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Pacto de São José da Costa Rica e sua posição jurídica no ordenamento brasileiro:

Com o advento da Emenda Constitucional 45/04, que acrescentou o inciso terceiro ao art. quinto
da Constituição Federal. Os tratados internacionais de direitos humanos foram equiparados às
emendas constitucionais, desde que houvesse a aprovação do tratado em cada Casa do
Congresso Nacional, com votação em dois turnos e aprovação por três quintos dos votos dos
respectivos membros.

Quanto aos demais diplomas, há posicionamentos doutrinários conflitantes quanto à possibilidade


de considerar como hierarquicamente constitucional os tratados internacionais de direitos
humanos que ingressaram no ordenamento jurídico brasileiro anteriormente ao advento da
referida emenda. Jurisprudencialmente, a resposta foi dada pelo Supremo Tribunal Federal na
discussão que se deu com relação à prisão civil do depositário infiel, prevista e
procedimentalizada como legal no Decreto-Lei 911/69 e ilegal no Pacto de São José da Costa
Rica (tratado de direitos humanos aprovado antes da EC 45/04 e depois da CF/88). O Supremo
Tribunal Federal firmou o entendimento pela supralegalidade do tratado de direitos humanos
anterior à Emenda (estaria numa posição que paralisaria a eficácia da lei infraconstitucional, mas
não revogaria a Constituição no ponto controverso). Logo, o tratado de direitos humanos anterior
à Emenda Constitucional 45/04 é mais do que lei ordinária, e por isso paralisa a lei ordinária que
o contrarie, porém menos que o texto constitucional. Criou-se, então, uma necessidade de dupla
compatibilidade das leis ordinárias.

Assim, a Convenção Americana sobre Direitos Humanos ocupa uma posição de supralegalidade
no ordenamento brasileiro, acima das leis ordinárias (paralisando a eficácia das que com ela
sejam incompatíveis), mas abaixo da Constituição Federal.

Qual o aparato formal de monitoramento da Convenção Americana dos Direitos Humanos?

A segunda parte da Convenção analisa os meios de proteção aos direitos humanos que deverão
ser garantidos, criando a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e a Corte
Interamericana de Direitos Humanos (art. 33, CADH). “A reparação da violação aos direitos
consagrados na Convenção Americana inclui o dever de garantir os recursos legais efetivos para
o processamento do responsável e o pagamento de um montante indenizatório para a vítima ou
seus familiares pelos danos sofridos decorrentes da violação, visando prevenir futuras violações
em circunstâncias semelhantes”, o que, obviamente, não pode ser feito sem o devido
processamento perante os meios de proteção.

Assim, “a Convenção Americana estabelece um aparato de monitoramento e implementação dos


direitos que enuncia. Esse aparato é integrado pela Comissão Interamericana de Direitos
Humanos e pela Corte Interamericana”. Estes dois órgãos ficam, então, vinculados à OEA e são
os responsáveis pela implementação no plano do continente americano dos direitos humanos
garantidos na Convenção.

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