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A Teoria do duplo estatuto foi estabelecida a partir de uma decisão do


Supremo Tribunal Federal, referente a um habeas corpus impetrado com
objetivando a soltura de indivíduo acusado de receptação ilegal. A prisão do
depositário infiel é prevista pela nossa Constituição Federal, contudo, era
contrária às disposições da Convenção Americana de Direitos Humanos,
ratificada e incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro. Assim, o Supremo
Tribunal Federal buscou resolver tal impasse, por meio de tal decisão, a qual
se tornou paradigmática para a interpretação e aplicação dos Tratados
Internacionais de Direitos Humanos.        

Considerando tal decisão, diga o que é a teoria do duplo estatuto e


analise de forma crítica sua repercussão sobre a interpretação e
aplicação dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos incorporados
ao nosso ordenamento.       

A “Teoria Do Duplo Estatuto” teve seu surgimento em 22 de novembro


de 2006, em uma sessão plenária através de uma decisão do Supremo
Tribunal Federal, onde foram abordados aspectos relacionados aos direitos
humanos construídos a partir de ordenamentos jurídicos desenvolvidos no
âmbito internacional.

A “Teoria Do Duplo Estatuto” dos tratados de Direitos Humanos,


equivale na averiguação da essência constitucional para com os tratados e
convenções internacionais sobre a aprovação de diretos humanos. De acordo
com essa teoria, para que os tratados internacionais sobre direitos humanos
possuam o mesmo status de emendas constitucionais devem ser votados em
assembleias semelhantes as que ocorrem em votações das emendas.

Dessa forma, essa teoria, estabeleceu maneiras amigáveis de


classificação dos direitos humanos e de caminhos de como esses direitos
devem ser normatizados no país, se pautando em normas constitucionais, mais
especificamente no artigo 5º da Constituição Federal, onde é garantido que
tratados internacionais aprovados no Congresso Nacional devem possuir força
constitucional.
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Para que os tratados de direitos humanos incorporados no Brasil sejam


constitucionais é necessário seguirem o parágrafo 3º, do artigo 5º da
Constituição Federal que trata do seguinte:

Os tratados e convenções internacionais sobre direitos


humanos que forem aprovados, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
emendas constitucionais.
A “Teoria Do Duplo Estatuto” dos tratados de direitos humanos
outorgado pelo o Superior Tribunal Federal, constitui um tríplice de hierarquia
para os tratados internacionais incorporados no Brasil, sendo eles:

 Regra: status constitucional – Os tratados internacionais


de direitos humanos só deverão ser correspondentes às emendas
constitucionais se passarem pela incorporação do quórum qualificado.

 Exceção: status supralegal – discorre sobre tratados que


não são votados pelo o rito de emendas constitucionais, mas que são
votados pelo o rito ordinário.

 Exceção: status de lei ordinária – são tratados que não


se relacionam com os direitos humanos.

É importante ressaltar que os Tratados de Direitos humanos são de


suma importância para a universalidade de tais direitos, necessitando de um
olhar atento e compromissado dos estados para coordenar a efetividade
dessas propostas.

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