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DIREITO CONSTITUCIONAL II
ATIVIDADE AVALIATIVA N1
FICHA DE LEITURA
2. Análise textual
Ana Maria D´Ávila Lopes é Mestre e Doutora em Direito
Constitucional pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e atua
como Professora Titular do Programa de Pós-Graduação em Direito da
Universidade de Fortaleza (UNIFOR). À época da publicação do artigo era
Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq. Isabelle Maria Campos
Vasconcelos Chehab é Mestre e Doutora em Direito Constitucional pela
Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Consultora da Rede Latino-Americana
de Justiça de Transição (RLAJT) para a Comissão de Anistia do Ministério da
Justiça (MJ) e atua como Professora da Escola Superior de Negócios -
ESUP/FGV (Goiânia - GO).
3. Análise temática
O artigo discorre sobre a importância dos mecanismos jurídicos
conhecidos como Bloco de Constitucionalidade e Controle de
Convencionalidade na proteção e na garantia dos Direitos Humanos
fundamentais, a partir de uma contextualização histórica e sistêmica do seu
surgimento no panorama jurídico internacional e brasileiro.
O problema apresentado pelas autoras é a, muita vezes frequente,
falta de efetividade de tais mecanismos, que na visão delas, pode ser
creditada a baixa adesão e ao entendimento controvertido que recebem na
prática jurisprudencial brasileira, apesar do fato do país ser signatário e
reconhecer a superioridade hierárquica dos organismos internacionais e das
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convenções por aqueles expedidas, apesar dos avanços até aqui já
conquistados.
As autoras citam jurisprudência de organismos internacionais e
também extraem da doutrina existente sobre os temas, e embasamento
necessário para uma defesa da importância de que tais mecanismos
possuem ou deveriam possuir num Estado Democrático de Direito,
lamentando os prejuízos acarretados pela não realização do controle de
convencionalidade pelo Supremo Tribunal Federal por ocasião do julgamento
da ADPF n.º 153 em que declarou a constitucionalidade a Lei de Anistia.
4. Análise interpretativa
O artigo consegue aprofundar o debate com um relativo grau de
densidade, utilizando linguagem clara e acessível, sem rebuscamentos
desnecessários e exagerados, contribuindo efetivamente para o entendimento
dos conceitos. Apresenta uma conclusão coerente com os posicionamentos
defendidos ao longo do texto, o que reforça a facilita uma compreensão global
da temática.
5. Síntese pessoal
Bloco de Constitucionalidade e Controle de Convencionalidade são
mecanismos de proteção aos Direitos Humanos fundamentais surgidos do
fortalecimento do multilateralismo, num contexto pós Segunda Guerra, em
que a comunidade de países buscava criar mecanismos que pudessem evitar
a repetição do passado então recente.
Nesse esforço conjunto, a criação de organismos internacionais de
proteção a tais direitos, compreende para os países signatários abrir mão de
parte da sua soberania mediante a aceitação e a ratificação das convenções
e tratados definidos e publicizados neste contexto.
O reconhecimento da validade de tais conceitos compreende
reconhecer a supremacia e a legitimidade, até mesmo contenciosa, de tal
arranjo jurídico transnacional, dando a estes a prerrogativa de, de certa forma,
subjugar a vontade do legislador e até mesmo do poder constituinte nacional.
Podemos especular que daí, pelo menos em parte, nasce a resistência e a
controvérsia que historicamente pode ser observada na sua adoção.
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6. Citações pertinentes
Trata-se, sem dúvida, de temáticas controvertidas no solo
pátrio, tanto em função de serem relativamente novas, como
também por envolverem a possibilidade da existência de
normas de nível constitucional não criadas pelo poder
constituinte. (p. 83)
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Fachin, fundamentou a constitucionalidade do Estatuto da
Pessoa com Deficiência [...] formando, portanto, parte do bloco
de constitucionalidade brasileiro e podendo, desse modo, servir
de parâmetro para determinar a constitucionalidade das
normas infraconstitucionais vigentes. (p. 91)