bem como os artistas em geral, os
políticos, também tem o direito à intimidade e à vida privada, não podemos
confundir “interesse público’’, com “interesse do público”.
A Constituição Federal procura proteger todos esses aspectos de vida
íntima das pessoas, cabendo destacar o direito à inviolabilidade da vida privada,
do domicílio, da correspondência, das comunicações, do sigilo bancário, dentre
outros.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

MELO, Nehemias Domingos de. Lições de direito civil: Teoria geral. Vol. 1.
São Paulo: Atlas, 2014.

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